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Olinda
2005
MARCELO MAIA RÊGO TOSCANO
Olinda
2005
EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA
Olinda
2005
DEDICATÓRIA
“Podemos enganar a todos por algum tempo, a alguns por todo tempo mas, não a todos por
todo o tempo”
Shopenhauer
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................... ....1
1. EMPREENDEDORISMO......................................................................................................3
1.1. Motivos para empreender....................................................................................................5
1.2. Tipos de negócios.................................................................................................................6
1.3. As oposições ao empreendedorismo....................................................................................9
1.4. Empreendedor ...................................................................................................................11
1.4.1 Perfil do empreendedor....................................................................................................13
RECIFE.....................................................................................................................................31
5. CONCLUSÃO......................................................................................................................41
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................43
ANEXO ....................................................................................................................................46
Palavras-chave:
INTRODUÇÃO
Estimulado pela criatividade ou pela necessidade o brasileiro empreende muitas vezes sem
mortalidade das novas empresas, que na maior parte das vezes não passam dos dois anos de
vida.
para o tema, também o que parece ser empreendedorismo, mas não é, perfil dos
não têm tantos talentos inatos, mas isso não quer dizer que não possam aprender e
desenvolver esses talentos. Esse desenvolvimento é fundamental para todas as pessoas que
surgimento do empreendedorismo e da atenção que muitos paises inclusive o Brasil tem dado
pesquisa de campo que pretende retratar como está o nível de ensino do empreendedorismo
O real objetivo deste trabalho é expor fatores reais por meio de pesquisas junto aos
1. EMPREENDEDORISMO
principais motivadores para as pessoas empreenderem e quais os tipos de negócios que podem
confundido com outras funções, e neste capítulo serão mostradas as diferenças existentes com
principais atributos.
diferentes visões entre estudiosos, porém é Fernando Dolabela (1999a) quem define em
poucas palavras o que todos tentam explicar de maneira diferente, para Dolabela
pessoas. Neste sentido, seu objetivo de estudo não é a empresa, mas o indivíduo
A palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele que
assume riscos e começa algo novo (HISRICH, 2004). Antes de partir para definições mais
empreendedorismo.
O empreendedorismo é ainda não é considerada uma ciência, embora seja uma das
áreas onde mais se pesquisa e se publica. Isso quer dizer que ainda não existem paradigmas,
padrões que possam nos garantir que, a partir de certas circunstâncias, haverá um
por indivíduos que assumem os principais riscos em termos de patrimônio, tempo e/ou
comprometimento com a carreira ou que provêem valor para algum produto ou serviço. O
4
produto ou serviço pode ou não ser novo ou único, mas o valor deve de algum modo ser
práticas e valores das pessoas, ou seja, os empreendedores nascem por influência do meio que
vivem.
nos tempos atuais, “O empreendedorismo é uma revolução silenciosa que será para o século
XXI mais do que a revolução industrial foi para o século XX”. (TIMMONS apud
desenvolvimento econômico e social dos países, pela sua capacidade de geração de emprego,
uma nova oportunidade, e/ou por necessidade. Estes dois fatores são às principais motivações
um novo produto, serviço ou abertura de um novo mercado, ou nicho de mercado ainda pouco
renda.
2003, a taxa de criação de novas empresas por necessidade era de 43% no Brasil, contra 57%
necessidade: hoje, 46% dos empresários montaram negócios por necessidade, enquanto 54%
influenciam o empreendedorismo por necessidade, pois estes têm como única saída à
1.2.Tipos de negócios
próprio negócio, sendo ele uma inovação ou um produto que já existe no mercado, ou dentro
Quando uma pessoa decide abrir um negócio próprio, ela pode optar por quatro formas
como o plano de operações e o plano de marketing, ou seja, o empreendedor que abre uma
desenvolvimento do plano de negócio até como funcionará uma provável expansão das
Uma outra maneira de ter o seu próprio negócio, porém assumindo menos riscos é a
serviços.
franqueador, o dono da marca, é ele que orienta aos empreendedores que adquirem seu
produto, pois já tem a experiência necessária no mercado e auxilia nas tomadas de decisão.
