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edição

nº 11
Ano V - Jun.2014

C I C L O
de aperfeiçoamento
técnico profissional
2 0 1 4
{pág 5}

Crea
A Resolução 1025 e o
registro da ART
{pág 3}
Parceria com Ministério Público
Federal em São Paulo
{pág 4}
Diretoria AEASC AOS AMIGOS
Biênio - 2013-2014 E ASSOCIADOS,

Trazemos nessa Revista um especial sobre Associação dos Engenheiros,


Diretor Presidente os temas abordados em nosso Ciclo de Arquitetos e Agrônomos
Eng. Civil Mauro Augusto Demarzo
Aperfeiçoamento Técnico Profissional. Em
de São Carlos

EDITORIAL
Primeiro Vice-Presidente de Engenharia sua sexta edição, seu organizador, o nosso e-mail: aeasc@aeasc.com.br
Eng. Civil Douglas Barreto
Primeiro Vice-Presidente de Engenharia,
Ouvidoria (críticas e sugestões): ouvido-
Segundo Vice-Presidente de Engenharia Eng. Civil Douglas Barreto, fez um esforço
Eng. Eletricista Carlos Roberto Perissini ria@aeasc.com.br
hercúleo para construir uma agenda de
Vice-Presidente de Arquitetura Telefone: (16) 3368-1020 /
palestras consistente, mesmo com o curto
Arquiteto Vitor Locilento Sanches (16) 3368-6671
período de tempo a ser trabalhado, já que
Vice-Presidente de Agronomia nosso Ciclo foi adiantado para maio, devido Endereço: Rua Sorbone, nº 400 – Cen-
Eng. Agrônomo Alexandre Bernt treville São Carlos – SP – CEP:13560-
à Copa do Mundo.
Primeiro Secretário 760, São Carlos-S
Mesmo com o tempo demasiado escasso,
Eng. Civil Alcione C. Severo
nosso Vice conseguiu desenhar um time
Segundo Secretário
de peso, que nos permitiu mais uma vez
Eng. de Produção Alfredo Colenci Jr.
trazer palestras com conteúdo relevante e
Primeiro Tesoureiro
proeminente, e todas gratuitas, aos nossos
Eng. Eletricista Márcio B. Barcellos
associados, aos profissionais e estudantes, Expediente:
Segundo Tesoureiro A Revista AEASC.COM é publicação
e para todos que tivessem interesse nas
Eng. Civil Miguel Guzzardi Filho
áreas abordadas. trimestral e de distribuição gratuita
Diretor Social Titular da Associação dos Engenheiros,
Eng. Agrônomo. Giuliano Hildebrand Cardinali Confira os textos nas páginas que se
Adjunto: Eng. Civil e Segurança Sílvio Coelho seguem, e esperem para o próximo ano Agrônomos e Arquitetos de São Carlos,
mais um grande Ciclo! AEASC.
Diretor Cultural
Adjunto: Eng. Civil Simar Vieira de Amorim Diagramação: Inka Estúdios
Mas, por esse ano ainda não acabou o
Diretor de Esportes nosso trabalho de levar aos profissionais Direção de Arte: Fernando D’Antonio
Titular: Eng. Civil Rafael Sancinetti Momesso
o conhecimento e atualização técnica que Redação e Revisão: Marina A. Dulcini
Adjunto: Eng. Civil Wilson Jorge Marques também faz parte dos nossos objetivos. Demarzo
Diretor de Patrimônio
Fiquem atentos para a Semana de
Tiragem: 1.300 exemplares
Titular: Eng. Civil André Luis Fiorentino Engenharia, Arquitetura e Agronomia de
Adjunto: Eng. Civil Walter Barão França São Carlos, a 8ª SEASC, que será realizada
na segunda semana de outubro!

Conselho Deliberativo
Abraços do Presidente,
Conselheiros Titulares e boa leitura!
1º. Eng. Civil Marco Antônio G. Ferreira
2º. Eng. Agrônomo Marco Antônio A. Balsalobre
3º. Eng. Agrônomo Rodolfo Godoy
4º. Eng. Civil Agnaldo Spaziani
5º. Arquiteta Paula Helena Castro Leandro
Suplentes
1º. Arquiteta Viviani Bernardi Locilento Sanches
2º. Eng. Civil José Carlos Paliari
3º. Eng. Civil Luis Carlos Sabbatino

Conselheiros do CREA-SP

Eng. Civil Eduardo de Assis Pereira AEASC


Eng. Civil Simar Vieira de Amorim
UFSCar
Eng. Civil Paulo César Lima
Segantine - EESC/USP
ÍNDICE
Conselheiro do CAU-SP # CREA 3
Arq. Reginaldo Peronti 6º CICLO 5
Inspetor Chefe do CREA-SP UGI São Carlos • Inspeção Predial
e Normas de Desempenho 6
Eng. Civil Rafael Sansinetti Momesso
• Normas aplicáveis às Perícias
em Edificações 10
• Avaliação de Imóveis Rurais 13
• O uso de VANTs
para avaliações 17
São Carlos, 06/2014

#
CREA
A RESOLUÇÃO 1025
E O REGISTRO DA ART

O RESPONSÁVEL TÉCNICO
DEVE MANTER UMA VIA DA
ART NO LOCAL DA OBRA OU
SERVIÇO

A resolução 1025, de 12 de novembro de


2009, estabelece os procedimentos neces-
sários ao registro, baixa, cancelamento e
anulação da Anotação de Responsabilidade
Técnica (ART), ao registro do atestado emitido
por pessoa física e jurídica contratante e
à emissão da Certidão de Acervo Técnico
(CAT).
O registro da ART efetiva-se após o seu
cadastro no sistema eletrônico do CREA e o
recolhimento do valor correspondente. A ART
relativa à execução de obra ou prestação de
serviço deve ser registrada antes do início da
respectiva atividade técnica, de acordo com
as informações constantes no contrato afir-
mado entre as partes.
O responsável técnico deverá manter uma
via da ART no local da obra ou serviço.
Todas as ART’s referentes a determinado
empreendimento, registradas pelos profis-
sionais em função de execução de outras
Fonte:
atividades técnicas citadas no contrato inicial,
Revista Painel mar/2014 – Associação de aditivo contratual, substituição de respon-
Engenharia Arquitetura e Agronomia de Ribeirão
Preto, AEARP sável técnico ou subcontratação de outros
serviços,

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Ano V - nº 11

devem ser vinculadas à ART inicialmente ou desempenho de cargo ou função. chimento, erro ou inexatidão insanáveis
registrada, com o objetivo de identificar A baixa da ART deve ser requerida ao de qualquer dado da ART, incompati-
a rede de responsabilidades técnicas da CREA pelo profissional, pelo contratante bilidade entre as atividades desenvol-
obra ou serviço. ou pela pessoa jurídica contratada. vidas e as atribuições profissionais do
Para os efeitos legais, somente será responsável técnico à época do registro
O cancelamento de uma ART ocorre
considerada concluída a participação do da ART, for verificado que o profissional
quando nenhuma das atividades técnicas
profissional em determinada atividade emprestou seu nome a pessoas físicas
descritas na ART for executada, ou
técnica a partir da baixa da ART corres- ou jurídicas sem sua real participação
quando o contrato não for executado.
pondente. A baixa da ART não exime o nas atividades técnicas descritas na ART
Deve ser requerido ao CREA pelo (após decisão transitada em julgado),
profissional ou pessoa jurídica contratada
profissional, pela pessoa jurídica contra- for caracterizada outra forma de exer-
das responsabilidades administrativa,
tante ou pelo contratante, e ser instruído cício ilegal da profissão, apropriação de
civil ou penal, conforme o caso.
com o motivo da solicitação. atividade técnica desenvolvida por outro
O término da atividade técnica
Já a nulidade de uma ART ocorre profissional habilitado ou for indeferido o
desenvolvida obriga à baixa da ART de
quando for verificada lacuna no preen- requerimento de regularização da obra
execução de obra, prestação de serviço
ou serviço a ela relacionado.

