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O que é?:
É uma disfunção da resposta sexual masculina que ocorre na fase de orgasmo. Relacionada a ansiedade
de desempenho e aspectos interpessoais.
Classificação (Kaplan):
1- Ejaculação precoce primária - quando aparecem desde o início da vida sexual
2- Ejaculação precoce secundária - surgem após um período de funcionamento sexual normal
3- Ejaculação precoce situacional - quando ocorrem somente em determinada situação
Ejaculação precoce – causas:
Educação repressora e negativa em relação ao sexo
Relação sexual em local sem privacidade (criança dormindo no quarto por exemplo)
Disfunção sexual feminina (Vaginismo por exemplo)
Comportamento de crítica ou rejeição
Ejaculação precoce – causas orgânicas:
Kaplan (1989) - embora existam causas orgânicas (anormalidades prostáticas ou inflamação dos órgãos
genitais) e farmacológicas que possam causar ou favorecer esta disfunção, 99% dos casos é psíquico.
Tratamento da Ejaculação Precoce:
Objetivos: Enquadrar a técnica
1- Estimular a percepção das sensações corporais para o cliente e não
2- Reduzir ansiedade o cliente na técnica
3- Recondicionar o reflexo ejaculatório
Uso de técnicas comportamentais - Cliente necessita de REAPRENDIZADO visando controle ejaculatório
Inpasex (2011):
1- Educação sexual
2- Psicoterapia
3- Focalização sensorial
4- Desensibilização sistemática e treino assertivo
5- Técnica de compressão
Técnicas comportamentais:
Focalização sensorial - Diminuir ansiedade de desempenho
Técnica do parar-recomeçar - Consiste em estimular manualmente o pênis até o ponto em que
comece a sentir as sensações que precedem o orgasmo
Técnica da compressão - DIMINUIR excitação e FACILITAR controle ejaculatório
Técnica do parar-recomeçar:
15 a 20 minutos de carícias mútuas. Homem deitado de costas e a Parceira estimula manualmente o pênis.
Homem atento às sensações no pênis.
Até a INEVITABILIDADE EJACULATÓRIA a excitação do homem é VOLUNTÁRIA, a partir deste ponto, a
reação é INVOLUNTÁRIA.
Parar por 5-10 segundos, em seguida recomeçar.
Técnica da compressão:
Parceria pressiona firme e simultaneamente, durante 4 segundos, o frênulo do pênis com a parte interna do
polegar e a glande.
Facilita desenvolvimento do retardo voluntário do nível de excitação sexual.
Focalização sensorial por 15 minutos:
Casal trocando carícias. Parceira pressiona o pênis parceiro a cada 2-3 minutos.De 6-10 compressões por
exercício. O casal pode atingir o ORGASMO, sem penetração, após 20 minutos de troca de carícias.
MANIFESTAÇÕES DA SEXUALIDADE NA INFÂNCIA
O que é uma Manifestação Sexual?:
Manifestações erógenas e corporais
Representações sociais e históricas que presentes ao longo do desenvolvimento como: valores,
atitudes, concepções e etc
Neste sentido, o conceito de sexualidade envolve as relações sociais e políticas que envolvem o modo
como as pessoas experienciam seus corpos, prazeres e desejos
As manifestações sexuais mais comuns entre as crianças são:
1- Curiosidades e questionamentos
2- Masturbação infantil
3- Os jogos sexuais
Masturbação sexual infantil:
Solitária ou não - na maior parte das vezes, caracteriza –se pela exploração do corpo
Pode-se observar que quando os bebes adquirem a possibilidade de explorar seu próprio corpo, a
região genital passa ser alvo de sua atenção e manipulação
Jogos sexuais:
Acontecem por meio das brincadeiras entre grupos de crianças que envolvem situações de toques e
visualização do corpo, como ‘brincar de médico’, “papai e mamãe” ou “mostra que eu mostro também”
(arriando o short)
São brincadeiras sexuais onde ocorre a aprendizagem das diferenças e semelhanças corporais entre
os sexos, proporcionando a construção da identidade em relação ao gênero e também a percepção
corpórea de sensações prazerosas
Por meio da brincadeira, a criança elabora suas fantasias e descobre o corpo e a sexualidade
Importante: atenção para ver se a brincadeira é com crianças da mesma faixa etária ou jogos de opressão,
em que o menino ou a menina está sendo forçada.