Este, porém enfrenta mais riscos perante o mercado, pois é a sua marca que está em jogo, e
caso uma franquia não tenha um desempenho esperado pode afetar as demais empresas do
conceito empresarial testado, tudo isso minimiza o risco do empreendedor, fazendo com que
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uma franquia seja uma boa opção para pessoas que querem abrir seu próprio negócio, mas não
sabem por onde começar. O primeiro caso de franquia é o da Mc Donald´s em 1954, nos
Neste segundo caso a pessoa que adquire uma franquia para se tornar um
o ambiente de atuação em que a franquia irá atuar, modificar hábitos de consumo do público
têm que ter esta visão da franquia, tem colocar no negócio o seu perfil, a sua criatividade
empreendedora.
licenciamento, definido como acordo entre duas partes no qual uma delas tem o direito de
propriedade sobre alguma informação, processo ou tecnologia protegida por uma patente,
licenciado pague um royalty ou alguma outra soma especificada ao detentor dos direitos de
geralmente vinculam personagens de filmes ou desenho animado aos seus produtos. A Walt
Disney Co., é uma das maiores empresas de licenciamento do mundo, a empresa tem nos
Estados Unidos cerca de 600 licenciados ativos, licenciando por exemplo a empresas de
existentes.(HISRISH, 2004)
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que consiste no empregado de uma empresa que aplica ações empreendedoras dentro da
oportunidades criadas ou desenvolvidas por seus funcionários, pois estão com os objetivos no
lucro em curto prazo, ou tem uma estrutura muito burocrática, inibem muitas vezes a
pedindo demissão para abrir seus próprios negócios. Estes negócios muitas vezes são no
mesmo ramo de atuação da antiga empresa em que o funcionário trabalhava, ele usa o know-
how que adquiriu com tempo de trabalho e usa em favor de seu próprio negócio. (FILION,
1999)
Foi então que algumas corporações começaram a reconhecer esses fatores e decidiram
novos produtos e inovações nos serviços, idealizados por seus funcionários e também no
uma amplo apreço de conhecimento desenvolvido sobre o tema empreendedorismo, nas mais
diversas áreas e mídias, umas confiáveis, e outras, nem tanto. Existem muitas definições e
Com a popularização do assunto muitos estudos foram feitos em cima do tema, mas às
vezes fica difícil definir “empreendedorismo”. Neste caso vamos tentar definir as pessoas que
desenvolvem o empreendedorismo, pois muitas vezes são confundidas. Iremos destacar três
tipos de questionamentos que levem esses personagens ou situações a serem comparadas com
empreendedorismo ou empreendedores:
empreendedor, por outro lado, vai além, constrói uma organização de sucesso com base em
flexibilidade e visão. O empresário que não possui pelo menos metade destas características
não pode ser considerado um empreendedor. Quem abre mais uma padaria ou posto de
gasolina, sem ter vislumbrado uma oportunidade, sem ter construído uma sólida e factível
visão do futuro ou se preparado para toda e qualquer vicissitude que encontrar no caminho,
Franquia: Ainda que seja possível ver um empreendedor conduzindo uma franquia,
acredita-se que a mesma representa um tipo de modelo de negócio que afasta, ou deveria
10
afastar o verdadeiro empreendedor pelo simples motivo que uma franquia limita uma das
características que o empreendedor mais preza: a liberdade. Com maior ou menor grau, todas
as franquias oferecem como benefício àquilo que o empreendedor enxerga como restrição:
experiência de franqueado como uma etapa de seu processo de aprendizado, mas dificilmente
Como já citado antes, o franqueador tem que utilizar ferramentas empreendedoras para
hábitos de consumo, afetar concorrentes, alterar métodos financeiros inserir novos produtos
Herança: Empresas familiares podem ser de dois tipos: Aquelas originadas pelo
empreendedor como fundador e aquelas que foram entregues já constituídas para as gerações
seguintes. Posso afirmar com certa segurança que verdadeiros empreendedores se preocupam
mais com a sustentabilidade do seu negócio no longo prazo do que a lucratividade por si só.
