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SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO ECUCACIONAL
Av. Água Verde, 2140 - CEP 80240 - 900 - Curitiba - Paraná
RESUMO
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1.Mestra em Ciências da Educação. Universidade Técnica de Lisboa. Professora da Rede
Estadual do Paraná. E-mail: rotasca@gmail.com
2. Professor Doutor da Universidade Federal do Paraná. E-mail:sergioabrahao@ufpr.br
1. INTRODUÇÃO
O estilo de vida atual faz com que sejam usadas cada vez menos as
potencialidades corporais, resultado do desenvolvimento e utilização das
tecnologias na vida cotidiana. Essas mudanças comportamentais, facilmente
observáveis, são apontadas como a principal causa das doenças crônico-
degenerativas, pois muitos sintomas dessas doenças são uma consequência de
estilos de vida inadequados.
É consensual entre a comunidade científica que a prática de atividade
física (AF) regular aliada a uma alimentação saudável, exerce um papel
fundamental para a manutenção e elevação dos parâmetros de saúde, quer em
nível de prevenção quer em nível de tratamento de inúmeras patologias.
Não se admira, por conseguinte, que a promoção de estilos de vida ativos
e saudáveis seja, atualmente, tema de reflexão social e educacional. Nesta
perspectiva, passou a ser entendida como um fator relevante que contribui no
sentido de prevenir, educar e informar nas decisões concernentes aos cuidados
com os hábitos promotores da saúde.
A literatura tem evidenciado que a escola e a disciplina de Educação Física
(EF) podem desempenhar um papel fundamental na prevenção e promoção da
saúde, sendo salientado o seu valor para o desenvolvimento de estilos de vida
ativos e saudáveis ao longo da vida.
Dentro desta perspectiva, buscou-se por meio do projeto de intervenção,
verificar a opinião dos educandos do ensino médio, da educação de jovens e
adultos, sobre a contribuição da disciplina de EF na promoção da saúde, bem
como, aplicar aulas de prevenção e promoção da saúde com a intenção de
propiciar estratégias dinâmicas para despertar nesses educandos a motivação no
âmbito da mudança ou da manutenção da saúde e sua longevidade.
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1.Mestra em Ciências da Educação. Universidade Técnica de Lisboa. Professora da Rede
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2. REVISÃO DE LITERATURA
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significados que exigem dos professores (re)invenções dos conteúdos
curriculares, a partir de abordagens que contemplem a diversidade.
Oliveira (2009) acredita que o aluno adulto da EJA, independente da sua
condição de trabalhador, tem o direito e a capacidade de aprender e vivenciar os
conteúdos ensinados pela EF.
Para Soler (2003) as aulas de EF na EJA devem proporcionar momentos
de descontração e aprendizagem, despertando o interesse pela atividade física,
demostrando que se pode ter uma vida saudável e ativa a partir das práticas
corporais. Além disso, de acordo com Darido (2003, 2004), pode ir ao encontro
de uma abordagem de saúde, buscando se inteirar sobre o que o educando já
conhece sobre o assunto, estimulando à adoção de hábitos saudáveis e criando
condições e atividades diferenciadas que visam o desenvolvimento humano,
mostrando a relevância da prática regular da atividade física para a conquista da
qualidade de vida e dando aporte para que o educando a realize com prazer,
preparando-o para utilizar os conhecimentos adquiridos dentro e fora do contexto
escolar.
Destacam Francalacci e Nahas (1995) e Nahas (2006) que o professor de
EF é um promotor da saúde na escola, e possui a responsabilidade de
conscientizar os alunos da importância de ter um estilo de vida ativo, informando
os alunos sobre os mais variados fatores interventores da sua saúde, para levá-
los a adotar atitudes mais positivas em relação à AF.
Machado e Loureiro (2009) comentam em sua pesquisa que a importância
da EF na educação de jovens e adultos (EJA), para a conscientização da relação
atividade física e saúde, e de como as práticas corporais podem melhorar a
qualidade de vida dos alunos. O professor neste processo tem um papel
fundamental, pois ele será o responsável por quebrar o estereotipo de que, a EF é
só correr atrás de uma bola e cansar. A EF vai muito além do correr atrás da bola,
a partir dela podemos mudar hábitos de vida, para assim vivermos mais e melhor.