CREA-SP RENOVA
PARCERIA COM
MINISTÉRIO PÚBLICO
FEDERAL EM SÃO PAULO
Pelo terceiro ano consecutivo Também por força do acordo de
Presidente Kurimori assina termo cooperação, o Crea-SP já visitou todas as
focado na defesa da sociedade casas lotéricas e agências dos Correios do
Estado, para analisar o cumprimento das
normas legais de acessibilidade, respon-
O Crea-SP e o Ministério Público
sabilidade técnica, proteção ambiental
Federal em São Paulo assinaram, no dia
e do Código de Defesa do Consumidor,
29 de maio, durante Reunião Plenária do
entre outras. No caso de eventuais irregu-
Conselho, a prorrogação por mais um ano
laridades, as instituições são notificadas
do Termo de Mútua Cooperação Técnica,
para contratar profissional habilitado para
Científica e Operacional. Firmado inicial-
a elaboração de projeto que solucione os
mente em 2011, o acordo tem como um
problemas indicados. Outros imóveis sob
dos objetivos resguardar a integridade
responsabilidade de entidades privadas e
física e patrimonial da população, prote-
da administração pública federal também
gendo-a tanto do mau exercício da Enge-
serão visitados.
nharia quanto de pessoas que exercem
ilegalmente a atividade. Ainda segundo o documento, o
Crea-SP deverá assessorar o MPF na
Nesse sentido, desde a assinatura do
discussão e avaliação da situação adminis-
termo o Crea-SP intensificou a fiscalização
trativa legal de projetos técnicos, obras e
dos profissionais registrados, checando
outras atividades de Engenharia que sejam
a autenticidade dos diplomas junto às
de interesse público, além das próprias
faculdades. Em pouco mais de um ano
instalações das unidades da Procuradoria
50 profissionais com certificados falsos
da República no estado de São Paulo.
já foram descobertos e, graças à recente
O Conselho também se compromete a
implantação do projeto WEB Atendimento,
realizar ações de fiscalização em virtude
com a prestação de serviços ao profis-
de procedimentos administrativos instau-
sional totalmente informatizada, essa irre-
rados pelo MPF e solicitar à instituição o
gularidade será minimizada ao máximo.
embargo de obras ou edificações quando
Outro alvo da fiscalização é a ação dos forem encontradas irregularidades.
chamados “caneteiros”, maus profissio-
nais que assinam os projetos e não acom-
panham o andamento das obras.
Para regularizar a situação desses “Há engenheiros que chegam a se
engenheiros, o Crea-SP formulou, por comprometer com mais de 500
sugestão do MPF, um termo de ajusta- obras ao mesmo tempo. É uma
mento de conduta (TAC), que tem sido irresponsabilidade”, afirmou na
seguido por muitos profissionais. Em ocasião o Procurador Regional dos
Fonte: abril deste ano, porém, um “caneteiro” de Direitos do Cidadão Substituto, Dr.
http://www.creasp.org.br/noticia/
institucional/2014/06/02/crea-sp-renova-parceria- Assis, no interior paulista, foi o primeiro a Jefferson Aparecido Dias.
com-ministerio-publico-federal-em-sao-paulo/1364
ter o registro cassado pelo Conselho, por
se recusar a cumprir o TAC.

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São Carlos, 06/2014

C I C L O
de aperfeiçoamento
técnico profissional
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Os temas escolhidos para o 6º avaliação, entrega de obras, avaliações


Ciclo de Aperfeiçoamento Técnico de propriedades rurais e fiscalização,
e Profissional foram: Engenharia com destaque para esta última visto
Diagnóstica, Avaliações e Perícias, que no Ciclo foi abordado uma nova
e a escolha destes temas resultaram tecnologia, que é a utilização de VANTs
do atendimento de uma demanda (Veículos Aéreos Não Tripulados)
ampla de engenheiros, arquitetos e Com este 6º Ciclo a AEASC ofereceu
agrônomos por uma série de motivos, mais uma oportunidade de atualização
dentre os quais pode-se citar a ampla dos conhecimentos, com apresentações
abrangência e inter-relação dos de renomados especialistas em cada
conteúdos com as práticas atuais. um dos temas escolhidos.
Assim, os temas do 6º Ciclo Na edição desta Revista, trazemos
propiciaram aos associados dos a partir da próxima página, textos que
ramos de engenharia, arquitetura apresentam os temas abordados.
e agronomia uma visão atual das
Esperamos que todos tenham
implicações entre as normas da
feito bom proveito dos conteúdos
construção, desenvolvimento de
apresentados e aguardamos sugestões
projetos, qualidade, inspeção,
para o próximo Ciclo.

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Ano V - nº 11

Segunda geração
de inspeção predial
atende normas
de desempenho
e manutenção da
ABNT*
Eng. Tito Livio Ferreira Gomide

A modernização tecnológica da cons- que saber o tipo de vida, de trabalho e de


trução civil e conseqüente possibilidade estresse de interesse médico. A inspeção
de aprimoramentos da qualidade das predial permite conhecer detalhadamente
habitações vêm determinando a revisão as condições do edifício, oferecendo
do conjunto normativo e a criação de meios para preservar seu desempenho
novas normas técnicas pela ABNT, inclu- original e sempre aprimorar sua quali-
sive uma de inspeção predial, através do dade.
projeto 02:140.02-001. Nesse período de 14 anos desde a
Vale recordar que o histórico da implantação da Inspeção Predial no Brasil,
inspeção predial no Brasil indica o X muito se progrediu na especialidade, pois
Cobreap de Porto Alegre, em 1999, como a atividade difundiu-se pelo país todo,
o ponto de partida, com a apresentação quer como disciplina acadêmica, quer
e premiação de nosso trabalho técnico: como serviço técnico.
“A Inspeção Predial deve ser periódica e Porém, o desenvolvimento de novas
obrigatória ?”. Tal trabalho teve o objetivo normas técnicas edilícias na ABNT, tais
de destacar a importância de se preservar como a norma de desempenho, a do
a segurança das edificações através da manual de uso, a própria norma de manu-
manutenção. tenção e a prática da inspeção predial em
E a inspeção predial pode ser consi- grandes e diversas edificações, revelaram
derada como o check-up da saúde a necessidade de maior amplitude do
predial, análogo àquele check-up médico, escopo original da inspeção predial, para
submetido às pessoas mais previdentes, se adequar aos enfoques da sustentabili-
pois as condições técnicas edilícias são dade, desempenho, durabilidade e novas
similares às condições físicas e genéticas tecnologias.
das pessoas. A visão da manutenção Justamente para atender esta
predial é semelhante àquela dos médicos lacuna, foi criada a segunda geração da
procurando conhecer a alimentação, inspeção predial no Brasil, possibilitando
higiene e atividades físicas do paciente. assim ampliar o enfoque técnico e desta
Por fim, estudar o uso edilício, é o mesmo

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forma desenvolver as medidas neces-


sárias ao bom uso e boa manutenção
edilícia, através das idéias lançadas no CONSULTORIA
livro INSPEÇÃO PREDIAL TOTAL, de
autoria do infra-assinado juntamente com
os Engenheiros Jerônimo Cabral Pereira
Fagundes Neto e Marco Antonio Gullo,
editado pela PINI em 2011.
A recente classificação da Inspeção
Predial como ferramenta da Engenharia
Diagnóstica também facilitou a evolução
do direcionamento técnico do trabalho
do engenheiro inspetor (ou engenheiro
diagnóstico), possibilitando classificar
a inspeção e diferenciar seus objetivos,
daqueles da vistoria, auditoria ou perícia,
como ilustra ilustra a figura a seguir:

