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TEXTO 4
INTRODUÇÃO
Só para lembrar, a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C) se dá com a invasão
dos povos bárbaros. Ana Paula Gomes Mancini (2006), baseada em Piletti e Piletti
(1997), aponta que os principais grupos bárbaros eram: (a) Anglo-saxões - Originários da
região da atual Dinamarca, invadiram a Grã-Bretanha; (b) Francos - Da região próxima à
foz do rio Reno, dominaram a maior parte da Gália; (c) Lombardos - Do norte da
Germânia, seguiram em direção ao sudeste e depois para o norte da Itália; (d) Suevos -
Das margens do mar Báltico se estabeleceram a noroeste da Península Ibérica, ocupando
grande parte do atual território de Portugal; (e) Burgundios - Da Europa central, se
estabeleceram no sudeste da Gália; (f) Vândalos - De origem germânica e eslava,
atravessaram a Gália, a Península Ibérica e o norte da África; (g) Ostrogodos - Da região
da foz do rio Dnieper avançaram para o oeste, até a Itália; (h) Visigodos - Da região
próxima à foz do rio Danúbio, atingiram a Península Balcânica, a Itália, a Gália e
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Texto em versão preliminar sendo produzido como aula 4 para compor o Caderno Didático da disciplina
História da Educação do curso de Licenciatura em Pedagogia na modalidade a distância da UNIRIO/UAB/CEDERJ.
Deverá ser usado única e exclusivamente para as aulas de História da Educação, não devendo ser disponibilizado de
nenhuma forma para outro fim sem minha prévia autorização.
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chegaram a dominar praticamente toda a Península Ibérica. Se você quiser consultar a
obra utilizada por Mancini (2006), a referência completa é a seguinte: PILETTI, Nelson;
PILETTI, Claudino. História e vida: da Pré-História à Idade Média. São Paulo: Ática, 1997.
1. A SOCIEDADE MEDIEVAL
INÍCIO DO VERBETE
Constantinopla – atual Istambul, capital da Turquia (Ásia)
FIM DO VERBETE
INÍCIO DO VERBETE
Renascentista
A expressão renascentista tem origem do termo Renascimento ou Renascença. Movimento
artístico e científico dos séculos XV e XVI que pretendia ser um retorno à Antiguidade Clássica.
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FIM DO VERBETE
Imagem 2
Fonte da imagem:
http://search.creativecommons.org/?q=com%E9rcio&d
erivatives=on&format=Image (Chesterbr)
Como vimos, em 395 da era cristã, ainda na Antiguidade, o Império Romano se divide em
Império do Ocidente e Império do Oriente (ou Império Bizantino).
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Imagem 1. Neste mapa, podemos visualizar uma das primeiras formações do Império Bizantino. Mais tarde,
essa configuração sofrerá muitas modificações, com perdas e novas conquistas de território. Fonte:
http://www.igm.mat.br/homepage/joao_afonso/J.A/aula16.html
O Império Bizantino se expande pela Grécia, Ásia Menor, Oriente Médio, parte da Itália,
norte da África e sul da Espanha. Com o passar do tempo, retomam costumes anteriores
ao Império Bizantino, como o uso da língua grega, por exemplo. No campo religioso, os
imperadores tomam decisões que provocam divergências com a igreja. Em 1054 ocorre o
Cisma do Oriente, quando se cria a Igreja Cristã Ortodoxa Grega. No Cisma do Oriente,
os bizantinos recusaram a autoridade do Papa de Roma e as duas Igrejas se separaram.
Conforme Maria Lucia de Arruda Aranha (2006) há pouca documentação sobre a
educação Bizantina, mas é certo que havia o predomínio do ensino religioso nas escolas,
e os clássicos pagãos eram estudados sem restrições. A meta da educação era a mesma
da Antiguidade – a formação humanista e a preparação de funcionários capacitados para
a administração do Estado. Sobre as escolas superiores destaca-se a Universidade de
Constantinopla, importante centro cultural de 425 a 1453. Por volta do século XV, esse
Império é reduzido a pequenos territórios na Grécia além da cidade de Constantinopla.
Após a conquista turca, o império bizantino entrou em declínio, assim como ocorrera com
o Ocidente no início da Idade Média.
INÍCIO VERBETE
Cisma do Oriente – Cisma = cisão, separação, dissidência religiosa ou política.
