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KÁTIA LUIZARI

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sumário

Aula 1 ...............................................................................................................................................03
Fundamentos da comunicação

Aula 2 ...............................................................................................................................................07
A comunicação empresarial

Aula 3 ...............................................................................................................................................11
Correspondência empresarial

Aula 4 ...............................................................................................................................................15
Carta comercial

Aula 5 ...............................................................................................................................................20
Qualidades e defeitos do texto escrito

Aula 6 ...............................................................................................................................................24
Revisão gramatical da língua portuguesa

Aula 7 ...............................................................................................................................................30
Oratória – A arte de falar bem em público - parte 1

Aula 8 ...............................................................................................................................................33
Oratória – A arte de falar bem em público - parte 2

Aula 9 ...............................................................................................................................................36
Oratória – A arte de falar bem em público - parte 3

Aula 10 ...............................................................................................................................................39
Oratória – A arte de falar bem em público - parte 4

Aula 11 ...............................................................................................................................................42
Imagem institucional: informação x comunicação

Aula 12 ...............................................................................................................................................46
Reuniões produtivas

Aula 13 ...............................................................................................................................................51
Dúvidas frequentes

Aula 14 ...............................................................................................................................................56
Tipologia textual: narração, descrição e dissertação

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FUNDAMENTOS DA COMUNICAÇÃO 01
Objetivo:
Fornecer ao aluno conceitos essenciais acerca do tema comunicação,
permitindo uma melhor compreensão dos seus desdobramentos no que se refere
à comunicação empresarial e sua eficácia, às características da modalidade escrita
da língua e também às funções da linguagem.

“A comunicação serve para que as pessoas se relacionem entre si,


transformando-se mutuamente e a realidade que as rodeia.” (Juan E. Díaz
Bordenave). Comunicar significa trocar opiniões. Desta forma é preciso que haja
interação, isto é, troca de mensagens verbais ou não verbais. Isto significa que a
comunicação pode se estabelecer de diversas formas e não somente por meio da
fala ou da escrita, ou seja, ela pode se efetivar por meio da postura corporal, dos
gestos, da forma de vestir-se e cada indivíduo faz a leitura deste ato de acordo com
sua visão de mundo. O ser humano, devido a sua necessidade de se relacionar,
lança mão da linguagem que nada mais é do que um processo de comunicação
de uma mensagem entre pelo menos duas pessoas, sendo um o emissor e o outro
o receptor.

A eficácia na Comunicação Empresarial


“Comunicar é, portanto, provocar uma resposta, uma reação do receptor,
do cliente da empresa. Se uma carta é muito bem escrita, mas não é compreendida
pelo receptor, ela não estabelece uma comunicação. Um departamento não expede
cartas para exibir conhecimentos; escreve-as para realizar negócios.” (João Bosco
Medeiros). Sendo assim, no mundo corporativo, a qualidade na comunicação escrita
é elemento fundamental. Sua eficácia está diretamente rel acionada à obtenção da
resposta correta, isto é, que satisfaça a necessidade do emitente. Por isso a redação
que atinge este objetivo é aquela que se adapta à capacidade de recepção do seu
destinatário e na qual o redator lança mão de termos mais simples, frases mais
curtas e busca, sobretudo, clareza e concisão. Assim sendo, são itens fundamentais
na redação comercial para que, além de prender a atenção do receptor, também
negócios possam ser realizados com sucesso:
• Estabelecer o objetivo: significa ter concisão evitando a prolixidade, isto é,
restringir os assuntos. Desenvolver e distribuir a mensagem de forma bem
definida, sem excesso de informações. Desvincular-se de preconceitos e
esterótipos. Evitar a vaguidade das expressões e as afetações e colocações
exageradas.

• Dominar um bom repertório lexical: significa ter precisão vocabular


desenvolvendo boa argumentação e opinião tomando cuidado com as
repetições de ideias, palavras e verbos auxiliares.

• Observar a gramática: significa evitar as gírias e estrangeirismos, os pleonasmos,


redundâncias, expressões antiquadas e o laconismo (carência de palavras).
Tomar cuidado com a ambiguidade evitando a empolação ou obscuridade
(excesso de advérbios e adjetivos que leva a linguagem burocrática).

• Escolher o canal adequado: significa utilizar o formato ideal para a


correspondência, isto é, se deverá ser um carta, um e-mail, uma mala direta,
uma circular, etc.

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Os problemas mais comuns que afetam a qualidade da correspondência
comercial escrita são, sem dúvida, as repetições de ideias, palavras e verbos
auxiliares, a vaguidade das expressões, a falta de objetividade, os pleonasmos e
ambiguidades, as afetações e colocações exageradas, as gírias, o uso de termos
estrangeiros, as expressões que estão em desuso, o laconismo, mas, principalmente,
a falta de clareza. Ao redigir uma correspondência comercial o elemento
fundamental que deve ser levando em consideração é a clareza na expressão. Esse
tipo de correspondência representa a empresa, portanto, o respeito às normas
tanto gramaticais como de estilo definirão o sucesso do empreendimento. É
importante escolher a linguagem correta, isto é, o tom formal é imprescindível,
assim como a originalidade e criatividade que ajudarão a captar a atenção do leitor.
Em síntese, exatidão, coerência de ideias e clareza são elementos essenciais para
que uma mensagem seja bem transmitida.

Comunicação e interação: a linguagem e suas


funções
A fim de que a mensagem seja compreendida e a comunicação se efetive
é fundamental a existência dos seguintes elementos para que se estabeleça esta
premissa:

O emissor envia uma mensagem a um receptor por meio de um canal


valendo-se de um código que abrangerá um contexto.

“Ao realizar um ato de comunicação verbal, o indivíduo escolhe, seleciona
as palavras, para depois organizá-las, combiná-las, conforme a sua vontade. E todo
esse trabalho de seleção e combinação não é aleatório, não é realizado por acaso
(afinal, seleção significa ‘escolha fundamentada’), mas está intimamente ligado à
intenção do emissor. Assim sendo, a linguagem passa a ter funções” (José de Nicola).

Comunicar nada mais é do que um processo interativo de troca de


mensagens entre interlocutores de acordo com a visão de mundo de cada um.
Isso significa que somos seres sociais e, portanto, necessitamos nos relacionarmos
uns com os outros. A partir daí temos o conceito de linguagem, que nada mais é
do que um processo de comunicação de uma mensagem entre pelo menos duas
pessoas, sendo uma o emissor e outra o receptor. As mensagens podem variar de
acordo com a necessidade ou situação que as queremos comunicar e, por conta
disso, conforme a afirmação de José de Nicola, a linguagem acaba assumindo
diferentes funções.

• Função referencial ou denotativa: objetiva informar. Enfatiza o contexto, o


assunto. A intenção do emissor é transmitir informação ou dados da realidade
de forma direta e objetiva.
Exemplo: Às 21h, na sede da CBF, o treinador Dunga anuncia a lista dos
22 jogadores convocados para a seleção que vai disputar o jogo amistoso
contra a Irlanda. Ele afirma que...

• Função emotiva ou expressiva: objetiva opinar, expressar emoções e
sentimentos. Enfatiza o emissor. A intenção do emissor é posicionar-se em
relação ao tema, expressando suas emoções e a subjetividade.

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Exemplo: Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam
a gente comovido como o diabo. (Drummond)

• Função conativa ou apelativa: objetiva persuadir, convencer. Enfatiza o receptor.


A intenção do emissor é influenciar o destinatário. Por isso ela é tão recorrente
nos anúncios de publicidade.
Exemplo: “Fique de olho neste olho. Todo domingo 20h no canal 12”.
“Beba Coca-Cola”

• Função fática: objetiva reforçar. Enfatiza o meio de contato, o canal. A intenção


do emissor é manter contato com o destinatário, prolongando a comunicação
ou testando o canal.
Exemplo: “Você está me ouvindo?”
“Olá, tudo bem?”
“Tudo bem. E você?”
“Tudo bem... levando...levando”

• Função metalinguística: objetiva explicar o código de comunicação. A intenção


do emissor está voltada para o próprio código linguístico, isto é, o tema da
mensagem é explicar o próprio código.
Exemplo: descrição de palavras no dicionário. Fornido. [Part.de fornir]
Adj. 1. Abastecido, provido 2. Robusto, carnudo, nutrido, alentado.
(FERREIRA A.B. de H. Novo dicionário da Língua Portuguesa)

Substantivo: é a palavra que usamos para dar nome aos seres, coisas
e ideias. Orações adverbiais: Assim se denominam porque, equivalentes a um
advérbio, figuram como adjunto adverbial da oração a que se subordinam. Quando
desenvolvidas, começam por conjunção subordinativa, quando reduzidas, aceitam
– muitas delas – as formas infinitiva, gerundial e participial.
(LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa, 44a ed., Rio de Janeiro: José Olympio, p. 274)

• Função poética: objetiva enfatizar a mensagem. A intenção do emissor está


voltada para a própria mensagem, tanto na seleção como na combinação das
palavras ou da estrutura da mensagem.
Exemplo: Da Violência
Do rio que tudo arrasta se diz que é violento.
Mas ninguém diz violentas
As margens que o comprimem. (Bertold Brecht)

Sugiro a leitura do livro: MEDEIROS, João Bosco. Correspondência - Técnicas


de Comunicação Criativa. São Paulo: Ed. Atlas, 2008.

Agora é a sua vez!


“A forma como você fala e escreve mostra e mede o seu preparo, a sua formação.
Se um profissional comete erros de concordância, de vocabulário, poderá
ser avaliado como alguém sem preparo, com lacunas na sua formação e
sua credibilidade e competência como profissional poderão ser postas em
causa e até diminuídas. Para cada atividade há exigências diferentes. Porém,

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hoje na vida profissional não se admitem deficiências na expressão verbal
e escrita. É claro que isto prejudica mais um advogado, por exemplo, mas
também prejudica o engenheiro. A maneira como você se expressa não pode
comprometer a qualidade do conhecimento que você tem.” (Reinaldo Polito)

Desenvolva um texto de opinião comentando esta afirmação a partir dos


conceitos abordados nesta aula.
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A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 02
Objetivo:
Demonstrar ao aluno a importância da comunicação empresarial,
imprimindo-lhe um olhar mais crítico acerca dos itens que promovem a sua
qualidade e por conseguinte a sua eficácia. Além disso será abordado mais
detalhadamente o tópico gramatical “regência verbal”, cujo uso incorreto acarreta
muitos problemas de redação.

Uma questão importante acerca da comunicação concentra-se em sua


modalidade escrita. As diferenças entre língua falada e língua escrita são gritantes
e para bem redigirmos é preciso que dominemos os aspectos que as envolvem.

Nesta unidade abordamos a importância da comunicação empresarial, de


como torná-la eficaz, focando, principalmente, na escolha correta da linguagem.
O objetivo primeiro da correspondência comercial é o de fornecer informações
causando uma certa impressão, isso sem falar na realização de negócios. Portanto
linguagem simples (mas não coloquial), clareza, coerência das ideias, respeito às
normas gramaticais, criatividade, originalidade e polidez são itens prioritários.

Segundo João Bosco Medeiros “correspondência eficaz é a que gera uma


resposta correta, que satisfaz às necessidades do emitente. Redator experiente
rejeita escrever ‘bonitinho’, recusa fazer literatura numa carta comercial e adapta
o nível da linguagem à capacidade de recepção de seu destinatário”.

As prioridades na comunicação empresarial


Objetividade, adequação gramatical e clareza na exposição das ideias são
requisitos fundamentais para um redator comercial que deseja atingir a eficácia nos
resultados. Sendo assim, concisão, clareza e correção tem que caminhar juntos.

• Concisão: é resultado de muita reflexão, de busca por informações, de leitura e


releitura e de organização do pensamento. O redator comercial precisa buscar
objetividade evitando ideias supérfluas mas, ao mesmo tempo, tomando o
cuidado para que a mensagem não fique exageradamente “seca” ou “grosseira”.

• Correção: o respeito à norma padrão da língua e à ortografia são imprescindíveis


para um bom redator. Portanto, o domínio das regras gramaticais é um
diferencial importante para quem escreve.

• Clareza: o redator que prima pela simplicidade na exposição das ideias


evitando o uso de uma linguagem rebuscada, ambígua ou carregada de
pormenores certamente conseguirá expô-las de forma organizada e clara.

• Eficácia: correspondência eficaz é a que satisfaz as necessidades do emitente


trazendo sempre uma resposta correta e é por isso que um redator eficaz
preocupa-se sempre com a clareza em suas exposições procurando sempre
as palavras mais simples, as frases mais curtas, adequando a linguagem a
qualquer tipo de receptor.

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Correção gramatical
Ortografia
Trata-se de um tema complexo, pois para um estudo mais detalhado
sobre a grafia dos vocábulos da Língua Portuguesa seria necessário obter noções
de etimologia, isto é, informações acerca da origem das palavras recorrendo ao
estudo do Latim e também de outras influências como o Grego, o Tupi, o Árabe e
as línguas africanas. Neste rol encontram-se também a fonética e a fonologia que
são ciências relacionadas ao estudo dos sons das palavras, igualmente complexo.

Sendo assim, um bom redator deve ter sempre à mão um dicionário capaz
de sanar as dúvidas mais frequentes quando da redação, uma vez que a grafia de
palavras com “S”, “SC”, “SS”, “C”, “Ç”, “CH”, “X”, “Z”, “J” ou “G” por exemplo, é, muitas
vezes, problemática.

Regência
Trata-se da classificação dos verbos segundo a sua transitividade, isto é,
segundo a necessidade ou não de complementos seguidos ou não de preposições.
Trocando em miúdos temos:
VTD: Verbos transitivos diretos (não precisam de preposição)
VTI: Verbos transitivos indiretos (precisam de preposição)
VTDI: Verbos transitivos diretos e indiretos (precisam de preposição)
VI: Verbos intransitivos (não precisam de preposição)

Observe os exemplos:
Perdoai sempre ==> VI (pois quem perdoa sempre, perdoa sempre)
Perdoai NOSSAS OFENSAS ==> VTD (pois quem perdoa, perdoa algo)
Perdoai AOS NOSSOS DEVEDORES ==> (VTI pois quem perdoa, perdoa A
alguém)
Perdoai NOSSAS OFENSAS AOS NOSSOS DEVEDORES ==> VTDI (pois quem
perdoa, perdoa algo A alguém)

Portanto, há verbos que, de acordo com a preposição que os regem, podem
mudar de significação. Observe alguns exemplos:
Eu assisti AO debate (assistir a = ver, presenciar) VTI
O médico assiste o enfermo (assistir = cuidar, tratar) VTD
Sempre cumpro o meu dever (cumprir = exercer, respeitar, fazer) VTD
Todos aspiram o perfume das rosas (aspirar = respirar) VTD
O operário aspirava AO cargo da chefia (aspirar a = desejar, ter em vista)
VTI
O professor avisou-lhe o perigo (avisar = algo a alguém) VTDI
O professor avisou-o DO perigo (avisar = alguém de algo) VTDI
Não desobedeça/obedeça AOS teus superiores (desobedecer/obedecer
= a alguém) VTI
Não desobedeça/obedeça ÀS leis de trânsito (desobedecer/obedecer =
a alguma coisa) VTI
Carlos esqueceu-se/lembrou-se DA régua na sala de aula (esquecer/
lembrar = de algo) VTI
Carlos esqueceu a régua na sala de aula (esqueceu = algo) VTD
Informei meus planos a Joaquim (informar = algo a alguém) VTDI
Informei-o DE meus planos (informar = alguém de algo) VTDI

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Ele preferiu a advocacia AO magistério (preferir = alguma coisa à outra
coisa) VTDI
Ele o preveniu DO barulho (prevenir = algo a alguém ou alguém de algo)
VTDI
A aluna procedeu corretamente (proceder = comportar-se) VI
O aluno procedia de Santos (proceder = vir de) VI
O encarregado procedeu à apuração dos votos (proceder = realizar) VTD
A menina queria uma lembrança (querer = desejar) VTD
Quero muito bem A você (querer = estimar) VTI
Todos os presentes responderam AO questionário (responder = à alguma
coisa) VTI
Não simpatizei com aquele indivíduo (simpatizar = com alguém) VTD
O funcionário visou o meu passaporte (visar = pôr o visto) VTD
O caçador visou o alvo (visar = mirar) VTD
Os empresários visam AOS lucros (visar = desejar, pretender) VTI
Os pais não agradam os filhos (agradar = acariciar) VTD
O filme não agradou À crítica (agradar = satisfazer) VTI
Moro/resido NA rua tal (morar/residir/estar situado em algum lugar) VTI
Ele vai AO Rio de Janeiro. (ir = a algum lugar) VTI
Ele volta DO Rio de Janeiro (voltar = de algum lugar) VTI

Sugiro a leitura do livro: ALMEIDA, Antonio Fernando de e ALMEIDA Valéria


Silva Rosa de. Português Básico – Gramática, Redação, Texto. São Paulo: Ed. Atlas,
2008

Agora é a sua vez!


