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Priscila
Rio de Janeiro
Agosto de 2015
Sumário
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1
CAPÍTULO 2 – REVISÃO TEÓRICA ............................................................................ 3
2.1. Ultrassom ........................................................................................................... 3
2.1.1. Oscilações e Modos de Propagação ............................................................ 3
2.1.2. Comportamento das Ondas Ultrassônicas ................................................... 8
2.1.2.1. Reflexão e Transmissão de Ondas com Incidência Normal ................... 8
2.1.2.2. Reflexão e Transmissão de Ondas com Incidência Oblíqua .................. 9
2.1.3. Geração e Recepção das Ondas Ultrassônicas ......................................... 11
2.1.4.1. Efeito Piezelétrico e Transdutores Ultrassônicos ................................. 11
2.1.4.2. Interferência de Ondas ........................................................................ 12
2.1.4.2. Feixe Ultrassônico ............................................................................... 14
2.1.4. Atenuação das Ondas Ultrassônicas ......................................................... 17
2.1.5. Técnicas de Inspeção ................................................................................ 19
2.1.6. Apresentação dos Dados ........................................................................... 21
2.2. Phased Array ................................................................................................... 23
2.2.1. O Método ................................................................................................... 23
2.2.2. Tipos de Transdutores ............................................................................... 24
2.2.3. Leis Focais................................................................................................. 26
2.2.4. Formação do Feixe .................................................................................... 28
2.2.5. Apresentação dos Dados ........................................................................... 30
2.2.6. Captura de Matriz Completa (FMC) ........................................................... 31
2.2.6.1. Método de Focalização Total (TFM) .................................................... 32
2.2.6.2. Técnica de Abertura Focal Sintética (SAFT) ........................................ 33
2.3. Aços Inoxidáveis Austeníticos .......................................................................... 34
2.3.1. Aspectos Gerais......................................................................................... 34
2.2.2. Classificação dos AIA ................................................................................ 35
2.2.3. Metalurgia Básica ...................................................................................... 36
2.2.4. Metalurgia da Soldagem ............................................................................ 38
2.2.4.1. Solidificação do Tipo A ........................................................................ 39
2.2.4.2. Solidificação do Tipo AF ...................................................................... 39
2.2.4.3. Solidificação do Tipo FA ...................................................................... 40
2.2.4.4. Solidificação do Tipo F ........................................................................ 41
2.4. Ultrassom em Aços Inoxidáveis Austeníticos ................................................... 42
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................... 44
ii
3.1. Desenvolvimento da Teoria .............................................................................. 44
3.2. Modelagem para a propagação do feixe em soldas de AIA .............................. 48
CAPÍTULO 4 – PROPOSTA DE TRABALHO ............................................................. 74
4.1. Objetivo ............................................................................................................ 74
4.2. Metodologia ...................................................................................................... 74
4.2.1. Materiais .................................................................................................... 74
4.2.2. Procedimentos Experimentais.................................................................... 74
4.3. Etapas já Realizadas ........................................................................................ 76
4.4. Cronograma ..................................................................................................... 81
CAPÍTULO 5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 83
iii
ÍNDICE DE FIGURAS
iv
Figura 2. 27 – Microestrutura resultante da solidificação do tipo A (LIPPOLD e
KOTECKI, 2005). ...................................................................................................................... 39
Figura 2. 28 - Microestrutura resultante da solidificação do tipo AF (LIPPOLD e
KOTECKI, 2005). ...................................................................................................................... 40
Figura 2. 29 - Microestrutura resultante da solidificação do tipo FA.(a) Ferrita
vermicular. (b) Ferrita em ripas (LIPPOLD e KOTECKI, 2005). ....................................... 40
Figura 2. 30 - Microestruturas resultantes da solidificação do tipo F (Adaptado de
LIPPOLD e KOTECKI, 2005). ................................................................................................ 41
Figura 2. 31 - Macrografias de soldas austeníticas: (a) 316L, SMAW (APFEL et al,
2005); (b) 316L, SMAW (CHASSIGNOLE et al, 2009); (c) 316L, TIG
(TABATABAEIPOUR E HONARVAR, 2010); (d) 316L, SAW. .......................................... 43
v
Figura 3. 16 - Caso 3: Macrografia da solda, configuração da inspeção e resultados
expressos quanto à variação da amplitude entre os defeitos 1 e 2 para o experimento
e as simulações realizadas (Adaptado de CHASSIGNOLE et al, 2009). ........................ 61
Figura 3. 17 – (a) Micrografia da solda inspecionada. (b) Solda gerada pelo MINA. (c)
Comparação entre (a) e (b) (Adaptado de FAN e LOWE, 2013, 2014). ......................... 62
Figura 3. 18 – Comparação dos resultados de elementos finitos e traçagem do feixe
com diferentes parâmetros MINA (FAN E LOWE, 2013). .................................................. 62
Figura 3. 19 – (a) Aparato experimental. (b) Sinal B-scan gerado por um dos
elementos emissores. (c) Sinal A-scan recebido por um dos elementos. (d) Sinal A-
scan após aplicação do algoritmo CLEAN (Adaptado de FAN e LOWE, 2014). ........... 63
Figura 3. 20 – Tempos de voo entre todos os elementos emissores e receptores para:
(a) modelo direto, (b) experimental (Adaptado de FAN e LOWE, 2014). ........................ 64
Figura 3. 21 – (a) Percurso na solda dos raios originados em um único ponto de
emissão. (b) Mapa de tempo de voo para um único ponto de emissão (FAN e LOWE,
2014). ......................................................................................................................................... 65
Figura 3. 22 – Mapa de erro estimado para a localização de defeitos (FAN e LOWE,
2014). ......................................................................................................................................... 66
Figura 3. 23 – (a) Tomada de dados experimental para a solda 304L. (b) Mapa de
erros gerado após aplicação do modelo inverso. (c) Imagem TFM gerada por leis
focais isotrópicas. (d) Imagem TFM corrigida, gerada por leis focais anisotrópicas (FAN
e LOWE, 2014) ......................................................................................................................... 67
Figura 3. 24 - (a) Tomada de dados experimental para a solda Inconel. (b) Mapa de
erros gerado após aplicação do modelo inverso. (c) Imagem TFM gerada por leis
focais isotrópicas. (d) Imagem TFM corrigida, gerada por leis focais anisotrópicas (FAN
e LOWE, 2014) ......................................................................................................................... 67
Figura 3. 25 – Uma varredura simulada no CIVA entre 5mm e 9mm. Um furo lateral de
3mm foi introduzido em uma profundidade de 9.6mm em um meio isotrópico
(esquerda) e em uma solda anisotrópica (direita) (Adaptado de NAGESWARAN et al,
2009). ......................................................................................................................................... 68
Figura 3. 26 –Simulação da varredura sobre o defeito 3 empregando um transdutor
linear em 7 posições distintas³ ............................................................................................... 69
Figura 3. 27 – Comparação entre os ecos simulados gerados pelo defeito 3,
empregando cada uma das 7 leis focais adaptadas em suas respectivas posições e
leis focais isotópicas. ............................................................................................................... 70
Figura 3. 28 – Curvas ecodinâmicas geradas por dados experimentais por leis focais
isotrópicas e leis focais adaptadas (CARPENTIER et al, 2010). ...................................... 71
Figura 3. 29 – Esquema da solda inspecionada e os defeitos inseridos (BANNOUF et
al, 2014). .................................................................................................................................... 72
Figura 3. 30 B-scans obtidos para o furo lateral através da inspeção pela direção d1:
(a) experimental, (b) CIVA, (c) ATHENA 3D (Adaptado de BANNOUF et al, 2014) ..... 73
Figura 3. 31 - B-scans obtidos para o entalhe através da inspeção pela direção d1: (a)
experimental, (b) CIVA, (c) ATHENA 3D (Adaptado de BANNOUF et al, 2014) ........... 73
vi
Figura 4. 4 - Definição dos parâmetros MINA (realçados no quadro vermelho) no
algoritmo weldmap inversion – inverse model. .................................................................... 78
Figura 4. 5 - Comparação entre os resultados FMC gerados no (a) Imperial College e
(b) LNDC. ................................................................................................................................... 79
vii
ÍNDICE DE TABELAS
viii
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1
A inspeção ultrassônica atualmente é realizada em diversos materiais empregados nas
mais variadas configurações, sendo regida por procedimentos e normas consolidadas
há décadas. Porém, sua aplicação em juntas soldadas de aço inoxidável austenítico
ainda se constitui um desafio em decorrência das transformações metalúrgicas que este
aço sofre durante o processo de soldagem. Assim, este caso vem sendo objeto de
estudo de diversos autores durante os últimos anos, tendo em vista mitigar ou solucionar
a dificuldade em questão.
