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Equipe EADCON
Coordenador Editorial William Marlos da Costa
Apresentação
educacionais, formação de professores. Além disso, apresentaremos perspec-
tivas de um trabalho participativo envolvendo todos que integram o contexto
escolar, construção de um projeto político-pedagógico democrático.
Vale lembrar que o material que ora se apresenta é um dos pilares do
processo de sua formação. Desse modo, é preciso extrapolá-lo! Leituras que
complementam o contexto das temáticas apresentadas aqui são fundamentais
para uma melhor compreensão dos estudos. Desse modo, é preciso fazer
valer um dos pressupostos básicos da Educação a Distância: a construção da
autonomia por parte dos estudantes em colaboração com o trabalho docente.
Pesquisas, acesso ao portal virtual, interatividade com os professores, ques-
tionamentos, esclarecimentos, etc. são imprescindíveis para o enriquecimento
da prática pedagógica.
Você, como estudante do curso de Pedagogia, já sabe muito bem o
quanto a sua participação é fundamental para o sucesso do processo de
ensino-aprendizagem. Assim compartilhe suas experiências com os colegas e
com a equipe docente por meio do nosso portal virtual.
No mais, desejamos sucesso em mais esta jornada que se inicia.
Um abraço!
Prof. Francisco Gilson R. Pôrto Jr.
Prof. Rodrigo Barbosa
EMENTA
Princípios e funções fundamentais de direito e legislação educacionais.
Estudo analítico e crítico dos aspectos legais da educação brasileira em seus
vários níveis, modalidades e formas. A organização do ensino no Brasil:
determinantes históricos e implicações para a situação atual. O sistema
educacional brasileiro. Estrutura e funcionamento do ensino na atualidade.
Plano de Ensino
OBJETIVO
• Refletir sobre a organização educacional no Brasil e seus reflexos
no cotidiano das instituições escolares.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
• Legislação educacional brasileira
• Sociedade, política e educação
• Estrutura e funcionamento do ensino
• Sujeitos do processo educacional
• Projeto político-pedagógico
• Gestão escolar democrática
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
CURY, Carlos Roberto Jamil. LDB. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. 9. ed.
Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
LIBÂNEO, José Carlos et al. Educação escolar: políticas, estrutura e organização.
São Paulo: Cortez, 2003.
MENESES, João Gualberto de C. et al. Educação básica: políticas, legislação e
gestão. São Paulo: Thomson Learning, 2004.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALVES, N.; VILLLARDI, R. (Org.). Múltiplas leituras da nova LDB. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 1997.
BRZEZINSKI, Iria (Org.). LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São
Paulo: Cortez, 1997.
OLIVEIRA, Romualdo P. Organização do ensino no Brasil. São Paulo: Xamã, 2002.
Aula 1
A educação como política social
Por Rodrigo Barbosa
Para o início desta primeira aula de estudo, vamos pedir uma pequena
tarefa para você, ok? De forma bem sintética, pontue algumas características da
atual sociedade em que vivemos. Escreva como é o mundo de hoje, suas carac-
terísticas: valores, trabalho, educação, emprego, economia, governos, etc. Esse
levantamento, mesmo que superficial, será importante para que você entenda
melhor o que será apresentado nesta aula.
a) 2, 2, 1, 1 c) 1, 1, 1, 2
b) 2, 1, 2, 1 d) 2, 2, 2, 2
Anotações
Aula 2
As reformas de ensino no Brasil
Por Rodrigo Barbosa
MEB: Movimento de
Educação de Base (CNBB)
Fonte: Shiroma, Moraes e Evangelista (2002).
Legislação Regulamentação
Lei 4464, de 9/11/1964 Regulamentou a participação estudantil.
Lei 4440, de 27/10/1964, e Institucionalizaram e regulamentaram o salário-
Decreto 55551, de 12/1/1965 educação.
Decreto 57634, de 14/1/1966 Suspendeu as atividades da UNE.
Decreto-Lei 477, de fevereiro Proibia manifestações políticas de professores,
de 1969 alunos e funcionários nas universidades.
