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MANUTENÇÃO DE SONDAS E

CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO DE
DIETAS ENTERAIS

Adriana Zancheta Sousa Costa


Enfermeira especialista em Oncologia
NUTRIÇÃO
 A nutrição é a ciência que estuda a composição
dos alimentos e as necessidades nutricionais do
indivíduo, em diferentes estados de saúde e
doenças (Secretaria de Estado de Saúde, Distrito
Federal).
QUAL É O OBJETIVO?
• O objetivo da terapia nutricional é manter ou
melhorar o estado nutricional e evitar as
conseqüências adversas da desnutrição.

• Fornecer energia, proteínas e


micronutrientes.

• Manter ou recuperar o bom estado


nutricional do indivíduo.
NUTRIÇÃO ENTERAL
 Nutrição Enteral (NE): alimento para fins
especiais, com ingestão controlada de nutrientes,
na forma isolada ou combinada, de composição
definida ou estimada, especialmente formulada e
elaborada para uso por sondas ou via oral,
industrializado ou não, utilizada exclusiva ou
parcialmente para substituir ou complementar a
alimentação oral em pacientes desnutridos ou não,
conforme suas necessidades nutricionais, em
regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar,
visando a síntese ou manutenção dos tecidos,
órgãos ou sistemas
(RDC 63/2000)
DIETA ENTERAL
 Quando é indicado?

- Quando a via oral é insuficiente. E o uso do trato


gastrointestinal é possível.

 Fatores a serem considerados:


 Previsão do tempo de terapia
 Risco de aspiração
FATORES DE RISCO
Padrões de ingestão de alimentos e nutrientes
 Ingestão inadequada de alimentos
 Disfagia
 Náusea, vômitos, constipação, diarréia
 Limitações ou incapacidade para se alimentar
sozinho
Fatores psicológicos e sociais
 Fatores culturais, crenças religiosas
 Distúrbios emocionais
 Alteração do estado mental/cognitivo
 Alcoolismo, dependência química
 Distúrbios alimentares
FATORES DE RISCO
Condições físicas e doenças
 Úlceras de pressão
 Imobilidade, dependência, limitações para as
atividades diárias
 Câncer e seus tratamentos
 AIDS
 Complicações gastrointestinais
 Condições de catabolismo ou hipermetabolismo
(trauma, cirurgia, infecção)
 Alergias a alimentos
 Perdas sensoriais (visão, gosto, olfato etc)
 Doença renal, hepática ou cardíaca crônica
 Doença pulmonar obstrutiva crônica
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE DIETA
 Sonda nasoenteral

 Gastrostomia

 Jejunostomia

 Gastrojejunostomia
CUIDADOS DE ENFERMAGEM – RDC 63/2000
Compete ao enfermeiro:
 8.1. Orientar o paciente , a família ou o responsável legal quanto à utilização e controle da TNE.
 8.2. Preparar o paciente, o material e o local para o acesso enteral.
 8.3. Prescrever os cuidados de enfermagem na TNE, em nível hospitalar, ambulatorial e domiciliar.
 8.4. Proceder ou assegurar a colocação da sonda oro/nasogástrica ou transpilórica.
 8.5. Assegurar a manutenção da via de administração.
 8.6. Receber a NE e assegurar a sua conservação até a completa administração.
 8.7. Proceder à inspeção visual da NE antes de sua administração.
 8.8. Avaliar e assegurar a administração da NE observando as informações contidas no rótulo, confrontando-as
com a prescrição médica.
 8.9. Avaliar e assegurar a administração da NE, observando os princípios de assepsia, de acordo com as
BPANE (Anexo III).
 8.10. Detectar, registrar e comunicar à EMTN e ou o médico responsável pelo paciente, as intercorrências de
qualquer ordem técnica e ou administrativa.
 8.11. Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração e à evolução do paciente
quanto ao: peso, sinais vitais, tolerância digestiva e outros que se fizerem necessários.
 8.12. Garantir a troca do curativo e ou fixação da sonda enteral, com base em procedimentos pré-estabelecidos.
 8.13. Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação continuada, garantindo a
atualização de seus colaboradores.
 8.14. Elaborar e padronizar os procedimentos de enfermagem relacionadas à TNE.
 8.15. O enfermeiro deve participar do processo de seleção, padronização, licitação e aquisição de equipamentos
e materiais utilizados na administração e controle da TNE.
 8.16. Zelar pelo perfeito funcionamento das bombas de infusão.
 8.17. Assegurar que qualquer outra droga e ou nutriente prescritos, sejam administrados na mesma via de
administração da NE, conforme procedimentos prestabelecidos.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM

