A2 SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 4/8/2014
Editor
Jary Cardoso OPINIÃO
opiniao@grupoatarde.com.br
Donaldson Gomes
Com RODRIGO AGUIAR
Problemas nos portos
na pauta eleitoral
Em encontro com empresários baianos, os
três candidatos mais bem colocados nas pes-
quisas de intenções de votos para o governo
do estado – Paulo Souto (DEM), Lídice da Mata
(PSB) e Rui Costa (PT) – falaram a respeito de
um dos grandes gargalos do setor produtivo
baiano: a (falta de) infraestrutura portuária.
Dois deles, Souto e Lídice, mostraram-se
favoráveis à estadualização da Codeba, en-
tidade federal responsável pela gestão dos
portos públicos no estado.
Rui ainda não tem posição definida a res-
peito do assunto.
A estadualização é um dos pontos do pro-
grama defendido pela Usuport, associação
que congrega os donos de cargas, há muitos
anos.
– Esse tipo de decisão precisa ser tomada por
quem está perto – defende o diretor da en-
tidade, Paulo Villa
Quem é contrário à medida argumenta que
os problemas na infraestrutura portuária se
resolvem com dinheiro e que a União teria
muito mais disponível que a Bahia.
Alguém viu esse dinheiro federal por aí?
ATRASO – O presidente da Federação da Agri-
cultura do Estado da Bahia, João Martins, quei-
xou-se da ausência de benefícios para a Bahia
nas obras de Transposição do Rio São Fran-
cisco. “O eixo principal da obra é federal e os
eixos secundários são dos estados. Nós ainda
não temos o principal”, disse.
Turbulência na Fieb
Com pouco mais de 100 dias à frente da Fe-
deração das Indústrias do Estado da Bahia
(Fieb), a nova diretoria da casa enfrenta as
primeiras turbulências.
O empresário Mario Pithon, um dos vi-
ce-presidentes da casa pediu uma licença do
cargo por tempo indefinido alegando razões
pessoais.
Por "razões pessoais" entendam-se discor-
dâncias em relação a algumas decisões dos
colegas de diretoria, com destaque para o
presidente, Carlos Gilberto Farias.
Quem vivencia de perto a situação diz que
Pithon e outros membros da direção cobram
mais participação nas decisões da entidade,
enquanto Farias entende que a Federação é
presidencialista – ou seja: caberia a ele de-
cidir.
Realidade hoteleira
José Manoel Garrido C. Filho
Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis/Bahia (ABIH-BA)
assada a euforia da Copa, voltamos à
P nossa realidade de poucos hóspedes e
uma imensa oferta de leitos nos hotéis.
A taxa de ocupação média de 57% nos últimos
seis meses reflete a nossa preocupação.
A partir de 2008, Salvador viveu um boom
de construções de empreendimentos hote-
leiros no modelo condhotel — aquele em
que o consumidor final compra um apar-
tamento e entra no pool alugando sua uni-
dade, esperando auferir um valor rentável
que possa pagar sua prestação e, logicamen-
te, ter algum resultado adicional. A inau-
guração de 10 novos empreendimentos des-
te tipo influenciaram negativamente nas
nossas taxas de ocupação e, consequente-
mente, na rentabilidade.
Quando apresentamos, em meados de
2011, um estudo da empresa de consultoria
Hotelinvest, em que nossa capital aparecia
com um alerta de superoferta de leitos no
pós-Copa, alguns empreendimentos foram
abortados, pois era evidente o total dese-
quilíbrio entre leitos x hóspedes. Salvador
e Belo Horizonte foram as capitais que ti-
veram o maior número de leitos inaugu-
rados dentre as 12 capitais sedes da Copa,
segundo pesquisa da Hotelinvest.
Entretanto, apesar da superoferta já exis-
tente, ainda há em Salvador diversos pro-
jetos, alguns já prontos e outros em an-
damento, aguardando a aprovação do novo
PDDU. E aí vem a pergunta: há mercado
para novas unidades no cenário atual? Res-
pondo que não.
Por mais que Salvador esteja se trans-
formando com intervenções, como a nova
orla, a revitalização do aeroclube e projetos
de mobilidade urbana, entre outros, pre-
cisamos de um equipamento precioso para
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Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900
“A falta de infraestrutura
derruba a produtividade
de um setor que tem
sido competente das
fábricas e das fazendas
para dentro”
JOSÉ DE FREITAS MASCARENHAS, presidente do Conselho
de Infraestrutura da CNI durante o encontro de
representantes da indústria com candidatos à presidência
A sombra de Hilton
Se nas últimas eleições municipais, Hilton
Coelho reinou sozinho como estrela do Psol,
o que culminou com a eleição para vereador
de Salvador, nas eleições deste ano ele terá
dentro do partido um concorrente à altura.