Este trabalho tem como objetivo a correção de imagens geradas através da inspeção
por phased array em soldas austeníticas fabricadas pela técnica de arco submerso
(SAW). A correção será realizada segundo aplicação do modelo inverso, que consiste
na otimização dos resultados de simulação através de comparação iterativa com
resultados obtidos por via experimental. Isto permite que, posteriormente, dados de
inspeção sejam corrigidos a partir de informações provenientes dos dados de simulação,
em procedimento que será detalhado ao decorrer deste trabalho.
Para tal, inicialmente são apresentadas ao leitor conceitos teóricos necessários para o
entendimento da proposta de trabalho. Posteriormente, há uma extensa revisão
bibliográfica, apresentando desenvolvimentos históricos e o estado da arte acerca do
tema proposto. Por fim, um cronograma de trabalho, em conjunto das etapas já
desenvolvidas, é apresentado.
2
CAPÍTULO 2 – REVISÃO TEÓRICA
2.1. Ultrassom
3
O movimento de oscilação dos átomos determina o modo de propagação das ondas
ultrassônicas, que por sua vez pode assumir as seguintes classificações
(KRAUTKÄMER, 1969):
4
(a)
(b)
(c)
Figura 2. 2 - Modos de oscilação: (a) longitudinal, (b) transversal, (c) superficial
(Adaptado de (NDT, 2015))
5
Comprimento de onda (λ): distância entre dois planos nos quais as partículas
estão no mesmo estado de movimentação (e.g. dois planos de compressão
consecutivos no caso de uma onda longitudinal).
1
Fonte: http://fisicaessencial.blogspot.com.br/2013/02/ondas-fisica-ii.html Acessado em: 05/2015.
6
A relação entre frequência, comprimento de onda e velocidade de fase do som é
expressa pela Equação 2. 1, sendo válida para todos os tipos de onda (KRAUTKÄMER,
1969).
𝑓∙𝜆=𝑣 Equação 2. 1
𝐸(1 − 𝜇)
𝑣𝐿 = √ Equação 2. 2
𝜌(1 + 𝜇)(1 − 𝜇)
𝐸 (1 − 2𝜇)
𝑣𝑇 = √ = 𝑣𝐿 √ Equação 2. 3
𝜌2(1 + 𝜇) 2(1 − 𝜇)
0,87 + 1,12𝜇
𝑣𝑆 = ( ) 𝑣𝑇 Equação 2. 4
1+𝜇
Onde:
µ: coeficiente de Poisson;
7
Para materiais sólidos o coeficiente de Poisson possui valores entre 0 e 0,5.
Consequentemente, através da avaliação da equação 2.3, é possível verificar que a
velocidade transversal de um material apresenta valor aproximadamente 50% inferior
ao valor de sua velocidade longitudinal. Verificação análoga pode ser realizada na
equação 2.4, da qual conclui-se que a velocidade de uma onda superficial de um
material apresenta valores próximos a 90% de suas ondas transversais
(KRAUTKÄMER, 1969).
Quando as ondas sonoras atingem uma interface entre dois meios distintos durante a
sua propagação, parte da energia acústica é refletida de volta para o primeiro meio e a
energia restante é transmitida para o segundo meio. As seções a seguir irão abordar a
ocorrência deste fenômeno em alguns casos específicos.
No caso de incidência normal de uma onda sonora sobre uma interface, a grandeza que
definirá as parcelas de energia refletida e transmitida será a impedância acústica,
definida como o produto da densidade e a velocidade sonora de um material, conforme
apresentado na Equação 2. 5 (KRAUTKÄMER, 1969).
𝑍 = 𝜌𝑣 Equação 2. 5
Onde:
ρ: densidade [kg/m³]
8
Quanto maior for a diferença de impedância acústica entre dois materiais, maior será a
parcela de energia refletida de volta ao primeiro meio. O valor desta parcela pode ser
quantificado de acordo com a Equação 2. 6 (MARTIN, 2012).
𝑍2 − 𝑍1 2
𝑅=( ) ∗ 100 Equação 2. 6
𝑍2 + 𝑍1
Onde:
A soma das quantidades de energia refletida e transmitida deve ser igual à quantidade
total da energia incidente. Portanto, a obtenção da parcela transmitida (T) pode ser
realizada a partir de uma simples subtração: T = 100 – R (MARTIN, 2012).
Quando uma onda ultrassônica incide com angulação oblíqua em uma interface entre
dois meios com propriedades acústicas distintas, em adição aos fenômenos de reflexão
e transmissão descritos na seção anterior, ocorrem também fenômenos mais
complexos: a refração e a conversão de modo. Estes fenômenos estão ilustrados na
Figura 2. 4 (MARTIN, 2012).
Uma onda sônica sofre refração na interface entre dois meios quando estes possuem
propriedades acústicas diferentes, ou seja, cada qual possui uma velocidade
ultrassônica característica. A direção da onda refratada pode ser determinada a partir
da aplicação da Lei de Snell, que estabelece a relação entre os ângulos de propagação
e as velocidades das ondas sonoras (MARTIN, 2012). A Equação 2. 7 apresenta essa
relação.
9
𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑣1
= Equação 2. 7
𝑠𝑒𝑛𝛽 𝑣2
Onde:
A equação 2.7 é aplicável também nos casos em que ocorre a conversão de modo.
