SALVADOR SÁBADO 26/4/2014
Editor-coordenador
Geraldo Bastos (interino) ECONOMIA
economia@grupoatarde.com.br
INDÚSTRIA José de Freitas Mascarenhas diz que deixou a instituição com saldo bancário positivo de mais de R$ 204 milhões
Ex-presidente da Fieb nega crise financeira
PATRÍCIA FRANÇA
O ex-presidente da Federação
das Indústrias do Estado da
Bahia (Fieb), José de Freitas
Mascarenhas, disse ontem
que as quase 500 demissões
promovidas pela atual dire-
toria da instituição não po-
dem ser atribuídas a proble-
mas de caixa. “Não há crise
financeira na Fieb”, assegura
Mascarenhas.
Executivo que permaneceu
à frente da federação até 31 de
março último, quando trans-
feriu a presidência a Carlos
Gilberto Farias, Mascarenhas
informa que deixou a insti-
tuição com saldo bancário po-
sitivo de mais de R$ 204,8 mi-
lhões e sem nenhum paga-
mento em atraso.
Segundo ele, todas as en-
tidades que integram o Sis-
tema da Federação das Indús-
tria dispunham de recursos:
Fieb, R$ 9,4 milhões; Sesi,
R$ 99,9 milhões; Senai,
R$ 80,6 milhões e IEL, R$ 14,6
milhões.
Mascarenhas informou,
ainda, que as entidades tive-
Deu no New York Times
Kátia Abreu
Senadora (PSD-TO) e presidente
da CNA (Confederação da
Agricultura e Pecuária do
Brasil)
O fato é que “deu no New York
Times”, para lembrar o jargão
celebrizado no Brasil dos
anos 1980 pelo cartunista
Henfil, no jornal “O Pasquim”,
ressaltando a importância
desse diário norte-america-
no. A pretexto de alertar o
mundo para o que seria mais
uma tragédia ambiental, o
“Times” publicou, na edição
internacional impressa do úl-
timo dia 16, um feroz ataque
ao mais importante item das
exportações brasileiras.
Assim como o fizera na vés-
pera, em sua versão online, o
jornal sugeriu, com a malícia
de uma afirmação travestida
de hipótese, que o crescimen-
to da produção nacional de
soja é fruto do aumento do
desmatamento da Amazônia.
Ao registrar dados obtidos
por um sistema global de ma-
peamento florestal desenvol-
vido por cientistas da Univer-
sidade de Maryland – cuja
idoneidade não se discute até
por ser referendado pelo Go-
ogle e por informações dos
satélites de observação dos
Estados Unidos –, o “Times”,
gratuita e temerariamente,
insinua que pode ser crimi-
nosa a procedência da com-
modity produzida aqui.
“A soja não é a única causa
do desmatamento no Brasil,
mas é um fator importante”,
atenua o texto, intitulado
“Perdendo terreno na Ama-
zônia” e atribuído ao Conse-
lho Editorial do jornal, com-
posto por 18 profissionais. Lo-
go em seguida, o autor ou au-
tores apontam a aprovação do
novo Código Florestal como
indutora do processo.
O toque de malícia e inver-
dade está em associar, como
se fossem causa e efeito, um
fato concreto sobre a Ama-
zônia a outro fato: a expansão
da produção da soja no Brasil.
E as duas coisas, ao Código
Florestal. Raramente se vê
exemplo tão acintoso da cha-
mada “dicotomia da causali-
dade”, quando dois fatos
opostos são equivocadamen-
te associados, desprezando
outras opções entre as quais
pode estar a verdade.
Desprezou-se, nesse caso, o
fator produtividade, reco-
ram os orçamentos aprova-
dos pelos seus conselhos em
fins de 2013, incluindo cus-
teio, investimentos e as fontes
de recursos identificadas.
“Todos rigorosamente equi-
librados”, garante ele.
Quanto às perdas nas recei-
tas de contribuição do Sesi e
Senai, uma das razões alega-
das pela atual diretoria para
promover o corte de pessoal,
Mascarenhas admite que o
crescimento das receitas para
2014 será menor, devido à re-
dução de atividade em alguns
setores que empregam maior
número de trabalhadores, so-
bretudo a construção civil.