1. A fim de exercitar a ortografia das palavras complete as lacunas com “S”,
“SS”, “Z”, “Ç”, “X”, “CH”, “SC”, “XC”, “J”, “G”, “ÃO”, “AM”:

a) qui____er b) atra____ado c) ce____ão

d) e____e____ivo e) discu____ão f ) reten____ão

g) con____erto (remendo) h) con____erto (musical) i) gor____eta

j) cere____eira k) via____em (substantivo) l) via____em (verbo)

m) chegar____ n) chegar_____ o) e____tinto


(verbo pretérito) (verbo futuro)

p) invé____ q) fa_____ículo r) e____e____ão

s) cartu____o t) mo____ila u) proe_____a

v) an____iedade x) ____aleira z) talve____

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2. Problemas relativos à regência verbal da língua portuguesa são muito
recorrentes na modalidade escrita. Para treinar este tópico gramatical passe para a
língua padrão as seguintes ocorrências da linguagem oral. Explique o porquê das
alterações:

a) Esse é o emprego que ele está aspirando faz muito tempo.


b) Não sei que projeto que ele se referiu.
c) O presidente assinou hoje o decreto, em ato solene, de que tanto
esperávamos.
d) Os exercícios, que os alunos reclamam tanto, até que são úteis.
e) A pena de morte, que ele lutou tanto, não foi aprovada.
f ) Ele disse, pela quinta vez, de que eu não precisava me incomodar.
g) Carlos esqueceu-se a régua na sala de aula
h) Quero muito bem você.
i)Todos responderam o questionário.
j)O atirador visou ao alvo.
k) o programa não agradou os críticos.
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CORRESPONDÊNCIA EMPRESARIAL 03
Objetivo:
Informar ao aluno sobre a tipologia da correspondência empresarial,
especificamente a circular, o memorando e a ordem de serviço, assim como suas
características essenciais e, ainda, fornecer conceitos importantes acerca da coesão
e coerência textuais mediante o uso adequado de parágrafos.

No mundo corporativo corresponder-se significa trocar informações.


Para tanto é preciso observar um conjunto de regras que orientam a confecção e
circulação de documentos e papéis veiculados no comércio, indústria ou serviços
públicos. Em geral a correspondência administrativa objetiva a comunicação interna
por meio de circulares, memorandos, ordens de serviço, relatórios, atas, contratos,
ou a comunicação externa por meio de cartas, mala direta, e-mail, press release
ou ainda, a comunicação oficial que se destina aos órgãos públicos como ofícios,
requerimentos e procurações.

A paragrafação e o princípio da coesão e


coerência textuais
Define-se como coeso aquele texto cujas articulações entre palavras, frases
e parágrafos garantem uma conexão sequencial. Contudo, somente a coesão
não é suficiente para formar um texto com sentido contínuo e lógico. Para que
um texto assim se constitua é preciso, sobretudo, que ele produza uma relação
harmoniosa entre os pensamentos ou ideias sobre certo assunto, não incorrendo
em contradições. Este é, portanto, o princípio da coerência.

O objetivo da paragrafação é o de facilitar a compreensão da mensagem


uma vez que visa organizar, em blocos, as ideias nela contida. Neste sentido, o
parágrafo tem uma importância visual muito significativa. Não existe um conceito
pré-definido, ou, por assim dizer, um “parágrafo-padrão”, mas sim as relações lógicas
que promovem a interligação entre eles.

O parágrafo é, portanto, uma sub-unidade de significado dentro de uma


unidade maior do texto. Não se iniciam parágrafos ao acaso ou de acordo com o
número de linhas escritas, mas sim porque se finaliza um conjunto de informações
iniciando-se outro conjunto, relacionando-os de maneira lógica e é isso que
estabelece o princípio da coesão e coerência textuais.

Para que uma correspondência comercial atinja seu objetivo, isto é, seja
eficaz gerando uma resposta que satisfaça às necessidades do emitente, a correta
utilização dos parágrafos é fundamental. Contudo, o parágrafo não se reduz ao
apelo estético, tampouco tem sua medida em centímetros, mas sim em conteúdo.
Por isso, cabe ao redator pensar bastante antes de redigir de modo que suas ideias
se tornem claras e que, a cada parágrafo, a ideia nele contida seja rapidamente
identificada.

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É possível, porém, condensar a ideia em um único parágrafo, mas, assim
sendo é necessário que o redator observe e respeite a seguinte estrutura:

• Tópico frasal: trata-se de uma frase núcleo. Uma frase que resume todo o
pensamento a ser desenvolvido no corpo do parágrafo
• Desenvolvimento: consiste na exposição das ideias apresentadas na introdução
• Conclusão: consiste na retomada da ideia central

Observe o exemplo de um texto desenvolvido em um parágrafo único:


“Uma das causas da má qualidade de ensino é o despreparo de professores.
Como sabemos, os professores também são vítimas dos problemas sociais
por que passamos, como por exemplo, o desestímulo financeiro, que, como
consequência, faz com que muitos professores parem de exercer a sua
profissão e procurem por trabalhos mais bem remunerados para que possam
sobreviver. Esse fato acaba por refletir na qualidade de ensino, em que pessoas
despreparadas tomam o lugar daqueles que não foram reconhecidos pelo
Sistema e arriscam-se a dar aulas. Assim sendo, o Governo deveria investir mais
no ensino, ou seja, oferecer melhores salários, condições de trabalho, com o
objetivo de amenizar essa defasagem de ensino no Brasil”.
(Adaptado de ALMEIDA, Antonio Fernando de e ALMEIDA Valéria Silva Rosa de. Português Básico –
Gramática, Redação, Texto. São Paulo: Ed. Atlas, 2008, p.161)

Tópico frasal: “uma das causas da má qualidade de ensino é o despreparo


de professores”

Esta frase inicial resume todo o pensamento a ser desenvolvido no


parágrafo.

Desenvolvimento: “a qualidade do ensino no Brasil dado o desestímulo


dos professores e a desqualificação dos que se arriscam a dar aulas”
Trata-se da exposição mais detalhada do assunto proposto na frase inicial.

Conclusão: conscientizar as autoridades chamando a atenção para os


problemas relativos à qualidade da Educação
Trata-se do arremate final do texto, da amarração à ideia central
demonstrada no tópico frasal.

Observe que o tema “ensino” é bastante abrangente e precisa ser recortado
de modo que o desenvolvimento do texto seja o mais restrito possível, caso
contrário, o redator corre o risco de perder a unidade temática do texto.

Tipos de correspondências
Circular
Trata-se de um texto “leve” e que dispensa formalidades cujo objetivo é
informar algum assunto de interesse geral tanto de caráter interno da empresa
(entre funcionários) quanto externo (clientes, fornecedores e público geral). Uma
característica peculiar deste tipo de correspondência é que, tratando-se de uma
carta-circular externa, o redator deve tomar o cuidado de escrever de modo que
o receptor tenha a impressão de que foi redigida especificamente para ele.

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03
Memorando
No memorando, ou comunicado interno (CI) como também é conhecido
no meio empresarial, devem constar: de/para, assunto, data, mensagem, fecho,
assinatura. Lembrando que a linguagem empregada é a informal uma vez que
tratam de assuntos rotineiros dentro da empresa. Hoje, em dia, com o avanço da
informatização, os memorandos escritos estão sendo substituídos pelos chamados
intranet, meio mais rápido de divulgação.

Existe ainda o memorando de caráter oficial e que se trata tanto de uma


nota diplomática enviada de um país para outro expondo uma questão de maneira
sucinta. Além disso um memorando, ainda, pode servir como registro de fatos ou
lembretes em um livro específico de apontamentos e notas.

Ordem de serviço
É um tipo de comunicação em que se determina a execução de tarefas,
orientando para o cumprimento de obrigações e serviços. Ela faz parte da rotina
tanto de instituições públicas como privadas.

Sugiro a leitura do livro: MEDEIROS, João Bosco. Redação Empresarial. São


Paulo: Ed. Atlas, 2009.

Agora é a sua vez!


1) Define-se como coeso aquele texto cujas articulações entre palavras,
frases e parágrafos garantem uma conexão sequencial. Contudo, somente a coesão
não é suficiente para formar um texto com sentido contínuo e lógico. Para que
um texto assim se constitua é preciso, sobretudo, que ele produza uma relação
harmoniosa entre os pensamentos ou ideias sobre certo assunto, não incorrendo
em contradições. Este é, portanto, o princípio da coerência. O texto a seguir
não apresenta uma sequência lógica de informações levando-o à incoerências.
Organize-o de modo a torná-lo coeso e coerente.

Os computadores são ligados a sismógrafos instalados nas regiões de maior


risco de terremotos submarinos. Em 1º de novembro de 1755, um terremoto no
Oceano Atlântico lançou uma imensa onda em direção à Península Ibérica. Para
evitar que tragédias como essas se repitam, pesquisadores criaram um programa
de computador que simula o avanço das ondas. A onda de 15 metros de altura,
atingiu Lisboa e, junto com os abalos, matou 30.000 habitantes. Os moradores
da costa terão assim tempo para se salvar. Logo que o abalo for detectado, eles
reproduzirão o trajeto e o tamanho das ondas.

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2) Dado o assunto “comunicação”, redija um parágrafo único seguindo o
modelo apresentado. Faça um recorte restringindo o tema de modo que o tópico
frasal, o desenvolvimento e a conclusão se integrem de forma coesa e coerente.
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CARTA COMERCIAL 04
Objetivo:
Informar ao aluno as regras que dizem respeito à estética de uma
carta comercial assim como abordar mais detalhadamente o tópico gramatical
“concordância nominal e verbal”, cujo emprego inadequado acarreta muitos
problemas de redação.

“Trata-se de um meio de comunicação muito utilizado na indústria e no comércio,


com o objetivo de iniciar, manter ou encerrar transações. É a comunicação
escrita, acondicionada em envelope (ou semelhante) e endereçada a uma ou
várias pessoas.” (João Bosco Medeiros).

Orientações estéticas e formais de cartas


comerciais
Deve-se usar papel A4 com impressão somente de um lado do papel. As
margens direita, esquerda, superior e inferior devem respeitar 3 cm. Os espaços
entre linhas devem ser duplos ou 1,5 e entre parágrafos costuma-se duplicá-lo. O
número de linhas por página deve ser entre 20 e 25. Depois do vocativo usa-se
dois pontos e, antes da invocação pode-se mencionar uma referência ao assunto.
Recomenda-se para a invocação usar “Senhor diretor”, “Senhor Fulano de Tal”,
“Prezado colega”, ao invés do já batido “prezado senhor”. As introduções mais
comuns podem ser: “solicitamos a V.Sª”, “informamos V.Sª de que”, “com relação
aos termos de sua carta de...”, “com referência à carta de V.Sª”, etc. Deve-se evitar,
por exemplo, “comunicamos em resposta”, por ser considerada antiquada. Os
fechos mais comuns podem ser: “atenciosamente”, “respeitosamente”, “saudações”,
“apreciaremos sua pronta resposta”, etc. Fechos que estão caindo em desuso: “sendo
o que se apresenta para o momento”, “no aguardo de suas breves notícias, aqui vai
meu abraço cordial”, “com expressões de elevada consideração, subscrevemo-nos”...
São considerados clichês e que devem ser evitados: “ansiosamente aguardamos
resposta”, “rogamos acusar recebimento”, “serve esta para inteirá-lo”, “no devido
tempo”, “agradecemos antecipadamente”...

Vale ainda lembrar que uma redação de qualidade prima pela objetividade,
clareza, coesão e coerência de ideias e exatidão.

CONCORDÂNCIAS
1. NOMINAL: É a concordância do adjetivo com o substantivo, em gênero e número.
Exemplo: menino bom, menina boa, meninos bons, meninas boas.

• Quando o adjetivo vem antes de dois ou mais substantivos, ele concorda em


gênero e número com o mais próximo.
Exemplo: Ele tinha elevada cultura e talento.
Não havia verdadeiro furor e bravura no inimigo.

• Quando o adjetivo vem depois de dois ou mais substantivos, ele vai para o
plural (masculino plural, se um dos substantivos for masculino) ou concorda
com o mais próximo.
Exemplo: Estava com a boca e o nariz sujos. Estava com o nariz e a boca
sujos.

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Estava com o nariz e a boca suja. Estava com a boca e o nariz sujo.

• Quando dois ou mais adjetivos se referem a um substantivo no plural, os


adjetivos permanecem no singular.
Exemplo: Cursos clássico e científico.
Subs.pl Adj. Adj.
As literaturas brasileira e americana.
Subs.pl. Adj. Adj.
As clásulas terceira e quarta.
Subs.pl Adj. Adj.

• O adjetivo, funcionando como predicativo, quando posposto a dois ou mais


substantivos, vai para o plural.
Exemplo: A rosa e o jasmim são belos.
Subs. Subs. Adj.pred.pos.pl
O jasmim e a rosa são belos.
Subs. Subs. Adj.pred.pos.pl
A rosa e a violeta são belas.
Subs. Subs. Adj.pred.pos.pl.

• O adjetivo (predicativo), quando anteposto a dois ou mais substantivos, vai


para o plural ou concorda com mais próximo.
Exemplo: São belos o jasmim e a rosa.
Adj.pred.ant. Subs. Subs.
É belo o jasmim e a rosa.
Adj.pred.ant. Subs. Subs.
É bela a rosa e o jasmim.
Adj.pred.ant. Subs. Subs.

• Concordância com nomes de cor. Observe as seguintes construções:


Sapatos gelo Sapatos pretos
Calças rosa Calças brancas
Blusas pérola Blusas amarelas
Cintos areia Cintos azuis

Que notamos? Que os substantivos gelo, rosa, pérola e areia permanecem


invariáveis, ao passo que os adjetivos pretos, brancas, amarelas e azuis flexionam-
se, concordando com os substantivos a que se referem. Veja agora estas outras
construções:
Olhos verde-mar Olhos verde-escuros
Blusas verde-musgo Olhos verde-claros
Calças rosa-choque Blusas rubro-negras

Conclusão:
• O nome de cor, quando substantivo, não varia, quer se trate de uma palavra
simples, quer se trate de palavra composta.
• O nome de cor, quando adjetivo, varia (concorda com o substantivo a que se
refere), quer seja uma palavra simples, quer seja o segundo elemento de um
nome composto.

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04
São invariáveis:
• A palavra azul-marinho é invariável: Comprou duas camisas azul-marinho.
• Adjetivos empregados como advérbios: Custam caro os livros. Todos falam alto.
• As locuções adjetivas. Homem à toa. Mulheres sem-vergonha.
• Palavras como necessário, bom, proibido, na função de predicativo de um sujeito
que não venha determinado:
É necessário cautela (porém, a cautela é necessária)
É proibido entrada (porém, é proibida a entrada)
Alegria é bom para a vida (porém, a alegria é boa para a vida)

Termos cuja concordância gera dúvidas:


• ANEXO: concorda em gênero e número com o substantivo. Ex.: Envio-lhe anexa
a foto. / Envio-lhe anexos os documentos.
• OBRIGADO: concorda em gênero com o substantivo
• MESMO: concorda em gênero e número com o substantivo
• INCLUSO: concorda em gênero e número com o substantivo. O menino está
incluso na lista.
• APENSO: Os documentos vão apensos ao processo.
• QUITE: Estou quite com o banco / Estamos quites com o banco.
• É PERMITIDO / É NECESSÁRIO / É PROIBIDO: serão invariáveis quando o sujeito
for precedido de artigo ou de algum termo no feminino. Serão variáveis
quando o sujeito não for precedido de artigo ou na ausência de algum termo
no feminino.
• MEIO: é invariável quando significar “um tanto”. Ex.: A menina é meio tímida.
• MEIA: usa-se somente no sentido fracionário. Ex.: É meio dia e meia.

2. VERBAL: É a concordância do verbo com o sujeito em número e pessoa. Exemplo:


Paulo Chegou. Paulo e seus amigos chegaram.

Observe estes casos:


• Sujeito simples: o verbo concorda em número e pessoa.
Exemplo: Paulo joga bola. Nós jogamos bola.

