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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA/PROJETO DE PESQUISA

Prof. Cristiano Santiago

ESTUDOS DE CASO

SETAC 01

A performance de um artista nu no Museu de Arte Moderna (MAM), São Paulo, gerou polêmica nas redes sociais. Um
vídeo que viralizou no Facebook mostra quando uma criança de aproximadamente quatro anos toca no pé do homem.
O museu informou que havia sinalização sobre a nudez na sala onde a performance ocorria, e que o trabalho não tem
conteúdo erótico, e trata-se de uma leitura interpretativa da obra “Bicho”, de Lygia Clark. “Bicho” é considerada a obra
viva da artista, pois sua intenção era de que a arte ultrapassasse os limites da superfície de um quadro. A série de
esculturas com dobradiças permite que o espectador se torne figura atuante na obra. Em “La Bête”, o premiado artista
Schwartz se coloca nu, vulnerável e entregue à performance artística, convidando o público a fazer o mesmo com ele.
De acordo com o MAM, o público presente na performance era formado essencialmente por artistas, e uma das
pessoas que prestigiou a apresentação foi a performer e coreógrafa Elisabeth Finger acompanhada da filha. O vídeo
que viralizou nas redes sociais mostra o momento em que Schwartz está deitado, e mãe e filha, tocam seus pés.
"Importante ressaltar que o material apresentado nas plataformas digitais não apresenta este contexto e não informa
que a criança que aparece no vídeo estava acompanhada e supervisionada por sua mãe", diz o museu. O MBL
(Movimento Brasil Livre) divulgou um vídeo nas redes sociais em que chama a apresentação de “repugnante”,
“inaceitável”, “erotização infantil”, “afronta”, “crime”, e afirma que a criança “se sentiu constrangida”. O vereador
Fernando Holiday disse que vai “tomar as providências sobre o caso da criança induzida a ato libidinoso”. O deputado
Jair Bolsonaro chamou os envolvidos de "canalhas" e categorizou a atividade como "pedofilia". O deputado Marco
Feliciano considerou as cenas "revoltantes" e os envolvidos "destruidores da família". Uma pesquisa de opinião feita
pelo Instituto Paraná Pesquisas entre os dias 11 e 16 de outubro mostra que oito em cada dez brasileiros, ou 83%,
condenam a interação de um criança com um homem nu em uma exposição de arte. Outros 9,2% disseram não ver
nenhum problema na interação por se tratar de arte e 7,8% disseram não ter acompanhado a discussão. A reprovação
à interação é maior entre os homens: 85,9% ante 80,4% entre as mulheres. Por escolaridade, a reprovação é maior
entre os entrevistados com ensino superior completo, com 85%. Por regiões, no Nordeste, a reprovação chega a
86,3%.
SETAC 02

