Você está na página 1de 5

Quem quer fazer algo, encontra sempre um meio.

Quem não quer, acha sempre uma desculpa

CONFLITO DE GERAÇÕES
“Tem sido minha observação de que os pais matam os sonhos dos seus filhos mais do que ninguém. ” Spike Lee

CONFLITO DE GERACOES
Desde o princípio do mundo, todas as gerações estiveram em conflito com as anteriores sobre os mais diversos assuntos
como culturais, sistemas de crenças, profissionais…etc. Desde sempre o ser humano foi resistente a mudança, não existe
uma sequer mudança significativa que tenha sido pacífica (sem nenhuma oposição), porque somos seres de hábitos
tendemos a não querer mudar até que a mudança se torne inevitável. Alguém disse “Os seres humanos não querem mudar
até que a dor de permanecer na mesma se torne maior do que a dor necessária para mudar”.

Daí que o conflito de gerações sempre irá existir pelo simples facto de vivermos num mundo dinâmico em que a única
certeza e a própria mudança e aliado ao facto de sermos seres de hábitos e portanto bastante resistentes a mudança,
porem as mudanças são necessárias ao desenvolvimento e acima de tudo são inevitáveis.

Infelizmente nem todas as mudanças são facilmente notadas de tal forma que a maioria das pessoas continua fazendo as
coisas como aprendeu no passado se preparando para viver num mundo que não existe mais.

Um número bastante significativo de jovens está desempregado e continuará desempregado nos próximos anos
simplesmente porque seguiu inocentemente uma receita de sucesso completamente desajustada a realidade do mercado
de trabalho actual que lhes foi passada também inocentemente pelos seus pais que viveram uma realidade completamente
diferente.

Uma acção que resulta em êxito hoje pode ser completamente inapropriada e inadequada amanha de tal forma que
precisamos estar constantemente nos reinventando para não ficarmos obsoletos. Os poucos jovens que já estão
consciencializados sobre as referidas mudanças e tudo fazem para se ajustar as mesmas enfrentam forte oposição dos
seus pais que simplesmente não entendem a importância de frequentar um curso de formação profissional, de participar
de seminários, workshops, de ler livros simplesmente porque nos seus tempos não havia necessidade de fazer tudo isso,
e como a maioria destes jovens depende financeiramente dos seus pais não tem muito sucesso em os convencer a
patrocinar estas actividades, facto este que faz com que estes jovens mais tarde caiam no desemprego em desfavor dos
próprios jovens e de seus pais.

Colaboração dos pais para o sucesso dos seus educandos no mercado de Trabalho

Os factos acima descritos nos fazem concluir que o sucesso dos jovens no mercado de trabalho depende em grande medida
da colaboração dos seus pais e para isso acontecer faz-se necessário uma seria campanha de consciencialização dos pais
sobre as mudanças ocorridas no mercado de

trabalho.

Temos ouvido muito frequentemente os vossos filhos dizerem, “não pude participar da actividade “X” porque tive de ficar a
lavar a roupa”. Não poderei participar da actividade “Y” porque tenho de cuidar dos meus irmãozinhos”. “Não pude vir a
palestra porque havia festa de Xitique lá em casa”. Se por um lado, os filhos têm um dever de participar nas actividades
domésticas, por outro lado, os mesmos devem focarem-se na construção da sua carreira profissional sob o risco de
perpetuarem a pobreza na família, ou seja, dar continuidade ao ciclo vicioso que vem se repetindo de geração em geração.

Devemos promover um melhor relacionamento e colaboração entre pais e filhos na solução dos seus problemas, ou seja,
encontrar um ponto de equilíbrio entre a obrigação, por parte dos jovens de desenvolver actividades domésticas, e a
construção de suas carreiras profissionais, bem como ajudar os pais e encarregados de educação a compreenderem as
mudanças que vem acontecendo no mercado de trabalho.
Apoiando Jovens a Desenvolver o seu potencial By Simon Novela,
Activista e Empreendedor Social (84 0428712) 1
Quem quer fazer algo, encontra sempre
meio.
umQuem não quer, acha sempre uma desculpa

Por exemplo, quando o filho diz: “Papa, estou a pedir dinheiro de chapa para ir ao curso”. A resposta de alguns pais tem
sido “Curso de que, para que? Você deixa de ficar a cozinhar aqui em casa e vai nos teus cursos”. Ou “Mama, vou a uma
Palestra na Wake Up”. A resposta tem sido “Quem vai lavar a loiça? Temos “trabalho” (missa) aqui em casa. ” Simplesmente
não entendem, porque? Porque nos seus tempos não havia tudo isso…

A questão é: Entre loiça e o futuro profissional de alguém, o que é mais importante? Entre Festa de Xitique ou missa e o
futuro, o que é mais importante?