Criou o Movimento Brasileiro de Alfabetização
Lei 5370, de 15/12/1967
– MOBRAL.
Fonte: Shiroma, Moraes e Evangelista (2002).
Entre essas leis, há uma que merece uma atenção especial em nossas refle-
xões, a lei que criou o Mobral. Esse movimento de alfabetização, na verdade,
foi um marcha de caranguejo, ou seja, um movimento retrógrado, que não acom-
panhou as tendências progressistas que surgiam naquela época.
Muito mais do que aprender a ler e a escrever, o trabalho proposto por esses
educadores populares tinha como base a conscientização política das pessoas
envolvidas. Politicidade voltada aos problemas da realidade em que viviam, de
tal modo que as pessoas pudessem se organizar em torno de interesses comuns,
como saneamento básico, moradia, trabalho, etc.
Na atividade dois, a resposta correta é a letra (d). Caso você tenha encon-
trado alguma dificuldade na resolução de tal atividade, sugerimos que retome
os quadros de cada um dos períodos destacados no texto de nossa aula que
aponta os principais acontecimentos no campo educacional do país.
Anotações
Aula 3
Conhecendo a legislação
educacional específica
Por Gilson Pôrto Jr.
específica para a educação: uma lei que fixasse diretrizes e bases para uma
educação nacional. É isso que iremos conhecer nesta aula.
3.1 Um preâmbulo
É importante entendermos que, após a queda do Estado Novo de Getúlio
Vargas (1937-1945), houve uma reestruturação da sociedade brasileira em
torno dos ideais democráticos, que tinham sido suprimidos. O primeiro passo foi
a aprovação de uma constituição (que você já conheceu em aulas passadas). O
fim da II Guerra Mundial gerou uma mudança nos padrões decisórios, que ante-
riormente eram centralizados na figura de Getúlio Vargas e seus interventores.
A economia muda, paulatinamente, seu foco das importações, próprio de
um período de guerra, para a industrialização nacional e exportação. Com isso,
o processo de diversificação do mercado consumidor aumenta, gerando novos
empregos e, necessariamente, novas demandas sociais e educacionais. Esse
período – 1945 a 1964 – foi marcado pelo chamado desenvolvimentismo, que
assume uma marca mais industrial.
Obviamente, em nível político, esse processo era fruto de um pacto frágil entre
o empresariado nacional, setores populares e antigas oligarquias. O empresa-
riado nacional tencionava lucros maiores e imediatos, os quais não foram plena-
mente possíveis durante a ditadura Vargas. Os setores populares sonhavam com
a melhoria de sua situação sócio-econômico-educacional em continuidade ao
que Vargas tinha desencadeado a partir de 1930, porém continuavam a ser
manipulados pelo empresariado nacional; e, as antigas oligarquias, desejavam
retomar seu projeto de dominação local/regional e não tencionavam uma eman-
cipação de seus currais eleitorais permanentes (FAORO, 2001).
É nesse período turbulento que entra em cena, com mais intensidade, a
figura do capital estrangeiro. A participação de novos atores sócio-econômicos
aumentou o caldo social e, mesmo em face do influxo de novos capitais, manteve
as diferenças. Como reagiu o capital nacional a esse processo? Inicialmente,
a chegada de novos recursos, aparentemente não era desnacionalizante e,
portanto, não feria a idéia do desenvolvimentismo; também, não haveria expro-
priação dos espaços já ocupados pelo capital nacional; e isso permitiria a aber-
tura de novos espaços de investimentos industriais e, conseqüentemente, sociais.
Porém essas mudanças trouxeram outros problemas, principalmente do ponto de
vista educacional.
O Brasil preparava-se para uma reorganização econômica, porém essa não
poderia ser alavancada sem uma contrapartida real: as massas não tinham
acesso à educação necessária que as permitisse dar retorno às demandas
econômico-industriais que se ampliavam! O país necessitava modernizar-se não
apenas nas indústrias, mas na educação. Isso ficou claro, quando a Constituição
de 1946 apontou para a necessidade de criação da uma lei de diretrizes e bases
da educação nacional que delimitasse uma formação para o povo brasileiro.
