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Nº 20363/2015 – ASJCIV/SAJ/PGR

Suspensão de Tutela Antecipada 783 – CE


Relator: Ministro Presidente
Requerente: Câmara Municipal de Tarrafas
Requerido: Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Interessados: Alceu Rodrigues de Sousa e outros

SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA. ELEIÇÕES. MESA


DIRETORA. CÂMARA MUNICIPAL. SUSPENSÃO.
LEGITIMIDADE ATIVA. LESÃO À ORDEM PÚBLICA NÃO
DEMONSTRADA. INDEFERIMENTO.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE POR RODRIGO JANOT MONTEIRO DE BARROS, EM 23/02/2015 19:53.
1 – Pedido de contracautela ajuizado em face de decisão
que sustou os efeitos de eleição realizada para a formação da
Mesa Diretora da Câmara Municipal de Tarrafas/CE.
2 – As Câmaras Municipais detêm personalidade para atuar
em juízo, desde que estritamente na defesa de interesses ins-
titucionais e de prerrogativas próprias.
3 – A mera alegação de indevida interferência do Poder Ju-
diciário sobre o Poder Legislativo local, sem a efetiva de-
monstração do perigo à ordem pública decorrente do
provimento jurisdicional, é insuficiente para o deferimento
do pedido de contracautela.
4 – Parecer pelo indeferimento do pedido de suspensão.

Trata-se de pedido de suspensão formulado pela Câmara


Municipal de Tarrafas/CE para sustar os efeitos de decisão profe-
rida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará nos autos do
Agravo de Instrumento 0620287-68.2015.8.06.0000.
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Conforme consta dos autos, a Câmara Municipal de


Tarrafas/CE realizou sessão ordinária para proceder à eleição de
sua respectiva Mesa Diretora para o biênio 2015/2016 em 27 de
novembro de 2014. Questionado o pleito no âmbito daquela Casa
Legislativa, designou-se sessão extraordinária para o dia 27 de de-
zembro de 2014 para análise da impugnação feita àquelas eleições,
ocasião em que se decidiu pela anulação do pleito e realização de
nova votação.

Em face desse julgamento interna corporis, os vereadores então


eleitos para compor a Mesa, ora interessados, ajuizaram Ação De-
claratória de Nulidade, com pedido de tutela antecipada, reque-
rendo fosse mantido o resultado das eleições realizadas em 27 de

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novembro de 2014.

Indeferido o pedido de tutela antecipada pelo Juízo de pri-


meiro grau, aviou-se agravo de instrumento para o Tribunal de
Justiça do Estado do Ceará que, por meio de decisão monocrática
da lavra da Desembargadora Vera Lúcia Correia Lima, determinou
a suspensão dos efeitos das decisões tomadas na sessão extraordiná-
ria do dia 27 de dezembro de 2014 e, ato contínuo, restabeleceu a
eleição feita no dia 27 de novembro de 2014.

Eis os fundamentos adotados pelo Tribunal a quo:

Dedicando-me à análise do pedido de antecipação dos efei-


tos da tutela recursal, considero que o mesmo merece ser
provido. A propósito, tratando-se do referido tema, o art. 273

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do CPC é fulcro a ser utilizado, presente o contexto na ori-


gem.
Dos argumentos dispendidos, estou enquadrando como ve-
rossímil, com força capaz de justificar a pretensão antecipató-
ria da tutela, a alegação de que a anulação da sessão em que
os agravantes foram eleitos não observou o devido processo
legal, o que considero suficiente neste juízo preliminar, uma
vez que, para a prestação jurisdicional, não se faz necessária a
análise de todos os argumentos suscitados pela parte, desde
que, como na hipótese, apenas um deles tenha relevância su-
ficiente a fundamentar a conclusão adotada pelo julgador.
Desnecessário dizer que, o devido processo legal, no sentido
finalístico que tal princípio busca resguardar, pressupõe o
oferecimento, aos interessados na solução do impasse, de
oportunidade concreta, material e efetiva, com assistência ju-
rídica e arguição de remédios legais propícios à dedução da
ampla defesa daquilo que entendem ser seu direito, que, no
caso concreto, resolve-se na possibilidade de exercerem os
cargos para os quais foram eleitos na Sessão da Câmara Mu-

