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ÍNDICE

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.............................................................................................1

1.1. Breve Introdução.........................................................................................................1

1.2. Objectivos....................................................................................................................1

1.2.1. Objectivo Geral........................................................................................................1

1.3. Metodologia.................................................................................................................1

CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.....................................................................2

2.1. Princípios de Funcionamento da Administração Pública............................................2

2.1.1. Princípio da Prossecução do Interesse Publico........................................................2

2.1.2. Princípio da Legalidade...........................................................................................3

2.1.3. Princípio da Publicidade..........................................................................................4

2.1.4. Princípio do Poder Discricionário............................................................................4

2.1.5. Princípio de Igualdade.............................................................................................5

CAPÍTULO III: CONCLUSÃO.............................................................................................7

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA........................................................................................8
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Breve Introdução

Os princípios são o início de tudo, proposições anteriores e superiores às normas, que traçam
vetores direcionais para os atos do legislador, do administrador e do aplicador da lei ao caso
concreto. Constituem o fundamento, alicerce a base um sistema, e que condicionam as
estruturas subsequentes, garantindo-lhe validade.

Ademais não existe hierarquia entre os princípios. Cada um tem sua importância sua
importância e não se diz que um prevalece sobre o outro. A aplicação, caso a caso, é que
acaba, indiretamente, dando mais valor a um outro, mas isso não quer dizer que exista tal
hierarquia. Um princípio que não seja usado num determinado caso pode ser o mais
importante em outro. O interessante está em analisar o conjunto deles no caso concreto.

1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo Geral

 Abordar dos princípios básicos do funcionamento da Administração Publica.


1.2.2. Objectivos Específicos
 Explicar os princípios básicos da Administração Pública;
 Indicar a importância dos princípios da Administração Pública.
 Explicar o enquadramento de cada princípio na Administração Pública

1.3. Metodologia

O presente trabalho baseou-se na pesquisa bibliográfica que consistiu na recolha de


conteúdos disponíveis principalmente nos livros, revistas, publicações em periódicos e artigos
científicos, com a finalidade de constituir um raciocínio lógico do trabalho.

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CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Princípios de Funcionamento da Administração Pública

Os princípios da Administração Pública representam relevante papel no ramo do direito


permitindo à Administração e ao Judiciário estabelecer o necessário equilíbrio entre os
direitos dos administrados e as prerrogativas da Administração.

Os princípios de direito administrativo são mandamentos gerais que se aplicam a toda e


qualquer situação, em maior ou menor medida. Eles orientam a expedição de atos
administrativos, a condução de processos e a celebração de contratos, bem como a edição de
atos normativos (Medeiros, 2013).

2.1.1. Princípio da Prossecução do Interesse Publico

O princípio da prossecução do interesse público é como que o "norte da administração


pública", isto é, um dos princípios mais importantes na medida em que, mais do que um
princípio é uma legalidade, ou seja, a administração existe com este objetivo, a prossecução
do interesse público (Amaral, 2016).

Este principio constitui-se como tão essencial e intrínseco à administração publica que nem


cabe a esta decidir quais os interesses públicos a prosseguir, na medida em que estes se
encontram expressos na lei. Ora, aqui estão implícitos limites da margem de decisão da
administração pública (Amaral, 2016).

Mais concretamente, a administração publica não pode prosseguir interesses privados, porém


tal não significa  que a prossecução de um interesse que é publico, não tenha vantagens em
especial para um particular, falando-se nesse caso em interesses privados, no entanto,
a finalidade do interesse é que poderá manifestar-se privada sob pena de invalidade (Amaral,
2016).

Suponhamos o seguinte exemplo, se um particular é titular de uma propriedade suscetível de


conter energia eólica, esse particular terá, efetivamente, que ceder a propriedade para se
colocar essa energia, contudo esse titular receberá uma remuneração anual por ceder o
terreno, como isto quer dizer-se que está em causa um interesse publico que se traduz na
preservação ambiental e ao mesmo tempo um interessa privado em especial, que será as
remunerações auferidas pelo particular anualmente.

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Caso a administração publica prossiga interesses alheios ao interesse publico, essa atuação
traduzir-se-á em ilegal na medida em que, irá contra o principio da legalidade e
a administração publica só poderá exercer atos que estejam expressos na lei, caso contrario o
ato é inválido (Amaral, 2016).

Não se quer com isso dizer que o interesse publico seja um concreto indeterminável, uma vez
que  não o é, pois embora o princípio esteja definido por lei, a forma como ele se prossegue
cabe à própria administração, daí que embora limitada, a administração tenha uma margem
de decisão. Nestes termos, o tribunal pode declarar um ato nulo  da administração publica
que não prossiga um interesse publico, porém já não poderá anular um ato se a administração
publica o não prosseguiu da melhor forma uma vez que, aqui estará implícito o principio da
boa administração que se encontra na esfera de mérito da administração publica (Amaral,
2016).