• Sujeito composto: antes do verbo; verbo no plural


Exemplo: Eu e ele vamos ao cinema.

• Sujeito composto: depois do verbo; verbo no plural ou concorda com o mais


próximo
Exemplo: Pulam a onça e o macaco; ou Pula a onça e o macaco.

• Verbo haver (existir) conjugado somente na terceira pessoa do singular


Exemplo: houve muitos acidentes.

• Verbo fazer indicando tempo conjugado na terceira pessoa do singular.


Exemplo: Faz cinco anos que parti.

• Verbo na Voz Passiva Pronominal: concorda com o sujeito.


Exemplo: Vendem-se terrenos (terrenos são vendidos).

• Verbo ser: quando aparecer na oração sem sujeito deve concordar com o
predicativo.

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Exemplo: Eram oito horas.

• Um e outro: o verbo pode ir para o singular ou plural.


Exemplo: Um e outro compareceram. Um e outro compareceu.

• Fama e glória envaidecem o homem. Fama e glória envaidece o homem


Preferência para o verbo no singular

• Os pronomes de tratamento exigem o verbo na 3ª pessoa, embora se refiram


à 2ª pessoa do discurso.
Exemplo: Vossa Excelência AGIU com moderação.
Espero que V.Sª não me FAÇA mal.

• Certos substantivos próprios de forma plural, como Estados Unidos, Andes,


Campinas, Lusíadas, etc., levam o verbo para o plural quando usados com o
artigo, caso contrário, o verbo concorda no singular.
Exemplo: Os Lusíadas TORNARAM Camões imortal.
Os Estados Unidos SÃO o país mais rico do mundo.
Campinas orgulha-se de ter sido o berço de Carlos Gomes.

• Na indicação de horas, datas e distâncias. Sendo o verbo SER impessoal, ele


concorda com o predicativo.
Exemplo: SERIAM seis e meia da tarde. ERAM duas horas da tarde.
Hoje SÃO vinte e um do mês, não SÃO?
Da estação à fazenda SÃO três léguas a cavalo.

• O pronome relativo ‘QUEM’ requer o verbo na 3ª pessoa do singular e o ‘QUE’


exige-o na pessoa do seu antecedente.
Exemplo: Sou eu quem pede. Sou eu que peço. Somos nós quem pede.
Somos nós que pedimos.

Sugiro a leitura dos livros: ALMEIDA, Antonio Fernando de e ALMEIDA


Valéria Silva Rosa de. Português Básico – Gramática, Redação, Texto. São Paulo:
Ed. Atlas, 2008 e MEDEIROS, João Bosco. Redação Empresarial. São Paulo: Ed. Atlas,
2009.

Agora é a sua vez!


Leia o modelo de carta comercial a seguir. Identifique os elementos que a
compõe (ou a falta deles) comentando-os. Avalie, também, a qualidade do texto.

São Paulo, 7 de janeiro de 2007.

Edson Pereira:
Pedimos o especial obséquio de nos enviar por via aérea, o mais rápido
possível, uma amostra de par de calçados do tipo masculino, sua referência H-0119
e, aproveitando o ensejo, solicitamos que nos informe o preço para 1.500 pares de
calçados de mulher, sua referência M-2253; outrossim, pedimos que nos informe o
custo do frete aéreo, assim como do frete marítimo, de modo que possamos fazer
uma avaliação do que se ajusta melhor aos nossos interesses, porque a situação
econômica do momento exige esses cuidados. Não se esqueça de nos informar

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também a possibilidade de efetuar V.Sa. esse embarque no prazo de um mês tão
logo receba nosso pedido, porque estamos com estoque muito baixo e tememos
perder vendas.

Na expectativa de breves notícias, aqui vai nosso cordial abraço,

Reginaldo Mendes
Gerente de compras

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05 QUALIDADES E DEFEITOS DO TEXTO ESCRITO
Objetivo:
Reforçar conceitos fundamentais acerca dos itens que promovem as
qualidades e os defeitos do texto escrito fornecendo ao aluno as ferramentas
essenciais para o desenvolvimento de uma redação comercial eficaz.

Qualquer negociação no âmbito empresarial, seja divulgar um produto,


efetivar uma venda ou convencer o cliente, visa atingir bons resultados e isso só
é possível se houver eficácia na comunicação. Assim sendo, são empecilhos para
uma comunicação empresarial eficaz o uso de termos que o receptor desconhece,
o excesso de dados irrelevantes, a falta de coerência entre frases e assuntos
e o uso exagerado de clichês e frases feitas. Mas para que a mensagem seja
transmitida de forma eficaz, é necessário, sobretudo, que ela seja bem formulada,
eliminando duplo sentido, distorções e mal-entendidos. Além de precisão, clareza
e objetividade, é fundamental que o redator respeite a norma padrão da língua.
Isso denota elegância, harmonia e formalidade ao texto.

Um redator que lança mão da prolixidade acaba redigindo um texto


com informações desnecessárias e uma linguagem rebuscada e sem objetividade
prejudicando a resposta correta que se espera por parte do receptor.

A redação administrativa deve primar pela concisão e precisão vocabular,


eliminando estrangeirismos, advérbios, adjetivos e conjunções desnecessários,
preferindo sempre a ligação das frases por meio de ideias.

Itens que imprimem qualidade ao texto escrito:


O que é fundamental na redação comercial para que, entre outras coisas,
prenda a atenção do receptor:

1. Concisão: estabelecer o objetivo


• Evitar a prolixidade, isto é, restringir os assuntos
• Desenvolver e distribuir a mensagem de forma bem definida, sem excesso
de informações
• Desvincular-se de preconceitos e esterótipos
• Evitar a vaguidade das expressões
• Evitar as afetações e colocações exageradas

2. Dominar um bom repertório lexical


• Ter precisão vocabular
• Desenvolver boa argumentação e opinião
• Tomar cuidado com as repetições de ideias, palavras e verbos auxiliares

3. Observar a gramática
• Evitar as gírias e estrangeirismos
• Evitar os pleonasmos e redundâncias
• Tomar cuidado com a ambiguidade
• Evitar o laconismo (falta de palavras)
• Evitar a empolação ou obscuridade (excesso de advérbios e adjetivos que
levam a linguagem burocrática)
• Evitar as expressões antiquadas

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05
4. Escolher o canal adequado para veiculação
Tropeços mais comuns na correspondência comercial

• Erros de concordância verbal ou nominal


• Emprego incorreto (impessoalidade) do verbo haver no sentido de existir e
do verbo fazer no sentido de espaço de tempo
• Regência verbal e nominal mal empregada
• Colocação incorreta de pronomes oblíquos
• Pleonasmos
• Prolixidade: falta de objetividade, excesso de palavras
• Obscuridade: falta de clareza devido ao emprego de períodos muito longos,
má pontuação ou linguagem rebuscada


Problemas de redação que comprometem a clareza do texto

Todo redator que se preocupa com a qualidade de seu texto prima pelo uso
da norma culta, sendo muito cauteloso quanto aos vícios e figuras de linguagem.
Estes “defeitos” afetam sobremaneira a clareza da mensagem, principalmente no
que se refere à ambiguidade, à obscuridade, à redundância, à cacofonia, ao eco e
à prolixidade.

Vícios Linguagem
• Cacofonia: Pagou vinte por cada
• Pleonasmo vicioso: Subiu lá em cima no terceiro andar
• Hiato: Eu o avisei disso
• Eco: Estavam conscientes de que elegantes não conseguiam ser convincentes
• Colisão: O Papa Paulo pediu paz
• Ambiguidade ou anfibologia: A cadela da sua mãe foi passear
• Solecismo: Eu assisti o programa (erro de regência: “ao” programa)
• Barbarismo: de pronúncia: “pobrema”, de grafia: “excessão” de morfologia: ela
vai “vim”
• Circunlóquios: Antes do Astro Rei aparecer ao firmamento... (use apenas Sol)

Figuras de Linguagem
• Elipse: Este prefácio, apesar de interessante, inútil (Mário de Andrade)
• Pleonasmo/Redundância: Os problemas, é necessário resolvê-los
• Polissíndeto (muitas conjunções): E trabalha, e teima, e sofre, e sua (Olavo Bilac)
• Assíndeto (sem conjunções): Em volta: leões deitados, pombas voando,
ramalhetes de flores com laços de fita, o Zé Povinho de chapéu erguido.
(Aníbal Machado)
• Hipérbato ou inversão (mistura os termos): Da morte o manto lutuoso vos
cobre a todos
• Anacoluto (interrupção, denota incoerência): Aquela mina de ouro, ela não ia
deixar que outras espertas botassem as mãos (José Lins do Rego)
• Repetição ou Anáfora (usado em poesia): A minha amada veio de leve. A minha
amada veio de longe. A minha amada veio em silêncio ( Vinícios de Morais)
• Onomatopéia: au au, pocotó, miau, bipbip, trim
• Aliteração: Vozes veladas, veludosas vozes (Cruz e Sousa)
• Silepse ou concordância ideológica (gênero, número ou pessoa: Os brasileiros
somos macacos dos americanos

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05
• Metáfora: eu sou uma ilha longe de você
• Metonímia: Minha professora leu Carlos Drumond para nós
• Sinédoque: O bigode faltou hoje
• Catacrese: braço da cadeira, céu da boca
• Antonomásia ou perífrase: O Divino Mestre (Jesus Cristo)
• Sinestesia: Através da noite que me envolveu
• Comparação: Ele age como se fosse o dono do mundo

Sugiro a leitura dos livros: BECHARA, Evanildo. Moderna gramática


portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. Lucerna, 1999 e MEDEIROS, João Bosco.
Correspondência - Técnicas de Comunicação Criativa. São Paulo: Ed. Atlas, 2008.

Agora é a sua vez!


1) Comente a ambiguidade das seguintes sentenças:
a) Nós vimos o incêndio no prédio: ______________________________________

b) Peguei o ônibus correndo: ___________________________________________

c)Deputado fala da reunião no canal 2: ___________________________________

d) O policial deteve o suspeito em sua casa: _______________________________

e) Jorge saiu em seu carro: _____________________________________________

2) Observe os anúncios publicitários abaixo:


a) Ligue para a APR. Ou vai dizer que você não liga?
b) Antártica. Não tem sorteio, não tem cupom. Achou a tampinha premiada,
ganhou.
c) Mais fresquinho que a última fofoca, só Tostines.
d) Os alemães são o povo que melhor faz carro. Nós somos o povo que melhor faz
gol. Volkswagen.

Quais anúncios apresentam duplo sentido? Por quê?


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3) Oralidade e escrita são modalidades muito distintas no processo
comunicativo. O texto a seguir é a transcrição mais ou menos fiel de um relato
oral. No ato da fala não houve qualquer problema de compreensão por parte dos
interlocutores. Reescreva-o, passando para o nível padrão da linguagem :

Falante 1: Eu não sei, tem dia... depende do meu estado de espírito, tem
dia que a minha voz..., mas tá assim, sabe? Taquara rachada? Fica assim aquela voz,
baixa. Outro dia eu fui ler um artigo, ler! Um menino lá que faz pós graduação de
economia, ele me, nós ficamos até duas horas da manhã, ele me explicando toda
a matéria de economia, das nove da noite.
Falante 2: Nossa!
Falante 1: Ele fez resumo... que era para mim ir lá na frente, né, na classe,
ler, eu sei que, esse papo que eu tive com ele clareou mais a matéria para mim,
mas eu já fui lá na frente ler, eu teria que comentar apenas e levar o roteiro como,
como...
Falante 2: Ponto de apoio.
Falante 1: Ponto de apoio, mas eu não! Eu peguei o papel assim... eu fiquei
assim o tempo todo, eu só li, um artigo tão bem feitinho... poderia ter tirado uns
oito ou nove só pela minha forma de irlá na frente, falar, tremendo, eu não sabia,
sabe? E a voz foi diminuindo, diminuindo, aí eu fui dando uma disparada na lida,
sabe quando você dá uma disparada pra terminar logo? Foi horrível. (Adaptado
de TARALLO, F. Tempos Linguísticos, São Paulo, Ed. Ática, 1990)
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REVISÃO GRAMATICAL DA LÍNGUA
06 PORTUGUESA
Objetivo:
Possibilitar ao aluno uma revisão geral da norma culta padrão da Língua
Portuguesa, uma vez que o domínio gramatical é item indispensável para
qualificar um bom redator, assim como uma das prioridades na comunicação
empresarial.

CLASSES GRAMATICAIS
1. SUBSTANTIVO: É a palavra com que designamos os seres em geral.

Formação:
• Primitivo: forma outros substantivos. Ex.: monte, casa, pedra...
• Derivado: gera-se de outro. Ex.: pedra-pedreira, casa-casarão...
• Simples: constituídos por uma só palavra. Ex.: menino, flor, mesa...
• Composto: compostos por mais de uma palavra. Ex.: couve-flor, pé-de-vento...

Flexão genérica:
• Masculino: o homem, o jardim, o mapa...
• Feminino: a menina, a casa, a mesa...
• Epiceno: águia macho, cobra fêmea, jacaré macho...
• Comum de dois : o jovem, a jovem, o pianista, a pianista...
• Sobrecomum: a testemunha, o animal, a criança...

Formação do feminino: leão-leoa, abade-abadessa, escritor-escritora,


ator-atriz, barão-baronesa,irmão-irmã, rapaz-rapariga, herói-heroína...

Flexão numérica: casa-casas, funil-funis, coração-corações, cristão-


cristãos, papel-papéis, fácil-fáceis, flor-flores, bem-bens, freguês-fregueses, cão-
cães, o pires-os pires,

Plural dos substantivos compostos:


• Quando há uma preposição ligando, só primeiro varia: pão-de-ló = pães-de-ló
• Quando há dois substantivos ou substantivo e adjetivo, ambos variam:
segunda-feira = segundas-feiras, guarda-civil = guardas-civis...
• Quando os elementos vêm unidos só o último varia: pontapé = pontapés
• Quando o primeiro elemento é verbo ou palavra invariável, só o segundo
varia. Se o segundo for verbo, não há variação: arranha-céu = arranha-céus, o
ganha-perde = os ganha-perde
• Quando o primeiro elemento é o adjetivo grão (grã), só varia o segundo: grão-
vizir = grão-vizires
• Em palavras repetidas, se verbos, ambos variam, se imitativos, só o segundo
varia: puxa-puxa = puxas-puxas, reco-reco = reco-recos
• Quando os compostos representam orações subordinativas, não há variação:
leva-e-traz, cola-tudo, bumba-meu-boi...

Flexão gradual:
indica o tamanho do ser a que se refere.
• Aumentativo: casa enorme, amigo-amigão, sábio-sabichão, povo-povaréu...
• Diminutivo: casa pequena, amigo-amiguinho, nó-nozinho, prancha-prancheta,
rio-riacho, sala-saleta, asa-asinha...

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• Coletivo: índios– tribo, bispos– concílio, lobos– alcateia, lenha– feixe...

2. ADJETIVO: É a palavra que exprime qualidade ou modo de ser do substantivo


a que se refere.

Flexão genérica e numérica: variam em gênero e número para concordar


com os substantivos a que se referem. Ex.: belo-belos, azul-azuis, festas nipo-
brasileiras, gravatas verde-folha...

Formação do feminino: imperador-imperatriz, ilhéu-ilhoa, plebeu-plebeia,


chorão-chorona, trabalhador-trabalhadeira... São invariáveis: hindu, cortês, montês,
descortês, posterior, pior, menor, maior...

Flexão gradual:
Comparativo: compara dois elementos
• Superioridade: Paulo é mais rico do que João
• Igualdade: Paulo é tão rico quanto João
• Inferioridade: Paulo é menos rico que João

Superlativo: exprime qualidade do ser elevado ao máximo ou ao mínimo.
• Relativo de superioridade: Paulo é o mais alto de todos
• Relativo de inferioridade: João é o menos alto de todos
• Absoluto analítico: Paulo é extremamente alto
• Absoluto sintético: Paulo é altíssimo
• Alguns termos especiais: amigo-amicíssimo, cruel-crudelíssimo, nobre-
nobilíssimo, antigo-antiquíssimo, pobre-paupérrimo, humilde-humílimo,
íntegro-integérrimo, sagrado-sacratíssimo...

3. ARTIGO: É a palavra variável que se antepõe ao substantivo para mostrar se ele


é tomado em sentido vago (indefinido) ou preciso (definido), e ajuda a determinar
o gênero e o número do substantivo sempre concordando com este. Classificam-
se em:

• Definido: o, a, os, as
• Indefinido: um, uma, uns, umas

4. PRONOMES: Denota o ente ou a ele se refere, considerando-o apenas como


pessoa do discurso.

