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7ª CARTA – IGREJA EM LAODICEIA

Texto Básico: Ap. 3:14-22

A Igreja Que Deixou Cristo do Lado de Fora!

(Apatia e indiferença – um pecado fatal a Comunidade)

Introdução:

Laodicéia, edificada como Roma, sobre sete montes, era famosa por seus amplos muros.
Destruída por um terremoto em 61 a.D., foi reconstruída por seu próprio povo e recurso, sem
ajuda de espécie alguma – Tácito, Anais 14:27). Suas riquezas e seu poder, resultado da
excelência de suas lãs, tiveram como resultado um ambiente de profunda apatia espiritual e
tamanha indiferença dentro da Igreja. Em relação à sua vida espiritual diz a Cristo à Sua Igreja:
“És infeliz, miserável, pobre, cego e nu”. (v. 17b). Parece que o Apóstolo Paulo se esforçou
para introduzir o Evangelho em Laodicéia, de onde escreveu uma Epístola, acerca da qual se
refere em (Col. 4:16). A mensagem à Igreja em Laodicéia é a última às sete Igrejas da Ásia. Das
sete Cartas, é a mais triste, sendo contrário da carta a Filadelfia; enquanto esta não tem coisa
alguma de censura, aquela não tem qualquer coisa de aprovação. Alguns especialistas afirmam
que Filadelfia, representa a Igreja idônea, saudável e missionária, no período dos grandes
avivamentos dos Séc. XVI ao XIX. Enquanto que Laodicéia, representa, a igreja doente,
deformada, desprovida da graça e secularizada – do Séc. XX até a 2ª Volta de Cristo. Esta
Igreja, no geral, tem “deixado Cristo do lado de fora”!

1 – “Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem és quente” (v. 15): NEM UMA COISA, NEM
OUTRA – A indefinição, a ambivalência e a instabilidade denuncia, fraqueza de caráter –
características essa, inerentes à Igreja de Laodicéia. Por isso a carta a ela dirigida, tem
contraste com a carta a Filadelfia. O cristão – como a igreja, tem que ser decidido, ter
personalidade própria, a identidade de Cristo. Ter posição definida e saber o que quer. Não se
invalidar ou se esconder, para agradar os outros, ou por se manter em benefício próprio, ou
para se poupar de questionamentos – a eleição nacional em 2018 – revelou tristemente, a
dissimulação de muitos cristãos, inclusive de pastores – a verdadeira face! Quantos
mascarados e polidos da falsa piedade?
Aos que não apresentam-se com as virtudes próprias do seguidor de Jesus, a Escritura dirige
uma palavra dura, chocante: estes não são frios nem quentes, mas mornos, provocando
náuseas e vômito.

O cristão não pode ser neutro, indiferente, nominal ou formal apenas. Quanto mais ligado a
Cristo, mais se identifica com Ele.

2 – A Riqueza Que é Pobreza: Se a mensagem a Laodicéia findasse com estas palavras,


julgaríamos que eram de louvor e não de censura. Sem dúvidas essa Igreja agradava a todos os
homens, não dando qualquer oportunidade de “escândalos”, nem para os que quisessem
dormir espiritualmente nem para os descrentes que assistissem aos cultos. Convém-nos evitar
a frieza de Sardes – a Igreja morta; é justo desviarmo-nos de todos os excessos, de todo o
fanatismo, mas devemos fugir, tambem, do espírito mormo e insípido, que assiduamente
procura entrada em todos os corações. Laodiceía era totalmente desagradável ao Senhor. E
isso não só por causa de seus grandes pecados (tais como diagnosticados em Pérgamo e
Tiatira), mas por causa da apatia e da indiferença. Deus quer que seus filhos sejam fervorosos
– isso é, fervendo, no espírito (Rm. 12:11). Ai da Igreja que canta os hinos de Deus, ora e até se
emociona; porém, não tem mais prazer na mensagem central do Evangelho – mas, promovem
um culto informal, antropológico, liturgia oca, vazia, apenas sentimental, e sem o verdadeiro
poder de Deus. Por outro lado, ai da igreja cujos membros defendem a sã doutrina, mas sem
conhecer as experiências sublimes dos que tem contato com Deus. Sabemos que a água morna
é repugnante, servindo mais como VOMITÓRIO. Ai da igreja que se vangloria nas suas riquezas
e influência, mas a qual Deus declara que vomitará da Sua boca (Ap. 3:16) – A vizinhança
degusta o sabor da igreja pelo testemunho de seus membros – Cuidado!

Leia o Livro: A Mensagem do Apocalípse: Dígno é o Cordeiro – (Ray Summers)

3 – Como Dizes: “Rico sou… de nada tenho falta”: (v. 17) – Infeliz é o crente que se acha
satisfeito e seguro sem nada lhe faltar. É-nos impossível receber o verdadeiro espírito de
oração, sem primeiro, sentir profundamente quilo que carecemos. Bem-aventurados, os que
têm fome e sede daquilo que lhes falta; os que anelam, não somente a vida, mas vida em
abundância em Jesus; os que anseiam de Deus “uma bênção até que não haja mais lugar para
a recolherdes. Estes são os fervorosos de espírito, aqueles, os mornos, Deus vomitará de sua
boca. Roguemos ao Senhor que não nos deixe enganarmo-nos a nós mesmos, mas que nos
mostre a nossa pobreza, cegueira e nudez.
Há pessoas que possuem riquezas e bens materiais em abundância, no entanto são pobres e
limitadas na mentalidade, na criatividade e sensibilidade. Não há riqueza maior que o interior,
aquela que cria beleza das menores coisas, dos fatos corriqueiros e da vida cotidiana. Um
coração sensível vale mais que o ouro e as pedras preciosas.

É esta riqueza espiritual que sustenta a pessoa na solidão e no isolamento, nas dificuldades
materiais, nas decepções e tristezas da vida. De que vale todo o dinheiro do mundo se a mente
está desértica e vazia?

– “Não sabes que és um desgraçado, um miserável, e pobre, e cego, e nu” (v. 17): Desgraçado,
significa – sem graça – Laodiceia estava sem a graça de Deus. Miserável é o crente que vive
sem a graça do Senhor. Apesar de ser rica financeiramente, esta igreja era uma igreja
miserável. Estranho paradoxo. O crente sem a graça de Deus em sua vida, torna-se um crente
sovina – pão duro – não entrega o Dízimo do Deus! Não ama de fato e de verdade a obra do
Senhor! Realmente miserável, mesmo tendo saúde e dinheiro que o Próprio Deus lhe dá.
“Tudo vem de ti, e tuas mãos to damos ( I Cro. 29:11-16; II Co. 9: 6-15).

Laodicéia era o centro bancário da região. Enormes fortunas estavam reunidas na cidade.
Dizem: “Temos muito ouro; não precisamos da ajuda de ninguém”.