VISÃO SISTÊMICA TRIDIMENSIONAL

Construção Manutenção Uso


Sustentabilidade
Habitabilidade
Desempenho
Integridade

Segurança

Eng. Tito Livio Ferreira Gomide


Operação
Projeto

Gestão
Plano

E a tradicional visão sistêmica tridimensional, com enfoques nas vertentes da cons-


trução, manutenção e uso, continua válida, mas com novos destaques ao desem-
penho e segurança, como se pode observar no quadro acima. (*) Artigo do livro “Engenharia Legal 4 – Engenharia
Diagnóstica em Edificações, Inspeção Predial e
Desempenho, Manutenção e Avaliação Imobiliária,
autor Tito Lívio Ferreira Gomide. Publicado pela
Livraria e Editora Universitária do Direito. 2014.ISBN
978-85-7456-304-6

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Ano V - nº 11

Porém, as novas recomendações das técnicas no desempenho/degradação,


normas revisadas da ABNT para a cons- além de outras medidas.
trução civil impõem maior amplitude de Essas novas recomendações podem
avaliações da inspeção predial tradicional, ser resumidas nos seguintes itens:
determinando a necessidade de notas

NBR 5674/12 – GESTÃO DE MANUTENÇÃO


• descrever a degradação dos sistemas;
• estimar a perda do desempenho;
• recomendar ações para minimizar manutenções;
• conter prognóstico de ocorrências;
• constar as não-conformidades encontradas.

NBR 15575/2013 – DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS


• análise técnica das condições de uso;
• análise técnica da manutenção preventiva;
• análise técnica da manutenção corretiva;
• avaliação das condições de conservação;
• atestar, ou não, a suficiência dos procedimentos de manutenção;
• fornecer subsídios para orientar o plano e programa de manutenção;

Com tais exigências ficou imperativa a projetos de lei, legislações estaduais e


mudança do “status quo”, visando desen- municipais, principalmente o PLS 491/11
volver nova metodologia de inspeção do Senado Federal e a lei estadual carioca
predial, inclusive acrescentado notas nº 6400 de 5 de março de 2013.
técnicas ao desempenho e segurança, E isso pode ser feito através dos
além das outras medidas normativas retro check-lists de avaliação recomendados
expostas e também devido aos novos pela Inspeção Predial Total, vide exemplo:

TÓPICOS DA INSPEÇÃO PREDIAL

CONDIÇÃO TÉCNICA CONDIÇÃO DE MANUTENÇÃO CONDIÇÃO DE USO


ÁREAS INSPECIONADAS
PROJETO INTEGRID DESEMPENHO PLANEJ GESTÃO OPERAÇÃO HABITABIL SUSTENTAB SEGURANÇA

Pára Raios R R I R R R R R R

Luzes de Obstáculo R R R I R R R R R

Antenas R R R R R R R R R

Guarda-corpos R R R I R R R R R

Paredes R R R R R R I R R

Iluminação R R R R R R R R R

Telhados e Coberturas R R R R R R R R R

Pavimentações / Proteções
ÁTICO R I R R R R R R R
Mecânicas

Escadas R R I R R R R R R

Extintores/Hidrantes R I R R R R R R R

Sinalizações R R R R R R R R R

Calhas e Rufos R R I R R I R R R

Condutores Águas Pluviais R R R R R I R R R

Ventilações de Esgoto R R R R R R R R R

Heliponto (sinalização, faróis e biruta) R R R R R R R R R

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E dentre as principais inovações a


serem introduzidas na segunda geração
da Inspeção Predial merecem destaque
as avaliações das condições construtivas,
de uso e da manutenção, inclusive com
notas técnicas de desempenho e segu-
rança, de todos os itens inspecionados.
Enquanto a inspeção predial do passado
se limitava a classificar o estado de
manutenção pela norma NBR 5674 da
ABNT, agora a Inspeção Predial Total de
segunda geração permite verificar a nota 20% - superior (16 itens)
técnica geral da qualidade predial, com os
percentuais dos níveis inferior (I), regular 30% - regular (24 itens)
(R) ou superior (S), para cada parâmetro 50% - inferior (40 itens)
analisado, inclusive facilitando a elabo-
ração de gráficos, vide ao lado:

E a evolução positiva ou negativa ao longo do tempo, das condições tridimensio-


nais da edificação, também poderá ser analisada graficamente, vide ilustração a seguir:

25
Superior

20 Regular

Inferior
15

10

0
1ª Inspeção 2ª Inspeção 3ª Inspeção 4ª Inspeção

E tais referenciais se constituem de entre notas de diversas épocas da edifi-


verdadeira avaliação das reais condições cação, pode-se avaliar o nível de segu-
técnicas da edificação a permitir análises rança.
específicas ou gerais sobre a qualidade Com essas vertentes de avaliações
e segurança da edificação ao longo do técnicas, a inspeção predial de segunda
tempo. geração se constitui de preciso diagnós-
E as novas normas da ABNT, que tico técnico, a facilitar a gestão predial nas
também determinam a descrição da decisões para a boa qualidade edilícia.
degradação e estimativa da perda de Com tais alterações e acréscimos
desempenho ao longo do tempo, também entende-se que o conceito tradicional da
são atendidas através de notas técnicas disciplina ficou superado, podendo-se
desses checks-list. enunciar algo novo:
Além dessas avaliações técnicas
gerais (construtiva, manutenção e uso) e
detalhadas (desempenho e segurança) da
Inspeção Predial Total, ainda é possível se INSPEÇÃO PREDIAL É A
fazer avaliação de segurança por grau de AVALIAÇÃO TÉCNICA DA
risco, através do GUT, em atendimento EDIFICAÇÃO EM USO,
ao art. 4º do PLS 491/2011 do Senado VISANDO PRESERVAR SEU
Federal, apontando que o objetivo da DESEMPENHO ORIGINAL
inspeção é efetuar o diagnóstico da edifi-
cação por meio de vistoria especializada,
utilizando-se de laudo (LITE) para emitir
parecer acerca das condições técnicas, Portanto, mui bem vinda as inova-
de uso e de manutenção, com avaliação ções tecnológicas da moderna Inspeção
do grau de risco à segurança dos usuá- Predial, com suas avaliações e respectivas
rios. notas técnicas, determinando a segunda
E com base nos estudos compara- geração, no enfoque da moderna Enge-
tivos entre notas técnicas de segurança nharia Diagnóstica e das novas normas e
da edificação com índices referenciais, ou legislações brasileiras.

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Ano V - nº 11

Normas aplicáveis
às Perícias em
Edificações
Enfoque da
Engenharia
Diagnóstica
Engº MSc. Jerônimo Cabral P. Fagundes Neto*

Há de ser destacada a importância cias dos intervenientes responsáveis, em


da norma da Associação Brasileira de cada fase do ciclo da construção, ficam
Normas Técnicas - ABNT, denominada: evidenciadas e, o responsável direto por
NBR-15.575 “Edificações Habitacionais cada fase, incluíndo: projetistas, fabri-
– Desempenho”, que entrou em vigor a cantes e fornecedores de materiais /
partir de julho de 2013, constituído um sistemas, incorporador / construtor e o
marco fundamental para a modernização próprio usuário, já na fase de Uso, devem
das habitações, a ser utilizada como refe- desempenhar o seu papel e cumprir, de
rencial de qualidade para as edificações forma objetiva, a sua função no processo,
habitacionais, ao fornecer subsídios aos para que o edifício atinja o desempenho
envolvidos na cadeia produtiva da cons- previsto, que será estabelecido, a partir
trução civil, pelo estabelecimento de de então, na fase de projeto. O arquiteto
parâmetros mínimos de qualidade para passar a exercer de fato a seu papel na
os produtos imobiliários. elaboração plena dos Projetos e sua
As diretrizes devem ser observadas coordenação interdisciplinar / multidisci-
desde a fase do Planejamento da obra, plinar. Caberá ao Engenheiro desenvolver
passando pelas demais fases do processo o seu mister com ciência e propriedade,
construtivo, incluídas a de Projeto, na execução das obras. A função do
Execução (Material e mão de obra) e Uso. projetista será alçada à sua verdadeira
Note que o Desempenho dos sistemas valorização, no Ciclo da Construção,
construtivos é tratado na norma em refe- pela especificação dos produtos, deline-
rência que institui requisitos qualitativos amento das condições de condução dos
para as construções e, através de parâ- processos construtivos e de manutenção,
metros objetivos e quantitativos, que além da determinação prévia do Nível de
podem ser avaliados, estipula os ensaios Desempenho das construções: Mínimo
e critérios de medições. As incumbên- (M), Intermediário (I) ou Superior(S).

