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DE INTEGRAÇÃO E DE ESCOPO DE
UM PROJETO
Professor:
Dr. Antonio Carlos Pacagnella Jr
DIREÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Apresentar a área de gerenciamento de integração em projetos.
•• Apresentar a área de gerenciamento de escopo em projetos.
•• Discutir a relevância das áreas de integração e escopo para o sucesso do
projeto.
•• Formar visão crítica no aluno quanto às áreas de gerenciamento de integração
e escopo.
•• Fornecer ao aluno uma base conceitual-teórica que servirá de alicerce para
os capítulos posteriores.
PLANO DE ESTUDO
Caro(a) aluno(a), neste encontro, iremos abordar duas das áreas mais importantes
dentro do gerenciamento de projetos: o gerenciamento de integração e o
gerenciamento do escopo.
Iniciaremos, conceituando a integração nos projetos e como ela acontece
nos grupos de processos ao longo do seu ciclo de vida, depois, veremos que é
nessa área de conhecimento em que são produzidos alguns dos documentos
mais valiosos do projeto, o termo de abertura e o plano de gerenciamento de
projetos. Como poderá ser visto, o gerenciamento de integração é a montagem
do grande “quebra cabeças”, que é um projeto e, é, certamente, a área em que
o gerente mais atua.
Em um segundo momento, iremos abordar o escopo do projeto, analisando
como ele deve ser gerenciado, seus impactos em outras áreas como o
gerenciamento de tempo, o gerenciamento de custos, o gerenciamento de
qualidade e o gerenciamento de riscos.
Também será abordada a diferença entre escopo do produto e escopo
do projeto, as formas de coletar requisitos e a enorme importância que eles
têm para o projeto e a criação da Estrutura Analítica de Projeto (EAP), também
conhecida como Work Breakdown Structure (WBS), ferramenta indispensável
para realizar o planejamento do projeto.
Neste estudo, também, serão abordadas as principais dificuldades encontradas
quando se trabalha com o gerenciamento dessas duas áreas de conhecimento,
buscando prepará-los para enfrentar possíveis situações adversas que os gerentes
de projeto enfrentam no seu dia a dia.
Por fim, nesta aula, também, serão apresentados os templates e as sugestões
sobre como elaborar os documentos fundamentais dessas áreas e exercícios
de fixação para você ampliar seu aprendizado.
A esta hora você deve estar curioso(a) para iniciar a leitura desta aula, assim,
vamos às aulas!
introdução
O QUE É INTEGRAÇÃO?
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Com certeza, em alguma oportunidade você tenha visto na televisão, ou talvez até
possivelmente esteve envolvido com algum tipo de projeto muito grande, como
a construção de um navio ou de uma obra civil de grande porte. Você pode ter
se perguntado como acontece a montagem do grande “quebra-cabeças”, que é a
coordenação do trabalho do projeto e é exatamente isso que se chama integração.
O gerenciamento de integração consiste em garantir que todas as demais
áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos (gerenciamento de
escopo, gerenciamento de tempo, gerenciamento de custos, gerenciamento de
recursos humanos, gerenciamento de qualidade, gerenciamento de comunicações,
gerenciamento de riscos, gerenciamento de aquisições e gerenciamento de partes
interessadas) estejam integradas, de forma concisa, e coordenada, tendo como
proposta estruturar o trabalho do projeto para que ele atenda às necessidades de
todas as partes envolvidas.
Também pode-se dizer que a integração está relacionada com a consolidação do
trabalho, unificando-o com ações integradoras que permitam atender os requisitos
do projeto, atingir o sucesso e atender às expectativas dos stakeholders.
atenção
O gerenciamento de integração é, provavelmente, a área de conhecimentos
que mais demanda esforço do gerente de projeto e sua competência em
orientar e consolidar o trabalho do projeto fará toda a diferença em seu
desempenho.
Fonte: o autor.
A despeito de sua relevância, essa área, muitas vezes, é deixada de lado em alguns
momentos (principalmente em empresas pouco maduras em gerenciamento de
projetos) e isso pode levar a resultados abaixo do esperado em termos de desempenho.
Por fim, é preciso ressaltar que o próprio trabalho, que, diariamente, é feito pelo
gerente de projeto e pela sua equipe de gerenciamento, é relacionado à área de
integração, mostrando o quê e como deve ser executado em termos de atividades
de trabalho, além de observar, considerando o que foi planejado, eventuais correções
que devam ser realizadas.
saiba mais
Uma pedra preciosa pode ser lapidada de certa maneira permitindo
visualizar cada aspecto que possui. A luz refratada destaca o brilho e a suave
interconectividade da pedra; e, você provavelmente gostaria do mesmo para
o seu projeto – a oportunidade de olhar profundamente dentro do projeto
e ver o quanto ele está interconectado e/ou onde as inclusões tradicionais
deveriam existir. O Project Management Institute disponibiliza um artigo
que discute a relevância da integração em um projeto, comparando-a a
uma pedra preciosa.
