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PSICANÁLISE, GÊNERO E A QUESTÃO QUEER Pedro Ambra

JACQUES LACAN
A radicalidade do inconsciente
Insubmissão institucional
Crítica ao eu
Imaginário, simbólico e real

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OS COMPLEXOS FAMILIARES
As instâncias culturais dominam as naturais, a ponto de não
podermos considerar paradoxais os casos em que, como na
adoção, umas substituem as outras. [...] A família humana é uma
instituição.

A interpretação delas [relações psicológicas] tem então de ser


esclarecida pelos dados comparativos da etnografia, da história,
do direito e da estatística social

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OS COMPLEXOS FAMILIARES
O parentesco só é reconhecido por meio de ritos que legitimam os laços de
sangue e criam, se necessário, laços fictícios: os fatos do totemismo, da
adoção, da constituição artificial de um agrupamento agnato, como a
zadruga eslava. Do mesmo modo, segundo nosso código, a filiação é
demonstrada pelo casamento.

É preciso reconhecer o caráter que especifica a ordem humana, a saber, essa


subversão de toda fixidez instintiva, de onde surgem as formas fundamentais,
prenhes de variações infinitas, da cultura.

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OS COMPLEXOS FAMILIARES
O que define o complexo é que ele reproduz uma certa realidade
do ambiente, e o faz de maneira dupla: Sua forma representa
essa realidade no que ela tem de objetivamente distinto numa
dada etapa do desenvolvimento psíquico; essa etapa especifica
sua gênese. Sua atividade repete na vivência a realidade assim
fixada, toda vez que se produzem certas experiências que
exigiriam uma objetivação superior dessa realidade; tais
experiências especificam o condicionamento do complexo. [...] Essa
definição, por si só, implica que o complexo é dominado por
fatores culturais. (Os complexos familiares, p. 33)
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O IMAGINÁRIO
Cultural
Sentido
Particular
Relação especular
Formação do eu
Intersubjetividade
Semblante
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LACAN E STOLLER
Para variar, recomendo um livro. Isso fará aumentar sua tiragem. Chama-se Sex und Gender,
and Gender, é em inglês, desculpem, de um certo Stoller. (Seminário 18, p. 30)

O importante é isto: a identidade de gênero não é outra coisa senão o que acabo de
expressar com estes termos, "homem" e "mulher". É claro que a questão do que surge
precocemente só se coloca a partir de que, na idade adulta, é próprio do destino dos seres
falantes distribuírem-se entre homens e mulheres. Para compreender a ênfase depositada
nessas coisas, nesse caso, é preciso nos darmos conta de que o que define o homem é sua
relação com a mulher, e vice-versa. (Seminário 18, p. 30)

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O SIMBÓLICO
Universal
Antropologia estrutural
Linguística
Posição vs. Essência
Palavra como morte da coisa à Desejo como falta
Eu aprendo
Significante vs Significado
“O inconsciente é estruturado como uma linguagem.”
A lei simbólica
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LÉVI-STRAUSS
Estabeleçamos, pois, que tudo quanto é universal no homem depende da ordem da natureza e se

caracteriza pela espontaneidade, e que tudo quanto está ligado a uma norma pertence a uma cultura e

apresenta os atributos do relativo e do particular. [...] a proibição do incesto apresenta, sem o menor

equívoco e indissoluvelmente reunidos, os dois caracteres nos quais reconhecemos os atributos


contraditórios de duas ordens exclusivas, isto é, constituem uma regra, mas uma regra que, única entre

todas as regras sociais, possui ao mesmo tempo o caráter de universalidade. [...] se a raiz da proibição do

incesto está na natureza, entretanto, é apenas por seu termo, isto é, como regra social, que podemos

apreendê-la. (As estruturas elementares do parentesco, p. 67)