ENGENHARIA DIAGNÓSTICA
VISÃO SISTÊMICA
TPI TPI TPI TPI

p p E E U
MELHORIA CONTÍNUA

Técnica
Produtividade
Inovação
PLANEJAMENTO PROJETO EXECUÇÃO ENTREGA ENTREGA

TPI TPI TPI TPI

10 www.aeasc.com.br
São Carlos, 06/2014

O Consumidor vai poder saber, no diversos segmentos e produtos disponi-


ato da sua aquisição, os atributos do seu bilizados aos clientes / usuários, além de
imóvel, uma vez que conhecerá, previa- favorecer a diminuição das incertezas ao
mente, as condições de segurança, habi- afastar critérios subjetivos em caso de
tabilidade e sustentabilidade, antecipada- demandas judiciais.
mente, em relação ao produto imobiliário As normas complementares a seguir
adquirido. indicadas compõem o que se pode deno-
Os conceitos incorporados pela minar: “QUINTETO MAIOR” normativo,
norma de desempenho pressupõem que deve ser observado pelo promotores
a promoção, estímulo e incentivo da do ciclo do processo construtivo sem
concorrência saudável entre as empresas exceção de nenhum interveniente.
incorporadoras / construtoras, nos

ABNT NBR
15.575:2013
DESEMPENHO

CE-02:140.0 2 ABNT NBR


INSPEÇÃO 5674:2012 * Engenheiro Civil pela Escola de Engenharia
PREDIAL GESTÃO DE MANUTENÇÃO de Lins em 1980 e Administrador de Empresas,
pela Universidade Mackenzie em 1992;

ABNT NBR ABNT NBR Pós-graduado em Avaliações e Perícias de


Engenharia pela FAAP em 2002; Mestre em
16280:2014 5674:2012 Habitação na área: Tecnologia das Edificações
GESTÃO DE REFORMAS GESTÃO DE MANUTENÇÃO pelo IPT - 2007; Perito Judicial atuante na capital
e região metropolitana de São Paulo desde
1987; Assistente Técnico e Consultor para
renomados escritórios de advocacia, pessoas
físicas e jurídicas, na região sudeste; Professor
nas disciplinas: Inspeção e manutenção predial,
Perícias em condomínios; Técnicas periciais
em revestimentos de fachadas; Engenharia
Diagnóstica em Edificações; Norma de
No ato da Entrega da habitação, A norma de desempenho pressupõe Desempenho em Edificações e autor / coautor
caberá ao Incorporador ou Construtor que a durabilidade das construções será de artigos em revistas de engenharia, sites
especializados e livros publicado pela PINI e
disponibilizar, ao primeiro proprietário consolidada e, somente atingirá a vida útil LEUD, nessas matérias; Professor dos cursos
ou síndico, em caso de condomínio o prevista em projeto - VUP, se e somente de pós-graduação em Perícias de Engenharia e
dfsfs

Avaliações em convênio com a FAAP, MOURA


“Manual de Uso, Operação e Manu- se, forem implementados, pelo proprie- LACERDA, ESTÁCIO de SÁ, UNISANTA e
tenção” da edificação, com a descrição tário ou síndico, em caso de condomínio, UNICID; Representante do IBAPE/SP na ABNT,
na elaboração da Norma de desempenho
dos sistemas, listagem dos fornecedores, o “PROGRAMA DE MANUTENÇÃO”, de edificações até 2008 e pelo Instituto de
cópias dos projetos utilizados nas obras, a ser implantado em conformidade com Engenharia em 2012; Secretário relator da ABNT
na revisão das normas NBR 5.674 e 14.037 e
“como construída”, além da proposta a NBR 5.674, em atendimento à última da Norma de Reforma em edificações; Autor de
do “PLANO DE MANUTENÇÃO” ou versão atualizada, cuja entrada em vigor trabalhos premiados no COBEAP-XIV e coautor
em trabalho laureado com menção Honrosa no
“PROGRAMA DE MANUTENÇÃO”, ocorreu em 28 de outubro de 2011. A Instituto de Engenharia em 2011; Diretor da J.
nos termos da NBR 14.037, acima refe- referida norma impõe que a partir da Cabral Perícias de Engenharia e Avaliações Ltda.
renciada. A última versão atualizada da sua vigência, todas as edificações, inde-
norma indicada entrou em vigor a partir pendentemente da idade, desenvolvam
de 28 de outubro de 2011**. Deverão e implantem o seu “Programa de manu-
** A contemporaneidade das normas
ser indicados nesse documento a perio- tenção”, sem exceção. aplicáveis às edificações é baseada na
dicidade e procedimentos de execução, Recentemente, em função dos
data de protocolo de aprovação do projeto
de prefeitura
além de nominar o responsável pela acidentes prediais ocorridos em diversas
respectiva execução: empresa especiali- cidades brasileiras, que ceifaram vidas
zada, empresa capacitada ou equipe de de centenas de brasileiros, que culminou
manutenção local. com as tragédias de Santa Maria – boate

11
Ano V - nº 11

Kiss e, no centro do Rio de Janeiro – ao Técnica de Patologias das Construções,


lado do teatro municipal, que entrou em que referencia os tópicos a ser anali-
vigor, a partir de 18 de julho de 2014 a sados durante a realização do “check-up
NBR 16.280: 2014 - Reforma em edifi- predial”, que irá retratar as condições de
cações – Sistema de gestão de reformas manutenção das edificações mediante o
- Requisitos. A referida norma se aplica, registro das anomalias construtivas e das
exclusivamente, às reformas de edifi- falhas de manutenção, que serão elen-
cações – não se confunde com MANU- cadas, no Laudo de Inspeção, por sistema
TENÇÃO - NBR 5674 e, possui, dentre os construtivo e ordem de prioridade de
principais objetivos do seu escopo: intervenção, com a proposta de recomen-
• Prevenções de perda de desem- dação técnica simplificada para instruir
penho o proprietário ou corpo diretivo da edifi-
cação, em caso de condomínio, segundo
• Planejamento, projetos e análises
ao risco à saúde segurança, nas questões
técnicas de implicações da reforma
que englobam a visão tridimensional sob
na edificação
a ótica da técnica, condições de uso e de
• Descrição das características da manutenção, das construções.
execução das obras de reforma
Finalmente, há de se registrar que
• Segurança da edificação, do está em fase de análise, pelo comissão
entorno e de seus usuários da ABNT, do texto: CE-02:140.02 -
• Registro documental da situação INSPEÇÃO PREDIAL que está desen-
da edificação, antes da reforma, volvendo os estudos que visam elaborar
dos procedimentos utilizados e do o texto que servirá de base para alguns
pós-obra de reforma Projetos de Lei – PL’s que estão em trami-
• Supervisão técnica dos processos tação no Congresso Nacional.
e das obras. Certamente a observância das
Certamente a importância da ação das normas pertinentes, incluídas as normas
Administradoras de Condomínios através prescritivas que devem ser obede-
da presença efetiva e contribuição plena cidas, simultaneamente às normas de
para aclaramento das demandas que desempenho, aliada à aplicação das
envolvem o fornecimento de subsídios ferramentas propostas pela Engenharia
aos proprietários e condomínios na elabo- Diagnóstica e seus diversos produtos,
ração do “PLANO DE MANUTENÇÃO” e através das: constatações, nas VISTO-
orientação correspondente e profissional RIAS, análises, nas INSPEÇÕES, ates-
quanto à abordagem e condução técnica- tamento ou não de conformidades, nas
-legal do plano formal de “DIRETRIZES DE AUDITORIAS, formulação das causas
REFORMA” que deverá ser elaborado por origens e mecanismo de ação das mani-
profissional habilitado, quando aplicável, festações patológicas, nas PERÍCIAS e,
será primordial para a boa condução do pela(s) prescrição(ões) da(s) solução(ões)
processo e sucesso na aplicação das de intervenção, nas CONSULTORIAS,
referidas normas. espera-se que seja consolidada a apli-
cabilidade prática desses preceitos da
Para fechamento do “QUINTETO
“qualidade predial total” traduzidos na
MAIOR” das normas, ainda deve ser
melhoria de qualidade das construções
incluída as: Diretrizes de Inspeção
e pela distinção dos bons fornecedores,
Predial, publicada pelo Instituto de Enge-
construtores aliadas a promoção da
nharia de São Paulo, que podem ser
longevidade das edificações, pela ação
acessadas no site do I.E. : http://www.
da manutenção, contribuído, em última
ie.org.br/site/noticias/exibe/id_sessao/7/
análise, para a sustentabilidade nas
id_noticia/8007/Diretrizes-Técnicas-de-
nossas construções.
-Inspeção-Predial, elaborado pela Divisão