Para saber mais sobre a matéria, acesse: <https://brasil.pmi.org/brazil/
KnowledgeCenter/Articles/~/media/BE24A82B59494E23B178A5458912C013
.ashx>.
A IMPORTÂNCIA
DA INTEGRAÇÃO
EM UM PROJETO
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saiba mais
Na orientação do trabalho do projeto realizado no gerenciamento de
integração, um aspecto muito importante é que o gerente de projeto exerça
liderança sobre sua equipe, motivando-a e tornando-a mais produtiva.
Para compreender mais sobre o assunto, leia: <https://brasil.pmi.org/brazil/
KnowledgeCenter/Articles/Lideranca.aspx>.
Fonte: adaptado de Wilson, B. e Harmon, J. (2011, online).
atenção
Embora a área de gerenciamento de integração em projetos, como já
argumentado, seja de suma relevância para seu sucesso, ela é uma área
que depende, fortemente, do trabalho realizado nas outras áreas. Assim,
para que de fato o projeto seja bem sucedido, deve haver harmonia entre
todas as atividades realizadas no projeto. Compare a área de integração
como um maestro que rege a orquestra. Se o maestro for ruim, é claro que a
orquestra não terá um bom desempenho, mas, por outro lado, se os músicos
não forem capazes de cumprir seu papel, mesmo um maestro muito bom
não irá conseguir melhorar o som da orquestra.
Fonte: o autor.
O QUE É ESCOPO?
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atenção
A clara definição de escopo em um projeto traz impactos diretos no
cronograma, nos custos e nas entregas do projeto, além disso, reduz,
significativamente, a motivação da equipe, gerando como consequência
grande perda de produtividade.
Fonte: o autor.
A IMPORTÂNCIA
DO ESCOPO DE
UM PROJETO
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m
s
Cu
po
O triângulo de ferro deve ser visto de forma que a “área” do triângulo é preenchida
pela qualidade, que consiste das expectativas do cliente ou dos stakeholders. Para
conseguir obter essa área na figura geométrica representada pelo triângulo, é
necessário definir o escopo (a base), os custos e o tempo (lados) do projeto, que
ao serem concluídos levarão à qualidade que está no centro. Ou seja, para obter
qualidade é necessário gerenciar o escopo adequadamente, pois essa será a base
para as áreas de gerenciamento de tempo e de custos.
Outro aspecto relevante é que o escopo faz parte da chamada “restrição tripla”
em projetos, que envolve os três lados do triângulo de ferro (escopo, tempo e custos)
e é um termo muito utilizado na área de gerenciamento de projetos para denotar a
importância dessas áreas (cujas especificações devem ser respeitadas no projeto) e
seu relacionamento íntimo.
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saiba mais
Gerenciamento eficaz do escopo do projeto
Mudanças no escopo do projeto podem impactar os custos e o cronograma
do projeto de maneira diferente, dependendo de quando essas mudanças
são implantadas no ciclo de vida do projeto. O Project Management Institute
disponibiliza um artigo que discute a relevância do gerenciamento de escopo
em projetos, e como ele influencia os resultados do projeto.
Para saber mais sobre essa matéria, acesse: <https://brasil.pmi.org/brazil/
KnowledgeCenter/Articles/GerenciamentoDeEscopo.aspx>.
Fonte: Portillo, C. A. (2010, online).
A definição dos requisitos que devem ser atendidos pelo gerenciamento de escopo
pode ser a diferença entre um projeto obter sucesso ou não. Além disso, a inclusão
de itens que não deveriam ser realizados pelo projeto leva ao desperdício de recursos
e de tempo, que podem tornar o projeto inviável financeiramente ou, no melhor dos
cenários, reduzir a margem de lucro que a empresa teria com a sua execução.
Também é importante ressaltar que muitos insucessos em projetos têm ligação
direta com uma pobre especificação e decorrente gerenciamento de escopo. Como
o escopo envolve a definição do trabalho a ser realizado, se este trabalho não for bem
especificado, obviamente recursos serão designados para atividades desnecessárias
ou que agregam pouco valor ao projeto.
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saiba mais
O Sistema Corporativo do CREA-MG é um sistema voltado essencialmente
para funções operacionais, sendo que suas bases de dados não foram
projetadas para o fornecimento de informações gerenciais. A geração e
consolidação de informações para tomada de decisão é hoje um processo
lento, muitas vezes complexo, e que demanda recursos tecnológicos (de
máquina) e humanos (programação) bastante significativos.
Para saber mais sobre um escopo bem definido, acesso o link: <http://
areapublica.confea.org.br/gat/Gestao%20de%20Projetos/Modelos/
Declara%C3%A7%C3%A3o%20de%20Escopo%20-%20exemplo.pdf>.
