Você está na página 1de 7

2 - DEMANDA AGREDADA, OFERTA AGREGDA E CICLOS DE NEGÓCIOS

Este capítulo começa com o processo de definir o modelo de curto e médio


prazo. O primeiro objetivo deste capítulo é explicar como o nível de produto e emprego
é determinado pelo nível de demanda agregada no curto prazo – i.e. quando salários e
preços são rígidos. Isto p rovê um modelo de ciclo de negócios i.e. como o nível do produto e
emprego flutua em resposta a mudanças na demanda agregada. Nós começa mos com o
enfoque tradicional de induzi r o equilíbrio do mercado de bens e o equilíbrio do
mercado monetário no modelo IS/LM. O IS se refere ao mercado de bens e o mercado
de moeda LM. Existem duas formas de pensar a respeito de como a política monetária
é implementada pelos governos ou bancos centrais e portanto sobre a utilida de da
análise LM.
Por outro lado, o governo ou o banco central pode mo delar a política monetária
através do controle so bre o nível ou crescimento da oferta de moeda. Nós veremos
que este en foque é melhor tratado pela LM. Por outro lado, o governo ou o banco
central pode e stabelecer a taxa de juros para estabilizar a e conomia e le var a economia
a meta de inflação. Esta é o chamado enfoque da regra monetária (MR) desenvolvida no
Cap. 3.

Dada a presença crescente das re gras monetárias em política monetária a questão


que surge do porque vamos nos preocupar em apresentar a analise LM? Além do mais,
mesmo se o banco ce ntral usa o enfoque MR, o modelo LM ainda existe desde que
representa equilíbrio no mercado monetário.

 Primeiro, se vamos entender porque os governos e os bancos centras adotaram as


regras monetárias, é útil ter um entendimento do enfoque LM como referência.
Além do mais me smo se o banco central está usando o enfoque MR, LM ainda existe
já que representa equilíbrio no mercado monetário.

 Segundo, o enfoque LM é útil para analisar os problemas de deflação, i .e. quando


os pre ços estão caindo na economia. Mesmo se o banco central usa uma regra
monetária para a justar a taxa d e juros para o bter uma meta de inflação, nós
precisamos entender as circunstância s e m que isto pode não ser efetivo. Um
exemplo importante é a situa ção onde a taxa de juros nominal está próxima de
zero e a economia é ca racterizada por um nível de preço cadente como
caracterizada pela economia japonesa por quase uma década.

 Terceiro, co mo ve remos no cap. 9, muito da análise da economia aberta é


conduzida usando o modelo IS/LM.

Todas essas três razões sugerem que mesmo se a LM é menos relevante para analise
política prática do que uma vez pensávamos, permanece um instrumento útil de analise. O modelo
IS/LM po de ser usado para analisar os determinantes do produto no curto prazo quando
o governo controla a oferta monetária. Ele também p rove componentes que se rão úteis
mais tarde. Nós veremos que a curva IS é uma parte importante do modelo macro IS-
PC-MR de 3 equações desenvolvido no cap. 3 para uso com a regra monetária.

Na segunda deste ca pítulo, o foco muda da demanda agregada para a oferta


agregada. Como veremos no médio prazo, salários e preços re spondem a mudanças no
nível de atividade. A segunda tarefa do capitulo é portanto apontar os determinantes do nível
de emp rego do médio prazo no qual o mercado de trabalho está nem equilíbrio e as
pressões por salários e preços para mudar são ausentes. A integração dos componentes do
curto e médio prazo são apresentados no final da seção através do modelo da demanda
e oferta agregada.

Vamos contrastar as explica ções dos ciclos de negõcios baseadas em mudanças na


demanda agregadda na presença de salários e pre ços rígidos no qual nos concentramos
ne ste livro com um completamente diferente, em que mudança s do lado da oferta da
economia tal cmo mudanças tecnológicas que produzem expansões e recessões. Este
segundo enfoque é chamado de modelo dos Ciclos Reais.

2.1 - DEMANDA AGREGADA

Para entender como o nível do produto é determinado no curto prazo, nós


olhamos para as fontes de mudanças na demanda agregada por produto. O curto prazo
é definido aqui como o período durante o qual preços e salários são dados. Existem
um número de formas de explicar porque preços e salários podem não responder
imediatamente a mudanças na demanda. Arranjos institucionais normalmente que sal ários
são revistos periodicamente e não continuamente. Um arg umento comum em suporte
para a rigidez de pre ços é que e xistem custos a ssociados com mudanças de preços, que
são referidos aos custos de menu. É também útil le mbrar que é lucrativo para as
empresas em mercados imperfeitamente competitivos aumentar o produto em resposta a
demanda maiores mesmo se o preço permanece constante. No momento apenas vamo s
assu mir que preços e salários são viscosos – não respondem a mudanças no emprego ou
produto no curto prazo.