Durante a propagação da onda sonora em um material, é possível que a natureza do
movimento das partículas sofra alterações quando a onda atinja com angulação oblíqua
a interface de meios acusticamente distintos, gerando a conversão de modo (MARTIN,
2012). A Figura 2. 4 demonstra esta ocorrência. Nesta figura, a onda longitudinal
incidente no meio 1 é decomposta em duas ondas refratadas no meio 2: uma
longitudinal e outra transversal. Estas ondas possuem velocidades de propagação
diferentes (conforme apresentado na seção 2.1.1) e, portanto, possuem direções de
propagação diferentes – fato facilmente comprovado a partir da aplicação da Lei de
Snell.
Onde:
α: ângulo de incidência no meio 1
α’L: ângulo da onda longitudinal
refletida no meio 1
α’T: ângulo da onda transversal
refletida no meio 1
βL: ângulo da onda longitudinal
refratada no meio 2
βT: ângulo da onda transversal
refratada no meio 2
10
2.1.3. Geração e Recepção das Ondas Ultrassônicas
11
(a) (b) (c)
Figura 2. 5 – Transdutores segundo a quantidade de cristais: (a) monoelemento, (b)
duplo cristal e (c) phased-array (OLYMPUS, 2007).
12
A Figura 2.6 ilustra três situações distintas, considerando a interação de duas ondas
provenientes do mesmo ponto. Em 2.6(a) é apresentado o caso no qual estas duas
ondas estão perfeitamente em fase. Neste caso, a interferência é construtiva e a onda
resultante possui amplitude duas vezes maior em comparação às ondas originais. Em
2.6 (b), as ondas originais estão perfeitamente fora de fase. Neste caso, a interferência
é destrutiva e a onda resultante possui amplitude nula. Em 2.6(c) é apresentado um
caso intermediário, no qual as ondas originais estão parcialmente fora de fase e a onda
resultante é a soma das amplitudes dessas em todos os pontos.
A Figura 2. 7 demonstra como a interferência ocorre para o caso de duas fontes pontuais
próximas entre si, que emitem ondas de mesma frequência e fase. Nesta figura, as
fontes estão representadas na cor verde; a partir destas, ondas esféricas são emitidas
– as semicircunferências. Os traços mais espessos estão em oposição de fase em
relação aos traços mais finos. A título de simplificação, neste exemplo, os traços
espessos serão considerados as cristas e os traços finos os vales das ondas
representadas. Quando duas cristas ou dois vales se cruzam, ocorre interferência
perfeitamente construtiva, dando origem aos pontos de máxima pressão sônica (pontos
vermelhos na Figura 2. 7). Quando a crista de uma onda encontra o vale da outra, ocorre
interferência perfeitamente destrutiva, dando origem aos pontos de pressão sônica nula
(pontos azuis na Figura 2. 7).
13
Figura 2. 7 – Campo de interferência entre ondas irradiadas de duas fontes pontuais
próximas entre si (Adaptado de OLYMPUS, 2015).
O cristal piezelétrico é considerado uma fonte extensa, composta por diversas fontes
pontuais próximas entre si, cada qual irradiando a sua frente de onda esférica, em
comportamento análogo ao apresentado na Figura 2. 7 (MARTIN, 2012). Estas frentes
de onda interagem e criam interferências construtivas e destrutivas ao longo do seu
percurso, determinando o formato do feixe sônico, cujo detalhamento será realizado na
seção a seguir.
14
Figura 2. 8 –Comportamento axial da variação de pressão sonora com o aumento da
distância em relação a um cristal circular (Adaptado de OLYMPUS, 2012).
2
𝐷𝑒𝑓 ∙𝑓
𝑁= (cristal circular) Equação 2. 8
4∙𝑉
2
𝑀𝑒𝑓 ∙𝑓
𝑁 = 1,3 (cristal retangular) Equação 2. 9
𝑉
Onde:
15
N: extensão do campo próximo
V: velocidade do som
f: frequência
Ao fim do campo próximo, a interação das ondas originais forma uma frente de onda
relativamente uniforme. É iniciada então a zona de transição, a partir da qual o feixe
passa a divergir, os fenômenos de interferência já não são observados e há o
decaimento progressivo da pressão sônica com o aumento da distância do feixe em
relação ao cristal (MARTIN, 2012).
𝑣
𝑠𝑒𝑛 𝛾 = 𝐾1 Equação 2. 10
𝐷∙𝑓
𝑣
𝑠𝑒𝑛 𝛾 = 𝐾2 Equação 2. 11
𝑀∙𝑓
Onde:
f: frequência [Hz]
16
M: comprimento ou largura do elemento ativo retangular [m]
𝐴 = 𝐴𝑜 𝑒 −𝛼𝑥 Equação 2. 12
Onde:
17
atenuação do sinal. Esta perda é conhecida como espalhamento do feixe ultrassônico
(KRAUTKRÄMER, 1969, SANTIN, 2003, MARTIN, 2012).
Onde:
λ: comprimento de onda
F: frequência
D: dimensão do espalhador
α: coeficiente de atenuação
18
2.1.5. Técnicas de Inspeção
19
(a)
(b)
(c)
20
2.1.6. Apresentação dos Dados
2
Fonte: Non Destructive Testing Handbook, Volume 7: Ultrasonic Testing (UT), Third Edition, American Society for
Nondestructive Testing, 2007
21
Figura 2. 12 – Representação de uma mapa B-Scan e a relação com a amplitude
dos sinais A-scan durante uma varredura. (OLYMPUS, 2007)
22
2.2. Phased Array
2.2.1. O Método
23
Figura 2. 14 – Focalização do feixe: (a) incidência normal, (b) incidência angular
(Adaptado de OLYMPUS, 2007b).
24
Distribuição dos elementos: a forma como os elementos estão distribuídos
permite maior flexibilização das leis focais. A Tabela 2. 2 demonstra os
modelos usualmente empregados atualmente.
Formato de feixe:
1D Anular esférico.
Focalização: esférica.
Formato de feixe:
esférico/cilíndrico.
2D Anular
Deflexão: angular e
profundidade; 3D.
Formato de feixe:
esférico/cilíndrico.
1D Circular
Deflexão: angular e
profundidade; 3D.
25
2.2.3. Leis Focais
Existem três padrões essenciais de leis focais, descritos a seguir (OLYMPUS 2007a,
2007b, 2012):
26
Figura 2. 15 – Exemplos de varreduras lineares (Adaptado de OLYMPUS, 2012).
27
modificar o retardo de recepção para cada elemento. A Figura 2. 17 apresenta
os princípios desta lei focal.
O phased array obedece aos mesmos princípios físicos que o ultrassom convencional.
Consequentemente, parâmetros como dimensão do cristal e frequência de oscilação,
que influenciam a formação do feixe de um transdutor monoelemento, também
determinam o comportamento do feixe de um transdutor phased array. Porém, em
adição a estes parâmetros, fatores como distribuição e número de elementos também
devem ser considerados na técnica em questão (OLYMPUS 2007a, 2012).
28
Onde:
A: abertura efetiva na direção de refração
do feixe
H: altura do elemento
P: pitch (distância centro a centro entre
dois elementos consecutivos)
E: largura do elemento
G: Distância entre dois elementos
consecutivos
Figura 2. 18 – Principais parâmetros de um transdutor phased array (Adaptado de
OLYMPUS, 2012).
