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melanoma
BOLETIM INFORMATIVO DO GBM – ANO XV – No63 – OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
Revisão
Editorial
Mauro Enokihara Melanoma acral
Com o aumento contínuo Miguel Brandão
da incidência de melano- Cirurgião Oncológico, Clínica AMO, Salvador (BA)
ma, alertamos neste nú- Titular Sociedade Brasileira de Cancerologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.
mero, baseados no artigo Delegado Região Nordeste do GBM
do Dr. Miguel Brandão
sobre Melanoma Acral – Melanoma é o câncer adequada. Porém, em uma superfície que
que indica que tais casos mais comum que ocorre suporta peso, como o calcanhar ou a
são diagnosticados em na região plantar. E, cabeça do primeiro metatarso, o enxerto
fases mais invasivas, para a necessidade de quando ocorre, tende a de pele algumas vezes não evolui com
se examinar o corpo todo dos pacientes, ser diagnosticado em uma boa cicatrização, com formação de
inclusive as plantas dos pés. Em um país fases mais invasivas que calosidades, hiperceratoses e lacerações
de grande miscigenação e de população os demais melanomas e da pele do enxerto. Poderá ser realizado
negra em todo o território nacional, o diag- com pior prognóstico. O retalho de pele com área doadora plantar
nóstico precoce permitiria o emprego de tratamento cirúrgico do melanoma acral é que não suporta peso, como por exemplo,
condutas mais adequadas, evitando a de- um desafio, não somente devido à res- utilizar um retalho do arco plantar para
tecção somente em fases mais avançadas. secção como também pela reconstrução. reconstruir a ressecção de melanoma lo-
O Dr. Francisco Belfort, em seu artigo “Lin- O objetivo da ressecção é a cura e evitar a calizado na área do calcâneo.
fonodo sentinela – qual seu verdadeiro pa- recorrência local. A amputação deve ser Quando oncologicamente possível, a fás-
pel?”, aborda a transformação ocorrida no evitada se possível, cirurgias funcionais cia profunda sobre os tendões extensores
tratamento do melanoma com a descrição são atualmente realizadas, evitando as deve ser preservada, como base para a
da metodologia de pesquisa do linfonodo mutilações do passado. Outro desafio é a cobertura com enxertia de pele. Impor-
sentinela e as mudanças nos parâmetros reconstrução. Cirurgias com enxerto nem tante ressaltar que a margem profunda
indicadas no Consenso do GBM, definidas sempre conseguem o sucesso e nos pa- deve ser adequada, principalmente nos
em agosto deste ano. cientes da raça negra a pele pigmentada casos de melanoma invasivo, a fim de evi-
Esta edição encerra o ano de 2013, cele- dificulta o seguimento e a avaliação pre- tar a recidiva local, como também as
brando momentos importantes do Grupo coce da recidiva local. Grandes rotações metástases em trânsito. Nos casos em que
Brasileiro de Melanoma, como os 15 anos de retalhos apresentam uma taxa elevada o melanoma acral localiza-se entre os
do início das atividades – período este mar- de complicações, pois geralmente são dedos, podem ser tratados com excisão
cado por conquistas e crescimento para pacientes idosos, com comorbidades, alte- adequada e correção do defeito com reta-
todos os interessados no estudo e trata- rações importantes na vascularização e lhos ou enxerto de pele. Em alguns casos,
mento do melanoma, mudança do logo- perfusão sanguínea inadequada das ex- entretanto, a amputação dos dois dedos
tipo do GBM, bem como do visual do Bo- tremidades. pode ser necessária.