Freud:
FORÇA PULSIONAL inerente à estruturação da personalidade, que se vincularia a diferentes zonas
erógenas (oral, anal, fálica e genital)
O desenvolvimento psicossexual leva as manifestações prazerosas relacionadas às zonas erógenas,
tornando compreensível a curiosidade em torno do próprio corpo e da sexualidade, já que estas
manifestações fazem parte de seu desenvolvimento
As crianças têm sexualidade porque sofrem pulsões sexuais e buscam satisfações de natureza
erótica, o que é evidenciado em comportamentos como mamar, morder, controle esfincteriano,
brincar, falar palavrões, descobrirse, tocar-se, identificar-se, etc
Nunes e Silva (2000, p.77):
Durante as primeiras fases do desenvolvimento sexual infantil a descoberta do próprio corpo e a
exploração de suas múltiplas possibilidades e características constituem um mundo próprio para a
criança
A manipulação dos órgãos sexuais, que se organiza ao redor de 3 ou 4 anos, é uma das mais
intensas descobertas infantis.
Unilateral, inibidora e mistificadora - que ocorre quando os adultos tentam “apagar incêndios”
diante das curiosidades sexuais das crianças;
Omissa - “fingem que não veem”, o que para os autores se explica pelos “limites de nossa formação e
impedimentos de nossa cultura e informação sobre o tema”
Infantis X Adultos
Os adultos ao se omitirem ou responderem com informações inadequadas e/ou fantasiosas - podem privar
a criança do reconhecimento de sua sexualidade, assim como fazer com que ela compreenda o assunto
como algo errado ou sujo
Educadores – como pais, mães e professores(as) – costumam reagir diante das manifestações sexuais de
filhos(as) e alunos(as) a partir de sua própria história de educação sexual – o que muitas vezes pode
prejudicar o aprendizado da criança em relação a sexualidade
MANIFESTAÇÕES DA SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA
Tiba (1986) - a adolescência é uma das etapas em que o ser humano sofre as maiores modificações no seu
processo vital, do nascimento à morte. A adolescência se inicia fisicamente com a puberdade e termina
quando se atinge a maioridade.
Convencionou-se que a adolescência acontece:
De 12 a 21 anos, para as garotas, e de 13 a 22 anos para, os garotos
Definição:
A adolescência constitui a última fase do período de crescimento e desenvolvimento do ciclo vital,
caracterizando-se por - marcantes transformações anatômicas e fisiológicas culminando no corpo adulto com
plena capacidade de reprodução
Puberdade:
Puberdade é o fenômeno biológico que se refere às mudanças morfológicas e fisiológicas (forma, tamanho e
função) resultantes da reativação dos mecanismos neuro-hormonais.