Uma série de reportagens da EPTV, afiliada da Rede Globo no interior paulista, veiculada a partir de agosto de 2015,
transformou a fosfoetanolamina de São Carlos em fenômeno nacional. Uma das chamadas da época, ainda encontrada
no site da emissora, é enfática: traz uma foto de Gilberto Chierice, criador da substância, com a seguinte declaração em
destaque: “a fosfoetanolamina está aí, à disposição, para quem quiser curar câncer”. Pacientes inconformados
passaram a procurar a Justiça e a imprensa. O caso logo chegou às cortes superiores: em outubro, o ministro do STF
Edson Fachin concedeu liminar a um paciente do Rio de Janeiro e, ato contínuo, o Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo, que vinha mantendo uma postura mais circunspecta, passou a liberar liminares também. Em dado
momento, a Universidade de São Paulo se viu forçada pela Justiça a fazer a fabricação, formalmente ilegal, de um
medicamento sem registro. Os agentes políticos não tardaram em ver a oportunidade: em novembro, o então ministro
do MCTI, Celso Pansera, anunciou uma provisão de R$ 10 milhões, com liberação imediata de R$ 2 milhões, para o
estudo da molécula. No mesmo mês, o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), que é médico, não só fez questão
de aparecer nas redes sociais em fotos ao lado de Chierice como ainda anunciou que colocava “à disposição do
pesquisador toda a estrutura do Estado, como hospitais, institutos de pesquisa (...) para ajudar na conclusão das etapas
para aprovação final da substância”. Há mais de um ano, a promessa milagrosa da “fosfo” e o furor popular criado ao
seu redor pela imprensa e redes sociais puseram em campos opostos o sistema político, tal como representado pela
Presidência da República e pelo Congresso Nacional, e a quase totalidade da comunidade científica brasileira. Entre
março e abril de 2016, o Congresso aprovou — numa votação que conseguiu irmanar, numa mesma causa, os
deputados Jair Bolsonaro e Jean Wyllys – e depois a então presidente Dilma Rousseff sancionou a lei 13.269/16, que
tornava legal o uso da substância. Pesquisadores do Instituto do Câncer de São Paulo concluíram recentemente, no
entanto, que ela não funciona como remédio. Nos testes, só um do 75 pacientes testados teve melhora. Esse foi um
caso de populismo aliado à ignorância científica, que produziu um dos piores momentos da ciência nacional em
décadas.
SETAC 03

Foi julgada na sessão do dia 17, da 5ª Turma Cível, apelação cível interposta por uma universidade de Campo
Grande em face de aluna, a qual foi flagrada praticando plágio na monografia de conclusão de curso. A aluna foi
repreendida pelo orientador, o que gerou constrangimento pela própria postura desonesta dela. A acadêmica ajuizou
ação de reparação de danos morais julgada procedente, condenando a instituição de ensino ao pagamento de R$
3.000,00. Na ação, a aluna fundamentou que teria sido abruptamente impedida pelo orientador de apresentar o
trabalho de conclusão de curso sob o argumento de que teria cometido plágio. Sustentou ainda que o professor em
questão não teria feito o devido acompanhamento, análise e discussão dos textos elaborados, além de faltar com a
verdade ao afirmar que o trabalho estava bem redigido e apto a ser apresentado. No momento da apresentação, foi
surpreendida, diante da banca já composta, pelas palavras do orientador que denunciou o plágio e a atitude ilícita. A
aluna argumentou na ação que seu orientador a submeteu à situação que lhe causou constrangimento e vexame.
O relator do processo, Des. Sideni Soncini Pimentel, destaca que “há um fato comprovado e, de certa forma, não
impugnado nestes autos: o de que o plágio efetivamente existiu. A peculiaridade está em que a apelada tentou
justificar-se, dando a entender que o que se considerou como "plágio" teria sido, na verdade, fruto de sua
inexperiência e, em última medida, do descaso do professor. Por inexperiência ou desconhecimento, ela teria errado,
ao fazer as citações, dando a impressão de que teria, simplesmente, copiado texto alheio . No entendimento da
relatoria, os documentos dos autos demonstram que a aluna transcreveu na íntegra de texto alheio como se fosse de
sua autoria, “o que é muito diferente da falta de experiência ou desconhecimento das normas e padrões adotados na
elaboração de trabalhos científicos”. Consideração relevante, afirma o desembargador, já que “ainda que o
orientador tenha sido omisso e negligente, não se pode acreditar que um aluno universitário, prestes a obter o
bacharelado em Direito, não tenha a mínima noção de que escrever um trabalho não é o mesmo que copiar um texto
de outro e apresentá-lo como próprio, principalmente quando se trata de trabalho tão importante e sério (ao menos
assim deveria ser encarado por alunos e professores), como é o trabalho de conclusão de curso. E segue o
magistrado na sua observação de que foi percebida claramente a pretensão de a aluna imputar a responsabilidade
ao orientador por ter sido flagrada na prática de plágio e censurada diante da banca. Não houve nenhum exagero,
até mesmo porque a aluna foi censurada justamente diante daqueles em que ela pretendia enganar. “Esquece-se,
no entanto, de que o trabalho estava plagiado e de que procurava se aproveitar desse fato. É enfática, ao criticar a
postura do orientador; mas silencia no que diz respeito ao pr óprio erro”, complementou o relator, mencionando
também que "Não se pode confundir a humilhação, o vexame, a exposição gratuita e desnecessária de alguém, com
o único propósito de denegrir-lhe a honra, com a repreensão de um professor, sem excessos, feita em ambiente
fechado de uma universidade. Uma coisa é não se ter o direito de ofender a honra de outrem; outra, bem diferente, é
ter a obrigação de evitar uma situação vergonhosa criada pela própria vítima". Desta forma, por unanimidade, os
desembargadores que participaram do julgamento deram provimento ao recurso, para que a sentença seja
reformada e os pedidos da aluna sejam julgados totalmente improcedentes. Como consequência, ela deverá arcar
com as custas processuais e honorários advocatícios, que, com fundamento no art. 20, § 4 do CPC, foi estipulado
em R$ 500,00
SETAC 04