29
Apesar de limitar a máxima deflexão angular, a maior direcionalidade do feixe quando
um maior número de elementos são empregados pode trazer benefícios à inspeção.
Dentro do campo próximo, o transdutor pode ser focalizado para criar um feixe que
convirja ao invés de divergir. O estreitamento do diâmetro do feixe para um ponto focal
aumenta a energia sonora por unidade de área dentro da zona focal, e, portanto,
aumenta a sensibilidade a refletores menores, assim como aumenta a resolução do
ensaio. Adicionalmente, a sensibilidade no campo distante também pode ser aumentada
em decorrência da dissipação mais suave da energia do feixe. A Figura 2. 20 apresenta
a influência da abertura no poder de focalização de um transdutor phased array
(OLYMPUS, 2012).
30
na seção 2.1.6 deste trabalho. Há ainda uma visualização característica deste ensaio,
o S-scan. Esta visualização representa uma vista 2D de todos os A-scans de uma
abertura angular específica e fixa, corrigidos quanto ao atraso e ao ângulo de refração.
Em um S-scan, o eixo horizontal representa a distância projetada (largura da peça) e o
eixo vertical representa a profundidade. A Figura 2. 21 apresenta dois S-scans típicos:
o primeiro, de uma varredura setorial com ondas longitudinais variando de -30° a +30°;
o segundo, de uma varredura setorial com ondas transversais variando de +35° a +70°
OLYMPUS, 2007b, 2012).
(a) (b)
Figura 2. 21 – Posicionamento do transdutor e mapas S-scan para varredura setorial
(a) -30° a +30° e (b) +35° a +70°. (OLYMPUS, 2012)
A Captura de Matriz Completa, ou, do inglês, Full Matrix Capture (FMC), é um importante
modo de captura por phased array, que consiste na emissão individual de cada
elemento do transdutor, seguida pela recepção por todos os seus elementos. Este
processo se repete até que todos os elementos tenham realizado emissão. O
equipamento de phased array coleta os dados e os organiza em uma matriz que contém
todas as possíveis combinações individuais de tempo de voo entre emissão e recepção
(NJIKI et al, 2013). A Figura 2. 22 ilustra a captura por FMC para um transdutor linear
de n elementos.
31
Figura 2. 22 – Sequência de captura por FMC para um transdutor linear de n
elementos. Em azul e vermelho, os elementos ativos.
A captura por FMC gera uma enorme quantidade de dados perfeitamente manipulável
pelo usuário através de ferramentas de pós-processamento. As possibilidades para tais
pós-processamentos são infinitas, demonstrando a grande versatilidade da técnica. Em
geral, além da manipulação do feixe para diversas morfologias de lei focal (setorial,
linear, focalizada etc.), são aplicados sobre os dados métodos sintéticos de focalização,
como o Método de Focalização Total (TFM) e a Técnica de Abertura de Focalização
Sintética (SAFT). Ambas as técnicas serão detalhadas a seguir.
32
Figura 2. 23 – Geração de dados por TFM (NJIKI et al, 2013).
𝑁 𝑁
O SAFT é uma variação da TFM, no qual são processados apenas os ecos cujos
elemento receptor e emissor são os mesmos. Desta forma, o volume de dados a ser
processado é menor, gerando menor tempo de uso computacional. O algoritmo para
este caso é então definido pela Equação 2. 14, uma simplificação da Equação 2. 13,
sendo i=j (CONNOLLY, 2009).
33
2.3. Aços Inoxidáveis Austeníticos
Aços inoxidáveis austeníticos (AIA) são ligas monofásicas cuja fase austenítica é estável
desde temperaturas criogênicas até seu ponto de fusão. Esta estabilidade ocorre graças
à adição de elementos de liga - basicamente, 18% de cromo e 8% de níquel – à
composição do material (MARSHAL, 1984, LIPPOLD e KOTECHI, 2005).
Estes aços possuem resistência equivalente à dos aços baixo carbono, podendo ser
endurecidos por trabalho a frio. São tenazes e apresentam boa ductilidade, podendo ser
empregados em uma grande faixa de temperaturas – desde criogênicas até
aproximadamente 760°C (MARSHAL, 1984, LIPPOLD e KOTECHI, 2005).
34
Tabela 2. 3 – Composição básica de um aço inoxidável austenítico (LIPPOLD e
KOTECKI, 2005).
Os AIA fazem parte das séries AISI 200 e 300 dos aços inoxidáveis. A série 200
apresenta altos teores de carbono, manganês e nitrogênio, e é usualmente empregada
em aplicações especiais. A série 300 encontra maior aplicação industrial, tendo maiores
teores de níquel que a anterior (MARSHAL, 1984, LIPPOLD e KOTECHI, 2005).
As ligas conhecidas como “18-8”, ou seja, que possuem 18% de cromo e de 8 a 10% de
níquel, são as mais utilizadas. Este termo se refere aos tipos AISI 304, 316, 321 e 347
e suas variantes. O fluxograma apresentado na Figura 2. 24 demonstra como a
classificação destes aços varia de acordo com a composição química. É importante
salientar que esta é apenas uma pequena parcela dos AIA existentes. Para uma
abordagem mais completa, é indicada a referência (LIPPOLD e KOTECKI, 2005).
35
Figura 2. 24 – Composições e classificações dos aços inoxidáveis austeníticos3
3
Fonte: http://www.aperam.com/brazil/port/produtos_servicos/sucroalcooleiro/pdfs/apostila_tecnica.pdf Visitado em:
junho/2015.
36
apresenta um diagrama Fe-Cr-Ni pseudo-binário, demonstrando o processo de
solidificação de um AIA. Neste diagrama é possível verificar que, a depender do balanço
Cr/Ni, a liga pode solidificar-se primariamente como austenita ou ferrita. A solidificação
primária da fase austenítica é favorecida conforme a razão Cr/Ni decresce; uma vez que
a liga solidifica-se como 100% austenita, esta fase permanece estável até a temperatura
ambiente. Caso a solidificação primária gere grãos de ferrita delta, a microestrutura final
da liga irá depender da composição e da taxa de resfriamento empregada (MARSHAL,
1984, LIPPOLD e KOTECHI, 2005).
37
Tabela 2. 4 – Precipitados em aços inoxidáveis austeníticos (LIPPOLD e KOTECKI,
2005).
38
A seguir serão brevemente apresentadas as microestruturas típicas presentes em
metais de solda austeníticos. Tais tópicos estão mais detalhadamente apresentados em
(LIPPOLD e KOTECKI, 2005).
Ocorre para as menores razões Cr/Ni; neste caso, toda a liga é solidificada como
austenita e esta fase se mantém estável até a temperatura ambiente. Este processo
gera uma estrutura dendrítica e apresenta grande segregação de elementos de liga aos
contornos de grão. Uma micrografia desta estrutura está apresentada na Figura 2. 27.
39
Figura 2. 28 - Microestrutura resultante da solidificação do tipo AF (LIPPOLD e
KOTECKI, 2005).
(a) (b)
Figura 2. 29 - Microestrutura resultante da solidificação do tipo FA. (a) Ferrita
vermicular. (b) Ferrita em ripas (LIPPOLD e KOTECKI, 2005).
