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PSICANÁLISE, GÊNERO E A QUESTÃO QUEER Pedro Ambra

FREUD
Rompimento com a medicina: o corpo pulsional
A escuta de mulheres
A universalidade do patológico e o núcleo conflitivo do sujeito
A centralidade etiológica e analítica da sexualidade
A homossexualidade
A pulsão antinormativa

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MONISMO FÁLICO E O COMPLEXO DE ÉDIPO
O Édipo tardio em Freud
Édipo é uma decepção organizadora
Triangulação estruturante
A construção da genitalidade
O falo como índice organizador
Castrados e castráveis
Fantasia de castração como punição pela mastrubação

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MONISMO FÁLICO E O COMPLEXO DE ÉDIPO
Representação tardia da feminilidade
Diferença depende de um trabalho psíquico
Menino como padrão, menina como padrão
“Como se realiza o desenvolvimento correspondente na menininha?”

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A DISSOLUÇÃO DO COMPLEXO DE ÉDIPO
Nesse caso, o nosso material se torna — incompreensivelmente — muito
mais obscuro e lacunar. O sexo feminino também desenvolve um complexo
de Édipo, um supereu e um período de latência. Podemos atribuir-lhe também
uma organização fálica e um complexo de castração? A resposta é
afirmativa, isso não se dá como no menino. A exigência feminista por
igualdade não nos leva muito longe, pois a diferença morfológica vai se
expressar em distinções no desenvolvimento psíquico. A anatomia é o destino,
parodiando a expressão de Napoleão.

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FEMINILIDADE EM FREUD
Geografia ou política?
Polimorfia bissexual
Repressão
O desamparo como novo modelo para o Édipo
A emergência do Dark Continent
O que quer a mulher?
A dissolução da aproximação entre feminilidade e passividade

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A FEMINILIDADE
No próprio campo da vida sexual, os senhores logo perceberão o
quão insuficiente é fazer coincidir a conduta masculina com
atividade e a feminina com passividade. A mãe é ativa em relação
ao filho em todos os sentidos [...] os homens não podem conviver
com seus iguais se não desenvolverem um alto grau de docilidade
passiva. [...] Se agora vocês disserem que esses fatos continham
justamente a prova de que tanto os homens quanto as mulheres são
bissexuais no sentido psicológico, daí então concluo que vocês
decidiram por si próprios fazer coincidir “ativo” com “masculino” e
“passivo com feminino”. Mas eu os desaconselho. Parece-me que
isso não tem razão de ser e não traz nada de novo.
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A FEMINILIDADE
Poderíamos pensar em caracterizar psicologicamente a
feminilidade através da preferência por metas passivas.
Naturalmente, isso não é a mesma coisa que passividade; é preciso
uma grande porção de atividade para que uma meta passiva se
estabeleça. Talvez isso ocorra de tal maneira que no caso da
mulher, por sua participação na função sexual, ela estenda para
outras esferas de sua vida uma preferência, mais ou menos ampla,
pela conduta passiva e por anseios de meta passiva, conforme o
modelo de vida sexual se limite ou se amplie. Devemos,
contudo, atentar para que a influência de normas sociais não
seja subestimada, normas que, de forma semelhante, forçam a
mulher para situações passivas. Tudo isso ainda está muito
obscuro.
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A FEMINILIDADE

Entretanto, encontramos muito o que estudar nesses indivíduos


humanos que, por possuírem genitais femininos, são caracterizados,
manifesta ou predominantemente, como femininos. Corresponde à
singularidade da psicanálise não querer descrever o que a mulher
é — isso seria para ela uma tarefa quase impossível de resolver
—, mas, sim, pesquisar como ela se torna mulher, como se
desenvolve a partir da criança dotada de disposição bissexual.

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O SEGUNDO SEXO
Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino
biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea
humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da
civilização que elabora esse produto intermediário entre o
macho e o castrado que qualificam de feminino. Somente a
mediação de outrem pode constituir um indivíduo como um
Outro.