Com isso, o projeto ficou conhecido como substitutivo Jorge Hage. Esse
projeto tinha a princípio 172 artigos dispostos em 20 capítulos e recebeu, no
plenário da câmara dos deputados, 1.263 emendas. Com isso, o projeto ficou
extenso, porém minucioso na defesa do ensino público, gratuito e de qualidade.
A ênfase dada era na educação realmente pública e cogitou-se a possibilidade
de uma educação estatal plena, como a inicialmente proposta pelo anteprojeto
da 4.024/61.
É Saviani se assustou com razão. A forma como as coisas foram feitas – falta
de bom senso, intempestiva, pouco democrática – não foi um bom sinal para a
democracia brasileira naquele momento.
A Lei n. 9.394/96, conhecida também como Lei Darcy Ribeiro ficou composta
por 92 artigos, dispostos em nove títulos, que são expostos no quadro a seguir.
Anotações
Aula 4
A escola e o mundo atual
Por Rodrigo Barbosa
Gostaríamos de pedir para esta aula que você faça uma reflexão. Isso mesmo,
converse com você mesmo a respeito da escola nos tempos atuais. Como você a
vê? Ela ainda é uma instituição importante na sociedade? Como está o ensino?
Enfim, reflita um pouco sobre a presença e o papel da escola nos dias de hoje.
Essa atividade mental é importante para que possamos, no desenvolvimento da
aula, comparar a imagem pensada por você com as informações que serão
trabalhadas aqui. Desse modo, ficará mais fácil uma possível mudança de olhar
em face da instituição escolar.
2. Nesta aula, enfatizamos que a escola de que precisamos é a escola que não
tem medo de posicionar-se contra a exclusão econômica, política, cultural
e pedagógica da nossa sociedade. Em suma, é uma escola que valoriza a
ciência, mas que não descarta outras formas de conhecimento do homem.
Sabendo disso, assinale a alternativa que não condiz com os objetivos dese-
jados para a escola necessária para os novos tempos.
a) Promover a inserção competente e crítica no mundo do trabalho.
b) Respeitar as individualidades e compreender o mundo cultural dos alunos.
c) Colaborar para que o aluno se transforme em um sujeito pensante.
d) Supervalorizar os conhecimentos científicos em detrimento dos conheci-
mentos populares.
Anotações
Aula 5
Organização da educação no Brasil:
níveis, modalidades e sistema
Por Gilson Pôrto Jr.
Nomenclatura/
Nível Idade Objetivo
Divisão
III. o aprimoramento do educando como
pessoa humana, incluindo a formação
ética e o desenvolvimento da autonomia
15
Ensino intelectual e do pensamento crítico;
1º ao 3º ano a 17
Médio anos
IV. a compreensão dos fundamentos cientí-
fico-tecnológicos dos processos produti-
vos, relacionando a teoria com a práti-
ca, no ensino de cada disciplina.
Fonte: Brasil (1996).
5.1.3 Modalidades
Quando se fala na LDB 9.394/96 sobre modalidades, muitas vezes surgem
dúvidas: não é regularizado? É válido? Sim, as modalidades são legais e
respaldadas por lei. Mas o que vem a ser modalidades de ensino? São formas
determinadas de educação que podem ser desenvolvidas nos diferentes níveis
de educação, seja básica ou superior. Nesse sentido, é um modo diferenciado
de se desenvolver o ensino. Vamos exemplificar? A EaD é uma modalidade
prevista na LDB. Com isso, você pode fazer um curso de graduação à distância
(como é o seu caso) e ter um diploma com as mesmas regalias de um diploma
presencial. Isso se dá porque a modalidade EaD é um modo diferente de ensino.
Vamos ver como estão previstas em Lei? Veja o quadro a seguir.
modalidades
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimen-
to e a veiculação de programas de ensino a distância,
em todos os níveis e modalidades de ensino, e de edu-
cação continuada.
§ 1º. A educação a distância, organizada com abertu-
ra e regime especiais, será oferecida por instituições es-
pecificamente credenciadas pela União.