letim, e também a realização de mais uma Para pacientes com melanoma lentigino- Conduta aceitável é a cicatrização por
Conferência, contando com a participação so acral é recomendada a excisão comple- segunda intenção. Deve ser explicado pre-
de grandes nomes nacionais e internacio- ta da lesão, com margens de acordo com a viamente ao paciente o tempo necessário
nais da área, propiciando a interação mul- espessura de Breslow. Margens insufi- para a cicatrização completa, geralmente
tidisciplinar e ampliação do conhecimento cientes estão relacionadas a uma maior de dois a três meses, como também a ori-
em benefício dos pacientes. taxa de recidiva e menor sobrevida. O me- entação para realização de curativos. Os
A chegada de um novo ano vem, em geral, lanoma acral é um grande desafio cirúrgi- curativos são realizados por enfermeiras
atrelada a um momento reflexivo... Ao co, já que o fechamento da ferida primária treinadas e que acompanham os pacien-
olharmos para trás podemos nos orgulhar é mais difícil nesta localização. Excisão de tes em domicilio. Esta conduta evita o en-
de vários feitos, mas é o olhar para frente melanoma no dorso do pé é geralmente xerto com pele pigmentada, possibilitan-
que nos instiga e nos desafia. Que 2014 reconstruída com retalhos de pele. No do o reconhecimento precoce da recidiva
seja um ano de grandes realizações para o melanoma lentiginoso acral com extensão local do melanoma. Evita as necroses de
GBM e para cada um de nós! menor, a reconstrução com sutura primá- retalhos extensos, diminuindo a área de
ria é satisfatória. Ressecção adequada do cicatrização. Nos pacientes com diabetes,
melanoma da região palmar ou plantar vasculopatias periféricas ou uso de corti-
Fique Sócio do GBM geralmente produz defeitos que não po- coides, recomendamos a terapia hiper-
Receba materiais de atualização científica, dem ser fechados com sutura primária. bárica, 10 a 20 sessões, que acelera em
e-alerts sobre cursos e links, e descontos Quando ocorre em local que não suporta muito a cicatrização. Importante ressaltar
em eventos, por R$ 150,00/ano. peso, como o arco plantar, o enxerto de que a terapia hiperbárica, pelo risco de
WWW.GBM.ORG.BR pele quase sempre fornece uma cobertura estimulação do crescimento tumoral,

VEJA NESTA EDIÇÃO ■ LIFONODO SENTINELA: QUAL SEU PAPEL? ■ NOVOS BIOMARCADORES
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Revisão

deve ser somente recomendada nos casos contra-se encostada ao periósteo. Para os Results of a multi-institutional randomizes
acima e principalmente nos melanomas casos de melanoma subungueal in situ, surgical trial. Ann Surg sep; 218(3):262-7;1993.
de baixo risco. Em melanomas profundos, alguns autores recomendam ressecções • ZITELLI JA, BROWN CD, HANUSA BH: Surgical
ulcerados e previamente manipulados de amplas da lesão com preservação da margins for excision of primary cutaneous
melanoma. J Am Acad Dermatol; 37:422-429;
forma inadequada, a terapia hiperbárica falange. Casos avançados, com envolvi- 1997.
não é recomendada. mento ósseo e das articulações, não de- • BALCH CM; MURAD TM; SOONG SJ; INGALLS
O tratamento a ser realizado deve ser vem ser submetidos à cirurgia funcional e AL; RICHARDS PC; MADDOX WA. Tumor thick-
baseado em aspectos como: margens de a amputação é mandatória. Pacientes com ness as a guide to surgical management of
ressecção com critérios oncológicos, infor- melanoma subungueal atendidos no Me- clinical stage I melanoma patients. Cancer;
mações da patologia, comprometimento morial Sloan-Kettering Cancer Center apre- 43: 883-8; 1979.
funcional e estético e conduta baseada sentaram diagnóstico tardio e melanomas • HEATON KM; SUSMANN JJ; GERSHENWALD JE;
em evidências. invasivos. O subtratamento da doença ini- LEE JE; REINTGEN DS; MANSFIELD PF; ROSS
MI. Surgical Margins and prognostic factors in
Melanoma Subungueal – Hutchinson, em cial está associada a recorrência local.
patients with thick (>4 mm) primary
1886, foi o primeiro a descrever o mela- Como qualquer outra excisão para o me- melanoma. Ann Surg Oncol; 5(4):322-8; 1998.
noma subungueal. Propagando a abor- lanoma, os princípios oncológicos devem • WAGNER JD, GORDON MS, CHUANGT,
dagem radical com amputação. A cirurgia ser balanceados com o resultado funcio- COLEMAN SS. Current terapy of cutaneous
radical foi aplicada desde então. A ampu- nal e morbidade, considerando melano- melanoma. Plast Reconstr Surg; 105:1744-99;
tação era recomendada ao nível do meta- mas lentiginosos acrais e subungueais. 2000.