negócios de sucesso criados por mais gerações anteriores. Empreendedores formam (ou
melhor, ‘forjam’) empreendedores para dar continuidade a seus negócios, mesmo que estes
não sucessores diretos, ou sequer familiares. Entretanto, ainda é grande o número que se
dizem empreendedores sem saber que não detém as qualificações que colocaram o fundador à
Além desses existem vários outros tipos de personalidades ou situações que não
características diferentes dos empreendedores gerais. Mais adiante será traçado do perfil do
empreendedor.
1.4. Empreendedor
mudanças. Foi constatado que existiam vários fatores incomuns nas pessoas de sucesso nos
negócios, porém nem todas características encontradas em uma pessoa nos Estados Unidos
DOLABELA, O segredo de Luísa, 1999 p.28). Podem-se citar três correntes básicas da visão
do empreendedorismo mundial:
apud DOLABELA, 1999 p.29). O empreendedor é aquele que conclui as suas idéias e as
O autor Fernando Dolabela, além de concordar com com a afirmação acima acrescenta
que os empreendedores são o ponto de partida dos pesquisadores para o estudo das condições
Esta outra definição deve-se ser citada devido a sua importância, onde, o empreendedor
é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e
serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e
presente.
sociedade. O empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para
destas são desenvolvidas desde cedo, ou seja, na infância ou na adolescência, pois é quando
• Know How
• Sabe fixar metas e alcança-las. Luta contra padrões impostos. Diferencia-se. Tem a
ninchos.
• Tem forte intuição. Como no esporte o que não importa não é o que se sabe, mas o que
se faz.
• Cria situações para obter um feedback sobre o seu comportamento e sabe utilizar tais
As características acima são uma intercessão de vários perfis descritos por diversos
que cria uma empresa, qualquer que seja ela. Pessoa que compra uma empresa e introduz
inovações, assumindo riscos, seja na forma de administrar, vender, fabricar, distribuir, seja na
forma de fazer propaganda de seus produtos e/ou serviços, agregando novos valores.
adicionais.
Podemos ter diferentes modelos de empreendedores, cada região, cidade ou pais tem
sua própria economia, suas leis e seus costumes que influenciam nas características do
2. EVOLUÇAO DO EMPREENDEDORISMO
sobreviver o homem utilizou toda sua criatividade, perseverança e sua capacidade de inovar e
assumir riscos, para manter-se vivo. Neste capítulo vamos traçar o perfil mundial e Brasileiro
de sucessos da atualidade.
Marco Pólo, pois foi ele quem colocou em prática a idéia de navegar explorando uma rota
comercial da Europa para o Oriente. O que tornou Marco Pólo um empreendedor, foi o ato de
assinar um contrato com um homem que possuía dinheiro (hoje mais conhecido como
capitalista) para vender as mercadorias deste. Enquanto o capitalista era alguém que assumia
riscos de forma passiva, Marco Pólo assumia o papel de empreendedor, um aventureiro que
assumia os riscos das viagens que eram muitos, atuava ativamente na atividade, correndo
Mas, empreendedorismo não foi descoberto há tão pouco tempo, se for analisado no
ponto de vista acima de Dornelas (1999). Nestes casos onde é citado o exemplo de Marco
Pólo não desenvolvia o empreendedorismo consciente, ou seja, as pessoas que inovavam eram
sim empreendedoras, porém sem noção dos seus atos, o que é correto afirmar que os homens
necessidade, para sobreviver, eles procuravam novos mercados (eram nômades), eram
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perigo ou não assumir determinados riscos, por exemplo sair das cavernas a noite). Esse
exemplo mostra que em todos os tempos o ser humano foi empreendedor, porém às vezes
Na idade média, o termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que
gerenciava grandes projetos de produção. O empreendedor nesta época não assumia grandes
riscos, pois ele apenas gerenciava os projetos muitas vezes financiados pelo governo dos
paises.