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O COMPLEXO DE ÉDIPO
“Percebeu-se então que um Édipo podia constituir-se muito bem, mesmo quando o pai não
estava presente.”
Édipo como estrutura quarternária: Assujeito/Outro/Falo/Lei
Castração da mãe
Outro não barrado à Ser o falo à Ter o falo
Falo como significante
Édipo como um momento de estruturação simbólica
­ Neurose
­ Psicose
O pai é uma metáfora

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O COMPLEXO DE ÉDIPO
O essencial e que a mãe funde o pai como mediador daquilo que esta
para além da lei dela e de seu capricho, ou seja, pura e simplesmente, a
lei como tal. Trata-se do pai, portanto, como Nome-do-Pai, estreitamente
ligado a enunciação da lei, como todo o desenvolvimento da doutrina
freudiana no-lo anuncia e promove. E é nisso que ele é ou não é aceito
pela criança como aquele que priva ou não priva a mãe do objeto de
seu desejo. (Seminário V — p. 197)

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JACQUES LACAN

É na medida em que o pai substitui a mãe como significante que vem a se produzir o
resultado comum da metáfora, aquele que se expressa na formula que esta no quadro.
(Seminário V — p. 181)

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JACQUES LACAN
Por um lado — ponto que muitas explorações e discussões na história fizeram passar para o segundo
plano, mas que continua implícito em todas as clínicas —, o complexo de Édipo tem uma função
normativa, não simplesmente na estrutura moral do sujeito, nem em suas relações com a realidade, mas
quanto à assunção de seu sexo — o que, como vocês sabem, sempre persiste, na analise, dentro de
uma certa ambiguidade. Por outro lado, a função propriamente genital é objeto de uma maturação,
após uma primeira onda sexual de ordem orgânica, para a qual se buscou um apoio anatômico na
dupla onda dos testículos e na formação dos espermatozoides. A relação entre essa onda orgânica a
e a existência do complexo de Édipo na espécie humana permanece como uma questão filogenética
sobre a qual paira muita obscuridade, a ponto de ninguém mais se arriscar a escrever artigos sobre o
assunto. Mas, enfim, nem por isso a questão deixou de estar presente na história da analise. (Seminário
V — p. 171)
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JACQUES LACAN
A questão da genitalização é dupla, portanto. Há, por um lado, um salto que comporta uma
evolução, uma maturação. Por outro, há no Édipo a assunção do próprio sexo pelo sujeito,

isto é, para darmos os nomes as coisas, aquilo que faz com que o homem assuma o tipo viril
e com que a mulher assuma um certo tipo feminino, se reconheça como mulher, identifique-se

com suas funções de mulher. A virilidade e a feminização são os dois termos que traduzem o
que é, essencialmente, a função do Édipo. (Seminário V — p. 202)

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MICHELE ROMAN FARIA
Ao final do Édipo, o que se tem, portanto, é o final de uma construção, que é da identidade sexual.

Entretanto, esse final aponta para um paradoxo em relação ao papel da anatomia na construção da

sexualidade: de um lado, a teoria psicanalítica mostra que a anatomia não é o fator decisivo, que a

construção da identidade sexual depende, antes de mais nada, de um ordenador simbólico – o falo –;

por outro, ao final do percurso em que o falo constitui-se como esse ordenador simbólico, que recobre

e re-significa o dado anatômico, reencontramos a posição do menino como portador do falo e da


menina como aquela que não o tem e deve buscá-lo. Afinal, seria a anatomia o destino que o percurso

edipiano só viria ratificar? De certa forma, sim, ao menos levando-se em consideração o que Freud e

Lacan propõem como as saídas “normais” do complexo de Édipo. (Constituição do sujeito e estrutura

familiar , p. 83) PSICANÁLISE, GÊNERO E A QUESTÃO QUEER | CURSO DE PEDRO AMBRA NO ESPAÇO CULT | CONTATO: PEDRO.AMBRA@GMAIL.COM
O REAL
Impossível
Contingente
Angústia
Ato
Não cessa de não se inscrever

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AS FÓRMULAS DA SEXUAÇÃO
lado homem lado mulher

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