2.1.2. Princípio da Legalidade

O Estado é resultado da vontade da coletividade. Por conseguinte, as entidades públicas e a


ação do administrador público está condicionada aos mandamentos legais e às exigências do
bem comum. Os atos que desrespeitam a lei são viciados e alguns vícios não podem ser
corrigidos, o que exige a anulação do ato e, eventualmente, se houver má-fé ou falha, a
responsabilização do Estado e do agente público. Na Administração Pública não há real
liberdade nem vontade pessoal, mas sim ações vinculadas às finalidades públicas de cada
instituição (Medeiros, 2013).

Em alguns casos, porém, a legislação cria espaços de discricionariedade, ou seja, dá margens


de escolha para o administrador, mas mesmo nessas situações há que se observar os
princípios gerais e as finalidades públicas (Medeiros, 2013).

O Princípio da Legalidade é um conceito plurissemântico, variando consoante a área de


Direito que se encontra em questão, mas numa visão fenomenológica, dir-se-á que, em
qualquer contexto, este princípio significa que a actuação dos sujeitos deve sempre
conformar-se com o Direito, ou seja, e na linguagem comum, «ninguém está acima da lei»
(Cambule, 2010).

O princípio da legalidade significa que a Administração Pública deve fazer apenas o que se


encontra estipulado na lei para que faça, diferentemente do que acontece com os particulares
que, em princípio, podem fazer tudo desde que a lei não proíba. Os poderes dos órgãos

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administrativos só podem ser usados para a prossecução dos fins previamente estipulados na
lei, ou seja, a lei será sempre o motor e o limite da actuação dos órgãos da Administração
Pública (Cambule, 2010).

Conforme Medauar (2010), o princípio da legalidade é considerado um princípio fundamental


no regime jurídico-administrativo, pois além de ser essencial, é específico e informador,
submetendo ainda o Estado à lei. Como a Administração Pública só pode ser exercida na
conformidade da lei, este princípio protege o cidadão dos abusos dos agentes administrativos
e limita o Poder do Estado na interferência da liberdade individual.

2.1.3. Princípio da Publicidade

A gestão pública, em razão do princípio democrático, deve ser transparente. Assim, a


publicidade impõe a divulgação oficial do ato, processos e contratos para o conhecimento
público. Além disso, todo cidadão tem o direito de conhecer as informações que a
Administração possua a seu respeito, e as que dizem respeito ao bem-estar da coletividade
(Meirelles, 2010).

Segundo Meirelles (2010), o princípio da publicidade abrange toda a atuação estatal, não só
sob os aspectos de divulgação oficial de seus atos mas, também, para conhecimento da
conduta interna de seus agentes. Os atos e contratos administrativos que omitirem ou
desatenderem à publicidade necessária não só deixam de produzir seus regulares efeitos como
se expõem à invalidação.

Segundo Meirelles (2010), o princípio da publicidade visa à transparência das atividades


públicas, para que os administrados possam ter conhecimento das ações do poder público e
verificar se essas ações estão alinhadas ao fim que se destinam: o interesse da coletividade. A
visibilidade da gestão pública é, sem dúvida, fator de legitimidade. Proporciona também a
fiscalização e controle com o objetivo de se verificar se as políticas oficiais do governo
correspondem realmente às demandas da sociedade. Com a publicidade se busca maior
eficiência, melhoria das relações entre administrador e administrado, orientação social,
informação, garantia do bom funcionamento estatal.

2.1.4. Princípio do Poder Discricionário

De acordo com Amaral (2016), considera correto dizer que o poder é vinculado quando a lei
não remete para o critério do respetivo titular a escolha da solução concreta mais adequada e
será discricionário quando o seu exercício fica entregue ao critério do respetivo titular, que

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pode e deve escolher a solução a adotar em cada caso como mais ajustada à realização do
interesse público protegido pela norma que o confere. De uma forma mais simplificada, os
atos são vinculados quando praticados pela Administração no exercício de poderes
vinculados, e que são discricionários quando praticados no exercício de poderes
discricionários.

Os atos administrativos são sempre o resultado de uma mistura variada em doses variadas,
entre o exercício de poderes vinculados e o exercício de poderes discricionários. Ou seja,
quase todos os atos administrativos são simultaneamente vinculados e discricionários. Assim,
quando na linguagem corrente se fala em atos vinculados, está-se no fundo a pensar em atos
predominantemente vinculados  (ou então está-se a pensar nos aspetos em que tais atos são
vinculados); e quando se fala em atos discricionários, está-se no fundo a pensar em atos
predominantemente discricionários  (ou então está-se a pensar nos aspetos em que tais atos
são discricionários) (Amaral, 2016).

Para haver discricionariedade é necessário que a lei atribua à Administração o poder de


escolha entre várias alternativas diferentes de decisão, quer o campo da escolha seja apenas
entre duas decisões opostas (v.g., conceder ou não uma autorização) seja entre várias decisões
à escolha numa relação disjuntiva (v.g., nomeação de um funcionário para um determinado
posto de entre uma lista normativa de cinco). Chegados a este ponto, a doutrina cumpriu
averiguar se esta se trata de uma escolha livre (Amaral, 2016).