contratual com o governo para realiza algum tipo de serviço ou fornecer produtos. Nesta
época, o governo ficava com uma boa parte do lucro dos empreendedores, muitas vezes os
preços sobre os produtos ou serviços eram prefixados, os lucros eram divididos entre o
Cantillon importante escritor e economista do século XVII foi ele que desenvolveu uma das
termo empreendedorismo. Foi ele que identificou o empreendedor como aquele que assumia
riscos, mesmo sendo fazendeiros, comerciantes ou artesãos, que assumiam riscos, diferente
caso das pesquisas referentes à eletricidade e química, de Thomas Edison, que só foram
gestão de pessoas e principalmente a busca pelo lucro, fez com que as empresas investissem
em administradores para manter a vitalidade das grandes indústrias e empresas, por esses
gerentes. Mas nesta mesma época, muitos estudiosos começaram a estudar o fato de pessoas
que surgiram de pequenas empresas de fundo de quintal para conquistar o mundo, pessoas que
inovando e desenvolvendo formas de disseminar suas idéias, se tornando uma pessoa que
civilizações, das construções das pirâmides do Egito a descoberta dos raios lasers.A partir do
de pessoas que nada sabiam de administrar negócios e acabavam muito ricas, despertou o
1999) mostra alguns exemplos nesse sentido: No final de 1998 o Reino unido publicou um
recursos financeiros e apoio na criação de novas empresas. Para se ter uma idéia, na década de
novas empresas, com ações em três grandes áreas: criar uma sociedade empreendedora,
novas empresas.
uma gama de iniciativas tem sido implementada por meio do Programa de Incubadoras
incubadoras do projeto.
1500. Ao descobrirem o Brasil os portugueses analisavam o que podia ser explorado, ou seja,
(MARCOVITH, 2003)
A partir do momento em que o Brasil deixa de ser colônia, existe uma preocupação
cavalos e charretes como meio de transporte, trens roceiros, tecnologia pouco avançada e o
De acordo uma pesquisa feita por Jacques Marcovith (2003), que retrata a saga do
Em 1880 é que começa a ser descobertos grandes feitos econômicos que mudaram a
sociedade brasileira, é deste ponto que deu inicio as pesquisas do escritor Jacques Marcovitch,
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e nas pesquisas biográfica de cada um deles que se chegou às características incomuns entre
eles, são elas: Flexibilidade para mudar estratégias, extraordinária disposição ao trabalho,
revolucionários daquele tempo: 1880 Francisco de Paula Ramos Azevedo destaca-se como o
grande pioneiro da construção civil em São Paulo; 1885 Júlio Mesquita, conhecido,
sobretudo, como jornalista, é uma dos fundadores de “O Estado de São Paulo” jornal que
circula até os dias atuais; 1889 Silva prado foi o pioneiro na abertura das fronteiras agrícolas
empresário esclarecido. Foi uns dos pioneiros da construção civil; 1900 Francisco Matarazzo,
o conde, surgiu em São Paulo como a imagem do industrial moderno; 1917 Jorge Luís
Gustavo Street, no início do século XX, a contribuiu para a abertura do diálogo com
sindicatos operários; 1939 Leon Feffer foi o pioneiro na fabricação de papel a partir do
eucalipto, árvore aclimatada no Brasil; Nami Jafet despontou no inicio do século, como o
melhorassem a vida coletiva. Assim agiram os homens que ajudaram a forjar o sonho
O Brasil teve grandes avanços nesta década, pois foi no ano de 90 que duas das
brasileiros, ele tem como algumas de suas funções prestarem consultorias a futuros
contribuir para o desenvolvimento econômico do país, além de outros serviços que fazem do
país ao mercado externo, foi por meio de varias ações que proporcionavam a disseminação do
negócio, que eram exigência no desenvolvimento das empresas que faziam parte das
incubadoras.
mundo, as ações que são desenvolvidas em todo país começam a apontar essa direção.
