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SILVA, L. M. 1 e SOUZA, M. F. M de 2
1
Secretaria Municipal de Educação de Oriximiná, Diretoria de Ensino
2
Universidade Federal do Pará, PPEB/UFPA
E-mail para contato: lulucyenesilva@gmail.com
fmatos@ufpa.br
ABSTRACT - This study is an integral part of the Master 's thesis titled "Full - time integral
education: the conception of the subjects participating in the More Education Program in the
Municipality of Oriximiná - Pará", which aimed "to understand the Comprehensive Integral
Education of Managers And community teachers, participants in the More Education Program
in the Municipal Schools of Primary Education of the Public Network, Urban Zone in
Oriximiná-Pa, from 2010 to 2015, from the Study of the More Education Program. Intends to
understand the path indicated by the Brazilian legislation, from the 1980s, for the construction
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of policies of Integral Education in full-time school. It presents a documentary study that places
the Integral Education in the legislations and Educational Policies in Brazil, using the method
of content analysis, from a qualitative approach. Documentary research made it possible to
understand what is established in legal terms regarding the understanding of the full-time
Conception expressed in said documents. We conclude the article by pointing out that Integral
Integral Education has been placed in the Legislation in order to contribute to the construction
of the Integral Education agenda in the Brazilian educational scene of the 21st century.
However, its effectiveness, although guaranteed by legislation, requires involvement Society
to get out of the role and to come to fruition in practice.
KEY WORDS: Integral Time, Integral Education, Brazilian legislation, Educational politics
1. INTRODUÇÃO
Este artigo é parte integrante de pesquisa de mestrado realizado, no Programa de Pós-
graduação, da Universidade Federal do Oeste do Pará, que teve como objeto de estudo a
Educação Integral. O presente artigo objetivou compreender o caminho apontado pela
legislação brasileira, a partir da década de 1980, para a construção de políticas de Educação
Integral, em escola de tempo integral.
O recorte para este estudo compreendeu uma análise: na Constituição Federal de 1988,
que fortaleceu a percepção da educação como um direito social fundamental e estabeleceu uma
ampla rede de proteção à criança e ao adolescente, regulamentada pelo Estatuto da Criança e
do Adolescente (1990), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) que indicou
o aumento progressivo da jornada escolar para 7 horas diárias como horizonte da política
pública educacional e os Planos Nacionais de Educação de 2001-2010 (2001) e 2014-2024
(2014) que apontam a ampliação da jornada escolar, como um avanço significativo para
diminuir as desigualdades sociais e ampliar democraticamente as oportunidades de
aprendizagem e qualidade da educação.
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apesar de estar assegurada, na legislação requer o envolvimento da sociedade para que saia do
papel e venha a se efetivar, na prática.
Os direitos sociais buscam a qualidade de vida dos indivíduos como dimensão dos direitos
fundamentais do homem, são prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou
indiretamente, enunciadas, em normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de
vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a equalização de situações sociais desiguais,
são, portanto, direitos que se ligam ao direito de igualdade.
Como um direito social, a educação é amparada pela Carta Magna (1988), a qual em seus
art. 6º e 205 a consagra como sendo um direito de todos e dever do Estado, da família e da
sociedade em promover e incentivá-la:
Esse direito ocupa um lugar de destaque, no rol dos direitos humanos, visto ser essencial
e indispensável para o exercício da cidadania e desenvolvimento do ser humano, em sua
integralidade enquanto ser humano e indivíduo que faz parte da vida cidadã. A esse respeito
Menezes (2009, p. 70) destaca que:
Ao evidenciar (1) a educação como o primeiro direito dos dez direitos sociais
(art.6º) e, conjugado a esta ordenação, apresentá-la (2) como direito capaz de
conduzir ao “pleno desenvolvimento da pessoa, fundante da cidadania, além
de possibilitar a preparação para o mundo do trabalho” (art.205.) - de forma
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Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015.
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Menezes (2009) enfatiza ainda que a Constituição Federal (1988) ao visar o pleno
desenvolvimento da pessoa, associa este direito ao direito a uma Educação Integral, que
considera o ser humano, em todos os aspectos do seu desenvolvimento físico-motor, intelectual,
afetivo-emocional, ético, político e estético, incluindo a formação cidadã e a qualificação para
o trabalho, exigências do mundo social, político e econômico. E acrescenta que, as principais
normatizações associadas à educação que se seguiram à Constituição Federal, ECA (1990),
LDB (1996) e PNE de 2001-2010 e 2014-2024 (2001; 2014) foram unânimes, em reiterar o
direito à Educação Integral.