2.1.5. Princípio de Igualdade

Segundo o Artigo 14 do Decreto nº 30-2001 de 15 de Outubro, nas suas relações com os


particulares, os órgãos de Administração Pública, regem-se pelo princípio de igualdade dos
cidadãos perante a lei e da proporcionalidade dos meios. É vedado dos órgãos e instituições
da Administração Pública à privilegiar, não prejudicar, privar qualquer direito jurídico ou
isentar de qualquer dever jurídico um cidadão por motivos de sua cor, raça, sexo, origem
étnica, lugar de nascimento, estado civil, situação económica, posição social, filiação
partidária ou religiosa.

O princípio da igualdade, tanto hoje como ontem, constitui um importante limite que não só
os tribunais como a própria Administração Pública deve observar na sua atividade. As
diferenças de tratamento devem radicar em critérios que apresentem uma conexão bastante
com os fins a prosseguir com a regulação jurídica. Este princípio surge, assim,

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enquanto limitação ao exercício de poderes discricionários da Administração (Alexandrino,
2015).

Qualquer Constituição garante a igualdade de diferentes maneiras e com diferentes graus de


intensidade: princípio geral da igualdade, igualdade perante a lei ou na aplicação da lei, entre
outros. Por outro lado, proíbe e impõe discriminações positivas ou negativas, consoante as
circunstâncias concretas – não exige nem se satisfaz com uma igualdade meramente formal.
Os tratamentos desiguais terão de assentar em razões suficientemente justificativas, mas nem
todas as circunstâncias diferentes são justificativas de tratamentos desiguais (Sousa, 2008).

Sobre o Estado recai a responsabilidade de criar, manter e promover a igualdade material


entre os cidadãos. Apenas em casos específicos e através de fundamentação em razões
ponderosas se pode restringir a liberdade ou impor um tratamento desigual. O princípio da
igualdade estabelece ainda limites à liberdade de conformação do legislador e da
Administração, sendo que não podem ocorrer discriminações injustificadas e intencionais
para além daquilo que é previsto na lei (Sousa, 2008).

De então para cá, o princípio igualdade tem-se enriquecido, envolvendo uma ideia de
igualdade na própria lei e através da lei.  Desenvolveram-se os conceitos de igual
participação política (no sufrágio universal), igualdade material no Estado social e deu-se
ainda, na época do Estado pós-social, o crescente reconhecimento das diferenças entre os
sujeitos (Sousa, 2008).

O princípio da igualdade postula, assim, em primeiro lugar, que se determine se determinadas


situações devem ou não ser consideradas como substancialmente idênticas; e, em segundo
lugar, que se assegure o tratamento dessas situações de forma congruente com a sua
semelhança ou dissemelhança substanciais (Sousa, 2008).

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CAPÍTULO III: CONCLUSÃO

O conhecimento dos princípios norteadores da Administração Pública é de fundamental


importância para os particulares no que tange às formas de participação do povo  – cidadania
para além do voto (neste conteúdo), monitorando e fiscalizando os atos administrativos para
que estejam nos limites da lei, colocando, assim, a gestão pública mais perto da sociedade.

Trata-se de uma conquista que deve ser sempre preservada porque sendo a Administração
Pública a entidade que detém o poder, com o privilégio de execução forçada de suas decisões,
seriam calamitosas as consequências de sua actividade num quadro de total desregulação e
absoluta arbitrariedade. Com o princípio da legalidade, a actuação da Administração pode ser
devidamente controlada pelos particulares, evitando que a mesma extravase os limites
permitidos pela boa convivência democrática e assegurando que todo e qualquer desvio seja
devidamente sancionado.

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REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

1. Alexandrino, J.M. (2015).Lições de Direito Constitucional - volume I. AAFDL. 


2. Amaral, D.F. (2016). Direito Administrativo.Vol. II, 3.ª edição, Almedina – Coimbra.
3. Cambule, G. (2010). Normas de Funcionamento da Administração Pública (2) -
Princípio da Legalidade. Disponível em:
http://direitopensado.blogspot.com/2010/04/normas-de-funcionamento-da.html acesso
no dia 26 de Maio de 2020.
4. Decreto nº 30-2001 de 15 de Outubro. Normas de Funcionamento da Administração
Pública. República de Moçambique
5. Medauar, O. (2010). Direito Administrativo Moderno. 14. Ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais.
6. Medeiros, L. (2013). Princípios Básicos da Administração Pública: Poderes,
Deveres, Direitos e Responsabilidades do Servidor. USP (Universidade de São Paulo)
– Brasil.
7. Meirelles, H.L. (2010). Direito Administrativo. 36. ed. atual. São Paulo: Malheiros
8. SOUSA, M.R. (2008).Direito Administrativo Geral - Tomo I. pp. 225-227

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