Assembleia Legislativa do Ceará

Conteú do para encarte no “Jornal do Cariri”- mês de julho

PÁ GINA 1 - CAPA

Casa do Povo, democracia em bases sólidas.

PÁ GINA 2 (Como se tratam de informaçõ es de contatos, esta pá gina deverá ser

mantida como o mesmo conteú do, como no 1a ediçã o – SEM FOTO)

O informativo “Assembleia cidadã ” é uma publicaçã o da Comunicaçã o da Assembleia

Legislativa do Estado do Ceará .

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Regimento interno: muito além de normas mecânicas.

A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará possui três funções básicas: de

natureza legislativa, administrativa e fiscalizadora. O amplo leque de tarefas e
obrigações oriundas desta configuração básica de sua missão exige que a Casa
do Povo conte com uma estruturação rigorosa e bem definida de recursos,
procedimentos e trâmites a serem observados. Todo esse cabedal está
detalhadamente previsto nas mais de 150 páginas do Regimento Interno da
Casa, o qual sem dúvida é muito mais que um minucioso descritivo de regras e
ritos estabelecidos para direcionar a atuação parlamentar.

Obviamente que o Regimento tem esta função, porém, ele vai bastante além,
constituindo um verdadeiro compêndio normativo da democracia, determinando
não apenas critérios para o trabalho parlamentar, mas também abraçando todos
os setores de interesse da sociedade e as maneiras mais eficazes para
assegurar que os deputados e o legislativo em seu conjunto possam
corresponder aos anseios da sociedade em relação a cada um deles. Expressão
maior desse importante componente social do Regimento são as comissões
parlamentares, especialmente as permanentes, as quais, como o nome indica,
são mantidas de forma perene para vencer desafios e buscar avanços em
setores como educação, saúde, segurança, agricultura e vários outros. O
trabalho das comissões, aliás, foi o assunto que focamos na edição anterior.
Dada a importância da normatização estabelecida, nesta edição destacaremos
mais alguns instrumentos fundamentais para o exercício do mandato dos
Deputados Estaduais e da atuação da Assembleia em seu todo no fiel
cumprimento da representação popular. O objetivo é colaborar para que você
aprofunde seus conhecimentos, seja para fiscalizar, seja para participar mais
ativamente da Casa do Povo cearense: a sua Casa.

CORREGEDORIA

À Corregedoria compete o acompanhamento do desempenho administrativo da

Assembleia, zelando pela aplicação das normas regimentais e das instruções da
Mesa, bem como da manutenção da ordem e disciplina nas dependências da
Casa. Compete ainda à Corregedoria acompanhar a elaboração da proposta
orçamentária do Poder Legislativo. Dois deputados, escolhidos pela Mesa
Diretora da Assembleia, exercem as funções de Corregedor e Corregedor
Substituto, respectivamente, competindo-lhes o cumprimento das obrigações
dispostas no artigo 35 do Regimento da Casa.

OUVIDORIA PARLAMENTAR

A Ouvidoria Parlamentar é o órgão responsável pela fiscalização da regularidade

e eficiência dos procedimentos legislativos da Assembleia. Compete-lhe receber
e processar sugestões formuladas por deputados e cidadãos, propondo à Mesa
Diretora as medidas necessárias ao aperfeiçoamento dos serviços legislativos.
O Ouvidor Parlamentar é escolhido pela Mesa Diretora entre os Deputados
efetivos, e no exercício de suas funções, poderá: solicitar informações ou
documentos à Mesa Diretora e requerer ou promover diligências em torno de
algum projeto ou tema em debate na casa.

PROCURADORIA ESPECIAL DA MULHER

A Procuradoria Especial da Mulher tem a finalidade de zelar pela participação

das deputadas nos órgãos e atividades da Assembleia Legislativa, em
colaboração com a Mesa Diretora. A Procuradoria Especial da Mulher será
constituída de uma procuradora titular e três procuradoras adjuntas, observando-
se, tanto quanto possível, o princípio da proporcionalidade partidária. Compete à
Procuradoria Especial da Mulher: receber, examinar e encaminhar aos órgãos
competentes denúncias de violência e discriminação contra a mulher; fiscalizar e
acompanhar a execução de programas do governo estadual que visem à
promoção da igualdade de gênero, assim como a implementação de campanhas
educativas e antidiscriminatórias de âmbito estadual.