A Constituição Federal (1988) assegurando esse direito determina em seu art. 205, que a
educação deve ser promovida e incentivada, com a colaboração da sociedade, transpondo o ato
educativo para além da responsabilidade dos agentes e espaços escolares e estabelece que o
Estado deve garantir a todos “o pleno exercício dos seus direitos culturais e acesso às fontes da
cultura nacional”, bem como valorização das diversidades étnica e regional.
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A esse respeito o caderno Educação Integral: Texto referência para o debate Nacional
(2009) destaca que, aliado à Constituição Federal, o ECA (1990) em seu Capítulo V, art. 53,
complementa a proposição de obrigatoriedade do acesso e da permanência na escola,
reconhecendo que o desenvolvimento integral da criança e do adolescente requer uma forma
específica de proteção e, por isso, propõe um sistema articulado e integrado de atenção a esse
público, do qual a escola faz parte.
De acordo com Moll et al. (2012, p. 139) a Constituição Federal (1988) preconiza uma
relação dialógica entre os ordenamentos jurídicos, para a garantia da promoção dos direitos das
crianças e adolescentes à educação, o que exige entre os coautores dentro desse processo:
“mobilização e compromisso entre sociedade civil, poderes constituídos, instituições escolares,
coletivos constituídos pelas comunidades escolares, universidades: enfim, as forças sociais
referidas desde o Manifesto dos pioneiros da Educação Nova de 1932” .
Nesse sentido, o ECA (1990, art.53, grifos nossos) enfatiza o binômio educação/proteção,
corroborando com o art. 205 da Constituição Federal (1988) e indica a educação como direito
que propicie o pleno desenvolvimento da criança e jovens, considerando os aspectos da vida
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Embora o ECA ( 1990), não faça menção à palavra integral e ou Tempo Integral, em seus
ordenamentos jurídicos percebeu-se claramente o direcionamento dado no sentido de se
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O oferecimento de atendimento aos direitos sociais dar-se-á por meio de ações integradas,
com a participação de toda a sociedade a partir de ações articuladas e intersetoriais entre
diferentes esferas do poder público, com vistas ao desenvolvimento integral da criança e do
adolescente. Para tanto, é dever das Políticas de atendimento oferecer assistência social àqueles
que vivem, em situação de risco social, como descreve o art. 87 do ECA (1990), que determina
ser uma das linhas de ação das Políticas de atendimento as “Políticas e Programas de assistência
social, em caráter supletivo, para aqueles que deles necessitem”.
Consoante a esta perspectiva, a LDB (1996) afirma que a educação tem como finalidade
o pleno desenvolvimento do educando e preparação para o exercício da sua cidadania,
preconizando uma educação que dialogue com os diversos setores da sociedade. Já os art. 34 e
86 trazem como agenda que o ensino fundamental seja oferecido, em Tempo Integral de forma
progressiva
A esse respeito, Menezes (2009) destaca que no art. 34, § 2º da LDB (1996) o Tempo
Integral é um dos possíveis alicerces para a construção da educação integral de Tempo Integral,
associando o exclusivamente ao ensino fundamental.
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A intersetorialidade se materializa no cotidiano da gestão à medida que consegue criar consenso em torno de uma
meta com a qual todos possam, em alguma medida, comprometer-se.
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O art. 87, parágrafo 5° da LDB (1996) reafirma que “serão conjugados todos os esforços
objetivando a progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino fundamental para o
regime de escolas de Tempo Integral”.
Segundo Menezes (2009, p. 3), o Tempo Integral, embora presente na LDB (1996), não
se apresenta necessariamente associado à formação integral do ser humano, podendo estar
relacionado a outros fatores e assim explicita:
Por outro lado, o PNE de 2001-2010 (2001), dentre suas metas, propunha em sua meta II
(sobre a Educação Fundamental) um modelo de educação em turno integral para a modalidade
de ensino. O intuito era universalizar o ensino e diminuir as taxas de retenção. As escolas de
Tempo Integral do PNE de 2001-2010 (2001) seriam destinadas especialmente às crianças de
família com baixa renda, prevendo também a ampliação da jornada escolar para sete horas
diárias.
A LDB (1996) e o PNE de 2001-2010 (2001) garantiram em seus textos legais o direito
à Educação Integral, todavia com algumas restrições, a LDB (1996) fez referência
exclusivamente ao ensino Fundamental e o PNE (2001) associou-o também à Educação Infantil,
embora nenhuma tenha definido explicitamente o Tempo Integral.