carpo / metatarso ou metatarso-falange- Nos melanomas subungueais, distais e do • BALCH CM, HOUGHTON AN, SOBER AJ,
ana. Evoluindo para abordagem com hálux a amputação da falange distal é SOONG S. Cutaneous Melanoma, 4 th ed St.
amputação moderada, até que a ampu- necessária, com mínima morbidade e dis- Louis, Missouri: Quality Medical Publishing,
Inc, 2003
tação da falange distal fosse recomenda- função. Entretanto, para os melanomas
• HUTCHINSON J. Melanosis often not black:
da. Mais de ¾ dos melanomas subun- palmar e plantar, a amputação pode ser
melanotic whitlow. Br Med J; 1:491, 1886.
gueais localizam-se no hálux ou polegar. evitada, mantendo os princípios oncológi-
• TSENG JF, TANABE KK, GADD MA. Surgical
Melanoma nestes locais ou no leito cos. Não existem estudos prospectivos management of primary cutaneous
ungueal deve ser tratado com amputação, randomizados para definir margens. melanomas of the hands and feet. Ann Surg
preservando o máximo de dedo quanto Dados atuais são de estudos retrospec- ;225:544–50, 1997.
possível, já que amputações mais proxi- tivos, série de casos, com nível de evidên- • BROCHEZ L, VERHAEGHE E, SALES F, et al.
mais não estão associadas com aumento cia IV e grau de recomendação D. Mela- Current guidelines in melanoma treatment:
na sobrevida. O dedo da mão é preferen- noma lentiginoso acral e subungueal Melanoma Working Group of Gent and
cialmente amputado na altura da articu- devem ser tratados com margens seguras, Bordet. Dermatology; 200:160–6, 2000.
lação interfalangeana distal. Para os mela- incluindo a amputação parcial do dedo, • MOEHRLE M, METZGER S, SCHIPPERT W,
GARGE C, RASSNER G, BREUNINGER H.
nomas dos dedos dos pés, é recomendada usualmente incorporando a articulação “Funcional” surgery in subungueal
a realização da amputação de todo o dedo proximal. Estudos prospectivos são neces- melanoma. Dermatol Surg; 29: 366-74, 2003
ao nível da articulação metatarso-falan- sários para definir uma conduta baseada • COHEN T, BUSAM KJ, PATEL A, BRADY MS.
geana, enquanto no hálux será realizada em evidências. Subungual melanoma: management
proximal à sua articulação interfalageana, considerations. Am J Surg; 195(2):244-8, 2008
evitando assim dificuldade para a deam- Referências bibliográficas
• PATRICK A. OTT, MD, PHDA, RUSSELL S.
bulação. A reconstrução é realizada com • HSUEH EC, LUCCI A, QI K, MORTON DL. BERMAN. Surgical Approach to Primary
Survival of patients with melanoma of the Cutaneous Melanoma. Surg Oncol Clin N Am;
retalhos da face palmar ou plantar do
lower extremity decreases with distance from 20:39-56; 2011
dedo com sutura primária. Mesmo para os the trunck. Cancer; 85: 383-8. 1999.
casos de melanoma in situ, o tratamento • HUILGOL SC, SELVA D, CHEN C, HILL DC,
• BALCH CM; URIST MM; KARAKOUSIS CP; JAMES CL, GRAMP A et al. Surgical margins
recomendado é a amputação da falange, SMITH TJ; TEMPLE WJ; DRZEWIECL K; JEWELL for lentigo maligna and lentigo maligna
conduta justificada pela impossibilidade WR; BARTOLUCCI AA; MIHM MC JR; BARNHILL melanoma: the technique of mapped serial
de demarcação de margens cirúrgicas e cols. Eficacy of 2-cm surgical margins for excision. Arch Dermatol; 140(9):1087–1092;
oncológicas, já que a matriz ungueal en- intermediate-thickness melanoma (1 to 4 mm). 2004.