FIM VERBETE
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Você estudou no nível médio, nas aulas de história que o modo de produção existente na
Idade Média era assentado no feudalismo, certo? Deve estar se perguntado como ocorreu
a transição do escravismo, modo de produção do período grego-romano, para o
feudalismo, modo de produção instituído na Idade Média, e antes de falarmos da
educação e das escolas é necessário que você entenda isso. No feudalismo o poder
central se enfraquece, no caso, o rei. Na sociedade feudal, aristocrática, o poder é medido
pela quantidade de terras que cada um tem.
Por volta do século V da era cristã, a sociedade ocidental européia passou por várias
mudanças. Com a queda do Império Romano, a sociedade se torna agrária, auto-
suficiente na atividade agrícola e no artesanato caseiro. Isso ocorre devido ao fato de
muitos senhores romanos deixarem suas casas na cidade e irem morar no campo.
Dessas propriedades rurais (burgos) surgem os feudos, que eram propriedades que o
senhor de certos domínios concedia mediante a condição de submissão e prestação de
serviços e rendas. Este nome, feudo, deu origem ao modo de produção que se
disseminou na Idade Média, período histórico que vai do ano de 476 d.C. até o ano de
1453, séc.XV. Muitas pessoas procuraram proteção e trabalho ao lado do castelo dos
senhores feudais. As escolas, o direito romano e as moedas quase desaparecem. No
comércio, predominam os negócios à base de troca.
INÍCIO DO VERBETE
Burgos
Castelo, casa nobre ou mosteiro e suas cercanias, rodeados por muralhas de defesa. Muitas
dessas propriedades se transformaram em cidades.
FIM DO VERBETE
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Imagem 3 - Na Idade Média, a estrutura social beneficiava nobreza e clero. Trabalhadores, até hoje, ficam
na base da pirâmide. Nesse sentido, pouca coisa mudou de lá para cá. Fonte: http://hgp-
recursos.blogspot.com/2008/03/pirmide-dos-grupos-sociais-sculo-xiii.html
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música, “com predominância de temas religiosos. As canções populares e a literatura
lendária contavam as histórias de santos e ensinavam a devoção e o comportamento
cristão ideal” (ARANHA, 2006, p.112).
Diante da forma como a sociedade feudal foi se montando, vejamos agora o porquê de a
Igreja Católica ter se constituído, ao longo dos anos, em um elemento unificador do saber.
Por parte do clero, a Igreja Católica era grande detentora de terras. Além de influência
religiosa conseguiu também influência política. Na sociedade medieval o conhecimento
reconhecido era o da Igreja Católica ou aquele por ela aceito e ligado às ideias divinas.
Caso contrário, toda forma de conhecimento era considerada heresia. O conhecimento
era como um instrumento utilizado para a conversão dos bárbaros e hereges à fé cristã.
Aliada a isso, estava a possibilidade de domínio e detenção dos bens econômicos e
posse de terras.
Apesar dos conflitos e das heresias, a herança cultural greco-latina foi guardada nos
mosteiros que tinham, desta maneira, o monopólio da ciência e da cultura medieval.
Nesta nova concepção de mundo os monges eram os letrados.
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INÍCIO DO BOXE EXPLICATIVO
Mosteiros e monges
Imagem 4
Fonte da imagem:
http://www.flickr.com/photos/aamaianos/38360
42065/.
Veja agora como se dava a transmissão do saber neste período marcado pela
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instauração da fé católica. Lembramos que estamos começando os estudos sobre a
educação na Idade Média que continuará no próximo texto intitulado: Educação no
ocidente cristão medieval: o papel das universidades.
Na passagem da concepção pagã de mundo para a concepção cristã era preciso prevenir
os desvios da fé. Estudiosos começaram a adaptar o pensamento grego à concepção
cristã. Na luta contra os pagãos e no trabalho de conversão, fazia-se necessário
demonstrar que a fé não contrariava a razão. O ponto de partida era sempre a verdade
revelada por Deus, a autoridade indiscutível do texto sagrado. Embora a fé fosse
considerada mais importante, e a razão apenas seu instrumento, impôs-se uma
sistematização, conhecida como “filosofia cristã”, que se estendeu por dois grandes
períodos:
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INÍCIO DO BOXE EXPLICATIVO
Filosofia de Platão
Platão começa explicando o conhecimento através da alegoria da
caverna, propondo em seguida a teoria da reminiscência. Nesta teoria,
a alma teria contemplado as essências no mundo das ideias antes da
vida presente. Assim, os sentidos seriam ocasião das lembranças e
não a fonte do conhecimento, não algo que pudesse ser simplesmente
consultado para daí se retirar alguma noção do mundo, mas algo que
deveria ser rememorado, pois tudo já teria passado antes por eles.