40
2.2.4.4. Solidificação do Tipo F
41
2.4. Ultrassom em Aços Inoxidáveis Austeníticos
(a) (b)
42
(c) (d)
Figura 2. 31 - Macrografias de soldas austeníticas: (a) 316L, SMAW (APFEL et al,
2005); (b) 316L, SMAW (CHASSIGNOLE et al, 2009); (c) 316L, TIG
(TABATABAEIPOUR e HONARVAR, 2010); (d) 316L, SAW.
43
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
44
Quando ondas ultrassônicas atravessam grãos grosseiros e anisotrópicos, a direção
efetiva do feixe (direção de maior fluxo de energia) pode ser diferente de sua direção
nominal (MILLER e MUSGRAVE, 1956). Este fenômeno é definido como “distorção do
feixe” e possui influência direta sobre a atenuação ultrassônica e a largura do feixe,
tornando estes parâmetros direcionalmente dependentes no caso de incidência sobre
grãos colunares. TOMLINSON et al (1980) realizaram experimentos em corpos de prova
cilíndricos retirados de quatro materiais: metal de solda de um aço inoxidável austenítico
316, latão alfa, metal de solda de um Inconel 182 e um monocristal de uma liga de níquel
NIMONIC 80A. Todas as amostras, incluindo o monocristal, apresentaram
comportamento equivalente para medidas de velocidade ultrassônica longitudinal e
distorção do feixe em função do ângulo ψ formado entre o feixe e a direção [100] dos
grãos austeníticos. Adicionalmente, estes resultados corroboram a teoria geral
desenvolvida por MILLER e MUSGRAVE (1956) para o comportamento de ondas
ultrassônicas em meios anisotrópicos. Assim, TOMLINSON et al comprovaram
experimentalmente que a atenuação ultrassônica em soldas de aços austeníticos não é
proveniente exclusivamente de fenômenos de espalhamento nos contornos de grão, ou
seja, também é função do ângulo formado entre o feixe e a direção [100] dos grãos
colunares.
45
Figura 3. 1 – Representação da anisotropia de soldas de aço inoxidável austenítico
(Adaptado de KOLKOORI, 2014).
4
Fonte: Adaptado de Handbook on the Ultrasonic Examination of Austenitic Welds, American Welding Society, 1986
46
Figura 3. 3 – Variação da velocidade ultrassônica para os modos de propagação L, SV
e SH, em função do ângulo formado entre o feixe ultrassônico e a direção [100] dos
grãos colunares austeníticos. (KUPPERMAN e REIMANN, 1980)
47
PAPADAKIS (1965) propôs uma teoria para justificar a influência da textura
cristalográfica na propagação das ondas ultrassônicas. Seu modelo infere que quando
2 π D < λ < 2 π L, onde D é a média da menor dimensão e L a média da maior dimensão
dos grãos, o espalhamento obedece a diferentes leis para diferentes direções de
incidência da onda. Alguns autores (AHMED et al, 1992, SELDIS et al, 200, PLOIX et
al, 2005) já demonstraram experimentalmente que o espalhamento de ondas
longitudinais é maior quando as ondas se propagam em direção transversal ao eixo de
maior crescimento dos grãos em comparação a quando a propagação ocorre em direção
paralela a este eixo. Isto ocorre pois os grãos são cristalograficamente bem alinhados
na direção de seu comprimento e portanto, as propriedades elásticas em diferentes
grãos são similares nesta direção, causando baixo espalhamento. Entretanto, na
direção perpendicular ao seu comprimento, as direções cristalográficas estão orientadas
aleatoriamente, apresentando, portanto, muitas irregularidades, o que propicia maior
espalhamento. Ondas transversais apresentam comportamento similar: quando a
direção de polarização é transversal ao eixo de maior crescimento dos grãos colunares,
o espalhamento é mais intenso.
Modelos Numéricos:
o Técnica de Integração Elastodinâmica Finita (EFIT) (CHINTA et al, 2012);
o Método de Elementos Finitos (HARUMI e UCHIDA, 1990,
CHASSIGNOLE et al, 2000a, 2000b);
o Método de Diferenças Finitas (BAEK e YIM, 2011);
o Método dos Elementos de Contorno (SAEZ e DOMINGUEZ, 1999).
Modelos Aproximados:
o Método Gaussiano de Superposição de Feixe (SPIES, 2000).
Modelos Analíticos:
o Método de Traçagem do Feixe.
48
O presente trabalho dará enfoque ao método analítico de traçagem do feixe. Para
aprofundamento nas demais abordagens, o leitor é convidado a acessar as referências
citadas.
49
e melhor interpretação dos possíveis erros de dimensionamento e localização de
descontinuidades detectadas durante a varredura (HAWKER et al, 1999).
3. Caso haja mudança de região, reduzir o intervalo de tempo para atingir a interface
entre as regiões e continuar ao passo 4;
4. Na nova posição, definir uma interface artificial para o cálculo da refração do raio;
50
Figura 3. 6 – Percurso sônico para uma onda de 45°, nos modos quasi longitudinal,
quasi transversal verticalmente polarizado e quasi transversal horizontalmente
polarizado em uma solda SMAW austenítica. À esquerda, 3D-Ray-SAFT. À direita,
RAYTRAIM (SCHIMITZ, 1999).
51
Figura 3. 7 - Modelo estudado por Connolly (CONNOLLY, 2010).
Figura 3. 8 – Imagens resultantes para o defeito da figura 3.8: (a) Imagem SAFT com
lei focal isotrópica. (b) Imagem TFM com lei focal isotópica. (c) Imagem SAFT com lei
focal corrigida. (d) Imagem TFM com lei focal corrigida (CONNOLLY, 2010).
52
os fatores que regem a morfologia final da microestrutura são de difícil reprodução
virtual, e a escala macroscópica, cuja resolução é insuficiente para uma modelagem
satisfatória da propagação do ultrassom no meio em questão.
RV = h/H
RL = l/L
(a) (b)
Figura 3. 9 – Parâmetros MINA: RV, RL, θB e θC. (Adaptado de MOYSAN et al, 2003,
GUEUDRE et al, 2009)
53
3. 10 foram gerados, a partir dos quais foi constatado que o modelo apresenta erro
médio (Δθ) de 10° a 15° em comparação aos valores reais da orientação dos grãos da
solda, resultado considerado satisfatório.
54
(difração de elétrons retroespalhados) aliada ao cálculo de suas constantes elásticas
(ie, reprodução virtual da morfologia real dos grãos).
Os resultados dos três casos foram confrontados e estão apresentados na Figura 3. 11.
Nesta figura, estão apresentados 9 gráficos de ecodinâmica, cada um para uma posição
do transdutor. As curvas estão normalizadas nos três casos, uma vez que a modelagem
pelo ATHENA 2D não prevê as perdas de energia por atenuação. É possível observar
que as três curvas apresentam comportamento similar em todos os gráficos, indicando
que a modelagem através do algoritmo MINA+ATHENA 2D possui correspondência
razoável com o que ocorre na realidade. Entretanto, é importante ressaltar que há
desvios da ordem de 2,89mm no posicionamento dos picos das curvas quando os casos
da solda real e solda MINA são comparados.