Tido como um “azarão” na última eleição
para a prefeitura de Feira de Santana, o pro-
fessor Jhonatas Monteiro (Psol) conquistou 27
mil votos – superando inclusive a votação
obtida pelo então prefeito da cidade à época,
Tarcísio Pimenta – e fará sombra a Hilton na
disputa por uma cadeira na Assembleia Le-
gislativa.
Caso os dois confirmem as expectativas de
uma boa votação, os psolistas tem tudo para
eleger pelo menos um deputado estadual...
o setor hoteleiro e turístico em geral, que
possa atrair grandes eventos, já que o Cen-
tro de Convenções que dispomos encon-
tra-se sem condições estruturais. Estamos
há muito tempo perdendo fatias impor-
tantes desse mercado para nossos vizinhos
nordestinos, como Fortaleza, por exemplo,
que já construiu um equipamento de porte
para atrair grandes eventos de negócios.
Costa do Sauípe, aqui no nosso litoral norte,
também já inaugurou um novo centro de
convenções.
Esse é um prejuízo imenso para Salvador,
pois sabe-se que o turista de eventos gasta
três vezes mais do que o turista de lazer,
aumentando a renda de toda a cadeia pro-
dutiva do turismo – que hoje agrega 53
segmentos. Esse movimento ainda impacta
na renda do estado e do município, que
estão perdendo tanto na arrecadação que
teriam com o pagamento de mais impostos,
como também na geração de novos postos
de trabalho.
Diversas reuniões foram realizadas entre
o trade turístico e as autoridades compe-
tentes, mostrando a real situação do equi-
pamento, mas infelizmente elas não logra-
ram o êxito desejado.
Para que possamos construir mais hotéis,
precisamos antes ter esta importante estrutura
de captação de eventos: um novo e eficiente
Centro de Convenções. Esta pode ser uma efe-
tiva ferramenta de negócios, e a luta por essa
conquista deve ser de toda a classe empresarial,
possibilitando e ampliando o horizonte pro-
dutivo de nossa capital.
Fundamental é que o próximo governador
tenha no seu projeto de governo a imediata
necessidade de melhorias e até a construção de
um novo Centro de Convenções.
TEMPO PRESENTE tempopresente@grupoatarde.com.br
Sem cor
nelli (PSB) espalhadas por Salvador chamam
a atenção pelas fotos em preto e branco.
que aparecem com imagens excessivamente
tratadas e cita um exemplo:
chegará a Brasília fazendo inimigos...
Aposta na conversa
O presidente do Fórum Empresarial da Bahia,
Victor Ventin, considerou acertada a decisão
da entidade de não entrar com uma Adin
contra o reajuste do IPTU em Salvador.
Os empresários deixaram a briga para a
OAB e partidos políticos. Preferiram não bater
de frente com a prefeitura, apesar de acre-
ditarem que houve exageros.
Iniciado na última semana, o julgamento
foi suspenso e o placar, até o momento, é
favorável à prefeitura.
– Nossa música permanece a mesma. Quem
entrou com a Adin perdeu a capacidade de
negociar.
Menos, menos...
Ex-corregedora nacional de Justiça, Eliana Cal-
mon (PSB) considerou natural a receptividade
demonstrada por membros do TJ-BA com o
retorno dos desembargadores Mário Alberto
Hirs e Telma Britto.
– Faz parte dos afetos que as pessoas ter-
minam conquistando.
Ela achou, no entanto, precipitada a efu-
sividade demonstrada por alguns desembar-
gadores, que chegaram a classificar como in-
justo o afastamento da dupla do tribunal.
Lembrou que a decisão que permitiu os
retornos é provisória e ainda falta o julga-
mento no Conselho Nacional de Justiça.
ESPAÇO DO LEITOR
Grandes medidas
Grandes medidas dos governos federal, es-
tadual e municipal: 1 - A prefeitura decidiu
que não vai mais recolher o lixo de empresas.
Quer dizer que o empresário paga os im-
postos mais altos do mundo e o governo não
dá educação, saúde, segurança e nem sequer
recolhe o lixo? Para que pagar impostos en-
tão? Para que governo?; 2 - O muro do pre-
sídio de Feira de Santana estava muito baixo,
os carcereiros fizeram uma vaquinha e au-
mentaram um metro e meio. Não tem di-
nheiro nem para isso?; 3 - O governo federal
libera agora um pacote inflacionário de es-
timulo ao crédito no valor de R$ 45 bilhões.