Pessoais: designa as pessoas do discurso


• Retos: eu, tu, ele, nós, vós eles
• Oblíquos
• Átonos: me, te, o, a, lhe, os, as, lhes
• Tônicos/Reflexivos: me mim comigo, te ti contigo, se si consigo, nos conosco,
vos convosco

Possessivos: referem-se às pessoas do discurso possuidoras de algo. Meu,


minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa,
vossos, vossas

Demonstrativos: mostram o lugar onde uma pessoa ou coisa se encontra.

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Este, esta, estes,estas, esses, essa, esses, essas, aquele, aquela, aqueles, aquelas,
isto, isso, aquilo

Indefinidos: referem-se à terceira pessoa do discurso e tem sentido indefinido.


Algo, alguém, algum, alguns, nenhum, nenhuma, nenhuns, ninguém, tudo, toda,
tudo, outro, outra, outros, outras certo, cada, vários, muitas , muitos, pouco,
qualquer, quaisquer, nada

Interrogativos: quem, qual, de que, que, quantas, o que

Relativos: que, o qual, a qual, os quais, as quais, quem, cujo, cuja, cujos, cujas,
onde e quanto precedido de tudo

Locução pronominal: cada qual, cada um

Pronomes de tratamento: Vossa Senhoria (V.Sª.) para pessoas em geral. Vossa


Excelência (V.Exª.) para autoridades. Vossa Majestade (V.M.) para reis e rainhas. Vossa
Alteza (V.A) para príncipes. Vossa Reverência (V.Revª) para freiras, irmãs religiosas.
Vossa Reverendíssima (V.Revmª) para padres. Vossa Eminência (V.Emª) para cardeais.
Vossa Santidade (V.S.) para o papa. Sr. e Sra. Para pessoas dignas de respeito.

5. NUMERAL: É a palavra que exprime uma ideia de número dos seres ou de sua
ordem. Classificam-se como: cardinal (1,2,3...), ordinal (primeiro, segundo, terceiro...),
multiplicativo (dobro, duplo, triplo...) fracionário (meio, terço,metade...) coletivos (
dezena, par, dúzia, década, quinzena, novena ...)

Flexão genérica e numérica: variam em gênero os cardinais “um” = “uma” e


“dois” = “duas” e as centenas a partir de duzentos = duzentas, etc. Variam em número
os cardinais “milhão” = “milhões”, “bilhão” = “bilhões” etc. Os ordinais variam em
gênero e número primeiro = primeira, primeiros = primeiras, etc. Para designar reis
e papas, séculos ou capítulos usa-se o ordinal até dez e o cardinal de onde em
diante. Ex.: Pedro II (segundo), Pio XI (onze), Capítulo XII (doze), Século I (primeiro)...

6. VERBO: É a palavra que sofre variações para indicar uma ação ou estado,
flexionando-se em tempo, modo, voz, número e pessoa.

Conjugações: 1ª: ar (amar), 2ª: er (vender), 3ª ir (partir). O verbo “por” e


seus derivados constitui anomalia da 2ª conjugação (poer).

Flexão verbal: mediante a flexão o verbo pode indicar a pessoa que pratica
ou sofre a ação, o número dessas pessoas, o tempo em que ocorre a ação, o modo
como quem anuncia se coloca diante da ação.

Modo e tempo: são as diferentes formas que o verbo assume para indicar
a atitude da pessoa que fala em relação ao fato que enuncia.

Indicativo: enuncia ação, estado, fato de maneira real e positiva.


• Presente: canto, cantas...
• Pretérito Perfeito: cantei, cantou...
• Pretérito Imperfeito: cantava, cantavas...
• Pretérito Mais-que-perfeito: cantara, cantaras...

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• Futuro do presente: cantarei, cantarás...
• Futuro do pretérito: cantaria, cantarias...

Subjuntivo: enuncia ação, estado, fato como possível e duvidoso


• Presente: que eu cante, que tu cantes...
• Pretérito Imperfeito: se eu cantasse, se tu cantasses...
• Futuro: quando eu cantar, quando tu cantares...

Imperativo: exprime ordem, súplica, pedido ou convite: faça,


venda...

Formas nominais:
• Infinitivo: é o “nome” do verbo. Ex.: Comer e dormir bem é importante.
• Gerúndio: Cantando e dançando somos felizes
• Particípio: Tudo foi feito para dar certo

Vozes: é a propriedade que o verbo possui de indicar se o sujeito sofre ou


pratica a ação
• Ativa: quando o sujeito é o agente da ação. Ex.: O aluno leu o livro
• Passiva: quando o sujeito recebe a ação. Ex.: O livro foi lido pelo aluno

Locução verbal: quando os verbos combinam-se produzindo formas


compostas. Ex.: O aluno estava lendo o livro

Classificação dos verbos


• Regulares: não alteram o radical em suas conjugações
• Irregulares: alteram o radical em suas conjugações. Ex.: fazer
• Anômalos: mudam completamente o radical. Ex.: ir
• Defectivos: não apresentam flexão completa. Ex.: falir
• Abundantes: verbos que possuem mais de uma forma para a mesma pessoa
ou para o particípio. Ex.: enxugar – enxuto e enxugado
• Auxiliares: são os que auxiliam os demais verbos. Ex.: ser, estar, ter, haver

7. INTERJEIÇÃO: É a palavra que exprime sentimento súbito.


• Alegria: ah! Oba! Oh! ... Aversão: ih! Chi! ...
• Desejo: tomara! Oxalá! ... Animação: eia! Coragem! ...
• Aplauso: bis! Viva! Bravo! ... Chamamento: psiu! Alô! ...
• Dor: ai! Ui! ... Apelo: olá! Alô! ...

8. ADVÉRBIO: É a palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo ou outro


advérbio, mostrando uma circunstância.

• Lugar: aqui, ali, lá, além, aquém, perto, longe, fora, dentro, onde, acima,
adiante...
• Modo: bem, mal, melhor, pior, certo, depressa, assim, devagar, adjetivos
femininos terminando em “mente” como justamente, completamente...
• Afirmação: sim, realmente, pois não, pois sim, certamente...
• Dúvida: talvez, porventura, acaso, provavelmente...
• Intensidade: muito, pouco, bastante, menos, mais, tão, quanto...
• Tempo: agora, já, logo, cedo, tarde, antes, depois, sempre, nunca, jamais, hoje,
ontem, amanhã, breve...

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• Negação: não
• Causa: por quê?
• Locuções adverbiais: às vezes, às pressas, de tempos em tempos, de vez em
quando, pouco a pouco, em breve, às cegas, às claras ...
• Flexão gradual do advérbio: Ex.: o animal chega pertinho. Chegaram muito
cedo, cedíssimo.

9. PREPOSIÇÃO: É a palavra invariável que liga dois termos entre si.

• Simples: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante,
por, sem, sob, sobre, trás
• Locução prepositiva: formadas por dois ou mais vocábulos, sendo o último
uma preposição simples (geralmente “de”): abaixo de, acerca de, a respeito de,
apesar de, depois de, diante de, em lugar de, em vez de, para cima de,
por entre...
• Contrações (proposição + artigo definido ou indefinido masculinos
ou femininos): Ex.:em+a=na, em+este=neste, por+a=pela, de+o=do,
em+aquele=naquele, a+aquela=àquela...

10. CONJUNÇÃO: É a palavra invariável que liga orações ou termos entre si.

Conjunções coordenativas: relacionam palavras ou orações com a mesma


função gramatical: Ex.: escute primeiro e fale depois.
• Aditiva: e, nem
• Adversativa: mas, porém, todavia
• Alternativa: ou...ou, já...já, ora...ora
• Conclusiva: logo, portanto, pois ...
• Explicativa: porquanto, pois, porque, que (depois de orações com ideia de
desejo, pedido, ordem

Conjunções subordinativas: ligam duas orações em que uma completa


ou determina o sentido da outra. Ex.: Eram cinco da tarde quando cheguei em casa.
• Integrantes: que, se
• Proporcionais: à proporção que, à medida que …
• Causais: porque, visto que, já que...
• Comparativas: como, que, do que ...
• Concessivas: embora, conquanto, ainda que...
• Condicionais: se, caso, conquanto que ...
• Conformativas: conforme, como, segundo
• Consecutivas: que (depois de tão, tal, tanto, tamanho...)
• Finais: para que, a fim de que ...
• Temporais: quando, mal, antes que ...

Locução conjuntiva: forma-se pela partícula “que” antecedida de advérbio


preposição ou particípio: desde que, já que, visto que, dado que, até que, sem que,
antes que ...

Sugiro a leitura do livro: CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. Nova gramática


do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1985.

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Agora é a sua vez!
Reescreva o texto abaixo, passando para o nível padrão da linguagem.

“Vamo vendê essas venda”


Um vendedor de insumos recentemente admitido escreveu seu primeiro
relatório para o escritório central. Criou uma confusão no departamento de vendas
porque ele não tinha lá grande intimidade com o idioma. Veja o que ele escreveu:

“Quirido Xefe,

Vim nesse revendedô que nuca conprô nada di nóis e vindi pra êle sem
miu cruzado de mercadoria. Tô indo pra Beuzonte”.
Antes que o sujeito fosse dispensado pelo gerente, a seguinte carta chegou
de Belo Horizonte:
“Xeguei aqui e vindi mais treis milião”.
O gerente levou o problema para a presidência. Na manhã seguinte, os
membros do departamento de vendas viram as duas cartas do vendedor colocadas
no quadro de avisos... e a seguinte comunicação do presidente da empresa:
“Tamo perdendo muito tempo tentando iscrevê ein veis de vendê. Vamo
vendê essas venda; Quero que todos lê as cartas do Silba que tá na rua fazendo
um bão trabaio pra nóis, e vocês devia saí e fazê iguau êle.”
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ORATÓRIA – A ARTE DE FALAR BEM EM
07 PÚBLICO - PARTE 1
Objetivo:
Fornecer ao aluno informações, conceitos e técnicas acerca de como
falar em público de maneira correta e desembaraçada, vencendo a timidez, sem
inibições, nervosismo, tremedeira e “brancos”.

Expressar-se bem mediante o desenvolvimento de técnicas para a


boa comunicação pode garantir o sucesso de um empreendimento pessoal ou
empresarial.

Assim, uma fórmula simples que pode resumir a arte de falar bem em
público consiste em 99% de “transpiração” + 1% de “inspiração” = habilidade
aprendida = dominar o conteúdo a ser discursado + muito planejamento + muito
ensaio + controle emocional.

Como falar sem inibições e convencer o ouvinte


Um conjunto de fatores contribui para uma apresentação de qualidade.
Técnicas didáticas, pedagógicas, psicológicas, organização dos conteúdos e
também argumentação são itens fundamentais. Reflita sobre “o quê” e “como”
dizer de modo que a mensagem possa ser transmitida de forma eficaz e atinja o
seu objetivo.

Ao iniciar a apresentação o orador deve evitar piadas, pedidos de desculpas


ao auditório, chavões, frases feitas, ditos populares, palavras inconsistentes, tomar
partido sobre assuntos controvertidos, criar expectativas que não possam ser
cumpridas, mostrar-se muito humilde diante de ouvintes importantes ou dizer
que o tempo é curto para a apresentação.

A máxima “a primeira impressão é a que fica” deve ser sempre lembrada.


O bom orador é aquele que conquista a plateia e isso se consegue demonstrando
entusiasmo pelo tema. O apresentador deve envolver o público falando com
empolgação e convicção mostrando confiança, segurança, experiência e domínio
do assunto.

Ao introduzir uma palestra o orador deve agradecer à pessoa que o


apresentou, em seguida deve cumprimentar o público valorizando-o ao dizer que
está feliz por estar ali ou que gosta da plateia e reconhece o seu valor. Em seguida
o orador deve informar a plateia sobre o desdobramento da palestra, isto é, o que
vai falar, tempo de duração, tempo para perguntas e respostas, tipos de recursos
que utilizará e, finalmente, mostra ao público que passará um tempo agradável
ouvindo-o.

Uma boa forma de iniciar a apresentação é lançar um questionamento,


propor uma reflexão. Isso despertará a curiosidade e as expectativas do público.
Neste momento o orador não deve recorrer às suas anotações, mas sim olhar firme
para o público demonstrando ser comunicativo, persuasivo e caloroso. Fazer uma
pausa dramática, isto é, dar alguns segundos para o público pensar enriquece a
palestra e atrai a atenção.

Durante o desenvolvimento do assunto central é importantíssimo

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condensá-lo evitando considerações desnecessárias, conteúdos longos, repetições.
Questões do tipo “o que mais chama a atenção?” e “o que não posso deixar de
falar?” ajudam a delimitar o tema. Muita informação pode desviar o foco o tornar
a palestra cansativa. Fundamentá-la é importante, mas sem esgotar a paciência
do ouvinte.

Usar recursos audiovisuais é interessante, mas sem se esquecer que o


principal deles é o próprio orador. Para uma boa interpretação o orador deve
lançar mão da expressividade corporal e vocal, demonstrar emoção, enfatizar
corretamente palavras ou ideias chaves e, ainda, fazer pausas. Além disso, para
convencer o público o apresentador deve seguir estes itens:

• Distribuir os pontos principais ao longo do discurso.


• Lançar reflexões a fim de fazer o público interagir.
• Projetar o público no discurso levando-o às conclusões junto com o
apresentador.
• Não convencer, mas sim permitir que o público tire as suas próprias conclusões.
• Não dizer o que pensa, mas sim o que as autoridades no assunto pensam.
Cite-as.
• Falar sempre dos benefícios e vantagens que a exposição trará ao ouvinte.
• Fundamentar os argumentos com dados estatísticos, artigos, gráficos,
reportagens, etc.
• Colocar um toque de humor, mas sem perder a classe.

A conclusão é o auge do discurso e, portanto, deve ser simples, direta,


persuasiva e positiva. Dizer que vai concluir demonstra preocupação com o tempo
dos ouvintes. Para manter a coesão e unidade temática faça referência à abertura da
palestra. Trata-se de uma amarração que arremata os pontos abordados. Recapitular
também ajuda a enfatizar aquilo que o orador deseja que a plateia pense ou faça.
Coloque emoção na fala apelando diretamente para as pessoas tomarem uma
atitude. Seja convincente.

No encerramento o orador deve elogiar a plateia, cumprimentá-la e dizer


algo agradável que revele seu desejo de ver todos vencedores.

Estrutura de uma palestra


Introdução: Vocativo: “Boa Noite!”
Apresentação: “Meu nome é...”
Preparação: “Vou falar sobre...”
Assunto Central (desenvolvimento ou corpo)
Conclusão: Recapitulação: “Resumindo...”
Epílogo

Conteúdo e Planejamento
Uma coisa leva a outra. Portanto as ideias devem ser ordenadas de forma
crescente e persuasiva primando sempre pela coerência. O assunto deve seguir
uma sequência lógica.

Ao planejar uma apresentação o orador deve escolher um assunto que vá


de encontro aos interesses dos ouvintes levando em conta:

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• a atualidade do tema
• a revitalização de assuntos já conhecidos
• a familiaridade que o apresentador tem com o tema
• a opção por temas ligados à ocasião
• a facilidade de acesso à pesquisa
• a escolha por assuntos menos complexos
• a simplificação de temas mais difíceis

Outro aspecto importante diz respeito à definição dos objetivos da palestra


fazendo as seguintes perguntas:

• Aonde quero chegar?


• O que espero que os ouvintes assimilem?
• O que espero que façam?
• O que direi para que os ouvintes façam?
• Qual o lucro dos ouvintes?
• As informações terão utilidade e podem ser aplicadas no cotidiano dos
ouvintes?
• O que o público quer e precisa?
• O que motiva sua plateia?
• Os ouvintes já conhecem o assunto?
• O que e quanto os ouvintes querem ouvir?
• Qual o sexo dos ouvintes?
• Qual o nível sociocultural? Faixa etária? Ideologias? Preconceitos?

Ao planejar a apresentação o orador também deve levar em consideração o


local da palestra e, portanto, deve familiariza-se com o tamanho da sala ou auditório
e a quantidade de ouvintes, se está tudo em ordem, tomadas, cadeiras, som, giz,
tela de projeção, etc. Verificar os recursos audiovisuais disponíveis e testá-los.

