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Mulheres Pataxós na Luta pela Defesa do Território Comexatibá

Mulheres Pataxó de diversas aldeias do território Comexatibá, nas primeiras


horas do dia 21/02, reocuparam a área da aldeia Tibá, expulsando o não índios da área
e fazendo a retirada dos piquetes que eram utilizados para marcar os lotes. A Funai
em Itamaraju estar fazendo o acompanhamento do deste caso, as lideranças do
território enviaram documentos ao MPF (Subseção de Teixeira de Freitas (BA), e a
Coordenação Regional da Funai em Porto Seguro(BA).

No inicio de mês de fevereiro de 2018, vários moradores do distrito de


Cumuruxatiba (Prado/BA), invadiram parte do território Comexatibá na área da aldeia
Tibá, na divisa da vila de Cumuruxatiba (Prado/BA), por ser uma região nobre pelas
belezas naturais que envolvem o Oceano Atlântico, rios de águas naturais, mata
atlântica.

Por estar longe dos grandes centros urbanos, esta região habitada pelos
Pataxó, passou a ser objetivo de cobiça dos não índios, que exploram a região com
diversas atividades econômicas entre elas destacamos (plantação de eucaliptos, pelas
empresas que exploram toda a região do extremo sul da Bahia, pousadas, resorts,
hotéis, setor imobiliário, políticos locais, associações de fazendeiros, conselho gestor
do Parna Descobrimento, P.A.Cumuruxatiba, agropecuária extensiva, mineração, em
curso ampliação do Parque Marinho de Abrolhos) que incidirá sobre as áreas
pesqueiras dos Pataxó.

A intensa luta dos que não aceitam a demarcação da terra indígena, foi
intensificada a partir de 27 de julho de 2015, quando foi publicado no D.O.U. O
Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da terra indígena.
Nos últimos anos foram varias ações de ocupações de não indígenas em áreas
dentro do território, que fez com que várias lideranças abandonassem suas casas e
roças, indo morar em outras aldeias ou na vila de Cumuruxatiba, fatos estes que
ocorreram nas aldeias (Monte Dourado, Tauá, Mucugê, Cahy). Os fatos ocorridos
recentemente na aldeia Tibá, não foi um fato isolado.

As mulheres Pataxó, pedem as autoridades que façam com que os limites da


terra indígena dos Pataxó sejam respeitados conforme determina a constituição
brasileira. Não vamos ceder um só palmo de terra para os não índios, o que
conseguimos ate agora foi através de muitas lutas, não vamos parar de defender nossa
terra afirmam as mulheres Pataxó do Território Comexatibá.

CIMI- Equipe Sul da Bahia, 21 de fevereiro de 2018.

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