Também é função da Procuradoria Especial da Mulher cooperar com

organismos nacionais e internacionais, públicos e privados, voltados à
implementação de políticas públicas para as mulheres; promover pesquisas,
seminários, palestras e estudos sobreviolência e discriminação contra a mulher,
bem como acerca de seu déficit de representação na política, inclusive para
finsde divulgação pública e fornecimento de subsídio às Comissões Técnicas da
Assembleia Legislativa.

LÍDERES

Visando ordenar e potencializar uma participação equânime e proveitosa dos

parlamentares nos debates e projetos que integram os trabalhos do legislativo
estadual, os deputados são agrupados por representações partidárias ou de
blocos parlamentares, cabendo-lhes escolher seus respectivos líderes. Cada
líder poderá indicar vice-líderes para substituí-los quando necessário, na
proporção de um líder para cada grupo de oito deputados. O Governador do
Estado também pode indicar parlamentares para exercerem a Liderança do
Governo na Assembleia, servindo de interlocutores do Poder Executivo estadual
com os temas e debates da Assembleia, especialmente aqueles de seu maior
interesse. Compete aos líderes expressar e defender os pontos de vista
daqueles que representam (partidos, o governo estadual), sendo-lhe
asseguradas vários instrumentos especiais de ação, entre os quais se
destacam:

1 - Indicar os deputados de seu partido para integrar as comissões da Casa e, a

qualquer tempo, substituí-los;

2 - Discutir proposições e encaminhar-lhes para votação e propor emendas na

fase de discussão;

3 - Usar da palavra, pela ordem, em qualquer momento da sessão, para

comunicação urgente;

4 - Inscrever membros da bancada que representa para o horário reservado à

liderança;

5 - Participar, pessoalmente ou por intermédio de seus vice-líderes, dos

trabalhos de qualquer comissão, sem direito a voto. Em comissões que tenham
a participação de parlamentares do partido que o líder representa, este poderá
encaminhar votações.

PROPONDO O DEBATE

Emendas, submendas, requerimentos, moções, recursos, propostas de

fiscalização e controle, pedidos de informação, representações populares contra
atos ou omissões de autoridades e entidades públicas, pareceres e substitutivos
são formas possíveis de encaminhar um debate ou projeto na Assembleia
Legislativa. Estamos falando das proposições, que podem ser feitas pelos
parlamentares, mas também por outros agentes, com autoridades públicas de
outros poderes e também o cidadão comum, em torno dos projetos, debates e
assuntos de interesse da população na Assembleia Legislativa.

As proposições devem ser redigidas em termos objetivos e claros, não sendo

admitidas petições sobre assuntos alheios à competência da Assembleia; de
natureza claramente inconstitucional; que busquem delegar a outro Poder
atribuição privativa do Legislativo; em desacordo com o Regimento da
Assembleia; que contenham termos ofensivos a quem quer que seja; e quando,
em se tratando de substitutivo, emenda ou subemenda, não guardarem direta
relação com a proposição principal que se pretenda alterar. O autor de uma
proposição rejeitada pelos motivos acima poderá requerer ao presidente
audiência da Comissão de Constituição, Justiça e Redação visando tentar
reencaminhar a matéria para tramitação.