O segundo grande negócio em Laodicéia era o comercio de lã escura. Produzia-se ali uma lã
escura acetinada com a qual se confeccionava lindos vestidos, procurados por gente de todas
as nações. Cristo diz: “apesar disso, estava nu”. E completa no versícuilo 18 “precisas vir a mim
e comprar de mim vestidos que realmente cubram tua nudez diante de Deus.

O Senhor tinha para ela uma riqueza diferente para ser adiquirido – a riqueza espiritual (v. 18).

O terceiro grande negócio da cidade era a preparação de um ungüento usado como bálsamo
para os olhos. Havia, pois, na cidade uma espécie de laboratório que tornava a cidade um
centro terapêutico. Viajante que por ali circulavam, após estafante caminhada pelo areal do
deserto, com seus olhos congestionados, encontrava, naquele ungüento o suspirado alívio. “És
cego, e não sabes”. Vem a mim e te darei colírio espiritual (v. 18). Os fariseus eram cegos
espirituais porque eram formalistas e legalistas. Deus tem colírio que é ministrado pelo Espírito
Santo que nos abre os olhos da fé para contemplarmos as suas maravilhas.

– “Eu repreendo e castigo a quantos amo” (v. 19) – A DISCIPLINA DO AMOR – Quem ama
corrige, repreende, critica e aplica a disciplina só que com amor e consideração, visando
sempre o bem da pessoa. É dessa maneira que Deus age em relação a seus filhos; como age
também o pai amoroso e deve ser o agir na igreja (Ap. 3:19; Prov. 3:12; 13:24; 23:13-14; 29:15-
17; Heb. 12:6). A crítica bem intencionada só pode ser benéfica. Precisamos não só fazê-la,
quando oportuno, como também recebê-la e avalizá-la. Assim entendida, ela só pode nos
favorecer.

– “Eis Que Estou a Porta e Bato” (v.20): CRISTO DO LADO DE FORA! – É melancólico o
testemunho de uma Igreja que deixou Cristo do lado, enquanto sua vida interna, parecia
transcorrer “normalmente” – será? Planos, reformas, encontros, reuniões, programas em
andamento. Muitos interpretam e aplicam este versículo ao coração humano,
individualmente; contudo o pensamento direcionado à Igreja, aqui exposto, é endossado por
excelentes comentaristas. Eu, particularmente, entendo que essas palavras não são um apelo
aos perdidos descrentes mas, são dirigidos à Igreja. Tanto assim, que a exortação ao
arrependimento é dirigida à Igreja, quase a todas elas, exceção a Esmirna e a Filadelfia. A única
cura possível a Igreja de Laodiceia é a de abrir a porta e deixar Jesus Cristo entrar. Os cultos
sem Cristo são sempre sem graça (antropocentrismo), pode até haver certa fervura, em alguns
casos, fogo estranho mesmo no altar, mas os adoradores saem vazios e com apetite de algo
que lhes foram negados. É do púlpito que sai o “maná” que alimenta, conscientiza, informa e
dá vida. A maturidade espiritual reside na Palavra.

– “Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono…” (v. 21) – Admira-nos o fato de a
promessa aos membros da mais censurada das sete igrejas, ser a mais esplêndida e graciosa
feita a qualquer das sete. A mais indigna igreja, ou crente, pode alcançar o mais alto lugar, se
houver sincero arrependimento e fruto. O vencedor vai reinar com Cristo (Ap. 11:15; 20:4). O
trono de Cristo é o trono de seu Pai, Davi, em Jerusalém (II Sam. 7:12-13; Lc. 1:32; At. 15:14-
18). Cristo ainda não está ocupando o trono de Davi – eu disse de Davi, mas está a dextra do
Pai, no trono do céu, como o Sumo Sacerdote, Profeta e Rei, em seu tríplice ofício. Este trono
de Davi será ocupado em breve, na sua Segunda Vinda. Então reinaremos com Ele nesse trono
milenar (Ap. 20:4,6); Porém, Cristo reina Hoje no plano espiritual e assim estar presente até a
consumação deste século (Mat. 28:18-20), e reinará eternamente. Assim entendemos e
expressamos o messianismo e seu milenismo, Topia e não utopia, independente de qual seja a
corrente: Amilenismo, Pré-milenismo e Pós-milenismo, sob os aspectos da dialética: “AGORA
SIM, AINDA NÃO!”.

“Quem tem ouvidos, ouça” – (v. 21). O filho de Deus, não se importa com aquilo que o mundo
diz. O tempo está próximo. A nossa salvação está mais perto do que quando cremos. Há
muitas vozes no mundo, mas “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito Santo diz às igrejas”.

Conclusão:
O que podemos e devemos aprender com a Igreja em Laodicéia? Mais Trigo, mais joio! A
separação é certa, mas não agora. O trigo e o joio precisam amadurecer primeiro. Então, na
colheita de um e de outro, no fim desta era de mistura e confusão – paganismo/cristianismo –
os encarregados da colheita separarão o joio do trigo, com a facilidade com o pastor separa as
ovelhas dos bodes. O problema é de âmbito mundial, pois o campo onde as duas sementes
foram lançadas é o mundo. É também insolúvel, pois a parecença do joio com o trigo é
enorme, e o dono do campo não quer correr o risco de arrancar o trigo como se fosse joio. Há
de se levar em conta também na qualidade deste produto. O proprietário é rigoroso, o trigo
para ser guardado no celeiro. Não pode haver precipitação. Não se pode mais sacrificar sequer
um pé de trigo. A Palavra vem sem qualquer rodeio na perspectiva do Juízo Final . Há trigo e
joio, há crentes verdadeiros e falsos crentes. Falsos mestres, falsos profetas, falsos apóstolos e
falsos cristos. A falsidade está temporariamente escondida atrás de uma capa bonita e
atraente, atrás da capacidade de profetizar, da capacidade de expelir demônios e da
capacidade de fazer muitos milagres (Mt. 7:32; 24:23-24). Esta parábola do trigo e do joio é
bem atual, pois ninguém pode negar a intensidade e a velocidade do crescimento da igreja
neste início de século. E o crescimento do joio vem junto com o crescimento do trigo. Ela
explica uma série de coisas esquisitas que estão acontecendo e conduzirão os cristãos, as
Igrejas e até os Concílios, tanto a ingenuidade da fé e doutrina, como da precipitação ao erro
fatal. Além de fazê-los guardar na perseverança e na santidade com maior entusiasmo o fim da
presente era e o inicio da Nova Era, novo céu e nova terra, com o retorno em glória de Jesus
Cristo. À ética cristã postula: Os meios é que justificam os fins e não contrário, proposto no
mundo dos homens e da política tomada pelo conservadorismo religioso, sem o Jesus da
crucificação e o Cristo da Ressurreição. Pensemos nisto!