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2.2. Estilo de Vida e Promoção da Saúde
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A relação direta entre a EF e a proposta da disciplina, sua função social e a
promoção da qualidade de vida tem sido tema de vários estudos e pesquisas na
área, como se identifica no texto de Bracht (1999) apud Miranda et al (2009), que
considera os avanços do conhecimento acerca das repercussões da AF sobre a
saúde dos indivíduos e as novas condições urbanas de vida que levam ao
sedentarismo, essa proposta revitaliza a ideia de que a principal tarefa da EF é a
educação para a saúde ou, em termos mais genéricos, a promoção da saúde
considerando os avanços do biológico.
Diante do exposto, vemos a importância das aulas de EF no processo do
pleno desenvolvimento humano, mediante informações associadas à prática da
AF direcionada à melhoria e à manutenção das condições de saúde. (DARIDO,
2004).
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
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Quadro 2 - Você considera a disciplina importante para a sua formação.
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O gráfico 3 apresenta a opinião dos educandos sobre a aula propriamente
dita. Nesse aspecto, 68% a consideraram boa. Nascimento (2013) em seu estudo
denominado -‘Educação Física ou rola bola’-, concluiu que muitos alunos
consideram a aula boa, porém todos citam que elas poderiam ser melhores caso
houvesse uma quadra, materiais adequados e a boa vontade do professor. Nesse
caso, fica evidenciada a importância do trabalho do professor que é percebido
pelo aluno.
Já 32% dos educandos consideram muito boa. Oliveira (2011) em estudo
realizado em uma escola pública e outra particular constatou que em ambas as
instituições de ensino os alunos gostam muito das aulas de EF, justificando que a
consideram assim por ser uma aula onde relaxam, mas também aprendem e
desenvolvem atividades que fazem bem para a saúde física e mental. A opção
regular não foi marcada por nenhum educando.
RESPOSTAS PORCENTAGEM (% )
Teóricas 0
Teóricas e Práticas 95
Práticas 5
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Quadro 6 – Se a disciplina não fosse obrigatória você participaria das aulas.
RESPOSTAS PORCENTAGEM (% )
Sim 81
Não 19
O quadro 6 revela que 81% dos educandos participariam das aulas mesmo
que elas não fossem obrigatórias. Segundo Darido et al. (1999) o gosto pelas
aulas são baseados em suas experiências anteriores, sendo assim, se estas
foram marcadas por sucesso e prazer, terão uma opinião favorável quanto a
frequentar as aulas, mas se forem marcadas por situações de insucesso, ou de
exclusão, sua opção será pela não frequência, com o discurso pautado em não
gostar da disciplina. 19% não fariam as aulas se pudessem escolher. Esta
situação é ressaltada por Ilha et al. (2006) que afirmam que, nos últimos anos, a
EF vem apresentando dificuldades em cativar os alunos para participarem das
aulas. Para Miranda (2008) o aprender se torna mais interessante quando o aluno
se sente competente pelas atitudes e métodos de motivação em sala de aula e
para que isto possa ser bem desenvolvido, o professor deve despertar a
curiosidade dos alunos, acompanhando suas ações no desenrolar das atividades.
De um modo geral observou-se com a análise das respostas do
questionário, que os educandos em sua maioria estão cientes da importância da
disciplina para a aquisição de hábitos ativos e saudáveis e para uma vida com
mais qualidade.
Após a aplicação do questionário, iniciou-se a primeira Unidade Didática -
Estilo de vida e saúde. Nesta Unidade, os significados de temas como: saúde,
qualidade e estilo de vida, sustentabilidade e os determinantes sociais da saúde
foram apresentados, analisados e discutidos com os educandos, por meio de
apresentação de textos e vídeos.
Ao abordar essas temáticas em sala de aula, foi observado peculiaridades
entre as diferentes faixas etárias dos educandos. Enquanto para os adultos o
tema trouxe informações relevantes e o comprometimento em adotar
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comportamentos e estilos de vida preventivos e saudáveis, notou-se que para os
mais jovens o assunto esclarece algumas dúvidas, mas, como afirmam Tavares e
Nunes (2007), mesmo as pessoas tendo esclarecimento de que a saúde é
influenciada pela forma como se vive, nem sempre se verifica a adoção de
comportamentos saudáveis. Confirmam meu achado, Pires e Mussi (2008), que
em seus estudos observaram que para os adolescentes, os cuidados de saúde
não são considerados na medida de sua importância, pois ainda são pouco
acometidos por problemas nesta área; já para os adultos, a saúde torna-se mais
saliente, já que começam a lidar com questões relacionadas a ela.
De acordo com Stroebe e Stroebe (1995) existem duas formas de mudar o
comportamento das pessoas em relação à promoção de saúde. Pela persuasão
através da educação, buscando influenciar crenças e comportamentos individuais,
ou pela modificação de incentivos relevantes, como os econômicos ou legais.