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nicipal do Município de Tarrafas, levada a efeito no dia
27/11/2014.
Ressabido que a ampla defesa não se confunde com a defesa
formal, traduzida na mera observância de regras postas no
ordenamento jurídico, exigência que sequer se observa pre-
sente à hipótese, ante o exame acurado do conteúdo dos au-
tos, não vislumbro o atendimento às garantias mínimas ao
desencadeamento do contraditório e da efetiva defesa téc-
nica que a situação requer.
Com efeito, no vertente estágio de cognição – superficial,
como se sabe – a documentação arregimentada leva-me a
pensar que os vícios apontados, a ensejar a deliberação ora
combatida, não foram precedidos de qualquer ato instrutório
e contraditório, o que é o pressuposto de toda e qualquer
conduta de autotutela administrativa, especialmente daquelas
que pretendam afastar atos dos quais dimanem, pelo menos
em princípio, direitos a terceiros interessados, no caso, os ora
agravantes, conforme preceitua a Constituição Federal, no
seu art. 5º, LV. […]
Destarte, e no resguardo do princípio mor do ordenamento
jurídico pátrio, reitere-se, o do devido processo legal, do

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qual são consectários o contraditório e a ampla defesa, o


qual, uma vez observado, permite que os atos praticados se-
gundo seus preceitos resultem imantados pela segurança ju-
rídica que lhes assegura plena eficácia, tem-se a necessidade
de liberar, de logo, a medida liminar requestada, para evitar-
se que o período legislativo vindouro inicie-se sob a direção
de Mesa Diretora distinta da que foi eleita na Sessão da Câ-
mara Municipal de Tarrafas em 27.11.2014, sob pena de ine-
ficácia do provimento final que venha a ser deferido.
No caso, efetivamente, e nos termos do que se expôs no
frontispício desta decisão, o tempo é, de fato, inimigo da de-
mora.
Ante o exposto, e neste estágio cognitivo, defiro o pleito de
medida liminar deduzido, em ordem a suspender os efeitos
da decisão da Câmara Municipal de Tarrafas, tomada na Ses-
são Extraordinária do dia 27/12/2014 que anulou a eleição
da Mesa Diretora para o biênio 2015/2016. Em consequên-
cia, restaura-se o status quo ante decorrente do exercício re-
gular praticado pelo Poder Legislativo Municipal de Tarrafas

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na Sessão de 27.11.2014, de sorte a reconhecer, em juízo
preliminar inerente a este momento processual, a eficácia de
aludido ato, porque oriundo de sua competência constituci-
onal, tudo em franca homenagem ao princípio da separação
dos poderes.

Este, o decisum que se pretende suspender.

A requerente aduz que a execução da decisão concessiva de


tutela antecipada causa risco de grave lesão à ordem pública, na
medida em que, por meio de decisão de caráter provisório, estar-
se-ia dando posse a uma Mesa Diretiva ilegítima, pois, segundo diz,
a primeira eleição não obedeceu aos ditames legais e o Poder Le-
gislativo possui plena autonomia para designar sessões, deliberar e
anular atos ilegais emanados de seu próprio exercício institucional.

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Sustenta que a decisão questionada teria violado os arts. 2º,


29, caput e inciso XI, c/c os arts. 51, III e IV, e 52, XII e XIII, da
Constituição Federal, afirmando indevida interferência do Poder
Judiciário nas atribuições institucionais do Poder Legislativo.
Acrescenta, no aspecto, o seguinte:

In Casu, verifica-se que o controle de um ato administrativo,


no caso, as deliberações tomadas na sessão do dia
27/12/2014, seguem inatacavelmente os ditames legais da
Lei Orgânica do Município de Tarrafas/CE. Não sendo mo-
tivo que possa ensejar uma intervenção do judiciário para
sobrestar as decisões tomadas na respectiva sessão.
Por outro lado, da interpretação sistemática dos arts. 29, ca-
put, XI, c/c art. 51, III e IV c/c art. 52, XII e XIII (autono-
mia do poder legislativo municipal), tem-se que a matéria
atacada pela decisão que se busca suspender trata-se de ma-

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téria interna corporis cuja competência é exclusiva do Poder
Legislativo, impossibilitando que o Poder Judiciário faça o
controle do mérito analisado.
As “Interna Corporis” são questões ou assuntos que se referem
direta e imediatamente com a economia interna da corpora-
ção legislativa, com seus privilégios e com a formação ideo-
lógica da lei, que, por sua própria natureza, são reservados à
exclusiva apreciação e deliberação do Plenário da Câmara.