Avançadas) mostram que em 2000 existiam mais 135 incubadoras de empresas, sem
2000) o Brasil aparece como país que possui a melhor relação entre o número de habitantes
adultos que começam um novo negócio e o total da população:1 em cada 8 adultos. Nos
Estados Unidos esta relação é de 1 em cada 10; na Austrália 1 em cada 12; na Alemanha 1 em
cada 25; no Reino Unido 1 em cada 33; na Suécia 1 em cada 50 e na Irlanda e no Japão 1 em
objetivo de sobrevivência e sustento familiar, isso mostra que apesar de ocorrer de forma tão
EMPREENDEDORISMO
intencionalmente a palavra ensino, porque ainda não existe resposta científica sobre a
que superem obstáculos à inovação. Além do mais, as disciplinas devem ter vínculos com o
universidades nos Estados Unidos e na Europa. Muitas dessas universidades oferecem pelo
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muitas coisas em comum, em especial nos cursos iniciais neste campo na área de estudo.
Esses cursos tende a refletir objetivos globais para um curso na área de empreendedorismo.
2004):
áreas mais importantes do campo sejam cobertas nos cursos oferecidos, seja em trimestre,
Isto não significa que a metodologia pretenda que o aluno abra o próprio negócio logo após a
possa incorporar ao seu potencial a opção de geração do auto-emprego e que persiga tal
objetivo durante a sua evolução profissional. Quando ele ou ela irá abrir o seu próprio negócio
disciplina pressupõem uma temporalidade que extrapola o ciclo escolar. O que esta avaliação
irá buscar será quanto o direcionamento profissional do ex-aluno terá sido influenciado pela
disciplina. Não há receitas nem limites de idade para a abertura do próprio negócio. (ROSA,
2005)
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Esta é uma polêmica que esta longe de acabar, existem duas correntes diferentes sobre
empreendedorismo era visto como algo inato, ou seja, algumas pessoas já nasciam com esse
dom e eram predestinadas a fazer negócios de sucesso, e algumas pessoas ainda pensam
assim, que existem pessoas que nunca irão poder ser empreendedores, acreditam que
especialistas acham que é sim possível uma pessoa aprender a empreender, a ter novas visões
do ambiente a sua volta. E neste tópico iremos colocar as duas visões de maneira que fique
faculdade e universidades procuram de formas incessantes por novidades, ou seja, aquilo que
pessoas que estão propensas a estudar o assunto em busca de um sonho. Mas às vezes esse
ensinam outras matérias. Para esse autor é preciso concentrar-se mais no desenvolvimento do
transmissão de conhecimento. Salienta ele, que não se deve esperar que, ao final dos cursos de
empreendedorismo, os alunos estejam prontos para montar seu próprio negócio e sim que
Por outro lado, como já foi dito, a maioria dos especialistas no assunto acreditam que é
proporcionar aos estudantes competências que possibilitem não só a sua inserção no mercado
empreendedores no mundo moderno por ser fundamental prepara pessoas pró-ativas que
aprendam a agir por conta própria, com criatividade, espírito de liderança e visão de futuro,
para o desenvolvimento profissional de qualquer administrador, sendo ele uma pessoa que já
aluno possa conhecer sua real vocação, ter o domínio de si próprio, saber qual perfil
profissional o estudante está propício, sem que gere algum tipo de trauma ou decepção. O que
Sim. Tudo indica que o empreendedor é fruto de uma cultura. Por outro lado, se
existem dúvidas sobre a possibilidade de se ensinar alguém a ser empreendedor, sabe-se que é
possível que alguém aprenda a sê-lo em determinadas circunstâncias que sejam favoráveis ao
auto-aprendizado. Objetivo do ensino é contaminar o aluno, para que ele se torne predisposto
a abrir o seu próprio negócio em algum momento de usa vida e não imediatamente após
ver, não se pode ensinar empreendedorismo com se ensinam outras matérias. Mas o
aqui deve levar o aluno a definir e estruturar contextos e compreender várias etapas
Nossos universitários têm muito talento e idéias geniais. O que falta é uma base sólida,
ainda durante os cursos, para que se sintam seguros de poder tocar uma empresa ou gerencia-
la. Eles contam, muitas vezes apenas com o acolhimento de entidades extra-classe.