O modelo básico que é usado para sumarizar a forma em que o nível do produto é
determinado pela de manda agregada no curto prazo é o modelo IS/LM. Ele consiste de
duas pa rtes: o mercado de bens e o mercado monetário. Nós pensamos de um equilíbrio
de cu rto prazo na economia com uma situação em que ambos os mercados de bens e de
moeda estão em equilíbrio. O mercado de bens é chamado de IS que vem da vers ão
Investimento-Poupança da condição de equilíbrio do mercado de bens: investimento
planejado deve ser igual a poupança planejada para equilibro no mercado de b ens. A
parte do mercado de moeda é chamada de LM que vem da igualdade entre a demanda
de moeda (Liquidez) e oferta de Moeda q uando o mercado de moeda esta em equilibro. N o
equilibro IS/LM o nível do produto(e emprego) e a taxa de juros são constantes.

O modelo é útil porque permite entender o que a contece com o produto e a taxa
de juros quando há uma mudan ça na demanda agregada ou quando o governo muda as
suas políticas.

No lado da IS podemos analisar:


 mudanças no consumo ou investimento;
 mudanças na política fiscal isto é nos gastos e taxação do governo.

Do lado d a LM podemos analisar:


 mudanças na demanda de moeda;
 mudanças na política monetária isto é na oferta de moeda.
2. 2 - O MERCADO DE BENS: A CURVA IS

A curva IS mostra as combinações es de taxas de juros e nível de produto em


que há equilíbrio no mercado de bens. Para que o mercado de bens apresente equilíbrio,
a demanda agregada por bens (e serviços) deve ser igual a oferta. Desde que assumimos
que salários e preços são fixos, a oferta de produto se ajustará a qualquer mudança na
demanda agregada.

A demanda agregada se refere aos gastos reais planejados em bens e serviços na


economia como um todo. Equilíbrio requer que aquele gasto planejado real em bens e
serviços seja igual ao produto real:

yD=y

onde yD é gasto real planejado e y é produto real.

A demanda agregada é composta do gasto real planejado em consumo e


investimento pelo setor privado e gasto planejado do governo. Pode ser escrito como

yD=c (y,t,riqueza)+I(r,A)+ g

onde c é consumo, I investimento real, r taxa de juros real, g gastos do governo, t taxação total
e A refere-se aos determinantes do investimento outros que não a taxa de juros. Em
geral vamos usar letras minúsculas para variáveis reais e maiúsculas para variáveis nominais.
Nem se mpre isto é possível então vamos usar i para taxa de juros nominal e I para
investimento real.

Alguns aspectos importantes do modelo ma croeconômico de curto prazo podem ser


mostrados de forma mais fácil se assumirmos funções lineares. Usaremos uma função
consumo linear simples que diz que co nsumo é uma função da renda corrente pós taxa
(isto é disponível) e outros fatores tais como riqueza que são resumidos no termo chamado de
con sumo autônomo, que a ssumimos ser uma constante:

C=Co + Cy (y-t)

Onde Co é o consumo autônomo e Cy é a constante proporcional renda atual disponível que é


consumida: 0 < ty < 1. O termo Cy é chamado de propensão marginal a consumir fora da renda. Renda
disponível é renda menos arrecadação de impostos (y−t) se considerarmos uma função linear
tipo:

t=ty y

onde 0 < ty < 1. Portanto se nós substituirmos a taxa da função dentro da função de consumo e
reorganizamos os termos, temos a função produção é:

c=c0+cy(1−ty)y

Um aspecto notável da função consumo é que o consumo é afetado pelo nível


da atividade corrente da economia. No cap. 7, vamos olhar os microfundamentos do
comportamento do consumo para ver porque a renda corrente e a renda esperada futura
são relevantes p ara os gastos em consumo. A forma mais simples de incorporar as
ideias de um modelo de consumo que olha para frente é incluindo em c0 os
determinantes da renda futura esperada. A função consumo muda quando a renda
esperada futura muda. A evidência empírica discutida n o cap. 7 confirma que a renda
corrente e a esperada futura influenciam o consumo corrente.
O investimento é dependente negativamente d a taxa de juros real e positivamente na
rentabilidade futura esperada, os de terminantes da qual são aproximados pelo termo A.
A ideia simples é que as empresas se defrontam com um conjunto de projetos de
investimento, que sã o ordenados pelos seu retorno esperado. Se a taxa de juros cai,
então isto reduz o custo do capital e torna alguns projetos lucrativos que não seriam
implementados de outra forma. Similarmente, se os retornos dos projetos aumenta (porque
há um aumento do otimismo na economia), então a qualquer taxa de juros, mais
projetos serão implementados. Podemos escrever esta função de investimento.