Introdução:
A cidade de Laodicéia foi fundada em 250 a.C, por Antíoco da Síria. A cidade era importante
pela sua localização. Ficava no meio das grandes rotas comerciais. Era uma cidade rica e
opulenta. Destacava-se das demais por algumas características que veremos durante a
mensagem e que influenciaram profundamente no conteúdo da carta. A primeira
característica é tem a ver com a tônica central do texto que é com respeito à temperatura das
suas águas:

Laodicéia fazia parte de um centro de águas termais: A região era formada por três cidades:
Colossos, Hierápolis e Laodicéia. Em Colossos ficavam as fontes de águas frias (matava a sede e
tinha ótima qualidade); e em Hierápolis havia fonte de água quente (com propriedades
terapêuticas), que em seu curso sobre o planalto tornava-se morna, e nesta condição fluía dos
rochedos fronteiros a Laodicéia. Tanto as águas quentes de Hierápolis, como as águas frias de
Colossos eram terapêuticas, mas as águas mornas de Laodicéia eram intragáveis.

A igreja de Laodicéia é o retrato da igreja popular, satisfeita com a sua prosperidade, orgulhosa
de seus membros ricos. A religião deles era apenas uma simulação. A igreja tinha a cara da
cidade. Em vez de transformar a cidade, ela tinha se conformado à cidade. Laodicéia era a
cidade da transigência e a igreja tornou-se também uma igreja transigente. Os crentes eram
frouxos, sem entusiasmo, débeis de caráter, sempre prontos a comprometerem-se com o
mundo, descuidados. Eles pensavam que todos eles eram pessoas boas. Eles estavam
satisfeitos com sua vida espiritual.

De todas as cartas às igrejas da Ásia, esta é a mais severa. Jesus não faz nenhum elogio à igreja
de Laodicéia. A única coisa boa em Laodicéia era a opinião da igreja sobre si mesma e, ainda
assim, completamente falsa. A Igreja havia perdido o seu sentido máximo que era glorificar a
Deus. Ela estava ensimesmada, orgulhosa, arrogante e impotente...

Transição: Assim, Jesus acusa duramente a Igreja de Laodicéia pela sua mornidão espiritual.
Diz o Senhor no final do versos 15-17: “15- Conheço as tuas obras, que nem és frio nem
quente. Quem dera fosses frio ou quente! 16- Assim, porque és morno e nem és quente nem
frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; 17- pois dizes: Estou rico e abastado e não
preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.”

É importante ressaltar aqui que Jesus não está dizendo para os crentes se tornarem, nem
ateus inveterados e ímpios, nem crentes super espirituais no sentido de serem “do fogo”. A
temperatura tem a ver com a utilidade. As águas frias são águas potáveis e boas para se matar
a sede; e as águas quentes são águas medicinais que tem propriedades terapêuticas. A água
morna só servia para causar náuseas, pois nem matava a sede e nem tirava as dores. Jesus faz
a acusação de mornidão e inutilidade, e, para cada acusação também é apresentada uma
solução em forma de conselho. É isso que veremos a seguir. Os sintomas da mornidão
espiritual que devemos debelar de nossas vidas e os conselhos que Jesus nos dá para nos
tornarmos úteis ao Reino.

1o) Os mornos acham que são abastados espiritualmente, mas são miseráveis:

Laodicéia era uma Igreja que se orgulhava da sua riqueza e independência.

Historiadores nos dizem que a cidade de Laodicéia era um importante centro bancário e
financeiro: Era uma das cidades mais ricas do mundo. Lugar de muitos milionários. Conta-se
que em 61 d.C, a cidade foi devastada por um terremoto e reconstruída sem aceitar ajuda do
imperador.

Os habitantes eram jactanciosos de sua riqueza. A cidade era tão rica que não sentia
necessidade de nada, nem de Deus. Como vimos, a Igreja era um retrato da cidade. A Igreja
havia tomado a forma mundana do seu contexto e por isso era morna.

Crentes mornos são pessoas que acham que não precisam de nada nem de ninguém. Que são
auto-suficientes e tem nível espiritual para julgar a espiritualidade de outros. Jesus usou
exatamente a riqueza da Cidade e da Igreja para mostrar que eles eram miseravelmente
pobres.

Jesus está a ponto de vomitar de sua boca esse tipo de Igreja e de pessoa. A sua arrogância,
que os impede de aproximarem-se de Deus, causam náuseas assim como as águas mornas de
Laodicéia.

Pra esse tipo de Igreja Jesus aconselha que compre ouro refinado nos céus, “juntai para vós
outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem
roubam.” (Mt.6:20)
2o) Os mornos espirituais acham que estão seguros mas estão com a sua nudez exposta:

Outra característica marcante da cidade de Laodicéia é que ela era um centro de indústria de
tecidos: Em Laodicéia produzia-se uma lã especial famosa no mundo inteiro. Alguns
comentaristas dizem que era uma lã de cor escura. A cidade estava orgulhosa da roupa que
produzia.

A Igreja de Laodicéia também orgulhava-se da sua vestimenta, talvez da opulência do seu


templo, dos carros no estacionamento, da suposta prosperidade que demonstravam ter. Uma
das coisas que a roupa proporciona às pessoas é a segurança. Sem roupas nos sentimos
profundamente vulneráveis. É por isso que os guerreiros têm roupas especiais para o combate.

Jesus está a ponto de vomitar de sua boca esse tipo de Igreja e de pessoa. O seu orgulho por
achar-se completamente imbatível e inatingível faz com que se esqueça da sua dependência
de Deus. Isso causa náuseas assim como as águas mornas de Laodicéia.

Pra esse tipo de Igreja Jesus aconselha que compre vestiduras brancas que escondam a nudez
do pecado. Observemos o que está escrito em Apocalipse 7:13-17: “13- Um dos anciãos tomou
a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? 14-
Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande
tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, 15- razão por que se
acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se
assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo. 16- Jamais terão fome, nunca mais
terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, 17- pois o Cordeiro que se encontra
no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes
enxugará dos olhos toda lágrima.”
3o) Os mornos espirituais têm uma visão distorcida acerca de si mesmos:

Outra questão que influenciou profundamente o estado espiritual da Igreja e da cidade era
forma como ela se enxergava. Os irmãos de Laodicéia se viam como pessoas privilegiadas,
pessoas profundamente amadas e agraciadas por Deus, não pela salvação em si, mas
principalmente pelas coisas que conseguiram ajuntar.

A cidade de Laodicéia era um centro médico de grande importância em toda a sua região. Ali
havia uma escola de medicina famosíssima onde fabricava-se dois ungüentos quase milagrosos
para os ouvidos e os olhos. Nesta região extraía-se o pó “frígio” que era utilizado para fabricar
um colírio que era o remédio mais importante da cidade.

É profundamente interessante o fato de o Senhor usar os maiores motivos de orgulho da


cidade para mostrar-lhes sua inadequação. Uma Igreja que estava cravada num centro de
tratamento de visão, mas que mesmo assim era irremediavelmente cega acerca de si mesma.

Jesus está a ponto de vomitar de sua boca esse tipo de Igreja e de pessoa. A sua falta de visão
com respeito ao seus pecados causam náuseas assim como as águas mornas de Laodicéia.