1) Melanoma acral região plantar. 2) Tecido de granulação (30 dias após a cirurgia). 3) Cicatrização completa (60 dias após a cirurgia)

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Debates Críticos

Linfonodo sentinela:
qual seu verdadeiro papel?
Francisco Belfort
Cirurgião Oncologista do Hospital Sírio Libanês (SP)
A metodologia da pesquisa do linfonodo drogas alvo e imunomoduladores que Ulceração
sentinela, descrita em 1992 por Morton pa- entraram no mercado a partir de 2011, - Índice Mitótico (IM) maior que 1/mm2
ra melanoma, causou transformação abso- vemos uma luz no sentido de podermos - Obs.1: IM diferente de 0 e menor que
lutamente fantástica no que diz respeito oferecer algo a mais que o tratamento ci- 1, deve ser considerado 1/mm2
ao tratamento de portadores de melano- rúrgico, uma vez que sabemos que embo- - Obs.2: Individualizar em casos de
ma em estádio clínico inicial. ra todos pacientes com LNS positivo sejam invasão linfo vascular; IM ≠ zero; idade
No decorrer desses 21 anos de sua intro- considerados EC III, pela atual classificação ≤ 45 anos; recidiva local; metástase
dução, muito se discutiu sobre seu papel, da AJCC, muita diferença existe, depen- cutânea única e tardia ( > 1 ano);
havendo uma maioria de profissionais que dente não só do volume tumoral encon- MelTUMP = tumores melanocíticos
veem essa técnica como progresso mas há trado no LN, como também dos inúmeros de potencial maligno incerto; margem
uma pequena parcela de estudiosos do fatores prognósticos da lesão primária e profunda comprometida.
melanoma contrários à mesma. também do próprio paciente. Em um resumo do que seria o verdadeiro
Como toda técnica ou tática em medicina, Pontos controversos existem, por se tratar papel da avaliação do linfonodo sentinela,
a efetiva realização de uma pesquisa de de um procedimento invasivo, com mor- podemos dizer que ela permite:
linfonodo sentinela adequada, depende bidade pequena, porém presente, custo • Identificar doença regional microscópica
de uma indicação bem estudada e a rea- financeiro significativo, possibilidade de ta- e proporcionar linfadenectomia
lização por equipe multidisciplinar bem tuagem cutânea, particularmente na lo- terapêutica precoce, levando ao controle
treinada de membros da medicina nucle- calização de cabeça e pescoço, e a possibi- duradouro da cadeia linfonodal tratada,
ar, cirurgia/anestesia e anatomia patológi- lidade de reação alérgica ao corante vital, com possível benefício em sobrevida;
ca. Nesses 21 anos todas essas áreas evo- descrita em cerca de 1-2% dos casos.
• Fornece informação prognóstica crítica
luiram muito, havendo hoje carreadores e O consenso do Grupo Brasileiro de Mela-
para eventual terapia adjuvante, bem
marcadores bastante objetivos, máquinas noma para pesquisa do LNS, apresentado
como estratifica critérios para estudos
como o PET-scan, que permitem identifi- em agosto último, durante a 10a Conferen-
clínicos, individualizando pacientes que
cação do LNS com enorme precisão, em cia Brasileira sobre Melanoma, ficou com a
poderiam ser realmente beneficiados;
particular na área de cabeça e pescoço; no seguinte proposta:
que diz respeito à técnica cirúrgica, as lin- • A cuidadosa análise anatomopatológica
fadenectomias complementares que se
Indicações permite que pacientes com LNS negativos
seguem ao linfonodo sentinela positivo • Melanoma primário com espessura fiquem livres de eventuais toxicidades
podem ser efetuadas de maneira menos maior ou igual a 1,0 mm medicamentosas, enquanto que aqueles
radical, com ganho significativo na quali- • Melanoma primário com espessura com LNS positivos sejam encaminhados
dade de sobrevida para os pacientes, com entre 0,75 e 1,0 mm, associado a: para tratamentos adjuvantes.