Sugiro a visita aos seguintes sites: www.reinaldopolito.com.br, www.


methodus.com.br e www.institutofalebem.com.br

Agora é a sua vez!


Seguindo os passos apresentados neste capítulo, estruture, por escrito,
uma apresentação sobre sua empresa e os produtos que ela oferece. Caso prefira,
você pode abordar outro tema, por exemplo, meio ambiente, violência, etc. de
acordo com o seu domínio.
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ORATÓRIA – A ARTE DE FALAR BEM EM
PÚBLICO - PARTE 2 08
Objetivo:
Enfatizar o ensaio e o controle emocional como técnicas importantes para
vencer a timidez, a inibição e o nervosismo de falar em público de maneira correta
e desembaraçada.

Ensaio
Para que uma apresentação em público surta resultados eficazes é
fundamental que haja planejamento, preparação e, sobretudo, ensaio. O orador
leigo imagina que dominar bem o assunto é suficiente para fazer uma boa palestra
e por conta disso acaba por deixar de lado o treino. Imagine um ator que não
ensaia, ou ainda um jogador que não treina. Torna-se impossível atingir o objetivo
esperado.

Ensaiar consiste em por à prova o que foi previamente planejado. Para isso
a cronometragem é fundamental. O orador precisa, também, testar os recursos
audiovisuais que porventura venha a utilizar. Recitar, interpretar, dramatizar,
representar, familiarizar-se com a voz, gestos, postura e conteúdo escrito, e mais
do que tudo, dar vida ao tema, são itens sobremaneira importantes para que o
orador, entre outras coisas, desperte o interesse da plateia pelo assunto sem se
tornar cansativo.

O orador precisa ter em mente que se em casa, durante o treino, não se


sair bem, na frente da público se sairá pior! Portanto, obter segurança lendo e
praticando em voz alta pode fazer toda a diferença. Além disso a atenção para o
tempo da palestra é imprescindível, isto é, deve-se falar pouco e dizer tudo. Os
ouvintes detestam apresentações longas. Diga “peço dois minutos de sua atenção”
e cumpra o estabelecido. Isso dará credibilidade ao apresentador.

É bom lembrar que em uma apresentação está em jogo a imagem pessoal


do apresentador e que se ela não for desenvolvida a contento esta imagem poderá
ser manchada.

Controle emocional
Principais causas do medo de falar em público:
• Matriz da “infelicidade” desencadeada por experiências frustrantes,
acontecimentos traumáticos, censura, repressão, rejeição, etc. ocorridos na
infância.
• Auto-imagem e auto-estima negativas.
• Dúvidas quanto às próprias capacidades e medo de ser julgado.
• Considerar-se inferior aos outros intelectual e fisicamente.
• Ansiedade gerada por pressões sociais.
• Auto-profecias negativas do tipo “vai dar errado”, “não vou conseguir”.

As consequências negativas que advém da falta de controle emocional


gerados por estes complexos atingem diretamente a criatividade, a iniciativa,
as habilidades e, portanto, o potencial deste indivíduo de obter sucesso. Ele
pode ter iniciativas, contudo abandona facilmente projetos, estudos, propostas
profissionais e relacionamentos por acreditar que é não é capaz de desenvolvê-los.
“Se tentar, vou fracassar e passarei por fraco”. Vive pela metade. Fala pouco, fecha-se,

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anula-se parcial ou totalmente. Isto tudo conduz à ansiedade reforçando a matriz
da infelicidade, fechando assim o círculo vicioso que causa o medo de falar em
público. Ou seja, um indivíduo fragilizado não acredita muito em si mesmo e por
isso não se empenha o suficiente. Não se empenhando, acaba por não dominar o
tema o que aumenta as chances de sair-se mal. O inconsciente manda mensagens
para o corpo do tipo, taquicardia, voz trêmula, gagueira, calafrios, descontrole dos
movimentos dos braços, mãos ou pernas, suor, nervosismo, tremedeira, “brancos”,
etc. na tentativa de dizer “caia fora ou se dará mal”. Trata-se de um mecanismo de
defesa. Fisiologicamente o corpo libera uma descarga de adrenalina, hormônio
responsável por nos deixar em alerta em situações de perigo, contudo ele provoca
também esse descontrole generalizado da mente e do corpo. Quando o indivíduo
consegue controlar as causas do medo controla também os efeitos ruins da
adrenalina canalizando-os para o entusiasmo, atenção e criatividade.

Recomendações que ajudam a “vencer” o medo:


• Dominar o assunto sobre o qual irá falar: procure saber mais do que irá expor
preocupando-se com possíveis questionamentos, não acredite na sorte ou
improviso, pois só com trabalho, estudo e esforço se obtém êxito. Lance mão
de roteiros ou fichas de apoio, contudo não abuse deste recurso para não
evidenciar falta de preparo.
• Praticar, treinar, ensaiar exaustivamente: treine em voz alta organizando uma
sequência ideal para falar.
• Procurar se conhecer: use espelhos, gravadores, câmeras para se auto-avaliar.
Experimente gestos, fisionomias, expressões. Transforme a auto-imagem
negativa desenvolvida na infância em auto-confiança.
• Fazer contato com os ouvintes antes de falar: isso ajuda a “quebrar o gelo”
deixando o orador mais à vontade.
• Usar todas as oportunidades que tiver para falar em público: nas reuniões de
condomínio, clubes, igrejas, salas de aula, etc.
• Não eliminar totalmente o medo, apenas diminuí-lo: oradores experientes são
eficientes porque controlam o medo. Desafios provocam receio, mas isso é
positivo na medida em que nos mantém atentos. Excesso de segurança pode
levar a negligência e arrogância.
• Canalizar a energia do nervosismo para o entusiasmo.
• Imaginar sempre o sucesso: se o indivíduo só pensar que algo vai dar
errado fatalmente isso acontecerá, portanto substitua cenas desastrosas
por vencedoras, isto é, aplausos e elogios. O sucesso é consequência da boa
preparação.
• Desenvolver a auto-imagem e a auto-estima: auto-imagem negativa fica
registrada no inconsciente, por isso é fundamental estimular ideias positivas a
seu próprio respeito condicionando a mente com pensamentos construtivos.
• Ver-se como uma pessoa normal: segundo pesquisas, o medo de falar me
público está entre os primeiros lugares nos tipos de medo que sentimos. Logo,
veja-se como um indivíduo normal.
• Falar em público deve ser aceito como uma honra: veja isso como um privilégio,
portanto recompense o seu público por conceder-lhe o privilégio de poder
falar, fazendo o seu melhor.
• Pensar menos em si e mais no público: respeite a sua plateia deixando os seus
problemas de lado e dispensando total atenção a ela.
• Falar em público se aprende, não é um dom: como em qualquer atividade a
supremacia só se obtém mediante muito esforço, trabalho, estudo e treino.

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• Lembrar que os oradores mais experientes também ficam nervosos.
• Lembrar que só você sabe que está nervoso. O público não percebe quanto
você está nervoso, portanto tire proveito disso. Lembre que uma coisa é o que
você sente e outra é o que você transmite e é isso que fica visível para a plateia.

A maioria das pessoas tem medo de falar em público; logo você é normal!
Sugiro a visita aos seguintes sites: www.reinaldopolito.com.br, www.
methodus.com.br e www.institutofalebem.com.br

Agora é a sua vez!


Imagine-se um crítico de cinema. Você poderá exercitar a expressão oral
fazendo um comentário sobre algum filme que tenha visto. Apresente para um
grupo de amigos ou colegas de trabalho.
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ORATÓRIA – A ARTE DE FALAR BEM EM
09 PÚBLICO - PARTE 3
Objetivo:
Proporcionar ao aluno o desenvolvimento de qualidades tais como
imagem pessoal sobretudo no que diz respeito à postura, voz, etiqueta profissional
e apresentação pessoal.

A linguagem corporal também conta muito no momento de uma


apresentação e deve ser devidamente explorada. Além de auxiliar a comunicação
oral, ela ajuda a prender a atenção dos ouvintes, a completar as informações e,
ainda, a desinibir. A primeira impressão é a que fica e, portanto, o público tirará
as primeiras conclusões antes mesmo do orador começar a palestra. Por isso,
posicionar-se adequadamente, manter uma postura elegante e o contato visual
com a plateia são atitudes básicas. Recomenda-se, para melhorar a linguagem
corporal, treinar em frente ao espelho corrigindo falhas, caminhar para diminuir
a tensão, fazer relaxamento, respirar adequadamente. Aulas de dança e teatro
melhoram muito problemas de inibição e expressividade total.

Postura
O que fazer:
• O orador deve olhar para o mestre de cerimônias enquanto está sendo por
ele apresentado. As informações a respeito do palestrante devem ser breves,
mas objetivas.
• Após a apresentação, o palestrante deve agradecer ao apresentador olhando
para ele, dizer simplesmente “obrigado” e sorrir.
• Em seguida deve dirigir-se para o centro do palco caminhando com confiança
e serenidade.
• O palestrante só deve iniciar a apresentação quando sentir total atenção e
silêncio do público. A postura correta e olhar sereno farão com que o público
o respeite.
• Evitar usar a tribuna, pois ela impõe distância e pode criar uma barreira.
• Fazer contato visual com o maior número de pessoas. Em auditórios grandes
escolher pontos-chave e olhar sempre para eles. Isso dará a impressão de estar
olhando para todas as pessoas.
• Manter uma fisionomia tranquila, alegre e amistosa ajuda a transmitir uma
mensagem positiva.
• Evitar os cacoetes.

O que não fazer:


• Colocar as mãos nos bolsos, costas ou frente do corpo.
• Segurar o pulso. Arrumar o cabelo ou a roupa.
• Abrir muito as pernas quando parado.
• Cruzar os braços. Coçar-se, assoar o nariz
• Tocar o nariz, pescoço, orelha várias vezes
• Movimentar-se nervosamente de um lado para outro.
• Passar imagem de arrogante ou de excesso de humildade.
• Ficar parado num mesmo ponto por muito tempo ou com a as mãos na cintura
• Dar as costas para plateia enquanto fala
• Segurar, brincar ou manusear objetos.
• Mascar chicletes ou chupar balas. Pigarrear para melhorar a voz.

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Voz
Assim como o medo de falar em público pode desencadear no indivíduo
uma descarga de adrenalina que resulta em tremedeira, “brancos”, suor e outras
sensações, também a impostação da voz pode ser prejudicada. Voz fraca, rouca,
fanha, gagueira, ou indivíduos adultos com voz de adolescente pode ser resultado
de frustrações, traumas ou problemas emocionais na infância. Para buscar soluções
o indivíduo deve procurar a ajuda de profissionais como fonoaudiólogos e
psicólogos.

Por conta disso a voz é o cartão de visita do orador e projeta a sua


personalidade. Uma voz de qualidade transmite segurança, credibilidade,
sentimento e emoção. Problemas com relação à voz como os relatados
anteriormente podem denotar uma imagem errônea do orador como timidez,
monotonia, impaciência ou autoritarismo.

Um bom orador não fala nem alto nem baixo demais. Nem muito rápido
e nem muito devagar. Contudo, ao variar o volume e a velocidade da fala ele
motiva, envolve, causa impacto e evita o desinteresse da plateia. O silêncio também
é um recurso interessante e o orador que lança mão de pausas enriquece sua
apresentação. Bem aplicada desperta a reflexão e cria expectativas nos ouvintes,
além disso evidencia que o orador está controlando a situação e lhe oferece a
chance de ganhar domínio sobre si nos pontos mais críticos da palestra.

Outro item importante diz respeito ao uso da voz ativa e persuasiva, isto é,
o orador deve preferir, por exemplo, “fulano escreveu o livro...”, ao invés da passiva
“imagino que o livro foi escrito por fulano”. Isso denota segurança, domínio do
assunto e confiança.

Etiqueta
Boas maneiras evidenciam profissionalismo e auto-respeito. E isso vale
tanto para mulheres como para homens. A lista a seguir apresenta alguns itens que
devem fazer parte da conduta de um orador, mas vale lembrar que o bom senso
é muito importante no que se refere à atitude comportamental. Portanto, evite:

• Aperto de mão fraco ou forte demais. Ficar segurando ou sacudir a mão do


outro. Cumprimentar com a mão molhada ou suada ou segurando um objeto.
• Roer unhas, assoar o nariz, fumar, chupar balas ou chicletes, bocejar, palitar
os dentes.
• Fazer perguntas indiscretas, contar piadas inoportunas, contar vantagens
pessoais.
• Ser tagarela, superextrovertido, dar risadas escandalosas, fazer elogios
exagerados, inserir em sua fala palavras estrangeiras, bancar a pessoa
“pegajosa” ou “esnobe”, dar “cantadas”, fazer o tipo “confiado”, ficar segurando
o braço do interlocutor.
• Falar da vida pessoal, agir como “sabe tudo”, fazer-se de vítima, depreciar o
próprio país.
• Usar o celular indiscretamente, deixar a porta do banheiro aberta ao sair ou
entrar.
• Ao aproximar-se de um grupo, cumprimentar apenas um indivíduo, e, também,

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ao conversar ficar olhando ou falando somente com uma pessoa.
• Não ser pontual.

Sugiro a visita aos seguintes sites: www.reinaldopolito.com.br, www.


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Agora é a sua vez!


Faça uma lista com outros itens que você considera deselegante, brega e
sem etiqueta e que podem comprometer a qualidade de uma apresentação.
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ORATÓRIA – A ARTE DE FALAR BEM EM
PÚBLICO - PARTE 4 10
Objetivo:
Enfatizar o desenvolvimento da imagem pessoal evidenciando a conduta
adequada no que se refere ao uso correto da voz e à postura ideal focando em itens
como a etiqueta profissional e apresentação pessoal.

Elegância é a soma de vários fatores. Não é sinônimo de riqueza, mas sim


de bom senso e bom gosto. Um orador é uma pessoa pública e portanto deve tomar
todo cuidado com a imagem que transmite. Seu marketing pessoal está em jogo
e por isso ele tem que primar pela discrição. Elegância denota postura, etiqueta,
atitudes, corte de cabelo e vestuário adequados. Uma pessoa pode vestir-se muito
bem, mas não ser elegante em função da sua conduta. Todas as atitudes de um
orador podem denunciar como é sua personalidade, se inteligente, esclarecido,
discreto, elegante, de bom gosto. Então, é o comportamento aliado ao vestuário
que definem a boa ou má imagem de um indivíduo.

Qualidade da voz
Uma boa dicção e pronúncia podem ser o diferencial para um orador. Quem
fala corretamente imprime credibilidade e denota boa formação. Soa muito mal
para o ouvinte, por exemplo, “vô fazê” ao invés de “vou fazer”, ou ainda, “as mesa” ao
invés de “as mesas”. Essa falta de articulação pode passar uma imagem de pessoa
rude e despreparada.

Problemas mais comuns:


• Supressão do “r”: “pegá” x pegar, “trazê” x trazer
• Supressão do “i” intermediário: “janero” x janeiro, “tercero” x terceiro
• Supressão do “s” final: “pagamo” x pagamos, “falamo” x falamos
• Supressão de fonemas: “pograma” x programa, “tamém” x também
• Troca de fonemas: “crasse” x classe, “pranta” x planta
• Troca de sons: “cardeneta” x caderneta
• Inserção do “i”: “treis” x três, “deis” x “dez”
• Pronúncias erradas: “tochico” x tóxico, “pra” x para

A voz é para o orador a sua ferramenta de trabalho e por isso todos os
cuidados com ela devem ser tomados. Ao inspirar e expirar o ar passa pelas cordas
vocais e provoca vibrações resultando na voz. Se a base da produção da voz é o
ar, uma respiração adequada é fundamental para a sua qualidade. Geralmente em
uma apresentação em público a tensão nervosa pressiona e trava os músculos
comprometendo essa qualidade.

Assim, respiração adequada + relaxamento e tranquilidade = voz com


qualidade. Respirar adequadamente consiste em mudança de hábitos. Habitue-
se a inspirar pelo nariz e expirar pela boca. Inspirar e expirar pela boca causa seu
ressacamento prejudicando a fala.

Voz de qualidade exige relaxamento muscular, afinal as cordas vocais


são músculos. É importante relaxar toda a área em torno da garganta e também a
região maxilar. Esta, quando tensa, a boca não abre adequadamente prejudicando
a emissão dos sons.