Educação a Distância
§ 2º. A União regulamentará os requisitos para a reali-
(Art. 80)
zação de exames e registro de diploma relativos a cur-
sos de educação a distância.
§ 3º. As normas para produção, controle e avaliação
de programas de educação a distância e a autorização
para sua implementação, caberão aos respectivos siste-
mas de ensino, podendo haver cooperação e integra-
ção entre os diferentes sistemas.
Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colabo-
ração das agências federais de fomento à cultura e de
assistência aos índios, desenvolverá programas integra-
dos de ensino e pesquisa, para oferta de educação es-
colar bilíngüe e intercultural aos povos indígenas, com
os seguintes objetivos:
I – proporcionar aos índios, suas comunidades e povos,
a recuperação de suas memórias históricas; a reafirma-
ção de suas identidades étnicas; a valorização de suas
Educação Indígena línguas e ciências;
(Art. 78-9) II – garantir aos índios, suas comunidades e povos, o
acesso às informações, conhecimentos técnicos e cientí-
ficos da sociedade nacional e demais sociedades indí-
genas e não-índias.
Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os
sistemas de ensino no provimento da educação intercul-
tural às comunidades indígenas, desenvolvendo progra-
mas integrados de ensino e pesquisa.
§ 1º. Os programas serão planejados com audiência
das comunidades indígenas.
Art. 28. Na oferta de educação básica para a popula-
ção rural, os sistemas de ensino promoverão as adapta-
ções necessárias à sua adequação às peculiaridades da
vida rural e de cada região, especialmente:
Educação no Campo I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às
(art. 28) reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
II – organização escolar própria, incluindo adequação
do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às
condições climáticas;
III – adequação à natureza do trabalho na zona rural.
Fonte: Brasil (1996).
Aula 6
Os processos avaliativos
na LDB n. 9.394/96
Por Gilson Pôrto Jr.
Quando o assunto é avaliação, parece que cada um de nós tem uma posição.
Alguns são mais favoráveis a um determinado tipo, já outros nem tanto. Porém é
ponto comum: existe a necessidade de estabelecermos processos avaliativos com
a finalidade de conhecermos a aprendizagem realizada. Obviamente, os métodos
são diversos e até contraditórios entre si. Mas como a Lei n. 9.394/96 trata os
processos avaliativos? É sobre esse questionamento que discutiremos nesta aula.
Na atividade um, você observou que a autora aponta para uma grande
ampliação dos meios e do instrumental de regulação federal da qualidade do
ensino, conjugando as vias de medida e avaliação. Percebeu como ocorreu
nesse período a intervenção do Poder Executivo, as alterações constitucionais e
a edição de leis, ampliando a regulamentação da área e amplificando a regu-
lação normativa federal. Atentou para sua posição sobre isso e não se esqueceu
de fazer vinculações com o que já aprendeu em aulas anteriores.
Na atividade dois, a opção correta é a alternativa (d), pois retrata a perfeita
associação das idéias presentes nas leis 9.394/96 e Constituição Federal de
Anotações
Aula 7
Conhecendo o Conselho Nacional
de Educação
Por Rodrigo Barbosa
Anotações
Aula 8
O Banco Mundial
e a educação brasileira
Por Rodrigo Barbosa
esses são comuns nas redes particulares de ensino, nas quais, no geral, preva-
lece a política do manda quem pode, obedece quem tem juízo. Encontramos,
cada vez mais, situações parecidas na rede pública de ensino.
A história do nosso país é permeada por práticas autoritárias. Decisões
importantes à sociedade freqüentemente ficaram a cargo de um pequeno grupo
de pessoas. Especificamente, no campo da educação, não tivemos outra reali-
dade. Muitas vezes quem pensa a escola pública brasileira não conhece a fundo
seu dia-a-dia, suas dificuldades e necessidades.
O processo de construção de uma escola democrático-participativa caminha
a passos lentos, pois a estrutura autoritária, verticalizada e as relações de
apadrinhamento e de clientelismo ainda se fazem presentes nas relações sociais
e políticas que a escola estabelece junto à sua equipe humana.
