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. CÁLCULO, DIMENSIONAMENTO E
FABRICAÇÃO DO MAGNETO
SUPERCONDUTOR TIPO
PISTA DE CORRIDA

VICTO DOS SANTOS FILHO

19/1994

G Et . ~ ? < t s -s õ". 2
5a. S9c ·
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA DE LORENA
CENTRO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

CÁLCULO, DIMENSIONAMENTO E FABRICAÇÃO DO MAGNETO


SUPERCONDUTOR TIPO PISTA DE CORRIDA

VICTO DOS SANTOS FILHO

--
--

Dissertação apresentada ao corpo docente do Curso de


Pós-Graduação em Engenharia de Materiais como
parte dos requisitos para obtenção do título de
MESTRE EM ENGENHAR1A DE MATER1AIS

ORIENTADOR: PROF. DR. DALTRO GARCIA PINATTI

Lorena - SP, Março de 1994


FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA DE LORENA
CENTRO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

"ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À REDAÇÃO


FINAL DA TESE DE MESTRADO DEFENDIDA
POR VICTO DOS SANTOS FILHO E.APROVADA
PELA COMISSÃO JULGADORA"

a Pinatti

' :

CÁLCULO, DIMENSIONAMENTO E FABRICAÇÃO DO MAGNETO


SUPERCONDUTOR TIPO PISTA DE CORRIDA

VICTO DOS SANTOS FILHO

TESE DE MESTRADO

ORIENTADOR: DR. DALTRO GARCIA PINATTI

Lorena - SP, Março/1994


. >

. -r

Santos Fº , Victo dos


Cálculo, dimensionamento e fabricação do magneto
supercondutor tipo Pista de Corrida/ Victo S. Filho
Lorena- SP. CEM, 1994. 230p.

Dissertação ( Mestre em Engenharia de Materiais )


Faculdade de Engenharia Química de Lorena/ Centro
de Engenharia de Materiais

1. Magneto Pista de Corrida 2. Cálculo bidimensional


e tridimensional de campo magnético 3. Seccionamento
4. Yokes 5. Blindagens 1. Cálculo, Dimensionamento e
Fabricação do Magneto Supercondutor Tipo Pista de
Corrida
SUMÁRIO
Pág.

DEDICATÓRJA 1
AGRADECIMENTOS II
RESUMO III
ÍNDICE DE FIGURAS IV
ÍNDICE DE TABELAS X
ÍNDICE DE SÍMBOLOS XI
ÍNDICE DE ABREVIAÇÕES E N01\1ES DE PROGRAMAS XII

INTRODUÇÃO 1

CAPÍTULO!:

Cálculo bidimensional de campo magnético

1.1) Programas bidimensionais de cálculo magnetostático. 4


1.2) Descrição do método empregado nos programas TRIM e POISSON 4
1.3) Aplicação do método a problemas magnetostáticos 6
1.4) Programa de cálculo magnetostático TRIM- 6
1.4.1) Subrotina MESH 7
1.4.2) Subrotina FIELD 8
1.4.3) Entrada de dados no programa 8
1.5) Programa de cálculo de campo magnético POISSON · 9
1.5.1) Unidades utilizadas no código POISSON 9
1.5.2) Programas pertencentes ao código POISSON 10
1.5.3) Execução do programa POISSON 10
1.5.4) Hierarquia de execução do programa POISSON 11

CAPÍTULO II :

O magneto Pista de Corrida :

2.1) Configuração geométrica tipo Pista de Corrida 12


2.2) Análise dos programas POISSON e TRIM no projeto de
magnetos tipo Pista de Corrida 16
2.3) Cálculo de magnetos Pista de Corrida 19
2.3 .1) Cálculo de magnetos Pista sem yokes e sem blindagem 20
2.3.2) Influência de materiais ferromagnéticos 21
2.3.3) Cálculo de magnetos Pista de Corrida com yokes ou
núcleos ferromagnéticos 24
2.3.4) Cálculo de magnetos Pista de Corrida com a presença
de blindagens eletromagnéticas 29
2.3.5) Magnetos Pista com yokes e blindagens combinados 32
CAPÍTULO III:

Cálculo eletromagnético tridimensional do magneto Pista de Corrida :

3.1) Introdução 36
3.2) Método integral de cálculo e modelamento de campo magnético 36
3.3) Campo magnético induzido por um condutor reto de corrente de
secção transversal retangular e de comprimento finito 37
3 .3 .1) Campo magnético gerado por um filamento reto de corrente de
comprimento finito perpendicular ao plano z = O .. · 38
3.3.2) Campo magnético gerado por uma lâmina plana de corrente de
comprimento finito paralela ao plano x = O 39
3.3.3) Campo magnético gerado por um condutor reto de corrente de
secção transversal retangular· e comprimento finito 40
3 .3 .4) Tratamento e remoção das singularidades de campo magnético
gerado por um bloco maciço de comprimento finito condutor 42
3 .4) Campo magnético induzido por uni arco maciço semi-cilíndrico
condutor de corrente 45
3.5) Campo magnético total gerado pelo magneto de geometria Pista
de Corrida 51
3.6) Programa de cálculo de campo da geometria tipo Pista de Corrida 55
3.6.1) Características do programa e entrada de dados 55
3.6.2) Unidades empregadas no programa Pista 57
3.6.3) Recursos do programa Pista 59
3.7) Aplicação do programa PISTA no estudo das características do
magneto Pista 61
3. 7 .1) Configuração das linhas de campo do magneto 61
3. 7 .2) Homogeneidade de campo e razão de pico de campo para o
magneto Pista 66
3.7.3) Campo máximo gerado no enrolamento 69
3.8) Cálculo e dimensionamento de magnetos Pista 82
3.9) Projeto de magnetos Pista de Corrida 88
3.10) Conclusões 92

CAPÍTULO IV :

Cálculo de auto-indutância e da força eletromagnética resultante tio magneto


Pista de Corrida :

4.1) Cálculo de forças eletromagnéticas pela formulação de Lorentz 95


4.2) Cálculo de forças eletromagnéticas geradas no bloco condutor
de corrente · 97
4.3) Cálculo da força eletromagnética resultante no magneto Pista
de Corrida 97

\
4.4) Integração Numérica n-Dimensional por aplicações sucessivas 100
4.5) Formulação básica para o cálculo da auto - indutância 105
4.6) Cálculo da auto-indutância do magneto Pista 106
4. 7) Cálculo da energia magnética armazenada ou encerrada no
magneto Pista de Corrida 107
4.8) Estabilidade do método empregado 113
4.9) Conclusões 115

Capítulo V:

Resultados experimentais e conclusões :

5. 1) Introdução 117
5.2) Critérios de escolha do magneto Pista modelo 117
5.3) Aspectos relevantes do projeto da bobina Pista de Corrida modelo 118
5. 4) Aspectos relevantes da construção e teste da bobina Pista de Corrida
modelo · 123
5.5) Resultados obtidos e conclusões 130

· APÊNDICE 1 133

APÊNDICE II 154

APÊNDICE III 166

APÊNDICE IV 179

APÊNDICE V 187

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 188

\
A meus pais, por terem me ensinado o valor da honra,
da dignidade, da honestidade, da perseverança e do amor.
Ás minhas irmãs, pelo apoio, carinho, amizade e amor.

\
AGRADECIMENTOS

- Ao Dr. Daltro Garcia Pinatti , pela oportunidade de trabalhar sob sua orientação e
pelo apoio no projeto do magneto modelo .
- Ao M.Sc. Carlos Yujiro Shigue, pela orientação inicial , pelo constante apoio , pelas
sugestões úteis e construtivas e pela grande dedicação durante a realização do trabalho
experimental desta tese .
- Ao M. Se. Carlos A Baldan , pelo grande e eficiente apoio dado em todos os
momentos em que ocorriam problemas na bolsa concedida pelo CNPq e pelas discussões e
sugestões úteis . ·
- Aos Mestres Sérgio Schneider e Inácio Bianchi , pelas discussões úteis e pela
importante ajuda dada na parte experimental deste trabalho . . '
- À equipe do Setor de Projetos , por todos os desenhos apresentados neste trabalho,
em especial ao Jaime A Capucho , pelos desenhos da tese e principalmente do projeto do
magneto Pista de Corrida modelo . ·
- A todo o pessoal da Oficina: Renato B. Inocêncio, Carlos R. D. , Laércio Siqueira,
Valdir M. C. , José C. S. , Juramir V. Dias, Benedito F. Sene e Luis B. , por todo o trabalho
de usinagem das peças da estrutura de suporte da bobina Pista de Corrida modelo e por todo o
apoio prestado na fase de testes mecânicos do projeto .
· - Ao técnico Domingos S. Figueira , pela ajuda fundamental dada no trabalho
experimental , nas fases de enrolamento e montagem do magneto .
- Ao Dr. Antônio F. Sartori, por todo o auxílio e apoio concedidos.
- Aos Mestres Hélcio J. I. Filho e Dailton de Freitas, pelo constante apoio, incentivo e
pela grande ajuda dada para a apresentação deste trabalho .
- Ao técnico da computação Valério S. Ribeiro, pela ajuda fundamental na edição das
apresentações referentes à Qualificação de Tese e à Tese , bem como por todas as informações
referentes à Informática que me ajudaram na elaboração dos programas , na obtenção dos
resultados e na edição final desta Tese.
- Ao Mestre Fernando W. B. Talarico , por todo seu apoio e auxílio no projeto do
wiggler e no estágio que fiz no L.N.L.S ..
- Aos Mestres Antônio C. C. Migliano e Francisco Sircilli Neto , por todo o apoio na
utilização do código TRIM .
- Ao CNPq , pela bolsa de mestrado e pelo financiamento do sistema de enrolamento
de magnetos ; à FINEP , pelo financiamento de grande parte dos materiais empregados na
fabricação do magneto modelo e ao RHAE, pela bolsa referente ao estágio no L.N.L.S ..
'. - A todos os funcionários da Instituição , colegas da Pós-Graduação e amigos que
it direta ou indiretamente. contribuíram para a realização deste trabalho .

II
RESUMO

Este trabalho tem por principais objetivos o domínio não só das técnicas de cálculo
bem como da tecnologia de fabricação do magneto de geometria Pista de Corrida
supercondutor .
Para tal , desenvolve-se inicialmente o estudo da técnica de cálculo magnetostático
bidimensional desse tipo de magneto , empregando os programas TRIM e POISSON . São
analisadas todas as vantagens da aplicação de tais programas bem como a viabilidade de
aplicação de ambos no cálculo de campo da geometria-Pista. Com base no código TRIM, é
feito um . estudo de viabilidade de várias configurações de magnetos Pista empregando
materiais ferromagnéticos ( yokes e ou blindagens) ,.,talvez o seu principal e mais importante
recurso no cálculo do magneto Pista .
Em seguida , desenvolve-se um programa de cálculo de campo tridimensional baseado
no método integral pela resolução da equação de Biot-Savart , com o objetivo de determinar o
valor do campo gerado pelo magneto PC em vários pontos fundamentais de cálculo ( não só os
pontos do plano central ) , principalmente os prováveis pontos de campo máximo no
enrolamento desse magneto , o que é indispensável para garantir a viabilidade de operação do
mesmo . Desenvolve-se com esse programa um estudo das características e propriedades bem
como uma análise sistemática do dimensionamento e projeto desse tipo de magneto :
Em seguida , detalhamos a técnica desenvolvida para que se pudesse determinar
grandezas físicas relevantes associadas ao magneto Pista de Corrida , como a auto-indutância,
a energia armazenada no volume compreendido pela geometria do enrolamento e a força
eletromagnética resultante nos setores retos desse magneto . ·
Descrevemos a seguir . o trabalho experimental complementar ao cálculo teórico ,
analisando todas as peculiariedades associadas à fabricação da bobina Pista de Corrida modelo
bem como os resultados obtidos a partir do teste _desse magneto Pista em estudo.

\ III
ÍN-DICE DE FIGURAS

1.1 - Parâmetros de cálculo em um triângulo característico de malhas do MDF 5


1.2 - Rotina principal do programa TRIM 7
1.3 - Ordem de execução dos programas do código POISSON 11
2.1 (a) - Configuração geométrica Pista de Corrida. 12
2.1 (b) - Sentido de enrolamento do magneto Pista 12
2.2 - Parâmetros do magneto Pista de Corrida .. 13
2.3 - Parâmetros de cálculo de um dipolo magnético formado de magnetos Pista de Corrida 14
2.4 - Parâmetros de cálculo de um multipolo formado por magnetos de geometria Pista de
Corrida ( Magneto Wiggler de 5 pólos ) 15
2.5(a) - Dipolo formado por magnetosPista de Corrida 15
2. 5(b) - Dipolo formado por magnetos tipo Sela 15
2.6 - Condutores de comprimento finito e infinito 17
8c
2. 7 - Razão relativa versus o comprimento a ·
B.,, 17
2.8 - Erro em uma estimativa bidimensional de campo em relação a um circuito plano
retangular de corrente como uma função da razão entre a largura e o comprimento ;
18
2.9 (a) - Mapeamento de campo no eixo Ox de um dipolo, a 'j>àrtir do programa TRIM 20
2.9 (b) - Mapeamento de campo em Oy, na região do gap das bobinas Pista constituintes
do dipolo · 20
2. 1 O - Mapeamento de campo de um dipolo formado por magnetos Pista ( 1 quadrante ) 21
2.11 - Comparação entre os gráficós de perfil de campo magnético calculados pelos
programas TRIM e PISTA 21
2.12 - Curvas de magnetização M, indução magnética B e permeabilidade relativa u,
versus o campo aplicado H 23
2.13 - Curvas de permeabilidade versus indução B do aço Si , a várias temperaturas 23
2.14 (a) - Esquema de um dipolo de magnetos Pista de 5,0 T, sem núcleo magnético ( 1 Q) 25
2.14 (b) - Configuração das linhas de iso-potencial para o magneto em (a) · 25
2.15 (a)- Esquema do magneto da Figura 2.15 (a) com um yoke em forma de C 26
2.15 (b) - Configuração das linhas de iso-potencial para o magneto em (a) 26
2.16 (a)- Esquema do magneto da Figura 2.15 (a) com um yoke interno 27
2.16 (b) - Configuração das linhas de iso-potencial para o magneto em (a) 27
2. IT(a)- Esquema do magneto da Figura 2.15 (a) com um yoke envolvendo o magneto 28
2.17 (b) Configuração das linhas de iso-potencial para o magneto em (a) 28
2.18 - Esquema ilustrando a forma geométrica da blindagem em um magneto Pista de Corrida 29
2.19 - Esquema de um magneto Pista e sua blindagem correspondente, cujo posicionamento
e cujas dimensões se mostraram ineficientes para o confinamento de campo 30
2.20 - Esquema do mesmo magneto PC da Figura 2.19, mas com um projeto otimizado
eficiente de sua blindagem magnética 31
2.21 (a) - Esquema de um magneto PC idêntico ao de 2.19, mas com uma blindagem mais
eficiente no confinamento das linhas de campo · 31
2.22 (a) - Comparação entre os gráficos de perfil de campo ao longo da direção Oy , a 6 cm
da blindagem , variando-se sua espessura 32
2.22 (b) - Comparação entre os gráficos de perfil de campo ao longo da direção Oy , a 6 cm
da blindagem , variando-se sua posição 32

IV
2.23 (a) - Esquema das dimensões de um magneto Pista de Corrida com núcleo interno e
blindagem · 33
2.23 (b) - Mapeamento de iso-potencial para o caso da Figura 2.24 (a) 33
2.24 - Linhas eqüipotenciais para um magneto Pista com núcleo C e blindagem 34
2.25 - Linhas eqüipotenciais para um magneto Pista com núcleo global e blindagem 34
2.26 (a) - Comparação entre ó perfil de campo de um dipolo de rnagnetos Pista com e sem
núcleo interno na região do gap 34
2.26 (b) - Comparação entre o perfil de campo do mesmo dipolo em (a) com e sem urna
estrutura de blindagem ao longo do gap : 34
2.27 - Comparação entre os gráficos de perfil de campo entre os casos com núcleo global e
núcleo em C , sem blindagem 35
2.28 - Comparação entre os gráficos de perfil de campo entre o_s casos com núcleo global,
núcleo interno e em forma de e. associados à blindagem 35
3. 1 - Campo induzido num ponto P devido a um elemento infinitesimalde corrente 37
3.2 - Condutor reto de corrente de comprimento finito e secção transversal retangular 37
3.3 - Filamento reto de corrente de comprimento finito perpendicular ao plano z = O 38
3.4 - Lâmina plana de corrente de comprimento finito paralela ao plano x = O 39
3. 5 - Esquema do método de cálculo da indução magnética gerada pelo bloco de corrente
( ou condutor reto de· corrente ) , onde se nota uma placa genérica que o forma e simula
contribuição de campo de uma lâmina plana de corrente.quando sua espessura tende a O 41
3. 6 - Mapeamento das linhas de iso-campo do bloco ,. .» 44
3. 7 - Contribuição de campo de um arco 45
3.8 - Esquema de método aproximado empregado para o cálculo de campo de um arco
condutor de corrente 46
3.9 (a) - Arco maciço condutor de corrente de secção transversal retangular 47
3.9 (b) - Esquema de um bloco elementar do arco maciço semi-cilíndrico 47
3.1 O (a) - Esquema dos sistemas de coordenadas do setor reto referência no cálculo, dos
sistemas associados ao k-ésimo elemento constituinte do arco semi-cilíndrico e
de suas posições em função dos parâmetros de um magneto PC 49
3 .1 O (b) - Sistemas de coordenadas envolvidos no cálculo de campo de um bloco elementar
constituindo o arco semi-cilíndrico 49
3 .11 - Determinação da posição geométrica do sistema natural de coordenadas de um
elemento no arco 50
3 .12 - Parâmetros envolvidos em um setor circular. Para pequenos valores de f3 , ternos que
- ,.--.
se pode assumir AB = AB 50
3 .13 - Componentes de campo nos sistemas naturais de coordenadas rotacionado e não
rotacionado 51
3 .14 - Setores retos ( blocos) do magneto Pista, com os respectivos sistemas de coordenadas 52
3.15 - Sistemas de coordenadas do magneto Pista e dos blocos nos setores cilíndricos 53
3 .16 - Sistemas de coordenadas e parâmetros de cálculo na translação e rotação de eixos para
o sistema de referência do magneto 54
3 .17 - Parâmetros de entrada no programa PISTA 58
3.18 (a) -Gráfico do número de blocos simulando um setor semi-cilíndrico versus o campo
00~~~~ 00
3 .18 (b) - Gráfico do número de blocos simulando um setor semi-cilíndrico versus o campo
no centro do gap de um dipolo 60
3 .18 (e) - Gráfico do número de blocos simulando um setor semi-cilíndrico versus o campo
máximo no magneto 60

V
3 .18 ( d) - Gráfico do número de blocos simulando um setor semi-cilíndrico versus o campo
no ponto (0;0;2, 75) 60
3.18 (e) - Gráfico do número de blocos simulando um setor semi-cilíndrico versus o campo
ponto (0;0;4,125) 61
3 .19 - Gráfico do tempo de execução do programa PISTA versus o número de blocos
simulando um setor semi-cilíndrico , por ponto de cálculo ( curvas referentes aos
pontos de 3.18) 61
3-.20 - Configuração 2D de linhas eqüipotenciais da secção transversal do magneto Pista 62
3 .21 - Configuração de eqüipotenciais da secção transversal de um dipolo formado por
magnetos Pista de Corrida 62
3.22 (a) - Dimensões do magneto Pista de-Corrida utilizadas na análise do perfil de campo ao
longo de Ox , Oy e Oz .: 63
3.22 (b) - Perfil de campo do magneto Pista da Figura 3.23(a), ao longo de Ox 64
3.22 (c) - Perfil de campo do magneto Pista da Figura 3.23(a), ao longo de Oy 64
3.22 (d) - Perfil de campo do magneto Pista da Figura 3.23(a), ao longo de Oz 65
3.23 (a) - Perfil de campo de um dipolo de bobinas Pista da Figura 3.23(a) ao longo do eixo
Ox do canal , entre as bobinas 65
3.23 (b) - Perfil de campo do mesmo dipolo Pista da Figura 3.23(a) ao longo do eixo Oy do
canal , entre as bobinas 65
3.23 (c)- Perfil de campo do mesmo dipolo Pista da Figura 3.23(a) ao longo do eixo Oz do e
canal , situado entre as bobinas ' 66
3.24 (a)- Curva de homogeneidade de campo ao longo dó eixo Ox do magneto 67
3.24 (b) - Curva de homogeneidade de campo ao longo do eixo Oy do magneto 67
3 .24 ( e) - Curva de homogeneidade de campo ao longo do eixo Oz do magneto 68
3.24 (d) - Curva de homogeneidade de campo ao longo do eixo Ox no centro do gap do
d~o~ 68
3. 24 (e) - Curva de homogeneidade de campo ao longo do eixo Oy no centro do gap do
dipolo 68
3.24 (f) - Curva de homogeneidade de campo ao longo do eixo Oz no centro do gap do
dipolo 68
3.25 - Curva de carga do magneto Pista 69
J;26(a) - Comportamento do campo máximo no setor reto e no setor semi-cilíndrico em
função da distância d , para e = 1 O cm 71
3.26 (b) - Comportamento do campo máximo no setor reto e no setor semi-cilíndrico em
função da distância d , para e = 15 cm 71
3.26 (e) - Comportamento do campo máximo no setor reto e no setor semi-cilíndrico em
função da distância d , para e = 25 cm 71
3.26 (d) - Comportamento do campo máximo no setor reto e no setor semi-cilíndrico em
função da distância d , para e = 1 O cm e b = 4 cm 71
3 .26 (e) - Comportamento do campo máximo no setor reto e no setor semi-cilíndrico em
função da distância d , para e = 15 cm e b = 4 cm 72
3.26 (f) - Comportamento do campo máximo no setor reto e no setor semi-cilíndrico em
função da da distância d , para e = 20 cm e b = 4 cm 72
3.26 (g) - Comportamento do campo máximo no setor reto e no setor semi-cilíndrico em
função da distância d , para e = 25 cm e b = 4 cm 72
3.27 - Comportamento do campo máximo nos setores retos e semi-cilíndricos para o magneto
PC seccionado com espessura b = 4 cm , em função da espessura do seccionamento 73
3.28 (a) - Exemplo de um magneto Pista sem o recurso de seccionamento ( Vista de planta) 75
3.28 (b) - Exemplo do mesmo magneto Pista da Figura 3.29(a) com o recurso de
seccionamento ( Vista de planta) 75

VI

3.29 (a) - Comparação entre o perfil de campo na direçãoOz do magneto Pista de Corrida na
Figura 3.23 com e sem seccionamento 75
3 .29 (b) - Comparação entre o perfil de campo na direção Oz do magneto Pista de Corrida
modelo analisado no Capítulo V com e sem seccionamento 75
3.29 (e) - Perfil de campo do dipolo de bobinas Pista de 3.22 com e sem seccionamento 76
3.30 (a) - Curva b1nt(cm)xB_,,<G IA) 77
3.30 (b) - Curva bext(cm)xBnuu(GIA) 77
3.31 (a) - Curvas de espessura de enrolamento interno versus o campo central no magneto e
no "gap" de um dipolo devido a uma só bobina:
b1nt(cm)xB0(G IA)
b1nt(cm)xBc(G IA) 77
3.31 (b) - Curvas de espessura de enrolamento interno versus o campo central no magneto e
no "gap" de um dipolo devido 'a uma só bobina :
bui(cm)xB0(G IA) .
bexi(cm)xBc(G IA) 77
3.32 (a) - Comportamento do campo magnético gerado pelo magneto Pista seccionado no
ponto central do "gap", em função do comprimento do setor reto interno c1 78
3.32 (b) - Comportamento do campo magnético gerado pelo magneto Pista seccionado no
ponto crítico do setor reto , em função do comprimento do setor reto interno c1 78
3.32 (e) - Comportamento do campo magnético gerado pelo magneto Pista seccionado no
ponto crítico do setor semi-cilíndrico interno , em função do comprimento do setor
~º~ n
3.32 (d) - Comportamento do campo magnético gerado pelo magneto Pista seccionado no
ponto crítico do setor reto , em função do comprimento do setor reto c1 78
3.32 (e) - Comportamento do campo magnético gerado pelo magneto Pista seccionado no
ponto central do "gap", em função do comprimento do setor reto externo c2 79
3.32 (f) - Comportamento do campo magnético gerado pelo magneto Pista seccionado no
ponto crítico do setor reto , em função do comprimento do setor reto c2 79
3.32 (g) - Comportamento do campo magnético gerado pelo magneto Pista seccionado no
ponto critico do setor semi-cilíndrico interno , em função do comprimento do setor
reto c2 79
3.32 (h) - Comportamento do campo magnético gerado pelo magneto Pista seccionado no
ponto crítico do setor semi-cilíndrico externo , em função do comprimento do
setor reto c2 79
3.33 (a) - Comportamento do campo no ponto crítico do setor reto de um magneto PC
seccionado e espesso ( b = 4 cm ) , em função do comprimento do setor reto
externo c2 . 80
3.33 (b) - Comportamento do campo no ponto crítico do setor semi-cilíndrico de um magneto
PC seccionado e espesso ( b = 4 cm ) , em função do comprimento do setor reto
externo c2 80
3. 3 3 (e) - Comportamento do campo no ponto central ou gap de um magneto PC seccionado
e espesso ( b = 4 cm), em função do.comprimento do setor reto externo c2 80
3.34 (a)- Esquema de um magneto PC de 5 T com yoke 81
3.34 (b)- Perfil de campo em Ox para o magneto PC de 5,0 T com e sem yoke 82
3.35 - Esquema do processo de dimensionamento de um magneto Pista de Corrida 83
3.36 - Gráficos do comportamento do perfil de campo gerado por magnetos Pista, ao se
alterar as dimensões da altura de enrolamento a, ao longo dos eixos (a) Ox (b) Oy
(e) Oz do magneto e ao longo dos eixos (d) Oy e (e) Oz no canal 84

VII

3.37 - Gráficos do comportamento do perfil de campo gerado por magnetos Pista, ao se
alterar as dimensões da espessura de enrolamento b 85
3.38 - Gráficos do comportamento do perfil de campo gerado por magnetos Pista, ao se
alterar as dimensões do comprimento do setor reto e no magneto 86
3.39 - Gráficos do comportamento do perfil de campo gerado por magnetos Pista, ao se
alterar as as dimensões da distância interna entre os setores retos d no magneto 87
3 .40 - Esquema do processo de projeto de um magneto Pista de Corrida 90
3. 41 - Esquema do processo de dimensionamento e. projeto de um magneto Pista com a
introdução de materiais magnéticos 91
4. l(a) - Forças induzidas no elemento de volume L'.lV dê um corpo condutor de corrente 96
4. l(b) - Força resultante no condutor reto ou bloco condutor de corrente 96
4.2 - Esquema da configuração de forças resultantes de origem eletromagnética nos setores
retos e semi-cilíndricos do magneto Pista 98
4.3 - Esquema de uma função de duas variáveis e seu domínio D correspondente 100
4.4 - Fluxograma do programa PISFOR 104
4.5 - Gráfico do comportamento da força resultante de origem eletromagnética como uma
função da altura de enrolamento a 106
4. 6 - Gráfico do comportamento da força resultante de origem eletromagnética como uma
função da espessura de enrolamento b 106
4. 7 - Gráfico do comportamento da força resultante de origem eletromagnética como uma
função do comprimento. dos setores retos c ·· 106
4.8 - Gráfico do comportamento da força resultante de origem eletromagnética como uma
função da distância'interna entre os setores retos d ' 106
4.9 - Fluxograma do programa INDUTPIS de cálculo da auto-indutância do magneto Pista 108
4.1 O - Comportamento da auto-indutância L como uma função da altura de enrolamento a 109
4.11 - Comportamento da auto-indutância L como uma função da espessura de enrolamento
b 109
4.12 - Comportamento da auto-indutância L como uma função do comprimento do setor reto
e 109
4 .13 - Comportamento da auto-indutância L como uma função da distância interna entre
os setores retos d 109
4.14 - Fluxograma do programa ENERGPIS de cálculo da energia magnética armazenada no
magneto Pista de Corrida 111
4. 15 - Comportamento da energia magnética encerrada no magneto Pista como uma função
da altura de enrolameto a 112
4 .16 - Comportamento da energia magnética encerrada no magneto Pista como uma função
função da espessura de enrolameto b 112
4 .17 - Comportamento da energia magnética encerrada no magneto Pista como uma função
da altura do comprimento do setor reto e 112
4.18 - Energia armazenada no magneto Pista versus o número de pontos na direção Ox ( Nx) 114
4. 19 - Energia armazenada no magneto Pista versus o número de pontos na direção Oy ( Ny ) 114
4.20 - Energia armazenada no magneto Pista versus o número de pontos na direção Oz ( Nz) 114
4.21 - Energia armazenada no magneto Pista versus o número de pontos nas três direções
Ox , Oy e Oz ( N ) 114
4.22 - Auto-indutância do magneto Pista de Corrida versus o número de pontos nas três
direções simultaneamente ( N) 115
5 .1 - Magneto Pista de Corrida modelo 119
5.2 (a) - Perfil de campo do magneto modelo ao longo de seu eixo Ox 120
5 .2 (b) - Perfil de campo do magneto modelo ao longo de seu eixo Oy 120
5.2 (e)- Perfil de campo do magneto modelo ao longo de seu eixo Oz 120

VIII
5.2 (d) - Perfil de campo do magneto modelo ao longo do eixo Oy no canal ( situado na
posição x = 6,29 cm emrelação ao centro da bobina) 120
5.3 - Curva de carga do magneto modelo e curva de corrente crítica do condutor empregado 121
5 .4 - Perfil de campo do magneto modelo com e sem "yoke" ao longo de seu eixo Ox :
(a) na região do canal; (b) no centro da bobina 121
5.5 - Perfil de campo do magneto modelo com e sem "yoke"ao longo de seu eixo Oy 122
5.6 - Esquema da estrutura de suporte e da bobina do pólo lateral do wiggler 125
5. 7 - Detalhe do suporte montado na flange · 126
5.8 - Detalhes da estrutura de suporte do enrolamento do magneto Pista modelo 127
5.9 (a) - Sistema enrolador de magnetos 127
· 5. 9 (b) - Sistema de polias .de pretensionamento de fios 128
5. 1 O - Magneto Pista de Corrida modelo fabricado completo , com sensores de medida de
campo , tensão e temperatura , acoplado ao flange do criostato pelos tirantes de fibra
de vidro .- 128
5.11 - Criostato NW-250 129
5.12 (a) - Multímetros e fontes de corrente KEITHLEY 129
5.12 (b)- Fonte TECTROL 129
5.13 (a) - Posicionamento do sensor Hall nas medidas experimentais 130
5. 13 - Comparação entre às curvas experimental e teórica de corrente versus campo no ponto
. ( 4,48 ; 1,0 ; 3,0) 130
1.1 - Parâmetros de cálculo de campo de um filamento reto' de corrente de comprimento
finito, perpendicular ao plano z = O 133
1.2 - Parâmetros de cálculo de campo de uma lâmina plana de corrente de comprimento
finito , perpendicular ao plano z = O 136
1.3 - Parâmetros de cálculo de campo de um bloco de corrente de comprimento finito ,
perpendicular ao plano z = O , 144
11.1 - Fluxograma da subrotina MESH . 163
II.2 - Fluxograma da subrotina FIELD . 164
III. 1 - Coordenadas lógicas de um arquivo de entrada do programa TRIM 169
IV.1 - Fluxograma do programa PISTA · 180
IV.2 - Fluxograma para a subrotina RETA 184
IV.3 - Fluxograma da subrotina CURVA 186

IX
ÍNDICE DE TABELAS

Pág.

1 - Aplicações do magneto Pista de Corrida 1


1.1 - Unidades empregadas no código POISSON 9
3. 1 - Unidades adotadas no programa PISTA 57
5.1 - Campo gerado em pontos importantes . 122
5.2 - Principais parâmetros do cabo supercondutor 122
5.3 - Principais parâmetros do pólo lateral 123
5. 4 - Dados experimentais obtidos versus dados teóricos 131
IU. l - Variáveis do array CON para o POISSON em ordem numérica . 171
111.2 - Funções das variáveis do array CbN para o POISSON · 173
V. l - Comparação entre os cálculos de integrais de funções elementares
pelos métodos analítico e numérico por aplicações sucessivas 20 187
V.2 - Comparação entre os cálculos de integrais de funções elementares
pelos métodos analítico e numérico por aplicações sucessivas 30 187

\: X
ÍNDIC~ DE SÍMBOLOS

a , A : altura de enrolamento do magneto Pista de Corrida


b , B : espessura de enrolamento do magneto Pista de Corrida
e , C : comprimento do setor reto do magneto Pista de Corrida
d, DIST: distância interna entre os setores retos do magneto Pista de Corrida
g : distância de separação em Ox das bobinas de um dipolo
e : distância de separação lateral das bobinas de um multipolo
V : volume de enrolamento
4 : comprimento total de condutor empregado no enrolamento do magneto Pista de
Corrida
lii : comprimento de umaespira no setor reto do magneto Pista de Corrida
rii : raio de uma espira no setor.semi-cilíndrico do magneto Pista de Corrida
B : indução magnética
H : campo magnético
M : magnetização
J : densidade de corrente
µ : permeabilidade magnética
y : recíproco de µ
h : comprimento do condutor reto de corrente ou bloco de corrente
K : densidade superficial de corrente
iE : vetor posição do filamento de corrente
iP : vetor posição do ponto de cálculo .
13 : ângulo de abertura dos blocos elementares
N : número de blocos no setor semi-cilíndrico
I : comprimento de um arco de setor angular
R : raio do setor angular
L : auto-indutância
F : força eletromagnética resultante
E : energia magnética encerrada no magneto
<J> : fluxo magnético
E : tensão induzida em uma bobina de n espiras
v: velocidade.de uma partícula
p : densidade volumétrica de cargas
E : vetor campo elétrico

\ XI
ÍNDICE DE ABREVIAÇÕES E NOMES DE PROGRAMAS

MDF : Método das Diferenças Finitas


TRIM : Programa de cálculo bidimensional de campo magnético
MESH : Subrotina de geração de malha do programa TRIM
FIELD : Subrotina de cálculo do programa TRIM
TTY: Nome da tabela padrão de permeabilidade magnética do código POISSON
POISSON: Programa de cálculo bidimensional de campo magnético
AUTOMESH: Subrotina de leitura de dados e preparação inicial de malhas do POISSON
LATTICE: Subrotina de geração final de malhas e de preparação para o cálculo do programa
POISSON
TEKPLOT : Subrotina do código POISSON para a demonstração gráfica da geometria, da
malha e das soluções do problema considerado
CON: Nome do vetor que abrange todas as variáveis de cálculo do-programa POISSON
PRBCON : Nome do vetor que abrange todas as variáveis de cálculo do programa TRIM
SPOR: Successive Point Over-Relaxation ( Método de relaxação superior usado no MDF)
PISTA: Programa de cálculo tridimensional de campo magnético gerado por um magneto de
geometria Pista de Corrida
RETA : Subrotina do programa PISTA para ó cálculo do campo gerado pelos setores retos do
magneto Pista de Corrida
CURVA : Subrotina do programa PISTA para o cálculo do campo gerado. pelos setores semi-
cilíndricos do magneto Pista de Corrida
PC : Pista de Corrida .
PISFOR : Programa de cálculo da força resultante de origem eletromagnética induzida sobre
os setores retos do magneto Pista de Corrida
INDUTPIS : Programa de cálculo da auto-indutância de uma bobina Pista de Corrida
ENERGPIS : Programa de cálculo da energia magnética armazenada no enrolamento do
magneto Pista de Corrida
WIGGLER : Dispositivo de inserção em aceleradores e anéis de radiação Síncrotron para
ondulação do feixe de partículas
MHD : Abreviação de magnetohidrodinâmica . A· geração de energia por MHD baseia-se no
Princípio de que ao se gerar um intenso campo magnético transversal a um canal por onde flui
um plasma , induz-se nos eletrodos dispostos ao longo do mesmo uma corrente elétrica
contínua . Ao magneto que gera o campo magnético necessário para gerar energia por
magnetohidrodinâmica damos o nome de magneto do MHD .

\. XII
INTRODUÇÃO :

A geração de altos' campos magnéticos para construção de dispositivos de uso


industrial ou científico é geralmente feita através de enrolamento de bobinas com núcleo
ferromagnético . Neste trabalho , será estudada a aplicação de supercondutores para gerar
campos de até 5 T na construção de magnetos supercondutores tipo Pista de Corrida .
Os magnetos supercondutores são dispositivos eletromagnéticos empregados na
geração de campos magnéticos intensos.Çgeralmente entre 5 e 20 T), através da aplicação de
uma elevada corrente de transporte ( da ordem de 109 A· m" ) em temperaturas em torno de
4,2 K , sem dissipação de calor por efeito Joule ,· Os magnetos supercondutores distinguem-se
dos magnetos convencionais por apresentarem uma capacidade muito maior de condução de
corrente elétrica ( magnetos convencionais fabricados com condutores de cobre atingem
apenas até 107 A·m-2 } . Além disso , enquanto os magnetos supercondutores têm a
necessidade de refrigeração por hélio líquido em criostatos relativamente pequenos , os
convencionais necessitam de complexos sistemas de refrigeração por fluxo de água de elevado
custo. .
A configuração escolhida Pista de Corrida tem sua construção possível com ímãs
permanentes , enrolamentos de cobre ou supercondutor . A forma convencional com cobre é
mais comum em aceleradores de partículas ; os magnetos Pista assumem a função de defletir o
feixe de partículas ao longo de todo o anel , sendo por essa razão. chamados de magnetos de
deflexão . Entretanto , o magneto Pista de Corrida supercondutor é mais comum em grandes e
importantes aplicações tecnológicas como as do magneto "Wiggler" [Bay78] e do magneto
para a geração de energia por magnetohidrodinâmica ( MHD ) [Tho82] . O magneto "Wiggler"
é um dispositivo de inserção em aceleradores e anéis de radiação Síncrotron que tem por
função a ondulação do feixe de partículas e o magneto do MHD é um componente essencial do
sistema de geração de energia por magnetohidrodinâmica ( MHD ) que tem por função a
geração de um intenso campo transversal na região do canal de MHD , necessário para induzir
uma corrente contínua entre os eletrodos dispostos ao longo do mesmo . Neste caso , o
sistema só é viável técnica e economicamente com aplicação de tecnologia supercondutora
[Fon81] . As principais aplicações do magneto Pista de Corrida são descritas na Tabela 1 ,
sendo sua utilização ampla em uma larga faixa de aplicações tecnológicas de grande
· importância. ·
'
TABELA 1 : APLICAÇÕES DO MAGNETO PISTA DE CORRIDA

TIPO DE MAGNETO APLICAÇÃO


1. Transporte por levitação magnética
PISTA DE CORRIDA ( Magneto de levitação )
2. Propulsão magnética
( Magneto do motor linear síncrono )
3. Anéis de Radiação Síncrotron
4. Aceleradores de partículas
5. Câmaras de bolhas
6. Geração de energia por MHD
7. Separação magnética · .
8. Motores supercondutores
9. Geradores supercondutores
1 O. Limitadores de corrente imprópria
( Supertransdutores)

\
2

Suas áreas de aplicação englobam Física de Altas Energias ( deflexão e curvamento de


feixes de partículas em aceleradores ou anéis de armazenamento ) , sistemas de geração de
energia , levitação magnética e máquinas ac [Wil83] , podendo· incluir também a opção
alternativa de ser empregado como um separador magnético de minérios [Max75] , em
substituição aos tradicionais separadores que utilizam magnetos solenóides de cobre e tem
limitação quanto ao campo máximo gerado ( cerca de 2 T ) . Dentre suas aplicações , têm
fundamental importância e são projetos de interesse em nossa Instituição a geração de energia
por MHD [Pin87] , a utilização do magneto Pista na fabricação de wigglers para inserção em
anéis de radiação Síncrotron e em aceleradores de partículas [Bay81] , além de sua utilização
em transporte acionado por motor linear síncrono [AIT82] . A relevância de tais tecnologias
no contexto nacional nos mostram a importância de se dominar a técnica de cálculo e a
tecnologia de fabricação do magneto Pista de Corrida , objetivo fundamental deste trabalho .
Neste trabalho , um dos mais. importantes objetivos será o domínio da técnica de
cálculo deste importante tipo de magneto , em condições extremas onde o valor do campo
máximo em alguns pontos estará bem próximo do limite de sua utilização .

DESCRIÇÃO DO TRABALHO :

Os três primeiros capítulos têm por objetivo definir os parâmetros do magneto Pista de
Corrida e técnicas de cálculo em duas e três dimensões .
O objetivo deste estudo também inclui a análise das propriedades e das características
relacionadas ao magneto de geometria Pista de Corrida em todos os capítulos subseqüentes ,
visando a compreensão e o domínio da técnica de cálculo de parâmetros fisicos para efetivar a
tecnologia de sua fabricação .
Para atingir esses objetivos , o trabalho é esquematizado da seguinte forma :

1. No Capítulo I , serão analisados os programas disponíveis em 20 para o cálculo


preliminar dos parâmetros de construção e avaliação de desempenho dos programas
computacionais . Neste ponto , será analisada a 'necessidade de desenvolvimento de um novo
programa de cálculo devido não só à capacidade de 'processamento mas , principalmente ,
devido à limitação do levantamento de todos os parâmetros físicos no cálculo de magnetos
Pista de Corrida com a utilização de programas bidimensionais de cálculo d.e campo .

2. No Capítulo II , o cálculo propriamente dito será executado para a avaliação da


contribuição de campo magnético devido a "yokes" e blindagens ferromagnéticas e serão
analisadas também várias configurações possíveis de magnetos Pista , bem como suas
principais características, empregando os programas bidimensionais de cálculo de campo
magnético.

3. No Capítulo III, utilizando-se o programa de cálculo 30 de campo magnético serão


calculados as dimensões e os valores esperados de campo , inclusive com análise de erros de
processamento . Neste Capítulo , apresentamos ainda esquemas de dimensionamento e projeto
bem como toda a formulação de cálculo empregada ( cujo algoritmo correspondente se
encontra no Apêndice IV ) , que permitem a possíveis usuários a utilização racional e eficiente
deste programa , sem grandes dificuldades como as encontradas para o desenvolvimento inicial
deste trabalho com os programas TRIM e POISSON , e projetos de rnagnetos Pista de Corrida
o mais otimizados e ou econômicos possíveis .

4. No Capítulo IV, após o dimensionamento elétrico partimos para o dimensionamento


mecânico através do cálculo das forças eletromagnéticas geradas no magneto Pista , bem como
!
3

· sua auto-indutância e a energia armazenada no volume do enrolamento . A análise dos


programas de cálculo elaborados para determinar essas grandezas tisicas também será feita
neste capítulo .

5. No Capítulo V, serão apresentados o projeto final de uma bobina Pista de Corrida


modelo construída - correspondendo a um pólo lateral do projeto de um wiggler Instituição -
detalhes de fabricação e os resultados obtidos nos trabalhos experimentais . Esta etapa do
trabalho onde verificamos a precisão dos programas de cálculo elaborados e o domínio da
tecnologia de fabricação desta geometria de magneto conclui nossas atividades neste estágio .
Provavelmente , em trabalhos futuros , o wiggler será construído em sua totalidade com cinco
pólos ou · dez bobinas para atingir o perfil de campo desejado , com intensidade de 5 T de
campo central . ,,
4

CAPÍTULO}

CÁLCULO BIDIMENSIONAL DE CAMPO MAGNÉTICO

1. 1) Programas bidimensionais de cálculo rnagnetostático :

Desde a década de 60 , o uso de programas de cálculo magnetostático para avaliação


de configurações de campo magnético em duas dimensões tomou-se uma técnica importante
em projetos de magnetos devido não só à precisão exigida com o aumento da energia em
aceleradores de partículas , mas também devido aos altos custos envolvidos em tais sistemas ,
o que culminou com o procedimento padrão de sempre se empreender estudos prévios de
simulação de modelos , antes de se efetivar a construção dos magnetos . ·
Dentre os diversos programas existentes, os programas TRIM e POISSON merecem
lugar de destaque , tanto do ponto de .~ista técnico como histórico . O programa TRIM foi um
dos primeiros a ser criado para tal finalidade e foi intensamente usado no dimensionamento de
quadrupolos e sextupolos em projetos importantes de vários aceleradores , em especial para o
projeto dos magnetos do Síncrotron de prótons de 200 GeV da U. S. Atomic Energy
Commission [Col65] . Sua generalidade e habilidade de cálculo de campo de magnetos
assimétricos permitiram que geometrias impossíveis de se modelar com os outros programas
existentes pudessem ser simuladas . A qualidade de seus resultados pôde ser constatada pelas
medidas de campo obtidas dos magnetos do Síncrotron de prótons do ·CERN e também pelas
soluções analíticas de geometrias simples .
Já o programa POISSON foi especialmente elaborado para aperfeiçoar e tomar mais
abrangente o cálculo de campo de magnetos.com geometriamais complexa, incluindo várias
opções de simetria ; a possibilidade de se fixar o potencial em um ponto arbitrário a fim de se
determinar a corrente necessária no magneto ; e uma maior disponibilidade de memória - uma
das suas principais vantagens em relação ao programa TRIM - para descrever um universo
maior ( ou seja , regiões maiores , com um detalhamento mais preciso ) . Além desses , o
código POISSON possui recursos que o caracterizam como um pacote muito mais poderoso
do que o TRIM para cálculos magnetostáticos .