Estes resultados também demonstram a grande limitação do algoritmo. Nos gráficos P8,
P12 e P16, que correspondem às maiores distâncias entre o transdutor e o eixo da
solda, ou seja, aos maiores percursos sônicos, é possível observar que as curvas
geradas pelo ATHENA 2D possuem picos que não estão presentes nas curvas
experimentais. Esta discrepância é decorrente da ausência da influência da atenuação
sônica neste código.
55
Figura 3. 11 – Comparativo entre gráficos de ecodinâmica (experimentais, simulados a
partir da estrutura MINA, simulados com a estrutura medida) para 9 posições de
transdutor. Amplitudes normalizadas (Adaptado de APFEL et al, 2005).
56
O fluxograma apresentado na Figura 3. 12 demonstra como a iteração ocorre. A
comparação é realizada através de uma função de ajuste, ou critério de divergência,
mensurado através do método dos mínimos quadrados pelo valor de uma função de
custo (J), apresentado na Equação 3. 1. Um algoritmo genético, baseado na teoria
evolucional de Darwin, foi implementado para encontrar o valor global mínimo da função
de ajuste (i.e. J ~ 0). O algoritmo começa com uma população inicial de indivíduos (pg),
cada qual correspondente aos quatro parâmetros MINA (RV, RL, θB e θC) e caracterizado
por uma função de ajuste. Com base em seu ajuste, "pais" são selecionados de forma
a reproduzir uma nova geração de parâmetros, empregando operadores como
cruzamento (crossover), mutação e recombinação. Se o sistema for bem definido, a
cada iteração a população irá convergir para uma solução global otimizada.
𝑛 𝑚 𝑠𝑖𝑚 𝑒𝑥𝑝 2
𝑒𝑗𝑖 (𝑅𝑉 , 𝑅𝐿 , 𝜃𝐵 , 𝜃𝐶 ) − 𝑒𝑗𝑖
𝐽(𝑅𝑉 , 𝑅𝐿 , 𝜃𝐵 , 𝜃𝐶 ) = ∑ ∑ ( 𝑒𝑥𝑝 ) Equação 3. 1
𝑖=1 𝑗=1
𝑒𝑗𝑖
Onde:
𝑠𝑖𝑚 𝑠𝑖𝑚
𝐸 𝑖 = (𝑒1𝑖 𝑖
, … , 𝑒𝑚 ) são os dados simulados;
𝑒𝑥𝑝 𝑒𝑥𝑝
𝐸 𝑖 = (𝑒1𝑖 𝑖
, … , 𝑒𝑚 ) são os dados experimentais.
57
O modelo direto proposto por APFEL et al (2005), porém, não considera a atenuação
das ondas ultrassônicas, ou seja, o emprego de um modelo inverso para a comparação
entre dados experimentais e simulados é inviável. GUEUDRE et al (2009) optaram,
portanto, na geração de “falsos” dados experimentais, a partir da aplicação no modelo
direto com parâmetros MINA medidos em metalografias de juntas soldadas. A
comparação foi baseada no confrontamento de curvas ecodinâmicas, como as
apresentadas na Figura 3. 11, para resultados “experimentais” e simulados. Como
resultado, os autores identificaram que eram necessárias aproximadamente 20
iterações para que o sistema apontasse convergência, considerando o caso em estudo.
A Figura 3. 13 apresenta estes resultados graficamente.
58
Caso 1: Solda austenítica 316L com 50mm de espessura e 2 furos laterais, a 20mm e a
40 mm de profundidade. Cinco angulações de incidência ultrassônica foram testadas:
0, 35°, 45°, 60° e 70°, com um transdutor monoelemento de 2.25MHz. A perda de
amplitude foi calculada a partir da diferença entre as amplitudes dos furos 1 (menos
profundo) e 2 (mais profundo).
Caso 2: Solda austenítica 316L com 40mm de espessura e dois furos laterais, cada um
em um lado da solda, ambos à profundidade de 20mm. Mesmo transdutor empregado,
nas angulações de 35°, 45° e 60°. A perda de amplitude foi calculada a partir da
diferença entre as amplitudes dos furos 1 (propagação ultrassônica no material
isotrópico) e 2 (propagação ultrassônica no material anisotrópico).
Caso 3: Solda austenítica 316L, com chanfro em K, 60mm de espessura e dois furos
laterais, cada um em um lado da solda, ambos à profundidade de 39mm. Mesmo
transdutor empregado, apenas a angulação de 60° foi testada. A perda de amplitude foi
calculada a partir da diferença entre as amplitudes dos furos 1 (propagação ultrassônica
no material isotrópico) e 2 (propagação ultrassônica no material anisotrópico).
Cada um dos três casos gerou três resultados: experimental, simulado sem correção
para a atenuação (simulação 1) e simulado com a atenuação inserida no código
(simulação 2). A configuração e os resultados obtidos estão apresentados nas Figuras
3.14, 3.15 e 3.16. Os resultados demonstram que, para todos os casos, as simulações
com o código não corrigido subestimam ou eventualmente ignoram o poder de
atenuação da estrutura anisotrópica. Após a correção proposta pelos autores, o
ATHENA 2D apresenta resultados de atenuação similares aos obtidos
experimentalmente, ou seja, consegue reproduzir de forma satisfatória a amplitude dos
ecos provenientes de descontinuidades presentes em uma estrutura anisotrópica.
59
Figura 3. 14 - Caso 1: Macrografia da solda, configuração da inspeção e resultados
expressos quanto à variação da amplitude entre os defeitos 1 e 2 para o experimento
e as simulações realizadas (Adaptado de CHASSIGNOLE et al, 2009).
60
Figura 3. 16 - Caso 3: Macrografia da solda, configuração da inspeção e resultados
expressos quanto à variação da amplitude entre os defeitos 1 e 2 para o experimento
e as simulações realizadas (Adaptado de CHASSIGNOLE et al, 2009).
FAN e LOWE (2012, 2013, 2014) aplicaram o código MINA, em conjunto com o código
de traçagem do feixe desenvolvido por CONNOLLY et al (2010), e desenvolveram seus
próprios modelos direto e inverso para a correção de leis focais para meios anisotrópicos
a partir de dados experimentais. Para tal, realizaram simulações e tomada de dados
experimentais em uma solda de aço austenítico 304L (SMAW). Esta solda foi
reproduzida virtualmente a partir dos seus parâmetros MINA; uma comparação entre as
direções produzidas pelo MINA e as direções reais dos grãos colunares (medidas
através de macrografia) foi realizada, gerando o mapa apresentado na Figura 3. 17.
Neste mapa, é possível observar que em grande parte da solda o erro entre as direções
calculadas pelo MINA e as direções verdadeiras é menor do que 20°, atestando a
validade do modelo.
61
Figura 3. 17 – (a) Micrografia da solda inspecionada. (b) Solda gerada pelo MINA. (c)
Comparação entre (a) e (b) (Adaptado de FAN e LOWE, 2013, 2014).