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Avaliação
de Imóveis
Rurais
Eng. Agrônomo Giuliano Hildebrand Cardinalli*

A atividade agrícola possui um papel o setor agrícola contribui positivamente


fundamental na história do progresso para manter a inflação sob controle.
econômico do Brasil. O setor é respon- • Conferir maior liberdade para a polí-
sável por mais de 23% do PIB Brasileiro, tica monetária: em diversos países, as
somando valores da ordem de R$ 1,092 exportações agrícolas têm participação
Trilhões em 2013 (CNA) e, ocupa cerca decisiva na formação das reservas. Estas
de 35% de toda mão de obra ocupada reservas são fundamentais, pois, ao
pelo país (CEPEA). Nos últimos anos, a permitir que o governo tenha melhores
Agricultura – aqui compreendida como instrumentos para controlar os movi-
produção agrícola, pecuária e extrativista mentos da taxa de câmbio, conferem
vegetal – foi o setor econômico que mais maior liberdade para a política monetária.
cresceu. Entre 2001 e 2012, a Agricultura
Enfim, mesmo que o Agronegócio
cresceu em média 4% a.a., enquanto a
não seja a principal locomotiva que puxa
Indústria e o setor de Serviços cresceram
a economia brasileira, este setor cumpre
menos, 2.7% e 3.6%, respectivamente
diversas funções estratégicas e decisivas
(FGV).
para o País e, a terra é condição sine qua
Além da criação e manutenção de non para o exercício da produção agrí-
emprego e renda nas regiões interioranas, cola.
a Agricultura também é fundamental para:
O inquestionável papel exercido pelo
• Garantir minimamente a oferta de setor agrícola aliado a diversos fatores,
alimentos: segurança alimentar, assim como o aumento do consumo de
como segurança militar e energética, é alimentos, mudanças climáticas e desas-
umas das três políticas mais estratégicas tres naturais que acometeram grandes
para qualquer nação. Países (ou bloco de regiões produtoras nos últimos anos, vem
países) alocam frações significativas do pressionando os preços dos alimentos
seu PIB justamente para tentar manter na ultima década a patamares históricos
uma oferta mais estável de alimentos para em todo mundo, atingindo seu ápice em
a sua população. fevereiro 2011 quando o índice de preços
• Permitir maior estabilidade de de alimentos globais calculado pela FAO
preços: com oferta mais abundante ou alcançou 237,9 pontos, como podemos
mais estável de alimentos e de insumos observar no gráfico abaixo.
agrícolas para as atividades industriais,

FAO Food Price Index in nominal and real terms

2002-2004=100

250

Nominal
200

100

Real*
50

25

0
61 65 70 75 80 85 90 95 00 05 10 14
* The real index is the nominal price index deflated by the World Bank Manufactures Unit Value Index (MUV)

13
Ano V - nº 11

Em novembro de 2011 no encontro que, consequentemente, exigirá maior


organizado com os países do G20 para produção de grãos entre outros recursos
discutir a crise global de alimentos e sua para suprir essa demanda. Ao mesmo
severidade, o presidente do Banco Mundial tempo, a utilização de grãos para biocom-
demostrou toda sua preocupação quando bustíveis e o aumento do seu consumo,
disse: “A crise de alimentos está longe de em companhia com as mudanças climá-
acabar” (ZOELLICK,2011). Essa preocu- ticas e desastres naturais cada vez mais
pação, no entanto, vai além da atual crise. frequentes pressionarão muito os preços
De acordo com o relatório do fórum “Como das commodities.
Alimentar o mundo em 2050” organizado Diante desse cenário onde a escassez
pela FAO em 2009 a população mundial de recursos naturais e áreas agricultáveis
crescerá 34% chegando a marca dos 9 e, simultaneamente com o aumento da
bilhões de habitantes em 2050, sendo demanda por alimentos, grãos e energia,
que a maior parte desse crescimento se o Brasil pode ocupar uma posição privi-
dará nos países em desenvolvimento. legiada tendo papel fundamental nesse
Essa população também será mais rica e processo. Estimativas do ministério da
urbana com cerca de 70% das pessoas agricultura preveem aumento de 23%
vivendo em regiões urbanizadas (ante na produção de grãos até 2021, com
49% atuais). Alimentar essa população expansão de área de 9,5%. Somente as
propõe um desafio. Aumentar a produção culturas de soja e cana terão expansão
de alimentos em 70% sem contar o uso de 6 milhões de hectares nos próximos
de grãos para fabricação de biocombus- 10 anos.
tíveis.
Todo esse otimismo já pode ser visto
Essa “nova população” mais no mercado brasileiro de terras. Os preços
urbanizada e rica, não só reduzirá a médios de terras de lavoura no Brasil,
disponibilidade de mão de obra em áreas segundo dados da FGV, tiveram alta de
rurais como também, concorrerá por 285% entre junho de 2000 a junho de
recursos naturais. E o seu enriquecimento, 2008 e, os preços médios das terras em
concentrado em países menos desen- todas as regiões agrícolas apresentaram
volvidos, levará a uma natural mudança uma considerável valorização conforme
na dieta básica desses indivíduos que ilustrado no gráfico a seguir:
passarão a consumir mais proteínas