1.2) Descrição do método empregado nos programas TRIM e POISSON :

O método de cálculo empregado nos códigos TRIM e POISSON baseia-se na solução


numérica da equação magnetostática não-linear para o potencial vetorial , sobre uma região
poligonal arbitrária , usando uma malha triangular irregular . A equação a ser resolvida é a
denominada equação generalizada de Poisson, dada por:

(1.1)

onde e!>= cl>(x,y) é a função potencial escalar e S = S(x,y) é o termo fonte.

A equação ( 1. 1) é resolvida sobre uma região R onde íL é função das coordenadas


retangulares x e y , podendo depender também de q> . Se · íL depende de e!> , ele é considerado
como sendo função de. x e y , ao se executar a diferenciação indicada na expressão ( 1. 1) ; por
exemplo , se À = À( q>) , então 3--(Ã.
õx.
ai,)
= õJ..
õx
ai,
+ Ã.
õx õx
82~
, e assim por diante .
õx

---------····· . ·-·-~·-··-·-···------~---·--------··· -e-e


5

As condições de contorno são assumidas como sendo da forma a<jJ+b ô<jJ = O , onde o
ai
segundo termo corresponde à derivada normal ; a e b são constantes que podem assumir
diferentes valores ( não ambos nulos ) em diferentes posições do contorno na geometria .
A variável dependente <1>. é assumida como sendo contínua e as quantidades À·, S são
assumidas como contínuas sobre sub-regiões de R , de modo que 'pode haver interfaces
internas nas quais À e S são descontínuas . Em tais interfaces , Â ô<jJ é assumida como
a1
contínua.
Essa equação é resolvida pelo método das diferenças finitas ( MDF ) , empregando-se
sobre-relaxação sucessiva com otimização automática do parâmetro de sobre-relaxação ,
admitindo as seguintes hipóteses básicas do MDF :

1. Os contornos e as interfaces de R são aproximados por segmentos de reta .


2. A região é triangularizada.
3. Os - valores de ~ são definidos nos vértices dos triângulos e assume-se que ~ varia
linearmente sobre cada um dos triângulos .
4. Tanto X como S são admitidos como constantes dentro de cada triângulo.

Com estas suposições e sabendo-se que qualquer região poligonal pode ser
triangularizada , pode-se discretizar a região de um problema de qualquer forma , gerando-se
uma malha em que os contornos e as interfaces permanecem inteiramente sobre as linhas da
malha [Win65].
Pode-se adotar a derivação integral ou variacional para se obter as equações de
diferenças . Adotando-se o primeiro. caso , (1.1) pode ser escrita como :

(1.2)

onde w é chamado coeficiente de acoplamento para a linha conectando o vértice i ao centro do


triângulo . Este coeficiente depende somente da natureza dos dois triângulos tendo este como
um lado comum , e pode ser escrito como :

(1.3)

on d e J· = 1· + -1 ,k = 1· - 1
- "
e os angu 1 os e s.-ao opostos ao lad
a o 1· .
2 2
0i

0 0i+1
Figura 1.1 : Parâmetros de cálculo em um triângulo característico de malhas do :MDF


6

1.3) Aplicação do método a problemas magnetostáticos:

Mostraremos agora que os problemas magnetostáticos podem ser postos na forma da


equação (1.1) . Considere uma distribuição arbitrária de condutores retos paralelos com
comprimento infinito , carregando correntes constantes na direção positiva do eixo Oz . O
campo magnético H(x,y) e a indução magnética B(x,y) têm componentes somente no plano
xy enquanto que a densidade de corrente J e o potencial vetorial à têm somente componentes
emz.

Das relações do eletromagnetismo :

Jj = µli (1.4)

(1.5)

ondeµ= µ(x,y,IBI) é a permeabilidade magnética, obtemos:

- ( µVxA
Vx 1 - -) =O (1.6)

Devido à natureza de componente única de à e J , ( 1. 6) se reduz a :


(1.7)

onde y=µ-1

A equação ( 1. 7) é equivalente a ( 1.1) , com a densidade de corrente assumindo o papel


do termo fonte S . A aproximação por diferenças finitas em uma malha triangular é , portanto :

(1.8)

onde os coeficientes w são calculados por ( 1. 3) , substituindo-se y no lugar de 'A, .

Conhecido o método , vamos analisar as principais características de ambos os códigos


de cálculo magnetostático TRIM e POISSON , com o intuito de aplicá-los no projeto de
magnetos de geometria Pista de Corrida .

1.4) Programa de cálculo magnetostático TRIM:

Este programa de cálculo do potencial vetorial e do campo magnético gerado por


magnetos foi originalmente escrito por Alan Winslow e extensivamente revisado e melhorado
por John Colonias do Laboratório de Radiação Lawrence; a versão para o sistema IBM 369
foi traduzida por N. J. Diserens do Laboratório de Alta Energia Rutherford [Dis69] .
O programa TRIM resolve numericamente a equação magnetostática para o potencial
vetorial sobre uma região poligonal arbitrária , aplicando o método das diferenças finitas com
sobre-relaxação sucessiva e otimização automática do parâmetro de relaxação . Baseado neste

\
7

método , pode-se calcular campos magnéticos em qualquer região de ar , bobinas , ferro ou


qualquer outro material magnético . · - ·
Dentre suas principais vantagens , temos :

1) A geometria do problema pode ser especificada por uma malha triangular variável
com até 2500 pontos .
2) No cálculo , pode-se considerar um magneto de qualquer forma geométrica ,
possuindo simetria ou não .
3) Qualquer distribuição de corrente pode ser considerada.
4) A energia armazenada em regiões de ferro e de ar pode ser calculada .
5) Problemas de valores de contorno não nulos podem ser tratados .
6) Problemas de µ , constante ou não , podem ser resolvidos .

O programa TRIM consiste de duas subrotinas principais de nomes MESH e FIELD .


A subrotina MESH tem por função gerar a malha triangular variável que permitirá o cálculo de
campo magnético em pontos descritos na região do problema considerada e a subrotina FIELD
faz a relaxação iterativa do cálculo de campo magnético , necessária no Método das Diferenças
Finitas.
O programa TRIM inicia o processamento para um determinado problema com a
leitura dos parâmetros Nl e N2 , a fim de proceder ou não com a. execução das duas
subrotinas principais que o constituem : MESH e FIELD ( Figura 1.2 ) .

INÍCIO

LEITURA DE Nl E N2

MESH

FIM

Figura 1.2 : Rotina principal do programa TRIM

1. 4 .1) Subrotina MESH : .

Uma vez definida a geometria do problema em um arquivo de dados de entrada , a


subrotina MESH gera uma malha triangular irregular , de tal forma que sejam formados
8

.: ·~
triângulos _ retângulos. ou eqüiláteros , de acordo com as especificações de entrada .
Determinados todos ·os .pontos dê contorno , o gerador de malha calcula os potenciais
associados a cada triângulo e armazena os dados em disco .
A malha gerada é tal que se tenha o menor número possível de triângulos obtusos , o
menor número possível de triângulos delados alongados e que se tenha transições suaves entre
pontos da malha , visando sempre uma regularidade que possibilite o cálculo dos potenciais
magnetostáticos nos triângulos , já que o programa não executa o cálculo se houver um ou
mais triângulos de área negativa ( sobreposição ) ou nula . Uma geração bem sucedida é aquela
em que o programa é capaz de definir todos os pontos da malha sem que haja sobreposição de
triângulos .
A especificação de tipos de triângulos para os . pontos interiores de uma região é
arbitrária , mas experiências com o TRIM mostram que para. a maioria das geometrias ,
triângulos retângulos em ar e eqüiláteros em ferro fornecem os melhores resultados [Win67] .
Usando sobre-relaxação linearizada , o parâmetro de relaxação geralmente está entre
1, 9 e 1, 96 e o número de ciclos exigidos para a convergência em uma malha de S 1 x 51 pontos
armazenados ( capacidade de memória disponível no código ) geralmente situa-se entre 200 e
800.
Como em qualquer código baseado na equação ( 1. 1) , não se procura o potencial e sim
suas derivadas , particularmente a primeira e a segunda , que correspondem às componentes de
campo magnético e seus gradientes .
A hierarquia de execução das subrotinas dadas na rotina MESH pode ser analisada no
Apêndice II .

1.4.2) Subrotina FIELD :

Após a geração da malha , - o programa TRIM executa a subrotina FIELD , responsável


pelos cálculos do campo magnético e de seus gradientes , bem como do potencial vetorial em
todos os triângulos constituintes da malha . Após armazenar todos os dados , o programa
imprime os resultados em um arquivo de saída na forma de uma tabela .

1.4.3) Entrada de dados no programa :

Aentrada de dados no programa TRIM deve ser feita no formato indicado no arquivo
de dados de entrada do exemplo no Apêndice III , em que se estabelece o universo do
problema , as coordenadas das regiões envolvidas no problema , as condições de contorno , a
corrente em regiões com bobinas , o tipo de material magnético empregado e o tipo de
triângulo a. ser utilizado na malha a discretizar a geometria do problema . A cada dado de
entrada corresponde uma variável do "array" PRBCON , equivalente ao "array" CON do
código POISSON. No Apêndice III, descrevemos as variáveis do "array" PRBCON que mais
são utilizadas no projeto de magnetos .
Para entrar com as tabelas de permeabilidade magnética dos materiais utilizados como
núcleos ou blindagens e executar o TRIM para projetar magnetos envolvendo esses materiais
magnéticos , devemos executar os passos descritos no Apêndice III . Basicamente , devemos
entrar com o número de tabelas B-H , o tipo de material e os pares de valores de indução
magnética B contra a intensidade magnética H, dados respectivamente em KGauss e Oersteds.
Todas as unidades empregadas no programa TRIM são as mesmas utilizadas pelo programa
POISSON, indicadas na Tabela (1.1).
No Apêndice III , também é indicado o formato de entrada de dados das tabelas de
permeabilidade para o código TRIM . Na entrada de dados para a execução do programa
TRIM , devemos ressaltar que as condições de contorno não têm o mesmo significado que no

\
9

programa POISSON. Ao se atribuir condição 1 para as variáveis LEFT, RIGHT, UPPER ou


UNDER BOUND indicamos que se tem simetria nestas direções . Assim , se descrevermos
apenas um quadrante e atribuirmos valor 1 a LEFT e UNDER BOUND, estamos especificando
que temos um dipolo magnético .
A descrição dos recursos , dos arquivos de entrada e de todas as características
relevantes no projeto de magnetos dos códigos POISSON e TRIM são descritas nos
Apêndices II e III .

1.5) Programa de cálculo de campo magnético POISSON:

O código POISSON compreende um conjunto de programas escritos por Ronald


Holsinger , com assistência teórica de Klaus Halbach , para resolver problemas de cálculo de
campos eletrostáticos e magnetostáticos em uma geometria cilíndrica tridimensional ou em
uma geometria cartesiana bidimensional , utilizando-se o método das diferenças finitas
[LOS87].
Esse código utiliza dois programas, AUTOMESH e LATTICE, para gerar a malha a
partir de uma dada geometria de entrada . Um terceiro programa constituinte do código ,
muito útil no cálculo de magnetos , chamado TEKPLOT , fornece a saída gráfica para a
geometria de entrada .
Quando as propriedades dos materiais e as condições de contorno são especificadas e a
malha é gerada , as equações de diferenças finitas são estabelecidas e solucionadas por um
programa de resolução de equações , chamado POISSON .
O código POISSON soluciona os problemas discretizados com os programas
AUTOMESH e LATTICE _, aplicando o método SPQR ou método de sobre-relaxação de
ponto sucessivo , que é muito eficiente para um grande número de problemas , embora muitos
problemas interessantes convirjam muito lentamente ou não convirjam de modo algum com
este método [LOS87] .
A precisão do POISSON é bem maior que a do programa TRIM, uma vez que sua
capacidade de memória é bem maior : enquanto o programa TRIM dispõe de uma matriz de
1.600 a 2.500 pontos, o programa POISSON oferece a grande vantagem de se trabalhar com
uma matriz de 20. 000 pontos em uma estação de trabalho V AX/VMS e 4. 000 pontos em
versões codificadas para microcomputadores pessoais tipo IBM-PC em ambientes MS-DOS .

1.5. l) Unidades utilizadas no código POISSON:

As variáveis do programa POISSON têm por unidades as apresentadas na Tabela 1.1 .

TABELA 1.1 : UNIDADES EMPREGADAS NO CÓDIGO POISSON


GRANDEZA UNIDADE
1. Corrente Ampere (A)
2. Derivadas de campo Gauss I Centímetro ( G I cm )
3. Campo magnético H Oersted ( Oe )
4. Força Amnére.cm.Gauss = 10-6 N
5. Indução maznética Gauss. ( G)
6.µ0 = 4n10·1 Gauss.cm I Ampere ( G.cm IA) .
7. Comprimento Centímetro ( cm )
8. Energia estocada Joules I metro ( J I m )
9. Potencial vetorial A Gauss . cm ( G. cm )
1 O. Densidade de corrente J Ampere I cm' ( A I cm2 )
10

1.5.2) Programas pertencentes ao código POISSON:


. .t

Os principais programas pertencentes ao código POISSON e suas principais funções no


cálculo de magnetos são :

I) AUTOMESH : Prepara a entrada dos dados geométricos que descrevem o problema


· para o programa LATTICE, determinando os pontos da malha e gerando as coordenadas (x,y)
para linhas retas , arcos de círculo e ramos hipérbolicos ..
II) LATTICE : Gera uma malha triangular irregular ( malha física) a partir da lista dos
dados de entrada dos pontos da malha e das coordenadas fisicas descrevendo o problema, além
de calcular o termo de corrente puntual em cada ponto da malha em regiões com densidade de
corrente distribuída e estabelecer a ordem de relaxação dos pontos da malha .
111) POISSON : Resolve a equação de POISSON para o potencial vetorial com ferro
isotrópico não linear e distribuições de corrente elétrica , além de calcular a energia estocada e
as derivadas do potencial , isto é , o campo magnético e seus gradientes .
IV) TEKPLOT : Plota a geometria fisica do problema , as malhas geradas pelo
LATTICE e as equipotenciais ou linhas de campo, a partir dos arquivos de saída do programa
POISSON. .

1.5.3) Execução do programa POISSON:

Para executar o programa POISSON , deve-se descrever as coordenadas das bobinas ,


suas correntes elétricas ou densidades de corrente e as coordenadas dos materiais magnéticos
envolvidos em um arquivo de dados de entrada da forma NAMELIST do FORTRAN. Para
discretizar a geometria do problema considerado , deve-se entrar com os valores dos
incrementos DX e DY . Assim, o programa LATTICE pode dar início à geração da malha
para a geometria especificada .
Se a malha gerada pelo programa TEKPLOT não apresenta triângulos com área
negativa ou nula , procede-se com a execução do POISSON . Durante a execução do mesmo ,
podemos modificar os valores automáticos ou padrões das variáveis do array CON do
programa POISSON . O array CON é um vetor com 125 elementos , especificando vários
parâmetros e opções de cálculo e impressão , que podem ser alterados na execução do
programa , de acordo com a sintaxe mostrada no Apêndice II .
A primeira informação necessária ao POISSON é a definição da tabela. de
permeabilidade magnética a ser adotada . Caso não se determine qual das tabelas disponíveis
será adotada , o programa automaticamente adotará a tabela padrão própria do código
designada pelo nome TTY . Para que o programa adote as tabelas de permeabilidade
fornecidas pelo usuário , deve-se indicar o nome do arquivo correspondente quando da
execução do programa. Essas tabelas podem ser da forma ( B , y ) , ( B , µ ) ou ( B , H ) ,
conforme o valor assumido pela variável do array CON MTYPE .
Após a definição da tabela de permeabilidade a ser adotada nos cálculos , pode-se
alterar durante a execução do POISSON os valores das variáveis do array CON, de acordo
com· a simetria e os parâmetros do magneto em cálculo . Como exemplo de algumas variáveis
CON ( descritas no Apêndice III ) , temos o CON(21) e o CON( 46) , que indicam
respectivamente se temos Condição de Contorno de Neumann ou de Dirichlet à direita ( ou
seja , se temos linhas de potencial paralelas ou perpendiculares ao contorno à direita ) e
simetria de magneto H [LOS87] . Algumas variáveis CON importantes no projeto de magnetos
são descritas no Apêndice III .
11

1.5.4) Hierarquia de execução do código POISSON:

Podemos ter uma idéia geral da hierarquia de execução dos programas do código
POISSON , observando a Figura 1.3 .
AUTOMESH e LATTICE são os programas de geração de malha no código
POISSON e têm prioridade de execução em relação a qualquer outro programa do código . O
primeiro a ser executado obrigatoriamente é o programa AUTOMESH , que lê os dados de
entrada , inicia a geração da malha e cria um arquivo binário de saída , utilizado pelo segundo
programa do código ( LATTICE) paraque se complete a geração da malha. Em seguida,
inspeciona-se a malha gerada pelo programa TEKPLÓT ; se não houver erros na malha ' pode-
se executar o programa POISSON. Após o cálculo , pode-se executar novamente o programa
TEKPLOT para se analisar o mapeamento· das linhas equipotenciais geradas no problema .

INÍCIO

AUTOMESH

TEKPLOT
Malha e Geometria

POISSON

TEKPLOT
Malha, Campo e Geometria

FIM

Figura 1.3 : Ordem de execução dos programas do código POISSON

Com o conhecimento dos recursos disponíveis nestes programas , pôde-se estudar no


Capítulo II as principais características do magneto Pista de Corrida e de dipolos formados por
bobinas PC , sob os aspectos de dimensionamento da secção transversal do enrolamento , dos
núcleos ferromagnéticos e das blindagens associados a esses dispositivos . eletromagnéticos .
Todas as análises foram feitas tendo em vista uma otimização do projeto de magnetos de
geometria Pista deCorrida com os recursos possíveis em 20; os estudos dos resultados destas
análises possibilitaram também a conclusão da necessidade de obtenção de um programa de
cálculo tridimensional de campo magnético , tendo em vista a limitação , para efeito de projeto
de magnetos Pista de Corrida , dos códigos bidimensionais .

\
12

CAPÍTULO II

O MAGNETO PISTA DE CORRIDA

2.1) Configuração geométrica tipo Pista de Corrida :

A configuração geométrica Pista de Corrida é formada por dois setores retos maciços
de secção transversal retangular , paralelos entre si , unidos em suas extremidades por setores
circulares maciços de secção transversal retangular com ângulos de abertura de 180° . Ao
dispositivo eletromagnético cujo enrolamento possui a forma geométrica Pista de Corrida
denominamos magneto Pista de Corrida ( Figura 2.1 ) . O enrolamento deste magneto é feito
no sentido longitudinal dos. setores retos , conforme indica a Figura 2.1 (b) .

SETOR CURVO
SEMI -CILÍNDRICO

(a) (b)

Figura 2.1 : a) Configuração geométrica Pista de Corrida


b) Sentido de enrolamento do magneto Pista

O levantamento preciso qualitativo e · quantitativo de todas as características e


propriedades deste tipo de magneto deve ser feito levando-se em conta a influência de cada um
de seus parâmetros ou graus de liberdade , indicados na Figura 2.2 : a altura de enrolamento
a , a espessura de enrolamento b , a distância entre os setores retos d , o comprimento de setor
reto e e a densidade de corrente operacional J do magneto . Assim , verificamos que o campo
magnético gerado por apenas uma bobina de geometria Pista de Corrida é uma função de cinco
variáveis , sendo também as forças de · origem eletromagnética geradas no enrolamento , a
energia armazenada no magneto e sua auto-indutância , em conseqüência .
Entretanto , quando se tem um sistema magnético constituído por um dipolo ou por
multipolos formados por magnetos Pista , torna-se maior o número de parâmetros que
influenciam significativamenteno seu projeto . ·
13

. P ( XP , Y p , l p>

CORTE AA
z
A
l
L A
e.,

b
d

Figura 2.2 : Parâmetros do magneto Pista de Corrida

No caso de um dipolo ( Figura 2.3 ) , mais um parâmetro deve ser considerado : o


entreferro ou distância de separação g , na direção Ox , entre as bobinas do dipolo .
No caso de multipolos , é necessário especificar também as distâncias de separação
lateral entre os pólos , em relação ao pólo central . Assim , no caso da Figura 2.4 ( Wiggler de
cinco pólos ) , temos que estudar a influência não só das dimensões específicas de cada uma
das bobinas e das respectivas correntes operacionais , mas também da distância ( ou
distâncias ) de separação em Ox de cada dipolo , bem como das distâncias laterais entre os
dipolos , em relação ao dipolo central .
O comprimento total de condutor necessário no enrolamento de um magneto de
geometria Pista pode ser facilmente calculado pela expressão :

(2.1)

onde l indica o comprimento das espiras dos setores retos , r o raio das espiras nos setores
semi-circulares e os índices i,j denotam a posição da espira no enrolamento.
O volume de enrolamento da geometria Pista de Corrida é dado por :
14

V= a·b·[2·c+ Jr·(b+d)] (2.2)

Estas fórmulas são muito úteis quando se deseja estimar a quantidade de condutor
utilizado , visando minimizar o volume dê enrolamento , sem alterar significativamente o valor
de campo magnético central desejado no projeto , pelo critério de menor custo .
Esta geometria apresenta também consideráveis vantagens quando os magnetos são
fabricados em sistemas magnéticos sob a forma de dipolos ; em muitas aplicações , só é
possível atingir a homogeneidade e intensidade de campo desejados através deste arranjo .
Dentre essas vantagens , principalmente , podemos destacar. as de apresentar linhas
equipotenciais induzidas perpendiculares às · bobinas constituintes do dipolo e um intenso
campo magnético na região do entreferro .
Dentre as geometrias de magnetos que existem , os magnetos Sela e Pista construídos
sob a forma de dipolos ( Figura 2.5 ) são os mais adequados para gerar tal configuração de
linhas de campo ( perpendiculares à maior dimensão do magneto e à região do canal ) . A
geometria cilíndrica é muito inadequada nestes casos , em termos de geração de campo por
unidade de volume e de homogeneidade . Em muitas aplicações tecnológicas , como na
geração de energia por magnetohidrodinâmica ( MHD ) e nos magnetos Wiggler , há a
necessidade de que os canais desses sistemas sejam bem longos em relação às dimensões da
secção transversal dos magnetos , o que torna o campo magnético gerado pela geometria
Solenóide totalmente insatisfatório .
Os dipolos formados de bobinas de geometria Pista são preferidos devido ao seu maior
campo dipolar e ao seu enrolamento mais compacto , facilitando assim o processo de sua
fabricação . A desvantagem em relação ao sela é a de consumir uma quantidade maior de cabos
supercondutores em seu enrolamento , o que pode elevar assim os custos de projeto
envolvidos, porém sua técnica de fabricação é bem mais simples.

CORTE AA
I
t z
[g]~
'-y
~ .. i'
(.)
J(
A A
g z

~ [g]1
1-
d
I · b •I

Figura 2.3 : Parâmetros de cálculo de um dipolo magnético formado de magnetos Pista


de Corrida ·
15

·t
'
1 r, I2 !3
1
1
1
f
1
1
1

1
I b ·

~~::e~
:ct, ~
~ ~ ~"
~
1 2 g
1
1

t~
,-
1
1

'
1
1
1

Figura 2.4 : Parâmetros de cálculo de um multipolo formado por magnetos de


geometria Pista de Corrida { Magneto Wiggler de cinco pólos )

Figura 2.5: a) Dipolo formado por magnetos Pista de Corrida


b) Dipolo formado por magnetos tipo Sela

·-- ···--·----···----···------··--·--··-- ... --···--·- ·-·---------- --··. ·-··-·-------· -


16

2.2) Análise dos programas TRIM e POISSON no projeto de magnetos tipo Pista de
Corrida: ·

Uma vez já conhecidos todos os recursos e vantagens dos programas POISSON e


TRIM , podemos proceder com a análise bidimensional do campo magnético gerado por
magnetos do tipo PC .
Como vimos , ambos os programas calculam somente o campo gerado por magnetos
de simetria cilíndrica ( ou seja , magnetos tipo Solenóide ) e por geometrias· bidimensionais
cartesianas .
Assim , concluímos que o único modo de estudar a, geometria Pista de Corrida
utilizando os códigos POISSON e TRIM é supor que seus setores retos sejam infinitamente
longos e aplicar o método de cálculo de campo bidimensional em coordenadas retangulares .
Logo , para que tal suposição seja realmente válida , concluímos que a contribuição de campo
da extensão dos condutores dos setores retos ao infinito passa a simular ou é equivalente à
contribuição dos setores semi-circulares . Considerando que a grande maioria de magnetos em
aplicações têm uma extensão dez vezes maior ou mais em relação às suas dimensões de secção
transversal , esta aproximação é satisfatoriamente válida . De fato , na maioria dos casos de
magnetos calculados por estes códigos , que foram posteriormente construídos , comprovou-se
que os erros envolvidos em tal aproximação correspondem a aproximadamente 1 % [Col67].
Para comprovar esta hipótese numericamente , tomemos como exemplo o campo
gerado por um condutor de comprimento infinito e o de um condutor de comprimento finito ,
indicados na Figura 2.6 . · .
Os valores da . indução magnética gerada . .no plano z = O por condutores de
comprimento finito e de comprimento infinito são dados , respectivamente , pelas expressões
descritas em (2.3) e (2.4) :
-
:-

(2.3)

onde:

n, = -2µº (
{f X
2 y+ y 2){[ Xz
a
+ y2 + Zz
r}
By =-µ0( 2
2 :r x + y
X){ [x2 + yza+ z2]
2 312 }

µof [ ·.,. . .,.]


B«> = 2 n( X 2 +y 2) - YI + X) (2.4)
17

De acordo com o gráfico da Figura 2. 7 , que representa a razão relativa Bel B entre os

(Ji ..fi. ª) .
00

' .
campos magnétrcos d os con d utores no ponto ·-·-,-,- contra o compnmento do
2 2 2
condutor finito , podemos perceber que à medida em que o comprimento a do condutor finito
tende a um número grande ( não necessariamente ao infinito), a razão tende a 1,0 ( ou o erro
relativo diminui significativamente , tendendo a zero ) . Quando seu comprimento é da ordem
das dimensões de muitos magnetos de aceleradores e de magnetos de MHD ( cerca de 100 cm
para cima ) , o campo magnético gerado pelo condutor finito de corrente se torna praticamente
igual ao do condutor infinito ( como podemos perceber pela curva da Figura 2. 7 ) que tende
assintoticamente a 1,0 à medida em que a cresce e já praticamente converge em 150 cm.

.. 1

I
1 I .s,
2
y 'I

a
2

X

Figura 2.6 : Condutores de comprimento finito e infinito

1.000

0.996

ar
,o.992
a:l

0.988

0, 984 -+,,.........,,......,.,.,.M"MNTT'TTT'TTTSn-n,-rrr.....,..rn-,rTTT"TTTTTT"M"MrTl"l"I
o

Figura 2. 7: Razão relativa ;e 00


versus o comprimento a
18

A validade da hipótese de se assumir que as bobinas Pista são infinitamente longas ,


para efeito de estimativa do campo central , pode ser ilustrada com um outro exemplo
significativo e muito simples..
Considere um circuito retangular formado por elementos de corrente com secção
transversal infinitesimal que se situam em um plano e geram um campo magnético de
intensidade B0 no centro do plano . Se a largura e o comprimento do circuito são como o
mostrado no esquema da Figura 2.8, e se:

(2.5)

então pode ser mostrado [Tho82] que:

(2.6)

A equação (2.6) nos fornece a razão entre o campo central produzido por uma espira
retangular e o campo central produzido somente por elementos ou espiras laterais muito
longas. Note que o caso infinitamente longo sempre subestima a intensidade do campo central
neste exemplo . Entretanto, conforme podemos notar na Figura 2.8, o erro se toma menor à
medida que a razão entre largura ecomprimento diminui. O erro é de 12 % a uma razão entre
largura/comprimento de 0,5 e 0,5 % a uma razão de O, 1 [Tho82] .

1-
t ..~SPIRA,
RETANGULAR

10·3~--------..._
o 0,2
___.
o,4
__,
o,e
__.
o,e
__
1,0
RAZÃO 1- [Tho82]

Figura 2.8 : Erro em uma estimativa bidimensional de campo em relação a um circuito


plano retangular de corrente como uma função da razão entre a largura e o comprimento ~
19

Neste exemplo , somente o campo central é considerado ; entretanto , pode-se


demonstrar que cálculos iniciais de campo magnético para muitos magnetos tipo Pista de
Corrida podem ser executados com base em uma aproximação bidimensional . Os valores de
cálculo de campo obtidos podem ser significativamente precisos e a precisão é maior à medida
em que são executados cálculos com magnetos Pista que apresentem um longo setor reto ( que
correspondem aos casos que mais ocorrem na prática no projeto destes tipos de magnetos em
aplicações tecnológicas importantes ) [Tho82] .

2.3) Cálculo de magnetos PISTA:

Constatada a validade da aplicação de uma teoria bidimensional ao cálculo de campo de


magnetos Pista de Corrida , podemos proceder com a execução de qualquer um dos programas
para dimensionar magnetos supercondutores de geometria Pista de Corrida . Em nossos
estudos , utilizou-se o código TRIM devido à impossibilidade de implementação do programa
POISSON nos microcomputadores de nossa Instituição ( em virtude da ausência de um
microprocessador compatível para o código ) .
Embora não seja possível o projeto completo de um magneto Pista de Corrida com
esses programas , uma vez que é possível obter apenas o mapeamento de campo no plano
central devido à sua característica bidimensional , pode-se executá-los para estimar com grande
precisão as dimensões de sua secção transversal , o valor de sua densidade de corrente
operacional ou da corrente total Nxl e o valor de campo no centro do magneto . No caso de
um dipolo , os programas TRIM e POISSON possibilitam também a determinação do campo
central do dipolo, para uma dada medida do entreferro entre as bobinas . Entretanto , não se
pode obter com estes programas um dos mais importantes parâmetros de cálculo de magnetos
tipo Pista , o valor do campo máximo no enrolamento . Sem o conhecimento deste parâmetro ,
não podemos concluir se o magneto Pista de Corrida manterá a propriedade supercondutora ,
devido ao Bmax de seus condutores . Para se ter um projeto totalmente preciso , devemos
essencialmente dimensionar o magneto de forma a obter o campo central desejado e , em
seqüência , estimar o valor do campo máximo sentido pelo enrolamento ; caso o valor máximo
supere o campo crítico do condutor , devemos redimensionar o magneto para se obter uma
configuração que gere o mesmo campo central , mas com um campo máximo abaixo do campo
crítico do condutor empregado , processo esse que deve ser realizado iterativamente até. que
sejam atingidas estas especificações de projeto .
Com isso , podemos concluir que programas magnetostáticos bidimensionais podem ser
valiosos para se estimar parâmetros muito importantes no projeto de magnetos de geometria
Pista de Corrida , mas não pode garantir sua viabilidade técnica . Para se projetar um magneto
supercondutor Pista de Corrida com maior confiabilidade devemos , portanto , executar outro
programa de cálculo que nos permita obter a intensidade de campo nos prováveis pontos de
máximo , ou seja , é preciso um programa de cálculo magnetostático tridimensional, que foi
elaborado e será analisado no próximo Capítulo .
Poder-se-ia perguntar , então , o porquê de se utilizar os programas TRIM ou
POISSON no projeto de magnetos Pista , já que eles são limitados a uma análise bidimensional
de campo - o que não é suficiente no projeto de magnetos PC - e já que , além disso , dispõe-
se de um código de cálculo tridimensional . Enfoque-se , porém , que o programa elaborado
para se obter o mapeamento tridimensional de campo magnético do magneto Pista de Corrida
é baseado na integração analítica da Equação de Biot-Savart . Tal método permite obter
expressões analíticas e ou semi-analíticas de campo magnético para tal geometria de magneto ,
mas não permite que se obtenha o valor do campo magnético gerado pela introdução no
sistema de elementos magnéticos, sejam eles blindagens ou núcleos . Para se calcular a
contribuição de campo gerado por tais elementos magnéticos , deve-se levantar a curva' de

\
20

magnetização dos materiais usados e empregar métodos numéricos de cálculo ( uma vez que o
método integral não possibilita esta determinação ) , cálculo este que é realizado por ambos os
programas bidimensionais .
· Do exposto , concluímos que os principais parâmetros em projetos de magnetos Pista
que podem ser estimados . com o TRIM são basicamente a contribuição de campo do núcleo
ferromagnético no centro de um dipolo , o aumento de campo devido à blindagem magnética ,
a espessura necessária dessa blindagem para evitar campos espúrios exteriormente ao criostato
e o mapeamento de campo no plano central do magneto Pista com ou sem núcleos e
blindagens ferromagnéticas . Todos os principais gráficos e mapeamentos de campo dados em
nossos estudos de magnetos Pista a seguir foram levantados com o emprego do programa
TRIM.

2.3.1) Cálculo de magnetos Pista sem núcleos e blindagem:

No cálculo de magnetos Pista de Corrida sem elementos ferromagnéticos , utilizando o


programa TRIM , devemos entrar somente com os valores das dimensões da secção
transversal do magneto Pista ( a altura de enrolamento a , a espessura de enrolamento b , a
distância entre os setores retos e , no caso de dipolos , o entreferro entre as bobinas ) e da
corrente operacional do magneto ou o valor de sua densidade de corrente operacional. Os
demais dados são referentes ao método numérico empregado no programa , como os valores
dos incrementos DX e DY , que servem para determinar as dimensões dos triângulos que
formarão a malha que discretizará a geometria do problema .
A Figura 2. 9 indica o perfil de campo nas direções Ox e Oy no plano central de um
dipolo formado por magnetos Pista , sendo o mapeamento em Oy na região central do
entreferro do dipolo , a partir do programa de cálculo TRIM . Na Figura 2.1 O , tem-se o
mapeamento da configuração de campo gerado no plano central por um dipolo formado por
magnetos Pista , considerando apenas um quadrante . Esses gráficos podem nos indicar o
comportamento . geral de campo gerado por magnetos Pista em seu plano central , mas em
nenhum destes casos podemos analisar se o projeto será fisicamente possível para um
particular cabo supercondutor de NbTi estipulado . Todos os gráficos foram obtidos para uma
bobina Pista de Corrida com 8,0x4,0 cm2 de secção transversal.
4.00
3.0

3.00

E E 2.0
m co
~e: 8
:tie:
2.00
"'~ "'~
1. l
o a 1.0

1.00

0.00-,..,..,.~~~TTTTfl 11111111/11.-ryrrrrr-111 ij 111' I o.o


TTITJ
O 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 5 W ~- ~- ~ ~ 35 ~ ~ ~
Posição ao longo do eixo Ox (cm) no oenbo do gap Posiçao ao longo do eixo Oy (cnv no oentro do gap
(a) (b)

Figura 2.9 : Mapeamento de campo (a) no eixo Ox ; (b) no eixo Oy , no centro do


entreferro das bobinas Pista constituintes de um dipolo , a partir do programa TRIM
21

'4b.J,OO 3,83 7.07 11 ,60 16. J'J 19, 17 23.00 26.BJ 30.67 J ... 60. JB. JJ .. 2.17 '46.~e,.OO 40.00

-i2.17 "'12, 17
-G- Programa PISTA
--7*- Programa TRIM
'JS.D 38. ):J
20.00
J"l.60 J ... 60

30.07 30.t.i7
~
ai

;?a.8J
~e 0.00

.:
C>
7J,00
i
8.
d
19.11

16.:J:J
-20:00

11.60

... 7.07

'J.BJ 3.8] -40.00 _,-,.~~~-ri~, ~1 ~1


1~1~, ~Ir-r--r- 1~1~1 ~t1~1~1-r-r-
1 ~

o.oo 10.00 20.00 30.00 40.oo 50.oo eo.oo 10.00


0. oo L-L..L.. _J_J._ e. oo
0.00 J.B'J 7.67 tl.50 1~.J") 19.17 2:1.00 26.RJ 10.67 ')<4.G0 l9.3'J 412.17 '46.00 Distância ao longo de Oy (cm)
Fig.2.10 Fig. 2.11

Figura 2.10 : Mapeamento de campo de um dipolo formado por magnetos Pista de


Corrida ( 1 ° Quadrante )
Figura 2. 11 : Comparação entre os gráficos de perfil de campo magnético calculados
pelos programas TRIM e PISTA

Uma comparação do campo magnético gerado por um magneto Pista de Corrida


calculado pelo programa TRIM e pelo programa tridimensional PISTA , a ser analisado e
detalhado no próximo Capítulo , é dado na Figura ·2.11 . Podemos notar que não há uma
diferença significativa entre os valores de campo calculados pelos dois programas , apesar dos
métodos sensivelmente diferentes empregados nos dois casos e da hipótese assumida no caso
do código bidimensional . Estes dados podem ser constatados para muitas geometrias de
magnetos Pista e só há um desvio bem significativo quando não é possível descrever as
coordenadas das bobinas com precisão no programa TRIM , devido às suas restrições de
memória , que limitam o armazenamento de dados de cálculo de campo ( especificamente , há
um máximo de 2500 pontos somente na matriz de armazenamento de dados ) .

2.3.2) Influência de materiais ferromagnéticos:

A utilização de materiais ferromagnéticos em combinação com magnetos de alto campo


visa atender a vários propósitos :

1. Magnetos supercondutores geram campos externos intensos em locais que , em


casos práticos , são muito problemáticos ; estes campos espúrios afetam instrumentos e
equipamentos de medida ao redor do magneto e podem influenciar na aquisição de dados em
experiências nos laboratórios . Com a introdução de uma blindagem magnética , que pode ser
comparada a uma caixa de aço magnético envolvendo o magneto , as linhas de campo geradas
pelo magneto tendem a se concentrar dentro do material com maior permeabilidade magnética
( material ferromagnético ) , reduzindo sensivelmente sua intensidade na região exterior a esse
material.
2. Aumentar o campo magnético na região central entre as bobinas de um dipolo.
3. Reduzir a energia magnética armazenada nas linhas de campo no interior do magneto
em operação , devido a elementos de corrente .
4. Reduzir a quantidade de cabo supercondutor empregado no enrolamento , visando
um projeto mais econômico ( pois elementos magnéticos são mais baratos que esses cabos e ,

_;__ .... ·--···---------?


22

além disso , tanto blindagens como principalmente núcleos aumentam o campo na região de
trabalho , possibilitando que se empregue menos cabos ) , ou reduzir a corrente operacional do
magneto , visando um projeto criogenicamente mais seguro .
5. Servir como estrutura suporte para manter a geometria desejada. mesmo sob as
intensas forças eletromagnéticas geradas no magneto em operação , sobretudo na parte reta .
6. Desacoplar eletromagnéticamente multipolos em projetos de magnetos de transporte
de feixes e magnetos de Síncrotron ; quando as bobinas de um multipolo estão perto umas das
outras e não há um material ferromagnético ao redor de cada uma delas , o quench sofrido por
uma bobina pode afetar magnetos adjacentes e provocar um efeito em cadeia por acoplamento
eletromagnético . A introdução de um material ferromagnético ao redor das bobinas evita este
efeito. ..
7. Atuar como filtro de "ripple" das fontes dos magnetos supercondutores.

Os núcleos constituem-se , conforme podemos notar , em um dos mais importantes


elementos de um magneto supercondutor, devidonão só à sua utilidade como reforço contra
tensões como também devido à sua razoável contribuição para o campo na região de trabalho ,
como o entreferro de um dipolo , o que contribui para uma redução do volume de condutor
empregado no enrolamento , reduzindo-se conseqüentemente o custo do magneto .
Curvas típicas de magnetização de um material magnético como o ferro , mostrando o
· comportamento da indução magnética B , da permeabilidade magnética u, e da magnetização
M como uma função do campo magnético aplicado H, são mostradas na Figura 2.12. Pode-se
perceber nitidamente que a curva de magnetização tende assintoticamente para um valor limite
a altos campos , o que significa que , mesmo com o aumento do campo externo aplicado , o
material ferromagnético não aumenta sua contribuição de campo no espaço , o valor de sua
magnetização se torna constante e , em conseqüência , este material não consegue mais reter as
linhas de campo no seu interior . Este fenômeno que ocorre em todos os materiais
ferromagnéticos denomina-se saturação .
Com a presença desses materiais , a relação entre B e H é não-linear e dada por :
B = µli , uma vez que a permeabilidade µ é função do campo , conforme podemos perceber
nos gráficos de B eµ na Figura 2.12 . Como é dificil determinar analiticamente a relação B(H)
sobre toda a faixa de campo aplicado, podemos dividir a curva B-H em quatro regiões. Com
uma pequena imprecisão , estas regiões estão nos intervalos de campo dados por :

I O~H A.m-1 s 160

MT = 2,1936
O valor M = 2, 19 T corresponde à maior magnetização de saturação que esse material
pode apresentar . Isto significa que o ferro , ao sofrer a ação de um campo aplicado H maior
. do que 101º A / m não aumentará mais a contribuição de campo devido à magnetização e
tenderá a permitir a passagem das linhas de campo.magnético, comportando-se como se fosse
um material com permeabilidade magnética semelhante à do ar .
O cálculo da magnetização do ferro ou qualquer outro material ferromagnético em
configurações 30 é bem complicado , principalmente devido ao problema de se determinar o
valor da permeabilidade magnética µ ponto a ponto no interior dos mesmos , tornando o
cálculo da contribuição de campo desses materiais inviável analiticamente e extremamente
complexo em três dimensões . Entretanto , pode-se determinar com boa precisão a


23

configuração de campo gerado por bobinas associadas a elementos magnéticos em 2


dimensões , utilizando-se programas de cálculo magnetostáticos bidimensionais disponíveis ,
dentre os quais destacam-se os códigos TRIM e o POISSON.

T
4,8
10
4,2 9

3,8
e
1
3,4
6
B µ,.
M :5,0 !S
4
2.6
3
2,2 2

1,8
A/m
1<>3 104 ,os 106 107
H

Figura 2. 12 : Curvas de magnetização M , indução magnética B e permeabilidade


relativa µr versus o campo aplicado H [Bre73]

No projeto de magnetos com materiais ferromagnéticos , é fundamental que se


disponha das tabelas de permeabilidade ou de tabelas B-H do material em questão , a fim de
que se possa· avaliar a magnetização e a contribuição 'de campo no espaço devido· ao· material
magnético presente no sistema , como as curvas de permeabilidade versus a indução magnética
do aço Si a várias temperaturas , que são mostradas na Figura 2.13 .

1 !S --300K
, t,-4.. 77K
•.,.o
,....

-- 4,2K

10

OL...L....__._._..L_.L_._L..L...1-,1_._-L-L-= .............. ...1.-.L...L...J.-L..1T


O O,!S 1,0 1,!S 2,0 2,!S
e

Figura 2.13 : Curvas de permeabilidade relativa versus a indução B do aço Si , a várias


temperaturas [Bre73]
24

2.3.3) Cálculo de magnetos Pista de Corrida com núcleos ou núcleos ferromagnéticos:

Uma das mais importantes vantagens na utilização do programa TRIM consiste no


cálculo bidimensionalda contribuição de campo gerada pela presença de núcleos ou núcleos de
material ferromagnético .
De acordo com [Sch91], a contribuição de campo de um núcleo pode atingir até 40 %
para o campo central em dipolos com "bore" cilíndrico , mas com magnetos Pista com "bore"
retangular e com materiais ferromagnéticos · cujas tabelas . de permeabilidade nos eram
disponíveis , pode-se constatar uma contribuição em até 16 % para o campo central .
Há dois tipos de núcleos que devem ser considerados em projetos de magnetos :
núcleos externos ao criostato e núcleos internos ao criostato . Pode-se ainda construir
magnetos e dipolos com uma combinação de núcleos dos dois casos , como o dipolo projetado
em DESY [Sch91].

1. Núcleos externos ao criostato :

Como estão bem distantes das bobinas , a saturação nestes núcleos é negligenciável , o
campo magnético depende linearmente da corrente , mas o fator distância implica que eles
podem contribuir apenas em torno de 1 O % para o campo. magnético' central ..

2. Núcleos internos ao criostato :

A vantagem de um magneto com o núcleo dentro do criostato e muito perto da bobina


é a de que o material magnético contribui com quase 40 % para . o campo central de alguns
projetos , de modo que uma substancial economia de condutores pode ser obtida .
Entretanto , neste caso , há fortes efeitos de saturação , a dependência do campo com a
corrente .não é linear e a "massa 'fria" é grande , o que implica em maiores perdas de hélio
líquido.