morbidade desprezível, inclusive permi-
tindo técnicas como videoscopia; no que
se refere à anatomia patológica, a pa-
dronização dos cortes seriados, a evolução
dos marcadores e a procura da melhor
Novos biomarcadores
definição de qual seria o volume tumoral As altas taxas de mortalidade do mela- significativas para rs7538876 (RCC2)
mínimo têm sido constantes, levando noma induzem a disponibilidade de com RFS (HR= 1.48, 95% CI=1.20-1.83,
inclusive à discussão sobre a possibilidade novos biomarcadores que tenham uma p=0.0005) e rs9960018 (DLGAP1) com
de que o encontro de volumes tumorais capacidade mais personalizada para pre- RFS e OS (HR= 1.43, 95% CI=1.07-1.91,
submicroscópicos poderiam ser considera- ver seus resultados clínicos. Variações ger- p=0.01, HR=1.52, 95% CI=1.09-2.12,
dos como pacientes com sentinela negati- minativas são candidatas promissoras p=0.01, respectivamente) utilizando mo-
vo e que, portanto, não seriam submeti- para esta finalidade. MÉTODOS: Foi exa- delos multivariados de Cox PH. CONCLU-
dos à linfadenectomia complementar. minado o efeito de 108 melanomas com SÕES: Foram identificadas associações
Não cabe entrarmos em detalhes em um suscetibilidade a polimorfismos de nu- entre as variações de risco de melanoma
boletim sobre essa discussão entre duas cleotídeo único (SNPs), associados em re- e resultados de melanoma. As associa-
escolas renomadas. Para nosso dia a dia, cente GWAS com melanoma e fenótipos ções significativas observadas para
julgamos prudente ainda definir que todo relacionados ao melanoma, na sobrevi- rs7538876 e rs9960018 sugerem uma
sentinela considerado como positivo, da livre de recidiva (RFS) e sobrevida glo- implicação biológica destas progressões
independente do volume tumoral, deverá bal (OS), em 891 pacientes com melano- de melanoma loci. Os padrões preditivos
ser indicativo de linfadenectomia comple- ma, prospectivamente agrupados. Mo- observados de variações associadas com
mentar, exceto situações individualizadas delos de riscos proporcionais Cox (Cox PH) end-points clínicos sugerem, pela primei-
e prudentemente analisadas. foram utilizados para testar as associa- ra vez, a possibilidade de utilização de
Uma agradável sensação para todos que ções entre 108 riscos de melanoma marcadores de risco genético no prog-
defenderam a pesquisa do LNS desde o SNPs, RFS e OS ajustados pela idade no nóstico do melanoma.
início é que uma das principais razões para momento do diagnóstico, sexo, estágio RENDLEMAN J, et al. Melanoma Risk Loci
a proposição da técnica era que conse- do tumor, subtipo histológico e outras as Determinants of Melanoma Recurrence
guiríamos separar diferentes situações de características do tumor primário. RESUL- and Survival. J Transl Med. 2013 Nov 4;
pacientes em EC III. Com o advento das TADOS: Foram identificadas associações 11(1): 279. [Epub ahead of print]

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Presidente Ombudsman

Por dentro do GBM Gilles Landman


A exemplo de outros paí-
Alberto Wainstein ses, há uma preocupação
nacional com a preven-
O melanoma tem apre- para ganhar visibilidade e reconhecimen- ção dos melanomas e a
sentado um singular e to. Contamos com a participação e contri- excessiva exposição solar.