Quando delimitamos nosso olhar à escola pública, é comum percebermos
que as grandes mudanças acontecem, comumente, a cada quatro anos, quando
do término de um mandato político e, por conseqüência, o início de outro. Muitas
vezes, quando é efetivada uma mudança de governos, sequer há a continuidade
de programas, projetos e planos que estavam sendo postos em prática.
Com o novo governo, são construídos novos programas, novos planos,
dando prosseguimento ao ciclo vicioso da política nacional. O pior, já na área
de educação, é que esses novos projetos não são debatidos com os profissionais
que atuam na escola, ou seja, não é feita qualquer discussão da política junto
aos que conhecem efetivamente a realidade das escolas.
Não bastando as políticas públicas nacionais, a escola, nos últimos tempos,
tem sido metralhada pela política pública de uma grande e forte instituição
internacional, o Banco Mundial. Vejamos o papel desse banco ante ao projeto
político-pedagógico da escola pública.
Apontamos que alguns ainda negam que o Banco Mundial exerce poder na
educação nacional. Mas não há mais como ignorar sua presença nas esferas
oficiais e também no dia-a-dia da escola pública. Os programas, os planos e os
projetos do BIRD chegam às instituições de ensino de modo autoritário, sem a parti-
cipação da comunidade escolar. É preciso “apenas” preencher os formulários e
apresentar os resultados, concordando ou não com as propostas apresentadas.
Os educadores que atuam nas escolas de educação básica estão sendo
tratados como simples marionetes nas mãos dos técnicos e dos conselheiros do
BIRD, tendo de executar os procedimentos burocráticos que lhes são passados.
Porém não são todos os educadores que aceitam essas imposições passivamente.
Há aqueles que persistem na luta em defesa da escola pública, democrática e
popular, contrariando a proposta do Banco Mundial e os interesses da classe
empresarial, preocupada somente com os aspectos quantitativos e com o modelo
gerencial racional de gestão no espaço público.
Vimos, nesta aula, que o Banco Mundial, na verdade, chama-se Banco Inter-
nacional para o Desenvolvimento e a Reconstrução. É uma instituição que atua
nos países em desenvolvimento, objetivando a promoção do crescimento econô-
mico por meio de projetos que, no fundo, atendem seus interesses. No campo da
educação, vimos que sua proposta pedagógica é oposta a defendida pelos edu-
cadores que acreditam em um processo educativo democrático, libertador.
Anotações
Aula 9
Outros sujeitos da educação:
os empresários e os sindicatos
dos trabalhadores
Por Rodrigo Barbosa
classe empresarial, que tem seus interesses próprios, sempre voltados aos fatores
econômicos. A educação acaba não sendo considerada um direito social a ser
garantido aos cidadãos.
O Estado não pode fugir das suas obrigações perante a população. Não é
cabível a submissão e a cumplicidade diante dos que detêm o grande capital. É
preciso que haja vínculo com representantes de outras “instituições” que ajudam
na formação da sociedade. Quando temos um Estado que atua somente de
acordo com os interesses do capital, na verdade, temos um Estado preocu-
pado em representar somente uma classe social, a dos dominantes. Com isso,
as demais classes, principalmente aquelas que representam a população de
baixa renda, acabam sofrendo mais um processo de exclusão. Além da exclusão
econômica, essas pessoas passam a ser abandonadas pelo seu próprio “pai” (e
não queremos aqui defender a concepção de Estado paternalista).
Nesta aula, discutiremos sobre a presença de duas importantes categorias
no contexto da educação brasileira: os empresários e os sindicatos.
1. Que tal fazer uma pesquisa-campo no seu município? Pois bem, faça um
levantamento dos sindicatos presentes na sua cidade, na sua região, inde-
pendentemente da classe trabalhadora que representam. Mas, é claro,
pedimos que você dê uma atenção maior àqueles que estão relacionados
à educação. Vá até o sindicato, com um grupo de colegas de telessala,
converse com seus diretores, procure saber como é o dia-a-dia do sindica-
lismo, como é a sua atuação, levante o número de trabalhadores que são
filiados, quais são as causas em que mais atua, os benefícios que oferece
aos sindicalizados, etc. Procure organizar um debate, na própria telessala,
contando com a presença de alguns diretores dos sindicatos pesquisados
e, se possível, convide também os empregadores, pois assim você não está
privilegiando um só lado. Permita que haja diálogo entre ambas as partes.