Tanto o programa TRIM como o programa POISSON possibilitam o cálculo de


magnetos de geometria Pista de Corrida com núcleos ferromagnéticos , desde que sua forma
geométrica possa ser descrita em uma forma bidimensional , o que ocorre no projeto de
magnetos Pista freqüentemente .
Há uma série de configurações que podem ser analisadas , de grande interesse prático ,
como a configuração de núcleo tipo "C" ( Figura 2.15 ) , o núcleo. ferromagnético comum ,
que atua também como unta estrutura de carretel e ancoragem do magneto e a estrutura de aço
magnético envolvendo todo o magneto , muito comum em wigglers ( Figuras 2.16 e 2.17 ) .
As Figuras 2.14 a 2.17 nos fornecem o mapeamento de linhas de potencial magnético
gerado pelo programa POISSON para estes casos de . núcleos . A análise das. linhas de
potencial constantes em projetos de magnetos Pista é muito importante para que se possa
verificar possíveis erros na execução do programa e a consistência do cálculo realizado ,
porém o mais importante resultado de cálculo que pode ser obtido para um projeto de
magnetos tipo Pista é o do valor da intensidade de campo que é induzido devido à presença do
núcleo ferromagnético . Em outras palavras , é fundamental que se verifique o quanto um tipo
de núcleo com determinadas dimensões contribui para o campo central do. magneto , a fim .de
verificar se o projeto atinge o valor desejado de campo central para que , no caso 'de
ultrapassá-lo , possamos redimensionar o magneto , de forma a economizar na quantidade de
cabos supercondutores empregados no enrolamento do magneto .
A Figura 2.14 indica um dipolo projetado para se atingir 5,0 T no entreferro entre· as
bobinas . Para um mesmo magneto com dimensões de secção transversal 8,0x4,0 cm2 , as
25

Figuras 2.15 , 2.16 e 2.17 indicam , respectivamente , a configuração das linhas equipotenciais
nos casos de um magneto com um núcleo em forma de C , de um núcleo interno à bobina e de
um núcleo envolvendo a bobina .

y (cm)

1 7

x (cm)
o 8 12 46

Figura 2.14 a) Esquema de um dipolo de magnetos Pista de 5 T , sem núcleo '-· .,._

magnético ( 1 Q )

(cm)
0.00 3.83 7.67 11.5015.3319.1723.0026.8330.6734.5038.]]42.1746.00
46.00 .,..--,---,-- ·-,-·r-,---,-T-1-r·-r,-,-r,- 46.00

42. 17 ~-------------,,. 42. 17

38. JJ · --------------. ~ . .:....___ . JB.J')

34.50 -------..c..J 34.50

30.67 30.67

~---.::i 26.SJ

2J.00 2J.00

19, 17 19. 17

15.JJ 15.JJ

11.50 11.50

7.67 7.67

J.BJ - . J.BJ

. ?~~.
Figura 2.14: b) Configuração das linhas de iso-potencial para o magneto em (a)

!~ -y<i_\ FAENQUIL
f,;
'"3 --·-············ · ········-- r.d
~n
1\\.
liGUOTEC;\y/;'/
· ~, ' ., ()
. ..,._ t: ('- ./
'·•-·,, .•.. o,;,:':\" ' '
... ·''"""'--·· f..e ------
26

y (cm)
AÇO C
461-----------------------,

1 9
11

x (cm)
o 68 1214 19 46

Figura 2.15: a) Esquema do magneto da Figura 2.14(a) com um núcleo em forma de C

[cm]
0.00 3.83 7.67 11.50 1.S.33 19.17 23.00 26.83 30.67 34.50 38. 33 42.17 46.00
~00 ~.00

-.2.11 42.17

38.33 :ia. 33

34.50 34.50

30.67 30.67

26.83 26.83

23.00 23.00

19.17 19.17

15.33 15.33

11,60 11.50

7,67 7,67

3.83 Ili J.83

Figura 2.15 : b) Configuração das linhas de iso-potencial para o magneto em (a)


27

y(cm)

..._~~---~~-'-~~~~~~~~~~~~~---~--xtcm)
O 8 12 46

Figura 2.16: a) Esquema do magneto da Figura 2.14(a} comum núcleo.interno

[cm]
0.00 3.83 7.67 11.5015.3) 19.17 2J.00 2ó.8J J0.67 )4.50 J8.J3 42.17 46.00
46.00 --.-r-r--r-r-r-11 '10.00

12. 17 42. 17

'.l8.J3 - JS. JJ

, ,------- ,2----
34.60 ,~--------~--~34.,-0
/
30.b7 ]0.67

/ -··12
2ó.8J ,..:i ---- 20.ro

23.00 2J.OO

19, 17 1Q.17

16.J3 16.JJ

11,50 u.ee

7,b7 7,,ó7

3.83 J.8J

0.00 - ~L-L- l_..l_.1--1 J -1 0.00


0.00 ');SJ 7,&7 11,.50 15.:11 19.17 :?J.00 2t>.BJ 30.67 '34.50 Jf3.3J 42.17 'lb.00 (' cm ]

Figura 2.16: b) Configuração das linhas de iso-potencial para o magneto em (a)


28

y(cm)

46t--~~~~~~~~~~~~~--,

·2 2 t--'l,.,.-~---,,.,.-""77"'~..--.

1 7

o 8 12 17 46

Figura 2.17 : a) Esquema do magneto da Figura 2.14(a) com um núcleo envolvendo o


magneto

[ cm J .
0.00 J.03 7.07 11.50 15.JJ 19.17 23.00 2(,.8) J0.b7 34.50 38.JJ 42.17 40,00
46.00 46.00

1:1. 17 - '12. 17

----·-
38.JJ JB. JJ

34.50
------------=131.S<il
J0,b7 30.67

2(,,BJ

2).00

19_.'17

16.33

11.60 tt.50

7,67 7 .1:,7

J.83 J.0)

Figura 2.17 : b) Configuração das linhas de iso-potencial para o magneto em (a)


29

y(cm)

46t-~~~~~~~~~~~~~~~-
371-7.~,.,,.-7r-,,.,.--.._..~--,,.,-----.-

17

o.__ __..8__ 1.....2 2....1,2...J.,L-4.3L-2---4.L.s-'x (cm)

Figura 2.18 : Esquema ilustrando a forma geométrica da blindagem em um magneto


Pista de Corrida

Podemos concluir da execução do programa POISSON que o núcleo realmente


contribui para o aumento do campo central do magneto , para o aumento do campo na região
do entreferro de dipolos e que , para correntes muito intensas , o material ferromagnético sofre
o fenômeno de saturação e as linhas de campo passam por ele corno.se o mesmo fosse ar . A
maior contribuição de campo que se obteve nas simulações com o programa TRIM foi de 0,9
T na região central de dipolos para núcleos internos e em torno de 1,8 T para núcleos com
geometria que concentre as linhas de campo na região do entreferro ( núcleo C ) , em projetos
a 5,0 T.

2.3.4) Cálculo de magnetos Pista de Corrida com a presença de blindagens


eletromagnéticas :

A presença de um material ferromagnético colocado a uma certa distância de um


magneto , com uma geometria que se assemelha a uma caixa que o envolve , pode proteger o
meio exterior dos efeitos de campo magnético gerado por esse magneto ( Figura 2.18 ) . A
esse material , damos o nome de blindagem magnética .
O projeto de blindagens em sistemas com magnetos Pista de Corrida tem por fim
determinar a posição em que as mesmas devem ser colocadas , bem como a espessura
necessária para reduzir a intensidade de campo magnético gerado no meio exterior por um
grande fator , confinando o campo intenso nó interior do criostato e no interior da própria
blindagem.
O programa TRIM possibilita o cálculo da contribuição de campo devido à introdução
de blindagens e , além disso , se as suas dimensões bem como suas posições são adequadas
para que se tenha êxito no propósito de confinar as linhas de campo ; para tal , a posição e as
30

dimensões da blindagem em um projeto devem ser determinadas de modo que o material não
sofra o efeito de saturação .
. Nas Figuras 2.19 , 2.20 e 2.21 temos exemplos de blindagem projetadas para confinar
as linhas de campo de um magneto PC supercondutor . Podemos perceber nitidamente que há
o confinamento das linhas equipotenciais na região interior à blindagem e a tendência das
mesmas serem confinadas principalmente dentro do material ferromagnético , o que ocorre
devido à sua alta permeabilidade magnética . Na Figura 2.19 , podemos notar a fuga de linhas
de campo além da blindagem ( saturação ) , o que ocorreu devido a um mau dimensionamento
da mesma.
Na Figura 2.20 , essa fuga de linhas. de campo é reduzida , devido à otimização
realizada no projeto da blindagem , o que reduziu a intensidade das linhas de campo na região
exterior à mesma , embora o fator de blindagem não' se mostre ainda totalmente satisfatório . O
dimensionamento neste caso foi bem mais eficiente ; sendo o mesmo magneto em ambos os
casos , pôde-se constatar com a execução do TRIM uma menor intensidade das linhas de
campo na região exterior à blindagem , à medida em que a mesma se afastava do magneto e à
· medida em que se aumentava sua espessura . Pôde-se constatar também uma contribuição
significativa de campo no ponto central de dipolos , constituindo-se em um elemento de
reforço para se atingir o campo central desejado e reduzir o custo do projeto . .·
A Figura 2.21 indica um dimensionamento e um posicionamento da blindagem que se
mostraram eficientes para o confinamento das linhas de campo magnético , com um fator de
blindagem bem adequado .

[cm]
0.00 J.83 7.67 11,60 16,33 19.17 23.00 2b.93 J.0.67 J.4,60 38.JJ <42,17 -'lb.00
1b.00 ,----r-r--r.-r,-,--,-,-,--r~r-r- ~6.00

"42.17 42.17

JB.33 36.JJ

31.50 J-1,50

30.b7 '.30.67

2b.8J 26,03

23.00 23,00

19, 17 19. 17

16.JJ 16.JJ

1LG0 11,60

7,67 7,67

3.0'.3 J.eJ

Figura 2.19 : Esquema de um magneto Pista e sua blindagem correspondente , cujo


posicionamento e cujas dimensões se mostraram ineficientes para o confinamento de campo

As Figuras 2.22 indicam o perfil de campo exteriormente à blindagem para 'espessuras


diferentes - Figura 2.22(a) - e para posicionamentos diferentes - Figura 2.22(b) - para uma
mesma bobina, de secção 8,0 cm por 4 cm.
31

[ cm J
e.00 J.aJ 1.t,1 11.S01s::iJ 19.112J.0026.83 30.67 J4.00 :JS.JJ 42.11 . :it,.OO
4b. 00 -,-,--r-.-i----r-r--r-r-,--·r-r-r-r---r--r--,-1-,-r--,· '1{1. 00

42.17 4?. 17

'.38. JJ JS. :n

31.50 ]"1.50

30,67

:ztl.BJ : 26.BJ

7.3.00 23,00

19.17 19.17

16, 33 16, :13

I t.60 11.60

.1.b7 7.b7

J.83 J.03

Figura 2.20 : Esquema do mesmo magneto PC da Figura 2.19 , mas com um projeto
otimizado mais eficiente de sua blindagem magnética

[ cm) .
0.00 J.93 7,67 11,60 16.JJ 19,17 23.00 26.8:1 30.67 34,60 JS,33 42.!7 46.00
416. 00 --r-r-,-r-1--r-1-·-r-r-i-~-r-.-.~.-,-·-,-,-r· 1116.00

412. ,, 42.17

'.38.33 38.33

34,60 3'1.60

30.67

26.BJ 26.BJ

23.00

1'9, 17 19, 17

16.JJ ,s.n

n.se 11,50

7;1;,7 7.67

'.3.83 J,63

Figura 2.21 : Esquema de um magneto PC idêntico ao de 2.19 , mas com uma


blindagem eficiente no confinamento das linhas de campo
32

2500 -*E- EspeS$UT.llesp=10an Po,çf,oinllme adl1""1 2500


do Blndogom: >1"211 cm
-&~ Espessuraesp=13an
~ Espessuraesp•16cm
----A- Espes.su~ esp=19cm 2000 .
2000

mãl m.
::,

12, 1500 12, 1500


8 ---8- Posiçãox=28 an
8
""..,e ""-ee
g>
-9- Posiçãox=35 an
-8-
:!l1"'
Posiçãox•38 an
E 1000
-*E-
.
~ 1000
f Posiçãox=41 an

o J
Espessu~ de blindagem esp=10 cm
500 500

o - TTTr1 , 1 , 1 1,,,,1,, 1 , I ' , , , 1 , , , , ITTTTP , 1 , 1,, 1 , 1


O.DO . S.00 10.00 15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00 45.00 o ·10 is 20 25 30 35 40 45
Posição ao longo de Oy (cm) para x=45cm Posição ao longo de Oy (cm) para x=45 cm

(a) (b)

Figura 2.22 : a) Comparação entre os gráficos de perfil de campo ao longo da direção


Oy , a 6 cm da blindagem , variando-se sua espessura

Figura 2.22 : b) Comparação entre os gráficos de perfil de campo ao longo da direção


Oy , a 6 cm da blindagem , variando-se sua posição

2.3.5) Magnetos Pista com núcleos e blindagens combinados:

Os programas bidimensionais TRIM e POISSON possibilitam , como foi possível


perceber ao longo deste Capítulo , o cálculo de campo gerado por bobinas Pista com núcleos e
por bobinas Pista com blindagens de aço ferromagnético , bem como a determinação de
parâmetros importantes , . como a geometria e as dimensões necessárias desses materiais nos
projetos desse tipo de magneto supercondutor . Caso se deseje projetar magnetos Pista que
envolvam simultaneamente núcleos e blindagens magnéticas , deve se apenas entrar com as
coordenadas das bobinas , do núcleo e da blindagem no sistema , optando sempre por cálculos
que envolvam simetria de um quadrante apenas , uma vez que a limitação de memória do
programa restringe em muito a definição de suas dimensões ( principalmente.com a introdução
da blindagem ) .
Combinando os efeitos do núcleo e da blindagem , um magneto de geometria Pista
pode ser significativamente otimizado com relação ao campo central , resultando em um
. projeto de custo reduzido . ·

O mapeamento de campo para um caso de magneto Pista que possui núcleo e


blindagem de aço ferromagnético é dado na Figura 2.23 . Podemos notar que a região com
núcleo teve um maior confinamento de linhas de potencial constante , bem como dentro da
blindagem . Podemos analisar esse fenômeno para outros tipos de núcleo e comparar seus
efeitos por meio dos mapeamentos dados nas Figuras 2.24 e 2.25 .
33

y{cml
461--~~~~~~~~~~~--~~,
37 1-,,,--,.,--,~,r""'l~.,,.,.-"771

2 7 ~~-""'-"""--""'"~
1 7 ~-,,.r-,-,.r-....,.

Figura 2.23 : a) Esquema das dimensões de um magneto Pista com núcleo interno e
blindagem

[cm]
0.00 3.83 7.67 11.60 15.33 19.17 23.00 26.83 30.67 34.50 JB.33 42.17 46.00
46.00 46.00

42, 17 42.17

38.33 38. 33

J4.S0 . ·· "J.1.IA}

30.67 30.67

· 26.8]

23.00 - ,J.00

- 19. 17

15.JJ 15.JJ

11.60 11,150 l

7.67 · 7,67

3.83
.
"' - ].8]

0.00
0.00 J.83 7.67 11.60 16.33
J
19,17 23.00 26.83 30.67 34.60 38.33 42.17
0.00
46.00
[ cm ]

Figura 2.23 : b) Mapeamento de iso-potencial para o caso da Figura 2.23(a)

Para efeito de comparação , traçamos as curvas de perfil de campo ao longo do


entreferro do mesmo dipolo nas figuras anteriores dos mapeamentos equipotenciais , para
analisar a contribuição dos núcleos e das blindagens . Na Figura 2.26 (a) , temos o perfil de
campo do dipolo com e sem núcleo interno e na Figura 2.26 (b) temos o conjunto
dipolo/núcleo com e sem blindagem . Nas Figuras 2.27 e 2.28 , executou-se o TRIM para os
casos com bobinas somente , bobinas com núcleo , com blindagem e bobinas com núcleo e
blindagem simultaneamente . Conclui-se destes cálculos que o campo magnético da região
central do dipolo aumenta consideravelmente com a presença do núcleo ( cerca de 0,8 T , em
alguns casos ) , o que ocorre também com a blindagem , embora com menor intensidade . Esse
aumento analisado ocorre na região exterior ao material ferromagnético ; no interior .deste
34

material a intensidade de campo é muito maior devido aç intenso confinamento das linhas de
campo em face dos altos valores de permeabilidade magnética µ .

e.ee J,8'3 -,_01 11.&e 1s,JJ ,.,.17 za.ee 2eo.8'3 Je.67 aa.se le.l'J «".17 ee.ea e.oo J,eJ' 7.o7 11.50 1e.JJ 17,11 2J.00 zc.SJ J0.01 J.4.5e Je.JJ 12.11 -e.ce
-46.00 --r,----r-,---r-.-,--,-y-r-,--r-,- <4t>.OO 40.00 <10,00

Fig. 2.24 Fig. 2.25

Figura 2.24 : Linhas equipotenciais para um magneto Pista com núcleo em C e


blindagem
Figura 2.25 : Linhas equipotenciais para um magneto Pista com núcleo envolvendo o
magneto e blindagem

5.00
4.00
~ Campo gerado por bobinas a núcleo
--9- Campogeradosanente pelas bobinas
-*- Campo geradopelas bobinase pelo núcleo
..:.e_... Campo gerado por bobinas, núcleo e blindagem
4.00
3.00

E E
co CD.
3.00
o
,. .8
. ..,
" ~e:
. e:
"'E
2.00 !il'
:lê

. 8.
8. 2.00
E E
(.) 8
1.00
1.00

0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00 45.00 o 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Posição ao longo de Ox (cm) no centro do gap Posição ao longo de Ox (cm) no centro do gap

(a) (b)

Figura 2.26 : a) Comparação entre o perfil de campo de um dipolo de magnetos Pista


com e sem núcleo interno na região do entreferro
Figura 2.26 : b) Comparação entre o perfil de campo do mesmo dipolo em (a) com e
sem uma estrutura de blindagem ao longo do entreferro
35

4.00 . ·· .. :,· .. 5.00 ·

~ Núdeo em fonna de C --*- Núcleo em loona de e

-e- Núdeo envolvendoo magneto ~ Núdeo envolvendoo magneto

3.00
4.00 -B- Núcleo Interno

~
8
~a,
ê
8.
2.00
E
Ol
8
'\'le:
.,"'
E
3.00
---
a
E
o
.8.
E
2.00 •

1.00
1.00

O 5 W B ~ ~ ~ U • ~ O 5 10 15 zo 25 so 35 '40 45
Posição ao longo de Ox (cm) no centro do gap Posição ao longo de Ox (cm) no centro do gap

Fig. 2.27 Fig. 2.28

Figura 2.27 : Comparação entre os gráficos de perfil de campo entre os casos com
núcleo envolvendo as bobinas e um núcleo em C , sem blindagem

Figura 2.28 : Comparação entre os gráficos de perfil de campo entre os casos com
núcleo envolvendo as bobinas , núcleo interno e em forma de C associados à blindagem

De acordo com as análises feitas neste capítulo , concluímos que os códigos de cálculo
de campo bidimensionais são muito úteis tanto para o dimensionamento da secção transversal
de enrolamentos de geometria Pista de Corrida quanto para os casos em que são introduzidos
materiais ferromagnéticos associados a esses magnetos . Mas , para que tenha total
confiabilidade nos cálculos de dimensionamento de magnetos Pista de Corrida é fundamental
que se analise a contribuição das extremidades desses magnetos , ou seja , que se leve em
consideração o efeito dos setores semi-cilíndricos . Essa análise é muito importante para uma
maior precisão bem como para que se possa analisar pontos potencialmente críticos que se
encontram nas extremidades dessa geometria , além de outros parâmetros muito importantes .
como o levantamento do perfil de campo ao longo dos eixos relevantes para a determinação de
homogeneidade , região útil , medidas de possíveis seccionamentos e outras características
fisicas associadas ao magneto Pista de Corrida supercondutor .
36

CAPÍTULO Ili

CÁLCULO ELETROMAGNÉTICO TRIDIMENSIONAL DO


MAGNETO PISTA DE CORRIDA

3. 1) Introdução :

A configuração geométrica do magneto Pista de Corrida é formada por dois setores


retos de secção transversal retangular e paralelos entre si , conectados em suas extremidades
por setores semi-cilíndricos . Portanto , o campo magnético total para a geometria Pista de
Corrida pode ser obtido calculando-se as contribuições. parciais de campo devido a cada um
dos setores retos e a cada um de seus setores semi-cilíndricos . Aplicando o Princípio da
Superposição de Campos Magnéticos , o campo magnético total em um ponto qualquer no
espaço é dado pela soma. vetorial das contribuições individuais de cada setor reto e de cada
setor semi-cilíndrico que formam o magneto .
Dentre os diversos métodos para se calcular o campo magnético no espaço
compreendido pelo enrolamento e pelas regiões onde haja ausência de elementos condutores
de corrente e de materiais magnéticos , o método integral baseado na resolução da equação de
Biot-Savart , para quaisquer tipos de geometria de enrolamento , apresenta as vantagens
importantes de se obter soluções analíticas ou semi-analíticas , independentes das condições de
contorno do sistema , e de se obter algoritmos computacionais com pequena demanda de
memória e rápida execução por ponto de cálculo , permitindo assim o uso de computadores
pessoais do tipo PC para a obtenção de mapeamentos de 'campo .
As limitações do método integral , por sua vez , consistem na impossibilidade de se
calcular as contribuições de campo dos elementos magnéticos e sobre eles . Entretanto , pelo
fato do método integral permitir o mapeamento de campo em todo o espaço , pode-se aplicá-lo
combinando-o com códigos bidimensionais de cálculo magnetostático pelo método dos
elementos finitos (MEF) ou pelo método das diferenças finitas ( MDF ) , para se obter um
mapeamento tridimensional de campo , incluindo as contribuições devido a· elementos
magnéticos.
Basicamente , aplica-se o método integral para projetar e otimizar as dimensões dos
magnetos quanto à intensidade de campo desejado em um certo ponto , verificar se o campo
máximo é menor que o campo crítico do condutor para uma dada corrente de operação e
verificar se possui uma homogeneidade satisfatória ; em seguida , pode-se aplicar os programas
numéricos de cálculo para se determinar a contribuição de campo magnético gerado pelo yoke
e pela blindagem de aço ferromagnético e estimar a redução sobre o campo magnético
máximo.

3.2) Método integral de cálculo e modelamento de campomagnético :

O método integral empregado no cálculo de campo magnético do magneto Pista de


Corrida consiste na integração analítica da equação de Biot-Savart , dada por:

_ µ 1,( d/ x(r-r')
B=-º-;r
41r e Ir -,13 (3.1)

onde Jdi é o elemento infinitesimal de corrente , r' o vetor posição do elemento d/ , i o


vetor posição do ponto de cálculo e C o caminho de integração que percorre todo o elemento
de corrente . '

'
37

'i

REPRESENTACIO.ESQUIMÁTICA DOS
PARÃMETIIOS NA LEI DE BIOT·SAVART.
X

Figura 3. 1 Campo induzido num ponto P devido a um elemento infinitesimal de


corrente [Jac83]

• • P lx, y,1)

· Figura 3.2 Condutor reto de corrente de comprimento finito e secção transversal


retangular ·

3.3) Campo Magnético induzido por um condutor reto de corrente de secção


transversal retangular e comprimento finito :

A partir da equação de Biot - Savart , pode-se deduzir analiticamente as fórmulas de


distribuição de campo magnético devido a um condutor reto de corrente de secção transversal
retangular e de comprimento finito ( ou bloco condutor de corrente ) , como mostra a Figura
3.2 . Para o cálculo de campo desta geometria , devemos determinar em primeiro lugar a
contribuição de campo devido a um filamento de corrente de comprimento finito e , em
seguida , o campo magnético total gerado por urna lâmina de corrente de comprimento finito .
Assumindo que o condutor reto seja formado por infinitas lâminas de corrente e estas , por sua
vez, formadas por infinitosfilamentos de corrente, pode-se calcular o campo magnético total
gerado por uma lâmina de corrente somando-se vetorialmente as contribuições de campo de
38

cada um dos filamentos que a constituem e , finalmente , calcular o campo magnético total
gerado pelo condutor reto , pela soma vetorial da contribuição de campo devido a cada uma
das lâminas de corrente que o constituem .

3.3.1) Campo magnético gerado por um filamento reto de corrente de comprimento


finito perpendicular ao plano z = O : -

De acordo com o sistema de coordenadas da Figura 3.3 , pode-se demonstrar que as


componentes de campo magnético geradas por um filamento reto de corrente de comprimento
finito perpendicular ao plano z = O são dadas por : ·

onde l é a corrente que passa pelo filamento, h o comprimento do filamento , ( xP ,y P, z P) as


coordenadas do ponto de observação e (xE,YúZE) as coordenadas do ponto de intersecção
do filamento com o plano z = O .

r
P( X' s . z)
h

I dl YE
~,-,------11------~,....-------y
' ',...... ,,,~''
<, ,/

Figura 3.3: Filamento reto de corrente de comprimento finito perpendicular ao plano


z=O
As expressões (3.2) e (3.3) são muito importantes para se simular a contribuição real
de campo magnético de apenas um condutor , supondo-o com dimensões de secção transversal
tão pequenas que se possa aproximá-lo por um filamento reto de corrente .
39

Com base nestas expressões , podemos calcular analiticamente o campo magnético


gerado por uma distribuição plana de corrente de comprimento finito , para que se possa
determinar , em seguida , o desejado valor de campo magnético gerado por um condutor reto .

3.3.2) Campo magnético gerado por uma lâmina plana de corrente de comprimento
finito paralela ao plano x = O :

· Considere um elemento retangular de .corrente de altura h e comprimento da base Lly


na lâmina de corrente indicada na Figura 3 .4 . No limite , quando Ay ~ O , o elemento torna-
se um filamento reto de corrente de comprimento finito , de tal forma que podemos calcular o
campo gerado por esta geometria , aplicando (3.2) e (3.3). O campo magnético total
produzido pela lâmina , então , é dado pela soma vetorial das contribuições de campo devido a
cada um dos filamentos que a constituem .

h
,
,""

J)H-
1

I+ ~
, ,,
,
b
'I

lt
---f~AJ
Figura 3 .4 : Lâmina plana de corrente de comprimento finito paralela ao plano x = O

Considerando K a corrente superficial que passa pela lâmina , a corrente I que passa
por cada elemento é dada por :

l=Kôy (3.4)

De acordo com (3.2), (3.3) e (3.4) , o campo magnético gerado pela lâmina pode ser
dado por:

Jj = ~ ,( µ0KLl)l; d! Xi;
1.lffiL-Jc 4 7í ';..
t:.y,-.O i=I
3

~Ê= µ0K1h1bdl xf dy
41r o º r3
40

(3.5)

Resolvendo a integral (3.5) analíticamente , cujos passos principais de cálculo são


descritos no Apêndice I , obtemos para componentes do campo magnético total gerado pela
lâmina plana de comprimento finito paralela ao plano x = O :

(3.6)

onde f = f P - fE , f P é o vetor posição do ponto de cálculo ( ou ponto de observação ) e fE o


vetor posição do filamento genérico de cálculo de campo .

3.3.3) Campo magnético gerado por um condutor reto de corrente de secção


transversal retangular e comprimento finito:

Considere uma placa elementar de altura h , comprimento b e espessura .1x , conforme


indica a Figura 3. 5 . No limite , quando .1x ~ O,. a placa se transforma em uma lâmina plana de
corrente e podemos , portanto , calcular sua contribuição de campo magnético em qualquer
ponto no espaço, empregando as fórmulas (3.6) e (3.7).
41

PLACA GENÉRICA FORMADORA


DO BLOCO.

Figura 3. 5 : Esquema do método de cálculo da indução magnética gerada pelo bloco de


corrente ( ou condutor reto de corrente ) , onde se nota uma placa genérica que o forma e
simula a contribuição de campo de uma lâmina plana de corrente quando sua espessura tende a
zero.

Considerando ] a densidade de corrente que passa pelo bloco , a corrente que passa
por cada placa elementar constituindo o bloco é dada por :

1 = JLhLiy (3.8)

Logo, o campo magnético total gerado por um bloco condutor de corrente pode ser
determinado matematicamente por :

· 11 11 d/ xf
B= µo lim °""'°""'!J&J1.y. ii ou
4 sr tsx ~o z: z: 1c 1 r3
'
1~
t-./,~o i=l J=I ij

(3.9)

Assim , da definição de integral :

_
B=-·
µ0 Jlaibi1,d/x~ dxdy =>
41C o o o r.3
!I

B=µºJ íªíbrh [(y-yp)T +(xp-x)J]dxdydz


(3.10)
. 41C Jo Jo Jo [(
Xp-X )2 +)lp-)l
( )2 ,+zp-Z
( )2]%

onde temos que f = (xP -x)T +(yP - y)J +(zP -z)k , (xp,)lp,zp) são as coordenadas do
ponto de observação e (x,y,z) são as coordenadas do elemento de corrente genérico
considerado na integração .
42

Resolvendo a integral tripla (3.10), desenvolvimento esse que se encontra detalhado no


Apêndice I ,. obtemos para componentes de campo magnético gerado por um bloco condutor
de corrente : ·

Bx = ~ µOJ ~ f;, ~(.-l)i+j+k . ,.,"( x,,Y


L..L..L.. . 1,zk
. )
(3.11)
4 rc i=I i=I i=I

(3.12)

onde S é função de parâmetros puramente geométricos ( a saber , as dimensões do bloco e. as


coordenadas dos pontos de cálculo ), dada por : ··

S(u, v, w) = uln[w+~u2 + v2 +w2 ]+wln(u+~u2 + v2 + w2 ]-v arcta{ ~ 2 uw ] (3.13)


· v u +v2 +w2

e as variáveis indexadas x , y , z são dadas por :

x,=x
Y1 =y
{ (3.14)
z1 =z

(3.15)

Devido à simetria desta forma geométrica , o campo magnético não possui a


componente B:, de tal forma que o campo em um ponto qualquer é dado por :

(3.16)

com módulo dado por :

(3.17)

3.3.4) Tratamento e remoção das singularidades de campo magnético gerado por um


bJoco maciço de comprimento finito condutor de corrente :

As componentes de campo magnético B, e BY gerado por um bloco condutor de


corrente de comprimento finito apresentam somente termos analíticos sendo , por esse
motivo , muito úteis em cálculos computacionais de campo magnético gerado por magnetos
constituídos por tal geometria .
Podemos notar , entretanto , que quando os argumentos u , v e w assumem certos
valores especiais, os termos dados por ln[u+.Ju2+v2+w2], ln[w+.Ju,2+v2+w2] e o
43

uw
termo , argumento das funções arco tangente , podem tender ao infinito , o
v.Ju +v2 +w2
2
que traz dificuldades para se implementar tais expressões computacionalmente .
Estas. singularidades , entretanto , podem ser eliminadás analiticamente através de
tratamentos matemáticos adequados a cada caso , que passamos a analisar .
Para se eliminar "as singularidades das funções dadas por g= v.arctan/(u,v,w) ,
r. .. -
devemos recordar que a função arco tangente varia de - 1r a · 1r , quando o argumento f
· 2 - 2 ·
varia de -<fJ a co;
Portanto, as funções arco tangente dadas em (3.13) podem ser enquadradas em dois
. casos bem determinados :

l) V::: Ü

Neste caso , concluímos que f ( u, v, w) ~ oo , o que implica em problemas


computacionais . Entretanto , devemos lembrar da trigonometria que se f --+ oo, então temos

que f= -, de modo que:
2

uw
v=O~g=v.arctan-, ,=====0 (3.18)
vvu2 +v2 +w2

2) v:;t:O

Neste caso , temos que g assume um valor numérico finito - que não implica em
problemas computacionais - dado por :

uw
g = v.arctan .J
v u 2 +v2 +w2 (3.19)

Os termos logarítmicos têm singularidade somente quando u+.Ju 2 +v2 +w2 = O e


w + .J u2 + v2 + w2 = O . Estes valores ocorrem quando :

l)u$'.;0 e v=w=O

2) W $'.; Ü e 11 = V =Ü
Podemos eliminar estas singularidades , de acordo com as propriedades :

1) lim {w1n[u +.Ju + v


V·->0
2 2 +w2]} = liml wlnjwj}
· W-·>0 (3.20)
w->0
u,,;O

II) limj uln(w


U-·>0
+.Ju 2 +v2 +w2]} = lim {ulnjuj}
U->0 . (3.21)
V--)0
W$0
44

Assim , obtemos valores especiais de S = S(u, v, w) para os argumentos especiais em


uma forma que não apresentam mais singularidades . Esses valores são :

I) s(o,o,o) = o (3.22)
II) S(u,o,o) = ulnlul (3.23)
III) S(O,O,w) = wlnlwl (3.24)

IV) S(u,O,w) = w1n[u+.Ju2 +w2 ]+u1n[w+.Ju2 +w2 J (3.25)

Com as expressões (3 .11) a (3 .17) e , levando-se em consideração , quando necessário,


as expressões (3.18) a (3.25) , pode-se determinar o campo magnético gerado pelo bloco
condutor de corrente em qualquer ponto genérico no espaço , seja dentro ou fora do mesmo ..
Como exemplo de avaliação , a Figura 3. 6 . indica um mapeamento das linhas de iso-campo
geradas por um condutor reto ou bloco de corrente com comprimento e dez vezes maior que
as dimensões de sua secção transversal ( caso de interesse prático no caso do magneto Pista de
Corrida).

tem)
L&01M U4 4.26 U3 7,00 1.31 •• 7& 11.1.l 12.60 1.ul 16.2& lt..A 11.°Lo

7,13 7,13

6.7& 6.7&

4.31 ,ue

.J.00 MO

1,83 tM

0,26 0,26

-1.13 -1.13

-2.IO -UO

~ -3.111

-6.26 --6.25

-e.u - ....e.a

-~.oo ua 4.26 ·u, 1.00 11..11 t.r& 1\.1.J 1:uo 1J.11 is.a .16.N 1e.oo-a.oo
(cm)

Figura 3. 6 : Mapeamento das linhas de iso-campo do bloco


45

3.4) Campo magnético induzido por um arco maciço semi-cilíndrico condutor de


corrente:

Para o cálculo do campo magnético 'total gerado por um magneto de geometria Pista ,
torna-se necessário determinar qual a contribuição de campo dos setores semi-cilíndricos que o
constituem ( Figura 3. 7 ) . ':
O método integral para o cálculo das componentes de campo magnético devido a essa
geometria não possibilita que se obtenham soluções analíticas ( como no caso do bloco
condutor de corrente ) e , sim , expressões com somente uma integral unidimensional , que
pode ser resolvida utilizando-se métodos numéricos apropriados , .como trapézios , quadratura
de Gauss ou _Simpson. Entretanto, uma solução alternativa prática e bem adequada para esta
geometria consiste em se considerar o arco· semi-cilíndrico condutor de corrente como sendo
constituído de condutores retos de corrente de secção transversal.retangular e de comprimento
finito , porém muito pequeno , de tal forma que , no limite , quando seus comprimentos
tendem a zero , os infinitos blocos formem o arco . Computacionalmente , torna-se impossível
aproximar um arco por infinitos condutores retos e isso nem é aconselhável porque existe um
número ótimo de condutores retos para simular o campo magnético de um arco condutor de
corrente . Acima deste limite otimizado , não se tem consideráveis alterações nos valores de
campo magnético . Essa característica também ocorre em métodos numéricos avançados ,
como o método dos elementos finitos , aplicados a determinadas geometrias , em que os
valores obtidos de campo convergem para um resultado fisicamente aceitável até um
determinado número de elementos na malha gerada para discretizar a geometria do problema ,
mas não converge se a malha é refinada com um número excessivo de elementos . Para
calcular o campo do arco , devemos. utilizar o método semi-analítico de simular o arco semi- " -- -
cilíndrico com um número n de condutores retos suficientemente grande, para atender às
exigências de precisão do cálculo realizado ( Figura 3.8 ).

li

Figura 3. 7 : Contribuição de campo de um arco

Consideremos o arco semi-cilíndrico mostrado na Figura 3.9(a) . O procedimento de


cálculo de campo consiste em se subdividir o arco em n setores angulares iguais com o ângulo
de abertura tão pequeno que possam ser aproximados por blocos infinitesimais . Com base
nestas hipóteses , pode-se aplicar as equações (3.11) a (3.14) ao cálculo das componentes de
campo B, , BY , B, devido aos arcos semi-cilíndricos de corrente do magneto Pista ,
respeitando o sistema natural de coordenadas de cada elemento .
46

SIMULANDOA PARTE CURVA


·coM SETORES RETOS OE
ESPESSURA MUITO PEQUENA.

3 4

GRANDE NÚMEROS DE SETORES .MAGNETO PISTA DE CORRIDA COM· A


RETOS PARA SIMULAR O MAGNETO PARTE CURVA APROXIMADA POR INÚ-
PISTA DE CORRIDA. MEROS SETORES RETOS.

Figura 3.8: Esquema do método aproximado empregado para o cálculo de campo de


um arco semi-cilíndrico condutor de corrente
47

Para a determinação da posição geométrica de cada bloco , conforme os parâmetros


indicados na Figura 3 .1 O (b) , é necessário calcular o ângulo de abertura de cada um dos N
setores angulares cilíndricos que formam o arco semi-cilíndrico . De acordo com a notação
empregada na Figura 3.9 (b), temos que:

P= .!!.._ (3.26)
N

Para o k-ésimo bloco elementar , o ângulo a partir do sistema de coordenadas


empregado na Figura 3. 9 (b) é dado por :

P"=kP-:::::>
_ krc
/3i> N (3.27)

com k = 1,2,3, ... ,N

1-b (a)

(b )

Figura 3.9 :a) Arco maciço condutor de corrente de secção transversal retangular
b) Esquema de um bloco elementar do arco maciço semi-cilíndrico
48

Tornemos esse k-ésimo elemento e consideremos os sistemas de coordenadas


envolvidos no cálculo de sua contribuição de campo. Na Figura 3.10 (a), YnOzn corresponde
ao sistema de referência do k-ésirno elemento não rotacionado e YOZ ao sistema com um
ângulo(}= Pt em relação ao sistema de coordenadas do arco ~ nesta Figura , apresentam-se os
sistemas de coordenadas do elemento genérico do arco e do setor reto , referência neste
cálculo . Na Figura 3 .10 (b) , temos um detalhe somente dos eixos do arco e de seu k-ésimo
elemento . Note-se que o eixo Ox permanece invariante nesta geometria .
Para o cálculo do campo magnético devido ao k-ésimo bloco elementar , temos que
determinar a posição geométrica da origem de seu sistema natural de coordenadas , a fim de se
transformar as coordenadas dos pontos de cálculo do sistema de coordenadas do arco maciço
semi-cilíndrico para seu sistema próprio . De acordo com os parâmetos da Figura 3. 11 , temos
para coordenadas da origem do sistema natural de um. elemento genérico do arco ( k-ésimo
elemento):

Ye = ( ~ + b) COS O (3.28)

z, =( ~ + b) sen O+ li (3.29)

Fixados ângulos iguais de abertura dos setores , · podemos determinar o pequeno


comprimento ou espessura de cada um dos blocos que aproximam o arco .........
semi-cilíndrico
.
. Para
pequenos ângulos de abertura , a medida em radianos de um arco AB se aproxima cada vez
mais da medida do segmento AB e o trapézio ABCD _.tende
,......_ a se aproximar cada vez mais de
um retângulo. Para f3 (( .l rd, podemos admitir que AB = AB , o que implica na possibilidade
de aplicar a fórmula do comprimento do arco compreendido por um setor circular da
geometria plana para determinar a espessura dos blocos no setor semi-cilíndrico , isto é :

l
Pt = -R => l = R. Pt
. (3.30) .

Conhecendo-se as dimensões de cada bloco elementar constituinte do arco semi-


cilíndrico , o seu ângulo de rotação e as coordenadas da origem de seu sistema natural , pode-
se calcular as coordenadas dos pontos de cálculo no seu sistema próprio , . por meio de
translações e rotações que se façam necessárias , e calcular a contribuição de campo de cada
um dos blocos, a fim de se determinar o campo magnético total devido ao arco maciço semi-
cilíndrico em relação ao seu sistema natural de coordenadas , somando-se vetoriamente os
valores de campo· magnético de todos os seus blocos constituintes . De acordo com a Figura
3. 13 , o arco produz uma componente B, devido ao ângulo de rotação do elemento . As
componentes de campo de cada elemento são dadas por : ·

(3.31)
(3.32)
(3.33)
49

z
d + b)co,. e

o ~ ........----.-.,
., R
----.---
(L + b) 11n9+h X
y
2
z
b+ M
ZA .--------+--------FA--- ., . . .---
h
2

z z

Figura 3.10 : a) Esquema dos sistemas de coordenadas do setor reto referência no


cálculo, dos sistemas associados ao k-ésimo elemento constituinte do arco semi-cilíndrico e de
suas posições em função dos parâmetros de um magneto PC

Figura 3 .1 O : b) Sistemas de coordenadas envolvidos no cálculo. de campo de um bloco


elementar constituindo o arco semi-cilíndrico
50

R coa e

Figura 3. 11: Determinação da posição geométrica do sistema natural de coordenadas


de um elemento no arco

Figura 3 .12 : Parâmetros envolvidos em um setor circular. Para pequenos valores de 13 ,


pode-se assumir -AB = AB """'
51

z z

X : X

Figura 3 .13 : Componentes de campo nos sistemas naturais de coordenadas


rotacionado e não rotacionado

Assim , o campo magnético total gerado pelo arco maciço semi-cilíndrico é dado por:

(3.34)

onde:
n

B=LB,
i=I
(3.35)

e Ê; corresponde campo gerado pelo i-ésimo elemento, no sistema de · coordenadas do


magneto. Desse modo , o módulo do campo magnético em um ponto qualquer do espaço será
dado por ·

(3.36)
1s1 = B= ~B~ +s; +B;
3.5) Campo magnético total gerado pelo magneto de geometria Pista de Corrida:

Uma vez conhecidas as componentes de campo magnético geradas pelo condutor reto
de corrente e pelo arco semi-cilíndrico condutor de corrente , podemos calcular as
componentes de campo .geradas pelo magneto Pista de Corrida . Para isso , devemos conhecer
as expressões de campo do bloco e do arco no sistema de coordenadas do magneto .
Consideremos os. dois blocos paralelos entre si da Figura 3 .14 , onde estão
representados os sistemas de coordenadas do magneto e dos blocos · condutores de corrente .
De. acordo çom a Figura ;3.14 • as relações de transformação de coordenadas dos sistemas
naturais dos'blocos para o sistema do magneto são dadas por:
52

d (3.37)
YA = y+ Yc = y+h+-
2

(3.3~)

. P( x,y,z)
ªa

Figura 3 .14 : Setores retos ( blocos ) do magneto Pista , com os respectivos sistemas
de coordenadas

Com as equações (3.37) e (3.38), pode-se obter o campo magnético total devido aos
dois setores retos de magneto Pista de Corrida , bastando substituí-las em (3 .14) e (3 .15) e
somar as componentes geradas devido a cada setor reto . Matematicamente , temos :

(3.39)

com as componentes de campo dadas por :


53

2 2 .. 2 .. ·

Bx::::: Bx, +BX2 = LLL{(-1tj+k S1(x;,Yj,zJ+(-1tj+k s2(xi'yj,zJ}


i=I j=I k=I

onde S, e S2 são descritos por (3.13), com os argumentos x, y e z dados por (3.37) para S1 e
(3.38) para S, .

Consideremos agora ambos os setores retos e os setores semi-cilíndricos , como indica


a Figura 3. 15 . De acordo com o sistema de coordenadas do · magneto , os sistema' de
coordenadas dos blocos no arco sofrem translações e rotações, sendo necessário relacionar as
coordenadas dos pontos de cálculo nesses sistemas , para que se possa somar a contribuição de
campo de cada bloco do arco ao campo calculado para os setores retos .

ll

M~ y

Figura 3.15 Sistema de coordenadas do magneto Pista e dos blocos nos setores
cilíndricos

Utilizando as fórmulas de rotação de eixos da geometria , de acordo com os


parâmetros da Figura 3. 16 :

Yc = ysen fJ+zcosfJ
{ zc = ycose- z sen () (3.40)

e aplicando a translação desse sistema , temos :

Yc =.Yo + y sen õ+z cos O


{ z; = z0 + ycos {}-z sen (} (3.41)
54

z P(Xp,Yp,Zp)

.k
M

ZA
·'

Figura 3 .16 : Sistemas de coordenadas e parâmetros de cálculo na translação e rotação


de eixos para o sistema de referência do magneto

Assim , o campo magnético gerado pelo arco semi-cilíndrico condutor de corrente , no


sistema de coordenadas do magneto , é dado por :

(3.42)

onde as componentes são dadas por :

B, = BX3 +BX4 = i:±±±{(-1t1+k s3(x;,Y1,zk)+(-1t1+k s4(x;,Y1,zJ}


m,:J i=I J=I k=I

B>. = BY3 +BY4 = :t±±±


111=1 i=I J=I k=I
{(-1tj+k s3(Y1,X;,zk)+(-1t1+k sAY1,X;,zJ}cosp,,,

s, =BZ3 +BZ4 = :t±±±{(-1t1+ks3(Y1,X;,z,J+(-1t1+k s4(yf,xi,zk)}senPm


m=I i=I J=I. k=I

e S3, S4 são dados por (3.13) e seus argumentos por (3.41).