Maturação dos órgãos sexuais e com a resposta fisiológica adulta diante da estimulação sexual
A duração média da puberdade varia entre três a quatro anos
Ocorre uma enorme variabilidade no tempo de início, duração e progressão do desenvolvimento
puberal, com marcantes diferenças entre os sexos e entre os diversos grupos étnicos e sociais de
uma população, inclusive de acordo com estado nutricional e fatores familiares, ambientais e
contextuais
Puberdade nas meninas:
Ocorre em média, por volta dos 11 anos
Constituem estas mudanças como: quantidade e distribuição do tecido adiposo (armazenam gordura),
muscular, cutâneo (pele), entre outras
Sexo masculino:
O primeiro sinal puberal é o aumento dos testículos e da bolsa escrotal, e um pouco depois, o
crescimento de pêlos pubianos
Um ano e meio depois, tem início o crescimento longitudinal do pênis e dos pêlos axilares
Ocorre um rápido crescimento de estatura, a ‘esticada puberal’, por volta dos 13 anos, embora essa
idade possa ser variável
Sexo feminino:
O primeiro sinal é o conhecido ‘botão de peito’, costuma-se ter também o crescimento dos pelos
axilares e/ou pubianos
Os ovários que começam a desenvolver antes da puberdade, agora aumentam rapidamente de
volume
A vagina aumenta de tamanho, alargando-se e engrossando as paredes, e a sua mucosa se torna
mais ácida
A vulva se torna mais rosada e úmida. Os grandes lábios aumentam de tamanho e os pequenos lábios
ficam menos proeminentes. O clitóris desenvolve plenamente o sistema de vasos sanguíneos
Menarca:
A menarca caracteriza a primeira menstruação da adolescente
Ocorre em média aos 12 (anos),8 (meses) anos de idade
Com a diferença significativa de 12 a 18 anos para as áreas urbanas e 12 a 89 anos para as áreas
rurais do país
Maturação sexual:
Vitiello e Conceição (1993), o adolescente concentra suas atenções nas mudanças do corpo e focaliza suas
energias nos processos psíquicos da perda do corpo infantil e da aceitação das novas formas
Imagem corporal:
De 12 a 20 anos, Moretti e Rovani (1996) concluíram que há uma predominância dos sentimentos negativos
em relação à imagem corporal dos adolescentes participantes
Vitiello - Assim muitos adolescentes sentem-se ansiosos por medo de não conseguir o padrão socialmente e
então se tornar um ser ‘desprezível’
Um fator decisivo que contribui para esse conflito, são os estereótipos do culto ao corpo, produzidos
pela cultura
Adolescência e grupo:
Importância para o adolescente pertencer a um grupo – aspirações, comportamentos semelhantes –
por ex: de emo, rock
O adolescente em busca de identidade pessoal e independência dos pais busca apoio no grupo
Portanto, se de um lado, a influência dos meios de comunicação no desenvolvimento da sexualidade
pode ser maléfico, de outro, é a grande abertura para o diálogo e aproximação entre pais e filhos.
Vitiello e Conceição (1993) acham relevante lembrar que um mecanismo comum são as desavenças
com os genitores, até como forma de auto-afirmação, sendo o grupo de extrema valia no apoio
emocional entre os adolescentes
De forma positiva, alguns pais adotam atitudes menos negativas em relação a sexualidade de seus
filhos
De maneira negativa, alguns adultos parecem se sentir ameaçados pela sexualidade do adolescente e
tentam controlá-la de maneiras ‘ilógicas’: proibindo a educação sexual na escola
Preocupações dos pais na adolescência:
Gravidez indesejada
DST
Interesse sexual dos filhos – inexistente, homossexualidade
Adolescência e orientação sexual:
Lopes e Fuertes(1992):
“são os tipos de objetos pelos quais o sujeito sente atração sexual e, portanto, objetos com relação aos quais
ele vai orientar e dirigir o seu desejo sexual”
É na adolescência que o indivíduo começa a ter sensações ás quais vai dar um significado puramente sexual,
e determinados estímulos, ou objetos externos irão ser uma fonte de atração sexual. A orientação começa a
se consolidar
Orientação sexual:
Muitos adolescentes tomam consciência de desejos que não correspondem a “regra social”
(heterossexualidade), passam por conflitos, pela não tolerância aos outros tipos de orientação
A orientação sexual é o sentimento de ser eroticamente atraído por um parceiro(a).
Comportamentos sexuais:
O adolescente do sexo masculino busca a ejaculação e masturbação. A Masturbação muitas vezes
acontece para perceber a capacidade de ejacular, e não somente como fonte de prazer
As adolescentes do sexo feminino também buscam na masturbação uma forma de experimentação
sexual.
Também junto a masturbação ocorre a fantasia sexual
Iniciação sexual:
Entre 13 e 14 anos no Brasil em torno de 40% dos adolescente já tiveram relação sexual. (Malta et
al,2011).