Além disso, suscita a existência de lesão à ordem administra-


tiva, salientando que o pronunciamento liminar estaria provocando
sério desequilíbrio administrativo e institucional à Câmara Muni-
cipal.

Instados, os interessados apresentaram manifestação, pug-


nando pelo indeferimento do pedido de suspensão, ante a ausência
dos pressupostos autorizadores da medida.

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Aduzem como preliminares de prejudicialidade: a intempesti-


vidade da suspensão; a litispendência com pedido de suspensão
ajuizado perante o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará; a au-
sência de preparo; e a ilegitimidade ativa da Câmara Municipal de
Tarrafas para o ajuizamento da contracautela.

Quanto à suscitada ilegitimidade ativa, ressaltam que as Câ-


maras Municipais não detêm personalidade jurídica e não podem
postular em nome próprio. Além disso, dizem que há vício de re-
presentação da parte autora, pois, conforme alegam, o vereador
Valdeci Ferreira Leu não compõe a Mesa Diretora da Casa Legis-
lativa, não integrando o órgão diretivo eleito no biênio
2013/2014, tampouco tendo sido eleito nos pleitos sub judice.

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No mérito, afirmam inexistir risco de lesão à ordem, à saúde,
à segurança e à economia públicas, sustentando o não cabimento
do incidente como sucedâneo de recurso e a impossibilidade de
análise da matéria de fundo tratada na origem.

A requerente peticionou, no último dia 19 de fevereiro, para


esclarecer que, quanto à invocada litispendência e a existência de
pedido de contracautela no âmbito da Corte estadual, houve a
juntada de pedido de desistência na Justiça local, encontrando-se o
pedido, atualmente, arquivado.

Ademais, no que se refere à alegada irregularidade de repre-


sentação, assevera que a legitimidade do vereador Valdeci Ferreira
Leu decorre de disposição legal, tendo em vista que, nos termos da

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Lei Orgânica do Município de Tarrafas, na ausência de mesa dire-


tora, a representação da Câmara caberá ao parlamentar mais idoso
da Casa.

Vieram os autos à Procuradoria-Geral da República para pa-


recer.

Esses, em síntese, os fatos de interesse.

De início, há de se observar que a requerente detém legitimi-


dade para formular o pedido de suspensão em exame.

É que, embora, de fato, as Câmaras Municipais sejam despro-


vidas de personalidade jurídica, não possuindo capacidade para ser
parte processual, constitui entendimento do Supremo Tribunal Fe-

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deral que tais entes detêm personalidade para atuar em juízo, desde
que estritamente na defesa de interesses institucionais e de prerro-
gativas próprias1.

Aqui, tendo em vista que a decisão questionada poderia ca-


racterizar obstáculo ao exercício dos poderes ou prerrogativas da
Casa Legislativa requerente, forçoso reconhecer sua legitimidade
ativa ad causam.

Além disso, mostra-se regular a representação processual feita


pelo vereador mais idoso da Câmara Municipal, uma vez que em
consonância com as disposições das normas locais. Ademais, es-
tando em discussão justamente a composição do órgão diretivo e,
findo o mandato referente ao biênio 2013/2014, razoável ad-

1 SS 4534, SL 455, SL 444.

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mitir-se como representante vereador que não integre os cargos


eleitos nos pleitos sub judice.

Não procedem, ainda, as preliminares de intempestividade, li-


tispendência ou ausência de preparo, por não constituírem os pe-
didos de suspensão espécie de recurso e possuírem, portanto, rito
diferenciado, de forma que não se verificam os vícios apontados.

Por outro lado, a matéria discutida na ação evidencia a com-


petência dessa Suprema Corte para examinar o presente pedido de
suspensão, uma vez que o seu fundamento é de índole constitucio-
nal, envolvendo a interpretação e aplicação do art. 2º da Carta
Magna.