55

Assim , o campo magnético total gerado p.o.f um .magneto de geometria tipo Pista de
Corrida será dado por : . · ··.. · · ·· --

(3.43)
-~ . . .

As componentes e argumentos são os descritos anteriormente nos cálculos individuais


da contribuição de campo magnético do bloco condutor de corrente e do arco maciço· semi-
cilíndrico condutor de corrente .
A expressão (3 .43) corresponde à expressão matemática do campo magnético total
gerado pelo magneto de geometria Pistade Corrida. Os termos de campo 1 e 2 correspondem
respectivamente aos valores de indução magnética gerada pelo primeiro e pelo segundo bloco
ou condutor reto de corrente e os termos 3 e 4 correspondem respectivamente aos valores de
indução magnética gerada pelo primeiro e pelo segundo setor semi-cilíndrico condutor de
corrente.
Fazendo uma análise superficial da expressão matemática (3.•:B) , podemos obter
conclusões a respeito do comportamento de campo gerado pelo magneto de geometria Pista
de Corrida . O ângulo de abertura ~ dos blocos de corrente constituintes dos setores semi-
cilíndricos é muito pequeno , se desejarmos reproduzi-lo fisicamente com significativa precisão
na simulação de cálculo de campo ( por exemplo , para sessenta blocos e esse ângulo é de
· 0,04488 rd ) , o que implica que os valores do seno desses ângulos são muito próximos aos
=
valores dos próprios ângulos", -, ou seja , sen0 0 ( por exemplo , 0,04488 rd possui seno
0,04486). Além disso, para valores muito pequenos do ângulo de abertura 0 = PK, temos que
cose = 1,0 . Conseqüenternente , analisando as componentes B, eBY em (3.42) , concluímos
que a contribuição da primeira terá sempre menor intensidade que a componente BY .
Além disso , supondo-se que a permutação das variáveis indexadas não altera
significativamente a ordem de grandeza dos argumentos em S , concluímos que a componente
em Ox é a de maior intensidade neste cálculo , suposição essa que é comprovada em todos os
mapeamentos realizados ao longo da região central do magneto Pista .
Estendendo o mesmo raciocínio para a expressão (3.43), concluímos que a intensidade
de campo magnético. é muito mais intensa na direção Ox , na região útil do magneto Pista , ou
seja , na região central do magneto ou na região central do gap existente entre dipolos
· formados de magnetos PC .

3.6) Programa de cálculo de campo da geometria tipo Pista de Corrida:

3.6.1) Características do programa e entrada de dados:

Como podemos notar , a expressão dada em (3.43) não é conveniente para cálculos
manuais , porém é extremamente adequada para ser implementada computacionalmente , visto .
· que contém somente termos analíticos , escritos sob a forma de somatórios .
Um programa computacional de cálculo de campo magnético do magneto Pista de
Corrida foi elaborado e denominado programa PISTA . O programa PISTA é totalmente
baseado no método semi - analítico de cálculo de campo magnético. descrito neste capítulo e
expresso matematicamente por (3.43).
Os dados de entrada requeridos pelo programa correspondem aos parâmetros
mostrados na Figura 3 .17 e são basicamente as dimensões do magneto , as coordenadas dos
pontos de cálculo , o número de blocos de cada setor semi-cilíndrico , bem como as dimensões

..
56

do cabo supercondutor a ser utilizado no enrolamento, e o fator de empacotamento , para o


cálculo da densidade de corrente do magneto .
Os outros parâmetros necessários para a execução do PISTA são os incrementos nos
pontos de cálculo e o número de pontos a serem calculados , o que nos dá o perfil de campo
ao longo de uma direção . ·
Pode-se , porém , optar por qualquer outra das alternativas de mapeamento , como o
- cálculo de campo em um determinado plano ou o cálculo de campo em pontos específicos que
não podem ser incrementados automaticamente . No primeiro caso , deve-se entrar com os ·
incrementos nas direções do plano ( zerando o incremento na direção perpendicular ao plano )
e o número de pontos que serão calculados nas duas direções . No segundo caso , temos que
entrar com o número e as coordenadas dos pontos específicos .
Resumidamente , temos as seguintes opções de mapeamento :
1. Mapeamento ao longo de uma direção ( padrão ) : Deve-se entrar com os valores
dos incrementos nas direções Ox , Oy e Oz ( AX , AY e AZ , respectivamente ) e também com
o valor da variável NN , que corresponde ao número de pontos que devem ser calculados na
direção especificada ; assim , se desejarmos o mapeamento ao longo do eixo Oz central de uma
bobina Pista de Corrida simples, basta iniciar com o ponto (0,0,0) e fixar os valores
AX = O cm , AY = O cm , AZ = 0,5 cm e NN = 100 , por exemplo .
2. Mapeamento ao longo de um plano : Esta versão do PISTA exige também que se
especifique os incrementos , mas apenas em duas direções , além do número de pontos a
mapear em cada · uma das direções , NX e NY . Por exemplo , se desejarmos obter · o
mapeamento de campo no plano xOy, basta estabelecer NX = 10, NY = lO, AX = 1,0 cm e
AY = 1,0 cm para se obter uma matriz quadrada lOxlO de pontos de cálculo .
3. Mapeamento de pontos específicos : Esta· versão do PISTA foi especialmente
elaborada para ser utilizada no projeto dos magnetos Pista , visando mapear os prováveis
pontos de campo máximo . Este programa é muito útil porque as coordenadas dos candidatos
a ponto de máximo não podem ser incrementadas automaticamente , sendo necessário executar
três ou até cinco vezes o programa PISTA nos casos de mapeamento anteriores , para cada
dimensionamento em teste num projeto. Neste caso, temos que especificar·NP, o número de
pontos a calcular , e também as coordenadas de cada um destes NP pontos .
Foram elaboradas também opções de mapeamento iterativo , ou seja , programas em
que se pode , por exemplo , obter o· perfil de campo na direção Ox e Oy em seqüência , com
apenas uma execução do programa PISTA, facilitandoassim o projeto de magnetos tipo Pista.
As componentes de campo magnético fornecidas pelo programa PISTA são dadas em
G I A , ou seja , os resultados são dados normalizados em relação à corrente operacional do
magneto . Em uma execução padrão do programa PISTA , portanto , não é necessário
fornecer a corrente , pois o programa lhe atribui valor unitário . Tal procedimento de cálculo
pode ser muito útil quando se deseja determinar a corrente operacional do magneto .
Entretanto , pode-se optar por entrar com a corrente do magneto Pista , bastando para isso
modificar o formato do arquivo de entrada de dados .
A forma do arquivo padrão de entrada de dados do programa PISTA é dada por :
NB
C(l) A(l) B(l) DIST(l)
C(2) A(2) B(2) DIST(2)

C(NB) A(NB) B(NB) DIST(NB)


NXXYYZZAXAY AZNN
57

onde NB corresponde ao número de seccionamentos de que compõem o magneto ; C , A , B e


D IST são as dimensões do magneto como são indicados na Figura 3. 17 ; N indica o número de
blocos que simulam o setor semi-cilíndrico ; XX , YY e ZZ são as coordenadas dos pontos ;
AX , AY e AZ são os acréscimos em cada uma das direções e NN corresponde ao número de
pontos a calcular .
~
No caso de mapeamento em um plano , a última linha é modificada da seguinte forma :

NXXYY AXAYNXNY
,•

onde AX e AY são os acréscimos nas coordenadas XX e YY ; NX é o número de pontos a


· calcular na direção Ox e NY é o número de pontos a calcular na direção Oy .

Já no caso de pontos específicos ~ temos para última linha do arquivo de dados de


entrada: ·

· NNN
XX( 1) YY(l) ZZ(l)
XX(2) YY(2) ZZ(2)

XX(NN) YY(NN) ZZ(NN)

onde XX, YY e ZZ sãoas coordenadas dos pontos e NN o número de pontos a calcular.

O fluxograma que evidencia o procedimento e a seqüência de cálculo do programa


PISTA· se encontram no Apêndice IV . Pode-se perceber que , basicamente , ·o programa
principal chama a subrotina RETA para obter as componentes de campo devido aos setores
retos e chama a subrotina CURVA para obter as componentes de campo devido aos arcos de
corrente , soma as contribuições de cada um e gera o arquivo de impressão dos resultados .

3.6.2) Unidades empregadas no programa PISTA:

As unidades empregadas no programa PISTA se encontram na Tabela 3 .1 .

TABELA 3.1 : UNIDADES EMPREGADAS


NO PROGRAMA PISTA

Grandeza física Unidade


Dimensões cm
Corrente A
Permeabilidade O.cm/ A
Campo G/A
Dimensões do condutor mm

------ ------·-··· .
58

P(Xp,Yp,Zp)

·+·
t· z
·t
A
L
X
A
o

L:~~
!--r
DIST ~ CORTE AA

CONDUTOR:
(RETANGULAR) . _j_
. W OET. F

Figura 3 .17 : Parâmetros de entrada no programa Pista


59

3.6.3) Recursos do programa PISTA:

O programa apresenta os seguintes recursos e vantagens em relação a um programa de


cálculo magnetostático, envolvendo métodos numéricos avançados ( MDF ou MEF):

1) O programa PISTA apresenta expressões analíticas relativamente simples de serem


trabalhadas . ·

2) O programa PISTA é semi-analítico , o que acarreta 'em uma velocidade


computacional bem maior do que a de programas envolvendo métodos numéricos . Isto torna.
viável sua implementação em microcomputadoresde arquitetura PC-AT 386 , onde o tempo
médio necessário para o cálculo de campo magnético é da ordem de 30 a 50 segundos por
ponto de cálculo .

3) O programa é tridimensional , o que permite que se obtenha o perfil de campo em


todas as direções e a partir de qualquer ponto do espaço escolhido , além do mapeamento em
qualquer plano ou volume especificados . Graças a este caráter tridimensional do programa
PISTA , pode-se obter um dado da maior importância para o projeto de magnetos
supercondutores do tipo Pista : o valor do campo magnético máximo no enrolamento .
.
4) Pode-se utilizar o recurso de seccionamento do setor semi-cilíndrico ao se efetuar o
cálculo , o que freqüentemente ocorre no projeto de magnetos de geometria Pista , devido ao
problema do campo máximo gerado no setor semi-cilíndrico do enrolamento geralmente
superar o campo crítico do cabo supercondutor a altos campos .

Quanto à vantagem de se obter muito rapidamente o campo magnético por ponto de


cálculo , como o tempo de execução do programa PISTA é da ordem de 30 s a 50 s por ponto
de cálculo em um PC-386 , concluímos que se pode obter o mapeamento de cem pontos ao
. longo de uma direção de interesse em um tempo médio de uma hora , caso consideremos a
contribuição de campo · magnético . dos setores semi-cilíndricos do magneto PC precisa o
suficiente para uma simulação desses setores por setenta blocos . Poder-se-ia aumentar esse
número , para minimizar ao máximo o erro cometido no cálculo devido ao método empregado;
entretanto , não há mudanças significativas nos valores de campo , conforme podemos
perceber no gráfico da Figura 3 .18 , ao passo que o tempo de execução por ponto cresce
assustadoramente , conforme podemos observar na Figura 3 .19 .
Para que se tenha uma noção quantitativa precisa , foram calculados os erros relativos
entre as execuções do programa PISTA com 70 blocos ou mais , atingindo até mesmo 2000
blocos , em pontos importantes desta geometria : o ponto de campo máximo no setor semi-
cilíndrico , pontos ao longo do eixo Oz , o ponto central do magneto e o ponto na região
central de um dipolo . O erro máximo entre o campo magnético simulado com N = 70 e
valores maiores de N foi de 9, 5 · l 0-4 % , enquanto que o aumento relativo do tempo de
processamento foi cerca de 613 vezes . Para esses valores de N , obtém-se uma espessura para
os blocos no setor semi-cilíndrico da mesma ordem de grandeza que as dimensões dos .
condutores . · ··
Como podemos constatar , não compelisa aumentar o número de elementos nos setores
semi-cilíndricos devido ao aumento significativo do tempo de cálculo por ponto e também
porque o campo magnético gerado para N = 70 corresponde a um valor muito bom para
· simular o campo de um arco real com razoável precisão para magnetos de pequeno e médio
porte.
60

34.57

18.1044
~)t'. )t ~1! )1( lE )( .IE l4E )t( *_li( 34::+c ;+'. )( 'Jt'.'1'. * l<
)« . ·;

34.56
18.1042 · ·
<
o
m
Mapeamenlo de campo em blção do numero

no tetor tem~clllndrlco no ponto (0:0;0)


de blocos
[ Mapeamento de campo em funçlo do nümero
]. ., aJ 18.1040 .-- de bloco, no ôlor teml-clllndrlcono ponto
e
"'g
34.56
f"' central do Q11P ,ntre bobinas.

~ e
f
18.1038
~
c'.l
34.54
t3

34.53 rTTTTTTT'TrmTTm]'TITTrTTrfllrn r1'f'IT';TirrTTITfmTITTT'l 18.1034 --l-1~1-11~1-1~11-1 TI'1~1-11~1-1 ~.. -1 ~11~1-11~1-1 ~.. -1TI'1~1-1 ~11-1
-11~1-11~1-1
~11-1 ~11~11

0.00 . 20.00 40.00 60.00 80.00 100.00 120.00 o:oo 200.00 40000 600.00 800.00 1000.00
Número de blocos simulando o setor serni-eiündrtco Número de blocos simulando o setor seml-clltndríco

(a) (b)

Figura 3 .18 : a) Gráfico do número de blocos simulando um setor semi-cilíndrico


versus o campo no centro do magneto

Figura 3 .18 : b) Gráfico do número de blocos simulando um setor semi-cilíndrico


versus o campo no centro do "gap" de um dipolo

35.81
.95

35.82
QO

'.!e, 35.80
~
m as ID
8 . ,,8
"'e
-e Mapeamentode CM1po em tt.içêo do m:.mero
de blocosno seta seml-dllnm!cono ponto: ~ 35.78 -

1 (5,5;0;0) "'g Milpe:imento de-campo em fl..'1ção do num«o


de blocos no sel:or Nmi-dllnôico no ponto
~ 80 8. 35.76
(0:0:2.75) .
E
õ t3
75 35.74

35.72 TTTTTrrrr1nrrn·rrryniTnn11nrnnr11rrrrrrrrrrrrrrrrnr1
0.00 20.00 40.00 80.00 80.00 100.00 120.00
o 20 40 80 80 100 120 140 Número de blocos simulando o setor semi-cilindrico
Número de blocos simulando o setor serni-cillndrico

(e) (d)

Figura 3 .18 : e) Gráfico do número de blocos simulando um setor semi-cilíndrico


versus o campo máximo no magneto

Figura 3 .18 : d) Gráfico do número de blocos simulando um setor semi-cilíndrico


versus o campo no ponto (0;0;2,75) cm
61

41.40
eoo.oo
.,
<
Tempo de processameri:o versus o numero
de blocos( menor ou lg..ial a 1000) que
41.:ZO eimulam o Hlor seml·clHnâioo. p,ra todol

--c .
os porioa e11k:ulac*>t
600.00 -

o ~
m 41.oo.
~
~
-e

t8.
Mapeamento de campo em lmção do número
de blocos no setor sem~clllndrico no ponto
(0;0;4.125). .
1
Q.
400.00 -

40.80
-8
.
E
o
40.60
t
1- 200.00

0.00 20.00 40.00 60.00 80.00 100.00 120.00 0.00 200,00 400.00 600.00 800.00 1000.00
Número de blocos simulando o setor semi-cillndrico Número de blocos no setor sem .. cilindrico

Fig. 3.18(e) Fig. 3.19

Figura 3.18 : e) Gráfico do número de blocos simulando um setor semi-cilíndrico


versus o campo no ponto (0;0;4, 125)

Figura 3. 19 : Gráfico do tempo de execução do programa PISTA versus o número de


blocos simulando um setor semi-cilíndrico , por ponto de cálculo ( curvas referentes aos
pontos de 3.18)

3.7) Aplicação do programa PISTA no estudo das características do magneto Pista:

3. 7. 1) Configuração de linhas de campo do magneto :

O magneto de geometria Pista de Corrida produz uma configuração de campo


magnético cuja intensidade é maior na direção perpendicular aos setores retos e aos setores
circulares , ou seja , de acordo com a Figura 3 .17, a direção Ox . Esta configuração de linhas
de campo toma o magneto Pista o de geometria mais adequada para aplicações que necessitem
de intenso campo transversal ao magneto .
Uma bobina· Pista de Corrida isolada apresenta uma configuração de linhas
equipotenciais conforme mostra a Figura 3.20.
Esta geometria apresenta também consideráveis vantagens quando os magnetos são
fabricados em sistemas magnéticos sob a forma de dipolos ; em muitas aplicações , só é
possível atingir a alta homogeneidade e intensidade de campo desejados através de dipolos .
Dentre essas vantagens , principalmente , podemos destacar as de apresentar linhas
equipotenciais induzidas perpendiculares às bobinas constituintes do dipolo e um intenso
campo magnético na região do "gap" ( Figura 3.21 ) .
Os dipolos formados de bobinas· Pista de Corrida são preferidos , porém , devido ao
seu maior campo dipolar e devido ao seu enrolamento mais compacto , o que facilita o
processo de sua fabricação , apesar de consumir uma quantidade· maior de supercondutores em
seu enrolamento , o que pode elevar um pouco os custos envolvidos .
62

_, .--------- -
\
1

1 ~/

'-----------------------------~

Figura 3 .20 Configuração 2D de linhas equipotenciais da secção transversal do


magneto Pista

0.00 3,83 7.67 11.60 15.JJ 19.17 ?J.00 26,BJ 30,67 J'\,60 39.JJ "12.17 ..b.00
'16.00 r-r-t r-r-r~r-r,--r-r-r---r--r-- 46.00

42, 17 -4'2. 17

38. JJ JS. JJ

31.60 - 34.60

30.67 30.67

26,83 26.8:3

2'3.00 za.ee

19.17 19, 17

,s.:n 15.33

11.50 , , .se

7,67 7,67

J.UJ J,BJ

0.00 _.l--L-'---L_.J __ 1 __ 1 __ 1 __ 1 __ J_ __1_1_1 __ J__.1__1_.• 1-_1 1-_1 __L_J_,_ 0,00


0.00 ,. AJ 1 .~1 11 .so ,r;. 1:1 19, 11 ?.:t. oo ;;,,i,, m '.IO, h7 14.r,o 1B. J1 "'· 17 116. oo·

Figura 3.21 : Configuração de equipotenciais da secção transversal de um dipolo


formado por magnetos Pista de Corrida

A forma dipolar de magnetos de aceleradores e do magneto do MHD acompanhando a


geometria do canal desses sistemas é necessária , tanto para as bobinas Pista como para as
63

bobinas Sela; .por ser a única forma de se obter a homogeneidade de campo exigida na região
do canal e de se obter a intensidade de campo magnético desejada no centro do canal em
ambos os casos , sem aumentar significativamente os custos . É necessário , portanto , calcular
o campo magnético gerado por esta geometria e analisar , quanto à intensidade , à
homogeneidade e outros parâmetros de projeto , a viabilidade de se utilizar ou não magnetos
Pista de Corrida em certas aplicações tecnológicas .

CORTE AA
z
A
L

A
o
E
o
.... ~L~J
1cm 1. 1 cm • ,

Figura 3.22: a} Dimensões do magneto Pista de Corrida utilizadas na análise do perfil


de campo ao longo de Ox , Oy e Oz

As Figuras 3 .22 indicam o perfil de campo ao longo dos 3 eixos do sistema de


referência do magneto ilustrado na Figura 3.22(a) , obtidos a partir do programa de cálculo
elaborado neste trabalho para tal finalidade , ou seja , . determinar o campo magnético gerado
pelo magneto Pista de Corrida em qualquer ponto especificado , seja fora ou no interior do
enrolamento ( programa PISTA ) . Os gráficos indicados foram determinados a partir do
magneto dado na Figura 3.22(a) , em que se pode observar que todos os parâmetros são
64

unitários , com exceção dos setores retos , que apresentam um comprimento dez vezes maior.
Assim , pode-se ter a compreensão não só do comportamento geral do perfil de campo ao
longo de Ox , Oy e Oz para um magneto Pista de Corrida , mas também uma noção
quantitativa de campo para o caso que mais ocorre na prática : magnetos Pista com grande
comprimento de setor reto . ·
Podemos perceber '< que o campo gerado pelo magneto Pista apresenta o
comportamento de uma gaussiana ao longo da direção Ox , sendo mais intenso no centro do
magneto e tendendo a zero à medida em que se mapeiam pontos mais distantes do mesmo. No
caso do mapeamento nas direções Oy · e Oz , pode-se notar que há um comportamento
semelhante : o perfil de campo apresenta uma certa homogeneidade ao ·redor do ponto central
do magneto , cresce lentamente nos pontos próximos desse centro e aumenta muito
acentuadamente à medida em que se aproxima do magneto , até atingir o seu valor máximo rio
início do enrolamento . Em seguida , o campo decresce linearmente , anula-se no interior do
enrolamento , muda de sentido até atingir a camada mais externa do enrolamento , a partir da
qual tende novamente a crescer , tendendo assintoticamente para zero , à medida em que se
mapeia pontos exteriores mais distantes do magneto .

~
: 1
1

6.0 · 6.0

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-10.0 -5.0 o.o 5.0 10.0 O.O 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0
Distancia ao longo do eixo Ox do magneto (cm) Distancia ao longo do eixo Oy do magneto (cm)

(b) (e)

Figura 3.22: b) Perfil de campo do magneto Pista da Figura 3.22(a), ao longo de Ox

Figura 3.22: e) Perfil de campo do magneto Pista da Figura 3.22(a), ao longo de Oy


65

20.0

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-10.0 mmrrrpirrrrrn-r1 1 111111, 111111 1 r'' I' tTTlTTTTpnnTTTTrnnmJ


o.o 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0
Distância ao longo do eixo Oz do magneto (cm)

Figura 3.22: d) Perfil de campo do magneto Pista da Figura 3.22(a), ao longo de Oz

No caso de uma configuração geométrica dipolar formada por magnetos tipo Pista de
Corrida é importante que se tenha uma compreensão do perfil de campo ao longo dos eixos do
"gap" ou do canal da aplicação em questão , principalmente para se poder analisar a
homogeneidade de campo nesta região . Estes comportamentos de campo ao longo dos três
eixos do canal encontram-se nas Figuras 3.23(a) a (c) . Ao longo de Oy, o campo comporta-se
como uma gaussiana e ao longo de Ox e Oz , ele apresenta dois pontos de máximo ( que
correspondem a pontos logo abaixo dos setores semi cilíndricos ao longo de Oz e os centros
das bobinas ao longo de Ox ) e uma certa homogeneidade entre os setores retos e os setores
semi-cilíndricos , decaindo à medida em que se mapeia pontos mais afastados do enrolamento .
Estas Figuras foram obtidas com base em um dipolo formado por bobinas Pista cujas
dimensões são dadas novamente pela Figura 3.22(a) e cujo entreferro vale g = 1 cm.
8.0 8.0

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1-rrr·rrrrmi-,-rrm-rr--ri
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Distância ao longo do eixo Ox no gap (cm)
(a)
4.0
o.o - rnrrrrnrrrnTT,·11TnrrnTrrrnTnTTTI,,Trrrrrrr1
0.00 1.00 2.00 3.00

(b)
4.00
Distância ao longo de Oy no gap (cm)
-----
5.00

Figura 3.23 : Perfil de campo de um dipolo de bobinas Pista da Figura 3.22(a) : a) ao


longo do eixo Ox e ; b) ao longo do eixo Oy do canal , entre as bobinas
66

12.0

8.0

?
Q.
aJ
'; 8
+'
""e
OI
4.0

~
8.
E
B
o.o

4.00 8.00 12.00 18.00


Distência ao longo de Oz no gap (cm)

Figura 3.23 : e) Perfil de campo do dipolo· da Figura 3.22 ao longo do eixo Oz do


canal, situado entre as bobinas ·

3.7.2) Homogeneidade de campo e razão de pico de campo para o magneto Pista de


Corrida:

O projeto de magnetos Pista supercondutores de alto campo exige cálculos detalhados


e um dimensionamento preciso de suas medidas , para que se obtenham magnetos bem
otimizados , com uma distribuição de campo magnético o mais uniforme possível . Para isto.,
devemos analisar os conceitos de homogeneidade de campo e de razão de pico .
A homogeneidade de campo gerado por um magnetoPista é dada por:

Hom(x y z)= .M3 = IB(x,y,z)-Bol


' ' Bo Bo (3.44)

onde B0 é o campo magnético de um ponto qualquer especificado ( em geral , o ponto médio


da distância entre as bobinas Pista de um dipolo ) e B(x,y,z) o campo em um ponto P
arbitrário situado a uma determinada distância do ponto central P0, no qual se deseja estipular
· o quanto a intensidade de campo aumentou ou diminuiu . Quanto menor for o valor numérico
de Hom, ou seja, quanto menor a diferença entre esses valores de campo em P e Po , melhor
será a homogeneidade .

A razão de pico de campo é definida por :

(3 .45)

onde B; é o campo magnético máximo no enrolamento e B0 o campo central do magneto .


Quanto maior o valor da razão de pico R , pior será o magneto projetado - conceito
obviamente oposto ao da homogeneidade Hom.
67

-ÓÓr.

O magneto pista simples mostrado na Figura 2.1 apresenta a desvantagem de que o


campo gerado é pouco homogêneo , ou seja , a bobina pista isolada apresenta uma alta razão
de pico de campo relativo R . Quando se deseja em uma aplicação campo uniforme , o ideal
seria que o magneto Pista produzisse uma distribuição de linhas de campo perfeitamente
=
uniforme , ou seja , B; B0 e , em conseqüência , R 1,0 . Entretanto , para este tipo de =
magneto pode-se chegar a atingir valores de R em torno de 1,5 a 5,0, o que pode inviabilizar o
seu funcionamento .

As Figuras 3.24 (a) a (c) indicam o comportamento das-curvas de homogeneidade ao


longo dos eixos do sistema de referência do magneto da Figura 3.22(a}·: Analisando a curva ao
longo de Ox , pode-se concluir se o · dimensionamento de>, magneto é adequado para as
aplicações que se deseje. Já a análise ao longo de Oy e Oz fornece informações a respeito da
taxa de crescimento do campo magnético à medida em que se aproxima do enrolamento e
indica se o campo magnético máximo gerado no enrolamento não supera o campo crítico do
condutor , ou seja , se a configuração de campo gerado possui um valor de razão de pico
próximo de 1 . As Figuras 3.24(d) a (f) indicam o comportamento das curvas de
homogeneidade ao longo dos eixos no centro do "gap" do dipolo.

1.00 2.00 ·

0.80 1.50 -

.,
'O
1.00 ·

'ii"'
.
-o
e
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o 0.50 -
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0.00

0.00 -/-rrn""T,,CTT"rr,-,-,1 c.-·r1rn-rrrr 1


1~, ~, ,. , ,..,.,, ·*"'· 1 1 1 1 1 i 1 1 · -0.50 TTITTI 1 1 I'1 1 1 1 1 1 1 1 I'1 1 1 1 1 TffJTITTTTTTTf'TTTTTTTTJ

-10.00 -5.00 0.00 5.00 10.00 0.00 1.00. 2.00 3.00 4.00 5.00
Distancia ao longo de Ox ( cm ) Distanéia ao longo de Oy ( cm )

(a) (b)

Figura 3.24: a) Curva de homogeneidade de campo ao longo do eixo Ox do magneto

b) Curva de homogeneidade de campo ao longo do eixo Oy do magneto


68

2.00 0.80

1.00 0.60 ·

,,., ."'
1.
'O
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O.DO· .. --~itl ~ 0.40 ..
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·2.00 - 1T1TTTTTT"fTTTTTT'ITrfTTTTõT,rTTrTTr1Tn·11 anrnrnF' 'Tf'ncnrn1
O.DO 4.00 8 . 00 12.00 16.00 -4.00 ·2.00 0.00 2.00 4.00
Distancia ao longo de Oz ( cm ) Distância ao longo de Óx no gap ( cm )

(e) (d)

e) Curva de homogeneidade de campo ao longo do eixo Oz do magneto

d) Curva de homogeneidade de campo ao longo do eixo Ox no centro do "gap" do


dipolo

1.00 1.00

0.80

0.50

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0.00 1.00 2.00 3. 00 4 . 00 5.00 0.00 4.00 8.00 12.00 16 . 00
Distancia ao longo de Oy no gap ( cm ) Distancia ao longo de Oz no gap ( cm )
(e) (f)

e) Curva de homogeneidade de campo ao longo do eixo Oy no centro do "gap" do


dipolo

f) Curva de homogeneidade de campo ao longo do eixo Oz no centro do "gap" do


dipolo
69

3.7.3) Campo máximo gerado no enrolamento:

No projeto de magnetos Pista supercondutores de alto campo ( de 5 a 6 Teslas ) , o


campo máximo gerado no enrolamento do magneto freqüentemente supera o campo crítico do
condutor de NbTi empregado , em geral quando temos restrições na variação de alguns de
seus parâmetros , ou seja. , quando há menos graus de liberdade no dimensionamento do
magneto.
O valor do campo máximo no enrolamento é , portanto , uma propriedade restritiva nos
projetos de magnetos supercondutores de NbTi de campo intenso , principalmente para a
geometria Pista de Corrida , devido aos seus altos valores da razão de pico R nos casos em
que se deseja obter valores de campo central em torno de 5 T ou mais .
Podemos constatar o quanto esse fator limitante pode predominar no dimensionamento
e no valor da corrente operacional do projeto de um magneto de geometria Pista , analisando a
curva de carga do· magneto na Figura 3 .25 . Pode-se perceber que , para se atingir um
determinado campo magnético. ,._necessita-se de uma corrente /0 . Entretanto, como a linha de
carga do campo máximo para esta corrente supera a corrente crítica do condutor empregado
no magneto, deve-se adotar uma corrente operacional menor 1' no projetoda bobina - o que
não é conveniente , porque o campo central útil não poderá ser atingido - ou então voltar a
redimensionar o magneto , possivelmente empregando núcleos ferromagnéticos associados .

Convém destacar neste processo que para magnetos de alto campo tem-se que
estabelecer uma margem de segurança da corrente crítica , para garantir maior estabilidade
criogênica no projeto do magneto. Geralmente, adota-se como corrente operacional 75 % da
máxima corrente que o condutor suporta .

I (A)
e
CURVA DE CORRENTE CRÍTICA

CURVAS DE CARGA

B(T)

Figura 3 .25 : Curva de carga do magneto Pista

De acordo com os parâmetros da Figura 3. l 7 , o perfil de campo magnético das


Figuras 3.22(b), (e) e (d) e argumentos de simetria, podemos constatar que o provável ponto
de campo magnético máximo no enrolamento corresponde ao da entrada do setor semi-circular
ou semi-cilíndrico na direção Oz , em seu plano médio ·. Matematicamente , o campo
magnético máximo ocorre na intersecção dos planos x = O , y = O e z = b + d , em relação ao
2
sistema de coordenadas do magneto , onde b é a espessura de enrolamento e d a distância entre
os setores retos .
70

Entretanto , convém adiantar um aspecto muito importante relacionado ao projeto de


magnetos supercondutores tipo Pista . O campo máximo no enrolamento pode ser deslocado
do ponto na entrada do setor semi-cilíndrico para a extremidade do setor reto , em seu plano
d e
médio , ou seja , para o ponto em que se tem x = O , y = - e z = - , on e c e o
d ,
, 2 2
comprimento dos setores retos . De todos os estudos deste magneto realizados com os
programas disponíveis , pôde-se obter como conclusão que esta característica ocorre quando
há um seccionamento dos setores semi-cilíndricos do magneto nos casos em que se tem um
enrolamento bem espesso . Conforme veremos , a técnica de, seccionamento serve para reduzir
o campo máximo na entrada do. setor semi-cilíndrico , mas não serve para reduzir o campo
máximo no setor reto , o que só pode ser feito com um dimensionamento adequado das
dimensões da secção transversal do magneto .

Do exposto , concluímos que é extremamente· importante que se avalie o


comportamento do campo máximo no enrolamento do magneto Pista . Especificamente ,
devemos determinar bem como comparar os valores de campo gerados nos pontos críticos nos
setores semi-cilíndricos e retos , em função do comprimento dos setores retos e da distância
interna entre os setores retos do magneto . Essas curvas podem ser analisadas nas Figuras
3.26(a) a (g) ; as quatro primeiras correspondem a mapeamentos nos pontos de campo
máximo para a bobina da Figura.3.22 e as quatro subseqüentes correspondem a mapeamentos
para uma bobina com dimensões de secção transversal 8x4 cm' . Podemos notar que o
comportamento do campo nestes pontos é praticamente o mesmo com a variação do
comprimento do setor reto , sendo o valor de sua intensidade apenas deslocado para valores
diferentes de d ; além disso , concluímos que o campo nestes pontos diminui à medida em que
se aumenta a distância d , porém sempre o campo máximo no setor semi-cilíndrico supera o
do setor reto .
Um fenômeno diferente ocorre , porém , quando plotamos as curvas de campo nos
pontos críticos para a mesma bobina com espessura de enrolamento b = 4 cm , mas que
apresente seccionamento no enrolamento em seus setores semi-cilíndricos ( que detalharemos
logo a seguir), como podemos verificar na Figura 3.27 . Essa Figura nos indica que para um
magneto Pista espesso que apresente seccionamento a intensidade de campo máximo no setor
reto sempre é maior que a intensidade no setor semi-cilíndrico , ao contrário do que obtivemos
nos casos anteriores . Fisicamente , isto pode ser explicado com base no fato de que , como
veremos , o seccionamento do setor semi-cilíndrico alivia a intensidade de campo apenas
nesses setores e não nos setores retos . Como para magnetos Pista com significativa espessura
de enrolamento e de alto campo , tanto o campo máximo no setor semi-cilíndrico como o
máximo no setor reto podem superar o campo critico do NbTi , concluímos que , com o
seccionamento , o campo máximo no setor semi-cilíndrico pode ser reduzido a um valor abaixo
do campo critico , mas o mesmo não ocorre no setor reto , ou seja , o campo máximo nesse
setor permanece acima do crítico ; deste modo , só poderemos resolver esse problema ou com
um condutor mais eficiente do ponto de vista da curva de campo versus corrente crítica ou
redimensionando o magneto , reduzindo-se sua espessura b e compensando-se a redução de
campo central nas demais dimensões .

Na Figura 3.27 , temos o comportamento do campo nos pontos de rnaximo dos


setores, em função da espessura do seccionamento interno no magneto com b = 4 cm .
Tomando-se quaisquer destes valores , sempre o campo máximo no setor reto supera o do
setor semi-cilíndrico .

i
71

18.00

--*- Campo no palio altlco do seta seml-clllndico


"'--*-...,. Campo no palio critico do setor seITT-clUnãico
16.00
·-9- Campo no pa,to altico do seta reto
16.00 -9- Campo no pa,to e-eec do setor reto

-c
~ 14.00 · e, H.00
Q.
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"'"'e:
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12.00 · ~ 12.00
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6.00 -
0.00 5.00
~~

10.00
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íTTTTTTTTT1TTTTTrrrrrrn·rrn-.-l'rTnrn,TTTTrrrrrr1
15.00 .20.00 25.00
8.00

6.00 "7·
0.00
-r- 1 -r'-t+r-t-rr- r-r- r--,--rr1r·r1-rrr·rT
5.00 10.00 15.00
I T 1 1 1 11-r,

Distância interna entre os setores retos (cm) Distância interna entre os setores retos ( cm )

(a) (b)

Figura 3.26 : a) Comportamento do campo maximo no setor reto e no setor semi-


cilíndrico em função da distância d , para e = 1 O cm e b = I cm

Figura 3 .26 : b) Comportamento do campo máximo no setor reto e no setor serm-


cilíndrico em função da distância d , para e = 15 cm e b = 1 cm

18.00 · 120.00 ••

· -* · ·
-e-
Campo no ponto critico do setor seml-cillndrico
-*-
~-
(O:O:O)

\~
16.00 Campo no ponto crttlco do setor reto
100.00 .. (O:O:(c+dV2)

··B-- (0:d/2:0)

< · ·EJ- (O;d/2:c/2)


C)

a) 80.00

~. .,
[
12.00
-,: "-
80.00 ·
8. -~ <, "", ~'
'~ -". B..., ~-............
~
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8.00
40.00 •
""-~
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---o------~ . .__""'*
8.00 - TTrm.-rrp-rn·rn-rrrn··r1Tr'rrrr11Tn"T·-rn1 20.00 - _·r-rrr1TTTTTTT1TrTTTTfrlTrrrTTrf1TnTTTTT"fTTilTnn1
0.00 4.00 8.00 12.00 16.00 0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00
Distância interna entre os setores retos (cm) Distância interna entre os setores retos (cm)

(e) (d}

Figura 3.26 : e) Comportamento do campo rnaximo no setor reto e no setor semi-


cilíndrico em função da distância d , para e = 25 cm e b = 1 cm

Figura 3 .26 : d) Comportamento do campo magnético máximo no setor reto e no setor


semi-cilíndricoem função da distância d , para e = 1 O cm e b = 4 cm
72

\=~-
120.00 - -*-· (O;O:O)
-)!E-
-G-
!0.0.0J
10.0.lc•dlf2)
-- G···· (O:O:(c+d)/2)
-EJ··· 10.on .OJ
8- (O:d/2;0)
100.00
100.00 ro ~.,.,,

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CD
CD

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40.00 ·

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20.00 _.: ,·TTTrrr1-r1-r·rrTTrrn-1Trr·r·rrr-rr·r:rrrrr~ 0.00 ·- ·1n1TflTIT'TfflTITlfTITI rnlTfllTrtTílTJTITTTnrrpTTlTITT'l

0.00 5.00 10 00 15.00 20.00 0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00 30.00
Distância interna entre os setores retos ( cm ) Di~tància interna _entre os setores reios (cm)

(e) (f)

Figura 3.26 : e) Comportamento do campo maximo no setor reto e no setor semi-


cilíndrico em função da distância d, para e = 15 cm e b = 4 cm

Figura 3.26 : t) Comportamento do campo máximo no setor reto e no setor semi-


. cilíndrico em função da distância d, para e = 20 cm e b = 4 cm

120.00 ·

100.00 •
-·*- (O;O;O)
···-<2>-· (O;O;(c+d)/2)

··O·· (O;d/2;0)

!! 80.00 ·-EJ· (O;d/2;cl2)


2-
CD
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..,,""oe 60.00
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o.
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40.00 ·

20.00 ·

0.00 - TTTTTrTTrnTTTITITfTTTrrTTT11TITITT1TTf""TTT<TTTTl
0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00
Distância interna entre os setores retos (cm)

Figura 3.26 : g) Comportamento do campo maximo no setor reto e no setor semi-


cilíndrico em função da distância d, para e = 25 cm e b = 4 cm
73

0 : Ponto critico no setor sernl-e citindrico /·.


0 : Ponto critico no setor reto
76.00

/
-c 72.00
<,

'-'

/
00 .
o
u
~~
e 64.00
""oE .
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~

52 .. 00 - TnnTn-rrnTTT1n-rpn,TnT11 íTTTTTITITflll rm TFITTTl"ITTJTHlTlTTTl


QM 1M ,w ,m 2M ~o ,~ •M
Espessu, o do seccionamento interno ( cm )

Figura 3.27 : Comportamento do campo máximo nos setores retos e semi-cilíndricos


para o magneto PC seccionado com espessura b = 4 cm, em função da espessura do
seccionamento interno

Conhecidos os prováveis pontos críticos do magneto Pista. , devemos em seguida


adotar métodos que permitam reduzir o campo máximo no seu enrolamento . Para se
solucionar tal problema , há dois métodos tecnicamente possíveis :

I) Seccionamento dos setores circulares :

Para solucionar o problema do campo máximo no enrolamento superar o campo crítico


dos cabos de NbTi , pode-se utilizar o método ou recurso técnico que consiste no
seccionamento dos setores semi-cilíndricos do magneto , como indica a Figura 3 .28(b) .
Basicamente , esta técnica experimental consiste no enrolamento da parte mais interna do
magneto ( seccionamento interno ) e na introdução de um calço de fibra de vidro com
diâmetros interno e externo iguais ao diâmetro externo do seccionamento interno e ao
diâmetro interno do· seccionamento externo dos setores semi-cilíndricos do magneto ,
respectivamente ; em seguida , deve-se executar o enrolamento do seccionamento externo do
magneto . Esse procedimento deve ser repetido , caso o magneto apresente mais do que dois
seccionamentos .
Os cálculos de campo magnético nesses casos · devem ser realizados simulando-se a
contribuição de campo de cada um dos seccionamentos que compõem o magneto como se
fossem bobinas . independentes . Assim , o campo magnético total gerado pelo magneto
seccionado é dado pela soma vetorial das contribuições de campo de cada um dos seus
respectivos seccionamentos. Os resultados de tal cálculo podem ser analisados na Figura 3.29,
que corresponde ao perfil de campo ao longo da direção Oz nos casos de uma bobina com as
dimensões dadas na Figura 3.22 com e sem seccionamento e de uma bobina modelo , parte
experimental deste trabalho . Pode-se perceber que há uma redução considerável no campo
magnético gerado no enrolamento no caso do magneto da Figura 3 .22 , o que pode ser obtido
sempre que se otimizar o seccionamento de um dado magneto . Já no segundo caso, há uma
redução de Bmax , porém não tão significativa . O processo de otimização consiste em variar áSI
dimensões b, das espessuras de enrolamento de cada um dos seccionamentos , até que se atinj~
um projeto ótimo . ·
74

Esta técnica de seccionamento pode levar a reduções de até 30 % no campo máximo


gerado no magneto sem seccionamento , sem provocar grandes variações no campo gerado no
.centro do magneto ou do "gap" entre as bobinas de um dipolo . Tal efeito pode ser obtido
mantendo-se as mesmas dimensões de secção transversal do magneto Pista , sem alongar
demais os setores retos do Seccionamento externo e mantendo-se o mesmo comprimento de
setor reto do magneto sem seccionamento para o seccionamento interno .
Entretanto , embora Bmax seja sensivelmente· reduzido com o seccionamento do
enrolamento , esta técnica pode provocar u· deslocamento do ponto de máximo da entrada do
setor circular do primeiro seccionamento para a entrada do segundo" enrolamento ou dos
demais seccionamentos . Além disso , pode ocorrer também o deslocamento de Bmax para a
saída dos setores circulares dos seccionamentos . '
É estritamente necessário , portanto , que se analise o grau de influência de se
introduzir dois ou mais seccionamentos no magneto , bem como quais devem ser as espessuras
de enrolamento de cada um, de modo a provocar efetivamente a redução de Bmax a valores
abaixo de Bcr1, no ponto crítico inicial , bem como em todos os demais pontos potencialmente
críticos , ou seja , nos pontos críticos dos setores semi-cilíndricos dos seccionamentos mais
externos e nos pontos das extremidades dos setores retos , em seus planos médios . Os· pontos
críticos nos setores retos , conforme vimos , surgem nos casos em que o seccionamento reduz
o campo máximo nos setores semi-cilíndricos em magnetos com significativa espessura de
enrolamento , o que faz o campo gerado nestes pontos superar o campo gerado nos setores
semi-cilíndricos . Em outras palavras , devemos sempre analisar os pontos de coordenadas :

1. Entradas dos setores semi-cilíndricos :

P.(ooc,+d,)
e ' ' 2 (3.46)

2. Saída dos setores semi-cilíndricos :

(3.47)

3. Extremidade interna dos setores retos :

P.
R
(o d,2 '2e,)
' (3.48)

onde i corresponde ao número do seccionamento.