COMO SEU REPRESENTANTE ATUA

Os deputados estaduais exercem a sua função legislativa por meio de vários

instrumentos, vejamos alguns deles:

Projeto de lei complementar, destinado a regular matéria constitucional;

Projeto de lei ordinária, com objetivo de regular as matérias de competência do

Poder Legislativo, com a sanção do Governador do Estado;

Projeto de lei delegada, visando atribuir de competência sobre determinada

matéria;

Projeto de resolução, destinado a regular, com eficácia de lei ordinária,matéria

de competência privativa da Assembleia Legislativa, assim como as de caráter
político, processual, legislativo ou administrativo, ou ainda quando a Assembleia
necessitar se pronunciar concretamente sobre alguma questão, como por
exemplo: qualquer matéria de natureza regimental; assunto da economia interna
do legislativo; delegação ao Governador ou Comissão da Assembleia para
elaboração e aprovação de lei específica (exceto em matérias decompetência
exclusiva da Assembleia ou da iniciativa do PoderJudiciário.).

Decreto legislativo, destinado a regular as matérias decompetência privativa,

sem a sanção do Governador, tais como:

Autorizar o governador e o vice-governador a se ausentarem do Estado e do

País;

Autorizar referendo e convocar plebiscito de amplitude estadual;

Autorizar o governo estadual a efetuar ou a contrair empréstimos;

Apreciar decreto de intervenção em município, sendo necessária maioria

absoluta de votos para que o referido ato seja aprovado;

Autorizar a realização de referendos e convocar plebiscito sobre a criação de

municípios e outras matérias compatíveis;

AMPLA PARTICIPAÇÃO

Uma das principais atribuições dos deputados no legislativo estadual é propor

projetos de interesse da população como um todo ou de grupos específicos,
como as mulheres, crianças e idosos, ou ainda de classes trabalhistas ou
setores produtivos, a exemplo da educação e/ou professores, agricultura,
segurança, transporte, entre outros. Porém, a iniciativa dos projetos também
pode partir de outros agentes, como o governador do estado, o Ministério
Público, o Tribunal de Justiça e os Tribunais de Contas estaduais (em matérias
de suas respectivas competências), a Mesa Diretora da casa, qualquer uma das
comissões lá mantidas e os cidadãos comuns em geral.

ORDEM DO DIA

Certamente você já escutou ou leu, em algum momento, a expressão “Ordem do

Dia” em um contexto relacionado aos poderes legislativos em geral (câmaras
municipais, assembleias legislativas, Câmara e Senado Federal). Se você não
sabe exatamente o que ela significa, vamos esclarecer: Ordem do Dia é o
período das sessões (ordinárias ou extraordinárias) em que ocorrem as
discussões e votações no Plenário da Assembleia Legislativa do Ceará (Plenário
13 de Maio).

Ordem do Dia também é entendida como a pauta dos projetos que serão
discutidos e poderão ser votados em uma sessão. A Ordem do Dia é organizada
pelo Presidente da Assembleia, sendo colocados, em primeiro lugar, os projetos
em regime de urgência, conforme a ordem cronológica de sua concessão,
seguidos dos projetos que se achem em regime de tramitação ordinária.
Dependendo do regime de tramitação (urgência/prioridade/ordinário) a
discussão de um projeto pode durar muitas horas, levando um projeto a ser
discutido em várias sessões.

Como se percebe, a Ordem do Dia é uma fase importante, podendo ser

entendida inclusive como o ápice dos temas em pauta no legislativo estadual,
pois é no seu decorrer que assuntos importantes são decididos de forma
democrática pelos votos dos deputados. De tão comum no dia a dia legislativo, a
expressão extrapolou para o cotidiano em geral, sendo bastante utilizada para
expressar assuntos que estão em evidência na imprensa, nas redes sociais e no
cotidiano das pessoas. Por exemplo: a questão ambiental está sempre na
“ordem do dia”.

Voltando ao ambiente legislativo, outra expressão decorrente de “Ordem do Dia”

e também muito usual durante as sessões é “Questão de Ordem”. Este termo é
utilizado pelos parlamentares quando desejam levantar dúvidas ou solicitar
esclarecimentos à respeito da interpretação ou aplicação do Regimento Interno
em determinado tema da pauta. Em suma, “Questão de Ordem, vem a ser a
solicitação de esclarecimento a respeito da  forma de condução dos
trabalhos legislativos em caso de dúvida na interpretação do Regimento Interno.