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É vedado o oferecimento de serviços profissionais que

implique, direta ou indiretamente, fazer propaganda,


angariar ou captar clientela. incentivar o litígio,
desregulamentar, longe de ser um benefício para a
sociedade, significa a difusão indiscriminada de
discórdias, desentendimentos e polarizações indesejadas.

as restrições à publicidade previstas no Código de Ética e


Disciplina da OAB têm caráter social relevante. Destinam-
se a exigir discrição e sobriedade, princípios que devem
pautar a vida profissional dos advogados.

Divulgar vitórias em causas, permitir o comentário de


casos concretos, cultuar o litígio, propagar promessas de
vitórias em demandas, lançar a população em aventuras e
estimular o ajuizamento de ações, Art. 9º O advogado
deve informar o cliente, de modo claro e inequívoco,
quanto a eventuais riscos da sua pretensão,

O renomado jurista italiano Piero Calamandrei já


lecionava com maestria que “Há um momento em que o
advogado civilista deve encarar a verdade de frente, com
um olhar desapaixonado de juiz. É o momento em que,
chamado pelo cliente a aconselhá-lo sobre a oportunidade
de intentar uma ação, tem o dever de examinar
imparcialmente, levando em conta as razões do eventual
adversário, se pode ser útil à justiça a obra de
parcialidade que lhe é pedida.

“O advogado é o primeiro juiz de sua consciência.


Verificará se existe justa causa,

De outro lado, limites à publicidade protegem a advocacia


de baixa remuneração, praticada pela imensa maioria dos
profissionais brasileiros, que lutam para sobreviver em
meio a um cenário econômico adverso, sem condições de
enfrentar, caso não existisse a normatização da OAB, os
grandes grupos jurídicos.

A mercantilização da advocacia traz outros problemas, a


extrapolar a hipotética competição entre profissionais.
Trata-se do “bombardeio publicitário” a que ficaria sujeita
a população caso não houvesse o processo regulatório
efetivado pela OAB

a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e


televisão; o fornecimento de dados de contato, como
endereço e telefone, em colunas ou artigos literários,
culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na
imprensa, bem assim quando de eventual participação em
programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de
matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-
mail;

Parágrafo único. Quando convidado para manifestação


pública, por qualquer modo e forma, visando ao
esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o
advogado evitar insinuações com o sentido de promoção
pessoal ou profissional,

Caso contrário seria possível a um advogado


descompromissado com os princípios da honestidade
atuar na mídia dando palpites sobre casos concretos,
aliciando o cliente de uma das partes, em flagrante
contraste com a compostura exigida pela profissão.

Art. 30. No exercício da advocacia pro bono, e ao atuar


como defensor nomeado, conveniado ou dativo, o
advogado empregará o zelo e a dedicação habituais, de
forma que a parte por ele assistida se sinta amparada e
confie no seu patrocínio.

Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita,


eventual e voluntária de serviços jurídicos em favor de
instituições sociais sem fins econômicos e aos seus
assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem
de recursos para a contratação de profissional.

A advocacia pro bono não pode ser utilizada para fins


político-partidários ou eleitorais, nem beneficiar
instituições que visem a tais objetivos, ou como
instrumento de publicidade para captação de clientela.

advogados definem destinos de famílias, de pessoas e de


empresas e certamente todo o cidadão deseja um
advogado íntegro, intelectualmente preparado

Não há causa criminal indigna de defesa, cumprindo ao


advogado agir, como defensor, no sentido de que a todos
seja concedido tratamento condizente com a dignidade da
pessoa humana, sob a égide das garantias
constitucionais.

O sigilo profissional está resguardado como cláusula


pétrea inserta no artigo 5º, incisos XIII e XIV da
Constituição Federal

O sigilo profissional não existe em razão do advogado, ou


até mesmo de seu cliente, mas sim da sociedade. É do
interesse geral que cada pessoa humana ou entidade
tenha assegurado que o de mais íntimo e reservado
recebido pelo advogado não extravase para o espaço
público.

É dever perpétuo, do qual nunca se libera, nem mesmo


quando autorizado pelo cliente, salvo no caso de estado
de necessidade para a defesa da dignidade ou dos
direitos legítimos do próprio advogado, ou para conjurar
perigo atual e iminente contra si ou contra outrem, ou,
ainda, quando for acusado pelo próprio cliente.

A transgressão ao sigilo é punível com pena de detenção


de três meses a um ano, na forma do Código Penal.

O Estado ou particulares não podem violar essa


imunidade profissional do advogado porque estariam
atingindo os direitos da personalidade dos clientes, e a
fortiori a cidadania.

Ao longo da história do direito, sempre foi vítima das


mentalidades opressoras ou tirânicas, que não suportam
qualquer tipo de sigilos, exceto os seus próprios.

A que tipifica a Lei de Lavagem de Dinheiro, por exemplo


impôs o dever às pessoas físicas e jurídicas de informar
às autoridades financeiras competentes sobre operações
financeiras suspeitas. Mas essa determinação legal não
se aplica à advocacia (advogados e sociedades de
advogados), que é regida por lei especial, sobrelevando o
dever de sigilo profissional.

A garantia legal do sigilo profissional correlaciona-se à da


inviolabilidade do local e dos meios de exercício
profissional, tais como seu escritório ou locais de trabalho,
seus arquivos, seus dados, sua correspondência e suas
comunicações.

A Lei 11.767/2008 apenas admitiu a quebra da


inviolabilidade em uma única hipótese: quando houver
indícios de autoria e materialidade da prática de crime
pelo próprio advogado.

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