Sobre o atraso nos repasses
federais do Pronatec (progra-
ma de treinamento de traba-
lhadores operado pelo Senai)
– que somam R$ 45 milhões e
que é apontado como uma
das razões para o enxuga-
mento no quadro de pessoal
–, Mascarenhas disse que o
problema é real, mas admi-
nistrável.
Ponderando que esta situa-
ção atinge federações de ou-
tros estados, provocou: “É
nhecida chave da economi-
cidade e dos avanços tecno-
lógicos aplicados no plantio. É
isso o que torna competitiva a
soja brasileira no mercado
mundial, a despeito dos gar-
galos de infraestrutura e lo-
gística que o produtor ainda
tem que enfrentar.
Vincular o grão brasileiro
ao desmatamento da Amazô-
nia não é um exercício de in-
genuidade, posto que, como
lembra o próprio texto, “o
Brasil é hoje o segundo maior
produtor mundial de soja,
atrás apenas dos Estados Uni-
dos”. Devia também lembrar
que a tese já havia sido des-
montada com o monitora-
mento das áreas de produção
entre 2006 e 2012, durante a
Moratória da Soja.
A vigilância das ONGs, com
as quais se comprometeram
importadores da nossa soja,
impôs rigoroso controle das
exportações a partir dos fi-
nanciamentos e da certifica-
ção de origem, produzindo a
certeza de que a commodity
não provém de áreas desma-
tadas do Bioma Amazônia. As
sucessivas safras recordes do
grão também comprovam
que os 27,7% do território na-
cional ocupados pela agrope-
cuária são suficientes para su-
portar – e com folga – nossa
produção.
Sabemos que faz parte do
jogo pagar um preço altíssi-
mo por termos quase dois ter-
ços do território na Amazô-
nia. O país é a maior vitrine do
ativismo ambientalista mun-
dial, com grande capacidade
de mobilização da opinião
pública, dada a importância
da nossa floresta para a pre-
servação do ambiente.
Ninguém registra, porém,
que temos a mais rigorosa le-
gislação ambiental do planeta.
Tampouco alardeiam que pre-
servamos61%dacoberturana-
tiva do território nacional e
atribuímos aos proprietários
deterrasoônusdapreservação
quando, noutros países, como
os Estados Unidos, os governos
compensam aqueles que to-
mam para si esta tarefa.
O Brasil assumiu – e é justo
que tenha feito – a respon-
sabilidade de preservação da
Amazônia. Mas é insuportá-
vel que a circunstância ali-
mente inverdades que, per-
versamente, comprometem
nossa produção agrícola de-
senvolvida fora desse bioma e
com padrões de mercado con-
correnciais. Nosso pecado é
competir, acidentalmente,
com a soja americana.
B1
IMPOSTO DE RENDA Criança de 2 anos receberá
restituição do IR www.atarde.com.br/economia
preciso experiência para ge- via uma dificuldade de caixa Sem ter argumentos jurídi-
rir o setor, para não ter in- na Fieb na terça-feira, quando cos para impedir o processo,
O Senalba terrupção das atividades”. a diretoria nos convocou para ele disse que o sindicato con-
conseguiu Surpresa
expor a situação”, disse ele.
Funcionário há 26 anos do
seguiu reduzir o número de
demissões, garantir o empre-
reduzir de 720 O diretor-jurídico do Senalba, Senai, Meireles relatou que a go de quem faltava três anos
sindicato dos trabalhadores do previsão de corte apresenta- para se aposentar e o saque
para 460 as sistema Fieb, George Meireles do pela direção da Fieb era integral, pelos demitidos, das
demissões dos Dantas, também disse não sa-
ber de crise financeira. “Só to-
maior e atingiria ao todo 720
trabalhadores efetivos e não
contribuições do Planprev, o
plano de previdência privada
efetivos mei conhecimento de que ha- os 460 como ocorreu. do Sistema Fieb.
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