As pessoas que sentem medo de falar em público, a grande maioria não está relacionado com situações em que se tem
de falar perante multidões. Pelo contrário, muitas pessoas ficam temerosas em situações menores do dia a dia. Sentem
receio a falar frente a frente, num pequeno grupo de pessoas, ou até mesmo para pedir uma indicação lhes causa um
terrível incómodo. Uma pessoa pode ficar nervosa durante uma reunião, quando os colegas de trabalho têm de interagir
com ela. Ou pode ficar ansiosa ao apresentar-se a novos colegas. Exemplo de um relato: Quando eu fiz a defesa de
tese, todo o tempo os meus joelhos estavam tremendo, e as minhas mãos suando. E isso foi apenas na frente do meu
orientador e dois membros da comissão. Por dentro, principalmente no começo, eu estava gritando “me tira daqui“. As
pessoas também podem ficar ansiosas em situações ou atividades na comunidade. Há pessoas que ficam ansiosas na
igreja, quando convidados a fazer uma leitura ou um elogio, ou mesmo quando se faz um brinde. A ansiedade pode
disparar quando algumas pessoas falam com alguém que represente a autoridade. Aquilo que as pessoas mais temem
relativamente à tarefa de falar em público é a sua própria reação física e que outros irão notar os seus sintomas. Os
sintomas podem incluir uma voz trémula, sudorese, tremores, rubor facial, dificuldade em recuperar o fôlego, tonturas,
náuseas, problemas gastrointestinais e outros. Para além da cascata de sintomas físicos provocados pela ansiedade
gerada pela dificuldade de estabelecer um diálogo, a mente pode também ser inundada com pensamentos de medo.
Estes pensamentos automáticos negativos como: “As outras pessoas vão pensar que sou estúpido porque gaguejo e
fico agitado quando falo” ou “Como é que eu vou sair dessa?“ Ao iniciar-se este ciclo vicioso do corpo/mente gera-se
dúvida nas capacidades para lidar de forma eficaz com as situações. Quanto mais sintomas corporais se fizerem sentir,
mais alerta a mente fica, e consequentemente mais medo é sentido e mais o corpo amplifica esses sintomas. Como
resultado, muitas pessoas tentam o seu melhor para evitar falar em público. O evitamento proporciona alívio imediato,
mas é temporário e prejudicial. Para além de afastar a pessoa das suas tarefas e necessidades, irá reforçar ainda mais
o comportamento de evitamento de situações desagradáveis, dado que quando evita falar em público os seus sintomas
negativos diminuem, gerando um sentimento de bem-estar, mas aumentando o problema original (mais medo de falar
em público). Felizmente, existem muitas maneiras saudáveis que você pode aprender e diminuir o pânico de falar em
público. Em seguida apresento algumas estratégias para aprender a lidar com a ansiedade e medo, assim como para
reforçar a autoconfiança e a autoestima.

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