62
Após validação do modelo direto, FAN e LOWE (2014) partiram para a exploração do
modelo inverso. O modelo inverso destes autores tem a mesma abordagem realizada
por GUEUDRE (2009), conforme demonstrado na Figura 3. 12. A coleta de dados
experimentais ocorreu através da captura por FMC, empregando dois transdutores
phased array de 32 elementos, conforme apresentado na Figura 3. 19(a). Apenas o
modo transversal é de interesse, pois é este modo de propagação que sofre maior
influência quanto à anisotropia da solda. Sinais gerados por apenas um elemento
(receptor ou transmissor) estão apresentados nas Figura 3. 19 (b) e (c). A extração da
onda transversal foi realizada através da aplicação do algoritmo CLEAN, em
procedimento detalhado em FAN e LOWE (2014).
Figura 3. 19 – (a) Aparato experimental. (b) Sinal B-scan gerado por um dos
elementos emissores. (c) Sinal A-scan recebido por um dos elementos. (d) Sinal A-
scan após aplicação do algoritmo CLEAN (Adaptado de FAN e LOWE, 2014).
63
na Figura 3. 20. A matriz simulada possui algumas células em branco; estas células são
referentes a regiões nas quais o feixe atinge condições de contorno locais do modelo.
RV RL θB θC
Original 0.15 0.335 17.5° 0°
Otimizado 0.173 0.362 20.5° 5.63°
Com a solda virtual otimizada, é possível então investir em procedimentos que permitam
a correção de imagens geradas a partir de dados experimentais.
As leis focais para a formação de imagens por phased array são computadas sob o
princípio de Fermat, no qual o menor tempo de voo possível entre a fonte e o ponto de
64
destino deve ser encontrado e admitido. Em meios isotrópicos as leis focais podem ser
calculadas de forma simples, de acordo com a distância entre a fonte e o ponto de
destino. Em meios anisotrópicos isso não é possível em decorrência dos desvios que o
feixe sofre. Assim, metodologias baseadas na traçagem do feixe devem ser
desenvolvidas para os cálculos de tempo de voo entre dois pontos (FAN e LOWE, 2014).
FAN e LOWE fizeram isto da seguinte forma: utilizando a solda com parâmetros MINA
otimizados, a traçagem do feixe é realizada em diferentes ângulos a partir de uma única
fonte de emissão, tendo em vista a simulação de todos os caminhos possíveis da fonte
até o ponto de destino. Isto pode ser observado na Figura 3. 21(a). O tempo de voo
entre cada ponto de emissão e cada ponto da imagem pode ser obtido através da
interpolação dos dados de traçagem do feixe. O resultado pode ser visualizado na
Figura 3. 21(b), na qual o tempo de voo entre uma única fonte de emissão e cada ponto
da imagem está apresentado em escala de cinza.
65
Figura 3. 22 – Mapa de erro estimado para a localização de defeitos (FAN e LOWE,
2014).
A validação experimental de todo o processo proposto por FAN e LOWE foi realizada a
partir da captura de sinais phased array por FMC em duas soldas: uma solda austenítica
304L (SMAW) e uma solda Inconel (SMAW), ambas contendo defeitos artificiais (furos
laterais), conforme as Figuras 3.23(a) e 3.24(a). Leis focais anisotrópicas foram
calculadas para ambos os casos a partir do modelo inverso. Seus valores de tempo de
voo para cada ponto da imagem foram confrontados aos tempos de voo de leis focais
isotrópicas e geraram os mapas de erros apresentados nas Figuras 3.23(b) e 3.24(b).
As Figuras 3.23(c) e 3.24(c) apresentam as imagens TFM geradas pelas leis focais
isotrópicas. Em ambos os casos, o desvio de localização dos defeitos é evidente – em
vermelho, há a indicação da posição real do defeito. As Figuras 3.23(d) e 3.24(d)
apresentam as imagens TFM geradas pelas leis focais anisotrópicas. Nestas imagens
os defeitos possuem localização condizente com a sua posição real, indicando que o
método foi eficaz na correção das leis focais.
66
Figura 3. 23 – (a) Tomada de dados experimental para a solda 304L. (b) Mapa de
erros gerado após aplicação do modelo inverso. (c) Imagem TFM gerada por leis
focais isotrópicas. (d) Imagem TFM corrigida, gerada por leis focais anisotrópicas (FAN
e LOWE, 2014)
Figura 3. 24 - (a) Tomada de dados experimental para a solda Inconel. (b) Mapa de
erros gerado após aplicação do modelo inverso. (c) Imagem TFM gerada por leis
focais isotrópicas. (d) Imagem TFM corrigida, gerada por leis focais anisotrópicas (FAN
e LOWE, 2014)
67
anômalo do ultrassom em soldas austeníticas. Uma descrição detalhada desta
plataforma está apresentada na referência CALMON et al (2004).
Figura 3. 25 – Uma varredura simulada no CIVA entre 5mm e 9mm. Um furo lateral de
3mm foi introduzido em uma profundidade de 9.6mm em um meio isotrópico
(esquerda) e em uma solda anisotrópica (direita) (Adaptado de NAGESWARAN et al,
2009).
68
A partir destes resultados, os autores propuseram uma estratégia baseada na correção
das leis focais calculadas pelo CIVA para um meio anisotrópico. Esta estratégia,
batizada de leis focais adaptadas, é baseada no conceito de reversão de tempo, no qual
o tempo levado pelo eco de cada elemento do transdutor para retornar de um
determinado ponto de interesse do material é convertido em leis focais. O principal
objetivo é maximizar a energia sonora neste ponto de interesse, ou seja, manipular o
tempo de disparo de cada elemento de forma que as ondas emitidas por cada um
cheguem ao mesmo tempo e em fase ao ponto de interesse na peça.
5
Fonte: Guidelines for generating array ultrasonic procedures for the inspection of dissimilar/austenitic welded
components. TWI, 2011. Acessado em http://www.dissimilarweld.co.uk/publications/DIS-Gu-Rev.01.05.pdf, junho/2015
69
Figura 3. 27 – Comparação entre os ecos simulados gerados pelo defeito 3,
empregando cada uma das 7 leis focais adaptadas em suas respectivas posições e
leis focais isotópicas.6
6 Fonte: Guidelines for generating array ultrasonic procedures for the inspection of dissimilar/austenitic welded
components. TWI, 2011. Acessado em http://www.dissimilarweld.co.uk/publications/DIS-Gu-Rev.01.05.pdf, junho/2015
70
e pela lei focal adaptada. A lei focal adaptada apresentou comportamento pior, no que
tange a sensibilidade, e comportamento melhor, no que tange o dimensionamento, em
comparação à lei focal original. Adicionalmente, houve grande correspondência entre
os resultados simulados e experimentais em relação os tempos de voo entre o defeito
e o transdutor. Assim, a técnica desenvolvida demonstra grande capacidade de prever
o percurso sônico no interior do material, porém, não é capaz de prever os valores de
amplitude de uma inspeção real.
Figura 3. 28 – Curvas ecodinâmicas geradas por dados experimentais por leis focais
isotrópicas e leis focais adaptadas (CARPENTIER et al, 2010).