Essa lacuna legal, embora não desejável no que tange à garantia do direito à
educação em Tempo Integral, provavelmente redundou em pelo menos um
efeito positivo: a lei, ao não definir, estimulou a discussão entre os
profissionais da educação sobre as contribuições, desafios e impactos do
Tempo Integral no processo de formação dos alunos, além de fortalecer o
debate sobre a relação entre Educação Integral e Tempo Integral, construindo
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Corrigindo a lacuna que havia ficado, o PNE de 2014-2024 (2014) assegurou novas
conquistas como a implementação plena do Custo aluno-qualidade inicial (CAQi), com a
participação financeira do Governo Federal, colaborando de forma inédita com os Estados e
Municípios; 10% do PIB para a educação; 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social
do Pré-Sal para a educação assegurar, no âmbito do financiamento da educação básica, um
percentual per capita diferenciado para matrículas de, no mínimo sete horas diárias. A esse
respeito Moll et al. (2012, p. 138) enfatiza que:
O PNE (2014) traz um avanço para essa modalidade da educação, colocando-a como meta
a ser atingida em todo o país, em sua meta de número 6 prevê a oferta de educação em Tempo
Integral para no mínimo 50% das escolas públicas e o atendimento de ao menos 25% dos
estudantes de educação básica do Brasil. Também prevê, na meta de número I, sobre a educação
infantil, o estímulo a uma educação infantil em Tempo Integral para todas as crianças de até
cinco anos, como já é estabelecido, nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil.
Corroborando com a Constituição Federal (1988) e o ECA (1990), o PNE (2014) em sua
meta nº 6 indica também como responsabilidade da União, Estados, distrito Federal e
Municípios, a implementação de estratégias, no sentido de promover a Educação Integral por
meio de atividades pedagógicas, culturais e esportivas definindo que o tempo de permanência
dos alunos na escola, durante o ano letivo, seja igual ou superior a 7 horas diárias.
Destaca-se ainda no PNE (2014), a ampliação da oferta da Educação Integral, a qual deve
ser ofertada, na Educação Básica, atendendo às escolas do campo, comunidades indígenas,
quilombolas, garantindo também sua oferta para pessoas com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na faixa etária dos 4 aos 17 anos.
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Ainda, como estratégia de efetivação da Educação Integral, o PNE (2014) reforça como
dever dos entes federados, em regime de colaboração, a realização de construção de escolas de
padrão arquitetônico, mobiliário e espaços, pedagógicos, culturais, esportivos e tecnológicos
adequados, priorizando as comunidades pobres e que possuam crianças em situação de
vulnerabilidade.
Assim, aponta-se que a temática, em estudo figura desde a Constituição Federal de 1988
como um direito social, o qual vem se legitimando tomando forma com o ECA (1990), LDB
(1996) e o PNE (2001, 2014) tendo a ampliação do tempo como condição para a realização da
Educação Integral.
Outro avanço diz respeito a delimitação do quantitativo mínimo de sete horas diárias para
a escola de Tempo Integral e o regime de colaboração para construção de escolas com padrão
arquitetônico e de mobiliário adequado para atendimento em Tempo Integral.
Ressalta-se ainda que a Educação Integral de Tempo Integral vem também se situando
com um viés assistencial e de proteção à criança e adolescente, quando, ao encontro da
Constituição Federal a qual rege que “todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer
natureza [...]” (BRASIL, 1988), prioriza comunidades pobres ou com crianças em situação de
vulnerabilidade social. Para além do caráter assistencial presente, a legislação aponta também
para um caráter intersetorial entre as instituições, na sociedade, que deve estar presente, na
organização da Educação Integral de Tempo Integral, no Brasil.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No que diz respeito aos aspectos legais referente à educação integral, no Brasil, observou-
se que a Constituição Federal (1988), a LDB (1996), o ECA (1990) e o PNE (2011, 2014), se
mostram como ordenamentos jurídicos que somam força, no sentido de estabelecerem
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Porém, entende-se que a legislação, ao assegurar tão somente a ampliação do tempo não
consiste, em um indicador de qualidade da proposta de educação em tempo integral, sendo
importante e necessário que o tempo integral seja colocado, em pauta por todos os responsáveis
pela educação, no sentido de dar oferta de um tempo enriquecido pelas atividades pedagógicas
que propiciem, ao educando se desenvolver, nos aspectos cognitivo, cultural, afetivo,
emocional, dentre outros.
4. REFERÊNCIAS
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