É interessante observar também que o seccionamento não provoca uma alteração


significativa no comprimento útil do magneto Pista de Corrida ao longo do eixo Oz do canal ,
mantendo assim as mesmas características flsicas de intensidade e homogeneidade para efeito
de algumas aplicações tecnológicas , conforme podemos perceber nas curvas da Figura
3.29(c), obtidas a partir do magneto da Figura 3.22 .:
75

CD

.e m

CORTE AA
CORTE BB

Figura 3.28 : a) Exemplo de um magneto Pista de Corrida sem o recurso de


seccionamento ( Vista de planta )

Figura 3.28 : b) Exemplo do'rnesmo magneto Pista da Figura 3.28(a) com o recurso de
seccionamento ( Vista de planta )
20.0 300.0
Magneto sem seccionamento
~ Perfil de campo do magneto sem seccionamento ao longo de Oz
Magneto seccionado com R=3/7
Magneto seccionado com R= 1/4
-8- Perfil de campo do magneto com seccionamento ao longo de Oz
15.0
200.0
R..Razão entre espessuras
~
Q. ~
ai 10.0 - ai
.S 8

li 5.0
""~
l
8.
100.0

E
a o.o a a a a a
o.o

·5.0 . .: ·n-rrrr1··r, 1·rTTTTTTrr1-rrtTTT·n·Trrrr1-r1·1·r·ri ·100.0 ·- TrnrnrrrrrrrnmTnTmTrrrnTITTnTrrrrrmTTl


o.o 4.0 e.o 12.0 rs.o o.o 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0
Distancia ao longo de Oz (cm) Distância ao longo de Oz (cm)
(a) (b)

Figura 3.29 : a) Comparação entre o perfil de campo na direção Oz do magneto Pista


de Corrida da Figura 3.22 com e sem seccionamento
Figura 3.29 : b) Comparação entre o perfil de campo na direção Oz do magneto Pista
de Corrida modelo analisado no Capítulo V com e sem seccionamento
76

12.00

----*-· Perfil de campo da bobina sem secciooamenlo

-·0 -~ Perfil de campo da bobina com sececoamente


8.00 ...
<(

o
CD

1O>
4.00 -

"'E
8.
aE 0.00 ·

0.00 4.00 8.00 12.00 , 16.00


Distância ao longo de Oz no gap ( cm )

Figura 3.29: e) Perfil de campo da bobina Pista de 3.22 com e sem seccionamento

O comportamento do .. campo magnético máximo com relação às espessuras de


enrolamento _de dois seccionamentos , 'mantendo-se as mesmas dimensões da secção
transversal do enrolamento global , é dado nas Figuras 3.30(a) e (b) para o magneto dado na
Figura 3.22(a). O comportamento do campo magnético no centro do magneto e no centro do
"gap" de um dipolo devido a uma só de suas bobinas pode ser analisado nas curvas das Figuras
3. 31 (a) e (b) . A partir dessas Figuras , que plotam curvas de campo máximo contra a
espessura do seccionamento interno· e do seccionamento externo , respectivamente , concluiu-
se que a melhor configuração de seccionamento é aquela em que se tem uma dimensão maior
.para o seccionamento externo e menor para o interno. A partir das Figuras 3.31 (a) e (b}, que
plotam as curvas de campo central do magneto e do "gap" contra as dimensões das espessuras·
dos seccionamentos interno e externo, respectivamente , concluiu-se que não há alterações
significativas no valor de B0 com o procedimento de seccionar o magneto , desde que sejam
mantidas as mesmas dimensões de secção transversal . No processo de seccionamento dos
setores semi-cilíndricos do magneto Pista , tem-se um grau de liberdade para cada um dos
comprimentos de setor reto . Pôde-se concluir , a partir dos cálculos realizados , que há
comprimentos otimizados de setor reto , ou seja , há dimensões destes parâmetros que
implicam em um menor campo máximo no enrolamento. As Figuras 3.32(a) a (h) indicam os
gráficos do comportamento de 'campo , em importantes pontos de cálculo , em função do
comprimento do setor reto dos seccionamentos interno b, e externo b2 , respectivamente . As .
dimensões das espessuras de enrolamento estão na razão que apresentou menor valor de
campo máximo nas simulações das Figuras 3.30(a) e (b) , o que corresponde a. l : 4 ( razão
entre as dimensões das espessuras dos seccionamentos interno e externo , respectivamente ) .
77

-B- Po,to (0;0;5,5) c.d,b : Medidas do seccionamento Interno


--+- Ponto(0;0;5,5) -A-- Po,to (O;O;(C.0)2) . C,O,B: Medidas do seccionamento metemo
~
-B--
Ponto (O;O;(c+d+2b)J2) c,b e d .. : Secdonamen!oInterno
Ponto (O;O;(C+0)'2) C,B e D.: Secclonamen!oexterno
--a- Ponto (O;O;(c+d+2b~/

-'s7- Ponto (0:0:(C.0+28)12)


-·B - Ponto(O;O;(C+D+26)'2) --)K Pon1o (O;d/2:c:12)
-A-· Ponto (O;d/2;c/2)
15.00 15.00

-
10.0G 10.00

? <
!2. ~
Cll
Cll
8
:ij ~. .,
.
e 5.00 5.00

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0.00 -

n-rrr-rm TTTr,·r,m--rTTTT"J -5.00 - rrr-1-rrrr í""I' ,-.--ri-,.-,--r,i--1-,---,---r-y,,-.-ri


0.20 o.so o.40 o.so o.eo 0.10 o.ao o.oo 0.20 o.30 o.40 o.so o.eo 0.10 oao o.oo
Medida da espessura do seccionamento interno (cm) Medida da espessura do seccionamento externo ( cm )

(a) (b)

Figura 3.30: a) Curva bmt (cm) x Bmax ( G IA)


Figura 3.30: b) Curvas bex, (cm) x B,,,ax ( G /A)

--e-- Cempo prNO no ponlo {O:O;O)

1.00 7.00 ---+--- Cempo g•™'<> no ponlo (t:O:O)

~- C•mpo gtr•do no ronto {O.O.O)


-e-- Campo gflrBdo no prmto ( 1.0.:0)

6.00 6.00

!D 5.00

.B
~e,
ê 4.00 -·

~
8
3.00 - 3.00

2.00 -- Ti···,-.,--, T"··rrrr,,,·-,-,,--1-,.-,·.---r,-r-rT·r1 TT 1-,- rrn -r·1--r1·rrrr1--rrrr-r1-rr1,-1'1·,-1-rri


0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 o. 70 0.80 0.90 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70 0.80 0.90
Medida da espe_ssura do seccionàmento inferno (crri) Medida da espessura do seccionamento externo ( cm)

(a) (b)

Figura 3.31 : a) Curvas de espessura de enrolamento interno versus campo central no


magneto e no "gap" de um dipolo devido a uma só bobina:
h;01 ( cm ) x B0 ( G I A ) I bmt ( cm } x e, ( G I A )
Figura 3.31 : b) Curvas de espessura de enrolamento externo versus campo central no
magneto e no "gap" de um dipolo, devido a uma só bobina:
bext ( cm ) X B0 ( G I A ) I bext ( cm ) X GI A) s, (
78

3.16 -
6.70
Comportamento do campo magnêtico
gerado no ponto central (1 :O;O)
Comportamento do campo gerado
6.60 no ponta erllico:(O;d'2;o'2)

3.15

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1:2. ~
ID ID

.,,8 ,,8
·li)
6.40

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"'g g"' 8.30
8. 8.
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3.13

8.10

3.12 ·-- Trnnm1nnnntJT'lTrll!TlllITTTTIT'TfITTITrll'I"!"!" 11 llfTTnT'l 8.00 -- TTY-nTTll flrTHrlfl11"1:1 TTTTf'llfrfTrllTrnlTnfl rprnnn·1prn I nn1
4.oo 5.00 e.oo 1.00 aoo 9.oo 10.00 11.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00 10.00 11.00
Comprimento do setor reto (cm) Comprimento do setor reto (cm)

(a) (b)

Figura 3.32 : Comportamento do campo magnético gerado pelo magneto Pista


seccionado: (a) no ponto central do "gap" e (b) no ponto crítico do setor reto, em função do
comprimento do setor reto interno c1

8.80
comportamento do campo magnéUco 11.44 Compatamento
do campoma~tico gerado
gerado no ponto critico: (O;O;(c+d)/2) no ponto altico (O:O:(C+D)/2)

8.40

11.40

-
<
(!)

m
8
~ 11.36 -
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E
7.60 8.
~ 11.32

7.20 TFTTTTTT1TfTTTITTTITjTITITnTilnn1TTTTJTTITITTITfn1TmT'l
4.00 5.00 6.00 '1.00 8.00 9.00 10.00 11.00
Comprimento do setor reto (cm)
11.28 - rrrrrmirrrmrlTTfTITITTílT'J" TmTI11jTTTTíl1TTfnlTITTff[l1'11TITrll
4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00 10.00 11.00
Comprimento do setor reto ( cm )

(e) (d)

Figura 3.32 : . Comportamento do campo magnético gerado pelo magneto Pista


seccionado : (e) no ponto crítico do setor semi-cilíndrico interno e (d) no ponto crítico do
setor semi-cilíndrico externo , em função do comprimento do setor reto c1 .
79

3.12 6.40

Comportamento do campo rragnético C~amento do campo mag,ético gerado


3.11 no pa,to crlllco (O,d/2,c/2)
no ponto central (1,0,0)

-~
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e)
3.10 '.'.:
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12.00 14 00 16.00 18 00 20.00 22.00 12.00 14.00 18.00 16 00 20.00 22 00
Comprimento do setor reto ( cm ) Comprimento do setor reto ( cm )

(e) (()

Figura 3.32 : Comportamento do campo magnético gerado pelo magneto Pista


seccionado : (e) no ponto central do "gap" e (f) noponto critico do setor reto , em função do
comprimento do setor reto externo c2
8.20
Comportamento do campo magnético no
Comportamento do campo magnético gemdo ponto crlllco (O;O;(C+D)/2)
no ponto c~ijco (O;O;( c+d)/2)

8.00

-
e(

e)
7.80
-
<
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11.39
§
!O)
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IU 11.38
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12.00 14.00 16.00 18.00 20.00 22.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00 22.00
Comprimento do setor reto (cm) Comprimento do setor reto ( cm )

(g) (h)

Figura 3.32 : Comportamento do campo magnético gerado pelo magneto Pista


seccionado : (g) no ponto critico do setor semi-cilíndrico interno e (h) no ponto crítico do
setor semi-cilíndrico externo em função do comprimento do setor reto c2

O comportamento do campo em magnetos espessos com a variação do comprimento


do setor reto externo é demonstrado nas Figuras 3.33(a) a (e) . Não há significativas
modificações na intensidade de campo no centro do "gap'' para g = 10 cm, conforme podemos
perceber : para o comprimento do setor reto externo variando de 120 cm a 200 cm , o campo
magnético central varia de 10,9 G / A a 10,8 G /A, o que corresponde a uma variação de
80

aproximadamente 0,93 % . As maiores variações ocorrem nos pontos de campo magnético


máximo no enrolamento , embora estas variações estejam em torno de 1 O % .
Conforme podemos novamente notar , o campo magnético para um magneto espesso é
maior no ponto crítico do setor reto ; neste ponto , o campo varia de 36,8 G / A até cerca de
3 8 G / A , para uma variação do comprimento do setor reto externo de 120 cm até 200 cm , ao
passo que a variação no ponto crítico do setor semi-cilíndrico interno é de 30 G / A até cerca
de 31,5 G / A , para os mesmos valores de e . Caso o magneto não fosse seccionado ,
ocorreria o inverso : o campo máximo seria menor no setor reto .
37.80
3200
Comportamentodo campo magnHco
gerado no campo cntico: (O;d/2;c/2) Comportamento ilo campo magnético
37.60 gerado no campo critico: (O;O;{c+d)l2)

31.50

~ é('
(D

8
37.40 •.
i1
(D 31.00
-~
8
[ ~

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37.20
30.50
8.
37.00
~
30.00

36.80 TITTTITTl~lTrlTrn,n,·rn-rrrrrrrfTT'lTTT1TJ
120.00 140.00 160.00 180.00 200.00 220.00
Comprimento do setor reto (cm)
120.00 140.00 160.00 180.00 200.00 220.00
Comprimento do setor reto (cm)
(a) (b)

Figura 3.33 : Comportamento do campo no ponto crítico : (a) do setor reto e (b) do
setor semi-cilíndrico de um magneto PC seccionado e espesso ( b = 4 cm ) , em função do
comprimento do setor reto externo c2

10.94

10.92
Comportamento do campo magnéUco
gerado no ponto central: (9;0;0)

<t"
i:2. 10.90
Ili

i 10.66

l
! 10.66

10.82 ....:: Tr1Tn"TTrr1·n·TTlTrTrn-rrrrrTrr·1·T1-,-,.,-n·r1 .. 1TfiTTTrJ


120.00 140.00 160.00 180.00 200.00 220.00
Comprimento do setor reto {cm)

Figura 3.33 : e) Comportamento do campo de um magneto Pista de Corrida seccionado


e espesso ( b = 4 cm ) no ponto central do "gap" ou canal , em função do comprimento do
setor reto externo c2
81

II) Introdução de um núcleo de aço magnético ao magneto:

A introdução de um núcleo de material ferromagnético não só aumenta o campo


magnético na região central de um dipolo , como também é responsável pela redução dos
valores de campo que superam o campo crítico do condutor , em virtude da redução que se
pode fazer no valor da corrente operacional do magneto .
Tomemos como exemplo o caso das Figuras 3.34 (a) e (b) , que nos indicam o
mapeamento de campo ao longo .do centro do dipolo de 5,0 Teslas e o mapeamento de linhas
equipotenciais no plano central do mesmo . Na Figura 3.34 (a), temos o esquema do dipolo e
do núcleo correspondente em um quadrante , bem como a configuração de linhas
equipotenciais geradas, e na Figura 3.34 (b) temos o perfil de campo no centro do "gap" para
o caso em que se tem apenas as bobinas e o caso com bobinas e núcleo . Para o caso em que se
tem somente bobinas , atinge-se 5,0 T no centro do canal , mas o campo máximo no
enrolamento pode superar o campo crítico do NbTi para a corrente operacional do magneto .
Com a redução da corrente operacional devido à introdução do núcleo , a contribuição de
campo devido aos elementos de corrente diminui no centro do canal e no enrolamento , mas
atinge-se os mesmos 5 T devido à contribuição de campo do elemento magnético . O núcleo
contribui também. para um aumento do campo magnético gerado no enrolamento do magneto ;
· contudo , neste 2° caso , como a corrente operacional é menor , o condutor pode suportar um
campo magnético crítico maior , o que viabiliza o sistema . Mas , quando não se deseja
empregar um núcleo magnético ou ele não é suficiente porque o máximo é muito intenso ,
deve-se· ou executar a otimização do magneto , utilizando a técnica experimental de
seccionamento do Pista ou aplicar esta· técnica em combinação simultânea à introdução do
núcleo . Há muitas vantagens em se introduzir núcleos magnéticos em um magneto , conforme
analisamos no Capítulo II . Aliado ao emprego do núcleo , pode-se também introduzir no
sistema uma blindagem magnética . A blindagem pode também reforçar o campo central, o que
contribui para uma pequena redução da corrente operacional e conseqüente aumento do
campo critico do condutor .

22,92

20.BJ 20 .• 83

is. 7S ~· 18. 76

1f.'I. 67 - 16.67

14.68 14.58

12.60

, 10.4:?. 10.42

8. 33

6.-:26 o.25

•1. 17

- 2.0A

Figura 3.34: a) Configuração de equipotenciais de um magneto PC de 5 T com "yoke"


( Programa TRIM )
82

5.00 -

-*- Magneto sem núcleo

-8- Magneto com núcleo


4.00

~
(lJ

8
tie:
e,
"'E
8. 2.00
E
8
1.00

~
0.00 --- -r·r-r,·- r-1-,-,--,---,,-1·-,-,-,---r.--1-r-..--r-r·1
0.00 4.00 6.00 12.00 18.00
Posição ao longo de Oy ( cm )

Figura 3 .34 : b) Perfil de campo em Ox para o magneto PC de 5,0 T com e sem "yoke"
( Mapeamento do programa de cálculo magnetostático TRIM )

3.8) Cálculo e dimensionamento de magnetos Pista:

O projeto de magnetos de geometria Pista de Corrida exige que se execute


primeiramente o programa PISTA para se atingir um valor pré-especificado de campo
magnético central B0 , ajustando-se iterativamente os valores de corrente operacional no
magneto . Em muitos projetos de inagnetos Pista de Corrida , algumas dimensões já são ou
devem ser especificadas, como o "gàp" entre as bobinas de um dipolo formado por magnetos
Pista de Corrida ( que corresponde à região do canal em que passa um feixe de elétrons , no
caso do Wiggler , ou à região em que passa o plasma , no caso do MHD ) , a distância entre os
setores retos do magneto , os valores das dimensões de sua secção transversal ou o valor do
comprimento do setor reto . Nestes casos de dimensionamento , os valores desses parâmetros
devem ser mantidos constantes no cálculo e somente as demais dimensões devem ser iterativa
e gradualmente modificadas .
O processo de dimensionamento de um magneto Pista se encontra esquematizado na
Figura 3.35 . Este esquema, basicamente, indica o procedimento iterativo de determinação de
um valor desejado de campo central B0 , fixando-se pelo menos um dos valores e variando-se
cada um dos demais parâmetros do magneto seqüencialmente . Desta forma , nesta sistemática
de cálculo , são obtidas diversas configurações possíveis para cada valor especificado de
corrente operacional .
O esquema da Figura 3.35 , ou seja , a sistemática de dimensionamento do magneto
. Pista de Corrida , corresponde ao primeiro passo no projeto completo desse tipo de magneto.
É interessante ressaltar que o esquema indicado é muito útil para projetistas iniciantes
ou para quem necessita de uma comprovação minuciosa sobre quais as geometrias mais
adequadas para um· projeto específico . Entretanto , para projetistas com maior conhecimento
das características do magneto Pista , basta executar apenas alguns desses passos , dentro de
um intervalo restrito de valores , para dimensionar o magneto PC .
Com base nesse esquema e em execuções do programa PISTA , foram obtidos os
gráficos das Figuras 3.36 a 3.39. Esses gráficos indicam o comportamento de campo ao longo
dos três eixos do magneto e ao longo dos três eixos de interesse na região do canal em um
dipolo , obtidos para magnetos tipo Pista de Corrida com as dimensões da altura de
enrolamento variando de 1 cm a 1 O cm , as dimensões da espessura de. enrolamento de 1 cm a
83

5 cm , as dimensões do comprimento do· setor reto do caso limite irreal de 1 cm até dimensões
muito maiores que as de sua secção transversal como 25 cm e 50 cm , e as dimensões das
distâncias entre os setores retos de 1 cm a 1 O cm . Para cada uma destas configurações de
magnetos Pista de Corrida , foram obtidos todos os gráficos que descrevem o comportamento
do perfil de campo ao longo dos eixos do "gap" do dipolo correspondente.

ENTRADADOS PARÂMETROS:
A, B, C,DIST

NB=l

FIXAR B, C, DIST
VARIAR O VALOR DE A

V A, VERIFICAR SEB1 = Bc
s
N

FIXAR A, C, DIST
VARIARB

V B, VERIFICAR SE Bi = Bc
s FIM
®
FIXAR A, B, DIST
VARIARC

s
V C, VERIFICAR SE Bi = Bc FIM

FIXARA,B, C
VARIARDIST

V DIST, VERIFICAR SE Bj = Bc
s FIM
®
ARMAZENARAS m CONFIGURAÇÕES POSSÍYEIS

Figura 3.35 Esquema do processo de dimensionamento de um magneto Pista de


Corrida
84

120.00 - 150.00

-,'1(-- 1 = 2 cm
-e-- • = 3 cm ----*- a=2cm
100.00
--a- 1= Sem --e-- a=3cm

-+ • = 8 cm 100.00
--a- a=5cm
~ 1= to cm ~ ---A- a=8an
Q. 80.00
~
m m ---s>-- a= 10 cm
8
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20.00

0.00 --· TTT 1"T"rr·rrr+l11rrrrTTrrrT-rrT11·rr1!Tl"T"1-·t--r1 -50.00

O.DO 2.00 4.00 8.00 8.00 0.00 1.00 2.00 ' 3.00 4.00 5.00
Distância ao longo de Ox ( cm) Distância ao longo de Oy (cm)
(a) (b)

160.00

-·*- a= 2em
-*- a=2cm
--0- a=3cm 40.00
-4- a=3cm
-B-
--<7-
a =5cm
--e--- a=5cm

i
• =8cm < -8- a=8cm
~ --8-- a11: 1.0cm ª-m 30.00 -
--à-- a= 10 cm
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~ 20.00
i 60.00
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coo 1.00 2.00 3.oo •.oo 6.oo s.oo 1.00 a.oo 9.oo 10.00 O.DO 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00
Distancia ao longo de Oz (cm) Distância ao longo de Oy ( cm)
(e) (d)

-lk- é= 2an
40.00
--8-- B = 3an
-!!:~~~ ..
-o- o= 5an
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-10.00 . .; m1n1trJr'1m1111p111m11p1nnn~nmnnpmm11J'rmnr~mnm11mmmpm111111
o.oo 1.00 2.00 3.oo 4.oo s.oo e.oo 1.00 e.ee e.oo 10.00
Olsblncia aa·langa de Oz (cm)
(e)

Figura 3.36 : Gráficos do comportamento do perfil de campo gerado por magnetos


Pista, ao se alterar as dimensões da altura de enrolamento a, ao longo dos eixos (a) Ox (b) Oy
(e) Oz do magneto e ao longo dos eixos (d) Oy e (e) Oz no canal

. . -
85

150.00
300.00 --*- b•2cm

-e- b= a cm
~ b•2cm -A-- b • 4cm
--e-- b=3cm --8- b • 5cm
100.00
-A- b=4cm
<(
< -B- b=5cm

o
200.00 o
'; CD
CD
8 .8 50.00
~CD ~e,
"'E ~
8. 100.00 - ~
E
8 tl 0.00

0.00 -t-,-,-,--r-r-r-r-r,-,c-r,-y-,-r-r-,-,,c-r, ,.1..,,-,,c-r, ,., 1•-r.ri -õ0.00 TTTn-rrTT-rrrri--r-f"TTT"l·rrrrrrrrrpti· 1 1 1 1 1 1 ·1


0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 0.00 2.00 4.00 6.00 8.00
Distância ao longo de Ox ( cm ) Distância ao longo de O/ (cm)

400.00 --*- b•2cm


-e- b=3cm 80.00

-A-- b•4cm b ez em
--*-
300.00
--B- b=San

60.00
--e-- b=3cm

-A- b • 4cm
<(
< --8- b= 5cm

o C)
IIl 200.00 40.00
a:,
8 ,,.8.,
""-G>ea, e:

"'E 100.00 ~"' 20.00


8. 8.
E
~ a
0.00 0.00 -

·100.00 nl"-rrn-rr-r 1 1 1 1 , 1 1 1 1 1 1

0.00 4.00 8.00 12.00 16.00 0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00
Distância ao longo de Oz ( cm ) Distância ao longo de Oy no canàl (cm)

150.00
-*""-
·-e-
b •2cm
b •jcm
-8- b::4cm
-e~ b=Scm

100.00
<(
....
o
CD

.a
'!e, 50.00

! 0.00

-50.00 .: ·m·n1TTTfITrTTTTrTT1TTTTrrrrrinrr1TrrrnTrn1T11TTTTTTTT'1
0.00 2.00 4 00 6.00 8.00 10.00 12.00
Disltlncia ao longo de Oz no canal ( cm)

Figura 3.37 : Gráficos do comportamento do perfil de campo gerado por magnetos


Pista, ao se alterar as dimensões da espessura de enrolamento b
86

~ c=2cm 60.00
50.00
-e- c=3cm --*- e= 2cm

--& .. c=5cm --e·- e= 3 cm

e= 10 cm 40.00
-8- c:;:;5011

•o.ao c=20cm -8-- e= 10cm

c=25cm <( --0-· c=20cm


<(
e e so cm C) --'Í!(- e= 25cm
C)

a:,
ai --EH- c=50cm
o .B
~e: 1
C>
"'
E
ê 000

E
8.
o
i.
u"'
10.00 -20.00

0.00 lm,HT'lnmm_,,-,-rnnrnp m r-r-r-r i 1 -40.00 ·-· Tí!Trr·r1·1·1·, -t-r 11,·Tr·,·r 1-rrrnTrTT''TTrrrrrrTlTTrrr 1 T·,-1
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00
Distância ao longo de Ox ( cm ) · Distância ao longo de Oy ( cm)

~ c=2cm
-e- c=3cm
30.00
120.00 -----B- c=5cm
--*"" c=2cm
-é,-

~-
e=

c=20cm
10 cm
-e-- e =3cm

-----1!,- c=25 cm
--B- e =5 cm
--A-- 10 cm

-
e=
80.00 -ffi- c=50cm 20.00 -

-
<( <( --'E7- e= 20 cm

C) C) --tt-- e= 25 cm

ai ai -f:H-. e• 50 cm

8 8
10.00
:tile: ~
.,
C>.

~ E
8. 8.
&!
a
E
o 0.00
0.00

-40.00 -+-~~~~~~~~~~---~, ~1~,~1 ~1~,~1~1-1~, ITrnT"TTll -10.00 -t-~~=~~~TTTIT]""'TT 1 1 1 1 1 I' 1 1 1 1 1 1 1 1 I' 1 1 1 1 1 1 1 1 1


0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00
Oistànciaao longo de Oz ( cm ) Distância ao' longo de Oy no canal ( cm )

--~- e e z en
-e- c=3cm -----&- e= 10cm

30.00 -B- c=Scm 30.00 ~ c=20an


-,{ir- c=25cm
--ffi- c=50an

20.00 20.00
<( <(

C> C>
co co
~-e 8
10.00 ."'., 10.00'
e e
"'E"'
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a. 8.
E E
<'.l <'.l
0.00 0.00 WIHIB

0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 0.00 10.00 20.00 30.00 40.00
Distância ao longo de Oz no canal ( cm) Distância ao longo de Oz no canal ( cm)

Figura 3.38 : Gráficos do comportamento do perfil de campo gerado por magnetos


Pista, quando se altera o comprimento do setor reto e no magneto
87

25.00
40.00 -
--*- d=2cm

-e- d=3cm
-H- d=4cm

20.00
--A·-

-
20.00 ·
<
e,
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-
-c
e,
co
j !l
t 15.00
-~
0.00 -
g
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~
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8..
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8
10.00 -20.00 -

5.00 - m1mmmprmm1pmrnnpn1rrn1-rmrmrrprrrm1rp1mnn1 ·40.00 •• !TTTTlTrlfrlTITT í11 rrnT I rrrr i TTTTITílTf'TrrfTTT 1 [TnTHTTTJ


0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 1.75 2.00 0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00
Distancia ao longo de Ox (cm) Distância ao longo de Oy ( cm )

-*- d=2cm ~ d=2cm


80.00
-e- d=3cm
20.00
-e- d=3cm

~a- d=4cm --B- d=4cm

-~-- d=5cm --A- d::i:5cm

-
<
e, 40.00 -
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10.00 -

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a
E

-40.00 rTTTTTTTrrTTTrTflTTrrrrn-,-,--r,n·rr·r'l ·10.00 -- TTllTTTrT·JTrtTTTTTTl TTrrrrTrrTITITTTTTI I' 1 1 1 1 1 , 1 1 1


0.00 . 4.00 8.00 12.00 16.00 0.00 1.00 ·2.00 3.00 4.00 5.00
Distância ao longo de Oz ( cm ) Distãnoia ao longo de Oy no canal ( cm )

30.00 ·

-;i(-- d= 2 cm
--9-- d=3cm

-c
--B- d=4cm
--8-·· d =-5 cm
o
m
8
.""., 10.00 .•
"
D\

~
E
o
.
8.

0.00

·10.00. -- TI lTn,·,T1 rrni-nTTPTTTlTfTlfTTT"T Tl"'TTI rrr-rrrTnT1


0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00
Distância ao longo de Oz no canal ( cm )

Figura 3.39 : Gráficos do comportamento do perfil de campo gerado por magnetos


Pista, ao se alterar as dimensões da distância interna d entre os setores retos .
88

' '
Pode-se perceber qúe o aumento da altura de enrolamento provoca como conseqüência
um aumento da homogeneidade de campo na região central do magneto e do "gap" do dipolo
correspondente a esses magnetos . Além disso , pode também contribuir para um acréscimo
relevante do campo magnético gerado na região útil , embora não seja o fator principal para tal ·
efeito. ,

O aumento da espessura de enrolamento causa logicamente um aumento do campo na


região central do magneto e do dipolo , mas provoca como desvantagem o aumento do campo
máximo nas extremidades do magneto Pista . Esse comportamento fisico pode ser observado
nos gráficos da Figura 3.37.

Com o aumento do comprimento dos· setores retos do magneto Pista de Corrida ,


podemos perceber que o campo magnético tanto na região central da bobina quanto na região
central do canal mantém-se praticamente constante ao longo da direção Oz . Esse efeito fisico
explica o porquê da aplicação dessa geometria em aceleradores de partículas e canais de MHD,
pois o campo mantém-se praticamente com a mesma intensidade. e homogeneidade ao longo de
um relativo volume útil de aplicação . Esse comportamento pode ser analisado nos gráficos da
Figura 3.38.

Quanto à distância entre os setores retos , à medida em que a aumentamos , podemos


notar que o campo magnético máximo no enrolamento tende a se reduzir , entretanto o campo
gerado na região central também diminui . Esse comportamento pode ser analisado nos
gráficos da Figura 3.39. ·

Com os gráficos das Figuras 3.36 a 3.39 , podemos projetar um magneto Pista de
Corrida apenas optando por um dos casos apresentados nesta faixa de variação das dimensões
ou então escolher as medidas mais próximas por interpolação dos valores obtidos .

3.9) Projeto de magnetos Pista de Corrida:

A Figura 3 .40 indica a sistemática de procedimentos de cálculo que deve ser seguida no
projeto de um magneto Pista de Corrida supercondutor , levando-se em consideração todas as·
restrições inerentes ao projeto· desse tipo de geometria .

A Figura 3.35 corresponde à coluna vertebral do cálculo de um Pista supercondutor: a


determinação das dimensões que podem gerar o valor de campo central especificado ; já a
Figura 3 .40 indica o procedimento posterior de cálculo do Pista , visando eliminar as
configurações que podem gerar o campo central especificado , mas que não atendem à
realidade fisica associada ao magneto Pista ou que não satisfazem outras propriedades
necessárias nas aplicações . Com as diversas configurações possíveis obtidas nos cálculos de
dimensionamento , o· passo seguinte no projeto de um magneto supercondutor Pista consiste
em verificar o valor de campo máximo no enrolamento em cada uma das configurações
possíveis obtidas , como podemos constatar no esquema da Figura 3 .40 . Esta fase pode
tomar-se extremamente complicada quando se deseja projetar magnetos com intensidade de
campo central de 5 Testas ou mais e , dependendo das restrições que se façam necessárias no
projeto ( corrente operacional e dimensões ) , pode ser até mesmo impossível atingir esse
objetivo ; nestes casos , deve-se utilizar recursos de redução do campo máximo para viabilizar
o projeto ( como por exemplo , acrescentar um elemento magnético ao sistema, o que reduz
o campo magnético a um nível operacional ) . Em projetos em que se obtém mais de uma
89

configuração operacional possível , deve-se então aplicar o terceiro procedimento de cálculo


no esquema da Figura 3. 40 , que consiste na escolha de se minimizar o volume de enrolamento
supercondutor , ou seja , deve-se escolher a configuração de menor custo no projeto . Caso
haja a necessidade de se obter uma região com relativa homogeneidade , deve-se dar
prioridade a essa opção em relação à minimizaçãode volume .

O esquema do projeto de um Pista visa , portanto , atingir a meta de otimizar ( o


· máximo possível ) os parâmetros relevantes deste tipo de magneto , visando o sucesso em sua
construção e a operação eficiente do mesmo .

Como o programa PISTA possibilita o mapeamento 30 de campo do magneto Pista ,


pode-se obter o campo no interior do enrolamento e , com este útil recurso , o programa serve
para que haja a verificação da viabilidade de operação do magneto supercondutor indicada no
primeiro passo do esquema de projeto de um magneto Pista da Figura 3.40.

Em projetos de magnetos Pista de Corrida com elementos ferromagnéticos , devemos


seguir os passos do esquema dá Figura 3.41 . Basicamente, este esquema indica que devemos
proceder inicialmente com o dimensionamento do magneto executando o programa PISTA ,
de modo a atingir um valor de campo magnético próximo do valor desejado . Em seguida ,
executa-se o programa TRIM ou o programa POISSON para determinar a contribuição de
campo para o ponto central e ou a espessura e a posição da blindagem no sistema . Caso o ., -- ,_

campo central não tenha a intensidade desejada , procede-se novamente com a· execução do
passo· inicial , até que se atinja tal objetivo· . Após a obtenção das configurações possíveis ,
deve-se seguir os passos do esquema da Figura 3 .40 , tentando obter a configuração que
atenda às condições tisicas necessárias e ou desejadas para o projeto .

A estimativa eficiente de campo central inferior ao desejado com base na execução do


programa PISTA pode ser obtida com êxito por um projetista experiente , que já raciocine
· intuitivamente em função de experiências e cálculos anteriores , mas para quem esteja iniciando
no cálculo de magnetos Pista supercondutores recomenda-se que procure sempre estimar de
0,5 T a até 0,8 T a contribuição dos materiais magnéticos e projetar o magneto com o
programa· tridimensional de cálculo de campo magnético , visando obter uma intensidade de
campo central 0,5 T ou 0,8 T inferior e recalcular de acordo com os valores que são obtidos
em cada um dos iterativos passos realizados .
• .. 90

III

ENTRAR COM OS DADOS DE UMA

CONFIOURAÇÃO POSSÍVEL EM I

ENTRAR COM A HOMOOENEIDADE

l>ESEJADA HOM

VERIFICAR SE

lJ < D .
max cr it,

SECCIONAR O ENROLAMENTO
NB = NB + l

VERIFICAR SE

, D,.
D
a
< HOM
o

VERIFICAR SE

V enr = V rru. rr

0
e FIM )

figura 3 .40 : Esquema do processo de projeto de um magneto Pista de Corrida


91

0
1

ENTRAR COM os DADOS DE UMA


-v
CONFIOU RAÇÃO POSSÍVEL EM I

!
ENTRAR COM AS DIMENSÕES X ,,
i
DOS MATERIAIS MAONÉ'l'ICOS

NO SISTEMA

CALCULAR ' B
m
e
'

VERIFICAR

B,
l
= ' B
m
e
SE
@

!® '
VARIAR X
i

l
VERIFICAR
m
SE
@ -

D, = D
l e

CALCULAR D

M
= D
m
e
- B
e

ESTIMAR B
ma.x

l
VERIFICAR SE

D < D
rn o x crit.

~@
( FIM )

Figura 3.41 : Esquema do processo de dimensionamento e projeto de um magneto Pista


com a introdução de materiais magnéticos
92

3. 1 O) Conclusões :

Tendo disponíveis os programas TRIM e POISSON e também o programa PISTA ,


podemos concluir que dispomos de recursos computacionais adequados para que se possa
projetar magnetos de geometria PC. Com o programa PISTA, pode-se calcular a contribuição
de campo em qualquer ponto do espaço 30 , seja exterior ou interior ao enrolamento , o que
permite que se verifique a confiabilidade do projeto . Combinando este recurso com o do
cálculo de campo magnético em duas dimensões , devido a elementos magnéticos ( programa
TRIM ) , pode-se projetar magnetos PC com núcleo e blindagem em que se tenha uma
geometria simples . Desta forma, pode-se ter um domínio completo da-sistemática de projeto
de magnetos de geometria Pista , associando o cálculo de campo devido à introdução de
elementos ferromagnéticos com o cálculo da contribuição de campo dos elementos de corrente
em qualquer ponto no espaço 30, a fim de que se possa verificar o comportamento das linhas
de campo nos pontos extremos do magneto , onde o campo máximo ocorre . Pode-se , a partir
desta análise , obter-se um conhecimento estimativo da influência dos aços magnéticos sobre
essa importante região no projeto de magnetos PC . . -:
Algumas conclusões muito importantes podem ser.obtidas, a partir da elaboração e ou
implementação destes programas , algumas até mesmo decisivas e marcantes no projeto de
magnetos supercondutores tipo Pista de Corrida :

J . O campo máximo no enrolamento pode ocorrer nos pontos de coordenadas :

P,
e
(o O C;+d;)
' ' 2
ou
}' (o
R '
d; C;)
2 '2

O campo máximo só ocorre no segundo caso , ou seja , em PR , na extremidade do


setor reto , nos casos de magnetos que apresentam seccionamentos dos setores semi-
cilíndricos e uma relativa espessura de enrolamento . Neste caso , como não há a redução do
campo nos setores retos devido ao seccionamento , a única forma de reduzir o campo máximo
abaixo do campo crítico do condutor de NbTi é a redução da corrente operacional ou o
redimensionamento do magneto . Conseqüentemente , para que se atinja o intenso campo
central de 5 T ou mais desejados , torna-se· necessário projetar núcleos de aço magnético que
contribuam significativamente para o aumento de campo gerado pela passagem da corrente
operacional na região útil , reduzida para que não impeça a transição do magneto para o estado
supercondutor .
2. Os cálculos comprovaram que o seccionamento dos setores semi-cilíndricos reduz o
campo magnético no enrolamento , em muitos casos a níveis relativamente grandes e .•
significativos ( em torno de 30 % ) .

3. Há dimensões extremas as quais impossibilitam que se projete magnetos de


· geometria PC , a alto campo ( 5 T oumais ) na região do "gap" de um dipolo , principalmente
quando se tem restrições no dimensionamento de alguns parâmetros do magneto .

4. A contribuição de campo dos arcos para o plano central é pequena ( em alguns


casos , cerca de 0,5 % ) . Assim , pode-se mapear o campo magnético no plano central de um
magneto PC , com comprimento de setor reto significativamente longo em relação às
93

dimensões de sua secção transversal ( comprimento e em torno de dez vezes o da distância d


ou mais ) , utilizando os códigos de cálculo de campo 20 , sem que' haja grandes erros nos
resultados obtidos destas simulações . ·

5. O "yoke" contribui consideravelmente para o campo central de um dipolo , desde


que esteja suficientemente próximo desta região e com uma geometria adequada . Assim ,
pode-se reduzir o volume de enrolamento dos magnetos ( ou então diminuir a sua corrente
operacional) e obter-se a mesma intensidade de campo magnético central.

6. Uma estrutura de material ferromagnético envolvendo o magneto Pista pode blindar


o campo gerado por magnetos Pista de Corrida caso estejam em uma posição e com dimensões
adequadas . No caso de interesse das aplicações , que são os magnetos de 5,0 ou 6,0 Teslas,
freqüentemente pode ocorrer o fenômeno de saturação , ocasionando a fuga das linhas de
campo além da blindagem . Neste caso , deve-se aumentar a espessura dessa estrutura ou
afastá-la mais da região de alto campo , visando pelo menos blindar o campo a partir desta
nova posição externa ao criostato . Para todos -os cálculos realizados , · constatou-se que há
redução de campo na região exterior à blindagem , mas há mesmo assim a existência de campo
nesta região ; somente para o caso de uma blindagem extremamente espessa para um magneto
de alto campo , obteve-se um mapeamento que não apresentasse o aparecimento de linhas
. equipotenciais exteriormente à estrutura de blindagem do magneto de alto campo ( Figura
2.22) , o que indica um nível de intensidade de potencial magnético relativamente baixo nesta
região.

7. Dependendo da distância à região do "gap" entre as bobinas de um dipolo , a


blindagem pode também contribuir significativamente para aumentar o campo central no
projeto ( cerca de 0,6 T, em geral) .

8. O campo magnético no centro do dipolo permanece praticamente inalterado , ao .se


executar o seccionamento dos setores semi-cilíndricos , em magnetos Pista com grande
comprimento de seus setores retos . ·

9. A mais efetiva distribuição da espessura de enrolamento para os respectivos


seccionamentos é a que aumenta a espessura do mais interno para o mais externo
seccionamento . Os casos em que se tem uma espessura igual para os seccionamentos ou uma
maior espessura atribuída ao mais interno resultam em reduções de campo magnético inferiores
ao primeiro caso .

1 O. Para atingir campos de 5 T , os magnetos de pequeno e médio porte não devem ter
uma espessura de enrolamento superior a 4 cm ( para evitar o problema do campo máximo no
enrolamento ) e uma altura de enrolamento muito grande ( acima de 12 cm ) , pois ela
contribui basicamente para a homogeneidade de campo e também para o aumento do campo
máximo , não sendo responsável por aumentos significativos do campo na região central de um
dipolo. ·

A partir dos recursos de cálculo agora disponíveis para o dimensionamento e projeto de


magnetos Pista de Corrida , pode-se obter com grande segurança os projetos conceituais do
magneto do MHD de 5,0 T e do magneto wiggler supercondutor de 5,0 T , dois projetos
tecnológicos de extrema importância para nosso País , que estão em fase de desenvolvimento
nessa Instituição.
94

A partir dos dados obtidos nestes Capítulos ; podemos também analisar aspectos
quanto às forças eletromagnéticas geradas no enrolamento de um magneto PC em operação e
estimar tanto o valor da auto-indutância quanto. da energia armazenada no volume
compreendido pelo enrolamento de um rriagneto Pista . Para tal , como não se tem disponível
um código bidimensional de cálculo de forças como o FORCE , o programa existente em
versões mais recentes do pacote POISSON para tal objetivo , elaborou-se , também nestes
casos , programas específicos para determinar tais grandezas fisicas .

A elaboração de um programa de cálculo das forças ou das tensões eletromagnéticas


visa estimar as dimensões da estrutura de suporte do enrolamento , para que se evite o·
movimento dos condutores e , em conseqüência , provoque-se a ocorrência de "quenchs" .
Uma pré-tensão do enrolamento com uma estrutura de suporte bem dimensionada constitui-se
em um dos fatores básicos que evitam esse fenômeno , o que evidencia a necessidade da
estimativa da força eletromagnética resultante à qual tal .estrutura está sujeita quando da
operação de um magneto Pista . · ·· ·

Já no caso do cálculo da auto-indutância do magneto Pista de Corrida, um programa


de cálculo deste parâmetro fisico visa estimar não somente o tempo de carregamento do
magneto.como também o tempo necessário para que o magneto seja descarregado, no caso da
ocorrência de "quenchs" .

Como decorrência do cálculo da indutância , pode-se também determinar o valor da


energia magnética estocada ou armazenada no interior do enrolamento do magneto . Tal
grandeza fisica nos permite estimar a magnitude das resistências que têm que ser colocadas em
circuitos de proteção contra a ocorrência de "quenchs" no magneto .

Essas análises e os métodos de cálculo empregados para se obter esses parâmetros


fisicos associados ao magneto Pista são detalhados no Capítulo l V .
95

CAPÍTULO IV

CÁLCULO DE AUTO-INDUTÂNCIA E DA FORÇA ELETROMAGNÉTICA


RESULTANTE NO MAGNETO PISTA DE CORRIDA

4.1) Cálculo de forças eletromagnéticas pela formulação de Lorentz :

As expressões matemáticas da Força de Lorentz que atua sobre uma carga q e sobre
uma densidade de cargas p ( ou densidade de corrente J } num elemento de volume ô V , que
se movimentam com uma velocidade v , são dadas por :

F=qÊ+qvxB (4.1)

- F
f =~=
ôV n E- +n v x B- = r»
r» t-'e
n E. :. +JxB
- . '-
(4.2)

onde: J =p/v

Em projetos de magnetos , a expressão (4.2) pode ser ainda simplificada, levando-se.


em.. conta que, para qualquer caso em particular, pode-se
. negligenciar
. o termo PeÊ em (4.2) ,
quando o comparamos com .7 x B , pois este último termo é significativamente maior . Assim , .
obtemos:

J = J xÊ (4.3)

As forças de origem eletromagnética em um magneto qualquer são calculadas


iniciando-se por (4.3), que nos fornece a densidade de forças por unidade de volume sobre um
elemento que conduz uma densidade de corrente J , sob a ação de um campo magnético B .
Para um elemento infinitesimalde condutor de corrente , a força resultante é dada por :

df.' = ( .7 x B)dxdydz (4.4)

Se este elemento incremental é parte de um volume maior de um material conduzindo


uma determinada corrente elétrica dentro de um campo magnético , então a força resultante
sobre este volume condutor de corrente pode ser obtida pela expressão :

F= fJf(.7 x B~dydz (4.5)


96

( b)

Figura 4.1 : a) Força induzida no elemento infinitesimal de volume dV de um corpo


condutor de corrente
b) Força resultante no condutor reto ou bloco condutor de corrente

Esta equação pode ser usada para encontrar a força líquida sobre um corpo condutor
de corrente , bastando somente executar a integração sobre o volume do corpo considerado· .
A densidade de corrente nos magnetos que consideraremos são uniformemente distribuídas ;
deste modo , portanto , concluímos que para se resolver a integral tripla (4.5) necessitamos
basicamente da expressão analítica do campo magnético gerado no interior do enrolamento do
magneto considerado . Esse cálculo corresponde a uma estimativa aproximada que não leva
em consideração a natureza dos condutores de corrente e admite uma relativa rigidez nos
setores retos do magneto .
97

4.2) Cálculo de forças eletromagnéticas geradas no bloco condutor de corrente:

A partir da formulação geral obtida no tópico ( 4. 1) , pode-se determinar a força


eletromagnética resultante sobre um bloco condutor de corrente . Para esta geometria , a
densidade de corrente é dada por :

(4.6)

Aplicando (4.6) a um bloco condutor de corrente, temos que:

i
'"T

J k
]xÊ= o o J = J(- B). + BXJ)
n, B). o

=> .7 X jj = J(-B/ +BJ) (4.7)

(4.8)_

Assim , as componentes de força são dadas por :

(4.9)

(4.10)

As expressões (4.9) e (4.10) nos fornecem as componentes de força induzidas em um


bloco condutor de corrente com uma densidade de corrente J , considerando o sistema de
coordenadas cartesianas de referência em sua base, conforme podemos notar na Figura (3.2).
A resolução destas integrais será ainda discutida neste Capítulo , bem como os gráficos
decorrentes desta formulação . ·

4.3) Cálculo de forças eletromagnéticas no magneto Pista de Corrida:

A expressão (4.5) pode ser aplicada a .qualquer tipo de geometria de magneto ,


bastando apenas executar a integração tripla sobre o volume compreendido pela geometria de
seu enrolamento . Em particular , para o caso de nosso interesse , as forças eletromagnéticas
geradas sobre os condutores em um magneto tipo Pista de Corrida devem ser avaliadas a partir
da sua expressão de campo magnético total obtida no Capítulo III . Entretanto , como o
campo gerado pelos setores semi-cilíndricos é calculado numericamente neste trabalho , não é
conveniente o cálculo da integral da expressão (3.43) , pois para setenta blocos teríamos uma
expressão com 13440 termos em cada uma de suas componentes, demonstrando assim não ser
um procedimento sensato e , além disso , inconveniente do ponto de vista do tempo de
processamento de cálculo , sem levar em conta a dificuldade das integrações .
98

Felizmente , corno vimos no Capítulo II , podemos adotar urna aproximação


bidimensional para o magneto Pista de Corrida sem incorrer em erros significativos . Em se
tratando do Pista de Corrida , o cálculo mais importante é o da estrutura de aço necessária
para suportar as intensas forças eletromagnéticas geradas nos seus setores retos , visto que
nesses setores se concentra a maior intensidade de força resultante . As forças induzidas nos
setores são tão intensas que podem provocar deformações no enrolamento e a degradação do
magneto, caso a estrutura de suporte seja mal projetada . Por esse motivo , o cálculo do
reforço mecânico lateral dos setores retos constitui-se em um fator fundamental de projeto de
um magneto PC .
A estimativa das dimensões do reforço necessano em cada , um dos setores semi-
cilíndricos pode ser obtida a partir dos valores estimados para o caso dos setores retos : As
forças que são induzidas nesses setores são bem menores e podem ser suportadas por um
reforço mecânico que se ajuste ao diâmetro do setor semi-cilíndrico do seccionamento mais
externo no magneto Pista , não necessariamente tão espesso quanto os laterais .
Apesar das forças eletromagnéticas induzidas no enrolamento serem muito intensas em
magnetos supercondutores , pode-se solucionar estes problemas com um dimensionamento
adequado - ou mesmo superestimado - da estrutura de reforço necessária que tenha por função
o pré-tensionamento do enrolamento , a fim de equilibrar as tensões eletromagnéticas geradas
no magneto . Neste trabalho , calculamos somente as forças de origem eletromagnética ; não
levamos em consideração as tensões que surgem em virtude da contração do magneto quando
o mesmo é refrigerado nem calculamos teoricamente a pré-tensão de enrolamento .