Legal e inteligente. Ficam bem com a po-
pulação e os efeitos inflacionários só vêm
depois da posse. Quando já ganharam a re-
eleição ou, se perderem, que outro assuma
o pepino. Estamos num desgoverno sem ta-
manho. Até quando vamos aguentar? WIL-
LIAMS DIAZ, WILLIAMS@INTERBAN.COM.BR
Praça Wilson Lins
Diante da enorme celeuma que se instaurou
sobre o destino a ser dado à praça Wilson
Lins, na Pituba, local onde antes funcionava
o Clube Português, venho sugerir aos demais
soteropolitanos, especialmente ao ilustre
prefeito de Salvador, o desenvolvimento, a
partir da parceria entre o poder público e a
iniciativa privada, de estudos e projeto para
transformar aquela localidade durante o dia
em um centro náutico, com escolas de vela
e de outros esportes aquáticos, asseguran-
do-se o acesso a crianças e adolescentes ca-
rentes, e, durante a noite, em local de lazer
para todos, preservando-se obviamente a
natureza. JORGE SPINOLA, SALVADOR - BA,
JORGE.SPINOLA@IG.COM.BR
Profissão leitor
O livro é para mim um instrumento de cres-
cimento pessoal e ascensão social. Esse com-
panheiro de todas as horas nos fala em si-
lêncio só o que queremos ouvir. Nesta "de-
leitura", cresço, enriqueço e apareço (eis-me
aqui!). Neste prestigioso Espaço do Leitor,
ouso da democracia e abuso das palavras
certas para coisas corretas. Antes de ser jor-
As placas de campanha de Domingos Leo-
Ele diz que tentou se contrapor a candidatos
- Você viu a foto de Imbassahy?
Deste jeito, caso vença a eleição, Leonelli
Santinho santo
Candidato a deputado estadual pelo
PRTB, o Tenente Everton, evangélico, re-
solveu utilizar o panfleto para a divul-
gação da candidatura, conhecido no
meio político como santinho, para fazer
dois pedidos aos eleitores baianos:
– Preciso do voto e da sua conversão,
mas entre os dois, fico com a conversão
pois com ela a nossa eleição está ga-
rantida para o Reino de Deus. Amém?
Tamanho da máquina
Apesar de criticar o número de secre-
tarias no estado, o candidato ao governo
pelo DEM, Paulo Souto, ainda não tem
uma proposta a respeito do assunto.
– Não vou falar nada precipitadamen-
te, antes de um estudo.
POUCAS & BOAS
.
Para dar continuidade às obras da
orla da Ribeira (trechos 3 e 4), a Sucop
vai realizar licitação no próximo dia 29
de agosto, quando serão recebidos os
envelopes. Ainda sobre as intervenções
na Cidade Baixa, a Fundação Mário Leal
Ferreira informou que o trecho Boa Via-
gem-Cantagalo terá o projeto urbanís-
tico elaborado pela FFA Arquitetura e
Urbanismo, que venceu a licitação com
o valor de R$ 543 mil.
.
Todos sabem da boa gestão em Mata
de São João. Porém, pelos depoimentos
publicados no site da prefeitura, o mu-
nicípio deve ser a terra sonhada. Não há
uma crítica. Vai ver os moradores e
visitantes ficaram intimidados com o
aviso no site: “Deixe o seu recado sobre
qualquer assunto que deseje. Mas man-
tenha o bom senso”.
nalista (com DRT), sou leitor, e encontro-me
bem situado neste espaço. Como jornalista,
minha matéria-prima e objeto de desejo é o
livro, a leitura em geral. Na panaceia que é
a cultura para mim, solução para todos os
males, enriqueço-me substancialmente e re-
solvo meus problemas. Foi a partir deste
espaço que aprendi meu ofício, e dele nunca
me afastei. Todo redator é um leitor, mas
nem todo leitor é um redator. Portanto, mi-
nha diferença está em redigir para o espaço
a mim destinado, também como profissão.
Na minha prosa há verve, vontade genuína
de falar em silêncio, como nos mais belos
livros! HELLMUT CONTREIRAS, HELLMUT@
ATARDE.COM.BR
Desperdício e péssimo exemplo
Desde a noite da última quarta-feira o tan-
que da Escola Francisco Conceição Menezes,
no bairro do Cabula, está jorrando água sem
parar. Um espetáculo de desperdício e de
falta de responsabilidade e ainda mais grave
por se tratar de uma escola, que deve ensinar
aos seus alunos a importância da água e a
necessidade de preservá-la como um bem
cada vez mais escasso no nosso planeta.
Moro ao lado da escola e ouvi da pessoa que
me ajuda nos trabalhos domésticos, que na
sexta-feira um funcionário, não se sabe se da
própria escola ou da Embasa, esteve no local
dando uma olhadinha. Mas ao que parece,
nada fez para solucionar o problema, cer-
tamente, esperando o início de uma nova
semana. TANIA REZENDE, SALVADOR - BA, TM-
DREZENDE@HOTMAIL,COM
Diplomacia de anão
Longe de mim a pretensão de julgar as razões
de um conflito tão complexo quanto o de
Israel e os palestinos, mas a resposta do
diplomata israelita me fez pensar que talvez
sua régua seja daquelas que medem o ta-
manho de uma diplomacia, não pela ca-
pacidade de evitar conflitos que não pou-
pem crianças, mas, sim, pelos "megatons"
dos seus arsenais, mesmo aqueles obtidos de
formas tão imorais que oficialmente não são
admitidos. RENATO FERNANDO, RENATO_
BENZANO@IG.COM.BR