(ARANHA, 2006). Você saberá mais sobre esse filósofo e seu
pensamento nas aulas de Educação e Filosofia. Se você quiser
conhecer a alegoria da caverna indicamos PLATÃO. A república. Livro
VII. Apresentação e comentários de Bernard Piettre; tradução de Elza
Moreira Marcelina. 2ª ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília,
1996.
Busto de Platão
Imagem 5
FIM DO BOXE EXPLICATIVO
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Aurélio Agostinho (354 a 430 d.C.) pertenceu à seita persa dos maniqueus, do final da
Antiguidade. Para eles o mundo era dividido entre o bem e o mal. Santo Agostinho se
preocupou com a origem do mal. Antes de se converter ao cristianismo também foi
influenciado pela filosofia estóica que contestava uma divisão rígida entre o bem e o mal.
Antes da conversão vivia em crise existencial. Deu aulas de retórica em Tagasta, Roma e
Milão, onde entrou em contato com o neoplatonismo. Ao converter-se ao cristianismo,
dedicou-se à elaboração da filosofia cristã. Escreveu, entre outras obras, A cidade de
Deus e Confissões. Sobre educação escreveu De Magistro (Do Mestre), obra na qual
dialoga com seu filho, Adeodato, de 16 anos. Você saberá mais sobre Santo Agostinho e
sua teoria do conhecimento nas aulas de Educação e Filosofia.
Santo Agostinho viveu o conflito de ter sido criado dentro da pedagogia pagã e a
necessidade de adaptá-la às novas necessidades que a ela se colocava da construção de
uma nova fé – a cristã. Desta forma, em Agostinho o conflito foi resolvido, fazendo da
cultura clássica um instrumento de adaptação às novas ideias. Assim, influenciado pela
filosofia de Platão, Santo Agostinho distingue dois tipos de conhecimento: (a) o que
advém dos sentidos é imperfeito, mutável; (b) e o outro é o perfeito conhecimento das
essências imutáveis Este último provém do pensamento de Platão. Agostinho
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reinterpretou o pensamento platônico à teoria da iluminação. Maria Lúcia de Arruda
Aranha nos ajuda a entender melhor o pensamento agostiniano.
Para Santo Agostinho o homem deveria ser submetido a uma intensa educação religiosa.
Ele defendeu a superioridade da alma humana, a supremacia da alma sobre o corpo e
reconheceu a diferença entre a fé e a razão, pois a fé nos faz acreditar em coisas que
nem sempre podemos entender pela razão. (MANCINI, 2006)
Movimento filosófico desenvolvido no século III por pensadores inspirados nos ensinamentos de
Platão. O Neoplatonismo defendia o universo pagão, ao invés do cristão.
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Imagem 9. Localização do império Carolíngeo
Fonte:http://www.mundovestibular.com.br/articles/4857/1/Origem-e-declinio-do-Imperio-
Carolingio/Paacutegina1.html
Após a queda do Império Romano do Ocidente era necessário unificar a Europa que se
encontrava dividida em vários reinos devido às invasões bárbaras. Entre os vários reinos
se destaca o de Carlos Magno, que para contar com o apoio da igreja se converteu ao
cristianismo. Carlos Magno era rei dos francos.
INÍCIO DO VERBETE
Franco
Conforme o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa o termo franco é relativo aos indivíduos
dos francos, entendido como confederação dos povos germânicos que conquistaram parte da
Gália. No ano 800, Carlos Magno foi sagrado imperador em Roma.
FIM DO VERBETE
A dinastia carolíngia foi entregue a Carlos Magno em 768 iniciando o período conhecido
como renascimento carolíngio, em que mudanças importantes vão surgir. Carlos Magno
foi o monarca responsável pelo apogeu da dominação dos francos na Europa Medieval
formando um vasto território o organizando administrativamente. Neste sentido, dividiu
todos os domínios imperiais em duzentos condados administrados por um nobre e um
bispo.