Figura 4.2 : Configuração de forças resultantes de origem eletromagnética nos setores


retos e semi-cilíndricosdo magneto Pista .

Para obter essa estimativa de cálculo , podemos aplicar as expressões de campo gerado
pelos setores retos do magneto Pista à expressão (4.5) , negligenciando a contribuição de
campo dos setores semi-cilíndricos , com base na hipótese de que o campo magnético dos
setores semi-cilíndricosnão contribui significativamente para o campo gerado na região central
do magneto PC , nos casos de magnetos com grande comprimento de setor reto ; assim , as
99

forças geradas nos setores retos seriam devido , principalmente , à contribuição de campo
magnético dos próprios setores retos ( Figura 4.2 ) . Como os casos de maior interesse prático
são justamente aqueles em que os magnetos Pista têm um grande comprimento de setor reto ,
como em projetos de magnetos de aceleradores e magnetos do MHD , os resultados obtidos
desta aproximação tornam-se bem significativos .
Com este procedimento de cálculo , podemos ter uma boa estimativa das dimensões da
estrutura de suporte necessária para pré-tensionar o enrolamento do magneto Pista . A partir
da formulação geral obtida no tópico anterior , vamos determinar a resultante sobre os setores
retos ou blocos do magneto Pista . Neste caso , a densidade de corrente é dada por :

1=±.Jk (4.11)

onde os sinais indicam que o bloco à esquerda tem o mesmo módulo e direção de densidade de
corrente , porém tem sentido oposto ao do segundo bloco .
No caso da determinação das forças no magneto Pista , nós devemos calcular a
contribuição dos dois blocos , considerando o sistema de coordenadas do magneto , indicado
na Figura 4.2 . Assim, a força resultante induzida sobreum dos blocos pode ser separada em
duas contribuições : a sua própria e a do outro bloco condutor .
As expressões da força induzida em um bloco , portanto , se tornam :

F'=JJ(-B/ +BXJ}iv (4.12)


V

V : volume compreendido pelos dois setores retos


i = 1 : Bloco 1
B, = B, 1
+Bx 2 (i = 2 : Bloco 2
s, = BYI +BY2
Indicando as duas contribuições de força separadamente com os respetivos intervalos
de integração em (4. 14) , temos que :

(4.13)

onde:

a d e
X1 =-- Y1 =- z, =--
2 2 2
a
X2 =- y2 =b+-d2 Z2 =-
e
2 2
(4.14)
X3 = X1 y3 = -yl 2.3 -- ..." 1
X4 =Xz Y4 = -Y2 Z4 =z2

Para obter a força resultante aproximada no magneto Pista de Corrida , necessitamos


executar as integrações triplas dadas em ( 4.13) . Objetivando uma solução rápida e prática ,
adotou-se uma técnica de cálculo que consiste em executar as integrações utilizando métodos
numéricos . Embora não seja comum nas literaturas de Análise Numérica , integrais duplas e
100

triplas podem ser avaliadas numericamente , por meio de um método que consiste basicamente
em se aplicar às três dimensões simultaneamente o método de Simpson 1/3 . Assim ,
simplificam-se razoavelmente os cálculos envolvidos e obtém-se valores com uma precisão
muito grande , desde que todas as singularidades do integrando sejam levantadas . Este
método denomina-se Integração Numérica n-Dimensional por Aplicações Sucessivas , que
passamos a analisar .

4.4) Integração Numérica n - Dimensional por Aplicações Sucessivas:

Basicamente , o método de aplicações sucessivas consiste em se.executar a integração


numérica n-dimensional (n ~· 2) , aplicando a fórmula de integração numérica unidimensional
de Simpson 1 / 3 a cada umas das dimensões simultaneamente .

X D (xi,yi)
Figura 4.3 : Esquema de uma função de duas variáveis e seu domínio D correspondente

Suponhamos que se deseja avaliar a integral dupla :

ffv.t(x,y)dxdy
(4.15)

onde o domínio D corresponde ao retângulo da Figura 4.3 , que é delimitado por:

asxsb
{c e y s d (4.16)
101

A integral I pode ser escrita na forma :

I= J: dx r J(x,y')dy (4.17)

Chamando a integral em.y de N(x) , pode-se escrever:

(4.18)

Para resolver a integral simples (4.18), pode-se utilizar qualquer uma das fórmulas de
integração da Análise Numérica ; entretanto , optamos pelo método de Simpson por ter se
mostrado muito preciso nos cálculos-testes ( Tabela 1 do Apêndice V) .
Aplicando a ( 4 .19) a primeira regra de Simpson ou r_egra do 1/3 , obtemos :

(4.19)
b+a · ·
onde h = -- e n corresponde ao número de pontos .
11

Lembremos que :

N(xJ= rj(x;,y)dy ( i=0,1,2, ... ,n)


(4.20)

Para o cálculo desses n + 1 valores de N(x ) novamente se aplica o método de Simpson


1/3 e os valores obtidos são levados à equação ( 4. 19) , obtendo-se a expressão final:

(4.21)

onde os coeficientes cP, com p = i,j, correspondem a:

cP=l, se p=O ou p=n


cP = 2, se p = 2 · f e f EN (4.22)
{
cP =4, se p=2·f+1 e f EN

Suponhamos agora que se deseja avaliar a integral tripla :

Jf
I = fvJ(x,y,z)dxdydz
(4.23)
onde o domínio D na integração corresponde a um paralelepípedo delimitado por :
a$x$b
D: c-s y zd
{
e s.e e f
102

A integral I pode ser escrita na forma :

I r
= J: dx dyJ: J(x,y,z'>:fz (4.25)

Chamando a integral em z de G(x,y), pode-se escrever:

(4.26)

Chamando agora a integral em y de N(x) , temos que :

(4.27)

Analogamente à resolução da integral dupla , aplicando a primeira regra de Simpson ou


regra do 1/3 em (4.27), obtemos: ·

(4.28)

b-a
onde h = -- e n corresponde ao número de pontos.
11

Lembrando que :

N(x;) r
= G(x;,y,z}Jy (i = O, 1,2, ... ,n)
(4.29)

Aplicando o método de Simpson 1/3 para o cálculo dos n + 1 valores de N( x ) , os


valores obtidos são levados à equação (4.28) e o mesmo procedimento é feito para a função
inicial f(x ,y ,z) , obtendo-se a expressão final :

(4.30)

onde os coeficientes cP , com p = i,J ,k , são dados por (4.22) .

O resultado (4.30) aplicado a (4.13) nos fornece o valor da força eletromagnética


resultante que é induzida nos setores retos do magneto Pista .
A resolução de, integrais para funções de três variáveis baseando-se em (4.30)
apresenta-se como uma ferramenta poderosa do ponto de vista · da facilidade de cálculo , da
velocidade de processamento e também quanto à precisão dos resultados • como podemos
perceber por meio dos resultados de comparação dados na Tabela 2 no Apêndice V , para
integrações em 30, e por meio dos dados da Tabela 1 do mesmo Apêndice, para integrações
em 20.
Elaborou-se um algoritmo de cálculo que executa a integração (4.13) pelo método das
integrações sucessivas, para qualquer dimensionamento de magneto Pista de Corrida realizado
com o programa PISTA . Tal programa foi denominado de PISFOR . A Figura 4.4 indica o
103

fluxograma do programa PISFOR. Basicamente, o programa PISFOR chama como subrotina


o programa PISTA para calcular o campo magnético ponto a ponto no interior dos setores
retos, e resolve a integral (4.13}, aproximando-a por (4.30) . Os parâmetros necessários para
os cálculos do programa PISFOR são os mesmos utilizados no programa PISTA . Dispondo
deste código , podemos analisar o comportamento das forças resultantes com as variações dos
parâmetros básicos do dimensionamento do magneto, como a, b, e e d. As Figuras 4.5, 4.6,
4.7 e 4.8 indicam o comportamento das curvas jf·I versus as dimensões a , b , e e d ,
respectivamente, para um magneto com as dimensões dadas em 3.22(a) .
.
Conforme podemos notar , o módulo da força resultante eletromagnética F' sempre
cresce monotonicamente à medida em que cresce o valor de a , b ou e , mas o aumento de d
implica num afastamento dos condutores , o que provoca a diminuição da força resultante ,
como era de se esperar realmente . ·

Com base nos valores de força nos setores retos obtidos a partir do programa PISFOR
, podemos determinar a tensão que é induzida em uma estrutura colocada adjacentemente aos
setores retos , de forma a ancorar as intensas forças eletromagnéticas que surgem no
enrolamento quando da energização do magneto Pista de Corrida . Supondo A a área desta
secção , a tensão de origem eletromagnética que é exercida sobre a estrutura de suporte dos
setores retos do magneto Pista é dada por :

(5 = !PI (4.31)
• A

onde F é a força eletromagnética resultante no setor reto .

Assim , um boa estrutura de suporte das tensões induzidas no enrolamento dos setores
retos do magneto Pista terá que não só pré-tensionar o enrolamento como também satisfazer à
condição a. < ae , onde ae corresponde à máxima tensão admissível do material de que é
constituído a estrutura de suporte .

Como a componente de campo magnético é muito mais intensa na direção Ox ( de


acordo com o sistema de referência do programa PISTA ) , concluímos da expressão
volumétrica da força induzida que a maior de suas componentes será FY , o que pode ser
comprovado a partir de (4 .1 O}, após o cálculo do produto vetorial .

Concluímos , portanto , que a estrutura de ancoragem mecânica deve ser projetada de


tal forma que as chapas laterais sejam espessas o suficiente para resistir às intensas forças na
direção Oy que serão induzidas quando o magneto é energizado . Em função desse raciocínio ,
foi projetada e é mostrada no Capítulo V a estrutura de reforço mecânico do magneto Pista
modelo construído e testado nesta Instituição .
104

(.INÍCIO)

\
ENTRADA·

A, D,
DOS

C,
PARÂMETROS

DIST, DENS,
DE

NX,
CÁLCULO

NY, NZ
: I
CÁLCULO DOS EXTRE.MOS DE INTEGRAÇÃO :

X<O>, Y<O>, Z<O>, X<NX>, Y<NY>, Z<NZ>,

DELTX, DELTY, DELTZ

CHAMADA DA SUBROTINA IN1'RIP

CJJAMAJJA VA SUBROTINA PISTA

CÁLCULO DA FORÇA ELETROMAGNÉTICA RESULTANTE

FORCRES NOS SETORES RETOS DO MAGNETO PISTA

IMPRESSÃO DO RESULTADO:

A, B, C, DIST, FORCRES

( FIM )

Figura 4.4 : Fluxograma do programa PISFOR


105

5.00 - 1.00

0.80
/?

i
'" 4.00
~ /

B o.so .:
aoo ,// ~

! I.
'!!!
g,
0.40 _
2.00 //

~ ! 0.20 -
1.00~ / '

- )'CJ -;' . •

0.00 - 111~1m1m11p1mrnrf11mT111pmnn11111n11np~m1mpmm1r1nmm11 0.00 -- mnmp11111mp1m11111nmnn-111nnmp11nn11p1m11111mn11upnnm11


O.O 2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 -.. 20.0 22.5 o.o 2.5 5.0 . 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 20.0 22.5
Altura do enrolamento (cm} Espessura do enrolarrento (cm}

Figura 4.5 : Gráfico do comportamentoda força resultante de origem eletromagnética


como uma função da altura de enrolamento a .
Figura 4.6 : Gráfico do comportamento da força resultante de origem eletromagnética
como uma função da espessura de enrolamento b

0.60 ·

}'

0.40 ·
R
13
~

f
.; 0.20 ..
~
~ e,
<, -..__
.,,__
.......... ,::,. ··•
-- ·-···-~----·--·:1
O· 00 ·· 11111111111 rrrn1rrprn1r11 rirrrr 1111111nm1rr111nrmr111m111r1rrnr111~nmm 11111111,rr p1111rn11 000 111 m rrt I' ! ! 1111111 fl r I nn J [' 111r11111 r rr r I rtt ! 111111 r 11 rrn' n 1111 [1 u nnn 111ni-n111
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 O.O 2.5 5O 7.5 10.0 12.5 15.0 17 5 20.0 22.5
Comprimento do setor reto (cm) Distância dos setores retos (cm}

Figura 4. 7 : Gráfico do comportamento da força resultante de origem eletromagnética


como uma função do comprimento do setor reto e
Figura 4.8 : Gráfico do comportamento da força resultante de origem eletromagnética
como uma função da distância interna entre os setores retos d

4.5) Formulação básica para o cálculo da auto-indutância:

Como sabemos do Eletromagnetismo básico , as expressões do fluxo magnético <l> que


atravessa um circuito isolado de área S , pelo qual passa uma corrente 1 , da tensão induzida e
em uma bobina de N espiras , da variação de fluxo em circuitos rígidos estacionários , da auto-
indutância L de um circuito magnético de N espiras e da auto-indutância quando o fluxo é
diretamente proporcional à corrente , são dadas respectivamente por : -
106

(4.32)

d<I>
e=-N-
dt (4.33)

_d<I> _ N d<I> dl :
'd/ - ill . d( . (4.34)

d<l>'"
L=N-·
d]

<I>
·L=-
I (4.36)

4.6) Cálculo da auto-indutância do magneto Pista:

Podemos utilizar a definição (4.36) para determinar o valor da auto-indutância de


qualquer geometria de magneto , desde que se conheça analiticamente a configuração de
campo magnético gerada pelo magneto em questão . Para tal , basta executar a integração
indicada em (4.32) para obter a expressão analítica do fluxo lincado ou fluxo encerrado no
magneto. No caso específico do magneto Pista, como a formulação de cálculo de campo aqui
empregada foi semi-analítica , só poderemos obter o valor de (4.32) por meio de uma
integração numérica 20 , do mesmo modo como calculamos a força eletromagnética resultante
no item anterior , mas com menos dificuldade e tempo de cálculo computacional , uma vez que
a integração. numérica agora deve ser feita apenas em duas dimensões .

O fluxo a ser obtido é o que denominamos de fluxo encerrado , que corresponde ao


fluxo que atravessa as N espiras no plano da bobina , englobando não só o enrolamento como
também o "bore" do magneto . Para o magneto Pista de Corrida , isso equivale a calcular :

(4.37)

com os extremos de integração para a determinação do fluxo encerrado sendo dados por :

e
z, = --
2 (4.38)

A expressão (4.37) fornece uma estimativa bem precisa da auto-indutância L do


magneto Pista de Corrida , executando-se a integração numérica 20 . por aplicações. sucessivas
do método de Simpson 1/3 . Para implementar tal cálculo computacionalmente , foi elaborado
um programa chamado INDUTPIS , cujo fluxograma se encontra na Figura 4.9 .
107

Basicamente , o programa INDUTPIS calcula os valores das componentes de campo


magnético B, no interior do· enrolamento do magneto Pista , ponto a ponto , chamando o
programa de cálculo PISTA como subrotina , e executa a integração numérica 2D para avaliar
( 4.37) .

As Figuras 4.10 a 4:13 correspondem a curvas de indutância em função das dimensões


do magneto Pista , a partir do magneto da Figura 3.22(a) . No gráfico da Figura 4.1 O ,
observamos o comportamento da auto-indutância do magneto Pista como função da altura de
enrolamento a; na Figura 4.11 , temos a indutância L versus a espessura de enrolamento b ; na
Figura 4.12 , L versus o comprimento dos setores retos e e na Figura 4.13 descrevemos o
comportamento de L versus a distância de separação interna entre os setores retos do magneto
Pista . Podemos notar que a auto-indutância do magneto Pista sempre aumenta quando são
aumentadas as dimensões a, b e c , como era de se esperar. No caso do aumento na dimensão
d , há um aumento da indutância ( não linear , no início ) apesar do aumento da distância de
separação entre os condutores , o que ocorre devido ao aumento significativo da área que se
toma no cálculo do fluxo da indução magnética B· . Um resultado fisico interessante ocorre
quando se tem um aumento da altura de enrolamento ;. conforme já vimos no estudo de
dimensionamento de magnetos Pista de Corrida , o aumento de a tende a aumentar
significativamente a homogeneidade da região central do magneto . Assim , como o campo
magnético induzido permanece praticamente constante e a área do fluxo encerrado é a mesma
( ou seja , o fluxo lincado tem o mesmo valor ) concluímos que a auto-indutância tende cada
vez mais com o aumento desse parâmetro a uma constante , o que pode ser comprovado
analisando-se o gráfico da Figura 4 .1 O . Quanto aos demais parâmetros , sabemos que um
aumento da espessura de enrolamento · b e do comprimento dos setores retos e aumenta o
campo bem como a área do fluxo lincado e o aumento da distância interna d implica no
aumento da área do fluxo lincado . Esse raciocínio nos leva a concluir que fisicamente o
aumento desses parâmetros tem que provocar o aumento da auto-indutância , o que realmente
podemos comprovar nos gráficos das Figuras 4 .11 à 4. 13 .

4. 7) Cálculo da energia magnética armazenada ou encerrada no magneto Pista de


Corrida:

A energia magnética armazenada ou encerrada no interior de um magneto qualquer é


definida como sendo :

(4.39)

onde V corresponde ao volume compreendido pelo enrolamento do magneto considerado


[Rei82] .

Se lembrarmos que , na ausência de materiais magnéticos , B = µofí , então (4.39)


pode ser escrita como :

.
E=- 1 i- -
B·HdV
(4.40)
2 V
108

( INÍCIO)

--E-·N_T_R_A_?_A
A, __B, D_O_S
C, __ DIST,
P_A_R_Á_M.....,..E_T_R_O_S_D
DENS, NX,__E_C_Á_L_C_U_L_O
NY, NZ __ /

CÁLCULO DOS EXTREMOS DE INTEORAÇÃO :

X<O>, Y<O>, Z<O>, X<NX>, Y<NY>,·. Z<NZ>,


DELTX, DELTY, DELTZ
1

CHAMADA DA SUBROTINA INTDUP

CHAMADA DA SUBROTINA PISTA

CÁLCULO DA AUTO-INDUTÂNCIA INDUT

DO MAGNETO PISTA DE CORRIDA

IMPRESSÃO DO RESULTADO:

A, e, e, DIST, INDUT

( FIM )

Figura 4.9 Fluxograma do programa INDUTPIS de cálculo da auto-indutância do


magneto Pista
109

0.014 0.04 -

0.012 ·

0.010 ·

t
111 .0.006
t
111
~ "!1
! 0.006 i
j j
0.004 -

0.002 -

0.000 -· JTTrrrrri,TTTTTrnTntTlTTTll'-rT'TTTrrrrTTTT'T,·1·,·1·1 0.00 .. 11nmnr11n1nrr·11mHTJrTJITITflf'l'rlll1lf'IITllnTPTHl!TTrp1nn1111mnrrn1

o.o 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 o.o 2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 20.0 22.5
Altura do enrolamento (cm) Espessura do enrolamento (e~)

Fig. 4.10 Fig. 4.ll

Figura 4.10 Comportamento da auto-indutância L como uma função da altura de


enrolamento a

Figura 4.11 Comportamento da auto-indutância L como uma função da espessura de


enrolamento b

0.06 0.010

0.05 // o.ooe -
~-~
t
5: 0.04
.s 0.006

ii (
-~
1
0.03

i
<{ 0.02
0.004

0.002 -::
0.01·

O.OCO -. mnrml11rm1npnnmrpmmTTJnn1nn11mnnrpmrnTT'JmmTTT'JlnmmJ
0.00 4mlJ11111/1111lllTIJ111Tlll11J11111TTTT]ímmrfJ111111111Jlll11ITTTTJTTITTmli1Jjlmrinl 111111JJl11jlill111J1ilil1'1illl[!1 111,nmrymrrmprmllT1]
'o 10 20 30 40 50 60 10 ao so 100 110 120 130 o.o 2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 20.0 22.5
Comprimento do enrolamento (cm) Distancia entre os setores retos (cm)

Fig. 4.12 Fig. 4.13

Figura 4.12 Comportamento da auto-indutância do magneto Pista como função do


comprimento e

Figura 4.13 : Comportamento da auto-indutância como uma função da distância interna


entre setores retos d
110

No caso do magneto Pista de Corrida , a e,xpressão para o cálculo de sua energia


magnética encerrada se toma :

(4.41)

onde:

.d e
Y1 =-h-2 z =--
1, 2
. d .e
Y2 =b+- Zz:=-
2 2

A expressão (4.41) fornece uma estimativa bem precisa da energia armazenada E do


magneto Pista de Corrida , aplicando-se a integração numérica 30 por aplicações sucessivas
do método de Simpson 1/3 . Para implementar tal cálculo computacionalmente, foi elaborado
um programa chamado ENERGPIS, cujo fluxograma se encontra na Figura 4.14.
Basicamente, o programa ENERGPIS calcula os valores das componentes de campo
magnético B, e BY - chamando o programa PISTA como subrotina de cálculo de campo - na
região interior compreendida pelo enrolamento do magneto ; depois de calculadas as ·
componentes de campo em todos os pontos necessários nesta região , procede-se com a
integração numérica tridimensional , como no programa PISFOR , para obter o resultado
esperado da energia magnética armazenada em um dado magneto Pista .

As Figuras 4. 15 a 4. 17 correspondem a curvas de energia armazenada no . magneto


Pista contra variações nas suas dimensões características , a partir do magneto dado na Figura
3.22(a). No gráfico da Figura 4.15, observamos o comportamento de E como função da altura
de enrolamento a ; na Figura 4. 16 , temos a energia encerrada E versus a espessura de
enrolamento b e na Figura 4 .1 7 temos o comportamento de E versus o comprimento dos
setores retos c .

Podemos notar que a energia armazenada no magneto Pista sempre cresce à medida em
que crescem os valores das dimensões a , b e e , como era de se esperar . Em particular , o erro
que se comete no cálculo da energia armazenada E sem levar em consideração os setores semi-
cilíndricos não é significativo , mesmo para pequenos aumentos da dimensão e . Podemos
comprovar isso observando a Figura 4.18 ; 'para grandes valores de e , a energia E vale em
torno de 0,002 J / A2 a 0,008 J / A2 , ao passo que a energia armazenada no volume dos
setores semi-cilíndricos foi estimada como sendo em torno de 0,00031 J I A2 , ou seja , pelo
menos uma ordem de grandeza menor . Isso significa que a aproximação de cálculo baseada
em calcular a energia armazenada no volume compreendido pelos setores retos do magneto
Pista de Corrida e associá-la à energia magnética armazenada no magneto Pista é perfeitamente
válida e os erros envolvidos em tal aproximação não são tão relevantes na estimativa dessa
grandeza física para magnetos Pista com longos comprimentos de setor reto .
l ll

(INÍCIO)

ENTRADA DOS PARÂMETROS DE CÁLCULO /

\
-----r-------
A, D, C, DIST, DENS, NX, NY, NZ

CÁLCULO DO~ EXTREMOS DE INTEGRAÇÃO:

X<O>, Y<O>, Z<O>, X<NX>, Y<NY>, Z<_NZ>,

DELTX, DELTY, DELTZ

CHAMADA DA SUBROTINA INTRIP

CHAMADA DA SUBROTINA PISTA

CÁLCULO DA ENERGIA ARMAZENADA ENERARM

NO MAONETO PISTA DE CORRIDA

IMPRESSÃO DO RESULTADO:

A, e, C, DIST, ENERARM

( FIM )

Figura 4.14 : Fluxograma do programa ENERGPIS de cálculo da energia magnética


armazenada no magneto Pista de Corrida
112

0.08
0.012

0.010

/
0.06
N N
::!; ::!;
:::?. 0.008
..,"' :::?.
~
ti)

i"'
/ ~"'

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0.04 --
ffl 0.006
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w in
0.02 .,.d('/

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0.000 TITmllljTITIT11Tiprmrnrrmnmprmrn11mrmrrrmnmirmmnrnTTTTITJmmmrnTTTTITJ
O 1 i 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Altura de enrolamento (cm) Espessura de enrolamento (cm)

Fig. 4.15 fig. 4.16

Figura 4.15 : Comportamento da energia magnética encerrada no magneto 'Pista como


uma função da altura de enrolamento a ·

Figura 4.16 : Comportamento da energia magnética encerrada no magneto Pista como


função da espessura de enrolamento b

0.008

0.006
N'
~
:::?.
..,"'
11!
Q)
ri! 0.004
ê
e"'"'
ti)

w
0.002

0.000 -mrmmmmmr1rTTTTITTTJ'=prmrnrrm1m111rm1T"'J"TTTTTT1]1rrmn111mrmrrmrmTTJ
o 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Comprimento de setor reto (cm)

Figura 4. t 7 : Comportamento da energia magnética encerrada no magneto PC como


função do comprimento e
113

4.8) Estabilidade numérica do método empregado:

Quanto à estabilidade e a convergência do método empregado em todos os programas


de cálculo da força eletromagnética, da auto-indutância e da energia armazenada ( PISFOR,
INDUTPIS e ENERGPIS ·; respectivamente ) , elaborou-se um procedimento de cálculo
dessas grandezas tisicas para diferentes densidades de pontos a serem mapeados nas áreas e
volumes de interesse .

Os gráficos das Figuras 4 .18 a 4. 21 nos indicam os resultados de, tal estudo para o caso
mais crítico : o do cálculo da energia magnética ( devido ao maior volume , o número de
pontos em uma integração 30 é muito grande; o que acarreta em uma maior dificuldade nos
cálculos: erros envolvidos maiores e maior tempo de processamento ) . Na Figura 4.18 ,
obteve-se o valor de E para variações do número · de pontos em Ox ( NX ) ; na Figura 4. 19 ,
obteve-se o valor de E para variações do número de pontos em ( NY ) ; na Figura 4.20 ,
variou-se o número de pontos em Oz ( NZ ) e na Figura, 4.21 variou-se todos esses
parâmetros ( NX , NY e NZ ) simultaneamente , por uma mesrria quantidade . Podemos notar
que em qualquer um dos casos, a partir de NX = 12, os valores são praticamente constantes
e os erros envolvidos muito pequenos , assegurando uma boa estabilidade e uma precisão
relativamente boa .

Como exemplo de comparação , dos estudos realizados concluiu-se que , em particular


no caso do programa PISFOR - que fornece dados com uma precisão maior que a do
programa ENERGPIS , devido ao menor número de pontos utilizados na fórmula de Simpson
1/3 - a força de origem eletromagnética calculada apresenta erros relativos da ordem de ordem
de 10-3 , para uma densidade de pontos de 8 pontos por cm em Ox e Oy e 1 ponto / cm em
Oz ; aumentando-se essa densidade de pontos para 16 por cm em Ox e Oy e 2 pontos / cm em
Oz , os erros relativos envolvidos são da ordem de 10-4 . Esses valores demonstram ser
· totalmente desnecessário no cálculo aumentar o número de sub-intervalos de integração em
todas as direções para aumentar a precisão do resultado , uma vez que o tempo de
processamento aumenta demais e a precisão obtida para estes valores de densidade de pontos
na integração tridimensionaljá é razoavelmente boa .

A integração numérica bidimensional utilizada no programa INDUTPIS apresenta ,


obviamente , uma precisão ainda melhor do que a dos casos anteriores . Além disso , o
programa para. o cálculo da auto-indutância do magneto Pista executa os cálculos em um
tempo de processamento muito .
menor devido à menor densidade de pontos necessária .na
integração 20 , o que torna tal programa o mais eficiente de todos os que se baseiam no
método de integração rr-dimensional por aplicações sucessivas .

Como exemplo, a Figura 4.22 indica o comportamento da indutância de um magneto


Pista de Corrida com a variação do número. de pontos na integração 20 . Pode-se notar os
pequenos erros envolvidos no cálculo dessa grandeza , mesmo para valores muito pequenos do
número de pontos em uma dada direção ( N ) .
114

5.00
0.5646 ______ 4," ,··,,,.,_.)"···--·-'!< ······Y ··-·····---·'f--·-·--··-···.;f

"' <(
...,
- 4.00

UI

1
1
°ê"' 4.80

0.5641 .: tmt 111111111n1r11111111 r11111111n111n 11111n 1111i111111111111 r, 111n,; r 111111111,1111 4.70 ·- 111r11T1111111111-j.,i;J'''' rn1111 nnn 1111 rn1n1_ 1111rr11nq11n m, 1111 rrn!TrJ

.O 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00


Número de intervalos de integração em Ox ( Nx ) Número de intervalos em O/ ( Ny)

Fig. 4.18 Fig. 4.19

Figura 4.18 Energia armazenada no magneto Pista versus o número de pontos na


direção Ox ( NX )

Figura 4.19 Energia armazenada no magneto Pista versus o número de pontos na


direção Oy ( NY )
6.80 0.60 -

"<; .../ ,~-------------


---e----···------e---··--<)
0.58 -
"'-~ 6.70

-
"'
<{
...,

..
w UI
-o
"'ig
.til
u

.ê.
e
(1)
N
6.60 0.56

. E
-c

w
(1)
e
6.50
.
"'ê>
e
UI 0.54

6.40

o
nTTTJT"l11TTTJ'nnm11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111

5 W fü ~ 25 ~ ~
Número de intervalos de integração em oz (
40
Nz)
6
0.52 -~~T
0.00
i

5.00
I i I
10.00
i i I
15.00
Número de intervalos de integração N
i i i i 1 1 1 1
20.00

Fig. 4.20 Fig. 4.21

Figura 4.20 Energia armazenada no magneto Pista versus o número de pontos na


direção Oz ( NZ )

Figura 4.21 : Energia armazenada no magneto Pista versus o número de pontos em


qualquer direção ( N )
115

4.4E-3 -

.e-e--

4.0E-3
I
E
.....1
IV
·13
e 3.6E-3
<Ili

"O
e
6

<(
3.2E-3

2.SE-3 ---.-.~~~~TTTífrrniTTTífílTÍ1"1'TTTITl'fTIT1.
O 5 W IB ~ ~ ~ ,~ ~ ~ ~
Número de intervalos de integração N

Figura 4.22: Auto-indutância do magneto Pista de Corrida versus o número de pontos


em qualquer uma das direções ( N )

4.9) Conclusões:

Neste capítulo, toda uma metodologia de cálculo é apresentada para a determinação da


força eletromagnética· resultante nos setores retos do magneto Pista de Corrida , bem como
também o valor de sua auto-indutância e o da energia armazenada no volume compreendido
pelo enrolamento deste tipo de magneto .
A força resultante de origem eletromagnética é obtida a partir do método de integração
numérica tridimensional por aplicações sucessivas aplicado à formulação de Lorentz . Este
mesmo método numérico tridimensional e bidimensional é aplicado respectivamente no cálculo
da energia armazenada e da auto-indutância do magneto Pista de Corrida .
A partir dos programas elaborados para executar estes cálculos computacionalmente ,
pôde-se avaliar o comportamentoda força resultante com a variação nas dimensões a, b, e.e d
isoladamente . Esta análise também foi executada para a auto-indutância e para a energia
armazenada no enrolamento , sendo que resultados convergentes e precisos foram obtidos em
todos os casos , exceto no caso da variação da energia com o aumento da dimensão d , uma
vez que o número de pontos na integração aumenta muito , provocando instabilidade nos
resultados com a mudança do número de intervalos de integração . Todos os demais cálculos
indicaram uma excelente convergência dos valores dos parâmetros analisados , com a variação
do número de intervalos adotados nas execuções dos programas .
Uma extensão e um aperfeiçoamento deste método devem . ser realizados para tornar
mais precisos os valores obtidos neste trabalho ; estesincluem basicamente a contribuição dos
setores semi-cilíndricos ( ainda que contribuam muito pouco para o valor do campo na região
central do magneto ) e a aplicação de um método unidimensional mais preciso do que Simpson
1/3 na integração tridimensional . Deve-se também considerar mais de um circuito Pista de
Corrida nestes cálculos , determinando-se desta forma os valores de
indutância mútua entre
esses magnetos Pista e , conseqüentemente , o valor da indutância total de um sistema formado
por bobinas desse tipo de magneto , bem como da energia magnética total armazenada em tal
sistema.
116

Com isso , dever-se-á confirmar cada um dos valores .obtidos e ou refiná-los para
estimativas de cálculo importantes destas grandezas , como nos casos do magneto do motor
síncrono linear . ·
Nos casos de projetos que envolvam núcleo ferromagnético , como no magneto do
MHD e no magneto Wiggler , o mais indicado e eficiente é obter estes valores por meio dos
códigos computacionais como o TRIM , que indicam estes valores nos arquivos de saída , após
sua execução . Entretanto , mesmo assim , pode-se obter uma estimativa significativa destes
valores nestes projetos com os programas de calculo elaborados e descritos neste Capítulo .
Uma vez tendo analisado os parâmetros teóricos básicos associados a magnetos Pista
de Corrida , devemos iniciar a fase de projeto e fabricação de uma bobina simples de geometria
PC para que se domine a sua tecnologia de fabricação nesta Instituição bem como para que se
verifique cada técnica de cálculo empregada no projeto e dimensionamento desse tipo de
magneto. · <
Este trabalho experimental foi realizado para aperfeiçoar o estudo científico e
tecnológico deste tipo de magneto e é analisado ~o último Capítulo deste trabalho .
117

CAPÍTULO V

CONSTRUÇÃO E TESTE DE UM MAGNETO PISTA DE CORRIDA

S. 1) Introdução :

Uma vez concluída. a formulação teórica de cálculo de campo magnético , de forças


eletromagnéticas e auto-indutância de um magneto de geometria Pista de Corrida , devemos
proceder com a fase de fabricação de uma bobina Pista de Corrida , com o intuito de atingir dois
objetivos essenciais : ·

1. Dominar a tecnologia de enrolamento , 'montagem e teste do magneto tipo Pista de


Corrida , procurando basicamente obter conclusões com relação aos problemas associados à
fabricação deste tipo de magneto , quais as melhores formas de se resolver tais impecílios e quais
as melhores técnicas que possibilitem uma otimização dasfases de fabricação e teste do magneto
PC. . ·.

2. Comparar os resultados experimentais obtidos de medidas de campo magnético gerado


sobre o enrolamento com seus correspondentes resultados obtidos dos programas teóricos e , em
conseqüência , estimar os erros relativos entre esses valores , para se ter uma certeza da
confiabilidadedos métodos teóricos de cálculo empregados .

5.2) Critérios de escolha do magneto Pista modelo:

O magneto Pista de Corrida escolhido como modelo para a verificação das formulações
teóricas adotadas baseou-se em um projeto do magneto Wiggler Francês de 5,0 Testas do
Laboratoire pour l'Utilisation de la Radiation Électromagnétique ( LURE ) . Dos cinco dipolos que
constituem esse Wiggler , foi escolhido apenas um seccionamento de uma das bobinas Pista que
constituem o dipolo lateral externo para efeito de teste ( Figura S .1 ) .
Os motivos que levaram à escolha deste magneto são de ordem estritamente institucional,
principalmente por :

1. Maior facilidade de fabricação do sistema , devido às dimensões menores em relação a


outros magnetos Pista de grande escala , como o magneto do MHD .

2. Disponibilidade de grande parte dos componentes da estrutura de suporte desse


magneto , sendo o custo de aquisição para um novo sistema muito maior , o que certamente não
seria viável financeiramente neste momento .

3. Obtenção de um magneto modelo que não somente solucionaria os problemas de


domínio da tecnologia de fabricação e teste de um magneto Pista , da verificação dos resultados
teóricos bem como o do levantamento e compreensão dos problemas técnico-experimentais
associados a um magneto PC , mas também já estaria disponível para a Instituição , caso haja o
interesse na fabricação completa desse Wiggler .
ll8

O procedimento de cálculo e fabricação deste magneto teve os seguintes passos :


1. Dimensionamento da bobina Pista de Corrida .
2. Projeto da bobina Pista modelo , incluindo tanto o cálculo do campo na região central ,
a verificação do campo máximo gerado no enrolamento e a estimativa da contribuição de campo
devido · ao "yoke" ferromagnético quanto o cálculo da estrutura de suporte das tensões
eletromecânicas geradas quando da energização do magneto .
3. Enrolamento da bobina e fabricação do sistema completo que forma o magneto : o
enrolamento supercondutor , o núcleo de aço ferromagnético , a estrutura de suporte do
enrolamento , os tirantes de fibra de vidro acoplando o suporte e a flange do criostato , além dos
terminais de corrente e dos condutores de corrente .
4. Energização e teste do sistema .
5. Análise dos resultados obtidos .'
5.3) Aspectos relevantes do projeto da bobina Pista de Corrida modelo :

Utilizando os programas PISTA e TRIM , pôde-se executar o mapeamento de campo nas


direções e regiões de interesse e verificar a viabilidade de operação do magneto supercondutor .
As Figuras 5.2(a) a (d) nos indicam o comportamento do perfil de campo magnético ao longo dos
eixos do magneto e ao longo do eixo Oy na região do canal , que no caso deste Wiggler situa-se a
3,3 cm das bobinas superiores e inferiores do dipolo .
Os valores de campo obtidos no ponto central. do entreferro e nos pontos potencialmente
críticos se encontram na Tabela 5.1 . O projeto deste magneto foi realizado com base no cabo
supercondutor multifilamentar de NbTi disponível em nossa Instituição , cujos parâmetros mais
importantes se encontram na Tabela 5.2 , tendo por objetivo principal gerar uma intensidade de
campo no centro do entreferro que reproduzisse o mesmo perfil de campo do pólo completo . Os
principais parâmetros do dipolo e do magneto se encontram na Tabela 5.3 e as curvas de carga do
magneto projetado com a respectiva curva de corrente crítica versus campo do cabo
supercondutor empregado se encontram na Figura 5.3 .
Analisando a Tabela 5.2, observamos que o campo magnético desejado no ponto central
do canal do dipolo formado por bobinas Pista de Corrida da Figura 5 .1 deve ser de 2,5 T , o que é
· possível com uma corrente operacional de 250 A . Essa intensidade de campo magnético tem que
ser obtida para que se possa garantir que sejam satisfeitas as condições fisicas inerentes a um
Wiggler na região central do canal ~ no caso , para um Wiggler de cinco pólos , é necessário que o
dipolo central gere os 5 T de projeto , os dipolos laterais internos gerem um campo máximo local
em tomo de 3 T e os dipolos laterais gerem os 2,5 T citados . A quantidade de condutor deste
projeto foi de 375 m, quantidade essa disponível na Instituição, o que não toma o custo tão alto .
Com os dados obtidos da execução do programa TRIM , pode-se estimar a contribuição
ao centro devido ao núcleo de aço carbono utilizado neste projeto como sendo em torno de 0,5 T.
O perfil de campo ao longo dos eixos Ox e Oy , levando-se em consideração os resultados do
código TRIM para o dipolo, encontram-se nas Figuras 5.4 e 5.5 . Nelas concluímos que o campo
gerado no centro do canal varia em tomo de 0,8 T com a introdução do núcleo neste projeto . Na
Figura 5.4(b), notamos que o aumento de campo foi muito intenso ( em torno de 4,5 T) porque o
mapeamento é feito no interior · da região onde se introduziu o material ferromagnético , onde o
confinamento das linhas e a intensidade do campo é muito maior que no ar . . ·
119

C mml

o o
CD
CD
C\I. C\I
SECCIONAMENTO INTERNO
( MAGNETO MODELO)

DIPOLO LATERAL
DO WIGGLER

Figura 5. 1 : Magneto Pista de Corrida modelo


120

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-
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0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00
Distência ao longo do eixo Ox do magneto ( cm ) Distância ao longo do eixo Ov do magneto ( cm)

(a) (b)

Figura 5.2: a) Perfil de campo do magneto modelo ao longo de seu eixo Ox

Figura 5 .2 : b) Perfil de campo do magneto modelo ao longo de seu eixo Oy


120.00 16.00

12.00

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0.00 10.00 20.00 30.00 0.00 4.00 8.00 12.00 16.00 20.00
Distancia ao longo do eixo Oz do magneto (cm) Distancia ao longo do eixo Ov do canal (cm)

(e) (d)

Figura 5.2: e) Perfil de campo do magneto modelo ao longo de seu eixo Oz

Figura 5.2 : d) Perfil de campo do magneto modelo ao longo do eixo Oy no centro do


canal ( situado na posição x = 6,29 cm em relação ao sistema da bobina )
121

LINHAS DE CARGA :
2000.00
--*-- Bcent : Magneto modelo com núcleo
--O-___ Bcent: Magneto modelo sem núcleo

1600.00 --
--FJ- Bcent : Dipolo magnético

D- - - Bcrit : Dipolo magnético

-+ - - Bcrit : Magneto modelo sem núcleo

1200.00 ---· -· Bcrit : Magneto modelo com núcleo


cu
.g
;a;
-CJ - Bmed : Medida experimental do magneto modelo
ãi
.! ~ ,~
~
õ
(.)
800.00
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400.00 -
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»>
----------- ---, -- - ---- '
0.00 __.,H-,--r--r ~-4----',--,-,pJTTT-r,i-rTT ,--~'1
0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00
Campo magnético B ( T )

Figura 5.3 Curva de carga do magneto modelo e curva de corrente crítica do condutor
empregado
3.00 8.00

-&- Pertl de campo do ma'1)elo


--&-- Pril de campo do ma!1Jelo
-*- Pertl de campo do ma'1)eto com núdeo
~ Per11 de campo do meg,eto com rúdeo 6.00
2.00

1- 1-
al al 4.00 -
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'!!cn 1.00
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8.
~ E
~ 8
0.00
~~ 0.00

-1.00 --~-~~--r-r-~-~----,
0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00
·2.00 ----------~-----~-~-1
0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 1 25.00
Distancia ao longo do eixo Ox do canal ( cm) Distância ao longo do eixo Ox do magneto ( cm )

(a) (b)

Figura 5.4: Perfil de campo do pólo lateral com e sem "yoke", ao longo de seu eixo Ox:
(a) na região do canal ;
(b) no centro de uma bobina
122

8.00 -
-0··- Pertl de campo do magieto

I -----*- Per11 de campo do m~111eto com rúcleo

6.00 -

-
1-
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0-00 ,,_ ---,-.-'-···, · - , .. - -··r-· · ,.-- -·r·· ·-·T' ·· "" T-- -·· ,!!':~
0.00 5.00 1000. . 15.Ôó' 20.00 25.00
Distância ao longo do eixo Oy do magneto ( cm )

Figura 5.5 : Perfil de campo do pólo lateral com e sem "yoke", ao longo de seu eixo Oy

TABELA 5.1 : CAMPO GERADO EM PONTOS


IMPORTANTES
COORDENADAS ( cm ) CAMPOB (G)
P 1 ( 6,29; O ; O ) 3896,38
P2( O; O; 15) 26700,24
P1( O ; O ; 16,08 ) 5943,859
PA( O; 2; 13) 24601,75

TABELA 5.2: PRINCIPAIS PARAMETROS


DO CABO SUPERCONDUTOR
Especificação Fl30
Dimensões 1,28 mm x 0,83 mm
Razão Cobre / Supercondutor 1,35
Corrente crítica a 7 T 492 A
Número de filamentos 130
Diâmetro do filamento 55 um
Densidade linear 7,1 kg/ km

Com base na observação das linhas de carga da Figura 5.3 , concluímos que esse magneto
realmente não foi projetado para gerar alto campo , tendo em vista a alta margem de segurança da
corrente operacional do projeto . Também com base nesta Figura ; concluímos das linhas de carga
do magneto modelo com e sem núcleo ferromagnético que esse último contribui para o ponto
central com cerca de 0,3 T para a corrente operacional de 250 A .
123

I TABELA 5.3: PRINCIPAIS PARAMETROS DO POLO LATERAL 1


Dimensões de secção transversal 5,906 cm x 2,376 cm
Comprimento do setor reto interno 26 cm
Comprimento do setor reto externo 28 cm
Número de seccionamentos 2
Número de espiras no enrolamento 1288
Corrente operacional 250,A
Campo magnético nominal no centro do canal 1,25 T
Contribuição de campo do "yoke" O,s·T
Campo máximo no enrolamento 4,6 T
Entreferro 6,6cm
Quantidade de condutor necessário 890,7 m
Fator de empacotamento do magneto o,85.
Secção transversal do seccionamento interno 5,98 cm x 1,08 cm
Quantidade de condutor empregado 375 m
Número de espiras noseccionamento interno 552 ( 12 X 46)
Campo magnético central do seccionamento 0,683 T

5.4) Aspectos relevantes da construção e teste da bobina Pista de Corrida modelo :

Na fabricação do magneto Pista modelo foi definido que se executaria apenas seu
seccionamento interno , com o intuito de facilitar o processo de enrolamento da bobina - uma vez
que esta se constitui na primeira execução de fabricação de um magneto tipo Pista na Instituição
até a fase de operação - devido à quantidade de fio disponível e também devido ao fato de que
ambos . os objetivos citados na introdução poderiam ser atingidos satisfatoriamente com este
magneto Pista modelo , independentemente do fato de haver ou não seccionamento . Desta forma,
a espessura de enrolamento neste caso diminui à metade e o campo central produzido pelo
enrolamento também é reduzido, conforme os dados da Tabela 5.2 . O magneto foi conceituado
para ser fabricado sem qualquer tipo de impregnação , seja com cera de abelha , seja com resina
epóxi , a fim de facilitar o processo de fabricação e principalmente porque era fundamental no
estudo científico do magneto Pista de Corrida analisar o comportamento desta geometria sem o
efeito da impregnação , para que se pudesse estudar sua estabilidade e a viabilidade de tal situação
física . Além disso , caso fosse necessário , poder-se-ia desenrolá-lo posteriormente , a fim de que
se executasse sua fabricação englobando nesta fase dois seccionamentos e impregnação com resina
epóxi . Como já vimos , não calculamos o efeito da tensão devido. à contração térmica e devido à
pré-tensão de enrolamento , mas apenas as forças eletromagnéticas , o que nos· permite avaliar o
valor da pré-tensão de ancoragem mecânica que visa contrabalancear essas cargas . Entretanto ,
no projeto , verificamos que a contração térmica. não era relevante e determinamos a pré-tensão de
enrolamento experimentalmente : aplicamos ao fio uma carga em tomo de 75 N, ou seja, uma
tensão de enrolamento de aproximadamente 7 5 Ml'a , que se mostrou efetiva para permitir um
enrolamento bem compacto do magneto modelo , principalmente em seu ponto mais crítico , que
corresponde aos setores retos da bobina . Com essa tensão de enrolamento , foi possível operar o
=
magneto a altos valores de corrente ( 1 200 A ) .
124

Entretanto , sabemos que a correntes muito mais intensas certamente não poderemos
operar o magneto com estabilidade devido à inevitável movimentação de espiras nos setores retos
do magneto . Somente futuros testes permitir-nos-ão verificar até que ponto um magneto com
uma alta pré-tensão de enrolamento pode operar com estabilidade garantida e a partir de que
corrente é necessária a impregnação do enrolamento .

