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06/05/2020 IBDFAM: A obrigatoriedade dos alimentos em meio ao caos da COVID-19

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A obrigatoriedade dos alimentos em meio ao caos da COVID-19

Autor: Thays de Morais Rêgo Zaidan e Rosana Löwenstein Feitosa de Almeida

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Data de publicação: 27/04/2020


33/A+obrigatoriedade+dos+alimentos+em+meio+ao+caos+da+COVID-
19)

A obrigatoriedade dos alimentos em meio ao caos da COVID-19

Thays de Morais Rêgo Zaidan e Rosana Löwenstein Feitosa de Almeida

Não restam dúvidas de que a pandemia vivenciada por nós nos dias atuais trouxe inúmeras incertezas em
todos os âmbitos da vida, mas uma questão incontestável é a OBRIGATORIEDADE da prestação alimentar.

SIM, os alimentos são obrigatórios!

Até hoje, não foi exarada nenhuma norma, nem há nenhum projeto de lei que desobrigue o alimentante da
dívida, ou mesmo que determine a diminuição do seu valor. Em época de pandemia, as necessidades de
quem é bene ciário dos alimentos (o alimentado) não somem ou mesmo se suspendem! Elas continuam a
existir e são PRIORIDADE!

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Inclusive, nesse período de quarentena, algumas das despesas do alimentado podem estar sendo mais
custosas, pois, por estar mais em casa, gastos como alimentação e energia, por exemplo, são
naturalmente majorados. Frisem-se ainda os casos em que, por ter sido determinada a suspensão do
regime de visitação, houve aumento relevante das despesas suportadas pelo genitor que detém a guarda
física do menor.

Apesar das inúmeras situações de desemprego, suspensão dos contratos de trabalho e suspensão das
atividades, vivenciadas atualmente, não se pode defender a suspensão ou exclusão do pagamento dos
alimentos em razão dessas causas. Não há entendimento jurídico relevante no sentido de que o
desemprego, por si só, seja justi cativa de desoneração dos alimentos. Nesse ponto, destaque-se o
entendimento já consolidado pelo STJ de que “a ocorrência de desemprego do alimentante não é motivo
su ciente, por si, para justi car o inadimplemento da obrigação alimentar, devendo tal circunstância ser
examinada em ação revisional ou exoneratória de alimentos” (HC 465.321/SP, Rel. Ministro MOURA
RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, DJe 18/10/2018).

Em tempo, destaque-se ainda a cautela que se deve ter com os casos de pensão alimentícia xadas em
um percentual sobre o salário do alimentante, com desconto em folha. Nesses casos, o percentual xado
vai incidir sobre a nova base de cálculo, que será o total de recebimentos do alimentante, o qual pode ser
menor do que antes da pandemia.

Para resolução do impasse, necessidade e possibilidade, faz-se necessário considerar o momento atual
vivenciado pela sociedade e o seu impacto econômico e psicológico em toda a sociedade. O bom senso e
o equilíbrio devem ser instrumentos na resolução de qualquer con ito existente sobre a questão da
pensão alimentícia, inclusive pela sobrecarga de processos que já tramitam no Judiciário, o qual também
vem sendo afetado pelos efeitos desta pandemia, com a suspensão dos prazos processuais até pelo
menos o dia 30 de abril deste ano.

Mormente no momento atual, não se erra ao a rmar que se deve priorizar as tentativas de resoluções
extrajudiciais, já que, um consenso entre as partes tende a ser muito menos dramático e custoso, mais
rápido, e, por tudo isso, mais e ciente para todos os envolvidos, principalmente para o alimentado,
principal sujeito da relação.

Em havendo con ito alimentar, pode-se pensar, por exemplo, em um acordo escrito, rmado entre os
interessados, válido APENAS durante o período da pandemia, para reformular, de alguma forma, a pensão
alimentícia outrora estabelecida, com prestações in natura, talvez. Também, pode-se cogitar, em caráter
excepcional (pela pandemia), em um direcionamento de alguma reserva nanceira do alimentante em
benefício do alimentado. Ou ainda, na possibilidade de haver um auxílio eventual de familiares que
possuem renda xa, em favor do alimentado, no caso da impossibilidade de o alimentante primário
cumprir a sua obrigação. Os avós, por exemplo.

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Isso, claro, deve ser veri cado de acordo com CADA caso especi camente.

O que é importante de ser analisado é que um con ito não precisa ser um confronto. As partes envolvidas,
se bem orientadas e acompanhadas por pro ssionais quali cados, podem SIM encontrar melhores
acordos, mesmo que inicialmente não haja um consenso entre elas.

Mas se impossível a resolução extrajudicial do con ito alimentar, decorrente do descumprimento, por
qualquer modo, da obrigação, o ordenamento jurídico prevê algumas alternativas, como, por exemplo, o
ajuizamento da ação revisional de alimentos ou da ação executória, seja pelo rito prisional ou pelo rito
expropriatório. Pode-se ainda pensar em ser apresentado pedido de constrição patrimonial do alimentante
ou mesmo, em alguns casos, quando da impossibilidade de os pais disporem de meios para promover as
necessidades básicas dos lhos, o ajuizamento de ação para obtenção de alimentos avoengos, prestados
pelos avós do menor (REsp 1415753/MS, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA
TURMA, DJe 27/11/2015).

Em suma, de uma forma ou de outra, por meio consensual ou litigioso, o que não se discute é a
manutenção da obrigatoriedade da prestação alimentar, mesmo em época de pandemia.

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