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Foi rei dos Francos (de 771 a 814), rei dos Lombardos (a partir de 774), e o primeiro
Imperador do Sacro Império Romano (coroado no ano 800), restaurando assim o antigo
Império Romano do Ocidente. Ao assumir o trono em 768, empenhou-se em expandir seus
domínios, anexando o norte da Itália, em mãos dos lombardos, submetendo a Saxônia, a Baviera
e a Bretanha, estabelecendo o controle franco sobre o nordeste da península Ibérica, derrotando
os ávaros e obtendo a submissão de boêmios, morávios e croatas. Dividido o reino em condados,
nas regiões fronteiriças criou as Marcas, sob o controle de um funcionário, o que originou o termo
"marquês". Suas ações favoreceram o desenvolvimento dos poderes jurídico-militares regionais
localizados.
FIM DO BOXE EXPLICATIVO
No ano 800, Carlos Magno foi sagrado imperador em Roma e coroado pelo papa Leão III,
consolidando uma aliança com a Igreja Católica. Como imperador do Sacro Império
Romano-Germânico, coloca-se como um defensor e disseminador da fé cristã pelas terras
dominadas.
INÍCIO DO VERBETE
Império Carolíngio
Esse Império ia dos Pirineus – uma cordilheira no sudoeste da Europa, formando uma fronteira
natural entre França e Espanha – à metade do norte da Itália.
FIM DO VERBETE
Imagem 8
Fonte da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Septem-artes-liberales_Herrad-von-
Landsberg_Hortus-deliciarum_1180.jpg
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mosteiros: uma destinada à formação dos futuros monges e outra destinada à plebe, esta
destinada a familiarizar as massas campesinas com as doutrinas da fé cristã, e assim
mantendo-as dóceis e conformadas.
Por outro lado, havia ainda aqueles que cuidavam da vida espiritual e cultural das abadias
(mosteiros, igrejas). Apesar disso, não se pode deixar de reconhecer que grande parte
dos escritos da Antiguidade chegou até nós graças ao trabalho desses monges copistas.
Em sua evolução, essa educação da qual falamos, mantêm um programa de estudos em
torno das sete artes liberais, focando a gramática latina. Entre os mosteiros se destaca o
dos beneditinos. Em 529, São Bento funda, em Monte Cassino, na Itália, a Ordem
Beneditina, considerada a primeira em importância na Idade Média. Esses monges, os
beneditinos, eram submetidos a uma disciplina rigorosa e se dedicavam ao trabalho
intelectual e manual.
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um bispado ou arcebispado.
No período do renascimento carolíngio, Carlos Magno leva para o seu reino muitos
intelectuais, entre eles o anglo-saxão Alcuíno de York.
A escola palatina, assim chamada porque funcionava ao lado do palácio, era anexada à
corte e funcionava para servir a formação dos filhos e filhas dos nobres, tornando-se
modelo de educação para todos os países da Europa Ocidental (GAL, 1989). Esta escola
representa um movimento de difusão de estudos que visava à reestruturação e fundação
de escolas monacais, de escolas episcopais ou catedrais e de escolas paroquiais.
Distintas das artes mecânicas dos servos, o conteúdo do ensino nessas escolas era o
estudo clássico das sete artes liberais. Diferentes das artes liberais próprias dos homens
livres, as artes mecânicas eram consideradas como arte menor por sua origem no
trabalho dos servos, ligados a trabalhos manuais e pesados.
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INÍCIO DO BOXE EXPLICATIVO
Escolas paroquiais
Imagem 10
Fonte da imagem:
http://www.flickr.com/photos/eltb/3200078551/
(Catedrales e Iglesias)
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ataques e sem forças para combatê-los, cedeu aos vikings o ducado da Normandia,
origem de sua outra denominação, normandos. Em 911, a morte de Luís, o Jovem, marca
o fim do ramo germânico dos carolíngios. Em 987, morre Luis V, o último soberano
carolíngio da França Ocidental. Neste ano é escolhido pelos aristocratas, Hugo Capeto,
Conde de Paris, como rei, assinalando o fim da dinastia carolíngia sobre a França, dando
origem à dinastia capetíngia, que governou o país até o século XIV. Na porção oriental do
império, os duques da Saxônia fundaram o Reino Germânico, organizado por uma
monarquia eletiva.
É fato que:
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Imagem 11. As cruzadas foram gigantescas lutas e genocídios em nome da fé. Ao final, cada cristão morto
simbolizava maior território para a Igreja Católica e a expansão de seu domínio.