Lembre-se de partilhar os resultados com os professores e demais acadê-
micos por meio da interatividade no portal virtual.
afirmam que ela é a “parte sã” do sindicalismo brasileiro; muito mais organi-
zada e representativa que todas as demais centrais sindicais juntas.
Se você acertou essas atividades, atingiu o objetivo proposto para a aula:
desvendar os ideais da classe empresarial quando da proposição de políticas
públicas e a atuação dos sindicatos que representam os trabalhadores da
educação na sociedade brasileira.
Anotações
Aula 10
A formação de professores
na LDB n. 9.394/96
Por Gilson Pôrto Jr.
10.1.1 Artigos 61 a 63
Comecemos pelo princípio. Vamos focar nosso olhar na formação específica
declarada na Lei. Os artigos 61 a 63 da Lei n. 9.394/96 definem que
Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo
a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de
ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do
educando, terá como fundamentos:
I – a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a
capacitação em serviço;
II – aproveitamento da formação e experiências anteriores em
instituições de ensino e outras atividades.
Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica
far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação
plena, em universidades e institutos superiores de educação, admi-
tida, como formação mínima para o exercício do magistério na
educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino funda-
mental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão:
I – cursos formadores de profissionais para a educação básica,
inclusive o curso normal superior, destinado à formação de
docentes para a educação infantil e para as primeiras séries do
ensino fundamental;
II – programas de formação pedagógica para portadores de
diplomas de educação superior que queiram se dedicar à
educação básica;
III – programas de educação continuada para os profissionais de
educação dos diversos níveis.
10.1.2 Artigo 64 a 66
Vamos a diante em nosso estudo da legislação? Nosso enfoque agora são
os artigos 64 a 66 da Lei n. 9.394/96. Eles definem que
Art. 64. A formação de profissionais de educação para administra
ção, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional
para a educação básica, será feita em cursos de graduação em
pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição
de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.
Art. 65. A formação docente, exceto para a educação superior,
incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas horas.
Art. 66. A preparação para o exercício do magistério superior far-
se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas
de mestrado e doutorado.
Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por universidade
com curso de doutorado em área afim, poderá suprir a exigência
de título acadêmico.
10.1.3 Artigo 67
O artigo 67 da Lei n. 9.394/96 define que
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos
profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos
dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público:
I – ingresso exclusivamente por concurso público de provas e
títulos;
II – aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com li
cenciamento periódico remunerado para esse fim;
III – piso salarial profissional;
IV – progressão funcional baseada na titulação ou habilitação,
e na avaliação do desempenho;
V – período reservado a estudos, planejamento e avaliação,
incluído na carga de trabalho;
VI – condições adequadas de trabalho.
§ Único: A experiência docente é pré-requisito para o exer-
cício profissional de quaisquer outras funções de magistério,
nos termos das normas de cada sistema de ensino.
normais superiores. Vimos que o parágrafo 2 do art. 3 teve seu texto alterado,
quanto à formação para professores, de exclusivamente em cursos normais supe-
riores, para preferencialmente, por meio do Decreto n. 3.554, de 7 de agosto
de 2000; e a assertiva III, também equivocadamente, aponta que a formação
de profissionais da educação para áreas específicas seria feita de duas formas
possíveis: em curso de graduação e na pós-graduação. Vimos que os pareceres
CNE/CP n. 5, de 13/12/2005, e CNE/CP n. 3, de 21/2/2006, bem como a
resolução CNE/CP n. 1, de 15/5/2006, que instituiu as Diretrizes Curriculares
Nacionais para os cursos de Pedagogia, em seu artigo 10, extinguiu a possibi-
lidade de essas áreas específicas ocorrerem na graduação.