 A resolução COFEN No 277/2003 determina


normas de procedimentos a serem seguidos pelas
equipes de enfermagem, estabelece os recursos
humanos e técnicos necessários e revoga a
Resolução COFEN No 162/1993
DIETA ENTERAL

Sonda Nasoenteral

Posição gástrica e enteral


CUIDADOS DE ENFERMAGEM

 Inicia desde a passagem da sonda:

 Confirmar com o médico responsável a ausência de contra


indicação para a passagem de SNE por vi nasal
 Solicitar a colaboração do paciente

 Inserir a SNE e conferir sua posição

 Fixação da sonda com micropore

 Encaminhar o paciente para um RX de abdome simples para

checar posição da sonda


 Iniciar a administração de dieta somente após a liberação

médica
POSICIONAMENTO DA SONDA NASOENTERAL
A sonda pode ser posicionada:

Pré-pilórica: no estômago - a dieta


deve ser infundida de 40minutos à 1
hora.

Pós-pilórica: no intestino (duodeno


ou jejuno) – a dieta deve ser infundida
de 01:30h à 02hs.
RX DE PASSAGEM DE SONDA
DIETA ENTERAL

 Posição gástrica:
- Realizado pela Enfermeira.

Posição duodenal ou jejunal:


- Realizado por via endoscópica
DIETA ENTERAL

 Tempo de permanência?

- A SNE tem permanência máxima de 4 meses.


- A GTM é indicada nas primeiras 4 semanas após o
uso da SNE e sua permanência não tem tempo
determinado deve ser utilizada enquanto ela estiver
íntegra, limpa e translúcida.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Lavar as mãos manipular a sonda sempre com luvas de
cuidados
 Manutenção da permeabilidade : lavar com 10 ml ou
20ml de água após cada dieta

 Sempre antes de instalar a dieta checar posicionamento


 Aspirar suco gástrico
 Ausculta do borbulho na região epigástrica
 Quando for administrar medicamento, parar a infusão e
lavar com 10ml de água mineral ou filtrada.

 Checar posicionamento sempre após episódios de


vômitos, regurgitação e tosse intensa
CUIDADOS SNE
 Entre uma medicação e outra, lavar com 10ml de
água.

 Manter posição > ou = 45° durante a infusão da


dieta.

 Alternar a posição da sonda para não lesar a


narina.
CUIDADOS NA IRRIGAÇÃO DA SNE
 Usar seringa de bico lavando com 20 ml de água
mineral ou filtrada sob pressão manual mesmo
após hidratação com o frasco de água.

 Lavar sempre após que verificar refluxo,após o


término da dieta,antes e após administração de
medicação,sempre que parar a bomba de infusão
por qualquer motivo.

 Não dobrar a sonda pinçar sempre com os dedos.


GASTROSTOMIA
 Gastrostomia é um procedimento realizado por via
endoscópica com a finalidade de propiciar a
alimentação enteral.

 Vantagens: maior durabilidade, permite maior


liberdade ao paciente por não ser visível, melhora a
auto estima do paciente e menor risco de infecção.
GASTROSTOMIA – QUANDO INDICADO?
 Pacientes Oncológicos.

 Tumores de cabeça e pescoço.

 Tumores obstrutivos do esôfago.

 Caquexia devido neoplasia.

 Quando há necessidade de terapia nutricional.


GASTROSTOMIA

Via central para alimentação.

Via lateral para medicação.

Via colorida é a do balão (não


tem tampa).
INDICAÇÃO DA GASTROJEJUNOSTOMIA
 Quando o paciente não pode receber dieta no
estômago devido a uma gastroparesia.

 Nesse caso a via gástrica é indicada para


drenagem de suco gástrico ou quando houver
refluxo.

 A via jejunal para administração de medicamentos


e dieta.

 Sempre lavar com pelo menos 40 ml de água


filtrada usando seringa de 20ml.
GASTROJEJUNOSTOMIA

Balão
gástrico
CUIDADOS GASTROJEJUNOSTOMIA
 Lavar as mãos.

 Manipular sempre com luvas descartável.

 Manter decúbito elevado durante a infusão da


dieta.

 Não dobrar a sonda, pinçar com os dedos para


conectar o equipo com a dieta.
CUIDADOS GASTROJEJUNOSTOMIA
 Administrar a dieta por mais ou menos por 01:30hs
até 02hs para melhor absorção.

 Lavar sempre com 40 ml de água após administrar


a dieta e com 20ml de água após administrar
medicamentos.

 Interromper infusão caso o paciente apresente


náuseas e vômitos.

 Observar integridade da pele.


OBRIGADA!

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