Jesus os aconselha a pingar os colírios milagrosos da cidade nos seus próprios olhos para que
vejam. Assim como a oração do Apóstolo Paulo pelos irmãos efésios: “... iluminados os olhos
do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da
glória da sua herança nos santos...” (Ef.1:18)

Conclusão:

Amados, Jesus não quer que sejamos crentes mornos. Pessoas que tem uma visão distorcida
acerca de si mesmas. A vontade do Senhor é que cumpramos o nosso papel como Igreja.
Quando ele fala. Vemos que toda essa dura exortação de Jesus para a Igreja de Laodicéia é
motivado pelo seu amor e pelo seu desejo de restauração, conforme nos afirma o verso 19:
“Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.”

Jesus quer a restauração da comunhão com os seus filhos: “Eis que estou à porta e bato; se
alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele,
comigo.” (V.20)

Em Cristo Jesus. A quem seja toda a Glória, Honra e Louvor por toda a eternidade. Amém.

Uma convocação urgente ao fervor


espiritual
1 de Outubro de 2007   by  Pr. Hernandes   in  Sermões3 15031 13

INTRODUÇÃO

1. De todas as cartas às igrejas da Ásia, esta é a mais severa. Jesus não faz nenhum elogio à
igreja de Laodicéia.

2. A única coisa boa em Laodicéia era a opinião da igreja sobre si mesma e, ainda assim,
completamente falsa.

3. A cidade de Laodicéia foi fundada em 250 a.C., por Antíoco da Síria. A cidade era
importante pela sua localização. Ficava no meio das grandes rotas comerciais. Era uma
cidade rica e opulenta.

4. A igreja tinha a cara da cidade. Em vez de transformar a cidade, ela tinha se conformado
à cidade. Laodicéia era a cidade da transigência e a igreja tornou-se também uma igreja
transigente. Os crentes eram frouxos, sem entusiasmo, débeis de caráter, sempre prontos a
comprometerem-se com o mundo, descuidados. Eles pensavam que todos eles eram pessoas
boas. Eles estavam satisfeitos com sua vida espiritual.

5. A igreja de Laodicéia é a igreja popular, satisfeita com a sua prosperidade, orgulhosa de


seus membros ricos. A religião deles era apenas uma simulação.
6. A cidade de Laodicéia destacava-se por quatro características:
1) Centro bancário e financeiro – Era uma das cidades mais ricas do mundo. Lugar de
muitos milionários. Em 61 d.C., foi devastada por um terremoto e reconstruída sem aceitar
ajuda do imperador. Os habitantes eram jactanciosos de sua riqueza. A cidade era tão rica
que não sentia necessidade de Deus.
2) Centro de indústria de tecidos – Em Laodicéia produzia-se uma lã especial famosa no
mundo inteiro. A cidade estava orgulhosa da roupa que produzia.
3) Centro médico de importância – Ali havia uma escola de medicina famosíssima.
Fabricava-se ali dois unguentos quase milagrosos para os ouvidos e os olhos. O pó frígio
para fabricar o colírio era o remédio mais importante produzido na cidade.
4) Centro das águas térmicas – A região era formada por três cidades: Colossos, Hierápolis
e Laodicéia. Em Colossos ficavam as fontes de águas frias e em Hierápolis havia fonte de
água quente, que em seu curso sobre o planalto tornava-se morna, e nesta condição fluía dos
rochedos fronteiros a Laodicéia. Tanto as águas quentes de Hierápolis, como as águas frias
de Colossos eram terapêuticas, mas as águas mornas de Laodicéia eram intragáveis.

I. O DIAGNÓSTICO QUE CRISTO FAZ DA IGREJA

• O Cristo que está no meio dos condeeiros e anda no meio dos candeeiros, sonda a igreja
de Laodicéia e chega ao seguinte diagnóstico: A igreja tinha perdido seu vigor (v. 16-17),
seus valores (v. 17-18), sua visão (v. 18b) e suas vestimentas (v. 17-22). Vejamos o
diagnóstico de Cristo.

1. Jesus identificou a falta de fervor espiritual da igreja – v. 15


• Na vida cristã há três temperaturas espirituais: 1) Um coração ardente (Luc 24:32);
2) Um coração frio (Mt 24:12), e 3) Um coração morno (Ap 3:16). Jesus e Satanás
conhecem a maré espiritual baixa da igreja. Nada se informa sobre tentação, perseguição,
negação, apostasia ou abalos nessa igreja.
• O problema da igreja de Laodicéia não era teológico nem moral. Não havia falsos mestres,
nem heresias. Não havia pecado de imoralidade nem engano. Não há na carta menção de
hereges, malfeitores ou perseguidores. O que faltava à igreja era fervor espiritual.
• A vida espiritual da igreja era morna, indefinível, apática, indiferente e nauseante. A igreja
era acomodada. O problema da igreja não era heresia, mas apatia.
• Nosso fogo espiritual íntimo está em constante perigo de enfraquecer ou morrer. O
braseiro deve ser cutucado, alimentado e soprado até incendiar.
• Muitos fogem do fervor com medo do fanatismo. Mas fervor não é o mesmo que
fanatismo. Fanatismo é um fervor irracional e estúpido. É um entrechoque do coração com
a mente. Jonathan Edwards disse que precisamos ter luz na mente e fogo no coração. A
verdade de Deus é lógica em fogo.
• Muitos crentes têm medo do entusiasmo. Mas entusiasmo é parte essencial do
Cristianismo. Não podemos ter medo das emoções, mas do emocionalismo.

2. Jesus identificou que um crente morno é pior do que um incrédulo frio – v. 15


• É melhor ser frígido do que tépido ou morno. É mais honroso ser um ateu declarado do
que ser um membro incrédulo de uma igreja evangélica. A queixa de Jesus contra os
fariseus era contra a hipocrisia deles. Alguém que nunca fez profissão de fé e tem a
consciência de sua completa falta de vida moral é muito mais fácil de ser ajudado que
algum outro que se julga cristão, mas não tem verdadeira vida espiritual.
• Uma pessoa morna é aquela em que há um contraste entre o que diz e o que pensa ser, de
um lado, e o que ela realmente é, de outro. Ser morno é ser cego à sua verdadeira condição.
3. Jesus identificou que a auto-confiança da igreja era absolutamente falsa – v. 17
a) A tragédia do auto-engano (v. 17) – Laodicéia se considerava rica e era pobre. Sardes se
considerava viva e estava morta. Esmirna se considerava pobre, mas era rica. Filadélfia
tinha pouca força, mas Jesus colocara diante dela uma porta aberta. O fariseu deu graças por
não ser como os demais homens. Muitos no dia do juízo vão estar enganados (Mt 7:21-23).
A igreja era morna devido à ilusão que alimentava a respeito de si mesma.
b) A tragédia da auto-satisfação (v. 17) – A igreja disse: “Não preciso de cousa alguma”. A
igreja de Laodicéia era morna em seu amor a Cristo, mas amava o dinheiro. O amor ao
dinheiro traz uma falsa segurança e uma falsa auto-satisfação. A igreja não tinha
consciência de sua condição. A lenda de Narciso.
c) A tragédia de não ser o que se projetou ser e ser o que nunca se imaginou ser (v. 17c) –
Estava orgulhosa do seu ouro, roupas e colírio. Mas era pobre, nua e cega.