Atualmente a relação sexual freqüentemente ocorre entre os adolescente do mesmo grupo (amigo
com amigo)
As iniciações sexuais trazem dúvidas em relação ao insucesso e auto avaliação do desempenho
Canella e Nowak (1997) o “ficar” é uma relação que pode ir desde o fazer companhia, até o ato
sexual, que não é tão comum
Riscos Associados à Sexualidade na Adolescência:
Do ponto de vista estritamente somático, além do psicossocial, a sexualidade, como vem sendo
exercida pelos adolescentes de ambos os sexos, tem aspectos altamente negativos.
O grande incremento das doenças sexualmente transmissíveis (DST) é um deles. Doenças como a
sífilis, por exemplo.
Vitiello e Conceição (1990), a sensação de impunidade e invulnerabilidade, típico resquício do
‘pensamento mágico’ infantil, que ainda sobrevive na adolescência, faz com que os jovens ignorem ou
desprezem as medidas profiláticas e o tratamento precoce das DSTs
MANIFESTAÇÕES DA SEXUALIDADE NO ENVELHECIMENTO
IBGE:
Em 2018 existia a expectativa de viver, em média, até os 76,3 anos. A expectativa de vida dos homens
aumentou de 72,5 anos em 2017 para 72,8 anos em 2018, enquanto a das mulheres foi de 79,6 para 79,9
anos
A compreensão da velhice:
Meirelles(1997) “um processo dinâmico e progressivo onde há modificações tanto morfológicas como
funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam a progressiva perda da capacidade de
adaptação do indivíduo ao meio e maior incidência de processos patológicos que culminam por levá-
los à morte”.
O envelhecimento é um processo contínuo e permeado por transformações físicas, emocionais,
subjetivas e sexuais
Gênero, classe social, saúde, educação, personalidade, histórico de vida e contexto socioeconômico
acarretam diferenças no envelhecimento e entre os idosos
Assim, se a idade cronológica fornece indicativos sobre aspectos corporais ou fisiológicos, ela não
determina as experiências individuais dos idosos (SANTOS, 2011)
Vargas (1993) define envelhecimento como uma fase onde se vivenciam perdas e ganhos em vários
aspectos, em conseqüência dos fatores biológicos, psicológicos e culturais
Desejo Sexual:
Pesquisas apontam que o desejo sexual não cessa com o envelhecimento
No funcionamento sensório motor o idoso pode apresentar pequenas perdas auditivas, gustativas,
olfativa e tátil. O que varia em função do estilo de vida e características genéticas
Pode-se observar também perda da força e coordenação devido ao aumento percentual de gordura e
da conseqüente diminuição da massa muscular podendo ser amenizado pela prática de exercícios
físicos e dieta alimentar balanceada
Fisiologia da sexualidade masculina:
O aparelho genital masculino passa por fenômenos involutivos após 30 anos Percebe-se a redução de
espermatozoides e funcionamento.
A ereção: atraso de alguns minutos. Podem ocorrer diferenças significativas na frequência da ereção e
na sua duração.
A ejaculação pode ser retardada ou ausente com um número inferior de contrações (No idoso de 5 a 6
contrações). A potência ejaculatória vai gradativamente diminuindo, tanto a força quanto a quantidade
de liquido
Ocorre mudança também no período refratário. O intervalo entre um coito e outro vai se prolongando.
Um período de 15 a 24 horas, podendo chegar até a alguns dias.