Fonte da imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:1099jerusalem.jpg (Capture of Jerusalem
during the First Crusade, 1099, from a medieval manuscript)
INÍCIO DO VERBETE
Cruzadas
Expedição militar de caráter religioso que se fazia naquele período histórico contra hereges e
infiéis, provocando o contato com outros povos.
FIM DO VERBETE
Nas cidades, os servos libertos se ocuparam com diversos ofícios: alfaiate, ferreiro,
boticário, sapateiro, tecelão, marceneiro, entre outras ocupações. Com a expansão do
comércio, o que antes era reservado apenas ao consumo próprio da família amplia-se. O
contato com outros povos, devido às Cruzadas, provoca também o aperfeiçoamento das
técnicas desses trabalhos todos. Dessa forma, organizam-se corporações de ofícios para
regular a produção e as profissões.
Para possuir uma oficina era preciso dispor de dinheiro e provar ser capaz de produzir
uma obra-prima em sua especialidade, através de exames. Se aprovado pela corporação,
o aspirante pagava uma taxa, recebia o título de mestre e a licença para montar o negócio
ou empregar-se. Os aprendizes viviam na casa do mestre e não recebiam e nem
pagavam qualquer valor pelos ensinamentos e pelo trabalho que exerciam na
aprendizagem, porém eram alimentados por ele.
Para saber mais sobre essas corporações de ofício, veja SANTONI RUGIU,
Antonio. Nostalgia do mestre artesão. Tradução de Maria de Lourdes Menon.
Campinas, SP: Autores Associados, 1998. (Coleção memória da educação). O
autor é professor emérito na Universidade de Florença (Itália).
Imagem 12
Fonte da imagem:
http://books.google.com.br/books?id=CSvcrCqI9AQC&printsec=frontcover&source=gb
s_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false
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FIM DO BOXE MULTIMÍDIA
Estando a sociedade medieval organizada dessa maneira, vejamos como se dava a
formação e a educação dos poucos homens e mulheres que podiam estudar.
Até o século X, os senhores feudais recrutavam seus soldados entre os homens livres.
Com o desmoronamento da autoridade monárquica centralizada e a fragmentação dos
reinos em inúmeros ducados e condados (respectivamente, territórios de Duques e de
Condes), recorria-se ao cavaleiro, soldado que possuía cavalo e roupa adequada,
armadura e era habilidoso com as armas.
A cavalaria era uma instituição da nobreza, pois na sociedade feudal, o rei concedia terras
a outros senhores menos poderosos - os cavaleiros que, em troca, lutavam a favor do
rei. Isto não significa que não houvesse entre eles aventureiros e camponeses
enriquecidos. De acordo com os costumes da época, o primogênito herdava as terras e a
seus irmãos restava o caminho do clero ou da cavalaria.
INÍCIO DO VERBETE
Cavaleiro – moço que na Idade Média, sozinho ou acompanhado, “corria terras em busca de
aventuras, a fim de defender os fracos, lutar pela igreja, pela justiça, desagravar damas e
donzelas” etc. (Novo Dicionário Aurélio da Lingua Portuguesa, 1986)
FIM DO VERBETE
Na educação dos cavaleiros a aprendizagem era dividida em duas etapas de acordo com
as idades:
INÍCIO DO VERBETE
Pajem – moço nobre que na Idade Média acompanhava reis, nobres e até damas com o objetivo
de se aperfeiçoar na carreira das armas e nas boas maneiras antes de ser consagrado cavaleiro.
FIM DO VERBETE
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pondo-se a serviço do cavaleiro. Visando estar preparado para a guerra, aprendia a
montar a cavalo, manejar as armas, exercitar-se nas caçadas e nos torneios ou arenas de
combate. Ao lado da preparação física estava a educação social, com assuntos políticos e
também a conquista amorosa. Aprendia ainda a arte dos cantores e dos jograis e da
poesia trovadoresca, que exaltava a beleza feminina. Aos 21 anos, após rigorosas provas
de valentia e destemor, o escudeiro era sagrado cavaleiro em cerimônia de grande pompa
civil e religiosa. Observa-se nesta educação que a atividade intelectual tinha pouca
importância, muitos dos cavaleiros não sabiam ler ou escrever. As principais virtudes do
cavaleiro eram a honra, a fidelidade, a coragem, a fé e a cortesia.