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Etiqueta e apresentação pessoal
Uma imagem vale por mil palavras! Portanto uma boa aparência já
impressiona e comunica. Em um primeiro momento a sociedade julga os indivíduos
com base em sua apresentação pessoal. Portanto o orador se antepõe à mensagem.
A primeira impressão é a que fica! Logo, itens como higiene pessoal, cabelo, barba,
bigode e unhas aparadas, assim como roupas discretas, limpas e bem passadas são
definitivos para transmitir uma boa imagem. Em uma apresentação a atenção do
público deve concentrar-se na fala do palestrante e, portanto, qualquer coisa que
desvie esta atenção pode comprometer a qualidade da palestra e a imagem do
apresentador, como por exemplo, decotes acentuados, roupa curta ou justa, roupa
sofisticada demais, gel no cabelo, nó de gravata mal feito, frouxo ou desalinhado,
óculos em desarmonia com o rosto etc.

Também a combinação de cores deve ser levada em consideração. Itens


clássicos que nunca saem de moda como blazer azul-marinho ou preto e calças com
corte básico podem ser combinados com várias cores de camisa. Um bom vestuário
exige criatividade e de nada adianta querer imprimir um “estilo” em desacordo com
o tipo físico do indivíduo. Excentricidades podem incorrer no ridículo. Também o
apelo da moda deve ser observado com cuidado. O ideal é que o indivíduo crie o
seu estilo de acordo com a sua personalidade, seu esteriótipo, tomando cuidado
com combinações que o desfavoreçam e evidenciem imperfeições. Policiar-se
sempre é a melhor forma de buscar a sua melhor imagem.

Itens que homens devem evitar:
• Capangas, pochetes e tatuagens que aparecem
• Sapatos coloridos ou bicolores
• Meia de cor diferente do sapato (ou sem elas) e gravatas temáticas
• Colarinho desalinhado
• Estampas muito chamativas, pulseiras, brincos e colares grossos
• Tentar disfarçar a careca com alguns fios de cabelo ou usar rabo-de-cavalo
• Anel de colação de grau ou anel no dedo mínimo
• Unhas compridas sobretudo no dedo mínimo e costeletas grossas
• Roupas muito informais, desalinhadas, camisa aberta
• Usar óculos escuros em ambientes internos

Itens que mulheres devem evitar:


• Roupas muito curtas, muito justas, transparentes ou insinuantes. Fendas,
decotes, barriga de fora.
• Misturar joias com bijuterias
• Saltos altos demais
• Maquiagem “muito pesada” e cabelos pintados dom raízes originais à mostra.

Itens que homens e mulheres devem evitar:


• Perfume forte
• Roupas com cores chocantes
• Jeans muito “surrado”
• Roupas e acessórios muito combinados
• Roupas esportivas e excesso de acessórios

Vale lembar que a máxima “o menos é mais” está muito em evidência

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atualmente. Vestir-se de modo sóbrio, clássico, básico e tradicional denota
segurança, caso contrário evidencia o exibicionismo e insegurança. No guarda-
roupa de um homem de estilo clássico não deve faltar ternos azul-marinho, cinza-
grafite e preto. Camisa social branca e azul clara, gravatas de cores fortes. Para
as mulheres itens indispensáveis são o tailler (blazer, blusa e saia ou calça) bege,
marrom e preto, saias de corte reto, terno azul-marinho.

Sugiro a visita aos seguintes sites: www.reinaldopolito.com.br, www.


methodus.com.br e www.institutofalebem.com.br

Agora é a sua vez!


Leia as aliterações (trava língua) a seguir em voz alta e pausamente,
valorizando cada sílaba, por exemplo “PE-DRO é PRE-TO”. Em seguida vá
aumentando a velocidade e se errar começe novamente. Este é um exelente
exercício para melhorar a dicção. Ao pronunciar cada palavra exagere, abra bem
a boca. Inicialmente soará artificial, mas, depois, durante uma palestra, isto
contribuirá sobremaneira para melhorar sua articulação de forma muito natural.

1. Um prato de trigo para três tigres tristes


2. O rato roeu a roupa do rei de Roma e a rainha de raia, rasgou o resto
3. Seu Pedro é preto; o pé do Pedro é preto e o peito do pé do Pedro é preto
4. Um ninho de mafagafos cheio de mafagafinhos e quem os desmafagafizar
bom desmafagafizador será
5. Um tigre, dois tigres, três tigres, bagre branco, branco bagre

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IMAGEM INSTITUCIONAL:
11 INFORMAÇÃO x COMUNICAÇÃO
Objetivo:
Alertar o aluno para a relação direta existente entre a qualidade da
comunicação empresarial e a imagem positiva ou negativa que ela é capaz de
construir para a empresa.

Redação: Informação e Comunicação


É de suma importância que o redator comercial observe cuidadosamente
o conteúdo do que se quer comunicar. Para o receptor aquilo que se pretende
informar só fará sentido se tiver um conteúdo significativo. Muitas vezes uma
redação clara, concisa e gramaticamente correta não basta para que alcance o
objetivo. É fundamental que a informação nela contida atinja o receptor, isto é,
que vá ao encontro de seu interesse ou necessidade e que cause algum impacto.

Considera-se informação tudo aquilo que reduz a dúvida e elimina


determinadas possibilidades. Uma redação que apresenta fatos contundentes e
fundamentada em argumentos motivará o leitor à sua leitura. Elementos triviais
ou banais causam desinteresse e, por exemplo, uma carta provavelmente irá para o
lixo antes mesmo do final de sua leitura. Portanto, é preciso que a redação chame a
atenção do leitor e que rompa com suas expectativas. Clichês ou chavões (astro-rei:
sol), frases feitas (antes de mais nada, via de regra, por outro lado), lugar-comum (se
olharmos o sorriso de uma criança), empobrecem a mensagem e não transmitem
nada. Ao contrário, denotam falta de habilidade ou esforço do redator em elaborar
o texto.

A comunicação só se estabelece quando os envolvidos entendem-se e trocam
experiências.

O primeiro passo, e isto vale para qualquer tipo de redação, é sempre refletir
sobre o que se pretende informar. O segundo passo é o levantamento de dados a
serem transmitidos. O bom redator não sai escrevendo a esmo sem que haja este
processo reflexivo prévio. Caso contrário ele pode incorrer no erro de desenvolver
um conteúdo que para o receptor não seja significativo e consequentemente não
atinja o objetivo, isto é, de o emissor obter a resposta correta por parte do receptor.

É óbvio que aqueles elementos essenciais para uma boa redação nunca
devem ser esquecidos como concisão, clareza, e linguagem gramatical correta. O
redator precisa ter em mente que o receptor (sobretudo aquele com conhecimentos
da norma culta) dificilmente perdoará falhas dessa natureza. Se você precisa dizer
que visitará um cliente, diga simplesmente “vou visitar o cliente amanhã”, sem
rodeios ou linguagem floreada procurando demonstrar seus dotes de literato.
A comunicação empresarial não admite “enrolação”, afinal, as pessoas não têm
tempo a perder lendo futilidades. Mensagens eletrônicas, por exemplo, devem ser
extremamente objetivas. Contudo, cabe ao emissor, também, conhecer o receptor
de sua mensagem, isto é, qual o nível de conhecimento dele. Só assim esse emissor
conseguirá adequar a linguagem de modo que ela seja recebida de forma correta
e sem prejuízos ao entendimento.

Outro detalhe importante é a escolha do canal adequado. O redator


precisa ter essa sensibilidade, isto é, se optar por enviar uma mensagem via e-mail

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deverá certificar-se de que esta é mesmo a melhor forma e questionar-se sobre
isso, “será que um telefonema não seria mais adequado?”, ou ainda, “uma conversa
pessoalmente talvez traria um resultado melhor?” Afinal será que a sua mensagem
eletrônica não poderia se perder entre tantas que seu interlocutor deva receber
diariamente?

Quanto à linguagem utilizada na redação do texto os itens que não podem


ser esquecidos dizem respeito à norma padrão, contudo o redator deve tomar o
cuidado com o uso de metáforas, vocabulário rebuscado, períodos muito longos
ou incompreensíveis devido ao emprego inadequado ou deslocamentos do sujeito
e predicado. Utilize a ordem simples e direta de sujeito + verbo + complemento.
Não exagere nos adjetivos e advérbios. Lembre que as ideias são transmitidas por
substantivos. Evite imprecisões como “semana que vem”, “meados do mês”, até o
final do semestre”, à tarde, etc. Atente para as regras da regência e concordância
nominal e verbal. E, o importantíssimo para a qualidade da mensagem: a coesão
e coerência textual.

Itens que estruturam a mensagem:
• Saudação inicial composta pelo nome da pessoa seguido de dois pontos.
• A mensagem propriamente dita evitando excesso de destaque por letras
maiúsculas, negrito, itálico, aspas, etc.
• Despedida respeitosa.
• Assinatura do remetente.

A imagem institucional e a importância da comunicação eficaz


Em 1906, Yve Lee, importante jornalista americano, marcou o surgimento
das Relações Públicas com a criação de uma Declaração de Princípios, em forma
de carta aos editores, cuja premissa consistia em divulgar a informação para todo
e qualquer público de maneira mais precisa e franca possível.

Mas atualmente esta visão é um pouco diferente, pois entende-se que a


comunicação empresarial não é mais somente responsabilidade de especialistas
no assunto como relações públicas, jornalistas e publicitários, mas sim tornou-se
atribuição estratégica para todo profissional que deseje ascensão permanente.

Diz o ditado chinês que “ se não mostrares o que és, permitirás que
pensem o que não és”. Portanto, cabe à empresa investir em comunicação visando
informação para ela própria, para a opinião pública, para o seu público específico e
para o seu público interno, sobretudo no que refere à sua atuação, seus produtos
e serviços.

No Brasil a devida importância para este tema iniciou-se no final dos anos
1930 quando o governo de Getúlio Vargas criou o DIP (Departamento de Imprensa
e Propaganda). Mas é somente a partir dos anos 1960 que as empresas começam
a perceber a importância da comunicação. Nos anos 1970 houve uma expansão
das assessorias de comunicação, pois toda empresa queria ter ao menos um
“jornalzinho”. Já em 1980 consolida-se a área de comunicação em grandes empresas
como Petrobrás, Embratel, Vale do Rio Doce e todo o Setor Privado. No final da
década de 1990 a revista Fortune publica uma matéria focando na importância
do investimento na comunicação empresarial de qualidade. Segundo a matéria

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“estudo entre os principais executivos das 500 maiores empresas americanas
mostra que eles investem 80% de seu tempo em Comunicação. Esse percentual
envolve atividades de leitura sistemática de assuntos gerais e específicos, e-mails
e clippings.”

Agora observe os exemplos a seguir. Estas frases foram coletadas em


situação natural e evidenciam os problemas que informação transmitida de
maneira inadequada, isto é, cuja qualidade comunicativa é colocada à prova, pode
comprometer o resultado esperado:

• Veículo rastreado por satélite sem desbloqueio de motorista



Mensagem impressa em um caminhão do tipo baú equipado com
rastreador de segurança via satélite. Mas o que ela quer efetivamente transmitir?
Existe um tom irônico implícito que sugere a segurança do veículo, mas não a do
motorista? Ou sugere que, no caso de roubo o ladrão deve poupar o motorista? Esse
tom é proposital? Será que o ladrão será complacente ou versado em linguagem
o suficiente para compreender a mensagem?

• É expressamente proibido fumar e jogar bituca de cigarro nos banheiros e


pátio da fábrica

Mensagem impressa no corredor de uma empresa. Neste caso é possível


subentender que nas demais dependências da empresa pode-se fumar e jogar
bituca? Esta mensagem atinge o seu objetivo ou abre precedentes?

Portanto, estes são problemas que prejudicam a qualidade das informações


administrativas, operacionais e técnicas veiculadas interna ou externamente
nas empresas e que vão de encontro com aquilo que se espera da comunicação
empresarial, isto é, eficácia, que, nada mais é do que a obtenção da resposta
esperada.

Sugiro a leitura dos livros: CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. Nova gramática
do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1985. e MEDEIROS,
João Bosco. Correspondência - Técnicas de Comunicação Criativa. São Paulo: Ed.
Atlas, 2008.

Agora é sua vez!


Faça uma paráfrase, isto é, reescreva o texto a seguir de um modo diferente.
Crie um novo título. Este é um excelente exercício para treinar a concatenação de
ideias e a norma gramatical.

Jabulanis de 2014

Mesmo faltando ainda quatro anos para a Copa de 2014, artistas das
mais variadas vertentes já estão se apresentando para tentar emplacar o design
da bola oficial do Mundial, que sucederá a inesquecível Jabulani sul-africana. O
diretor Jayme Monjardim, da TV Globo, procurou o ministro do Esporte, Orlando
Silva, para apresentar sugestões. Ele quer que a pelota tenha o desenho inspirado
no calçadão de Copacabana. O artista Romero Britto também já ofereceu seus

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préstimos ao governo. (Folha de São Paulo, 6 de setembro de 2010).
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12 REUNIÕES PRODUTIVAS
Objetivo:
Possibilitar ao aluno um incremento da eficácia nas reuniões de trabalho,
visando o melhor gerenciamento da quantidade de informações recebidas ou
transmitidas, a administração e otimização do tempo, assim como a obtenção dos
resultados esperados.

Conceitos essenciais
Atualmente o volume de informações a que está submetido o mundo
corporativo é algo gigantesco. Devido ao desenvolvimento de tecnologias
que permitem muita rapidez na transmissão de dados e fatos, muitas vezes
simultaneamente aos acontecimentos, executivos em geral são bombardeados
diariamente com tendências, leis, notícias, etc. É fundamental que se consiga filtrar
todo esse volume absorvendo o que de fato possa ser significativo e importante.

Neste contexto é que estão inseridas as reuniões. Elas funcionam como


fonte onde os dados são armazenados, analisados, reagrupados e distribuídos,
cabendo ao grupo o gerenciamento ideal destas informações. Para os jovens
executivos a reunião é uma forma muito interessante de aprendizado de técnicas
importantes de gerenciamento assim como sobre pessoas e negócios da empresa,
mas sobretudo é uma excelente maneira para desenvolver um trabalho de relações
públicas pessoal. Contudo é importante lembrar que para ser efetivamente
produtiva, uma reunião tem que respeitar determinadas qualidades:

• Os participantes devem entender o que se propõe


• A agenda tem que ser seguida a fim de que se atinja o objetivo
• O organizador deve considerar possíveis barreiras e formas de contorná-las
• Devem participar os reais envolvidos
• E devem estar preparados para contribuir
• O uso de recursos audiovisuais que contribuam para a demonstração dos
dados, pois:
• força uma sequência de assuntos e ideias preestabelecida
• evidencia as ideias-chave
• leva a apresentação direto ao ponto otimizando o tempo
• permite segurança ao apresentador obedecendo uma sequência lógica
de ideias levando em conta somente o essencial para a apresentação
• O apresentador deve resumir o que foi determinado
• O “pós reunião”, isto é, um acompanhamento organizado do que se definiu
na reunião.

Há várias razões para se convocar uma reunião: aprovação de relatórios,


tomada de decisão, solução de algum problema, obtenção de apoio, treinamentos,
comunicação de informações, reativação de projetos, demonstração de produtos,
alívio de tensões transmitindo informações, exploração de novos conceitos e ideias,
etc.
Porém, vale lembrar que devido a velocidade com que a informação é
difundida, a administração do tempo tornou-se um item importantíssimo na rotina
do executivo. Sendo assim, antes de convocar uma reunião uma pergunta deve
ser feita: “ela é realmente necessária?” As seguintes questões podem orientar neste
questionamento:

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• Qual o objetivo da reunião?
• O momento é adequado?
• Existem outras possibilidades?
• O que se espera como resultado?
• O que acontecerá se ela não for convocada?
• Quanto custará?

Optando-se pela sua convocação é imprescindível levar em conta algumas
situações que podem conduzir ao fracasso de uma reunião: se forem muito
longas, se terminam sem conclusão, se os participantes estão despreparados, se
são planejadas de forma inadequada, se há muitos assuntos em discussão, se o
apresentador não é eficiente, se participantes essenciais não estão presentes, se
os motivos para a convocação são banais. Além disso, ao programar uma reunião o
organizador deve, também, considerar alguns pontos-chave: não convocá-la para os
últimos 15 minutos de expediente, nas segundas-feiras pela manhã ou sextas-feiras
à tarde, logo após o almoço; também não é adequado realizar reuniões-surpresa,
pois podem quebrar o ritmo de um dia produtivo de trabalho.

Cabe também ao organizador estabelecer a agenda, notificar os


participantes, organizar a local, determinar a duração e, ainda, criar um clima
positivo para a realização da reunião. Esse clima pode ser afetado negativamente
se: o líder ou os participantes se atrasam, a sala não está adequada, o líder ou os
participantes não inspiram seriedade ou parecem despreparados, os telefonemas
interrompem.

