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Resumo
Este trabalho elegeu como objetivo principal reunir tópicos essenciais das ferramentas,
metodologias e técnicas da atividade de Gerenciamento de Projetos, disponíveis na extensa
bibliografia existente, com exposição sucinta acerca de cada um deles, e provocar uma
reflexão no que diz respeito ao nível e forma de utilização das referidas ferramentas na
prática da atividade no âmbito do Setor Público, ante os resultados alarmantes e
desfavoráveis dos quais se tem notícia, envolvendo as obras públicas no Brasil. Num contexto
mais abrangente, cumpre mencionar os empreendimentos inacabados, não entregues,
superfaturados, palcos de acidentes com vítimas fatais, orçamentos extrapolados e outras
inconformidades, aí incluídos um número significativo envolvendo ações fraudatórias. O
referencial teórico foi baseado nos conceitos de gerenciamento de projetos, segundo autores
nacionais e internacionais, com destaque para os processos de gerenciamento das partes
interessadas no projeto, que integram a 10ª área de conhecimento contemplada pelo
PMBOK® 5 edição. Da comparação dos resultados adversos dessas obras com o arcabouço
de ferramentas de gerenciamento de projetos, conclui-se que os preceitos abordados neste
artigo vêm sendo subaproveitadas no âmbito do Setor Público, aspecto devido em grande
parte às peculiaridades e limitações inerentes ao setor.
1. Introdução
A evolução quantitativa aliada ao nível ascendente de complexidade das informações hoje
presentes nas rotinas de um mundo globalizado vêm impondo às empresas que atuam na área
da Construção Civil e às demais organizações corporativas, um despertar da consciência para
a necessidade de uma visão sistêmica no gerenciamento de empreendimentos, passando a
buscar a melhoria da qualidade do setor, assim como a adoção de ferramentas de controle
capazes de organizar e sistematizar uma base de dados cada vez maior. A eficiência nos
processos produtivos apresenta-se então como um objetivo a ser alcançado pelas
organizações, a fim de garantir a sua lucratividade e, consequentemente, assegurar sua
permanência no mercado. Presentes as circunstâncias, a atividade de Gerenciamento de
Projetos já se consolidou na condição de um recurso indeclinável no suporte das empresas do
mundo todo, visando à otimização do controle e do planejamento que direcionam a sua
atuação no mercado, minimizando custos e aprimorando os resultados.
A exemplo de outras etapas do desenvolvimento tecnológico e administrativo do universo das
corporações, o gerenciamento de projetos também permeou o setor público, exigindo-lhe o
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Preliminarmente o trabalho apresentará uma rápida e sucinta visão dos princípios e conceitos
que envolvem as atividades no âmbito da Administração Pública, os preceitos constitucionais
aos quais está submetida, aí incluindo natureza jurídica, características e finalidade. Na
sequência será feita uma abordagem acerca da atividade de Gerenciamento de Projetos com
fulcro no PMBOK®, através de breves registros dos principais conceitos e os respectivos
conhecimentos considerados boas práticas na referida atividade. Para esta segunda etapa, a
principal fonte pesquisada será a 5ª edição do PMBOK®, que introduziu o Gerenciamento das
partes envolvidas (Stakeholders) como décima área de conhecimento. O trabalho será
finalizado com registros acerca do Gerenciamento de Projetos no Setor Público, destacando as
dificuldades que se verificam no exercício dessa atividade por força das peculiaridades
inerentes à Administração Pública e que a diferem da condução no âmbito do setor privado.
Nesta fase será referenciada a Extensão para Governo do Guia PMBOK® que consiste num
subconjunto do referido guia.
Dessa forma que o presente trabalho, atém da Conclusão, terá seu conteúdo dividido em três
capítulos, conforme descritos a seguir:
a) Capítulo 2 - Administração Pública: apresenta os conceitos e ciências envolvidos,
organização, finalidade e princípios;
b) Capítulo 3 - Gerenciamento de Projetos: contempla de forma sucinta as boas práticas do
PMBOK® através da apresentação dos conceitos pertinentes, diretrizes, processos e áreas
de conhecimento com destaque para a décima área instituída pela quinta edição do Guia
que é o Gerenciamento das Partes Envolvidas;
c) Capítulo 4 - Gerenciamento de Projetos no Setor Público: discorre brevemente acerca das
dificuldades mais relevantes que se verificam no setor público em função das suas
peculiaridades.
2. Administração Pública
Preliminarmente, é imperioso ressaltar a existência de conflitos no entendimento quanto aos
conceitos de Estado, Governo e Administração, que se verificam inclusive entre as pessoas
que convivem e atuam no meio público (PALUDO, 2010:18). Para distingui-los de maneira
segura, o autor nos ensina o seguinte:
O Estado exerce seu poder através do Governo, mas não se confunde com ele:
enquanto o Estado é permanente, o Governo é transitório; enquanto o Estado é um
ente moral, intangível, o Governo é um ente real, tangível. O Governo representa a
parte política do Estado que atua na condução da coisa pública: é ele quem
define os objetivos nacionais a serem perseguidos. O Governo é um instrumento do
Estado para a consecução de seus fins e não deve ser visto dissociado dele; enquanto
o Estado detém o poder extroverso, o Governo é quem exerce esse poder, de forma
soberana (PALUDO, 2010:18).