É necessário uma estimulação mais prolongada e intensa para se obter a ereção e ejaculação
Fisiologia da sexualidade feminina:
Ocorre com as mulheres o que chamamos de menopausa ou climatério após decorrido 12 meses de
amenorréia. Ocorre devido a perda da atividade folicular ovariana
A maioria das mulheres sente mudanças devido ao declínio da produção de hormônios. Em um terço
das mulheres ocorrem sintomas leves como: ondas de calor, cefaléia, tendência ao cansaço,
instabilidade emocional e irritabilidade
Essas mudanças iniciam em torno de 45 anos, as vezes podem iniciar uma década antes, podendo se
prolongar até 50
O aparelho genital feminino após os 30 anos inicia uma involução. Os ovários cessam seu
funcionamento, o que determina a mudança das secreções sudoríparas e sebáceas e especialmente
genitais, podendo o cheiro da mulher ser semelhante ao de uma menina
Com o climatério, as paredes vaginais tornam-se mais sutis e atrofiadas, podendo causar irritação,
incomodo e até dor
Com as alterações hormonais no período pós menopausa, a mulher pode experimentar algumas
alterações sexuais como: perda do desejo, queda da freqüência da atividade sexual, dor, diminuição
da sensação genital, e dificuldade de obter orgasmo
Sexualidade no envelhecer:
Tanto o homem como a mulher nesta fase possuem maior conhecimento mutuo, terminam as
preocupações com os filhos, e devido a maior experiência pode ter relações mais relaxantes e
satisfatórias
As pesquisas mostram que não existem razões fisiológicas que impeçam as pessoas idosas de
apresentarem uma vida sexual ativa, desde que tenham condições satisfatórias de saúde
Rozendo e Alves (2015), a sexualidade para idosos pode estar vinculada ao carinho, à compreensão,
às carícias e ao afeto.
Visão da sociedade como pessoas sexualmente inativas. Viram “anjos” assim como as crianças,
como se não tivessem desejos e fossem puros, sem pensamentos de sexo.
Muitas vezes os familiares interpretam a sexualidade do idoso como algo depreciativo, como uma
demência. Até como uma loucura, por serem pessoas velhas que não deveriam pensar sobre isso.
Envelhecer sem preconceitos consiste na necessidade de motivação, apoio e respeito por parte das
demais pessoas
TEMAS ATUAIS EM SEXUALIDADE (ORIENTAÇÃO SEXUAL E IDENTIDADE DE GENERO)
Força biológica:
1- A sexualidade começa a se definir no ato da fecundação, e até a hora do nascer passamos por
transformações fisiológicas e bioquímicas que reforçam nossa estrutura masculina ou feminina.
2- Sexo binário – homem ou mulher
Identidade de Gênero:
A concepção de identidade de gênero, construção complexa e singular e envolve - fatores biológicos,
psicológicos, interrelacionais, sociais e históricos
1950 - John Money foi o primeiro a propor que, além do sexo biológico atribuído ao nascimento, há
uma outra face da sexualidade relacionada aos processos de aprendizagem e sociabilização
Entende -se como: “sentido subjetivo do self em indivíduos como sendo masculino ou feminino”,
relacionando -se com os papéis de gênero, ou seja “todas as normas de comportamento e aparência
estereotipadamente ligadas a cada gênero
A identidade de gênero tem início entre 2-3 anos de idade
Entre 6-7 anos, a criança tem consciência de que seu gênero permanecerá o mesmo
Orientação sexual:
Envolvimento durável emocional, amoroso e/ou atração sexual por homens, mulheres ou por ambos os sexos
(APA, 2008)
Orientação é considerada uma categoria “moderna” - outras épocas e culturas foram relatados padrões de
desejos e comportamentos não heterossexuais
Papéis sociais e gênero:
O gênero, como aquilo que é socialmente construído, é que viria a problematizar as configurações de
papéis e condutas do masculino e feminino dentro das relações sociais. No entanto, essa distinção
entre sexo e gênero passa a ser pensada como algo inter-relacionado, uma vez que, segundo
Nicholson (2000), a sociedade não forma só a personalidade e os comportamentos dos sujeitos, mas
também as maneiras como os corpos se apresentam
Scott (1990) propõe que o gênero, como parte constitutiva das relações sociais que se fundam nas
diferenças que são percebidas entre os sexos, se divide em quatro elementos inter-relacionados: a cultura, as
normalizações, a política e a identidade subjetiva
Bissexualidade:
Atração sexual e/ou envolvimento emocional ou amoroso por pessoas de ambos os sexos
Para a literatura, muitas vezes a bissexualidade se encontra envolta em ignorância e
desconhecimento
Esterberg (2002) refere que tanto a bissexualidade como o transgenderismo e são mal aceitos nas
sociedades ocidentais devido à tendência ao binarismo: “masculino/ feminino,
eterossexual/homossexual
Homossexulidade:
É a atração sexual e/ou envolvimento emocional ou amoroso por pessoas do mesmo sexo
Disforia de gênero:
Alguns estudos de neuroimagem têm demonstrado que adolescentes com disforia de gênero
possuem características estruturais e funcionais semelhantes compatíveis com o sexo por eles
desejado
Diversos autores encontraram evidências, estudando gêmeos monozigóticos e genes envolvidos na
gênese de esteroides sexuais e a enzima aromatase, além de questões ligadas aos receptores para
andrógenos e estrogênios
Exemplo: caso acompanhado de um menino que teve seu pênis acidentalmente mutilado. Embora
tenha sido criado como menina, na adolescência, revelou que nunca havia se identificado como tal.