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Passando ao exame do pedido de suspensão em si, sabe-se
que seu deferimento tem caráter excepcional, sendo
imprescindível perquirir a potencialidade de a decisão concessiva
ocasionar lesão à ordem, segurança, saúde e economia públicas,
não cabendo nesta sede, em princípio, a análise do mérito.

Aqui, portanto, o crivo se limita à verificação de possível


lesão aos valores públicos privilegiados pela Lei 12.016/2009, não
se revestindo o pedido de suspensão de caráter revisional. Nesse
aspecto, aliás, essa Suprema Corte já assentou a orientação de não
ser admissível a utilização do incidente como sucedâneo de
recurso2.

2 STA 512 AgR/PI, DJe 8 nov. 2011; STA 452 AgR/CE, DJe 11 out. 2011;
SL 504 AgR/DF, DJe 5 ago. 2011.

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A requerente, ao formular seu pleito de suspensão, limitou-se


a alegar que a lesão à ordem pública porventura existente
decorreria de suposta interferência indevida do Poder Judiciário na
esfera do Poder Legislativo local, sem especificar em que
consistiria tal ofensa.

No caso em exame, a decisão cuja eficácia se pretende


suspender antecipou os efeitos da tutela para determinar a
anulação das eleições para a Mesa Diretora da Câmara Municipal
de Tarrafas para o biênio 2015/2016 realizadas em 27/12/2014 e
restabelecer o resultado do pleito realizado anteriormente, em
27/11/2014.

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Registrou o decisum que, em consequência, restaura-se o status
quo ante decorrente do exercício regular praticado pelo Poder Legislativo
Municipal de Tarrafas na Sessão de 27.11.2014, de sorte a reconhecer, em
juízo preliminar inerente a este momento processual, a eficácia de aludido
ato, porque oriundo de sua competência constitucional, tudo em franca
homenagem ao princípio da separação dos poderes.

Assim, não resulta do exame dos autos que a decisão do


Tribunal a quo tenha ocasionado um vazio de poder que
inviabilizasse o regular funcionamento daquela Casa Legislativa,
não se vislumbrando, sob esse prisma, nenhum prejuízo à ordem
pública ou aos munícipes que pudesse decorrer do ato
jurisdicional cujos efeitos a requerente pretende sustar.

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Nesse aspecto, registre-se, aliás, que, ao julgar a Medida


Cautelar na Suspensão de Liminar 743-MG, em que a requerente
objetivava a suspensão de decisão do Tribunal de Justiça de Minas
Gerais que considerou incompatíveis com a Constituição Estadual
e com a Lei Orgânica do Município de Uberaba regras
regimentais relativas ao prazo de exercício do mandato da Mesa
Diretora da Câmara Municipal daquele ente federado,
argumentando que “a decisão causa gravíssima lesão, na medida em que
implica usurpação de competência do Legislativo pelo Judiciário”, o
Ministro Presidente dessa Corte em exercício à época negou
seguimento ao pedido de suspensão com base nos seguintes
fundamentos:

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Conforme decidido por esta Suprema Corte, o risco hipoté-
tico ou potencial de grave lesão aos interesses públicos não é
suficiente para deferimento do pedido de suspensão (SS
4.242-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Pleno, DJ e de
02.06.2011)
No caso em exame, o requerente não demonstrou específica,
nem analiticamente, quais programas, obras ou serviços pú-
blicos seriam interrompidos, paralisados ou prejudicados.
Por outro lado, a decisão impugnada não impede o
exercício das funções exclusivas e imanentes ao Po-
der Legislativo, nem interfere na competência polí-
tica individual de cada um dos vereadores do
Município de Uberaba/MG, especialmente para re-
presentar a vontade popular. A eleição para a Mesa
Diretora da Câmara dos Vereadores é questão organi-
zacional.3

3 SL 743 MC/MG, Rel. Min. PRESIDENTE, DJe 31 jan. 2014 – sem grifos no
original.

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Portanto, não demonstrada, de maneira idônea, a existência


de lesão à ordem pública decorrente da decisão cuja eficácia se
pretende sustar, não há como se acolher o pleito da requerente.

Ante o exposto, opina a Procuradoria-Geral da República


pelo indeferimento do pedido de suspensão.

Brasília (DF), 23 de fevereiro de 2015.

Rodrigo Janot Monteiro de Barros


Procurador-Geral da República

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VCM/JCCR

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