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Administração indireta
A Administração Indireta é o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à
respectiva Administração direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades
administrativas de forma descentralizada. Elas possuem como características
comuns:
Personalidade jurídica própria;
Autonomia administrativa;
Patrimônio próprio;
Vínculo aos órgãos da administração direta;
Sujeitam-se a licitação (lei 8.666/1993);
Proibição de acúmulo de cargos.
(Administração Pública no Brasil - disponível em;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_p%C3%BAbl
ica_no_Brasil – acesso em 20/05/2015).
Ainda no âmbito do setor público brasileiro, PALUDO (2010:24) nos informa que “com a
Constituição de 1988, a Administração Pública recebeu tratamento em capítulo próprio,
estabelecendo-se então princípios constitucionais de observância obrigatória”. A seguir, os
princípios mais importantes estão assim alinhados:
a) Princípio da Legalidade – Trata-se de princípio basilar que caracteriza o Estado
Democrático de Direito e preconiza que a Administração Pública deve ater-se aos
mandamentos legais, não podendo deles se afastar, sob pena de nulidade dos seus atos e
responsabilização do seu autor pelos danos e prejuízos causados. Esse princípio é assim
sintetizado: o administrador público somente pode fazer o que a lei permite e autoriza, nos
limites circunscritos à essa autorização;
b) Princípio da Impessoalidade – Esse princípio constitui norma jurídica de obediência
obrigatória a toda a Administração Pública, e impõe ao administrador isonomia de
tratamento para todos na prática dos atos administrativos, sem conferir privilégios ou
discriminações de qualquer natureza;
c) Princípio da Moralidade – Este princípio impõe ao agente público que a sua conduta seja
revestida da indeclinável ética. A decisão deverá ser norteada fundamentalmente pelos
aspectos honestidade e a desonestidade, sejam revestidos da retidão e lisura, excluindo-se,
por conseguinte, quaisquer inclinações a desvios, exorbitâncias e/ou ações alheias ao
interesse público;
d) Princípio da Publicidade - Princípio constitucional que consagra a transparência nos atos
administrativos, e tem como finalidade possibilitar o exercício do direito de todos os
cidadãos ao acesso e ao conhecimento dos seus atos relacionados aos interesses do
público em geral;
e) Princípio da Eficiência - A Administração Pública, direta e indireta, aí incluídos todos os
seus agentes, priorizarão o bem comum mediante a utilização de critérios legais e morais
com vistas à melhor utilização dos recursos públicos, coibindo desperdícios e
maximizando a rentabilidade social. Assim, o agente público atenderá aos interesses da
população com presteza e precisão (PALUDO, 2010:25,26,27).
3. Gerenciamento de projetos
Antes de ingressarmos na matéria à qual se refere este capítulo, é de bom alvitre começar pela
definição de projeto. O guia PMBOK® 5ª edição (2013:3) define projeto como sendo “um
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A título ilustrativo, para que se tenha uma ideia de grandeza da extensão do fluxo de
processos que integra a operacionalização de cada área de conhecimento dentro dos
respectivos grupos de processos, integra este trabalho, na condição de anexo I, a planilha
obtida junto ao sítio Dicas PMP/CAPM que contempla de maneira detalhada as Entradas e
Saídas de cada um dos processos do Gerenciamento de Projetos, aí incluídas as informações
alinhando as habilidades interpessoais (disponível em http://dicasgp.pmtech.com.br/fluxo-
pmbok5/, acesso em 16/05/2015).
No intuito de facilitar o entendimento e ao mesmo tempo reduzir o tempo de
desenvolvimento, foi inserida a figura 2 abaixo que contém as dez áreas de conhecimento do
gerenciamento de projetos, na forma do guia PMBOK® 5ª edição.
Figura 2 – Mapa mental das dez áreas do gerenciamento de projetos segundo o PMBOK® 5ª edição.
Fonte: Reproduzida pela autora a partir de VARGAS (2010:19)
Segundo PMBOK® (2013), as áreas de conhecimento ilustradas pela figura 2 acima, podem
ser assim conceituadas:
a) Gerenciamento da integração do projeto - engloba os processos e atividades nas ações de
identificação, definição, combinação, unificação e coordenação mediante ações de
consolidação e demais ações integradoras, indispensáveis ao controle dos processos e
atividades dentro dos grupos de processos com vistas à execução de todo o projeto até a
sua conclusão;
b) Gerenciamento do escopo do projeto - reúne os processos necessários à garantia de que o
projeto contemple todo o necessário e somente o necessário para assegurar sua entrega
bem sucedida;
c) Gerenciamento do tempo do projeto – inclui todos os processos necessários ao
gerenciamento do tempo para que o cronograma seja observado e cumprido com
pontualidade;
d) Gerenciamento dos custos do projeto – contempla os processos necessários para que o
projeto seja concluído dentro do orçamento previsto;
e) Gerenciamento da qualidade do projeto - envolve todos os processos e atividades
relacionados à política de qualidade, os objetivos e as responsabilidades, para que as
necessidades que originaram o desenvolvimento do projeto sejam plenamente satisfeitas;
f) Gerenciamento dos recursos humanos do projeto - abrange os processos necessários para a
melhor utilização das pessoas que integram a equipe responsável pela condução e
desenvolvimento do projeto;
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RISCOS CAUSAS
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Referências
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL - disponível em;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_p%C3%BAblica_no_Brasil –
acesso em 20/05/2015.
ALEXANDRINO, Marcelo, Direito administrativo descomplicado, Rio de Janeiro:
Forense, São Paulo.
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Anexo
Anexo I - Entradas e Saídas dos processos do gerenciamento de Projetos.
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