Na atividade dois, a alternativa correta é a letra (d), pois por meio da Lei
n. 11.301, de 10/5/2006, ampliou-se a definição das funções de magistério,
incluindo as atividades de direção de unidade escolar e as de coordenação
e assessoramento pedagógico, que anteriormente não eram reconhecidas. Sua
justificativa deverá apontar para a importância desse reconhecimento para a
ação docente. A alternativa (a) está errada, pois o art. 63 aponta para os institu-
tos superiores de educação e sua possível formação neles. A alternativa (b) está
errada, pois o art. 65 define a importância das experiências práticas de ensino
na formação do profissional da educação de, no mínimo, 300 horas. Já alterna-
tiva (c) está errada, pois o art. 62 aponta para formação de docentes para atuar
na educação básica ocorrendo em curso de licenciatura de nível superior.
Se você respondeu corretamente às questões, atingiu o objetivo da aula, que
era conhecer a legislação que dá suporte à formação de professores na LDB:
LDB 9394/96, decreto n. 3.276/99 e a Lei n. 11.301/06.
Anotações
Aula 11
Gestão escolar participativa
Por Rodrigo Barbosa
Você, com certeza, sabe que uma escola não é só formada por profes-
sores e alunos, apesar desses dois serem os protagonistas principais do processo
educativo ali desenvolvido. Há, também, os funcionários e os pais dos alunos
que ajudam a compor o coletivo escolar, além dos que atuam diretamente na
gestão da instituição: coordenador, orientador, supervisor, inspetor, diretor, etc.
Como condição prévia para iniciarmos os estudos desta aula, pedimos que você
escreva em seu caderno a sua visão com relação a esses personagens citados.
Reflita sobre a presença de cada um deles, apontando o seu papel diante do
contexto escolar.
Não se esqueça de que essa sua construção será fundamentada nos estudos
das temáticas abordadas ao longo do nosso material. Todas as discussões feitas
até aqui, no campo da organização e estrutura da educação brasileira, servirão
como base para você.
1. Para finalizar esta aula, pedimos que você faça uma resenha (resumo crítico)
sobre o tema Gestão Escolar Participativa, que, na verdade, sintetiza grande
parte das discussões propostas ao longo deste material. Lembre-se: resumo
crítico é aquele em que você aponta as idéias principais que foram apre-
sentadas no transcorrer do texto, aliando suas impressões, sua concepção
diante daquilo que foi defendido. É importante também que você se baseie
nos estudos realizados em outras disciplinas, utilizando o pensamento de
outros autores diante do assunto em questão.
(1) Diretor
(2) Coordenador
GENTILE, Paola. Administrar: uma ação coletiva. Nova Escola, n. 158, dez.
2002.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed.
Goiânia: Alternativa, 2004.
Anotações
Aula 12
Avanços na legislação:
os conselhos escolares
Por Gilson Pôrto Jr.
a sociedade civil experimentou algo que não fazia há décadas: participar ativa-
mente nas decisões. Isso foi novo e capacitou a sociedade a participar ainda mais.
É nesse clima que a LDB 9.394/96 previu a criação dos conselhos escolares.
Os conselhos escolares são órgãos colegiados compostos por represen-
tantes das comunidades escolar e local, que têm como atribuição deliberar
sobre questões político-pedagógicas, administrativas e financeiras, no âmbito
da escola. Eles representam as comunidades escolar e local, atuando em con-
junto e definindo caminhos para tomar deliberações sobre competências de
sua responsabilidade.
Saiba mais
Saiba mais
É importante frisar que esses profissionais devem ser indicados por seus pares
e que haja paridade na representação. Em outras palavras: deve haver o número
igual de representantes por segmento e guardar certa proporcionalidade, que
em muitos locais é de 50% para a categoria profissional da escola, contados aí
professores, equipe pedagógica e funcionários; e 50% para a categoria comu-
nidade atendida pela escola, entre eles, alunos, pais de alunos e movimentos
sociais organizados da comunidade. Com isso todos terão direito a vez e voto.
Saiba mais
A ordem correta é:
a) I, II, IV e III c) IV, III, I e II
b) III, I, IV e II d) I, IV, III e II
Anotações