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O SEGUNDO SEXO
O imenso progresso que a psicanálise realizou na psico-fisiologia
foi considerar que nenhum fator intervém na vida psíquica sem ter
revestido um sentido humano; não é o corpo-objeto descrito pelos
cientistas que existe concretamente e sim o corpo vivido pelo
sujeito. a mulher é uma fêmea na medida em que se sente fêmea.
há dados biológicos essenciais e que não pertencem à situação
vivida. assim é que a estrutura do ovário nela não se reflete; ao
contrário, um órgão sem grande importância como o clitóris, nela
desempenha um papel de primeiro plano. Não é a natureza que
define a mulher; esta é que se define retomando a natureza em
sua afetividade.
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GÊNERO

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TUDO AZUL?
Azul
O azul na antiguidade
Percepção vs Existência

Comprimento de onda ~ 440-485 nm Frequência ~ 680-620 THz

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DAVIDOFF E OS HIMBA

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DAVIDOFF E OS HIMBA

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NÓS E OS HIMBA

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NÓS E OS HIMBA

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GÊNERO
Diferenças
­ sexo
­ expressão de gênero
­ identidade de gênero
­ sexualidade
Expressão vs Invenção
O conceito cria a sua realidade
Dialéticas de reconhecimento
“Ideologia de gênero” e a inversão argumentativa

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O NASCIMENTO DO GÊNERO
Margaret Mead
Sexo e Temperamento
­ Arapesh — Maternagem, cooperação, não agressivos
­ Mundugumor — Sexualizados, violentos
­ Tchambuli — Mulheres dominadoras, impessoais, administrativas; homens submissos e dependentes

John Money e o Papel de Gênero


Robert Stoller e a Identidade de Gênero

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JOHN MONEY
Pelo termo papel de gênero, nós queremos dizer todas aquelas coisas
que uma pessoa diz ou faz para se mostrar como tendo o status de
menino ou homem, menina ou mulher, respectivamente. Isso inclui, mas não
se restringe à sexualidade no sentido de erotismo. Um papel de gênero
não é estabelecido no nascimento, mas é construído cumulativamente
através de experiências defrontadas e negociadas — através de
aprendizagens casuais e não planejadas, através de instruções explícitas
e inculcações, e através de, espontaneamente, colocar juntos dois e dois
para formar às vezes quatro e às vezes, erroneamente, cinco. Resumindo,
um papel de gênero é estabelecido de maneira muito similar a uma
língua nativa.
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ROBERT STOLLER
A identidade de gênero é sensação de saber a qual sexo pertence-se,
ou seja, a consciência “Sou um homem” ou “Sou uma mulher”. Esse termo
“identidade de gênero” será usado nesse artigo em detrimento de vários
outros termos que têm sido empregados nesse contexto, tal como o termo
“identidade sexual”. “Identidade sexual” é ambíguo, já que pode se
referir, entre outros, a fantasias e práticas sexuais. A vantagem da
expressão “identidade de gênero” está no fato de que ela claramente
refere-se à autoimagem de alguém no que diz respeito ao
pertencimento a um sexo específico. Assim, sobre um paciente que diz
“Não sou um homem muito masculino”, é possível afirmar que sua
identidade de gênero é masculina ainda que ele reconheça em si a falta
da chamada masculinidade. PSICANÁLISE, GÊNERO E A QUESTÃO QUEER | CURSO DE PEDRO AMBRA NO ESPAÇO CULT | CONTATO: PEDRO.AMBRA@GMAIL.COM
ROBERT STOLLER
A identidade de gênero parece ser produzida em seres humanos normais
pelos seguintes elementos: primeiro a anatomia e fisiologia dos órgãos
genitais externos, ou seja, a aparência e as sensações da genitália
externa, visível e palpável; segundo as influências de pais, irmãos e pares:
considerar a criança seja um menino ou menina, terá em geral um papel
extremamente importante no estabelecimento e confirmação da
identidade de gênero. A esses dois determinantes, geralmente
salientados quando a identidade é discutida em termos de
masculinidade ou feminilidade, um terceiro deve ser adicionado. Este
terceiro é uma força biológica, que, apesar de escondida da percepção
consciente e pré-consciente, ainda sim parece fornecer alguma energia
pulsional para a identidade de gênero.
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ROBERT STOLLER
As palavras “incorporação”, “introjeção” e “identificação” conotam uma
atividade motivada, dirigida a um objeto que não é reconhecido como
parte de si mesmo. Isso significa que deve haver uma psique (mente)
suficientemente desenvolvida para apreender o objeto (parcial) e
desejar alojá-lo no interior de si (...). Mas nossa teoria deve também
reservar um lugar para outros mecanismos, não mentais (quer dizer, não
motivado pelo indivíduo), graças aos quais a realidade externa possa
também encontrar seu lugar no interior.

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