16000

SUL; 14117
14000

12000 SUDESTE; 11714

10000
R$/HA

8000
BRASIL; 6995

6000
CENTRO-OESTE; 5748

4000
NORDESTE; 3112

2000 NORTE; 2089

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

A Avaliação de imóveis rurais vem se Áreas Inaproveitáveis: Infraestrutura


tornando cada vez mais imprescindível e e Benfeitorias não reprodutivas, como
importante, sendo necessário um levan- casas, galpões, currais, lagoas e áreas
tamento de dados bastante precisos, que alagadas, estradas, etc. Há também
retratem o mais próximo possível da reali- áreas cobertas por rochas ou pedregu-
dade de mercado, independentemente lhos, onde impossibilitam a utilização da
de qual seja sua finalidade, pois, além terra. (DESLANDES)
dos argumentos mencionados ao longo Áreas de Cultura: Como o próprio
do texto, o Brasil está sujeito também a nome diz, são aquelas ocupadas por
* O Eng. Agronomo Giuliano Hildebrand Cardinali
é graduado em Engenharia Agronômica pela especulações imobiliárias de estrangeiros cultura qualquer, reflorestamento de qual-
ESALQ-USP, com área de concentração em que enxergam tudo isso como um exce- quer espécie, ou áreas de pastagens,
economia agrícola; tem conhecimentos em
finanças, Bovespa e BM&F, conhecimento em lente potencial de negócio. onde estas podem ser cultivadas ou não.
análise técnica e fundamentalista, atuando
principalmente em análise de mercado da cadeia Quando se fala em técnicas de Áreas de Reserva Legal e Preser-
de citrus e milho. É responsável pela elaboração avaliação primeiramente precisamos vação Permanente: A Reserva Legal
de análises mercadológicas no mercado de citrus
para definição do momento ideal de venda e da entender melhor alguns conceitos. é uma área dentro da propriedade rural
necessidade ou não de fazer HEDGE cambial.
E-mail de contato: ghc14@hotmail.com. O conceito de Terra Nua: Terra ou que deve ser preservada pelo proprie-
terreno, excluídas as benfeitorias, cons- tário por abrigar parcela representativa
truções, instalações e as culturas de valor do ambiente natural da região onde está
econômico. inserida e, que por isso, se torna neces-

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sária à manutenção da biodiversidade

figura_1
local. Mas você poderá usá-la de uma
forma sustentável, ou seja, produzir sem
IMÓVEL RURAL
prejudicar os recursos que a natureza COMPOSIÇÃO
oferece. Áreas de Preservação Perma-
nente devem ser protegidas e mantidas
com a vegetação natural permanente-
mente, onde não é permitido o seu uso TERRAS CULTURA
direto, ou seja, não pode plantar nem criar
animais nesse espaço. Como exemplo
as faixas de terra que margeiam os rios
(vegetação ciliar), às margens de lagoas, CONSTRUÇÕES SEMIMOVENTES
lagos ou reservatórios de água naturais ou
artificiais, ao redor de nascentes ou olhos
d’água, em topos de morros, montes, RECURSOS
montanhas e serras e em encostas ou OUTROS
dinâmica de mercado e sofrem influencias NATURAIS
parte delas com declividade superior a dos movimentos de oferta e demanda.
45° Já o valor de bens envolve algumas vari-
Benfeitorias: Qualquer montante áveis mais subjetivas como expectativas
No entanto, conforme afirma LIMA
de capital investido para a instalação de e projeções que podem diferir de um
(2005) existem algumas dificuldades na
alguma melhoria na propriedade. Dentre avaliador para outro.
aplicação de tal método, ou seja, identi-
seus diversos tipos, destacam-se as Para encontrar o número que equi- ficar amostras que sejam semelhantes ao
benfeitorias reprodutivas e não-repro- libra essas equações existem técnicas e bem avaliando considerando as diversas
dutivas. As reprodutivas podem ser divi- conceitos de avaliação. peculiaridades de cada propriedade. De
didas em culturas e reflorestamento, e as
Então a grande questão é, como maneira mais objetiva a figura 1, acima,
culturas subdivididas em perenes, tempo-
avaliar um imóvel rural de maneira que ilustra as diversas variáveis que podem
rárias e anuais. As benfeitorias não-re-
satisfaça essas “novas exigências”? Qual compor um imóvel objeto de avaliação.
produtivas separam-se em construções
a metodologia que representa melhor a Desta forma, cada propriedade será
(edificações), e instalações, onde estas
situação atual de preço e suas possíveis composta por diferentes classes de solos,
podem ser apresentadas como implan-
expectativas futuras para uma avaliação culturas (pastagem, café, cana, fruticul-
tações de investimentos, como rede de
real e justa? tura), construções (estas podem ou não
esgoto, redes elétricas, etc. Essas benfei-
torias não reprodutivas ainda devem ser Os métodos de avaliação podem ser existir no imóvel em questão) e demais
classificadas em necessárias (as que classificados em dois grupos distintos, componentes exemplificados na figura 1.
conservam a coisa ou impedem sua Preço e Valor. Um mais direcionado a Para tal, após o planejamento e coleta
deterioração), úteis (as que aumentam ou encontrar o preço dos bens e o outro das amostras realiza-se o tratamento
facilitam o uso da coisa) e as voluptuárias direcionado a encontrar o valor do bem. técnico ou procedimento estatístico com
(as que não aumentam o uso habitual Dentre as várias metodologias exis- todas as variáveis simultaneamente, ou
da coisa, constituindo simples deleite ou tentes usaremos o Método Comparativo de forma individualizada. Nessa etapa, os
recreio). que se enquadra dentro do modelo de atributos, são identificados, quantificados
Máquinas e Equipamentos: Como preço, porque é de simples execução, e, finalmente, homogeneizados para uma
o próprio nome diz, são equipamentos e bastante abrangente e objetivo, funda- situação paradigma.
máquinas que são normalmente necessá- mentado em variáveis confiáveis, claras, Os fatores de homogeneização defi-
rios para permitir ou facilitar as atividades objetivas e de fácil acesso o que, o torna nidos para imóveis rurais são:
agrícolas visando o melhorar o desem- muito transparente e crível. Assim sendo
Fator fonte: Relação média entre o
penho operacional e financeiro numa seu resultado final é quase sempre satis-
valor transacionado e o valor ofertado
propriedade. fatório e próximo ao justo. Além de ser
o Método sugerido pela norma técnica Fator de classe de capacidade de
Recursos Naturais: São formações uso das terras: A capacidade de uso da
14.653 (ABNT2004), e é o mais utilizado
vegetativas naturais, tais como florestas e terra divide-se em três grupos principais;
pelas mais importantes instituições nacio-
pastagens, recursos hídricos e minerais. estes em oito classes de capacidade de
nais, como Banco do Brasil e INCRA.
Semoventes: São bens móveis que uso. Os grupos foram estabelecidos com
O Método Comparativo Direto de
possuem movimento próprio, tal como base nos tipos de intensidade de uso das
Dados de Mercado identifica o valor de
animais selvagens, domésticos ou domes- terras (Quadro_1).
mercado do bem por meio de tratamento
ticados. Podemos citar como exemplo Fator acesso: Relacionado com as
técnico dos atributos dos elementos
os animais de rebanho (como bovinos, condições das vias de acesso (Quadro_2).
comparáveis, constituintes da amostra.
ovinos, suínos, caprinos, equinos, etc.)
Através desse método, baseado em uma Fator recursos hídricos: Utilizado
Preço e Valor: “Preço é o que se amostragem de valores de imóveis que para corrigir discrepâncias dos valores
paga, Valor é o que se obtém” (BUFFET estão no mercado imobiliário, compará- através de índices comparativos que
2008). Valor é um conceito abstrato que veis à propriedade avaliada, identifica-se tornam homogêneos os elementos
carrega premissas e expectativas sobre o o valor da propriedade de interesse (LIMA, quanto a riqueza de sua rede hidrográfica,
futuro de um bem. Preço, por outro lado, 2005). Para tal, é necessária a utilização levando em conta a quantidade, quali-
é um conceito físico, real resultante de um de tratamentos estatísticos, gerando dade e a distribuição de aguas superficiais
acordo mútuo entre partes compradoras atributos da amostra homogeneizados pelas propriedades (Quadro_3).
e vendedoras de um bem. Os preços quando comparados com imóvel objeto
de bens, portanto, fazem parte de uma Fator Transposição: Visa corrigir as
da identificação do valor. diferenças de valores referentes ao posi-

15
Ano V - nº 11

cionamento entre os imóveis pesquisados


e o avaliado.