As medidas experimentais básicas deste teste do magneto Pista modelo abrangeram o valor
do campo próximo à região central do magneto e a medida de sua auto-indutância . Além disso ,
fez-se a leitura da variação da resistência do sensor de temperatura Kyowa em três posições e dos
sinais dos transdutores ligados em ponte no calço lateral . Entretanto , não foi possível com a
geometria empregada obter-se uma leitura dos valores das tensões mecânicas que ocorrem nos
setores retos do magneto devido .à falta de- sensibilidade dos extensômetros componentes dos
transdutores , mesmo ligados em ponte no calço lateral . · ·

Para medir o campo próximo ao centro do magneto , optou-se pelo ponto de coordenadas
x = 4,48 ; y = 1,0 e z = 3,0 , por ser a posição·mais adequada de posicionamento dos sensores
Hall, ou seja, sobre a chapa superior do magneto . Um outro sensor Hall foi colocado no interior
do material ferromagnético , mas durante o enrolamento ele foi danificado e não foi possível obter
uma leitura de campo a partir do mesmo , nem substituí-lo em virtude de sua posição .

As Figuras 5.6 e 5.7 nos mostram o esquema do suporte do pólo lateral do Wiggler
projetado . O espesso calço lateral serve para resistir às forças na direção Oy existentes quando da
operação do magneto . Como as forças; na direção Ox são bem inferiores que as da direção Oy , o
reforço mecânico nesta direção é feito somente com uma chapa superior não muito espessa . No
caso do magneto modelo fabricado , a corrente operacional e o campo induzido não são muito
intensos, de modo que nesse caso as cargas induzidas
' .
. também não o são ( F;.= 135kN ) .

O conjunto formado pelas bobinas e pela estrutura de reforço do enrolamento pesa cerca
de 1000 N ; tendo-se por base este valor , concluiu-se que eram necessários três tirantes de fibra
de vidro acoplando a estrutura ou suporte do magneto à flange e suspender o magneto Pista com
segurança . Os três tirantes que suspendem o suporte do magneto modelo são constituídos de uma
fibra de vidro resinada com epóxi TRE 214, que resiste a cargas em torno de 3800 N a 20ºC ,
com o diâmetro de 20 mm .

O suporte do magneto modelo foi projetado de tal forma que se pudesse executar sua
energização no interior do menor criostato existente na Instituição ( com capacidade para tal
operação ) , o criostato NW-250 ( Figura 5.11 ) . Todo o dimensionamento da estrutura do
magneto foi feito em função das medidas desse criostato , em virtude do fato que todos os
criostatos consumiam hélio demais , sendo o NW-250 o que menor taxa de evaporação
apresentava.

Para o magneto modelo , conforme podemos notar na Tabela 5.3 , obtemos um campo
magnético no centro do entreferro de 0,683 T para a corrente operacional de 250 A .
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Figura 5.6: Esquema da estrutura de suporte e da bobina do pólo lateral do Wiggler


126

Figura 5.7: Detalhe do suporte montado na flange

As Figuras 5. 8 a 5. 11 nos fornecem detalhes do sistenia de enrolamento de magnetos , do


magneto , da disposição dos sensores de medida , do criostato , dos aparelhos de medida
empregados e da/fonte utilizada nas medidas experimentais . Na Figura 5 .. 8 , podemos analisar
detalhes da estrutura de suporte do enrolamento do magneto ~ na Figura 5.9 , temos detalhes do
sistema enrolador e do · sistema de polias de tensionamento dos fios para o enrolamento de
bobinas. A Figura 5. 1 O mostra detalhes do magneto acoplado à flange , dos condutores de
corrente , dos terminais do magneto e da fiação de medidas de campo , tensão e temperatura . O
criostato NW-250 pode ser analisado na Figura 5.11 .
As curvas experimentais foram obtidas por meio de um programa de aquisição automática
de dados via microcomputador acoplado a dois múltimetros digitais KEITHLEY 196 e à fonte de
corrente programável KEITHLEY 220 (Figura 5.12) e foi utilizada para alimentação do magneto
até 200 A uma fonte de tensão estabilizada TECTROL modelo TC 10-300 ( Figura 5.12).
127

Figura 5. 8 : Detalhes da estrutura de suporte do enrolamento do magneto Pista modelo

Figura 5.9: a) Sistema enrolador de magnetos


128

Figura 5.9: b) Sistema de polias de pretensionamento de fios

Figura 5.1 O : Magneto Pista de Corrida modelo fabricado completo , com sensores de
medida de campo , tensão e temperatura , acoplado ao flange do criostato pelos tirantes de fibra
de vidro
129

Figura 5.11 : Criostato NW 250

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Figura 5.12: a) Multímetros e fontes ele corrente KEITHLEY


b) Fonte TECTROL utilizada
130

5.5) Resultados obtidos e conclusões :


'
Na Figura 5.13(a), temos um detalhe do posicionamento do sensor Hall para a medida de
campo magnético gerado pelo magneto modelo .
Os resultados de campo magnético que foram obtidos da energização do magneto se
encontram indicados na Figura 5.13(b) . Na Tabela 5.4, podemos analisar os resultados obtidos e
compará-los aos valores teóricos.

Sensor Hall

Figura 5.13 : a) Posicionamento do sensor Hall nas medidas experimentais

- -G- Dados teóricos

8000 -
-*- Dados experimentais

·2000 - 111TTr,-r-1-r,~Trrp·-r-r,,-r,,-rr·1
O 40 80 120 160 200
Corrente elétrica 1 ( A )

Figura 5. 13 : b) Comparação entre as curvas experimental e teórica de corrente versus


campo no ponto ( 4,48 ; 1,0; 3,0)
131

TABELA 5.4 : DADOS EXPERIMENTAIS


OBTIDOS VERSUS DADOS TEÓRICOS
Grandeza medida Experimental Teórico
Campo a 10 A 530G 532G
Campo a 50 A 2563 G 2456G
Campo a 150 A 6200G 5924G
Campo a200 A 7398 G 7363 G
Auto-indutância 64,5 mH 65,996 mH

'
Como podemos perceber , os erros cometidos entre os dados experimentais e os dados
teóricos são muito pequenos para a auto-indutância ( aproximadamente 2,3 % ) e para o campo
magnético medido no ponto considerado a baixa corrente e a alta corrente . A auto-indutância foi
medida experimentalmente por meio de um multímetro com capacidade de medida de indutância
da marca WAVETEK DM27XT . .
Na curva de carregamento , · podemos notar que os maiores erros ocorrem quando
atingimos correntes intensas ( cerca de 80 A até 130 A ); a curva experimental de carregamento
demonstra um efeito que provavelmente traduz o efeito de movimentação interna do enrolamento
devido ao aumento das tensões mecânicas induzidas, o que não é previsto no cálculo teórico . Tal
efeito também já ocorreu nos magnetos solenóides fabricados e testados na Instituição . Apesar
desse efeito , entretanto , nenhum dos pontos apresenta erros superiores a 1 O % , sendo o erro
geral em torno de 4,0 % . A partir de aproximadamente 150 A, entretanto, podemos notar que já
começa a ocorrer ó efeito de acomodação e os erros tendem a diminuir significativamente . Os
resultados obtidos demonstram-se satisfatórios para efeito de dimensionamento e cálculo de
bobinas Pista de Corrida .
Pode-se constatar também que não houve linearidade na curva de carregamento no ponto
considerado devido à presença do elemento ferromagnético introduzido , comportamento físico
que foi reproduzido a contento tanto a nível teórico quanto a nível experimental .
Associando o cálculo de campo devido à introdução de elementos magnéticos em 2 D com
o cálculo da contribuição de campo dos elementos de corrente em qualquer ponto no espaço 3D ,
pode-se dimensionar magnetos Pista de Corrida com precisão , restando somente calcular com
precisão a contribuição dos elementos ferromagnéticos nas extremidades . Essa limitação até
agora pode ser contornada com uma estimativa aproximada do campo gerado pelos elementos
magnéticos nessa região utilizando os programas descritos e posterior checagem experimental de
sua influência .
Para que se tenha um conhecimento realmente preciso desta influência , entretanto , é
necessário utilizar programas de cálculo por MDF 30 ou MEF 3D , o que não dispomos na
Instituição .
Para tal análise , há duas possibilidades : executar os cálculos utilizando o código TRIM
tridimensional ( que poderá ser disponível à Instituição , por intermédio do KEK ) ou utilizando o
código FLUX-3D , disponível na USP . Contudo , aprender a utilizá-los e reprojetar com eles os
magnetos de interesse da Instituição apresenta proporções que implicam em um novo trabalho ,
cuja finalidade seria o de comprovar os resultados já obtidos, por uma questão de segurança e
confiabilidade de projeto . Tal projeto fica como proposta para trabalhos futuros nesta área .
132

Assim , para projetos de magnetos de geometria Pista de Corrida de médio porte pode-se
ter uma confiabilidade nos cálculos teóricos empregados ; entretanto , para projetos de magnetos
Pista de grande porte e ou alto campo toma-se necessário obter-se um programa de cálculo
tridimensional de campo magnético devido a elementos ferromagnéticos para que se possa estimar
com confiabilidade o campo máximo no enrolamento com a introdução desses materiais e garantir
que o magneto mantenha em operação as características supercondutoras . Complementar-se-ia,
assim , com precisão , a última fase no processo de dimensionamento e projeto de bobinas Pista de
Corrida.

Agradecemos os financiamentos que possibilitaram o êxito deste trabalho experimental ,


especificamente ao CNPq pelo sistema de enrolamento ; à FINEP , pelo projeto de magnetos que
nos permitiu a aquisição de grande parte dos materiais para o magneto e ao RHAE , pela bolsa
referente ao estágio no LNLS .
133

APÊNDICE I

DEDUÇÕES DAS FÓRMULAS EMPREGADAS NO CÁLCULO DE CAMPO

As principais deduções de fórmulas utilizadas neste· trabalho são descritas neste


Apêndice. As demonstrações são feitas no sistema de coordenadas cartesianas , empregando o
Sistema Internacional de Unidades ( SI ) .

1.1) Campo magnético de um filamento reto de corrente de comprimento finito ,


perpendicular ao plano z = O :

Figura 1 : Parâmetros . no cálculo de campo de um filamento reto de corrente de


comprimento finito , perpendicular ao plano z = O •

Em todos os cálculos , convencionalmente adotaremos P como sendo o ponto de


observação ou ponto de cálculo .
Na Figura 1 , destacamos :

fP : Vetor posição do ponto de cálculo


fE : Vetor posição do elemento de corrente
{
r : Vetor dirigido do elemento de corrente ao ponto P

Da geometria da Figura 1 , concluímos que rP é dado pela soma vetorial dos vetores
fE e r , ou seja :
134

Mas , d/ = dzk , logo :

d/ x r.=dzk x[(xP -x)i +(yp-y)] +(zP-z)k]

i J k.
dTxr = o o dz
Xp -X yp-y Zp ::-- Z

=>dl xf =[-(yP -y)T +(x1, -x)]]dz

d]] ::: µ0/ d/ X f


41r r3

B= µ01 rh [(y-yl')l +(xp -x)]]dz


(1)
41r Jo (( Xp -x )2 + ( YP - y )2 + ( Zp - z )2]Yz'

B = _µ01 rh (yP - y)dz


(2)
X 41f Jo [(
. Xp -X )2 + ( YP - y )2 + (.Zp - z )2]7i

(3)

As componentes de campo magnético podem ser obtidas , portanto , resolvendo-se a


integral:

(4)

Fazendo a substituição Z = B tg t , temos :

dZ = Bsee? tdt => I = J ABsec2 tdt


J
3

[ ~ JJ2( 1 + tan2 t)
135

A J
=> I = J BAtdtsect => I = -
2
B ·
A
cos tdt => I = - sen t
2
B
2

z ·.
Mas , Z = B tan t , logo tan t = - , assim :
B

zi :J zi + JJ2
l + tan2 t = sec ' t => sec ' = 1 +-2 => sec t = ----
B JJ

. B z B2
=> cos t = ,;;-;- => sen t = 1 + 2 . 2
"\/ z' + Bz Z + JJ

sen t
2
= l+
z 2
=> sen t = :J
z ·
2
Z +B
2
z: +1}2
=;>]=~ z
B2 .Jz2 +82 (5)

Assim , fazendo as substituições inversas :

A =y-yp
Z = z- Zp .., -. -
dZ=dz
Bz = (xP -x)z +(yr -y)2

obtemos:

,
/J = µ01 y - )' p Z - Zp

X 41f (x-xp)2 +(y-yp)2 [(x-xp)2 +(y-yp)2 +(z-zpry~ Q

(6)

Assim , fazendo as substituições inversas :


136

A=x,,-x
Z = z-zl'
dZ=dz
82 = (x,. -x)2 +(y,, - y)2

_ µ01 f'' (x,. -x)dz


=> By - J1 31
4 .7f O [( x ,-x )2 + ( y,,-y )2 + ( Zp-Z )2 ]/2 .
1

=>B =µº/ xp-x { lt-z,, z; }


y 4.1í (x-xp)2 +(y-yp)2 ~(xp -xr +(y,, -y}2 +(z,, -lt)2 ~(xP -x)2 +(y,, - y)2 + z,.2.

(7)

1.2) Campo magnético de uma lâmina plana de corrente de comprimento finito paralela
ao plano y = O : · ·

, h
,,,
,"

z , ,,
/ " , ""
"
-H-A y

Figura 2 : Parâmetros no cálculo de campo de uma lâmina plana de corrente de


comprimento finito perpendicular ao plano z = O
137

A Figura 2 indica o esquema de uma lâmina plana de corrente de comprimento finito


paralela ao plano y = O , onde destacamos os seguintes parâmetros :

fP : Vetor posição do ponto de cálculo


. f E : Vetor posição do elemento filamentar de corrente
{
f : Vetor dirigido do elemento de corrente ao ponto P

De acordo com os parâmetros especificados , temos que , analogamente ao caso do


filamento , o vetor posição é dado por : ··
. ' .
r = (xp -x)i +(yp ~ y )] +(zp - z)ii
O elemento de corrente é dado por :

d/= dzii
Logo:

i j li
dl xr= o o dz
Xp-X yp-y ,zP-z

. :=> dl x r = [-(yp - y )i +(xp -x)]]dz.

Além disso , a corrente que passa pelo elemento indicado na figura 2 é dada por :

Assim , o campo magnético gerado por um de seus elementos constituintes será dado
por:

(8)

· Mas , o campo magnético gerado pela lâmina será dado pela soma vetorial das
contribuições de campo de todos os n elementos que a constituem , quando esse número de
elementos tende ao infinito .
Matematicamente :
138

B=-º
_ µ . ·Ln
hm
l" KL1!Y [-(yP - y)i +(x1, -x)]]dz
31 ,
4 1f n--+<» i=I O [( Xp-X .)2 + ( yp-y )2(
+ Zp-Z
)2 ]/2

(9)

B = _ µ0K l"ib . (yP :- y)dydz ·


X

.
4
1f O O [( Xp-X
, 3/
)2 + ( yp-y )2 + ( Zp-Z )2 ]12 .
(10)

(11)

1) Cálculo de B, :

Chamando de I a integral em Bx , temos que :

l= rr -(y p - y )dydz .
o o [(xP -x)2 +(yP -y)2 +(zP -zY]Yi

Resolvendo a integral em y , temos :

l1 = l --.======· ===== (12)


J(xP -x)2 + y:, +(z,, -z)2 J(xP -x)2 +(y1, - b)2 +(z,, -z)2

Resolvendo a segunda integral , temos :


139

.-dz ·
i J( x,
h
l - ..
2- O )2 + YP2 +(Zp :-Z )2
-X

Chamando:

A2 =(~1, -x)2 + Yi·


{ z - z,. - A tau t

temos que: dz = A sec' tdt e, assim:

I .; í'' A sec2 tdt _ rh A sec2 tdt


2
- Jo A2 + A2 tau" t -)o A secr

12 = Joí'' sectdt

=:> 12 =ln(sect+tant)j:

z-z, (z-zp)2
tau t = --1 => sec' t = 1 + =>
A A2

A2 +(z-zpY
sect=--~--
A

(13)

Chamando : A2 = (xP - x )2 + (y P - b)2 e z- Zr = A tan t , temos que /3 assume a


forma da equação (14), cuja solução é:
140

I3 = ln z.. -z
· P JÂ 2 +(z-zp)2· J''
. [ A A
o

Assim:

(14)

Portanto , temos que .. B x -- --µoK /- - --µºK[I


2 -
I]
3 , .. .
ou seJa
4 7í 47l"

(15)

2) Cálculo de BY :

Chamando de I a integral em B,. , temos que:

I
= lhlb (xP -x)dydz
. 31
o o [(
Xp -x )2 + ( YP - y )2 + ( Zp - z )2 ]·.,2

Resolvendo a integral em y , temos :

- rb (xp -x)dy
li - J,
)2 + ( yp-y )2 + ( z,,-z )2 ]iz
31
o [( x,,-x

Chamando: A2 = (x,, -x)2 +(zr -z)2 e y- y1, = A tant, temos que:


141

_ rb(Xp-x)Asec2tdt -( _ )íbÂSectdt
J10 => /1 Xp X )1 2
/1 -
[Ai +Ai tau' ,y2
31 -
o A sec t
2

/1 =a(x1,-x)-2
A
1 r
O
costdt-=:>1,-
(xP -x)
A
2
sent
b
o

Lembrando que : tan t = y - y" , concluímos que :


A

~Az +(y- yl')z


sec t = -'-------
A

A Az (y-y )2
=> cos t = . => sen 2 t = l- . · 2
=> sen 2 t = P
~A2 +(y-yp)i A2 +(y-yp) Ai +(y-yp)z

I = Xp -X y-yp
1 Az ~Ai +(y- yp)z º

= (xP -x)(b-yP) + (xP -x)yP


11
[(xP -x)2 +(zP -z)2]~(xP -x)2 +(b-yp)2 +(zP -z)2 [(xp-x)2 +(zP -z)2]~(xP -x)2 +y; +(zP -z)2

(16)

Assim, temos que B, = µoK Íh Ld: e procedemos com a resolução da integral em z:


4nJo .

l
2
= r0
(xp -x)(b- yp)dz .
[(xP -x)2 +(zP -z)2]~(xP -x)2 +(b-yP)2 +(zP -z)2

X= Xp -x b- yl' =y
A2 =(xi' -x)2 +(y,, -b)2
Sendo , / 2 se torna :
z - Zp = A tan t
dz = A sec2 tdt
142

I _ f XYA seç_2 tdt '


2
-
0
[x 2 +A2 tau' t]~A2 +A2 tan ' t

I _fh XYA sec2 tdt ·


2
- Jo [x 2 +A2 tan2 t]Asect

l = fh XYdt = fh XY costdt
2 Jo sen2 t Jo X2 cos' t + A2 sen ' t
X 2 cost+A 2 -----

r
cost

I = fh XY costdt ·. =X XY costdt
X2 +(Y sen 1)2
2
Jo X2 seu' t + X2 cos' t f Y2 sen ' t O

h
1 Y sen t
/2 = X-arctan---,
X X O

z-z . (z-zp)2
tau t = __ P => sec2 t = 1 +
A . A 2 =>

sec t =
JA 2 +(z-zp)2
=> cos t =·--.=,====
A
A 4vA2 +(z-zp)2

A2
sen2t=l-cos2t=>sen2t=l~ · 2
A2 +(z-zp)

12 = arctan (b-yP)(h-zP). . -arctan---,=(=b=-=Y=P=)z=P====


(xP-x)~(xP -x)2 +(yP-b)2 +(z" -h)2 (xi' -x)~(xP -x)2 +(.J,'p -b)2 +z;,

(17)
143

A =y-yr
Z = z-Zp
Sendo , /3 torna-se :
d~=dz
B2 = (xr -x)2 +(yr - y )2

I _
3
-
r [x
0
2
XYA sec2 tdt .
+A2 tan2 t]~A2 +A2 tan2 t
=>

J3 = . Jrh 1
XY cos tdt J
2 => 3
seu t Ih
= arctan-,----
y.

O X2 +(Ysent) X O

-y z
arctan P P

(xP -x)~(xr -x)2 + y; +z;


(18)

B, =
µ K. [ arctan
4ºn
_
(Yr
.
-b)(z,. -1,) ·.

(x,. -x)~(x,. -x)2 +(y,. -b)2 +(z,. -/,)2
-arctan----.============
(y,. -b)z,.
(x,. -x)~(x,. -x)2 +(y,. -b)2 +(z,. -/,)2
l
µ 0K
+--
4"
-l arctan
yp(Zp

(xP -x)J(xr -x)' + yi, +(z,. -h)'


-!,)
+ arctan · · ·
ypZp

(xr -x)J(xr -x)' + yi, +zi,


l
(19)

1.3) Campo magnético de um bloco de corrente de comprimento finito perpendicular ao


plano z =O:

Considerando os parâmetros da Figura 3 :

Elemento de corrente : d/ = dzk


Vetor posição do ponto de cálculo : ~.
Vetor posição do elemento de corrente. : rE
Vetor dirigido do elemento de corrente ao ponto P : r
144

.. ,:··i;
temos que:

d/ x r = [(y- yp)T +(x,, -x)]]dz

Figura 3 : Parâmetros no cálculo de campo de um bloco de corrente de comprimento


finito perpendicular ao plano z = O

Considere a placa genérica de espessura Llx"; formando o bloco . Quando sua espessura
tende a zero , a placa se transforma em uma lâmina de corrente e , portanto , podemos calcular
o campo magnético total gerado pelo bloco por meio da soma vetorial das contribuições de
campo das infinitas lâminas de corrente que constituem o bloco . A corrente que passa em uma
placa ou elemento infinitesimalde secção transversal dS é dada por :

d/ = J. d.~ => d/ = Jk. dxdyk


=> dl = Jdxdy
Assim , o campo magnético em uma placa elementar é dado por :

dli, = µo&; (yr - y)[ +(xr -x)J dz


)2 +. ( Zp-cZ )2 ]Yz
1
4 tt [(
Xp-X
)2 + ( Jp-y
145

Logo , o campo total gerado pelo bloco pode ser escrito matematicamente por :

- µ J . ~ ~ fh . [(yp - y )i +(xp -x)]]LixAy


B = -0-hm L..J L..J Ji dz
4 7f n~"> i=I i=t O [( Xp -x )2 + ( YP - y )2 + ·( Zp -z )2 ']Yi
' ····"

jj = µ0J fh fb fª [(y;- y)i +(Xp -x)J]dxdydz


(20)
3
47! Jo Jo Jo [( Xp -X
)2 + ( YP -y )2 + ( Zp -z )2]Yz

As componentes de campo geradas pelo bloco são dadas por :

Bx = ~
µOJ fh f b fª
Jo Jo Jo ·[( )2 · (
(y p - y )dfdydz
)2 (
Xp -X + YP - y + Zp -z.
)2 r (21)

µ0J 1h Íb íª (Xp -x)dxdydz


(22)
By=~oJoJo[( . )2 ( )2 ( )2]Yz
Xp -~ + YP - y + Zp -z

Para obter a componente de campo BY , basta realizar a integração em x sobre a


expressão da componente BY de uma lâmina plana de corrente de comprimento finito , o que
equivale a somar as contribuições das infinitas lâminas paralelas ao plano y = O e
perpendiculares ao plano z = O que constituem o bloco . Reescrevendo (21) em uma ordem
adequada de integração , temos :

yp(Zp -1,) y Z }
- arctan + arctan P P · dx
(xP -x)~(xp -x)2 + y; +(zP -1,)2 (xP -x)~(xp -x)2 + y'; + z;
(23)

Observando a expressão (22) , chegamos à conclusão de que para obter a componente


de campo magnético gerado BY , basta resolver a integral :
146

· ·
I = Jarcta
{
~
YZ
.
X x2+y2
r (24)

com: A2 = Y2 + Z2
Integrando por partes , vem :

YZ
u = arctan. ·• =>
x)x2·+Y2 .

-rz[.Jxz +A2 +--··=x=.


.Jx2 +A2 -----~
·
2=·]
1
du-
- xz (xz + A2) y2 z2
1+-·~--~
xz(x2+A2)
dv = dX => V = 'X

Logo:
.
2X 2 +A . XYZ 2]
· yz ~x2+°A2 [
I = Xarctan ~. . +J 4 . 2 2dX ·
X x2+A2 X +A X 2 +Y Z
2

(2x 2 + A2 )xdX
I - Yzf-------===
1- x4+A2x2+y2z2.Jx2+A2

Fazendo a substituição de variáveis t = X2 + A 2 .J , temos que :

t2 =X2 +A2 =>X2 =t2 -A2 =>2XdX =2tdt

XdX = tdt

212 -A2
=> 11 = YZ f t 4 -A 2 2
t +Y Z
2 2 dt

Raízes do denominador em 11 :

..1 = A4 -4B2 = (Y2 +Z2 )2 -4Y2 Z2


147

A =Y4 -2Y2 z2 + z' =>A= (yi _ z2)2

Ai ±(ri _z2) . y2 ·+z2 ±(Y2 _z2)


,2 = ::::) ,2 = -------
2 2

2 y2 + z2 + y2 - z2 z y2 t +Y
t = 2 =>t = . => =-

,2 = yi + z2 - yi + z2~ => ,2 = z' => t = ±z


2

t2 -A2t2 + Y2 Z2 = (t+ Y)(t-Y)(t + Z)(t-Z)

a(t-Y)(t2 -Z2) + At+Y)(t2 -Z2 )+ r(t-Z)(t2 -Y2) + °'t+z)(,2 -Y2) = 2,2 -A2

t = y => 2py( yz _ z2) = 2yz _ y2 _ z2 = y2 _ z2 => p = _1_


· 2Y

t =-Y =>-2aY(Y2 -Z2) = Y2 -Z2 => a= __ l_


. 2Y

t= z. => 2õZ(z2_ yz) = z2 _y2 => ô=-1-


2Z

t = -z . => -2 yZ( Z 2 - Y2) = Z 2 - Y2 => o = - - 1


5:

2Z

1 1 1 1
2t2 -A2
----------+--+-----
_. 2Y· 2Y 2Z 2Z
t4-A2t2 +Y2Z2 t+Y t-Y t+Z t-Z

I -YZ ·{ --· dt
1 --+- J 1 J --dt } +YZ { -- 1 J --+-
dt 1 J --dt }
1 - 2Y t+Y 2Y t-Y 2Z t-Z 2Z t+Z

1 1 1 . 1 }
11 =YZ { --ln(t+Y)+-ln(t-Y)+-ln(t+Z)--ln(t-Z)
2Y 2Y 2Z 2Z

1 t- Y 1 .t - Z }·
I1 = YZ { -ln--+-111--
. 2Y t+Y 2Z t+Z

1 t-Y 1 t-Z
1 =-Zl11--+-Yl11--
1 2 t+Y 2 t+Z
148

1 t+Y 1 t+Z
11 =--Zln----Yln--
2 t-Y 2 t-Z

1 <(t+Y)2 1 (t+z)2 .
/1 = --Zln --Yln 2 =>
2 t -Y
2 2
2 t -Z 2

Assim:

"
= _µoJ{(x
B
y 4
1f
p
-x)arctan
1 (zP -h)(yP -b)
2. 2
(xP -x) (xP -x) +(yP - b) +(zP - z)
2
o

"


+(xP -x)arctan YpZp . . +
(xP -x)~(xP -x)2 + y; +z; 0
149

a
. . yp(Zp -h).
- ( Xp -x ) arctan · . · +
(xP -x)~(x;,. -x)2 +(yP - b)2 + z!. o

Desenvolvendo os extremos de integração :

-(zP -_h)tn[(yP -b)+~(xP -a)2 +(yP·~b)2 +(zP -h)2 ]+


+(zP-h)tn[(yP -b)+~(xP -a)1 +(yP -b) +(zP -h) 2 2 ]+
-(yP-b)tn[(zP-h)+~(xP -aY +(yP -b)2 +(zP -h)2 J

(
- Xp
(h-~~
-a ) arctan---;=========
(xP -a)~(xP -a)2 +(yP -b)2 +z;


150

+Zp ln[(yP - b) + ~(xP -a)2 +(yP - b) + z; J + 2

+(yP -b)ln[ Zr +~(xr ~-a)2 +(yP -b)2 +z;, ]-.

-(yp ~ b)ln[Zp -t~x;, +{~P -:b)2 +~i, ]-


·) . . Yi>(z/~h)
+(x P - a aretan . .. 2 2
:!-
. (xr -a)~(xr -:-ª) +.PJ>2 +_(zr -h)
: Yr(Zr -h)
+xr arctan · · +
xr~x;
.
+ y;, +(zr -h)1
.

-(zP -h)ln[yr +~x; + y;, +(zr -h)1 J-


+Yr ln[(zr -h)+~(xr -a)1 + y; ~(zr -h)1 ]-

Logo , esvrevendo esta expressão em uma forma bem mais compacta , em termos de
somatórios :

(25)

com:

-,
151

De forma análoga , escrevendo a componente B, em (20) na ordem de integração


conveniente :

µºJ rb rh íª . (y p - Y )dxdydz
n, = - 4 7f Jo Jo Jo [(
Xp-X
. )2 (
+ yp-y
)2 + ( Zp-Z )2 ]Yz
. .

Assim, concluímos que o integrando da última integral é análogo ao de BY , a menos


dos parâmetros nos argumentos , ou · seja , · podemos escrever a componente de campo
magnético BY como sendo:
.
·,

B
. µ0J
= - --l<
Íb{ arctan
. . (z.p -h)(xp -a)dxdydz
.-
x 4n ° . (yP-y)~(xP-a)2+{yP-y)2+(zP-z)2.
· ·. .(xP ~a)zpdxdydz
-arctan . +
(yP - y )~(x,. -a)2 -t{.yP:- y) 2 +z;
.•
X Z dxdjdz
+arctan ·P P +
. (yp -y)~x,; +{yp - y)2 +z;

· . . . Xp(Zp -_h)dxdydz } .; -. -
-arctan · dy
(yp - y)~Xi, +(yp - y)2 +(Zp -h)2

Novamente , todas as integrais em (25) se reduzem a :

f
1 = arctan[
y
..J XZ
y2+A2
1,y
f
com A2 = X2 +Z2
Esta integral é análoga a (23) , a menos das constantes na integração , o que nos
permite concluir que o resultado das integrações em (25) nos fornecem resultados análogos a
(24). Dessa forma, podemos escrever a expressão para componente B, como sendo:

(26)

com:


152

1.4) Filamento de corrente de comprimento infinito perpendicular ao plano z = O :

d/ =dzii
=> d/ x r = [-(yp - y )T +(xP -x)J]dz

d1i = .I: dt ,: r .
. 47í r3

- Joo. I . (y- yp)i +(xP -x)J


H= -
-oo 4 í'f [ (xP -x) 2 +(yP -y) 2 +(iP -z). 2 ]% dz

\
153

I .
.. (xP -x)(zP - z) ·
J a

H, = 4,r!'!'! [ [(x, -x)' +(y, -y)'Mx-~,Í' +(y-y,)' +(z-z,)' -•

.. ···-·-·---··-·---· -
154

APÊNDICE li

ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS E DOS RECURSOS DOS PROGRAMAS


POISSON E TRIM

1 ) PROGRAMA POISSON :

O código. POISSON é composto dos programas AUTOMESH , LATTICE e


TEKPLOT, cujas características mais importantes passamos a analisar : '

1) AUTOMESH : . ·

1.1) Entrada de dados no AUTOMESH :

Basicamente , a entrada para o programa AUTOMESH especifica :

1. · O título do problema .

2. O tamanho da malha e a descriçãodas regiões quedefinem o problema.

3. As listas de coordenadas definindo o contorno de cada região e o tipo de linha que


conecta cada par de coordenadas ao par anterior . ·

A entrada para o programa AUTOMESH co~sist~ de três grupos de dados , a saber :

1. Identificação do título :

Para executar o programa POISSON , devemos sempre deixar um espaço em branco


na primeira coluna da primeira linha de entrada de dados e escrever o título da 2ª a 80ª coluna .

2. NAMELIST REG : Descreve as regiões .

O programa AUTOMESH atribui valores automáticos ou padrões mais prováveis para


a maioria das variáveis . Há algumas , porém , que são únicas para cada problema em particular
e devem ser fornecidas pelo usuário , alterando-se seus valores padrões quando da execução
do LATTICE ou do POISSON .
Nas entradas do NAMELIST REG há variáveis que só podem ser entradas no primeiro
NAMELIST REG e não podem mais ser alteradas em outras regiões ou em outras entradas
tipo NAMELIST REG ( DX , DY , XMAX , XMIN , NREG, etc. ) .

3. NAMELIST PO : Descreve pontos na região .

As variáveis para a entrada NAMELIST especificam os pontos de contorno da região


em questão . Os dados do primeiro PO especificam o ponto inicial . Cada ponto posterior
espe~ifica um novo ponto de contorno e o tipo de curva a ser desenhado· a partir do ponto
antenor . A última entrada PO deve descrever o ponto inicial para se obter uma região fechada.
O número de entradas PO deve ser igual a NPOINT , uma variável do NAfvffiLIST REG que
determina o número de pontos necessários para traçar o contorno de uma região ..
155

Os pontos de contorno da primeira região devem englobar a geometria completa do


problema . As regiões subseqüentes definem secções desta geometria . As propriedades de
cada nova região se sobrepõem às propriedades definidas anteriormente . A conecção de
pontos das regiões deve ser feita através de curvas disponíveis no programa AUTOMESH .
AUTOMESH pode desenhar três diferentes curvas entre dois pontos quaisquer : linhas
retas , linhas ou arcos circulares e ramos hiperbólicos .

3. 1. Linhas retas :

As coordenadas ( X', Y' ) correspondem à posição dos pontos deslocados por ( X , Y ),


a partir do eixo de coordenadas padrão ( X , Y ) , isto é :

X'=X-X0
{ Y'=Y-Y0 (l)

Quando valores são atribuídos a X e Y em um NAMELIST PO, valores associados de


X e Y são tomados como sendo relativos à origem deslocada .

3 .2. Arcos de Círculo :

Arcos circulares são definidos por :

(2)

onde ( X , Y ) é o centro e R' é o raio do círculo . Os dois pontos de conexão dados na entrada
PO devem satisfazer esta equação com um erro relativo de 10-3 .

3.3. Ramos Hiperbólicos:

AUTOMESH define ramos hiperbólicos somente no primeiro quadrante , e simétrico à


linha Y = X no sistema de coordenadas ( X , Y ) . A curva hiperbólica é sempre desenhada
entre pontos seqüenciais e ambos devem satisfazer , com um erro relativo de 10-3 , a equação :

2.X.Y = R1 (3)

onde R é a menor distância entre a origem ( O , O ) e o ramo hiperbólico .

Uma entrada PO para um ramo hiperbólico deve definir as coordenadas cartesianas de


qualquer ponto ( X , Y ) e especificar o valor de R .
Arcos hiperbólicos são amplamente usados para definir magnetos quadrupolares .

1.2) Opções de tamanho de malha:

AUTOMESH estabelece a base para o LATTICE gerar uma malha triangular de


tamanho uniforme , tamanho variado ou uma combinação de tamanhos de malha .
O usuário seleciona os tipos de malha que sejam adequados à geometria do problema ,
tendo em mente que AUTOMESH assinala um novo ponto na malha para dois pontos dados ,
156

XI e X2, somente se a distância entre eles é maior que a metade do incremento DX, ou seja,
se IX2 - X1j > DX I 2 .
Os tipos de malha disponíveis no AUTOMESH e suas variáveis correspondentes , que
devem ser fornecidas na primeira entrada REG ; correspondem à malha uniforme , à malha
dobrada e à malha variável .

1) Malha Uniforme (Padrão):

Esse tipo de malha é utilizada para geometrias simples que não excedem o número
máximo de pontos da malha definido pelo programa'. O- número total' de pontos da malha é
dado por: ·

N_ =(KMAX +2)(LM4X +2) (4)

O usuário tem que entrar com o incremento DX ( o valor de DY é opcional , pois já


possui um valor automático no código) e, assim , gerar-se-á uma malha uniforme triangular
de comprimento DX e altura DY.

11) Malha dobrada :

É utilizada quando se deseja uma malha fina próximo à origem , sendo suficiente uma
malha mais grosseira em pontos mais distantes . Neste caso , o usuário 'também deve entrar
com DX , mas também com um combinação de XREG 1 , XREG2 , YREG 1 e YREG2 , desde
que XREG2 > XREG 1 e YREG2 > YREG 1 .
O comprimento dos triângulos neste tipo de· malha é aproximadamente dobrado em
XREG 1 e novamente em XREG2 . Da mesma forma , a altura dos triângulos da malha é apro-
ximadamente dobrada acima de YREG 1 e novamente acima de YREG2 .

Ili) Malha Variável :

Serve para definir , explicitamente , até um máximo de 3 diferentes comprimentos e


alturas dos triângulos formadores da malha .
Neste caso, deve-se entrar com uma combinação do conjunto de pontos:

(KREG I,XREG I),(KREG 2,XREG 2),(KMAX ,XMAX)


{ (LREG I,YREG 1),(LREG 2,YREG 2),(LMAX ,YMAX)

Assim , gera-se uma malha triangular com em que :'

1) Se XMIN ~ X< XREG 1 :

. XREG 1- XMIN
Comprimento = ------
KREG -1 (6)

11) Se XREGI~ X <XREG2:

. XREG2-XREGI
Comprimento=-------
KREG2- KREG 1 (7)

\
157

III) Se XREG 2 ~ X < .xMAX :

. XMAX - XREG 2
Comprimento = -------
KMAX .,..KREG2 (8)

A altura é similar às definições do comprimento . , utilizando as variáveis


correspondentes LREG 1 , LREG2 , LMAX , YMAX , YREG 1 e YREG2 .

1.3) Opções de Condições de Contorno:

AUTOMESH automaticamente assinala indicadores para as condições de contorno


superior , inferior , à direita e à esquerda , definindo a região retangular do problema . As
condições de contorno. disponíveis no código são O e 1 . A condição O indica Condição de
Contorno de Dirichlet , ou seja , as linhas de campo magnético paralelas à linha de contorno .
A condição 1 indica Condição de Contorno de Neumann , ou seja, linhas de campo magnético
perpendiculares à linha de contorno .
Se os contornos são inadequados ao problema , ao usuário são dadas as opções de
mudá-los no LATTICE quando o código pede as alterações nas variáveis CON .

2)LATTICE

2.1) Funções do programa LATTICE:

Em geral, LATTICE lê o arquivo de dados de entrada criado pelo AUTOMESH ,


completa o processo de geração de malha , bem como escreve um arquivo binário com todas
as informações necessárias para a execução dos programas do código POISSON .
Especificamente, o programa LATtICE executa os seguintes passos:

1. Lê as propriedades que descrevem o problema específico , as coordenadas do


contorno físico especificando a geometria , e a numeração das coordenadas do ponto da malha
correspondentes , para a geração de uma malha triangular regular que discretiza a geometria
do problema .
2. Fixa a ordem de relaxação do ponto da malha .
3. Altera os lados dos triângulos na malha triangular regular em iterações e relaxações
sucessivas , até que os lados dos triângulos coincidam com os contornos fisicos dados .
4. Assinala os números dos pontos da malha para.todas as coordenadas interiores.
5. Identifica e fixa todos os pontos de contorno para as condições de contorno da
entrada.
6. Calcula os termos da corrente puntual em regiões com densidade de corrente
distribuída .
7. Escreve código O para o relatório de impressão que corresponde a um arquivo
binário ( TAPE3 5 ) , que contém todas as informações necessárias para a execução do
programa POISSON ou do programa TEKPLOT .

2.2) As variáveis do array CON para o programa LATTICE:

O principal meio de comunicação que o usuário tem com todos os programas do


código POISSON , exceto o AUTOMESH , é através do array CON . Como já vimos , o array
CON é uma matriz unidimensional de 125 elementos especificando vários parâmetros e
158

opções. É importante notar que há um número de elementos no array CON que devem ser
mudados no LATTICE para que tenham algum efeito sobre o problema.
Um usuário pode já neste momento optar por mudar os valores automáticos de
qualquer dos elementos CON listados . Mesmo que estas mudanças não tenham nenhum efeito
no LATTICE , as mudanças serão transmitidas ao relatório de impressão O e são disponíveis
para os outros programas quando necessário .
A forma de se alterar os valores padrões ou automáticos das variáveis CON é a
indicada no Exemplo 1 da execução do POISSON . O símbolo * deve ser digitado antes dos
primeiros números dos elementos para os quais os valores .subseqüentes serão entrados .
Espaços ou vírgulas são os delimitadores entre todos os valores de entrada e os elementos
asteriscos . Quando vários elementos em uma linha estão para serem mudados , somente o
elemento inicial necessita ser indicado por um "*" . ,
O símbolos designa o término das mudanças no array CON. Uma que o vetor CON
tem 125 elementos , se um "s" - que indica a não alteração dos parâmetros seguintes ao
modificado anteriormente - não for teclado , o programa não executará e solicitará mais
entrada de dados , até que o "sltseja dado.