• A congregação de Laodicéia fervilhava de frequentadores presunçosos. Eles diziam: Estou


rico e abastado e não preciso de cousa alguma. Os crentes eram ricos. Frequentavam as altas
rodas da sociedade. Eram influentes na cidade. A cidade era um poderoso centro médico,
bancário e comercial.
• O orgulho de Laodicéia era contagioso. Os cristãos contraíram a epidemia. O espírito de
complacência insinuou-se na igreja e corrompeu-a. Os membros da igreja tornaram-se
convencidos e vaidosos.
• Eles achavam que estavam indo maravilhosamente bem em sua vida religiosa. Mas Cristo
teve de acusá-los de cegos e mengidos nus. Mendigos apesar de seus bancos, cegos apesar
de seus pós frígios e nus apesar de suas fábricas de tecidos.
• São mendigos porque não têm como comprar o perdão de seus pecados. São nus porque
não tem roupas adequadas para se apresentarem diante de Deus. São cegos porque não
conseguem enxergar a sua pobreza espiritual.

4. Jesus revelou que um crente morno em vez de ser o seu prazer, lhe provoca náuseas
– v. 16
• Você só vomita, o que ingeriu. Só joga fora o que está dentro. A igreja de Laodicéia era de
Cristo, mas em vez de dar alegria a Cristo estava provocando náuseas nele. Uma religião
morna provoca náuseas. Jesus tinha muito mais esperança nos publicanos e pecadores do
que orgulhosos fariseus.
• Fomos salvos para nos deleitarmos em Deus e sermos a delícia de Deus. Somos filhos de
Deus, herdeiros de Deus, a herança de Deus, a menina dos olhos de Deus, a delícia de Deus.
Mas, quando perdemos nossa paixão, nosso fervor, nosso entusiasmo, provocamos dor em
nosso Senhor, náuseas no nosso Salvador.
• Cristo repudiará totalmente aqueles cuja ligação com ele é puramente nominal e supercial.
A igreja de Laodicéia desapareceu. Da cidade só restam ruínas. A igreja perdeu o tempo da
sua oportundade.

II. O APELO QUE CRISTO FAZ À IGREJA

1. Cristo se apresenta à igreja como um mercador espiritual – v. 18


• Cristo prefere dar conselhos em vez de ordens – Sendo soberano do céu e da terra, criador
do universo, tendo incontáveis galáxias de estrelas na ponta dos dedos, tendo o direito de
emitir ordens para que lhe obedeçamos, prefere dar conselhos. Ele poderia ordenar, mas
prefere aconselhar.
• A suficiência está em Cristo – A igreja julgava-se auto-suficiente, mas os crentes
deveriam encontrar sua suficiência em Cristo. “Aconselho-te que compres DE MIM…”.
• Cristo se apresenta como mascate espiritual – Cristo se apresenta à igreja como um
mercador, um mascate e um camelô espiritual. Seus produtos são essenciais. Seu preço é de
graça. Há notícias gloriosas para os mendigos cegos e nus. Eles são pobres, mas Cristo tem
ouro. Eles estão nus, mas Cristo tem roupas. Eles são cegos, mas Cristo tem colírio para os
seus olhos. Cristo exorta a igreja a adquirir ouro para sua pobreza, vestimentas brancas para
sua nudez e colírio paa sua cegueira.
• A preciosa mercadoria que Cristo oferece – O ouro que Cristo tem é o Reino do céu. A
roupa que Cristo oferece são as vestes da justiça e da santidade. O colírio que Cristo tem
abre os olhos para o discernimento.
• Cristo está conclamando os crentes a não confiarem em seus bancos, em suas fábricas e
em sua medicina. Ele os chama à ele mesmo. Só Cristo pode enriquecer nossa pobreza,
vestir nossa nudez e curar a nossa cegueira.

2. Cristo chama a igreja a uma mudança de vida – v. 19


• Vemos aqui uma explanação e uma exortação: “Eu disciplino e repreendo a quantos amo.
Sê, pois, zeloso e arrepende-te”.
• Desgosto e amor andam juntos. Cristo não desiste da igreja. Apesar da sua condição, ele a
ama. Antes de revelar o seu juízo (vomitar da sua boca) ele demonstra a sua misericórdia
(repreendo e disciplino aqueles que amo).
• Disciplina como ato de amor – A pedra precisa ser lapidada para brilhar. A uva precisa ser
prensada para produzir vinho. Inegavelmente é porque anseia salvá-los do juízo final é que
os repreende e disciplina.
• A base da disciplina é o amor. Porque ele ama, disciplina. Porque ama chama ao
arrependimento. Porque ama nos dá oportunidade de recomeçar. Porque ama está disposto a
perdoar-nos.
• Arrepender-se é dar as costas a esse cristianismo de aparências, de faz de conta, de
mornidão. A piedade superficial nunca salvou ninguém. Não haverá hipócritas no céu.
Devemos vomitar essas coisas da nossa boca, do contrário, ele nos vomitará. Devemos
trocar os anos de mornidão pelos anos de zelo.

3. Cristo convida a igreja para a ceia, uma profunda comunhão com ele – v. 20
• Triste situação – Cristo, o Senhor da igreja, está do lado de fora. A igreja não tem
comunhão com ele. Ilustração: o homem que não conseguia ser membro da igreja.
• Este é um convite pessoal – A salvação é uma questão totalmente pessoal. Enquanto
muitos batiam a porta no rosto de Jesus, outros são convidados por ele. Cristo vem visitar-
nos. Coloca-se em frente da porta do nosso coração. Ele bate. Ele deseja entrar. É uma
visita do Amado da nossa alma.
• Uma decisão pessoal – “Estou à porta e bato, se alguém abrir a porta entrarei…”. Jesus
bate através de circunstâncias e chama através da sua Palavra. Embora Cristo tenham todas
as chaves, ele prefere batar à porta. A PORTA – a famosa pintura de Holman Hunt, Cristo
batendo à porta, mas a porta não tinha maçaneta do lado de fora. Ilustração: O Pai e o Filho.
O menino diz para o pai: eles não ouvem porque estão ocupados com outras coisas no
quartinho dos fundos. Aqui vemos uma amostra sublime da soberania de Cristo e da
responsabilidade humana.
• A insistência de Jesus – “Estou à porta e bato”. De que maneira ele bate? Através das
Escrituras, sermão, hino, acidente, doença. É preciso ouvir a voz de Jesus.
• Um convite para cear – Que ele nos convide a vir e cear com ele é demasiada honra; mas
que ele deseje participar da nossa humilde mesa e cear conosco é tão admirável que
ultrapassa nossa compreensão finita. O hóspede transforma-se em anfitrião. Não somos
dignos que ele fique embaixo do nosso teto e ele ainda vai sentar-se à nossa mesa? Somos
convidados para o banquete do casamento do Cordeiro.
III. A PROMESSA QUE CRISTO FAZ À IGREJA – V. 14,21,22