Judith Butler, filósofa contemporânea, ressalta que a sexualidade é definida por uma ordem
discursiva que não é dada naturalmente, mas por dispositivos políticos e sociais que regulam o
comportamento de modo heteronormativo e têm como base a coerência entre sexo biológico, gênero
e desejo/prática sexual. Nessa dinâmica, o ato de repetir ou subverter normas pré-definidas abre
espaço para que o sujeito construa novas formas de estar no mundo, podendo provocar efeitos
políticos no contexto social.
Quando a disforia de gênero surge na adolescência, existe uma grande probabilidade dela se manter
na vida adulta
Manifestações:
As crianças podem expressar a certeza de serem do sexo oposto ou não estar feliz com suas
características sexuais, preferindo roupas, brinquedos, jogos e brincadeiras culturalmente ligados ao
outro sexo
O estigma social relacionado à disforia de gênero pode ser um dos fatores causais que gera
discriminação a essa minoria de pessoas, com sofrimento significativo
Nos (as) adolescentes, a inconformidade com o sexo biológico, evidenciada com as mudanças
corporais da puberdade, pode desencadear problemas psicossociais
Grau da incongruência e a forma como ela é socialmente acolhida - ansiedade, depressão, tentativa
de suicídio, automutilação e isolamento social
Os transtornos de humor, transtornos de personalidade, uso e abuso de drogas e ansiedade são mais
frequentes entre sujeitos com o diagnóstico de disforia de gênero, quando comparados com a
população geral
A equipe multidisciplinar deve ser obrigatória no acompanhamento destes pacientes. A avaliação
clínica inicial deve privilegiar o sujeito, acolhendo-o de forma empática e integralizada
Identificar se o indivíduo preenche os critérios diagnósticos, se apresenta interesse em realizar
intervenções clínicas ou cirúrgicas para mudança de gênero no futuro, avaliar o suporte social
(sobretudo para o paciente e a família), assim como os aspectos relacionados à saúde mental
Conformidade de gênero:
Na maioria das pessoas, existe uma conformidade entre o sexo biológico (características genitais
presentes ao nascimento) e a identidade de gênero (a experiência emocional, psíquica e social)
Em alguns indivíduos existe uma incongruência entre o sexo biológico e a identidade de gênero.
Os principais fatores responsáveis são:
1- Maior acesso a informações por meio da internet,
2- Maior exposição de variantes de gênero na mídia
3- Mais diálogo entre pais e seus filhos sobre essas questões
Apesar dessa maior “abertura” em relação ao tema, crianças e adolescentes com variação de gênero ainda
são alvos de bullying, rejeição, violência física ou verbal e ostracismo social
Transexualidade:
Pessoas cujas identidades de gênero não correspondem aos sexos biológicos atribuídos ao
nascimento são nomeadas como transgêneros ou transexuais
Pré puberes - a maioria das crianças - não conformidade de gênero - voltarão a ficar satisfeitas com
seu sexo biológico próximo à adolescência, embora, em algumas, exista uma tendência a orientação
homossexual
A psicoterapia (individual, casal, família ou grupo) deve ter o foco na identidade de gênero,
preconceito, apoio social, imagem corporal, promoção da resiliência e suporte para lidar com os
sintomas psíquicos associados ao quadro.