Desta forma é correto afirmar que qualquer pessoa pode aprender a características
brasileiras, deram início em meados dos anos 90, nos cursos de ciência da
pois pretendiam levar as empresas de software do país para o mercado externo. Daí surgiu o
SOFTEX juntamente com o SEBRAE que prestava consultoria aos pequenos e micro
empresários.
35% estão à frente de negócios em estágio nascente, ou seja, com menos de 3 meses de vida, e
2004)
tem baixa qualificação acadêmica. Apenas 14% dos empreendedores no Brasil têm formação
per capita (23%). De nota a fragilidade do sistema educacional brasileiro e, por conseqüência,
correlacionando-os com a motivação para empreender, fica evidente que, quanto mais alto for
A comparação, quando feita com os países de alta renda per capita, mostra uma
diferença ainda mais gritante no perfil do empreendedor: 58% dos empreendedores daqueles
países possuem formação superior. Frise-se, ainda, que no Brasil aproximadamente 30% dos
empreendedores identificados não passaram sequer cinco anos pelos bancos escolares,
60% Passaram de
50% 5 a 11 anos na
escola
40%
Estudaram
30% m ais de 11
20% anos
Não passaram
10%
nem 5 anos
0% estudando
As instituições de ensino atentas ao crescimento do interesse pelo tema, vêm cada vez
diversas faculdades e universidades a abrir novos cursos e implantar cadeiras sobre o assunto
de Oliveira não foi avaliada por não ter sido possível entrevistar o responsável pelo curso.
administração.
4.1.Conclusão da pesquisa
em questão representa o cotidiano dos acadêmicos que estão acostumados a tratar dos
A pesquisa revela que 80% das faculdades tem em sua grade curricular a disciplina de
empreendedorismo, com uma carga horária entre 50 a 100 horas durante o curso. Apenas 10%
das instituições têm uma carga horária superior a 100 horas no curso, os outros 10% não tem a
outras matérias. Neste aspecto existe em sua grande maioria, uma preocupação das
instituições de ensino de apresentar aos alunos o tema seja de forma conceitual ou prática.
mais preparados para se inserirem no mundo do trabalho, e de que essas competências podem
ser desenvolvidas em ambiente propício, cabe a universidade e faculdade mais esse papel, o
algumas empresas competentes no assunto, como o Sebrae, a Endeavor, IEL, FIEPE e outras
empresas que tem ou são especialistas no assunto de abertura de micro ou pequenas empresas.
De acordo com a pesquisa, entre os entrevistados 20% não utilizam nenhum tipo de
desenvolvem trabalhos junto com pelo menos uma instituição especializada, sendo
de ensino como parceiras são o Sebrae, o IEL e a FIEPE e as principais atividades são
É interessante estabelecer parceria com estas instituições, pois elas sempre estão
diversos mercados, o que auxilia na hora de uma tomada de decisão. Esses fatores teóricos, e
o poder de agregar aos alunos o conhecimento na prática são interessantes para a formação
assunto na prática, pois o contato com a simulação da realidade o aprendizado torna-se mais
proveitoso. Os estímulos mais comuns são jogos virtuais que refletem a realidade e os
problemas das empresas, a Empresa Jr. que com auxílio de professores os alunos controlam
diversas ações da empresa e Incubadora um espaço para aqueles alunos que se interessam em
desenvolver seus empreendimentos com o suporte oferecido pela incubadora, o que oferece
empreendedoras, e isto deve começar dentro da sala de aula e seguir com programas de que
possibilite o aluno a colocar em prática os conceitos aprendidos na sala de aula. Para isso
sugere-se colocar como prática pedagógica o aprender fazendo, explorar conceitos mais
amplos, relacionando-os com problemas a partir de uma visão multidisciplinar; saber ler e
interpretar o ambiente em sua volta, o que significará maior aprendizado com base na
experiência real.