I=I(r,A) investimento

Às vezes é conveniente usar uma forma linear, I=A − a ronde a é uma constante.
Fatores expectacionais ou de confiança são muitas vezes considerados cruciais determinantes
do comportamento do investimento. Isto implicaria que mudança s da função investimento
que surgem de mudanças em A poderiam ser de maior significância do que movimentos
ao longo da função investimento em resposta a mudanças d a taxa d e juros. Um exame
mais profundo do comportamento do investimento baseado nos fundamentos
microeconômicos será dado no cap. 7.

A curva IS é definida pela condição de equilíbrio no mercado de bens (yD = y).


Para derivar uma forma explicita da curva IS, nós usamos versões lineares das funções
consumo e investimento e substituímos as mesmas na equação dos gastos planejados:

yD=c0 + cy (1−ty)y + A − ar + g

A equação dos gastos planejados é substituída na condição de equilíbrio do


mercado de b ens. Rearranjando e u sando o fato de que no equilíbrio do mercado de
bens yD = y e substituindo (1−cy) pela propensão a poupar, sy, para definir um locus de
equilíbrio das combinações da taxa de juros e do produto:

A curva IS estabelece que para uma dada taxa de juros o nível de investimento
é fixo; a este nível de investimento é adicionado consumo autônomo e gasto do governo;
e o nível associado do produto é encontrado multiplicando a soma pela constante

1
sy + cyty
que é conhecido como um multiplicador. Poupança e taxação ambos representam
vazamentos da renda para os gastos. A razão de que a taxa de vazamento (ty) é
multiplicado por cy é que somente aquela parte do imposto de taxa que teria sido gasto
constitui u m vazamento extra acima da poupança. A curva IS é decrescente porque uma
taxa baixa de juros gera um elevado investimento, que estava associado com um produto
elevado. Ao contrario, quando a taxa de juros é elevada, investimento e então o produto
de equilíbrio é baixo.

A curva IS é derivada graficamente na Fig. 2.1. Em rH são mostrados investimento


(I0=A −arH), consumo autônomo e gasto do governo. Multiplicando I0+c0+g0 pelo multiplicador
dá o produto igual ao gasto planejado, yo, na curva IS. Usando a mesma lógica, a uma taxa de
juros baixa, gasto planejado será elevado devido ao elevado investimento. O mercado de
bens determina o correspondente elevado nível de produto.

Usando a equação da curva IS e o diagrama, nós podemos separar os determinantes


da declividade e posição da curva IS em três grupos:
1. Qualquer mudança no tamanho do multiplicador mudará a declividade da curva
IS. Por exemplo, um aumento na propensão de consumo aumentará o multiplicador,
tornando a IS mais plana: roda a curva no sentido anti horário do intercepto no eixo
vertical.

2. Qualquer mudança na sensitividade do investimento a taxa de juros (a) terá


como consequência uma mudança na declividade da curva IS: uma função
investimento menos elástica à taxa de juros se refletirá numa curva IS mais inclinada.

3. Qualquer mudança no consumo autônomo ou no gasto do governo (c0, g) fará


com que a curva IS se desloque pela mudan ça nos gastos autônomos vezes o
multiplicado r. Uma mudança na variável A na função investimento também desloca
IS.

Política pode ser usada para manipular a curva IS pelos canais (1 ) e (3). Por
exemplo, se o imposto de renda, i.e. se t=ty y, uma alíquota menor aumenta o tamanho do
multiplicador e, como em (1) acima, a curva IS balança para a direita, tornando-se mais
plana. Qualquer mudança no gasto do governo deslocará a curva IS na forma descrita em (3)
acima.

Um aspecto do modelo IS do mercado de bens é que as quantidades se ajustam pelo


processo do multiplicador para levar a economia para um equilíbrio estável de curto
prazo. Por exemplo, uma queda no investimento planejado leva a uma contração múltipla
do produto e emprego até que o nível da renda tenha caído na extensão requerida
para tornar a poupança igual ao nível de investimento menor. Inicialmente, a renda cai
pela queda no investimento, △I. Como resultado da queda na renda e supondo ty=0, o
consumo declina por △c=cy△I. Esta queda no consumo por sua vez reduz a renda, e no próximo
período o consumo cai uma vez mais: △c=cy(cy△I)=cy2△I. para calcular a queda total na renda, nós
somamos a série:

A mudança do produto é igual a do multiplicador (i.e. 1/sy) hora de mudar o investimento.


Outra forma de olhar a quantidade de ajustamento para um novo equilíbrio no
mercado de bens é caracterizar posições fora da curva IS (Fig. 2.2). No ponto X com produto
yx, a esquerda da curva IS, há excesso de demanda no mercado de bens porque a taxa
de juros r1, gasto planejado é igual a y1. Com a demanda agregada em excesso do produto,
estoques vão cair e o produto irá aumentar até que y=yD na curva IS.

Você também pode gostar