71
Resultados preliminares foram gerados através da inserção de defeitos controlados na
solda investigada, conforme apresentado na Figura 3. 29. Toda a geometria, incluindo
transdutores e procedimento de inspeção, foi reproduzida em ambas as plataformas de
simulação. A inspeção foi realizada em duas direções diferentes, d1 e d2, conforme a
Figura 3. 29. Os resultados de atenuação focam contabilizados considerando a
detecção dos defeitos após a passagem do feixe sônico pela solda.
72
Figura 3. 30 - B-scans obtidos para o furo lateral através da inspeção pela direção d1:
(a) experimental, (b) CIVA, (c) ATHENA 3D (Adaptado de BANNOUF et al, 2014)
Tabela 3. 2 – Amplitudes dos furos após passagem do feixe pela solda (Adaptado de
BANNOUF et al, 2014).
Figura 3. 31 - B-scans obtidos para o entalhe através da inspeção pela direção d1: (a)
experimental, (b) CIVA, (c) ATHENA 3D (Adaptado de BANNOUF et al, 2014)
Tabela 3. 3 - Amplitudes dos entalhes após passagem do feixe pela solda (Adaptado
de BANNOUF et al, 2014).
73
CAPÍTULO 4 – PROPOSTA DE TRABALHO
4.1. Objetivo
Este trabalho tem como objetivo a correção de imagens geradas através da inspeção
por phased array em soldas austeníticas fabricadas pela técnica de arco submerso
(SAW). A correção será realizada segundo aplicação do modelo inverso - baseado no
código MINA - que consiste na otimização dos resultados de simulação através de
comparação iterativa com resultados obtidos por via experimental. Isto permite que,
posteriormente, dados de inspeção sejam corrigidos a partir de informações
provenientes dos dados de simulação, em procedimento já detalhado na revisão
bibliográfica.
4.2. Metodologia
4.2.1. Materiais
74
A obtenção das constantes elásticas do material para inserção nos modelos de
simulação será realizada por meio de ultrassom convencional.
A análise macrográfica será realizada no intuito do cálculo dos parâmetros MINA que
não constam na EPS: (RV, RL, θB e θC).
A coleta preliminar de dados será realizada nas soldas sem defeitos, tendo em vista a
aplicação do modelo inverso. A captura será realizada através da técnica FMC,
empregando transdutores phased array lineares de 2MHz.
As soldas com defeitos artificiais serão utilizadas para verificar a eficácia do modelo
inverso. Novas capturas empregando a técnica FMC serão realizadas, tendo em vista a
correção da localização dos defeitos nas imagens geradas através do pós-
processamento por TFM.
75
ao tempo de voo experimental. Desta forma, os parâmetros MINA da solda são
otimizados para a posterior correção dos resultados experimentais. Este segundo
modelo é identificado como inverso (FAN e LOWE, 2012, 2013).
• IMAGE: produz a imagem TFM dos resultados experimentais com a lei focal
anisotrópica, corrigindo, portanto, a imagem original gerada com leis focais isotrópicas
(FAN e LOWE, 2014).
Uma chapa soldada de aço inoxidável austenítico 316L foi fabricada conforme EPS
empregada para fabricação de estruturas encontradas em instalações da PETROBRAS.
A técnica de soldagem empregada foi arco submerso para o enchimento e TIG para os
passes de raiz. As Figuras 4.1 e 4.2 apresentam as principais dimensões da solda e
algumas etapas do procedimento de soldagem realizado.
76
(a) (b)
(c) (d)
Figura 4. 2 – Procedimento de soldagem. (a) Passe de raiz com TIG. (b) Passe de
raiz. (c) Enchimento com arco submerso. (d) Estado do cordão de solda após
aplicação de um dos passes de enchimento por arco submerso.
Parte da junta soldada também foi usinada para preparo metalográfico e obtenção dos
demais parâmetros MINA: RV, a taxa de refusão vertical do passe anterior após
aplicação do passe subsequente; RL, a taxa de refusão lateral do passe anterior após
aplicação do passe subsequente; θB, inclinação do ângulo de simetria de um passe com
a vertical para passes na parede do chanfro e θC, inclinação do ângulo de simetria de
um passe com a vertical para passes internos. A Figura 4. 3 apresenta uma seção da
solda após preparo metalográfico, já com a demarcação dos passes para o cálculo dos
77
parâmetros MINA. A Figura 4. 4 apresenta os parâmetros MINA obtidos para o presente
caso de estudo.
Figura 4. 3 – Demarcação dos passes para o cálculo dos parâmetros RV, RL, θC, θB.
Paralelamente, foram coletados os dados em FMC na solda sem defeitos para realizar
a iteração entre os resultados simulado e experimental. Para tal, foi utilizado o
78
equipamento MultiX++, da fabricante M2M, com 128 canais, e dois transdutores phased
array da Olympus, de 2MHz e 32 elementos cada, com pitch de 1mm. Estes
transdutores trabalharam em pitch-catch, ou seja, um foi responsável apenas pela
emissão e outro pela recepção dos sinais em FMC. O transdutor emissor teve uma
sapata angular acoplada, tendo em vista priorizar a propagação transversal das ondas
no interior do material.
A extração dos resultados em formato de tempo de voo para cada elemento emissor e
receptor foi realizada na plataforma de simulação CIVA.
Nos ensaios realizados no LNDC, porém, este comportamento não foi reproduzido.
Conforme pode ser visto na Figura 4. 5(b), não é sempre o mesmo modo que mantém
a maior amplitude. Na posição do cursor preto nesta figura, observa-se que dois modos
de propagação apresentam grande amplitude (caracterizada pelo tom em azul claro),
tornando difícil a escolha do modo de maior energia para a extração dos dados de tempo
de voo.
(a) (b)
Figura 4. 5 - Comparação entre os resultados FMC gerados no (a) Imperial College
e (b) LNDC.
79
Ainda assim, foi realizada a extração da matriz contendo os tempos de voo, conforme a
Figura 4. 6. Os dados nesta matriz comprovam o comportamento apresentado na Figura
4. 5 (b): existem pontos de grande descontinuidade entre os tempos de voo de
elementos consecutivos, provavelmente não provenientes do fenômeno de desvio do
feixe. Novas tomadas de dados e análises complementares serão realizadas para maior
investigação deste comportamento.
80
Figura 4. 7 – Erro apresentado pelo executável que roda o algoritmo WELDMAP
INVERSION, quando espessuras inferiores a 54mm são empregadas.
4.4. Cronograma
1. Revisão Bibliográfica.
2. Confecção dos corpos de prova.
3. Análise metalográfica.
4. Obtenção das constantes elásticas.
5. Registro de dados FMC das juntas sem defeitos.
6. Extração dos dados FMC das juntas sem defeitos.
7. Aplicação do modelo inverso.
8. Correção do algoritmo.
9. Registro de dados FMC das juntas com defeitos.
10. Extração dos dados FMC das juntas com defeitos.
11. Correção das Imagens por TFM.
12. Elaboração da dissertação.
13. Defesa da Tese.
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mai/ jun/ jul/ ago/ set/ out/ nov/ dez/ jan/ fev/ mar abr/ mai/ jun/
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