Desta forma, a pesquisa aborda as ferramentas que são utilizadas nas entidades para
Abaixo segue uma definição extraída do site da Federação das Empresas Juniores do
Estado de São Paulo (FEJESP), que é o conceito mais difundido e aceito pelas Empresas
Juniores brasileiras:
A Empresa Júnior tem a natureza de uma empresa real, com Diretoria Executiva,
Conselho de Administração, estatuto e regimentos próprios, com uma gestão
autônoma em relação à Direção da Faculdade, Centro Acadêmico ou qualquer
outra entidade acadêmica. . (FEJESP, 2001 pg.1)
35
A Empresa Junior tem como objetivo real, desenvolver a visão dos estudantes para o
mundo real dos negócios. É na Empresa Jr. que os alunos começam a ter contato com clientes,
com projetos, prazos e responsabilidade. Todos estes aspectos são proporcionados para o
Muitas dessas empresas, antes mesmo de completar o primeiro ano de vida, transformam-se
em sonhos fracassados.
não sejam desperdiçadas. Ou seja, com a ajuda de uma incubadora de empresas o empresário
e/ou empreendedor pode desenvolver suas potencialidades e fazer sua empresa crescer. Nesse
relacionamentos.
recebe todo o suporte da incubadora, mas não utiliza seu espaço físico. As empresas
empresa selecionada;
2. Espaço físico para uso compartilhado, tais como sala de reunião, auditório, área para
de marketing;
juntamente com os alunos, onde são organizados stands de empresas que tem interesse de
mostrar seus produtos ou serviços, buscar parcerias ou até atrair novos negócios.
Na Feira também é muito comum ter palestras, work shops, e debates sobre diversos
temas do empreendedorismo, o que atrai um bom público, fazendo com que os expositores
O Desafio Sebrae é um jogo de empresas voltado para estudantes de todo Brasil que
estejam cursando o ensino superior e oferecer prêmios como computadores e uma viagem
competição tem como objetivo repassar os conhecimentos da área de negócios para todos
Para a pesquisa estas ferramentas foram escolhidas, pois elas fazem com que o aluno
tenha que resolver problemas que futuramente terão que resolver, são formas de testar o
conhecimento teórico, junto com sua capacidade de administrar e empreender. E é por isso
que as faculdades têm que desenvolver estas ferramentas como mais uma opção do
De acordo com a pesquisa 40% das entidades de ensino do Recife não tem
incubadoras na faculdade nem nenhuma parceria com empresas deste tipo. E 30% das
37
faculdades e universidades têm projetos para ter sua própria incubadora. Apenas 30% das
instituições possuem incubadoras, porém 33,33% estão desativadas por não ter nenhuma
empresa incubada. A conclusão é que apenas 20% das faculdades do Recife possuem
empresas.
As incubadoras são um grande auxílio para os alunos que querem desenvolver seus
próprios negócios e não tem capital para estruturar uma empresa, esta opção que algumas
e empreendimentos.
desenvolvimento das incubadoras, não podemos falar o mesmo da existência das Empresas
Jr., pois 90% das entidades possuem Empresas Jr., e só 10% não possuem esta estrutura.
Porém, a quantidade de trabalhos prestados por essas empresas poderia ter números mais
expressivos.
desenvolvidos pelas empresas é regular, é que 22% das empresas já realizam mais de 20
trabalhos por semestre, 22% realiza entre 10 a 20 trabalhos por semestre, porém mais da
metade 66% realizam menos de 10 trabalhos (algumas, por exemplo, realizam um ou dois
trabalhos por semestre) estes números podem ser maior, basta um pouco mais de
esclarecimento da importância que a Empresa Jr. tem tanto para a instituição (como um
diferencial) como para o aluno que aprende a lhe dar com situações reais.