Quadro_1
DESCRIÇÃO
Fator correção de área: Para satis-
fazer a todas as situações de correção é Terras passíveis de serem utilizadas com culturas anuais, perenes, pastagens
Grupo A
e/ou reflorestamento e vida silvestre (comporta as classes I, II, III e IV).
calculado esse fator através das seguintes
formulas: (Quadro_4)
Terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para
Outros fatores: Qualquer outro fator Grupo B
pastagens e/ou reflorestamento e/ou vida silvestre, porém cultiváveis em
que sua relevância o torna essencial na casos de algumas culturas especiais protetoras do solo (comporta as classes
V, VI e VII).
avaliação. Como por exemplo, proximi-
dade da área urbana e riqueza de subsolo. Terras não adequadas para cultivos anuais, perenes, pastagens ou
Grupo C reflorestamento, porém apropriadas para proteção da flora e fauna
Definindo todos esses elementos o silvestre,recreação ou armazenamento de água (comporta a classe VIII).
próximo passo é organizá-los em uma
planilha e aplicar todos os fatores de
homogeneização a fim de atingir o Valor
da Terra Nua da propriedade avaliada

Quadro_2
homogeneizada. Após isso, se faz neces- CARACTERÍSTICAS
sário aplicar uma análise estatística para SITUAÇÃO
validar os dados obtidos embasados TIPO DE ESTRADA PRATICABILIDADE/ANO
no critério de Chauvenet para avaliar a
compatibilidade dos elementos amos- Ótima asfaltada todo ano
trais, eliminando, quando necessário, os Muito boa asfaltada + pouca terra todo ano
dados de maior discrepância em relação a Normal asfaltada + muita terra todo ano
média. Com isso em mãos é fundamental
Regular Terra todo ano
determinar o Campo de Arbítrio que é o
Ruim Muita Terra probl. sérios est. chuvosa
intervalo no qual o Avaliador tem liberdade
de definir e adotar o melhor e único valor Péssima Obstáculos problemas sérios
da avaliação (DESLANDES).
Além de todos esses cálculos para
se obter o valor da terra nua do elemento

Quadro_3
RECURSOS HÍDRICOS
Avaliado existe a necessidade de avaliar SITUAÇÃO
todas as benfeitorias para assim obter o QUALIFICAÇÕES
valor real e justo da propriedade. Mas isso
Recursos Naturais: margem de rios secundários, ou de grande rio, com várias
é tema para um novo artigo. nascentes perenes e intermitentes, córregos ou veredas, lagoas, etc....
O desenrolar desses cálculos e como Muito Bom
Recursos Artificiais: serviços de fornecimento público, cisternas, poços
é feita a aplicação pratica desse Método é artesianos, açudes, represas, caixas d’água, bebedouros, etc.
o que foi apresentado na palestra do ciclo
Recursos Naturais: margem de rios secundários, nascentes perenes e
de aperfeiçoamento técnico profissional intermitentes, córregos ou veredas, lagoas, etc.
2014 da AEASC. Bom
Recursos Artificiais: cisternas, poços artesianos, açudes, represas, caixas
Portanto, a abordagem na oportuni- d’água, bebedouros, etc.
dade foi superficial, lembrando da exis-
Recursos Naturais: margem de rios secundários, ou nascentes perenes e
tência de literatura para os interessados intermitentes, córregos ou veredas, lagoas, etc.
em se aprofundar sobre o tema. Normal
Recursos Artificiais: cisternas, poços artesianos, açudes, represas, caixas
Finalmente em agradecimento a dire- d’água, bebedouros, etc.
toria da AEASC pelo convite para parti- Recursos Naturais: nascentes perenes e intermitentes, córregos ou veredas,
cipar do evento colocando-me a dispo- Regular lagoas, etc.
sição de todos.
Recursos Artificiais: cisternas, poços artesianos, açudes, represas, caixas
d’água, bebedouros, etc.
Recursos Naturais ou Artificiais que não possibilitem a total utilização do
Ruim imóvel, dentro da sua vocação regional e natural.

Inexistência de recursos naturais ou artificiais, o que impossibilita a utilização


Péssimo do imóvel, dentro de sua vocação regional e natural.

Deslandes, 2002
Quadro_4

VTN= Valor da Terra Nua


Quadro_5

O eng. Agrônomo Giuliano Cardinalli na palestra


proferida no 6º Ciclo

AEP= Área do Elemento Pesquisado AEA= Área do Elemento Avaliado

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VANT
O uso de
Aeronaves não
Tripuladas para
Avaliações

Segundo a Agência Nacional de por perda do motor em voo, por quebra


Aviação Civil, o VANT é definido como ou queima de um dos servos (motor que
RPAS (Remotely Piloted Aircraft System) aciona as superfícies de comando), por
que significa “Sistema de Aeronaves falha estrutural, etc.
Remotamente Pilotadas”. Os RPASs Os aeromodelos caem. É possível
são aeronaves em que o piloto não está averiguar essa informação com qualquer
a bordo. Elas constituem uma subcate- aeromodelista. Mesmo muitos atualmente
goria dos Veículos Aéreos Não Tripulados sendo feitos de isopor, podem ser peri-
e excluem as aeronaves não tripuladas gosos, com seus motores traseiros e
totalmente autônomas, ou seja, mesmo pesando meio quilo atingindo 200 quilô-
o avião exercendo suas atividades auto- metros por hora, velocidade fácil de ser
maticamente, o voo deve ser monitorado alcançada por aeromodelos ou VANTs.
e o operador devidamente treinado deve Mas um VANT não pode cair. Deve ser
ter a capacidade de interferir a qualquer projetado para isso.
momento.
Desse modo, a melhor maneira de
Historicamente, da mesma forma averiguar se tratar de VANT ou aeromo-
como aconteceu com a aerofotogrametria delo é verificar se os seus sistemas de
e posicionamento por GPS, o surgimento comando, estabilidade, controle e acom-
desta tecnologia esteve associada ao uso panhamento de voo são redundantes e
militar, com aplicações em espionagem, independentes. De nada adianta sistemas
reconhecimento e combate. duplicados se não são independentes.
Posteriormente esta tecnologia Para trabalhar a segurança de voo,
encontrou espaço para uso civil, tornan- é preciso ter em mente que, para que a
do-se muito popular por todo o mundo aeronave mantenha um rumo estabilizado
por substituir, ou complementar, soluções ou mude sua trajetória, é necessário que
já existentes, aplicadas em: mapeamento, superfícies se movimentem. Estes são
Infraestrutura, agricultura de precisão, os comandos primários de voo, e para
geologia, monitoramento ambiental e de movimentar estas superfícies existem
catástrofes, monitoramento de obras, pequenos motores (servos) que acionam
segurança pública, etc. braços articulados nelas.
A quebra ou queima de um desses
VANT ou Aeromodelo? motores pode ser muito comum, por
isso é preciso que existam pelo menos
Para diferenciar um VANT de pequeno dois motores para acionar cada super-
porte e um aeromodelo é preciso levar fície de comando. Se um queima, o outro
em consideração que o que fundamenta continua trabalhando. Caso haja quebra
a diferença entre ambos os equipamentos com travamento do motor, ele poderá
de vôo é a segurança operacional. Em impedir o funcionamento do segundo.
clubes de aeromodelismo é comum a
perda de aeronaves pelos mais diversos O travamento de uma superfície de
motivos. Por problemas na transmissão comando, invariavelmente causa a queda
ou recepção do sinal de rádio controle, da aeronave. O ideal é que existam duas
superfícies de comando com um servo

