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AULA 17 - HISTÓRIA DO BRASIL

A primeira década republicana foi considerada a década do caos, houve muita


instabilidade: conflitos, revoltas, crise econômica, crise internacional.
A credibilidade e governabilidade foram resgatadas somente no governo Campos Sales.
Ele conseguiu controlar o parlamento negociando diretamente com os governadores das
províncias – ação que ficou conhecida como política dos governadores ou dos estados.
Campos Sales precisava negociar algo muito impopular que era hipotecar a alfândega
do Rio de Janeiro.
O acordo entre o executivo federal e os estaduais era assimétrico. O executivo pedia
apoio político e em troca oferecia a não-intervenção e o federalismo. Renato Lessa usa o termo
colmeia oligárquica para se referir a esse período.
A base dessa colmeia era o coronelismo. A obra mais famosa sobre esse tema é chamada
Coronelismo, enxada e voto. O coronelismo tinha como foco o município. Tinha como
características principais a coerção, coação e cooptação.
No patrimonialismo, não há dissociação entre o público e o privado. Ao longo da
República, esse modelo persistiu.
O sistema eleitoral era favorável ao indivíduo que controlava o sistema. O conflito entre
os coronéis se dava no nível micro. Essa lógica restringia o conflito à esfera municipal.
O caudilho também era um chefe político, mas ele tinha poder militar. O coronel não
tinha esse poder porque a guarda nacional estava cada vez mais fraca. Os caudilhos rivalizavam
com o poder central; os coronéis se apoiavam nele.
O cangaço foi um fenômeno político típico desse período e acabou só na Era Vargas
devido ao processo de centralização.
A colmeia oligárquica era formada por um acordo assimétrico no topo e pelo
coronelismo na base.
As contestações populares eram, invariavelmente, aplacadas por forte repressão do
Estado oligárquico.
Houve fissuras intra-elites. Em 1910, Minas Gerais se juntou aos gaúchos e elegeram
Hermes da Fonseca, um presidente militar.
Em muitos estados, houve rotatividade oligárquica, mas isso não impactou o governo
federal.
O Pacto de Ouro Fino (1913) formalizou o acordo entre PRP e PRM. Em 1922, houve
uma nova tensão. Rui Barbosa lançou sua campanha civilista com o apoio de São Paulo enquanto
Nilo Peçanha, com apoio do exército, lançou a reação republicana. Ambos perderam. Artur
Bernardes ganhou, mas teve que governar em estado de sitio quase todo o mandato.
Canudos, Contestado e Juazeiro foram movimentos messiânicos. A república oligárquica
foi salva porque o exército foi desmoralizado em Canudos impedindo assim a chance de um
golpe de Estado.
Canudos desarticulou a mão-de-obra local afetando os coronéis.
A Revolta do Contestado envolvia a disputa pelas terras ao redor da ferrovia. Nessa
região, havia o choque de vários interesses distintos: dos proprietários da ferrovia, dos
moradores, dos proprietários das terras anexas à ferrovia.
Padre Cícero foi eleito prefeito de Juazeiro por mais de 20 anos. Nesse período, Hermes
da Fonseca estava fazendo intervenções segundo a lógica salvacionista. Isso gerou a Revolta de
Juazeiro.
O governo Rodrigues Alves e Pereira Passos estavam remodelando o Rio de Janeiro. A
Revolta da Vacina (1904), se deu nesse contexto de modo altamente autoritário. Oswaldo Cruz
implementou uma série de políticas como a captura de ratos e a vacinação da população. Os
juristas eram contra essa última medida por ser uma violação ao corpo, mas a lei foi aprovada.
Alguns autores apontam que a vacinação obrigatória foi a gota d’água em um cenário de grande
insatisfação oriunda do bota abaixo do Pereira Passos.
Os militares da Praia Vermelha se revoltaram o que levou ao fechamento da Academia
Militar.
A Revolta da Chibata (1910) aconteceu no navio Minas Gerais. Os marinheiros disseram
que se os maus-tratos não acabassem, eles bombardeariam a cidade do Rio de Janeiro. Os
deputados de São Paulo tentaram usar a revolta para desestabilizar o governo. A cidade foi
bombardeada. A revolta terminou com um acordo; mas com a revolta naval na Ilha das Cobras,
os revoltosos dos dois movimentos foram punidos – quase todos foram mortos.
A política externa desse período pode ser dividida em:

1902-1912
1889-1902 1912-1930
Barão do Rio
Antes do Barão Depois do Barão
Branco

Antes do Barão, o Brasil estava instável. Havia uma política externa kantiana, uma visão
idealista; nos aproximamos de outras repúblicas como dos EUA e da Argentina. Havia fragilidade
institucional e a política externa estava rompendo com práticas da época monárquica.

Leituras Obrigatórias
DORATIOTO, Francisco. “O Brasil no Mundo”. In.: SCHWACZ, Lilia Moritz. História do Brasil
Nação, vol.II: A abertura para o Mundo (1889-1930).

Leituras Complementares:
TOPIK, Steven. Comércio e Canhoneiras: O Brasil e Os Estados Unidos na Era dos Impérios (1889-
1897). São Paulo: Cia. das Letras, 2009.

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