1. Jesus tem competência para fazer a promessa – v. 14


• Cristo é o Amém e a Testemunha Fiel e Verdadeira – Para uma igreja marcada pelo
ceticismo, incredulidade, tolerância Jesus se apresenta coo o Amém. Ele é a verdade, e fala
a verdade e dá testemunho da verdade.
• Seu diagnóstico da igreja é verdadeiro. Seu apelo à igreja deve ser levado a sério. Suas
promessas à igreja são confiáveis. Em face da vida morna e indiferente da igreja, Jesus é a
verdade absoluta que tudo vê, tudo sonda, tudo conhece.
• Ele cumpre o que diz. Ele nunca é inconstante. É absolutamente consistente. Para uma
igreja morna, inconstante, Cristo se apresenta como aquele é preciso e confiável. Jesus não
apenas jura, ele é o próprio juramento. Entre ele e sua palavra simplesmente não se pode
meter nenhum cunha.

2. Jesus tem autoridade para tornar a promessa realidade – v. 14


• Cristo é o princípio da criação de Deus – Em face da vida caótica da igreja, Jesus é aquele
que é a origem da criação. Como ele deu ordsem aos caos do universo, ele pode arrancar a
igreja do caos espiritual.

3. Jesus tem poder para conduzir os vencedores ao seu trono de glória – v. 21,22
• Quando Cristo entra em nossa casa recebemos a riqueza do Reino. Recebemos vestes
brancas de justiça. Nossos olhos são abertos. Temos a alegria da comunhão com o Filho de
Deus. Mas temos, também, a promessa que excede em glória a todas as outras promessas ao
vencedor. Reinaremos com ele. Assentaremos em tronos com ele. Um trono é símbolo de
conquista e autoridade.
• A comunhão da mesa secreta é transformada em comunhão de trono pública.
• Como Cristo participa do trono do Pai, também participaremos do trono de Cristo. Quando
abrimos a porta para Cristo entrar em nossa casa, recebemos a promessa de entrar na Casa
do Pai. Quando recebemos Cristo à nossa mesa, recebemos a promessa de sentarmos com
ele em seu trono.

CONCLUSÃO

• Mas a história não termina aqui. Com o capítulo 4 de Apocalipse passamos da Igreja sobre
a terra à igreja no céu. Os olhos de João são arrancados dos companherios em tribulação
para o trono do universo. Diante desse trono estão querubins, os anjos e a igreja glorificada.
O livro da história está nas mãos do Cordeiro e nenhuma calamidade pode sobrevir à
humanidade enquanto Cristo não quebrar os selos. Além disso, os ventos do juízo não
recebem permissão para soprar sobre aqueles que foram selados pelo Espírito Santo. A
segurança da igreja está garantida
• Assim, depois de combatermos aqui o bom combate e completarmos a nossa carreira,
emergiremos da grande tribulação e não mais sofreremos. Iremos nos juntar à Igreja
triunfante, na grande multidão que ninguém poderá contar, vinda de toda nação, tribo, povo
e língua e ali estaremos com eles perante o trono de Deus. Ali nossas lágrimas serão
enxugadas, depositaremos nossas coroas diante do trono e adoraremos Àquele que é digno,
para sempre.
• Possa o Senhor nos ajudar a ouvir o que o Espírito diz às igrejas!
LAODICEIA: A IGREJA MORNA

Apocalipse 3.14-22

14 “Escreva esta carta ao anjo da igreja em Laodiceia. Esta é a mensagem daquele que é o
Amém, a testemunha fiel e verdadeira, a origem da criação de Deus: 15 “Sei de tudo que você
faz. Você não é frio nem quente. Desejaria que fosse um ou o outro! 16 Mas, porque é como
água morna, nem quente nem fria, eu o vomitarei de minha boca. 17 Você diz: ‘Sou rico e
próspero, não preciso de coisa alguma’. E não percebe que é infeliz, miserável, pobre, cego e
está nu. 18 Eu o aconselho a comprar de mim ouro purificado pelo fogo, e então será rico.
Compre também roupas brancas, para que não se envergonhe de sua nudez, e colírio para
aplicar nos olhos, a fim de enxergar. 19 Eu corrijo e disciplino aqueles que amo. Por isso, seja
zeloso e arrependa-se. 20 “Preste atenção! Estou à porta e bato. Se você ouvir minha voz e
abrir a porta, entrarei e, juntos, faremos uma refeição, como amigos. 21 O vitorioso se sentará
comigo em meu trono, assim como eu fui vitorioso e me sentei com meu Pai em seu trono. 22
“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

Conversa de doente

Uma das maneiras de se descobrir o estado de saúde das pessoas é ouvir o que elas estão
dizendo umas às outras. Se de repente o grupo começasse a falar dos resultados de seus
exames de sangue e dos números da pressão arterial; seguisse comparando sintomas;
sugerisse dicas de tratamento; trocasse nomes de remédios… nós com certeza não veríamos
nisso um bom sinal. A julgar pela conversa, seríamos forçados a concluir que todos eles
deveriam ter colesterol alto, hipertensão arterial e até diabetes. Quem é saudável não fica
falando dessas coisas. A menos que seja hipocondríaco.

A mesma coisa pode ser dita sobre o enorme interesse em espiritualidade nos dias de hoje.
Fala-se de espiritualidade no mercado de trabalho, publica-se sobre orientações espirituais
para todas as fases da vida, apresenta-se dicas de espiritualidade para as igrejas, etc. A julgar
pela febre do assunto, não há como concluir que a alma das pessoas (e das igrejas!) esteja
saudável.

Da mesma forma que uma pessoa saudável não fica falando de colesterol, pressão arterial,
índice glicêmico nem trocando receitas, pessoas e gerações saudáveis não ficam falando do
estado de suas almas. Eugene H. Peterson foi preciso ao afirmar que:
Quando nosso corpo e nossa alma estão funcionando direito, nós geralmente nem pensamos
neles. A frequência com que a palavra espiritualidade ocorre hoje em dia parece mais uma
evidência de patologia do que de saúde.

Realmente, todos parecem sofrer de anemia espiritual profunda.

Crente não praticante

Foram muitas as vezes que os evangélicos teceram críticas ácidas a católicos que foram
batizados na infância, auto-identificaram-se como católicos e que até vão de vez em quando à
missa, mas que não assumem um compromisso consistente com o evangelho. São conhecidos
(e até autodenominados) “católicos não praticantes”.

Infelizmente, a coisa também nos contaminou. Com o aumento do número de evangélicos (o


que por um lado é bom), começa a propagar-se também um câncer espiritual (o que é
péssimo). Daí a crescente necessidade de se falar de “espiritualidade”.