Priorizar as actividades
Não estamos a advogar que os jovens não devem ajudar os pais nas tarefas domesticas, claro que devem ajudar, é
obrigação deles ajudar, mas devemos saber priorizar as actividades, devemos saber o que é mais importante e o que é
menos importante.

Quando os filhos dizem “ Pai estou a pedir dinheiro para fazer curso de Inglês” muitos pais têm sido rápidos para dizer que
não tem dinheiro, mas quando é para fazer festa de xitique, missas ou quando o tio vem visitar, dinheiro para comprar
Frango e 2M sempre aparece, como se frango e bebidas fossem mais importantes que a formação profissional dos seus
filhos.

Então, o problema não é só falta de emprego, mas pior ainda do baixo nível de empregabilidade dos nossos jovens. As
mudanças estão acontecendo ciclicamente e com rapidez incrível, e quem não perceber este fenómeno e não procurar
adaptar se à nova conjuntura, ficará atrás. Segundo Idalberto Chiavenato, “Antigamente quem administrava a carreira dos
funcionários eram as empresas, em função de suas necessidades, programas e conveniências. A descentralização também
chegou aí. Agora, a batata quente ficou na mão de cada funcionário

Antigamente
De acordo com All Ries, consultor internacional de Marketing, no passado alguém era contratado para trabalhar
numa grande empresa, numa carreira segura para toda a vida. A empresa o treinava, enriqueciam-no de
conhecimentos e o colocavam numa escada cuja finalidade era o topo da carreira. O quanto você deveria subir por
essa escada seria resultado de sua dedicação ao trabalho. As coisas eram então simples e previsíveis. Você
poderia aposentar-se gloriosamente simplesmente se conseguisse chegar ao fim da sua carreira, contabilizando
em seu débito uma quantidade pequena de erros não havia necessidade, de se preocupar com a sua carreira, pois
na verdade a empresa fazia isso pela sua massa laboral. Quanto mais duro você trabalhasse maior seria a
possibilidade de chegar ao topo. As virtudes mais apreciadas eram o zelo, a paciência, respeito. Bem, assim eram
as coisas no passado.

No tempo dos nossos pais as empresas sabiam que você podia levar 1 ou 2 anos a aprender não havia problemas porque
depois iria trabalhar (aplicar na mesma empresa esses conhecimentos) pelo resto da sua vida.

Infelizmente nem todas as mudanças são facilmente notadas de tal forma que a maioria das pessoas continua fazendo as
coisas como aprendeu no passado se preparando para viver num mundo que não existe mais.

Imaginemos que você é um businessman e pretende recrutar um dos dois jovens para trabalhar consigo, ambos recém-
graduados, com 25 anos de idade, a que passaremos a designar jovem A e jovem B.

Apoiando Jovens a Desenvolver o seu potencial By Simon Novela, Activista

e Empreendedor Social (84 0428712) 2


Quem quer fazer algo, encontra sempre
meio.
umQuem não quer, acha sempre uma desculpa

JOVEM A
O jovem A, é um jovem que sempre dedicou-se a dois tipos de actividades,
nomeadamente actividades escolares e profissionais. Na faculdade sempre tirou boas
notas, mas em casa foi sempre um filho ausente, principalmente nos momentos mais
decisivos para família. Por conta disso ele é mal visto, incompreendido não só em casa,
mas em quase toda família porque pouco participa na vida familiar, nomeadamente,
actividades domesticas, cerimónias familiares, etc.

Desde os seus 12 anos, o jovem A para além da formação académico profissional tida
na faculdade, desenvolveu habilidades profissionais no “terreno”, trabalhando em
diversos projectos, associações juvenis como activistas, em algumas empresas, como
estagiário por vezes, sem remuneração, mas ganhando algumas habilidades
profissionais.