Os convocados para a reunião devem ser:


• participantes com poder de decisão ou aprovação
• participantes que representam um grupo que será afetado por qualquer
decisão
• participantes que precisam estar cientes acerca das informações discutidas

Quanto ao número de participantes é preciso considerar o seguinte visando


a eficácia do trabalho:
• Em apresentações: todos os envolvidos com o assunto discutido
• Em tomadas de decisão ou de resolução de problemas: até 5
• Em identificação de problemas: até 10
• Em reuniões informativas: até 30
• Em treinamentos: até 15
• Em comitês: até 7
• Em seminários: até 15

Com relação ao local para realização da reunião vale dizer que este
ambiente físico exerce um efeito direto no ambiente psicológico e isto pode
influenciar no resultado da reunião. O organizador tem que considerar a adequação
segundo o tamanho do espaço, a acústica, a iluminação, o acesso ao local, a boa
ventilação, os possíveis fatores dispersivos e os equipamentos de apoio. Cabe ao
organizador (ou sua secretária) disponibilizar blocos de anotações e canetas, café
ou água, equipamentos audiovisuais testados, dados e informações para referência
sobre a mesa, copos, giz, flip charts, etc.

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Liderança eficaz
Um líder eficaz é aquele que, sobretudo, mantém o controle da discussão
e da agenda. Transmite calma e confiança. Estimula discussões orientando-as e
conduzindo-as a uma solução. Para bem liderar uma reunião o condutor deve
conhecer a audiência e falar a mesma linguagem, manter o volume adequado
da voz evitando cacoetes, considerar as opiniões e sugestões, ser firme e positivo
recorrendo aos interesses comuns, pré-organizar e reunião para saber exatamente
o que deve ser dito, controlar possíveis impulsos, ignorar comentários que não são
pertinentes, utilizar exemplos relevantes, reforçar colocações pertinentes, realinhar
possíveis desvios da discussão, resumir os pontos apresentados.

Participação eficaz
Da mesma forma que o líder precisa assumir determinada postura, também
os participantes da reunião devem fazê-lo. É preciso saber ouvir, discutir, contribuir,
discordar construtivamente e, principalmente, decidir. Saber ouvir requer prática
e para adquiri-la o ouvinte deve aprender a ouvir ideias e não somente palavras,
anotar as palavras-chave a fim de manter o foco na reunião, evitar a dispersão
mantendo contato frequente com os olhos do apresentador ou dos participantes.

Cabe também aos participantes evitar o debate de detalhes mínimos ou


considerações inoportunas assim como longos discursos, descrições minuciosas,
piadas. O bom participante discute quando efetivamente tem algo a dizer a fim
de complementar o que já foi dito ou que vá ao encontro do assunto.

Recursos audiovisuais eficazes


Está comprovado que apresentações que lançam mão destes recursos são
mais produtivas e persuasivas. Slides ou transparências coloridas também mostram-
se mais eficientes do que em preto e branco. Há ainda outras possibilidades como
apresentações de filmes, videoteipes, projetores, lousa, flip charts, mas para sua
utilização devem ser considerados fatores como tamanho da sala, a quantidade
de participantes, o estilo do apresentador e o que for mais eficaz para o assunto.

A função de um recurso visual é a de assessorar a comunicação, reforçando,


esclarecendo e complementando a apresentação e por isso deve condensar a
informação-chave situando-se numa única ideia clara e concisa. Muitos detalhes
dificultam o entendimento e a legibilidade. Devem ser utilizados para iniciar
a apresentação, conduzir o raciocínio, enfatizar pontos-chave, demonstrar
dados estatísticos, estabelecer comparações e relações, auxiliar a audiência na
memorização e compreensão, expor conceitos, simplificar tópicos complexos.
Esteticamente eles devem conter até 7 palavras por linha e 7 linhas por visual, as
letras devem ser grandes, as cores causam reação e impacto positivo, os jargões
devem ser evitados, mas o mais importante item quando da utilização de um visual
é o senso de progressão de ideias que ele deve evidenciar.

Os tipos de visuais são: tabelas, gráficos de barras empilhadas ou agrupadas,


gráficos setoriais, gráficos de linhas, ilustrações gráficas, mapas, diagramas.

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12
Modelo de ata de reunião
Empresas Modelo S/A
Diretoria Administrativa

10 de julho de 2008
DA - 04/08

ATA DE REUNIÃO SOBRE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Data de realização:
Presentes: (nome de todas as pessoas que participaram)

Assuntos tratados:

1. Prazos para entrega dos formulários com as entrevistas. Responsável:


Sr.... Esclareceu que o prazo para entrega dos formulários preenchidos pelas chefias
em conjunto com os subordinados é dia .... /.... impreterivelmente.
2.
3.
4.
5.

Sugiro a leitura do livro: Reuniões de negócios – como realizar, conduzir e


obter resultados positivos. 3M (Equipe de Gerenciamento de Reuniões). São Paulo:
Ed. MCGraw-Hill, 1990,1991

Agora é a sua vez!


Ajude a resolver o problema de Joana:

Joana é secretária executiva de uma grande empresa. Hoje, às 13:30h, seu


chefe informou-a que deverá acompanhá-lo a uma reunião fora da empresa. A
reunião será realizada num centro de eventos e participará dela toda a equipe de
vendas do melhor cliente de sua empresa. Joana deve tomar todas as providências
para que tudo saia a contento. O encontro começará às 15:30h e é possível que
se estenda até depois do expediente. Joana dispõe de apenas 20 minutos para
tomar 5 providências. Ajude-a, escolhendo entre as alternativas abaixo, aquelas
mais indicadas para que ela obtenha sucesso nesta atividade:

a) ( ) Telefonar para o hotel confirmando reserva da sala, providenciando água


e café na sala, lanche às 18h servido na própria sala, confirmar se há datashow na
sala e estacionamento.

b) ( ) Ligar para a telefonista informando que após as 15:30h ela e seu chefe
estarão ausentes pedido-lhe que anote os recados. Também que ligue para a casa
do chefe avisando que ele chegará mais tarde e que ligue avisando a sua própria
família que irá atrasar-se.

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c) ( ) Pedir para o mensageiro comprar cigarros e chicletes.

d) ( ) Ir até a sala da secretária da diretoria e avisá-la que vai sair com o “chefão”

e) ( ) Arrumar uma pasta contendo blocos de papel e lápis em número suficiente


para todos os presentes à reunião, durex, grampeador, clips, papel sulfite, borracha,
etc.

f) ( ) Correr até sua casa, tomar um banho e trocar de roupa

g) ( ) Ir até o toilette e verificar se está tudo em ordem com sua aparência e conferir
se sua bolsa está equipada com analgésicos para dores de cabeça, “bandaid”.

h) ( ) Telefonar para o hotel perguntando se ela poderá obter mais desconto nas
despesas que fizer,pois em caso positivo convidará alguém para jantar quando a
reunião terminar.

i) ( ) Pegar um livro que está na gaveta para ler enquanto a reunião transcorre.

j) ( ) Guardar seu material, fechar sua mesa e a do chefe, desligar o computador


e deixar papel e caneta caso alguém precise anotar algum recado.

k) ( ) Pedir um lanche, pois ela almoçou pouco e provavelmente ficará com fome
mais tarde.

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DÚVIDAS FREQUENTES 13
Objetivo:
Esclarecer dúvidas frequentes que os alunos têm com relação à grafia e
ao uso de determinados termos e, ainda, demonstrar a importância de pontuação
correta e os problemas que decorrem do seu uso inadequado.

Grafia dos Porquês


Utilizamos POR QUE (separado) quando a frase encerrar uma pergunta.
Se a expressão estiver no início da oração, o QUE não será acentuado; se estiver
no fim da oração, ele será acentuado. Por que você faltou ontem à aula? Você faltou
ontem à aula. Por quê?
• Utilizamos igualmente POR QUE (separado) quando a expressão puder ser
substituída por PELO QUAL e flexões. Não me esqueci do vexame (da situação)
por que passei.
• Utilizamos PORQUE (junto), sem o acento, em respostas dadas e quando for
possível a sua substituição por POIS . Não fui à escola ontem porque estava
resfriado.
• Utilizamos igualmente PORQUE (junto) quando ele for um substantivo,
podendo ser antecipado pelo artigo O sendo assim grafado obrigatoriamente
com acento. Ninguém entendeu o porquê da sua atitude.

Mas e mais
É um caso muito comum de erro de ortoepia, ou seja, de pronúncia errada.
O povo brasileiro, em geral, pronuncia sempre mais, mesmo quando deveria
pronunciar mas. Daí surgirem dificuldades quando se escreve. Convém lembrar
que:
• Mas: é uma conjunção adversativa, indicando, evidentemente, uma adversidade
ou contrariedade. Quando falamos: “Eu ia ao cinema mas...” nem precisamos
terminar a ideia, pois a conjunção adversativa já indica que não realizamos a
ação em consequência de uma contrariedade qualquer. Regra prática: o mas
pode ser substituído por outra conjunção adversativa, como: porém, contudo,
todavia, entretanto, etc.
• Mais: é um advérbio de intensidade (“Ela é a mais bonita”). Também pode dar
ideia de adição ou de acréscimo. Regra prática: na dúvida, substitua por menos
e veja se a frase continua com sentido (obviamente, inverso). Por exemplo, há
uma propaganda de um banco que informa: “O banco que faz mais por você”.
É só substituir: “O banco que faz menos por você”. Continua com sentido.

Mal e mau
Na linguagem oral, a pronúncia se confunde; o problema maior reside no
texto escrito. Entretanto, é fácil diferenciar um do outro:
• Mal: pode ser advérbio ou substantivo, dependendo do contexto. É advérbio
de modo quando significa “de modo irregular”, “erradamente”, “incorretamente”
(“Os negócios vão mal”); (“Ela comeu mal”). Em nossa infância era muito comum
a expressão “estar de mal”, isto é, estar de relações cortadas. Como advérbio
mal é invariável. Mal, como substantivo,significa “prejudicial”, “nocivo”; também
é empregado como sinônimo de doença, enfermidade, moléstia. No caso é
variável, admitindo o plural males. É empregado sempre em oposição a bem
• Mau: adjetivo que significa “imperfeito”, “ruim”, “que causa mal, prejuízo”, “de
má índole”, “de má qualidade”. É variável, admitindo o feminino má e o plural
maus. É antônimo de bom. Regra prática: na dúvida entre mal e mau, substituir
por bem e bom. A distinção torna-se evidente.

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13
A par e ao par
Normalmente usa-se a par, no sentido de “estar bem informado”, “ter
conhecimento” (“Ele está a par dos acontecimentos”). Só se usa ao par para indicar
equivalência entre valores cambiais (“Tal moeda está ao par daquela outra”).

Aonde e onde
Ainda há muita discussão entre os gramáticos com relação ao emprego
de aonde e onde. Entretanto, mais modernamente, admite-se que o advérbio onde
indica “o lugar em que se está, ou em que se passa algum fato”. Por outro lado,
emprega-se aonde (preposição a + advérbio onde) quando há ideia de movimento,
mais especificamente, ideia de afastamento. É usado em oposição a donde, que
indica aproximação.

Ao invés
Invés é uma variante de inverso; portanto, a locução ao invés de só é
empregada quando indicar oposição, significando “ao contrário de”.

Ao encontro e de encontro
São duas expressões muito usadas, nem sempre corretamente. É necessário
atentar para as preposições a e de. Ao encontro de significa “estar a favor de “, “ter
posição convergente”, “caminhar ao encontro de alguém”. De encontro a significa
“em sentido oposto a”, “ser contra”.

Há ou a
Há é usado com ideia de passado subentendendo o verbo fazer. Eles
chegaram há duas horas. A quando for ideia de futuro. Chegaremos daqui a cinco
minutos.

Afim ou a fim
A fim usa-se quando der ideia de finalidade, quando for uma conjunção
subordinada. A fim de aprendermos latim, estamos estudando análise. Afim usa-se
quando der ideia de correlação, afinidade. Nossas ideias são afins.

Se não ou senão
Se não usa-se quando for uma conjunção condicional. Se não estudarmos,
não conseguiremos aprovação. Senão usa-se quando significar “caso contrário”. Vá
logo, senão chegará atrasado.

Menos ou menas
Menos é um termo invariável. Hoje há menos gente aqui. O termo menas
não existe.

Haja visto ou haja vista


A forma correta é haja vista. O outro caso é incorreto. Haja vista o trágico
acidente.

Bastante ou bastantes
Usa-se bastante quando este funcionar como advérbio de intensidade.
Ela escreve bastante bem. Usaremos a segunda forma quando funcionar como
um pronome adjetivo. Há pessoas bastantes para coordenar os trabalhos.

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Para eu ou para mim
Para eu: quando o pronome for seguido de um verbo no infinitivo pessoal.
Comprei este livro para eu ler. Para mim: quando o pronome encerrar a oração:
Comprei este livro para mim.

Entre eu e você ou entre mim e você


Os pronomes utilizados nesta construção precisam pertencer ao mesmo
caso. Portanto, ou fala-se entre eu e você (tu) não há problemas ou então entre
mim e ti não há problemas.

Este,esse,aquele
Este: está próximo de quem fala e longe de quem ouve. (Isto aqui)
Esse: está distante de quem fala e próximo de quem ouve. (Isto ali)
Aquele: está distante de quem fala e de quem ouve. (Aquilo lá)

Por isso ou de repente


São separados por serem usadas duas palavras diferentes para formar uma
locução.

Seu (s), sua (s), ele(s), ela (s), dele (s), dela (s), mesmo(s), mesma(s)
Substituir o emprego dos pronomes possessivos pelo uso do termo mesmo
ou mesma empobrece a escrita. Tal emprego raramente ocorre na fala. Alguma vez
você disse “eu fui na casa do mesmo”?

Aluga-se ou alugam-se casas


O correto é alugam-se casas, consertam-se sapatos, vendem-se livros,
afinal, casas são alugadas, sapatos são consertados, livros são vendidos.

PONTUAÇÃO
Foi encontrado o seguinte testamento: “Deixo os meus bens à minha irmã
não ao meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres”. Quem
tinha direito ao espólio? Eram quatro os concorrentes. O sobrinho assim pontuou
o texto: “Deixo os meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho. Jamais será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”. A irmã pontuou assim: “Deixo os meus
bens à minha irmã. Não ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate.
Nada aos pobres”. O alfaiate fez a sua versão. “Deixo os meus bens à minha irmã?
Não! Ao meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”. O
procurador dos pobres pontuou assim: “Deixo os meus bens à minha irmã? Não!
Ao meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres!”.

Uma boa pontuação é fundamental na construção de um bom texto,


principalmente no que diz respeito à sua clareza:

Mais de 2000 quilômetros quadrados de florestas espanholas viraram


poeira em apenas quinze anos dizem os especialistas em um congresso recente
sobre desertificação eles anunciaram que na província de Almería sede do evento
no sul da Espanha 42% da superfície se transformou em terra estéril constituindo
o maior deserto da Europa.
Num texto assim fica impossível respirar! As informações estão

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“amontoadas” e o leitor tem de reler várias vezes para descobrir o que o autor quer
dizer. Veja duas possibilidades (de confusão):

Mais de 2000 quilômetros quadrados de florestas espanholas viraram poeira.


Em apenas quinze anos, dizem os especialistas em um congresso recente sobre
desertificação, eles denunciaram que na província de Almería, sede do evento no
sul da Espanha, 42% da superfície se transformou em terra estéril, constituindo o
maior deserto da Europa
Responda rápido: O que aconteceu em apenas 15 anos? Quem denunciou?

Mais de 2000 quilômetros quadrados de florestas espanholas viraram poeira


em apenas 15 anos. Dizem os especialistas em um congresso recente sobre
desertificação, eles denunciaram que na província de Almería, sede do evento. No
sul da Espanha, 42% da superfície se transformou em terra estéril, constituindo o
maior deserto da Europa.

E agora: O que dizem os especialistas? Quem são “eles”? O que foi
denunciado?

Está difícil de saber o que se está dizendo!

Sugiro a leitura dos livros: ALMEIDA, Antonio Fernando de e ALMEIDA


Valéria Silva Rosa de. Português Básico – Gramática, Redação, Texto. São Paulo:
Ed. Atlas, 2008 e CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. Nova gramática do português
contemporâneo. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1985.

Agora é a sua vez!