3)TEKPLOT

TEKPLOT é um programa interativo que fornece uma saída gráfica dos dados gerados
pela maioria dos programas do código POISSON . O programa plota :

1. Os contornos fisicos e a malha resultante de uma execução do LATTICE.


2. Linhas equipotenciais resultantes de uma execução do código POISSON.

3 .1) A entrada para o TEKPLOT :

A entrada para. o programa TEKPLOT é feita usando uma rotina de entrada de dados
com formato livre .
Se os valores automáticos do TEKPLOT são suficientes para seus propósitos , eles não
necessitam ser alterados . Para tal, basta digitar s indicando que os valores automáticos devem
ser mantidos e que se quer proceder com a execução . Contudo , para mudar o valor de uma
variável , todos os valores precedentes de vem ser entrados , separados por espaços . Um s
deve então ser digitado .
O programa TEKPLOT somente plotará regiões fechadas . Para assegurar uma região
fechada , o primeiro e o último ponto devem ser os mesmos . Se a região não é plotada , deve-
se checar no arquivo de entrada para o programa AUTOMESH qual o provável.erro .

4)POISSON

4.1) Potencial de aplicação do programa POISSON:

O programa POISSON resolve a equação generalizada de POISSON em problemas


magnetostáticos com distribuições de corrente e a presença de ferro isotrópico e não linear ,
para geometria cilíndrica tridimensional ou geometria cartesiana em duas dimensões . O
programa utiliza o método de relaxação superior de ponto sucessivo para a solução das
equações . Após resolvê-la , são calculadas a energia estocada e as derivadas do potencial para
se obter o campo magnético e o os gradientes de campo .
Além disso , este programa tem a opção para :
159

1. Resolver problemas de potencial fixado .


2. Utilizar um valor de permeabilidade infinita ou um valor constante fixado .
3. Ler até três diferentes tabelas de permeabilidade ou tabela de uso interno ( aço com
baixo teor de carbono ) .
4. Executar a análise harmônica do potencial .
5. Fazer o mapeamento conforme ..

O POISSON considera como região de ar aquela na qual a permeabilidade relativa é


igual a 1,0 e região de ferro aquela na qual a permeabilidade é uma constante diferente de 1,0,
definida por uma função linear ou por uma tabela não linear .

4.2) Entrada de dados para a execução do POISSON:

O mínimo de dados exigidos para a execução do POISSON consiste ouem um arquivo


ou em uma entrada no terminal com as três linhas seguintes :

o
s
-1

onde : NUM= O : Lê o número de relação O no T APE35 .


s : Nenhuma mudança no array CON .· •·
NUM= -1 : Termina a execução depois da convergência.

Caso haja alterações a· serem feitas 'em variáveis CON , basta entrar com os dados da
mesma forma que no Exemplo 1 :

Ex.: 1)
POISSON
?TTY
o
*6 O *46 6
-1

Na execução do POISSON no exemplo acima , TTY indica que se deve adotar a


tabele de permeabilidade própria do programa e O indica o número do arquivo de relação
gerado pelo LATTICE . As· variáveis do array CON são modificadas na terceira linha . No
caso, CON(6) e CON(46), especificam o uso de u finito com utilização de uma tabela interna
de B2 versus y e especificam simetria de magneto H , respectivamente . O número -1 indica o
término da execução do POISSON .

4.3) Entradas opcionais:

Há três conjuntos de entradas opcionais para os programas POISSON . A entrada


opcional é designada por uma variável CON e segue a entrada do array CON na seguinte
ordem: ·

1. A entrada da função permeabilidade se CON(18) * O.


2. Entrada do potencial fixado se CON(20) > O .

\
160

3. Entrada do filamento de corrente se CON( 49) > O .


V amos analisar os dois primeiros casos , por serem de grande importância no projeto
de magnetos . ·

1. Entrada da função permeabilidade :

A variável NPERM = CON(l8) =O permite a definição de funções de permeabilidade


µ em regiões de ferro de vários modos diferentes .

A tabela interna pode ser usada com um maxuno de 4 · diferentes fatores de


. empacotamento , para definir quatro diferentes regiões . Esta opção define também quatro
1 . ,.
diferentes valores de r = - para problemas que usam valores constantes e finitos de µ . Estas
µ
características são estabelecidas da seguinte forma :

a) Estabelecendo as duas variáveis no array CON:

Número de fatores de empacotamento


CON(18)=NPERM= ou ·•
{
Número de valores de r a serem lidos
CON( 6) = MODE = O
b) Entrando as linhas de jNPERM j especificando os valores para as três variáveis :

l)MATER
2) STACK
3)FXGAM

onde:

MA TER : O código do material para o qual se aplica a função de permeabilidade .

ST ACK : Fator de empacotamento para este material .

FXGAM : y fixado para um valor constante e finito de µ .


A entrada de y e do fator de empacotamento deve ser como no arquivo exemplo :

*18 -2 *6 O ... s
3 0.8 s
5 1.0 0.004

onde , na primeira linha tem-se :

1. CON(6) = MODE = O
2. CON(l8) = NPERM =-2: Indica empacotamento j-21 = 2 e ou que será entrado um
valor fixo de y .
161

Na segunda linha , especifica-se em que regiões com código de material 3 será usada a
tabela de permeabilidade interna com um fator de empacotamento de 0.8 . Na terceira linha,
deve-se especificar que regiões com código de material 5 usarão o valor y fixado igual a 0,004
para suas funções de permeabilidade .

O programa POISSON permite que até três diferentes tabelas de permeabilidade sejam
lidas , para uso com diferentes regiões de ferro . Para utilizar estas opções , devemos ter o
seguinte procedimento :

a) Estabelecer as duas variáveis no array CON:


....
CON(18) = NPERM: Número de tabelas de permeabilidade a serem lidas na execução
do cálculo ( 1 ~ NPERM ~ 3) .
CON(6) = MODE = O .

b) Entrar com os valores para as três variáveis :

1) MATER
2) STACK
3)MTYPE

onde:

MATER : O código do material ao qual se aplicam as tabelas as tabelas de


permeabilidade de entrada ( MATER corresponde à variável MAT no NAMELIST REG -
Apêndice III ) , cujos valores dados no intervalo 3s MA TER s 5 .

ST ACK : O fator de empacotamento para este material .

MTYPE : O tipo de valores da tabela de entrada :

MTYPE = ± 1 : Os valores da tabela são ( B , y ) .


MTYPE = ± 2 : Os valores da tabela são ( B , µ ) .
MTYPE = ± 3 : Os valores da tabela são ( B , H ) .
MTYPE > O : Saída para o grupo de dados 4 .
MTYPE < O : Material anisotrópico , grupo de dados Número 3 .

e) Entrar com os valores da tabela de entrada , um máximo de cinqüenta dados de


entrada por tabela , que define a função de permeabilidade para regiões com este código de
material ( MA TER ) . Estes valores são entrados aos pares por linha , de acordo com a
especificação de MTYPE , com um "e" ( símbolo para designar a última entrada e contar o
número de entradas ) , seguindo o último par .
Para assegurar convergência , os dados de entrada têm que gerar uma função suave de
y( B).
No Apêndice III , temos um exemplo do formato de entrada das tabelas de
permeabilidade e os respectivos significados de cada um dos dados de entrada .

O programa POISSON gera dois tipos de arquivos de saída: TAPE35, com números
de relação maiores que zero, e o arquivo de resultados do problema ( OUTPOI). '
162

O arquivo TAPE35 gera todas as informações necessárias para o TEKPLOT plotar as


linhas equipotenciais do problema e OUTPOI é um arquivo ASCII que serve para se
inspecionar erros e fornece todos os dados e resultados do problema em questão . O arquivo
OUTPOI , além de conter todos os dados de entrada e tabelas de entrada , fornece também os
resultados de cálculo descritos abaixo e que correspondem basicamente aos parâmetros mais
importantes que um projetista necessita obter em projetos de magnetos :

1) K , L : Coordenadas do ponto da malha .

2) A : Vetor potencial .

3) X , Y : As coordenadas tisicas do problema .

4) BX, BY: Componentes de campo, Bx e BY .

5) BT : Campo total , dado por jiij = ~ B; + n; .


IB IB
6) DBY/DY, DBY/DX: Os gradientes de campo _Y
0' . ac
e--Y

7) AFIT : A diferença entre o. potencialvetorial resolvido ( coluna 3 ) e o potencial


vetorial calculado pelo método dos rninimos quadrados ( MMQ ) , utilizado para se obter os
IB IB
valores dos gradientes de campo magnético __ Y e __ Y e as
ac
,
q,
componentes de campo magnético B; e BY .

Os valores de AFIT mostram a precisão da curva que teoricamente deveria ser igual a
zero.

II ) PROGRAMA TRIM

O programa TRIM é formado de duas rotinas principais denominadas MESH e FIELD,


que são constituídas de várias subrotinas indicadas nos fluxogramas das Figuras 1 e 2 , cujas
principais funções passamos a analisar .

l)MESH:

A subrotina MESH do TRIM é constituída pelas subrotinas indicadas na Figura 3.3 .


Suas principais funções são :

1. Subrotina INPT : Esta subrotina lê e imprime a descrição do problema e suas


constantes . Ela também imprime o número de regiões , LMAX , KMAX , RHOX , RHOY ,
EPSO e o fator de conversão ( KBZERO ) , o modo do problema e as condições de simetria .
Uma lista completa das constantes do problema também é imprimida .
2. Subrotine DATA2 : Esta subrotina lê o número da região, o material , a densidade
de corrente ( ou o produto Nxl ) e o tipo de triângulo a utilizar . Ela também lê os pontos de
contorno especificados para cada região , checa erros e imprime mensagens para detecção de
erros. Todas as informações lidas em DATA2, incluindo o número da região, o material, a
corrente , o tipo de triângulo e os pontos de contorno da região são imprimidas em um arquivo
de saída e armazenados durante a execução do programa .
163

INÍCIO

INPT

HSTAR

SETTLE

OENOR
....

AIRIRN
,.
FIM

Figura 1 : Fluxograma da subrotina MESH

3. Subrotina HSTAR : Esta subrotina associa os pontos de cálculo a matrizes


bidimensionais XX ( L , K ) e YY( L , K ) . '
4. Subrotina SETTLE : Esta subrotina imprime o cabeçalho , CYCLE , GEORX ,
GEOR Y , RHOX , RHOY e os valores para cada um dos ciclos , até que 5 valores
consecutivos de GEORX e GEORY sejam menores ou iguais a EPSO = PRBCON(28). Ela
também gera uma malha triangular a partir dos pontos de contorno calculados em HSTAR .
5. Subrotina GENOR : Esta subrotina calcula as áreas de cada triângulo , a área de
cada região , a densidade de corrente de cada região e checa a existência de triângulos de área
negativa ou nula. Ela também grava no disco rigido todas as variáveis: X(I), Y(I), ATU(I),
ATL(I) , SCTL(I) , GTL(I) , CPU(I) , CPL(I) , CPR(I) , PHI(I) , SCTU(I) , GTU(I) ,
NMTU(I) e NMTL(I) .
6. Subrotina AIRIRN: Esta subrotina lê os dados gerados no disco rigido em GENOR
e elimina os termos fontes dos triângulos, criando um termo fonte puntual. Todas as ligações
são calculadas em AIRIRN e ela também determina a corrente elétrica total positiva e
negativa e escreve todas as quantidades calculadas na geraçãoda malha.

2)FIELD:

As subrotinas constituintes da rotina FIELD são indicadas no fluxograma indicado na


Figura 2 . As principais funções dessas subrotinas são :
164

,•
e INÍCIO)

--- .. ·.
FIELD 1
---·

4
RDUMP
ENEROY 1 1

~ 1 TABLES
2

1 1
~ ....

H
1

"
..____
VE·CPOT
3
PERM " 1
BOUND

5 5
1
1
§_ 3
AKIS LAORAN EDIT AIRSOL
1 1

. ·•·;
'
... ~ 1
2
~ 5
NTPO
NEWMESH
.,.,.

.
FIM )
Figura 2 : Fluxograma da subrotina FIELD

1. Subrotina TABLES : Esta subrotina lê e imprime as tabelas B-H . Dez diferentes


tabelas B-H podem ser incluídas no programa. Ela calcula B2 e para todas as tabelas r= H
B
da forma B-H, imprime B2 , os valores de y, otipo de material e o fator de empacotamento
PACFAC do tipo particular de material .
'2. Subrotina RDUMP : Esta subrotina lê o número do arquivo temporário especificado,
os primeiros quatro caracteres da descrição do problema e os imprime . Ela também lê as
novas constantes do problema especificadas no array PBTV .
3. Subrotina NTPO : Esta subrotina ajusta um polinômio de ordem ( N-1 ) aos N
pontos e avalia este polinômio , a 1 ª e a 2ª derivadas· deste polinômio em qualquer ponto
especificado , além de calcular BZERO em KBZERO e ajustar o fator de corrente JFACT ,
quando se especifica um valor desejado de indução Bem KBZERO. Neste ponto da subrotina
FIELD , são imprimidas as quantidades : CYCLE , AMIN, AMAX, DAMAX( L , :i<) ,
JFACT , RHOAIR, RESIDUAL/LENGTH e CPTIME . .
4. Subrotina AIRSOL: Esta subrotina substituiVECPOT no caso de uma solução com
r fixado ou com ar somente . Nestes casos ., · nenhum valor de r necessita ser calculado visto
165

que , no primeiro exemplo , nenhum ponto no ferro é utilizado para a solução e , no segundo
exemplo , os valores de r são estabelecidos como constantes . ·
5. Subrotina VECPOT : Esta é a principal subrotina iterativa do código , responsável
pelo cálculo de GTU(l) , GTL(l) , CPR(l) , CPU(l) e CPL(l) , para todas as soluções . A
varredura do cálculo de relaxação é executada e os resíduos preliminares e os novos valores de
PHI são calculados . Os valores de AMIN , AMAX , DAMAX , LENGTH e a soma dos
quadrados dos resíduos são também considerados . Esta subrotina chama a subrotina PERM .
6. Subrotina PERM : Esta subrotina determina os valores de B , GAMMA e
DGAMMA/DB-SQUARE:0, dado o nome do material e o valor de B2•
7. Subrotina BOUND: Esta subrotina permite ao usuário tomar os potenciais vetoriais
ou os valores em gauss de uma solução anterior-ao redor de um contorno específico ( como o
gap de um magneto ) e entrar com estes potenciais no programa . Assim , obtém-se soluções
mais detalhadas em áreas específicas de cálculo . Os vetores PHI são usados para armazenar
todas as informações lidas . '
8. Subrotina ENERGY : Esta rotina calcula a energia estocada tanto em regiões de ar
como em ferro . Os valores para r e B2 calculados em TABLES são por ela utilizados para se
obter a energia .
9. Subrotina LAGRAN : Esta subrotina , que foi modificada pelo Laboratório
Rutherford, usa a interpolação Lagrangeana para encontrar os valores de B em uma grade
retangular uniforme. O tamanho da grade em cada direção e o passo das colunas para a
impressão são especificados por M , N e JUMP .
A impressão dos dados de saída do programa é feita sob a forma de uma tabela com a
seguinte seqüência : X , Y , XYMOD , VECPOT , BX , BY , BMOD , onde X e Y
correspondem a coordenadas verticais do ponto no qual o campo . é calculado , VECPOT é o
potencial vetorial calculado nas coordenadas X , Y dadas , BX e BY são as componentes
horizontal e vertical do campo e :

XYMOD = .J X2 + Y2 (9)

BMOD = ...J BX2 + BY2 (10)

Esta subrotina chama as subrotinas NEWMESH e ou AXIS .


10. Subrotina NEWMESH: Esta subrotina faz a interpolação mais a diferenciação em
passos regulares ao longo de uma linha ou coluna para a subrotina LAGRAN .
11. Subrotina AXIS : Esta subrotina faz a interpolação para calcular o campo axial para
a subrotina LAGRAN quando a simetria axial é especificada .
12. Subrotina EDIT : Esta subrotina, que foi modificada pelo LRL, edita os vértices
dos triângulos na malha ao invés de uma grade uniforme sobre a malha , Ela permite ao usuário
descrever uma região específica da malha , especificando-a com suas coordenadas ABCD ,
onde:

A= (LMIN, KMIN)
B = (LMIN, KMAX ).
C=(LMAX ,KMAX).
D=(L~_,KMIN)
166

APÊNDICE III

VARIÁ VEIS , TABELAS E DADOS DE ENTRADA


NOS PROGRAMAS POISSON E TRIM

1) TABELA DE PERMEABILIDADE DO CÓDIGO POISSON:

A tabela de entrada de permeabilidade magnética do código POISSON deve ser


fornecida no formato indicado no. Exemplo 1 : ·

Exemplo 1 : Tabelas de permeabilidade de entrada:


*18 2 *6 O ... s
3 0.95 1
O.O 0.000250
9.0E+3 0.000260
7.5E+4 0.714258 e
4 1.0 2
O.O 1236.0
2.4E+3 1232.0

2.25E+4 11.3 e

Neste arquivo, temos:

1. Linha 1 :

NPERM = CON(l8) = 2: Duas tabelas a serem lidas.


MODE = CON(6) = O .
s : Fim da entrada do array CON .

2. Linha 2:

MATER = 3 : O código do material cuja tabela de valores da permeabilidade µ será


lida em primeiro lugar .
STACK = 0,95 : O fator de empacotamento para a 1ª leitura na tabela .
MTYPE = 1 : A tabela é do tipo ( B, y ) .

3. Linhas 3 a 5 :

Lista os valores de ( B, y), Bem Gauss. O "e" designa a última entrada desta tabela.

4. Linha 6:

MATER = 4 : O código do material referente à 2ª tabela de permeabilidade a ser lida .


STACK = 1,0: Nenhum empacotamento.
MTYPE = 2 : A 2ª tabela é do tipo ( B , µ ) .

5. Linha 7:

Similar às linhas 3 a 6 , mas agora com um conjunto de pares ( B , µ ) .


167

2) ARQUIVO DE ENTRADA DE DADOS NO PROGRAMA TRIM :

Para executar o programa TRIM , é necessário executar em primeiro lugar o programa


REG.FOR , que se constitui basicamente no gerador e formatador do arquivo de dados de
entrada do TRIM . O arquivo que fornece todos os dados do problema para que o programa
REG gere o arquivo de entrada do TRIM. é da forma :

1 1
MAGNETO PISTA/NUCLEO (lQ).
3 . ·.,.,..•.
·•
.........
1. 1.
1
4
o.o.
1 1
1 47
4747
471
1. 1.
3
6
O. O.
22 l
2220
1 20
1 26
28 26
28 l
1. l.0716
l
4
-592200. o.
10 8
10 12
18 12
18 8
4747

Neste arquivo do programa REG , identificamos :

1. Linha 1 : Nl = 1 e N2 = 1 ( ou seja ;·tanto o programa MESH quanto o programa


FIELD serão executados ) .
2. Linha 2 : Título do problema .
3. Linha 3 : O número de regiões no problema .
4. Linha 4: Unidade de conversão de medidas.
5. Linha 5 : Tipo de região ( para o ar ou bobinas, 1 ; para materiais magnéticos valor
maior que 1 ) .
6. Linha 6: O número de pontos que formam a região.
7. Linha 7 : A corrente e a densidade de corrente. 8. Linhas 8 - 11 : Coordenadas dos
pontos da região

Da 8ª linha em diante , temos as repetições das variáveis explicadas das linhas 4 a 11


para as demais regiões .

O programa REG , com esses dados , gera o arquivo de dados formatado necessário
para a execução do TRIM LENTPUT. TXT ( Exemplo 2 ) .
168

Exemplo 2 : Arquivo de entrada do programa TRIM :

1 1
MAGNETO PISTA DE CORRIDA
1 1 o. o.
1 1 .00000 .00000
1 47 .00000 46.00000
47 47 46.00000 46. 00000 ·
47 1 46.00000 .. 00000
2 1 -454 .. o. ·2 .

21 21 20.00000 20.00000
21 27 20.00000 26.00000
22 27 21.00000 26.00000
22 21 2i.OOOOO 20.00000
3 1 452. o.
4
26 21 25.00000 20.00000
26 27 25.00000 26.00000
27 27 26.00000 26.00000
27 21 26.00000 20.00000
3 NO. B-H TABLES
2 38 1. MAT =, 8-H PTS, PACFAC
.030 . 430 .070 .860 .100 1. 204 .120 1. 376
.190 1. 720 . 310 2.151 :500 2.581 .850 3. 011
1.400 3. 440 2.300 3.956 3.235 4.300 4.240 4. 730
5.520 5 .16 O 7. 550 6.021 9.330 6.881 10.000 7 .311
10.700 7. 7 41 11. 300 8 .171 11. 700 8.600 13.500 10.321
14. 000 12.041 14. 500 13.762 14. 800 15.481 15.100 17.201
15.400 21.502 15.800 25.802 16.100 34.403 16.400 43.003
16.500 51.604 17 .200 68.806 17. 500 86.006 17 .800 103.207
18.200 120.409 18.400 137.610 18.500 161. 692 18.900 175.453
18.900 197 .815 121.400100000.000
3 27 1. MAT =, 8-H PTS, PACFAC
.000 .000 .200 .600 .300 1. 000 . 600 1.500
.900 2.000 1.400 2.500 2.000 3.000 3.600 4.000
5.000 5.000 6.200 6.000 7.200 7.000 8.200 8.000
9.200 9.000 9.800 10.000 12.000 15.000 13.300 20.000
14.900 30.000 15.700 40.000 16.300 50.000 16.700 60.000
17.000 70.000 17.400 80.000 17.700 90.000 17.800 100.000
19.400 200.000 20.600 300.000 121.400100000.000
4 32 1. MAT =, 8-H PTS, PACFAC
.000 .000 .200 .400 .400 . 600 1. 000 1. 000
2.600 1.500 uoo 2.000 6.200 2.500 7.300 3. 000
9.000 4.000 10.200 5.000 11.000 6.000 11. 700 7 .000
12.200 8.000 13.000 10.000 14. 400 15.000 15.000 20.000
15.900 30.000 16. 400 40.000 16.700 50.000 17 .000 60.000
17.500 80.000 17.900 100.000 19.300 200.000 20.200 300.000
21. 000 400.000 21.400 500.000 21.600 600.000 21.900 700.000
22.000 800.000 22.300 1000.000 23.400 2000.000 121.400100000.000
47 47 1
. 169

A Figura 1 indica o esquema dos pontos lógicos que determinam a geometria do


problema referente ao arquivo de entr.ada
.. .··
de dados do programa TRIM dado acima :

(1,47) (47,47)
.-
..

(1,26)
(28,26)

(1,20) (22,20)

(10,12) (18,12)

~
(10,8) (18,8)

(1, 1) (22,1) (28,1) (47,1)

Figura 1 : Coordenadas lógicas de um arquivo de entrada do programa TRIM

3) TABELAS B - H DO CÓDIGO TRIM:

Para entrar com as tabelas de permeabilidade magnética dos materiais utilizados como
yokes ou blindagens e executar o TRIM para projetar magnetos envolvendo esses materiais
magnéticos , devemos proceder da seguinte forma :
1) O primeiro parâmetro a ser entrado é o número de tabelas B-H que será usado para
o problema . O número máximo que pode ser usado é 1 O . ·
2) O segundo parâmetro nos indica o tipo de material especificado na região
discretizada e o ·número de pontos na Tabela B-H . Então , o fator de empacotainento ou
P ACFAC é dado para cada tipo de material .
3) O terceiro e os subseqüentes parâmetros contêm os valores de Bem KGauss e Hem
Oersteds. O último par de B e H tem que ser muito grande, isto é, 121,4 KG e 100,000 Oe.
A Tabela B-H deve ser especificada de forma que:

2
Yn+I = r;

1 H
onde r=-=-
µ B
4) Os procedimentos (2) e (3) devem ser repetidos para a 2ª e as subseqüentes Tabelas
B-H.

O formato da tabela B-H do código TRIM é indicada no Exemplo 3 .


170

O formato da tabela B-H do código TRIM é indicada no Exemplo 3 .

Exemplo 3: Formato databela B-H para o programa TRIM:

3 NO. 8-H TABLES


2 .38 1. MAT =, 8-H PTS, PACFAC
.030 . 430 .070 .860 .100 1. 204 .120 1.376
.190 1.720 . 310 2.151 .500 2.581 .850 3.011
1. 400 3. 440 2.300 3.956 .. 3.235 . 4.300 . - 4.240 4. 730
5.520 5.160 1 .550 6.021 .9. 330 '.6. 881 10.000 7 .311
10.700 1. rn 11. 300 8 .171 11. 700 8 .. 600 13.500 10.321
H.000 12. 041 14. 500 13.762 14.800 15.481 15.100 17 .201
15.400 21.502 15.800 25.802 16.100 34.403 16.400 43.003
16.500 51.604 17 .200 68.806 17 .500 86.006 17.800 103.207
18.200 120.409 18.400 137.610 18.500~ 161.692 18.900 175.453
18.900 197 .815 121.400100000.000
3 27 1. MAT =, B-H PTS, PACFAC
.000 .000 . 200 . . 600 .300 1.000 .600 1. 500
.900 2.000 1. 400 2.500 2.000 3.000 3.600 4. 000
5.000 5.000 6.200 6.000 7.200 7. 000 8.200 8.000
9.200 9.000 9.800 10.000 12.000 15.000 1:3.300 20.000 ·
14.900 30.000 15.700 40.000 16.300 50.000 u. 700 60.000
17.000 70.000 17.400 80.000 17.700 90.000 17.800 100.000
19.400 200.000 20.600 300.000 121.400100000.000
4 32 1. MAT =, B-H PTS, PACFAC
.000 .000 .200 .400 :400 .600 1. 000 1.000
2.600 1.500 4.700 2.000 6.200 2.500 7.300 3.000
9.000 4. 000 10.200 5.000 11. 000 6.000 11. 700 7.000
12.200 8.000 13.000 10.000 14.400 15.000 15.000 20.000
15.900 30.000 16.400 40.000 16.700 50.000 17 .000 60.000
17.500 80.000 17.900 100.000 19.300 200.000 20.200 300.000
21. 000 400.000 21.400 500.000 21.600 600.000 21.900 700.000
22.000 800.000 22.300 1000.000 23.400 2000.000 121.400100000.000
171

4) VARIÁVEIS DO "ARRA Y" CON DO PROGRAMA POISSON:

A seguir , nas Tabelas I e II , são descritas as variáveis mais importantes do array CON
do POISSON com relação ao projeto de magnetos .

VARidVEIS DO ARRAY ~ON PARA O POISSON EM URDEM NUM~RICA

Número Nome Uefault

+ CON(3)
CUN(2) NREG
LMf-"X
1.
Nenhum
o

CUN(4) KMAX Nerihum


CUN(6) MOOE -2
CON(7) Sl(-)CH 1. o
..
CON(8) BDES i.OE+15

+ CON(9) CONV ., 1. o
CUNC10) FIXGAM ' .004
CUN(18) Ntjt:.RM - o
+ CUN(21) NBS(H:i' o
+
i

CUN(22) Nl:3SLO 1

+ CUN(23) ·NBSRT o
+ CUN ( 24). NBSLI- o
+ CUN(32) IPRINT o
CON<40> KBZERO 1
CON ( 41> LBZERO 1
CON(42) ~<M IN 1
CONC43) KlOP KMAX
CON(44) LMIN 1
CUN(45) LTOP 1
CONC46) ITYPE 2
CON(54) XMIN O.O
CONC55) XMAX O.O
CUN(56) YMIN O.O
CUN<57) YMAX O.O
$ CUN(~9) fJ 1 3.141592
172

Número Nome Default


"
$ CON(60) SPOSG o.o
$ CüNC61) SNEGG O.O
$ CON<62) STOTG O.O
$ CON<63) Sf->OSA O.O
$ CON(64) SNE.GA O.O
$ CON(6:5) STOTA O.Ot
$ CüN(66) XJFACT 1. ()
CONC67) XJTOL 1.0E-4
$ CüNC69) HATlU o.u
CONC74) RHUPl"1 .. 1. 9
CUN(75) HHUAIR 1. 9. .
CON ( 77) RHOFE 1. o
CUNC78) RHOGAM ·o.os
+ ·cor\J < 79 > RHUXY . 1. 6

+ CONC84) EPSU 1.01:.-5


CON(85) EPSILA 5.0E-7
CON(86) EPSILI 5.0E-7
CUN(92) Cor·respondem
ao
título
do
CONC99) problema
$ CUN(109) lTUT Nenhum
e CUNC118) MAX D IM Nenhum

UBS.:

1) O símbolo e à frente de algumas variáveis CUN indica


aquelas que são u~adas internamente .
2) O símbolo+ indica variáveis que podem ser mudadas no
programa LATTICE .
173

[ TABELA ( I I >

FUNÇ5ES UAS VARI~VEIS UU ARRAY CON PARA O PUISSUN

Nome Designação

NREG O numero de regiões para o problema


LMAX Número total de pontos da malha nas direções
MAX vertical (LMAX) e horizontal (KMAX)
Cálculo ou entrada pelo AUl'OMESH ou LAITICE
MUDE O código de permeabilidade no ferro :
MUDE= -2 ~ infinito no ferro
MODE = -1 ~ finito , constante e definido por
CON(iO>=FIXGAM
MODE = O : Opção de uma função do parâmetro MAT
do NAMELIST REG
MA'í = 2 : ~ finito e definido por uma tabela
interna ou permissividade/permeabilidade dada
como constante definida pelo usuário ou fator
de empacotamento definido pelo usuário
3 ~ MAl ~ 5 : ~ finito e definido pelas ·rabelas
1 a 3 ou permeabilidade\permissividade definida
como uma constante pelo usuário ou fator de
empacotamento definido pelo usuário
STACK Fator de empacotamento para regiões de ferro ,
usando MAT = 2
BDES O valor do campo I B 1 = BDES na localizaçâo da
malha [ KBZERO = CON(40) e LBZERO=CON(41) J
Se BDES ~O, o fator de corrente XJFACT sera
ajustado de modo que se tenha j B 1 = BDES com
uma tolerância XJ!UL = CUN(6l)
CUNV Fator c.le conversão de unidades de coordenadas
CONV = ( N9. de cm I unidade)
CUNV = 1. O Centímetros
CUNV = 0.1 Milímetros
CONV = 2. 5't : Polegadas
174

Nome De.si gnação

FIXGAM O valor de y usado em uma solução de~ finito e


constante [ MOUE =.~r J 1·ambém usado para se
inicializar y para~ finito e variável
NPEr-m O nº de funções de permeabilidade a serem lidas
NPERM ~ O Deve-se ter MüDE = O
NBSUP Indicador para condições de contorno superior ,
NBSLO inferior , direita e esquerda , da região retan
1

NBSRT gular definindo o contorno


NBSLF O : Indica condições de contorno de Dirichlet ,
que significa linhas de campo paralelas as
linhas de contorno
1 : Indica condições de contorno de Neumann , o
que significa linhas de campo perpendiculares à
linha de contorno
IPRINT Um indicador para uma impressão de saída
adicional
IPHINT = O : Nenhuma impressão adicional
IPHINT = 1 : Imprime o array potencial vetor
IPRINT •.. 2
IPRINT = 4 :
Imprime
Imprime B 'ª
X
1
em regiões
e B
y
em ferro
de ferro

IPRINT = Soma dos valores dados : Imprime uma


combinação das opções acima
Isto é , IPRINT = 7 = 1 + 2 + 4 dará todas as
três opções acima
KBZERO As coordenadas horizontal e vertical da malha
LBZERO especificando a posição de BDES para a ajuste
de corrente
KMIN Us pontos limites na malha das regiões em que
KTUP os campos e gradientes serão calculadbs
LMIN Os valores default escrevem os campos e os seus
LTUP gradientes em todos os pontos da malha no eixo
horizontal ( L = 1 )
Para obter valores para toda a geometria , tem-
se que estabelecer LTUP igual a LMAX no CON(4).
175

Nome Oesignac;:ão
,.
I lYPE:: Um código especificahdo a simetria do problema
Para a simetria cartesiana
ITYPE ·- 1 : Sem simetria
ITYPE = 2 Simetria de plano médio
ITYPE = 4 : Simetria de·quadrupolo
ITYPE = 6 Sim~tria de magneto H
ITYPE = 7 : Simetria de sextupolo
ITYPE = 9 Simetria de octopolo
Para lfYPE ~ 1 , as linhas de campo magnético
são perpendiculares ao eiwo x
Para simetria cilíndrica
11.YPE = 1 : Sem simetria
ITYPE = 2 : Simetria de plano médio
Problemas vetoriais Linhas de campo sao
perpendiculares ao eixo r
Problemas escalares : Linhas de potencial
V sao perpendiculares ao eixo r
ITYPE=3 : Simetria de plano médio em um problema
escalar, apenas ser é urna linha com V constante
XMIN Os limites horizontal e vertical da regiio na
XMAX qual campos e gradientes sao calculados
YMIN e escritos no arquivo OUTPUI para regi5es sem
YM(-)X ferro somente As coordenadas são calculadas ,
iniciando por XMIN, YMIN e sendo incrementadas
de DX e UY até XMAX e YMAX
O valor de TI, dado pela precisio da máquina
SPOSG A corrente total positiva < SPOSG ) , total
SNEGG negativa ( SNEGG) e total ( STOl"G ) na gerac;:âo
STUTG da malha
SPUS(-) A corrente positiva total ( SPUSA ) negativa
:•
SNEG<-) total < SNEGA ) e total ( Sl"UTA ) na soluc;:ão do
STUlf-) problema

,,:
o
; ~----------------· ....
(.)L BIBUOl ElÀ
176

Nome Designação

XJFAC r O fator pelo qual todas as correntes e densi-


dades de corrente serão corrigidos
XJlUL A tolerância no cálculo de ~JFACl' para BDES
RATIO A razão· j BZERO J. / XJ.r°ACT para a solução da
região de ar no PUISSON
RHOPT1 Utimizador de RHUAIR
RHOAIR = RHUPli U~imiza o valor de RHOAIR
durante a iteração
RHUAlR ~ RHOP.íl RHUAIR nao e otimizado
RHUAIR O fator de relaxação $tlperior no POISSON para o
~-
ar ,.. os Pontos dé inferface e para o~ pontos no
ferro, com permeabilidade constante e finita
RHOFE O fator de relaxação superior no PUISSUN , para
pontos no +e r r o com ~.variável e firdta.,
RHOGAM O fator de relaxação inferior no POISSUN para y
em materiais com~ várí áve I e finito
RHOXY O fator de relaxação superior para a geraçâo da
malha ir-regular
EPSO U critério de convergência na geraçao da malha
EPSILA O cr·itério de convergência para a solução do
potencial dos pontos do ar da interface e para
pontos no ferro com~ constante e finito
EPSILI O critério de convergência para a solução do
potencial em pontos no ferrd de permeabilidade
variável e finita
ITUT O numero total de pontos da malha no problema
ITOT - ( KMAX + 2 ) * ( LMAX + 2 >

MAX D IM O número máximo de pontos da malha permitida


ITOT .i;; MAXDIM

. ~.·

·,
·"'

177

5) V ARJÁVEIS DO "ARRA Y" PRBCON DO PROGRAMA TRIM :

PRUCUN < 1 ) - NF~EG ( NUMl:lEH Ur HEG I UNS)


~
(2) = LMAX<MAXIMUM VERTICAL MESH SIZE>
(3) - l(MAX(MAXlMUM HORIZONTAL MESH SlZE>
(4) - MUDE -2 = AIR UNLY, -1 = AIR THEN IRON,
o ALL POlNTS
(5) == UPPER REFLEClING BUUNDARY SENTINEL
(6) - LUWEH REFLE.::CTlNG f:IUUNDAHY SENTINEL
(7) = RIGHl' REFLECIING BOUNDARY SENTINEL
(8) - LEF'I HEFLEC'IING f:IUUNDARY Sl:.NflNEL
(9) = RHU UVERRELAXATION FACTOR <MESH>
(10) - HHU AIH
< 11> = RHU FE
( 12) == RHU CP f-'. E

{13) = RHU CP AIR


(1~) - CUNVEHGENCE CHIIEHIUN (1-11:.LO)
C16) == PRINT FREUUENCY
(17) = UUMP FHl::.OUENCY
(18) - CONVERSIUN FAc·1·0R <INCHES 1·u CENTIMEl'ERS>
(19) = JFAC'I
(22) == ETA MAX
(2::3) =- BETA
(24) - OMEGA ZERO
(25> = HMAX
(26) = KBZEHU(VALUE UF K Aí BZEHU)
(27) = MESH ROW UF EDIT
(28) = CUNVERGENCE CHl'IERIUN 9MESH>
(29) - 8-DESIRED (Af KBZERU)
(30) =- HHO-INTEHFACE WEIGHTING f-=ACTOR <RANGE, O TO 1)

( 31) = GEUMETRY INOICATUR. 1=CYLINDRICAL O=RECH-)NGULAR


C:32) ·- E.D I r ·11111::.
(33) = rYPE. l=FfülHEF~FOHD O=LRL
E!J!l
( 31~) NUHHU 81::.'f -- 1. o 1- UI { C.UN8TAN'f HHU?~lH, PBHCUNC10)
:::

(35) = GAMX SET TO CUNSTANT' VALUE UF GAMMA


< 36 > =- KBUUNIJ SE"I = 1 . O TU INPUT UUUNDARY VALUES
178

6) VALORES PADRÕES OU AUTOMÁTICOS DAS VARIÁVEIS PRBCON :

VALOR AUTUMÂTICU
PRBCON ( 1)

( 2)

( 3)

( 4) O.O
( 5) O.O
( 6) O.O
( l) O.O
( lJ ) ·O.O
( 9) 1.6
( 10) 1.94
( 11) 1. o
( 12) 0.0312~
( 13) 1. o
( 1~) 1. 01:..-6 ..
( 16) 20 --
(1"/) 10000
(18) 2.54
e 1cn 1. o
(2ê) 1. O
(23) o -~ te•

(24) 0.005
(2~) 25
(26) 1. o
(2"/) 1. o
(28) 1.0E-5
( 2<1) 1.0E-:i
(30) 1. o
( :Ji) O.O
(32)
(38)
~-º
O.O
( 3L~) O.O
( :J~) O.O
(36) O.O

. ·······-·····-··--········--····-
179

APÊNDICE IV

FLUXOGRAMAS.REFERENTES AO PROGRAMA PISTA


iNÍCIO

ENTRADA DOS PARÂMETROS DE CÁLCULO

A, B, C, DIST, DENS, N, XX, YY, ZZ,

AX, AY, AZ, NN


·~

CÁLCULO DAS COORDENADAS DAS ORIGENS

nosi" SISTEMAS EM CADA BLOCO

CÁLCULO DAS COORDENADAS DO PONTO DE


------i.4
CÁLCULO NO SISTEMA DO J:!! BLOCO

CHAMADA DA SUBROTINA RETA

CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO DE CAMPO

DO PRIMEIRO BLOCO

HAX = HX : HA Y = HY

CÁLCULO DAS COORDENADAS DO PONTO DE CÁLCULO

NO SISTEMA DO SEGUNDO BLOCO

CHAMADA DA SUBROTINA RETA

CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO DE

CAMPO DO SEG.UNDO BLOCO

HBX = HX : HBY = HY
180

CHAMADA DA ~UBROTINA CURVA

CÁLCULO DAS COMPONENTES DE CAMPO

HX = HAX + HBX + HCX


HY = HAY + HBY + HCY

HZ = HCZ

CÁLCULO DO CAMPO TOTAL H

.(

IMPRESSÃO DOS RESULTADOS

°'JX, YY, ZZ, HX, · HY, HZ,. H

CÁLCULO DAS COORDENADAS DO


NOVO PONTO DÊ CÁLCULO

M = M + 1

FIM

Figura 1 : Fluxograma do.programa PISTA


181

HX = O

I = l

J = 1

CÁLCULO DOS ARGUMENTOS DOS TERMOS

LOGARÍTMICOS EJ., EZ EM HX

FATOR OEOM~TRICO FX = O

CÁLCULO DE FX POR <4, 23>

© CÁLCULO DE FX POR <4, 24>

. '
182

CÁLCULO DOS'NUMERADORES NUM


E DOS NUMERADORES DEN DOS
ARGUMENTOS DOS TERMOS ARCO
TANOENTE EM. HX

CÁLCULO DOS ARGUMENTOS .E3

DOS TERMOS ARCO TANGENTE

CÁL,CULO DE FX ·'POR (4. 13)


.. ••

s CÁLCULO DE . FX POR (4. 25)

DENS
FX
"" = "" - 41t

CÁLCULO DOS ARGUMENTOS DOS TERMOS


LOOARÍTMOS 01, 02 EM HY

6
183

)----0_;:;:S:;;._...:..~;..·-----t FATOR GEOMÉTRICO FY :

'>.-----0..:S::::.------t CÁLCULO DE FY. POR \4. 24>

G)
"'-----=------.-!CÁLCULO DE FY POR <4. 23)

CÁLCULO DOS NUMERADORES NUM E DOS


NUMERADORES bEN DOS ARGUMENTOS DOS
TERMOS ARCO TANGENTE EM HY

CÁLCULO DOS ARGUMENTOS E3 DOS

TERMOS ARCO TANGENTE EM HY

CÁLCULO DE FY POR (4. 13>

CÁLCULO DE FY POR (4. 25)

DENS
HY = HY - FY
47t
184

N
l<=l<+l.

J=J+l

I = I + l.

FIM

Figura 2 : Fluxograma para a subrotina RETA


185

PJ =- 3,141592:65 36

CÁLCULO DE BETA

M = l

CÁLCULO DO ÃNOULO DO SISTEMA NO M-ÉSIMO


BLOCO DO 12 SETOR SEMI-CIRCULAR

CÁLCULO DAS COORDENADAS DO PONTO

DE CÁLCULO EM RELAÇÃO AO BLOCO M

CHAMADA DA SUBROTINA RETA

CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES DE CAMPO DO

M-ÉSIMO BLOCO NO 12 SETOR CIRCULAR :

ACUMX = HX : ACUMY = HY : ACUMZ = HZ

HCX = HCX + ACUMX


HCY = HCY + ACUMY

HCZ = HCZ + ACUMZ

HX = O : HY = O

@
M = M + l
186

L = 1

CÁLCULO DO ÃNQULO DO SISTEMA NO L-~SIMO


BLOCO DO 2!! SETOR SEMI-CILÍNDRICO

CÁLCULO DAS COORDENADAS DO PONTO


.,!
DE CÁLCULO EM RELAÇÃO AO BLOCO L

CHAMADA DA SUBROTINA RETA

CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES DE CAMPO DO

L-~SIMO BLOCO NO . 2!! SETOR CIRCULAR. :

ACUMX = HX : ACUMY = HY : ACUMZ = HZ

HCX = HCX + ACUMX

HCY = HCY + ACUMY

HCZ = HCZ + ACUMZ

HX = O : HY = O

® L = L + 1

FIM

Figura 3 : Fluxograma da subrotina CURVA


187

APÊNDICE V

TABELAS DE COMPARAÇÃO ENTRE O MÉTODO NUMÉRICO DE


INTEGRAÇÃO·N-DIMENSIONAL E FÓRMULAS ANALÍTICAS

I TABELA 1 1
Função Qx,y) Intervalo Cálculo Cálculo exato
numérico
/1 =4xy * [O, 1] 1,.0 1,0 ·
f2 = 6x2y * ro
l '
"I] 1,0 1,0
/3 = sen(x)y ** [0,1] 0,500067 0,5
/4 = log(x)y * [1,2] 0,5793894 0,579441541
f, = arctan(x)y * [O, 1] 0,21944219 0,219521228
/6 = sen(x).cos(y) * [0,1t] 2,05.10·11 0,00
y·2x * [O, 1] 0,3606738 0,36067376
!1=--
2
J; _ 4x * [O, l] 0,2310486 0,2575295
8 -
9y

Obs. : 1) *: Em ambas as direções ; ·


2) ** : Somente em Ox ; de O a 1 , em Oy

I TABELA 2 1
Função flx.y) Intervalo Cálculo numérico Cálculo exato
/1 =8xyz [0,1], [0,1], [0,1] 1,0 1,0
/2 = 12x2yz [0,1], [0,1], [0,1] 1,0 1,0
/3 = sen(x)yz
[O,;] ,[0,1], [0,1]
0,250034 0,25

/4 = log(x)yz [O,ll, [0,1], [0,1] -0,2563 -0,25


f, = 72x'y2z3 [0,1], [0,1], [0,1] 1,042175 1,0
/6 = arctan(x)yz [0,1] ,.[0,1], [0,1] O,109721093 O, 109760614
/7 = sen(x)cos(y)sec (z)
2
[o.f], [o,1], [o.J] 0,500355 0,5

fs = log(x)log(y)log(z) íl,2l, íl,21 , fl,2] 0,05764307 0,057644132


yz2x [0,1], [0,1], [0,1] 0,1803369 0,18033688
19=--
2
2xy [1,2], [1,2], [1,2] 0,08333837 0,08333333
Íio = 27z2

Obs. : Na ordem , os intervalos são dados nas direções Ox, Oy e Oz . O símbolo *


indica intervalos iguais em Ox, Oy e Oz .
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