Pelos 13 anos de participação em cursos, trabalho intenso, o jovem A desenvolveu habilidades como:
- Relacionamento interpessoal: As relações entre pessoas no ambiente organizacional têm as suas especificidades e
os seus meandros. O jovem A teve a chance de aprender a se relacionar com pessoas de vários caracteres e perfil,
desenvolvendo habilidades de relacionamento interpessoal.
- Cultura de trabalho: Partindo do princípio que qualquer organização tem como objectivo atingir resultados (eficácia)
usando menos recursos possíveis como tempo, matéria-prima, e capital (eficiência), durante os 13 anos que jovem A
dedicou-se no associativismo e empresas como activista e estagiário, respectivamente, aprendeu a conjugar a eficiência
com eficácia.
- Inteligência emocional: Nos dias de hoje o profissional está exposto a lhe dar com inúmeras adversidades na vida
laboral, que exigem equilíbrio emocional - os chefes, os colegas e as várias pessoas relacionadas a organização, tem
diferentes culturas, idades e backgrounds, e isso por vezes traz conflitos. Independentemente do que acontecer é preciso
sempre responder de modo objectivo, assertivo e profissional. Daí que os 13 anos de experiência prepararam o jovem
A, aprendeu a controlar os seus impulsos e saber lhe dar com situações controversas sem perder o equilíbrio.
- Habilidades de Comunicação: Participando de várias formações e actividades ao longo dos 13 anos, jovem A entrou
em interação com várias individualidades, organizações através da sua participação em workshops, debates, palestras
na comunidade, etc. desenvolvendo habilidades de saber escuta activa, saber falar em público, entre outras.
Networking: O jovem A Participando de várias formações, estágios, e trabalho voluntario teve oportunidade de interagir
directa e indirectamente com profissionais de diferentes ramos e níveis. E como sabemos quanto mais gente souber
quem somos e o que fazemos, mais oportunidades teremos.
- Correspondência administrativa e comercial: O mundo corporativo tem a sua linguagem, codificação e técnicas
próprias de comunicação que exigem domínio por parte de qualquer professional. O jovem A, teve chance de aprender
a redigir e manusear essas correspondências como por exemplo memorandos, diferentes tipos de actas, ofícios, entre
outros, isto é, teve a oportunidade de praticar a redacção de vários documentos que circulam no meio organizacional.
- Ética Professional: As várias profissões que existem no mercado de trabalho têm a sua própria maneira de estar e de
ser, que vem emanadas nos seus códigos de conduta, como por exemplo sigilo professional, assedio, entre outras. Este
código regula o que tem sido as relações laborais entre colegas, seja entre colegas do mesmo nível ou hierarquicamente
diferentes dando atenção a influência e a troca de favores ou nepotismo, entre outras acções que possam minar o
ambiente de trabalho, sendo assim quanto mais cedo o jovem aprende a lhe dar com as regras de conduta maior será
a chance do jovem singrar profissionalmente, e jovem A durante os 12 anos de trabalho teve a chance que entrar em
contacto com essas normas.

JOVEM B
O jovem B, é um jovem que desde os 12 anos, dedicou-se também a dois tipos de actividades, nomeadamente actividades
escolares (como o jovem A) e actividade sociais. Na faculdade sempre tirou boas notas. Em casa sempre foi um menino
bem comportado – dedicou-se sempre a ajudar os pais nas actividades domesticas, participou activamente na organização
e realização de eventos familiares, tais como: festas de Xitique, encontrofestas de preparação de festas de casamento,
anelamento, aniversário de bebes, jovens, velhos e até de defuntos. Quer dizer que para além de formação académico-
professional que adquiriu na faculdade, o jovem B desenvolveu habilidades como:
Apoiando Jovens a Desenvolver o seu potencial By Simon Novela, Activista

e Empreendedor Social (84 0428712) 3


Quem quer fazer algo, encontra sempre
meio.
umQuem não quer, acha sempre uma desculpa