A verdade é que estamos espiritualmente doentes. Tornamo-nos “crentes chuchu”. Não temos
gosto próprio. Não temos o gosto do evangelho de Cristo. Assumimos o gosto daquilo com que
vamos tendo contato e que nos apaixona.

Hoje, para o nosso fracasso, evangélicos também padecem da síndrome do “não praticante” –
são os “crentes não praticantes”. A pessoa se autodenomina evangélica/crente, mas é
indiferente, acomodada e sem compromisso consistente com o evangelho.

A patologia laodicense

A patologia de hoje é a mesma que afetava a igreja em Laodiceia. Portanto, convido-os a


avaliar o diagnóstico que o Senhor Jesus fez dessa última das sete igrejas do Apocalipse.
Buscaremos compreender que tipo de doença estava afetando aquela gente e como Deus
propôs tratamento para aquele mal.

1. Carência de imunidade

Laodiceia era uma cidade importante e muito rica. Fundada em 250 a.C., por Antíoco da Síria,
ela era importante pela sua localização e se enriqueceu por ficar no meio das grandes rotas
comerciais. A igreja tinha assumido a cara da cidade (crentes chuchu, eram os laodicenses).

Ap 3.17 | Você diz: ‘Sou rico e próspero, não preciso de coisa alguma’.

Em vez de transformar a cidade, a igreja tinha se conformado à cidade. Eles agiam e pensavam
como a cidade. Para eles, a prosperidade era a prova da aprovação divina. Rev. Hernandes Dias
Lopes relata que a cidade de Laodicéia se destacava por quatro características:
1) Centro bancário e financeiro – Era uma das cidades mais ricas do mundo. Lugar de muitos
milionários. Em 61 d.C., foi devastada por um terremoto e reconstruída sem ajuda do
imperador. Os habitantes eram muito orgulhosos de sua riqueza. A cidade (e a igreja) era tão
rica que não sentia necessidade de Deus.

2) Centro de indústria de tecidos – Em Laodicéia produzia-se uma lã especial famosa no mundo


inteiro. A cidade era orgulhosa da roupa que produzia. A aparência era melhor que a essência.

3) Centro médico de referência – Além de uma escola de medicina famosíssima, fabricava-se


ali dois unguentos quase milagrosos para os ouvidos e os olhos. O pó frígio utilizado para
fabricar o colírio era o remédio mais importante produzido na cidade. Esse colírio era
exportado para todos os centros populosos do mundo.

4) Centro de águas térmicas – A região era formada por três cidades: Colossos, Hierápolis e
Laodiceia. Em Colossos ficavam as fontes de águas frias e em Hierápolis havia fonte de água
quente, que em seu curso sobre o planalto (até chegar a Laodiceia pelos aquedutos) tornava-
se morna. Tanto as águas quentes de Hierápolis como as águas frias de Colossos (que
abasteciam Laodiceia) eram terapêuticas.

A igreja, porém, em vez de se munir contra os pecados da cidade, tornou-se orgulhosa de suas
riquezas, satisfeita com suas conquistas, transigente com sua conduta e frouxa com seu
compromisso cristão. Aqueles crentes estavam tão contaminados pelos pecados de Laodiceia
que George Eldon Ladd fez a terrível constatação:

A carta [aos laodicenses] não menciona perseguição por funcionários romanos, dificuldades
com os judeus ou qualquer tipo de falsos mestres dentro da igreja. Laodicéia era muito
parecida com Sardes: um exemplo de cristianismo nominal e acomodado. A maior diferença é
que em Sardes ainda havia um núcleo remanescente que tinha preservado a fé viva (Ap 3.4),
enquanto que toda a igreja de Laodicéia estava tomada pela indiferença… [A cidade de
Laodicéia] exerceu uma influência mortal sobre a vida espiritual da igreja.

Viver no mundo e não se livrar do mal (como intercedeu Jesus por nós diante do Pai – Jo
17.15) é fatal. Nós estamos no mundo, mas não somos do mundo (Jo 17.16). Devemos,
portanto, nos santificar (nos separar) pela verdade da Palavra de Deus (Jo 17.17). É a Palavra
que nos torna imunes ao mundo em que vivemos.
Mt 13.22 | As que caíram entre os espinhos representam outros que ouvem a mensagem, mas
logo ela é sufocada pelas preocupações desta vida e pela sedução da riqueza, de modo que
não produzem fruto [sem imunidade, adoecem e não frutificam].

2. Ausência da realidade

De todas as cartas às igrejas da Ásia, essa aos laodicenses é a mais severa. Ela é a pior de
todas. Jesus não faz qualquer elogio à igreja. A única coisa boa era a opinião da igreja sobre si
mesma e, ainda assim, completamente falsa. Portanto, além de carência de imunidade, eles
sofriam de ausência da realidade.

Ap 3.17 | Você diz: ‘Sou rico e próspero, não preciso de coisa alguma’. E não percebe que é
infeliz, miserável, pobre, cego e está nu.

Ainda pior do que estar doente é achar que está tudo bem e que não precisa de médico ou
remédio. Por isso que Jesus afirmou o seguinte:

Mc 2.17 | As pessoas saudáveis não precisam de médico, mas sim os doentes. Não vim para
chamar os justos, mas sim os pecadores.

Só se beneficia da graça de Deus quem reconhece que precisa de salvação. Mas os laodicenses,
além de contaminados, sofriam crises de ausência da realidade. O pior é que, assim como no
caso de Sansão, os últimos a saberem que eles estavam sozinhos, entregues a si mesmos, sem
a graça de Deus, eram os próprios crentes em Laodiceia.

Como é triste para o crente que insiste em viver com crises de ausência da realidade, pois
quando chega o dia mal, a exemplo de Sansão, eles não têm forças para vencer.

Jz 16.20-21 | 20 Então ela gritou: “Sansão! Os filisteus vieram atacá-lo!”. Ao acordar, ele
pensou: “Farei como das outras vezes e me livrarei deles”. Não sabia, porém, que o SENHOR o
havia deixado. 21 Os filisteus o capturaram e furaram seus olhos. Levaram-no para Gaza, onde
o prenderam com duas correntes de bronze, obrigando-o a moer cereais na prisão.

Crises de ausência da realidade são curadas com medidas de fé.


Rm 12.3 | Com base na graça que recebi, dou a cada um de vocês a seguinte advertência: não
se considerem melhores do que realmente são. Antes, sejam honestos em sua autoavaliação,
medindo-se de acordo com a fé que Deus nos deu.

3. Falta de utilidade

A carência de imunidade contaminou aqueles crentes e a ausência da realidade os fez viver


irresponsavelmente. Sem imunidade e cegos para a realidade, eles se tornaram infrutíferos e
sem qualquer utilidade. Veja o texto…

Ap 3.15-16 | 15 “Sei de tudo que você faz. Você não é frio nem quente. Desejaria que fosse um
ou o outro! 16 Mas, porque é como água morna, nem quente nem fria, eu o vomitarei de
minha boca.