Como vimos, a área de gerenciamento de escopo é central para o projeto, seja pelos
seus desafios ou pelos impactos que possui em outras áreas e para obtenção de
sucesso, por isso, aprender as ferramentas e as técnicas que permitam conduzi-la de
maneira adequada são de fundamental importância.
atividades de estudo
3. Assinale V ou F:
Embora todas as áreas de conhecimento em projeto sejam importantes para a obtenção de sucesso,
as áreas de gerenciamento de integração e de gerenciamento de escopo ocupam papel central.
Entre os principais destaques desta área estão a criação do termo de abertura (às vezes conhecido
por seu nome em inglês: Project Charter) que inicia formalmente o projeto atribuindo a ele um
gerente, a criação do plano de gerenciamento de projeto que é a “Bíblia”, ou um guia que deve
ser seguido ao longo de sua execução e a orientação e gerenciamento do trabalho do projeto,
que é provavelmente o processo no qual o gerente mais irá investir seu tempo.
Especificamente, sobre esse último processo, destaca-se que irá influenciar significativamente na
motivação da equipe, o que por sua vez irá influenciar na produtividade do trabalho.
Já a área de gerenciamento de escopo é muito relevante porque pode ser considerada o coração
do projeto. Isso ocorre porque o escopo é a definição do trabalho que será realizado para atender
aos requisitos que foram estabelecidos, inicialmente, e uma definição pobre do escopo pode
consumir recursos desnecessariamente e, também, levar a insatisfação das partes interessadas,
além de gerar óbvios impactos em custos e cronograma.
É importante ressaltar que nenhuma dessas áreas atua sozinha em um projeto, elas interagem de
forma significativa e de maneira interdependente com as outras áreas de conhecimento. Por isso,
um bom gerente de projeto deve sim atuar com atenção a essas áreas, mas nunca negligenciar
as outras, pois isso pode levar ao fracasso do projeto.
material complementar
Na Web
Apresentação: Um artigo muito interessante que relata um caso onde foi necessário realizar
um grande trabalho de integração e com escopo complexo é a copa do mundo feminina de
futebol que aconteceu no Chile em 2008. Para realizá-la, diversos aspectos de gerenciamento
de projetos tiveram que ser considerados para que esse grande desafio foi completado com
sucesso.
Link: <https://brasil.pmi.org/brazil/KnowledgeCenter/~/media/C17F112170F34A9687052AC
675999FB5.ashx>.
Apresentação: Este artigo visa discutir os aspectos relevantes relativos aos cinco problemas
mais frequentes nos projetos das organizações no Brasil de acordo com os resultados do
Benchmarking em Gerenciamento de Projetos Brasil – 2010, que teve a participação de 460
organizações públicas e privadas. Os cinco problemas com maior frequência estão associadas
ao gerenciamento do tempo, gerenciamento do escopo, gerenciamento da comunicação
e gerenciamento dos custos. O artigo propõe a utilização de indicadores de monitoração
durante a “vida do projeto”, como instrumento de avaliação contínua.
Link: <http://www.revistagep.org/ojs/index.php/gep/article/view/99>.
referências
COOKE-DAVIES, T. The ‘‘real’’ success factors on projects International Journal of Project Management,
v.20, n.1, p.185–190, 2002. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/
S0263786301000679>. Acesso em 3 mai. 2018.
CREA-MG. Declaração de Escopo. Projeto PDTI Informações Gerenciais. Presidência. Belo Horizonte
- Minas Gerais. Maio/2008.
HELDMAN, K. Gerência de Projetos – fundamentos: um guia prático para quem quer certificação
em gerência de projetos. Tradução de Luciana do Amaral Teixeira. Ed. Elsevier, 2005. 5ª Edição, Rio
de Janeiro.
KERZNER, H. Gestão de Projeto: as Melhores Práticas. Porto Alegre: Ed. Bookman. 2a edição. 2006,
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MULCAHY, R. Preparatório para o Exame de PMP. 7ª ed. São Paulo: RMC editora, 2013.
TERRIBILI FILHO, A. Os Cinco Problemas mais Frequentes nos Projetos das Organizações no Brasil:
Uma Análise Crítica. Revista de Gestão e projetos- Journal of business and projects, v.4, nº2, 2013.
VALLE, A.; SOARES, C.A.; FINOCCHIO, J.; SILVA, L. Fundamentos do Gerenciamento de Projetos.
Rio de Janeiro: FGV Editora, 2010.
VARGAS, R. Manual Prático do Plano de Projeto – Utilizando o PMBOK Guide – 4th Ed. – Brasport
– 4ª Edição, 2009.
WILSON, B.; HARMON, J. Resolvendo conflitos através do equilíbrio entre inquirição e defesa. PMI-
Project Menagement Institute. [Biblioteca Virtual PMI]. Disponível em: https://brasil.pmi.org/
brazil/KnowledgeCenter/Articles/Lideranca.aspx. Acesso em: 22 mar. 2016.
resolução de exercícios
3. d) V, F, V, F.
4. e) Apenas II e III.