- Sedentarismo: Hão de convir que o jovem B passando muito do seu tempo ao longo dos 13 anos em casa, muitas
vezes vendo televisão, já que a televisão é uma das companhias mais presentes no dia a dia da maioria das famílias,
sobretudo os programas de entretenimento como música, novelas, seriados, filmes, etc., fazendo o jovem B gastar horas
e horas em frente à televisão, tornando-o inactivo e sedentário.
- Organizador e gestor de festas familiares: Sabemos que a nossa cultura africana é feita de muitas celebrações e
cerimonias, o jovem B, engajado na organização e gestão ou participação, desses eventos, desenvolveu habilidades
gustativas, de animador e organizador de festas, de grande dançarino, de protocolo, de gestor (de cervejas), entre outras.
- Trabalhos domésticos: Como dissemos no início, o jovem B, é um jovem considerado exemplar pelos seus pais e
familiares visto que para além da escola ele dedica-se energicamente a ajudar aos pais em praticamente todas tarefas
domesticas, tornando se expert em faxina, na cozinha, para além de ser estafeta familiar.
- Juiz familiar: Ao longo dos treze anos o jovem B, por ser um jovem tido como respeitoso, educado no seio familiar, foi
confiado a intervir em conflitos familiares, desenvolvendo habilidades de mediador.

“Quando você ainda não é profissional, trabalhe para aprender, não para ser pago”. Robert Kyosaki

Gostemos desta notícia ou não, mas há que compreendermos que neste planeta as pessoas são pagas de acordo com
o valor que elas têm no mercado. Se não tem valor ninguém te solicita. Se tiver pouco valor, pagam-te pouco dinheiro.
Se tiver muito, pagam-te muito. Atenção que não pretendemos dizer que tudo acontece de forma linear e perfeito, não.
Existem algumas situações de injustiça em alguns casos, como do estado que pagava salários de acordo com o nível
académico e não por competência. Mas como dizia o Earl Night, a Excelência sempre vende.

Casar e formar (graduar) os seus filhos


Os dois momentos mais importantes na vida de família, principalmente nas cidades e vilas são: casar e formar (graduar)
os seus filhos. Quando um descendente consegue o tão sonhado diploma, os pais se orgulham em contar a novidade aos
amigos, e os almoços e jantares com familiares é de praxe para comemorar a conquista.

As pessoas atribuem ao “canudo” condição sine qua non para a conquista de bons empregos. O que essas pessoas não
percebem é que os tempos mudaram e, actualmente, ter uma boa formação superior conta, mas sozinha ela já não garante
o sucesso profissional. O foco mudou da formação para empregabilidade. Antes, com a graduação, a pessoa não precisaria
mais se preocupar com os estudos. Mas hoje, o caminho para o sucesso é pavimentado com formação e informação de
qualidade.

O conceito agora é outro, a pessoa que busca uma boa colocação no mercado precisa, também, de desenvolver outras
habilidades. Uma boa formação pode até abrir algumas portas no mercado de trabalho, mas é preciso também ter cultura
geral, experiência profissional e outras habilidades complementares, para que o você conquiste as melhores posições.

Assim sendo, a única forma de o jovem garantir sucesso na vida profissional, é desenvolver a empregabilidade.

Os pais devem ter paciência porque a profissionalização de um indivíduo não leva apenas um, dois ou três meses, demanda
tempo. O resultado do investimento que estão a fazer na profissionalização dos vossos filhos, irá trazer ganhos, mas pode
levar algum tempo. Daí a necessidade de ter paciência.

Devemos saber distinguir entre uma arvore e uma floresta; ou entre um bloco e uma casa. Só porque assentou
um bloco. Não quer dizer que assentou uma casa.

Voltando a questão inicial sobre com qual dos jovens o businessman ficaria, pensamos que está mais do que certo que
qualquer um escolheria o jovem A. Porque jovem A? Sabendo que tempo é dinheiro, que perder tempo é perder dinheiro,
nenhum Bussinessman consciente escolheria o jovem B, com ideia de que ele fosse fazer o “B –A- B” Professional com
ele, porque de facto ele precisaria de alguns anos de preparação para vida profissional, aliás como qualquer outro processo
na vida. Assim como uma criança para começar a andar, primeiro, gatinha, dá os primeiros passos, e cai, volta a andar, e
só depois anda e por fim pode correr.

Apoiando Jovens a Desenvolver o seu potencial By Simon Novela, Activista

e Empreendedor Social (84 0428712) 4


Quem quer fazer algo, encontra sempre
meio.
umQuem não quer, acha sempre uma desculpa

Apoiando Jovens a Desenvolver o seu potencial By Simon Novela, Activista

e Empreendedor Social (84 0428712) 5

Você também pode gostar