38
A quantidade de alunos que participam das Empresas Jr. está relacionada diretamente
com a quantidade de projetos desenvolvidos, é que em sua maioria quanto maior a quantidade
de projetos maior o nível de participação dos estudantes, porém em alguns casos existem
divergências, exemplo: uma empresa que tem mais de 20 trabalhos tem de 10 a 15 alunos e
outra que faz menos de 10 tem mais de 15 alunos, porém não foi analisado o tipo de trabalhos
desenvolvido, o que pode ser que influencie. A pesquisa revela que 22% das empresas
grande maioria, 44,44% trabalha com 5 a 10 alunos, e 22,22% trabalha com menos de 5
alunos.
desenvolvem este tipo de ação dentro da instituição e 70% não aderem a esse tipo de ação. O
Desafio Sebrae sé incentivado por 40% das instituições de ensino, e a maioria das instituições
não valorizam este evento importante para o desenvolvimento empreendedor dos alunos, 60%
não incentivam o Desafio Sebrae, que é a maneira mais simples de se conviver com a prática
empresarial e é a que gera menos custos para as entidades de ensino, basta ter um laboratório
As faculdade e universidades devem se preocupar mais com essas ações internas, pois
são elas que preparam os alunos para uma realidade muitas vezes diferentes dos conceitos
aprendidos na sala de aula. É necessário envolver os alunos em atividades que eles trabalhem
os aspectos da emoção, crenças, valores, tomada de decisão, gerenciamento, pois esses fatores
com o tema e quais ações que o coordenador e a instituição tem para o ano de 2005 em
MÉDIA, BOA E ÓTIMA. Com 60%, a maioria dos coordenadores dos cursos de
empreendedorismo na sua entidade de ensino. E apenas 10% acham que sua entidade tem um
nível de prioridade ótima. E os que acham que seu nível de prioridade é bom, teve 30% no
professores, e 90% dos entrevistados responderam que sim, somente 10% não abordaram o
própria escola.
40
Por último o questionário procurou saber dos coordenadores qual o principal foco do
instituição, para qual caminho ele tende a seguir, si pra o intra empreendedorismo, para
administração de Recife, 30% dos cursos incentivam a criação de novas empresas, e 10% só
Podemos concluir que as faculdades e universidades ainda têm uma cultura de formar
gerentes e não empreendedores ou donos do seu próprio negócio. É tanto que a maioria das
instituições tem como objetivo principal desenvolver o espírito empreendedor dentro das
desde o começo do curso, para que a capacidade de cada aluno possa ser identificada e ai sim,
CONCLUSÃO
médio, com aulas de noções gerais e de prática. Nossas escolas falham em capitalizar o
universitários têm muito talento e criatividade, o que falta é a pratica e uma base sólida ainda
durante o curso, para que se sintam seguros em tocar seus próprios negócios e suas idéias.
administrar um já existente.
42
REFERÊNCIAS
princípios. 5.ed. São Paulo: Pioneira, 1998. 378p. (Biblioteca Pioneira de Administração e
Negócios).
Atlas, 1993.
FERREIRA, Ademir Antonio et al. Gestão Empresarial: De Taylor aos nossos dias. São
1999.
44
de 2005.
PEREIRA, Heitor José. Criando o seu próprio negócio: como desenvolver o potencial
Paulo, 2005. Revista: Pequenas Empresas Grandes Negócios, n. 193, Fev. de 2005.
45
ANEXO
□ Sim, o Sebrae.
□ Sim, palestrantes especializados no assunto.
□ Sim, IEL, FIEPE, ou alguma outra instituição.
□ Não.
□ Mais de 15 alunos.
□ Entre 10 e 15 alunos.
□ Entre 5 e 10 alunos.
□ Menos de 5 alunos.
7. Existe algum tipo de incentivo para o desenvolvimento de publicações sobre o
assunto?
□ Sim, monografias.
□ Sim, trabalhos desenvolvidos nas próprias matérias.
□ Sim, publicações em eventos, revistas, sites ou jornais.
□ Não.
□ Ruim.
□ Média.
□ Boa.
□ Ótima.
48
12. Qual ação empreendedora a faculdade irá desenvolver neste ano de 2005?
Curso: ___________________________________________________________