17
Ano V - nº 11

Vant utilizado pela Força


Aérea Brasileira em cada uma delas, para fazer a mesma em qualquer VANT.
função, e dois receptores de rádio acio-
nando cada um dos sistemas. Utilização de VANTs
Em um VANT existe uma placa As classificações mais utilizadas
controladora de voo microprocessada para VANTs são: Mini, pequeno, médio
com diversos sensores, que precisa ter e grande porte, ou ainda, por classes: A
redundância. Ou, utilizar duas placas (até 2 kg), B (de 2 kg até 7 kg), C (de 7
embarcadas com sistema independente, kg até 25 kg), D (de 25 kg até 150 kg)
em que o piloto em terra pode passar o e E (acima de 150 kg), conforme definida
comando da missão de uma para outra. pela Associação Brasileira das Indústrias
Através delas é que a aeronave mantém de Materiais de Defesa e Segurança
sua estabilidade independentemente do (ABIMDE).
piloto em solo. Também permite fazer
um voo pré-programado, com pontos Para as aplicações que requerem a
de passagem, decolagem e pouso auto- geração de dados geoespaciais, os VANTs
máticos. Através de um modem de duas das categorias B e C têm se mostrado
vias, o piloto em solo recebe todos os atrativos devido ao seu baixo custo,
parâmetros de telemetria do VANT e pode portabilidade e facilidades operacionais,
enviar comandos para ele. atendendo à maioria das demandas civis
anteriormente citadas. Além disso, é
Os voos de VANT normalmente não necessário que o equipamento embarque
são feitos utilizando-se o rádio controle, sensores, que dependendo da aplicação
igual aos dos aeromodelos. Este rádio a que se destina, podem ser câmaras de
normalmente é utilizado em situações de imageamento no espectro visível (RGB),
emergência, caso o sistema de teleme- Infravermelho próximo (NIR) e/ou termal
dfsfs

tria e comando fique sem sinal. Esta é a (TIR). O VANT pode ser customizado
redundância de comando encontrada em ainda para embarcar sensores como:
um VANT. câmaras Hiperespectrais, Magnetôme-
E é preciso também ter redundância tros, Radar, Lidar, etc.
no acompanhamento do voo. A telemetria Atualmente para a execução de voos
fornece todos os dados para uma tela de com VANT é necessário uma autorização
computador que está sendo operado pelo da ANAC, chamado CAVE (Certificado
piloto. O segundo modo de acompanha- de Autorização de Voo Experimental) e
mento de voo é através de uma câmera autorização do DECEA (Departamento
de vídeo online, embarcada no VANT. de Controle do Espaço Aéreo) chamado
Tem-se a imagem dessa câmera em um NOTAM “Notice to Airmen” que significa
monitor, para que seja possível ver onde e “Aviso aos Aeronavegantes” que tem por
dfsfs

como ele está voando. finalidade divulgar antecipadamente, toda


Pode-se ter assim três sistemas de informação aeronáutica que seja de inte-
telecomunicações independentes, com resse direto e imediato à segurança.
frequências diferentes para comando e A autorização de um CAVE impede
acompanhamento de voo. E o sistema a utilização para uso comercial; a fim de
deve ser projetado e configurado para viabilizar a operação de RPAS com fins
abortar a missão automaticamente, lucrativos, operação esta que não é carac-
em caso de falha em quaisquer desses terizada como experimental, deve ser
controles, fazendo com que a aeronave encaminhado à ANAC um requerimento
volte para o seu ponto de lançamento ou devidamente embasado, destacando
acione seu paraquedas de emergência. as características da operação preten-
Esta é outra diferença para aeromodelos: dida e do projeto do RPAS, de modo a
estes normalmente não têm paraquedas demonstrar à ANAC que o nível de segu-
de emergência, equipamento obrigatório

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rança do projeto é compatível com os Com isso as imagens se apresentam fiéis


riscos associados à operação (riscos a à realidade, criando um mapeamento real
outras aeronaves em voo e a pessoas da área fotografada.
e bens no solo). Os serviços disponibilizados por fabri-
Contudo, é importante ressaltar que, cantes de VANT incluem: Imageamento
até o momento, a ANAC não possui aéreo, que é a realização de imagens
regulamentação específica relacionada aéreas georreferenciadas (que podem
à operação de RPAS com fins lucra- chegar a resolução de até 3,5cm/pixel -
tivos (mas existe previsão de regula- cada pixel na tela representa 3,5cm do
mentação até o final de 2014), e que tamanho do objeto fotografado); Moni-
este tipo de requerimento ainda é anali- toramento agrícola e ambiental, em que
sado caso a caso pela área técnica inclui a análise qualitativa e quantitativa
da ANAC e apreciado pela Diretoria da qualidade e as falhas em plantações,
Colegiada, que deliberará pelo deferi- controle de áreas desmatadas etc; a
mento ou indeferimento da autorização. montagem do mosaico, pelo processa-
mento da imagens em alta resolução que,
Usos comerciais de VANT quando colocadas lado-a-lado, formam o
mosaico da área monitorada.
O uso comercial de VANT é muito
vasto e ainda pouco explorado, embora A empresa e/ou cidadão que tiver
com grande crescimento no setor. Eles interesse em operar um VANT civil no
podem ser utilizadas como Inspeções Brasil ou em tirar dúvidas sobre o proce-
de plantas industriais; monitoramentos dimento de certificação da aeronave pode
ambientais, de tráfego e áreas agrícolas; entrar em contato com a ANAC por meio
inspeção de redes de transmissão; segu- do endereço rpas@anac.gov.br.
rança pública e privada; entre outras. Finalizando, para um voo seguro e
Para o uso pleno ao que se objetiva devidamente regulamentado, deve-se ter
a utilização dos VANTs, é necessário que posse do CAVE e NOTAM, com estes
documentos em mãos, basta planejar a
cada nave: porte sensores barométricos e dfsfs
óticos (medem ângulos e medidas), assim missão e executar o voo.
como unidades inerciais, que medem para
onde e o quanto o avião se move; tenham
estações de Controle de Solo, que podem
ser robustas (para uso militar, com tela à
prova de choque e teclado à prova de
água), light e mobiles (controladas por
celulares e tablets); devem ter equipa-
mentos e sensores aptos à realização
de diversas tarefas; sistemas eletrônicos
e de software para a captação e proces-
samento das imagens captadas. A tecno-
logia empregada deve permitir que não
haja distorção do ângulo da fotografia.

Tipo de imagem em
mosaico produzida pela
utilização de VANTs

SITES:
Para operação experimental de RPAS, deve ser solicitado à ANAC um
Certificado de Autorização de Voo Experimental – CAVE conforme as seções
21.191 e 21.193 do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil n° 21 – RBAC 21,
disponível em http://www2.anac.gov.br/biblioteca/rbha.asp.
A Instrução Suplementar 21-002 Revisão A, intitulada “Emissão de Certificado
de Autorização de Voo Experimental para Veículos Aéreos Não Tripulados”,
orienta a emissão de CAVE para Aeronaves Remotamente Pilotadas – RPA
com os propósitos de pesquisa e desenvolvimento, treinamento de tripulações
e pesquisa de mercado. O arquivo oficial está disponível no seguinte endereço:
Fontes para o Artigo:
http://www2.anac.gov.br/biblioteca/IS/2012/IS%2021-002A.pdf. http://www.agx.com.br/n2/pages/index.
php?opt=institutional
O RBHA 91, intitulado “Regras gerais de operação para aeronaves civis”, na http://mundogeo.com/blog/2013/07/15/
quero-um-vant-e-agora/
seção 91.319, parágrafo (a), define que “Nenhuma pessoa pode operar uma http://www.agrimensordofuturo.
com/post.cfm?post=VANT%3A%20
aeronave civil com certificado de autorização de voo experimental (CAVE): (1) Como%20executar%20um%20voo%20
devidamente%20regulamentado&id=34
para outros propósitos que não aqueles para os quais o certificado foi emitido; http://www.agrimensordofuturo.com/post.
ou (2) transportando pessoas ou bens com fins lucrativos”. O RBHA 91 está cfm?post=NOVIDADES%20SOBRE%20
A%20LEGISLA%C3%87%C3%83O%20
disponível em http://www2.anac.gov.br/biblioteca/rbha/rbha091.pdf. BRASILEIRA%20PARA%20VANTS%20
E%20DRONES&id=52#continue_lendo
http://www.agrimensordofuturo.com/post.
cfm?post=O%20que%20%C3%A9%20
VANT%3F&id=33

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