contínuo aumento de buição de vocês de todo o Brasil. Entretanto, como já am-
incidência e mortalidade ■ Disponibilização de edital para realiza- plamente divulgado na
nas últimas décadas. Es- ção de cursos itinerantes por todo o Brasil, imprensa, nossa popula-
te fato sem precedente, visando democratizar as informações e tor- ção miscigenada tem fortes traços étnicos
e não acompanhado por nar o GBM mais nacionalizado. Neste mode- africanos e asiáticos. Esta mistura saudável
outros tumores, foi ele- lo, as cidades ou regiões com demandas traz consigo, em locais com menos pene-
gantemente confirmado em trabalho do relacionadas ao Melanoma vão ter apoio tração do fenótipo caucasiano, um au-
grupo de Harvard, publicado na edição de logístico e financeiro do GBM para organi- mento relativo dos melanomas acrais,
novembro do Journal of Clinical Oncology. zar cursos e eventos. O objetivo é dissemi- muito bem demonstrado pelo artigo do
(jco.ascopubs.org/content/early/2013/ nar o conhecimento e aperfeiçoar a aten- Dr. Miguel Brandão nesta edição. Na Bahia,
09/16/JCO.2012.47.3728.abstract). Isso traz ção ao melanoma, fomentando grupos e 18% dos melanomas são acrais-lentigi-
grande atenção para o melanoma e, con- competências locais. O principal passo vai nosos, em alguns serviços, como na
sequentemente, ao GBM. Neste sentido, ser a manifestação do interesse local. UNIFESP, esta frequência chega a mais de
estamos lançando projetos e ações para 25%. Afinal, se o INCA prediz cerca de 6000
■ Reformulação da distribuição e disponi-
cada vez mais o GBM liderar e disseminar melanomas ao ano, porção expressiva
bilização do Boletim do GBM, incluindo on
a pesquisa e atenção ao melanoma, entre destes seriam acrais. Esta porcentagem
line e mídias sociais. Este é hoje, possivel-
eles destacamos: expressiva deveria não só exigir um exame
mente, o maior informativo de distribui-
■ Elaboração, revisão e disponibilização ção aberta sobre melanoma do mundo, clínico adequado, mas também, uma polí-
em breve de consensos oficiais do GBM com tiragem de 11.000 exemplares. tica de esclarecimento da população em
para a prevenção, diagnóstico, acompa- Todas estas e outras atividades em curso campanha preventiva.
nhamento, adjuvância, tratamentos cirúr- pela nossa diretoria visam agregar valor e Recentemente o grupo diretivo do GBM
gicos, tratamentos oncológicos e outros. tornar o GBM mais atrativo para os sócios. reuniu-se para traçar estratégias de desen-
Sempre contemplando as várias expressões Queremos também motivar os não sócios volvimento nas áreas mais relevantes de
do tratamento multidisciplinar do GBM. a ingressarem no GBM. E, principalmente, sua atuação, indicando lideranças para in-
■ Finalização e publicação científica da ter o GBM como referência no Brasil em centivar a captação de novos sócios, a
casuística do GBM. Isso representaria a pri- todos os assuntos relacionados ao Mela- realização de cursos itinerantes, a interfa-
meira publicação nacional sobre o tema. noma para médicos, profissionais de saú- ce com os protocolos de pesquisa, entre
Nossa casuística precisa se tornar pública de, leigos e órgãos governamentais. outros. Este é um caminho que permitirá a
adoção de uma profissionalização na
administração do GBM, muito oportuna,
considerando a penetração e o reconheci-
DIRETORIA 2013-2015 EXPEDIENTE mento que tem recebido nos vários seg-
Presidente: Alberto Wainstein Publicação trimestral do Grupo mentos da sociedade. É um longo cami-
1º Vice Presidente: Flávio Cavarsan Brasileiro Multidisciplinar e nho, mas com perserverança, trará frutos
2º Vice Presidente: Flávia Bittencourt Multicêntrico para Estudo de de médio e longo prazo.
Secretário Geral: Elimar Gomes Melanoma – GBM
1º Secretário: Renato Bakos Tiragem: 11.000 exemplares
Tesoureira: Bianca Soares de Sá Jornalistas Responsáveis: Maria Lúcia Mota.
1º Tesoureiro: Miguel Brandão
Diretor Informática: João Duprat Neto
Editor do Boletim: Mauro Y. Enokihara
Mtb: 15.992 e Adriana Mello
Secretaria Executiva: R. Joaquim Nabuco,
47, s.103, 04621-000, São Paulo, SP
Participe
Assuntos Internacionais: Francisco Belfort
Diretor Científico: Rafael Schmerling
tel (11) 5542.8216 e fax (11) 5543.1141
gbm@gbm.org.br – www.gbm.org.br
do Boletim
Ombudsman: Gilles Landman Edição: Informedical Publicações Médicas BOLETIM@GBM.ORG.BR

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