A chave para se interpretar a afirmação de Jesus está na geografia daquela região. Hierápolis
(que abastecia Laodiceia) era conhecida por suas águas quentes medicinais. Colossos (que
também abastecia Laodiceia) era famosa pelas águas frias refrescantes. Portanto, o que Jesus
estava afirmando era algo mais ou menos assim: “enquanto a água quente de Hierápolis serve
para curar e a água fria de Colossos serve para refrescar, a água morna de Laodiceia não tem
qualquer utilidade, ela só serve para adoecer – provocar vômito. Melhor seria se eles fossem
frios (refrescassem) ou quentes (curassem). Mas eles só causam náusea, pois são mornos”.

A igreja ou o indivíduo que perdeu seu vigor espiritual, por ter se contaminado com o pecado e
se recusado a enxergar a realidade com a ótica da Palavra de Deus, perde sua utilidade. Não
cura nem refresca quem quer que seja. Causa apenas náusea àqueles que se aproximam. Jesus
coloca da seguinte forma, no Sermão do Monte:

Mt 5.13 | Vocês são o sal da terra. Mas, se o sal perder o sabor, para que servirá? É possível
torná-lo salgado outra vez? Será jogado fora e pisado pelos que passam, pois já não serve para
nada.

A prescrição de cura

Tendo diagnosticado a patologia dos laodicenses, busquemos ouvir a prescrição de cura


apresentada pelo Senhor.

Infelizmente nós não sabemos se a prescrição dada por Jesus foi seguida pela igreja em
Laodiceia. É certo, porém, que se eles seguiram corretamente as orientações do Médico
Celestial até que os sintomas desaparecessem, houve cura para os laodicenses. Portanto, vale
a pena ouvirmos a prescrição do Senhor Jesus para aqueles que contaminaram-se com o
pecado do mundo, cegaram-se para a realidade de seu estado de saúde e condenaram-se a ser
jogados fora e pisados pelos homens.

Realmente, não dá para dizer qual é o seu estado espiritual nesta noite. Isso é algo que apenas
o Senhor poderá mostrar a você, em seu coração. No entanto, pelos frutos é possível
reconhecer se você está sadio ou doente (Mt 7.20; Lc 6.44). Veja, por si mesmo, as obras da
carne e o fruto do Espírito e tire suas conclusões diante de Deus:

Gl 5.19-23 | 19 Quando seguem os desejos da natureza humana, os resultados são


extremamente claros: imoralidade sexual, impureza, sensualidade, 20 idolatria, feitiçaria,
hostilidade, discórdias, ciúmes, acessos de raiva, ambições egoístas, dissensões, divisões, 21
inveja, bebedeiras, festanças desregradas e outros pecados semelhantes. Repito o que disse
antes: quem pratica essas coisas não herdará o reino de Deus. 22 Mas o Espírito produz este
fruto: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão e domínio
próprio.

E então, olhando para esses valores de comparação, como está sua vida? Ouça a prescrição de
cura do Senhor Jesus Cristo.

Ap 3.18 | Eu o aconselho a comprar de mim ouro purificado pelo fogo, e então será rico.
Compre também roupas brancas, para que não se envergonhe de sua nudez, e colírio para
aplicar nos olhos, a fim de enxergar.

1. Adquira valores espirituais (v. 18)

Eu o aconselho a comprar de mim ouro purificado pelo fogo, e então será rico.

Aurélio define valores como sendo “as normas, princípios ou padrões sociais aceitos ou
mantidos por indivíduos, classe, sociedade, etc.”

Nosso tesouro deverá ser as coisas celestiais (Mt 6.19-20), os valores do reino de Deus.

2. Acumule virtudes espirituais (v. 18)

Compre também roupas brancas, para que não se envergonhe de sua nudez,
Aurélio define virtudes como sendo “disposições constantes do espírito, as quais, por um
esforço da vontade, inclinam à prática do bem.”

Nossa salvação deverá produzir em nós e através de nós justiça (Is 61.10), hábitos e práticas
santificadas, pautadas pelas Escrituras.

3. Almeje visões espirituais (v. 18)

[…] Compre também […] colírio para aplicar nos olhos, a fim de enxergar.

Aurélio define visão como sendo “maneira de compreender, de perceber determinadas


situações.”

Nossa salvação deverá nos fazer enxergar o mundo com os olhos da fé (Rm 1.17). Afinal, tudo
o que não provém da fé é pecado. Deveremos também enxergar as pessoas com os olhos da
graça, da compaixão e da misericórdia de Deus.

Mas…

Como adquirir valores espirituais?

Como acumular virtudes espirituais?

Como almejar visões espirituais?

1. Arrependa-se diante de Deus

Ap 3.19 | Eu corrijo e disciplino aqueles que amo. Por isso, seja zeloso e arrependa-se.

Aceite a misericórdia severa de Deus e se curve diante do Pai em busca de graça e salvação.
Arrependa-se de seu orgulho, de sua autonomia, de sua falta de fé.

2. Abra a porta do seu coração


Ap 3.20 | Preste atenção! [Eis que] Estou à porta e bato. Se você ouvir minha voz e abrir a
porta, entrarei e, juntos, faremos uma refeição, como amigos.

O Senhor bate. Ele bate de diversas maneiras e a todo instante.

Nós precisamos prestar atenção – “Eis que” ou “Preste atenção”.

Nós precisamos ouvir a sua voz – “Estou à porta e bato. Se você ouvir minha voz”.

Nós precisamos abrir o coração – “e abrir a porta”.

Nós precisamos colocar a vida em ordem – “entrarei e, juntos, faremos uma refeição”.

Nós precisamos interagir com o Senhor – “faremos uma refeição, como amigos”.

3. Alegre-se com o seu Senhor

Ap 3.21-22 | 21 O vitorioso se sentará comigo em meu trono, assim como eu fui vitorioso e me
sentei com meu Pai em seu trono. 22 “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz
às igrejas”.

LAODICÉIA: A IGREJA MORNA

Não seja como a igreja dos laodicenses. Não seja morno. Ser morno é ser imprestável. Quem é
quente, cura. Quem é frio, refresca. Mas quem é morno causa vômito em Deus e no próximo.
Portanto: 1 não se deixe contaminar por este mundo; 2 não se permita enganar pelo seu
coração; 3 não queira apodrecer na inutilidade.

J.B.Phillips Rm 12.1-2 | 1 Com os olhos bem abertos para as misericórdias de Deus, meus
irmãos, eu lhes imploro que, num ato de adoração inteligente, entreguem-lhe seus corpos
como sacrifício vivo, dedicado a ele e por ele aceitável. 2 Não permitam que o mundo ao redor
os force a se encaixarem em seus moldes, mas deixem que Deus os recrie de maneira que o
estado mental de vocês seja completamente transformado. Assim vocês demonstrarão na
prática que a vontade de Deus é boa, aceitável a ele e perfeita.

O Senhor está à porta do seu coração. Ele bate. Ele quer entrar. Abra o seu coração. Convide-o
para entrar. Sacie-se na ceia com ele.

Arrependa-se e creia em Cristo.

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