Para Aníbal Ponce (1998), na Idade Média, a nobreza pode ter carecido de escolas, mas
não de educação. No caso da formação dos cavaleiros, o autor a descreve relacionando-a
com um sistema parecido aos dos efebos da nobreza grega. Para que você entenda
melhor essa formação veja nas palavras desse autor como ele descreve essa formação
do cavaleiro que passava por sucessivas iniciações, desde a condição do menino como
pajem, passando a escudeiro, até a sua sagração como cavaleiro.
O jovem nobre vivia sob a tutela materna até os sete anos, ocasião em que
entrava como pajem ao serviço de um cavaleiro amigo. Aos quatorze, era
promovido a escudeiro, e nessa qualidade acompanhava o seu cavaleiro às
guerras, torneios e caçadas. Por volta dos vinte e um anos, era armado
cavaleiro. (PONCE, 1998, p.92)
Não poderíamos concluir este texto, ainda em versão preliminar, sem falar sobre a
educação das mulheres na Idade Média. A Educação formal para elas nas escolas quase
não existia, porém isto não significa que não eram instruídas, pelo menos parte delas. As
meninas que pertenciam a uma classe privilegiada aprendiam a ler e a escrever para
poder administrar uma casa. Com esse objetivo, livros de receitas e algumas obras
literárias eram a leitura recomendada; a aprendizagem de bordar e coser, também se
fazia necessário. As da nobreza estudavam em seus próprios castelos aulas de música,
religião, trabalhos manuais femininos e alguns elementos das artes liberais. As mais
pobres geralmente ficavam em casa e dependiam da mãe para aprender. Muitas dessas
meninas pobres depois de casadas trabalhavam ao lado do marido.
As opiniões sobre a educação feminina eram diversas, alguns defendiam que ficassem
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ignorantes, outros que elas deveriam aprender a ler para estudar os textos sagrados;
outros que fossem instruídas para administrar seus próprios bens e controlar as
despesas.
No caso das meninas burguesas, estas só passaram a ter acesso à educação formal,
quando as cidades se emanciparam e surgiram as escolas seculares. Nos mosteiros, a
educação das meninas acontece a partir do século VI, visando o ingresso na vida
religiosa nas abadias ou nos mosteiros. Naquele momento, a condição da classe social a
que pertencia a menina não importava. A fim de serem educadas e consagradas a Deus,
os mosteiros recebiam meninas de 6 ou 7 anos. O ensino ministrado era o da leitura,
escrita, artesanato, principalmente a arte das miniaturas, e a cópia dos manuscritos.
Não podemos deixar de dizer que alguns estudos nos apontam que, no fim da Idade
Média, por volta do século XIII, independente da classe social a que pertenciam, algumas
mulheres se destacaram nos mosteiros e estudavam latim, grego, filosofia e teologia.
INÍCIO DO VERBETE
Abadia
Circunscrição (divisão territorial) eclesiástica sob a jurisdição de um abade ou abadessa. O termo
pode ser entendido também como um Mosteiro governado por abade ou abadessa.
FIM DO VERBETE
INÍCIO DO VERBETE
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Báculo
Conforme o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa o termo se refere a um bastão com a
extremidade superior arqueada, usado pelos bispos.
FIM DO VERBETE
Régine Pernoud nos informa que através de suas pesquisas, pode perceber que muitas
vezes as mulheres administravam territórios como aldeias paroquiais. Essa pesquisadora
demonstra que encontrou nos Atos Notariais da França documentação comprobatória de
mulheres casadas agindo por si mesma, como por exemplo, dirigindo um negócio ou uma
loja, sem serem obrigadas a apresentar a autorização do marido, exercendo profissões do
tipo professora, médica, boticária, estocadora, tintureira, copista, miniaturista,
encadernadora. (PERNOUD apud MANCINI, 2006). Considerando que uma coisa não
acontece de uma hora para outra, podemos inferir que isso se constituiu em um processo
gradativo, iniciado antes do século XIII.
REFERÊNCIAS
GAL, Roger. História da educação. Tradução Álvaro Cabral. São Paulo: Martins Fortes,
1990. (Universidade hoje)
MANCINI, Ana Paula Gomes. A educação na Idade Média. In. SOUZA, Neusa Maria
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Marques de (org.). História da educação: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna,
Contemporânea. São Paulo: Avercamp, 2006, p.59-78.
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