1. Preencha as lacunas, optando por uma das formas entre parênteses:
a) É impossível fazer _____________ somente aos outros. (mal, mau)
b) Não há _______ tão _________ de que não resulte algum bem. (mal, mau)
c) Ele é um menino _____________. (malcriado, maucriado)
d) Me falou que o __________é bom e o bem cruel. (mal, mau)
e) Esta é a famosa história daquele homem__________. (mal, mau)
f ) É mais fácil reconhecer um _____ quando ele não se parece com a gente. (mal-
caráter, mau-caráter)
g) São Paulo é a cidade que __________ cresce no mundo. (mas, mais)
h) Você não gosta de mim_________sua filha gosta. (mas, mais)
i) ___________ vale um pássaro na mão, do que dois voando. (mas, mais)
j) Os dois amigos caminhavam _________. (a par, ao par)
k) A alta exagerada da libra deixou o câmbio quase __________ (a par, ao par)
l) O governo tomou as medidas que vêm _____________ às reivindicações dos
trabalhadores, tornando, desse modo, inevitável o movimento grevista. (ao
encontro, de encontro)
m)O governo tomou as medidas que vêm _____________ das reivindicações dos
trabalhadores, evitando, dessa forma, o movimento grevista. (ao encontro, de
encontro)
n) A casa _________ nasci. (aonde, donde, onde)
o) __________ você vem? (aonde, donde, onde)
p) __________ você vai? (aonde, donde, onde)

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2. Reescreva as sentenças abaixo, substituindo as formas sublinhadas de
acordo com a língua padrão:
a) O sistema fiscal é injusto, pois o mesmo estimula a sonegação.
b) Prenderam os sequestradores, mas os mesmos conseguiram fugir.
c) Descobriram o endereço dos suspeitos e invadiram a casa dos mesmos.
d) No depoimento das mesmas, elas negaram tudo.

3. Complete com o “porque” adequado:


a) Ninguém sabe ______________ o presidente assinou o decreto
b) O presidente assinou o decreto ____________ quis.
c) Não sei o ___________ da ausência dele.
d) Ele não foi ____________ estava cansado.
e) Eu não sei __________ ele não foi.
f ) ____________ parou? Parou ___________?

4. É sabido que na comunicação oral, por termos a presença do interlocutor,


lançamos mão de gestos, redundâncias, repetições, onomatopéias, etc., itens que
não são adequados na modalidade escrita. Esta, por sua vez, requer o recurso da
pontuação para garantir um bom entendimento da mensagem transmitida. Sendo
assim pontue o texto abaixo:

O Muro de Berlim recebeu ao longo de quase três décadas vários apelidos o mais
simbólico muro da vergonha levantado pelo governo comunista da ex Alemanha
Oriental em 1961 para conter a fuga de seus moradores para o lado ocidental o
Muro foi sempre a imagem mais expressiva da Guerra Fria travada entre o mundo
livre e os países da cortina de ferro a queda do Muro anunciada às 10h30 do dia
9 de novembro de 1989 representou para o planeta a confirmação de que uma
nova era estava por começar com ele caiu por terra aos olhos de todos a ilusão do
projeto comunista expôs se como nunca a penúria e a ineficiência do socialismo
real (Folha de S.Paulo. 10 nov. 1989.)
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TIPOLOGIA TEXTUAL: NARRAÇÃO,
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Objetivo:
Informar ao aluno as características, funções e objetivos dos textos
narrativos, descritivos e dissertativos.

Teoria textual
A primeira qualidade de um bom texto é a clareza, afinal todos querem
entender o que leem e esta qualidade é fundamental a qualquer tipo de texto,
independentemente de sua função ou objetivo. Muito embora que para cada tipo
de texto exista uma estratégia para “conquistar” o leitor, por exemplo, num manual
de instruções, às vezes, um desenho bem feito substitui palavras, ou num romance
policial o autor oculta informações, põe pistas falsas, cria suspense para prender
a atenção do leitor. Pensar no leitor e colocar-se no lugar dele é a premissa para
qualquer tipo de redação e a chave para um texto bem escrito. Não basta que ele
siga as regras da gramática normativa e da ortografia. O texto é uma ponte entre
dois ou mais interlocutores. Logo, sua organização interna só tem sentido com a
organização externa do que está sendo dito. Isso significa dizer que como a língua
viva só existe em função de seus usuários, a qualidade de um texto escrito só pode
ser medida com relação à intenção de quem escreve, ao universo de quem lê e ao
assunto de que se fala. Temos assim os conceitos de adequação e correção, ou
seja, a qualidade dos aspectos técnicos com relação ao domínio da língua padrão
escrita depende muito da adequação da linguagem escolhida ao que se pretende
dizer ao leitor.

• Unidade: facilita a vida do leitor por transmitir equilíbrio entre intenção,


assunto e linguagem. Diferentemente da oralidade (uma coisa puxa a outra
sem que necessariamente uma coisa tenha a ver com a outra) onde a presença
física do interlocutor resolve qualquer ruptura do assunto, no texto escrito este
aspecto é muito exigente. É preciso que as relações entre as partes estejam
visíveis, ou pelo menos sejam compreensíveis.
• Unidade temática: delimita com clareza o seu assunto central (o texto deve
tratar do mesmo assunto)
• Unidade estrutural: estabelece uma sequência lógica de informações (o texto
deve obedecer a uma sequência coordenada de informações
• Relatores: espinha dorsal de qualquer texto bem escrito. Não permitem
ambiguidade; distinção entre oralidade e escrita: sem eles a leitura fica
insuportável.
• Elementos de referência textual. (conjunções)
• Elementos de referência situacional (apontam para informações que estão
fora do texto, na cabeça do leitor
• Elementos de relação lógica; estabelecem uma relação lógica entre uma
informação (ou conjunto de informações) e outra (ou outras). Podem, inclusive
estar apenas implícitos (elipses).
• Parágrafos: todo texto bem escrito obedece uma hierarquia de informações
divida em parágrafos, costurados (uma coisa puxa a outra) pelos relatores. Isto
é, o próximo parágrafo tem que se relacionar com o anterior

Portanto, para avaliar a qualidade de um texto verifique se:


• Há unidade temática (para isso faça um resumo rápido)
• Há unidade estrutural (para isso anote em tópicos o assunto de cada parágrafo

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e verifique se eles obedecem a uma sequência coordenada de informações.
Observe os relatores, se o texto está costurado).
• Há um sistema de referências que situa o leitor no universo do que se lê, isto
é, se o texto estabelece um “mundo possível”.

Narração
Narrar significa contar uma história, real ou fictícia, cujos elementos básicos
envolvidos são: fato, tempo, lugar, personagens, causa, modo, consequência. O
discurso pode ser direto ou indireto e a história pode ser narrada tanto em primeira
quanto em terceira pessoa. A principal característica é a dinâmica, a ação. Há
uma sequência de fatos reais ou imaginários em um determinado tempo e lugar.
Exemplo:

“Tendo em vista nosso longo relacionamento, achamos por bem narrar-lhe


fatos que vêm acontecendo ultimamente e que nos têm causado certa preocupação
e receio quanto à continuidade dos serviços de V.Sas.
Há dois meses, no dia 11/10/2007, fomos surpreendidos com a troca do professor
de inglês. O novo professor, Sr. Fialho de Almeida, não se dignou dar qualquer tipo
de satisfação aos alunos, muito menos procurou ser amigo da classe.
Ao final da primeira semana, surgiram as reclamações; algumas diziam que o
professor era grosseiro e mal-educado...”

Descrição
Traduz minuciosamente em palavras certo objeto, pessoa, paisagem ou
ambiente lançando mão da percepção, da análise e da classificação mostrando
suas características. O objeto em questão é representando verbalmente e requer
observação cuidadosa para tornar identificável para o leitor o elemento descrito.
Textos técnicos e manuais de instruções também fazem parte deste rol. Exemplo:

“A Associação Comercial de nossa cidade informou-nos que V.Sas.


pretendem realizar a reunião anual de vendas, de 2007, aqui na nossa cidade, nos
dias 20, 21 e 22 de abril do próximo ano. Solicitou-nos também que enviássemos
a V.Sas. uma proposta que, além de descrever nosso Hotel, oferecesse as melhores
condições possíveis para receber e acomodar a todos.

O Hotel Jandira, de quatro estrelas, está localizado no centro da cidade, na


Avenida Hugo de Carvalho, esquina com a Rua Adolfo Caminha. A poucos metros
da entrada principal, encontra-se o mais famoso restaurante da região, o Gostosão;
ao lado fica o Banco do Brasil. Em frente ao hotel, localiza-se a agência da Caixa
Econômica Federal...”

Dissertação
Trata-se de um trabalho reflexivo e que consiste na organização de ideias
expondo-as e defendendo-as seguindo uma determinada linha de raciocínio e por
meio da utilização de argumentos. A dissertação parte de um tema ou de um título
e deve conter pelo menos três parágrafos: a introdução no qual se apresenta a ideia
, o desenvolvimento no qual se desenvolvem os argumentos para a ideia inicial e
a conclusão, no qual se propõe uma solução para os problemas apresentados no

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desenvolvimento. Exemplo:

“Muitos vendedores esquecem-se facilmente da necessidade de


sistematização de visitas aos clientes. Ignoram que somente a organização do
próprio trabalho é capaz de lhes proporcionar resultados satisfatórios. Não é a
sistematização, não é a disciplina pela disciplina, mas a estruturação de um plano
de trabalho, de visitas administradas que se quer incutir...”

Diferenças entre título e tema


Título:
• Referência vaga a um assunto
• É uma expressão mais curta que o tema
• Na maioria das vezes, não contém verbo

Tema:
• É uma afirmação sobre determinado assunto em que se percebe uma tomada
de posição
• É uma oração que apresenta um começo, meio e final.
• Por ser uma oração, deve apresentar ao menos um verbo.

Exemplos:
TÍTULO: O JOVEM E A POLÍTICA
TEMA:Ultimamente temos notado um enorme interesse dos jovens em participar
da vida política desta nação.

TÍTULO: AS CONTRADIÇÕES NA ERA DA COMUNICAÇÃO


TEMA: Vivendo a era do comunicação, o homem contemporâneo está cada vez
mais só.

Para cada um dos títulos poderíamos ter temas diferentes ou vice versa. Assim:

TÍTULO: O JOVEM E A POLÍTICA
TEMA: infelizmente constatamos que o jovem não só não se interessa pela política,
mas também desconhece totalmente os mecanismos que conduzem ao poder e
que determinam os rumos da nação.

O esquema básico da dissertação


• Observe o tema
• Faça a pergunta: por quê?
• Reflita sobre o que já leu ou ouviu a respeito desse tema
• Obtendo duas os três respostas para o tema você terá os argumentos
• Uma vez estabelecidos tema e argumentos você já pode começar a redigir
sua dissertação. Ela deverá conter 3 partes fundamentais: introdução,
desenvolvimento e conclusão.
• Introdução: o tema e os argumentos são apenas mencionados.
• Desenvolvimento: cada argumento será explicado em parágrafos distintos
• Conclusão: Pode iniciar com uma expressão que remeta ao que foi dito nos
parágrafos anteriores (expressão inicial) seguida de uma reafirmação do tema
proposto no início da redação e/ou, ainda, colocar uma observação, fazendo
um comentário sobre os fatos mencionados ao longo da dissertação. Isso tudo

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reforça e enfatiza o problema abordado.

Exemplo:
Tema: chegando ao terceiro milênio o homem ainda não conseguiu resolver graves
problemas que preocupam a todos.

Por quê?:
1) existem populações imersas em completa miséria
2) A paz é interrompida frequentemente por conflitos internacionais
3) O meio ambiente encontra-se ameaçado por sérios desequilíbrios
ecológicos

Terra: uma preocupação constante

Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver


graves problemas que preocupam a todos (tema), pois existem populações imersas
em completa miséria (argumento 1), a paz é interrompida frequentemente por
conflitos (argumento 2) internacionais e, além do mais, o meio ambiente encontra-
se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico (argumento 3).

Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis – estas, mal
distribuídas, quer entre Estados, quer entre indivíduos – encontramos legiões de
famintos pontos específicos da Terra. Nos países do Terceiro Mundo, sobretudo em
certas regiões da África, vemos, com tristeza, a falência da solidariedade humana
e da colaboração entre as nações. (desenvolvimento do argumento 1)

Além disso, nestas últimas décadas, temos assistido, com certa


preocupação, aos inúmeros conflitos internacionais que se sucedem. Muitos
trazem na memória a triste lembrança de grandes guerras como a do Vietnã, da
Coréia, as quais provocaram grande extermínio, isso sem falar da I e da II gerras
mundiais. Em nossos dias, testemunhamos conflitos na região dos Balcãs, do
Golfo, do Iraque, de Israel e Palestina, da Irlanda e em várias regiões da África.
(desenvolvimento do argumento 2)

Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, provocado


pela ambição desmedida de alguns, que promovem desmatamentos desordenados
e poluem as águas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente,
em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em local inabitável.
(desenvolvimento do argumento 3)

Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar


que o homem está muito longe de (expressão inicial) solucionar os graves
problemas que afligem diretamente uma grande parcela da humanidade
e indiretamente (reafirmação do tema) qualquer pessoa consciente e solidária.
É preciso de todos nós que algo seja feito no sentido de conter essas forças
ameaçadoras para podermos suportar as adversidade e construir um mundo que,
por ser justo e pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.

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Sugiro a leitura dos livros: FARACO, Carlos Alberto e TEZZA, Cristovão.
Prática de Textos para Estudantes Universitários. Petrópolis-RJ: Vozes, 2001 e
ALMEIDA, Antonio Fernando de e ALMEIDA Valéria Silva Rosa de. Português Básico
– Gramática, Redação, Texto. São Paulo: Ed. Atlas, 2008

Agora é a sua vez!


Identifique os tipos de redação nos conteúdos das seguintes cartas
comerciais se narrativa, descritiva ou dissertativa. Justifique suas respostas.

a) Nossos produtos são os melhores do mercado e têm recebido eloquentes elogios


da elite consumidora. Isso não poderia ser diferente uma vez que respeitamos os
aspectos mais criteriosos de controle de qualidade, desde a sua confecção até a
embalagem. O formato-padrão está de acordo com as normas técnicas e a data
de validade está bastante visível ao consumidor.
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b) O contêiner dos produtos eletrônicos X, Y, Z que chegara ao Porto de Santos ,


em 30-08-2007, e dele saíra para São Paulo, uma semana depois, chegou à Capital,
em 30-11-2007. Infelizmente, as mercadorias, já com a embalagem completamente
estragada, apresentavam defeitos graves, alguns aparelhos chegaram tão
danificados que sequer funcionavam . A Continental Seguros Ltda., empresa
contratada, negou responsabilizar-se pelas avarias.
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c) Está à disposição do cliente contêiner proveniente do Porto de Santos (30-8-2007),


segurado pela Continental Seguros Ltda., com os produtos eletrônicos X, Y e Z,
embalados em papel celofane e acomodados em caixas de isopor. As mercadorias
estão em perfeito estado.
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referências

ALMEIDA, Antonio Fernando de e ALMEIDA Valéria Silva Rosa de. Português Básico
– Gramática, Redação, Texto. São Paulo: Ed. Atlas, 2008.

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. Lucerna,


1999.

CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo.


Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1985.

FARACO, Carlos Alberto e TEZZA, Cristovão. Prática de Textos para Estudantes


Universitários. Petrópolis-RJ: Vozes, 2001.

_________. Oficina de Texto. Curitiba: Ed. Livraria do Eleotério, 1999.

GONÇALVES, José Adriano Ferreira de Jesus. Português, série instrumental. Rio de


Janeiro: Ed. Ao Livro Técnico, 1986.

LEDUR, Paulo Flávio. Guia Prático da Nova Ortografia: As Mudanças do Acordo


Ortográfico. Porto Alegre: Ed. AGE, 2009.

MEDEIROS, João Bosco. Correspondência - Técnicas de Comunicação Criativa. São


Paulo: Ed. Atlas, 2008.

_________. Redação Empresarial. São Paulo: Ed. Atlas, 2009.

NICOLA, José de. Língua, Literatura e Redação. São Paulo: Ed. Scipione, 1991.

Reuniões de negócios – como realizar, conduzir e obter resultados positivos. 3M


(Equipe de Gerenciamento de Reuniões). São Paulo: Ed. MCGraw-Hill, 1990,1991

Sites consultados:

www.institutofalebem.com.br
www.methodus.com.br
www.reinaldopolito.com.br

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