Desta forma, foi por meio do projeto, ou seja, pelas aulas que se procurou
explicar e orientar os educandos para a aquisição de medidas preventivas nas
questões de saúde. Sendo assim, pode-se dizer que as reflexões ao final da
Unidade mostrou que os objetivos foram atingidos, pois os educandos
conseguiram compreender que a saúde é resultado de diversas interações
sociais, políticas, econômicas e ambientais e que influenciam decisivamente nas
condições de saúde e na vida das pessoas.
Da análise da Unidade 2 - A nutrição como hábito promotor da saúde -,
pode-se averiguar no decorrer das atividades que a formação dos hábitos
alimentares é fortemente influenciada pela família, e que os fatores sociais,
culturais e afetivos também estão presentes nas escolhas e hábitos dos
educandos. O objetivo da Unidade foi mostrar a relevância da disciplina em
auxiliar o educando a construir um conhecimento crítico que estimule e garanta a
busca por uma dieta adequada, que ajude a prevenir doenças e a consumir
alimentos mais saudáveis em seu cotidiano.
De acordo com Rodrigues e Roncada (2008), a educação alimentar é um
dos caminhos existentes para a promoção da saúde, que leva a população a
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refletir seu comportamento alimentar e, a partir disto, se conscientizar sobre a
importância de uma alimentação adequada para a saúde.
Pesquisas demonstram que possuir conhecimento nutricional predispõe as
melhores escolhas alimentares, mas não quer dizer que o consumo alimentar
será sempre influenciado por esse conhecimento. (GARCIA-ARNIZ, 1994 apud
POULAIN; PROENÇA; GARCIA, 2005).
Compreende-se que a informação e o conhecimento não sejam sozinhos
um transformador, mas a construção do conhecimento proporcionada com esta
Unidade Didática produziu efeitos positivos e foi um passo inicial de possível
mudança nos hábitos alimentares dos educandos. De acordo com os PCNs
(1999), a contextualização desses conteúdos favorece ao aluno a adoção de um
estilo de vida provavelmente por toda a sua vida, e a escola é um dos espaços
onde a conscientização para essas questões será aflorada, devendo ser também
uma preocupação do professor ao planejar suas atividades.
Dessa forma, concluiu-se que a educação alimentar produziu de imediato
para alguns educandos, efeitos positivos na adoção de hábitos alimentares
saudáveis, para outros, espera-se que as informações dadas possam ser
introduzidas na vida alimentar futura.
Com relação à Unidade 3 – Atividade Física como hábito salutar -, cujo
objetivo foi conscientizar os educandos sobre os benefícios da prática regular de
atividades físicas, verificou-se que apesar de entenderem a importância da
atividade física, esta não é uma prática do seu cotidiano. Porém, ao apresentar
dados estatísticos sobre a relação atividade física e doenças crônico
degenerativas, e a clara evidência da prevalência do excesso de peso e da
obesidade, observou-se que as informações e orientações realizadas
contribuíram de forma significativa para o repensar das atitudes dos educandos.
A atividade física é essencial para a manutenção e melhoria da saúde e na
prevenção de enfermidades, para todas as pessoas em qualquer idade, pois
contribui para a longevidade e melhora da qualidade de vida. (PIZARRO, 2011).
Marques (2015) complementa citando outros benefícios que a atividade
física traz à vida cotidiana dos jovens como: favorecer descobertas e discussões
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sobre o mundo em que vivem; propiciar situações vivenciais que favoreçam a
socialização; oferecer subsídios para que possam compreender o seu corpo e
seus limites, melhorar a autoestima a autoconfiança e a expressividade, diminuir
as condições para o desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas
provocadas pelo estilo de vida sedentário, que têm influência direta na qualidade
de vida.
Darido (2004) entre outros autores lembra que os professores devem atuar
conscientemente por meio de discussões nas aulas de EF, levantando assuntos
sobre saúde e bem-estar, mostrando aos educandos a importância da prática
regular de atividade física para a conquista da qualidade de vida e preparando-os
para utilizar seus conhecimentos dentro e fora da escola.
Segundo Nahas (2006), uma das responsabilidades fundamentais dos
profissionais da EF, deve ser informar as pessoas sobre a associação entre
atividade física e saúde, os princípios para uma alimentação saudável, as formas
de prevenção de doenças cardiovasculares ou o papel das atividades físicas no
controle do estresse.
Resende, et al. (1997) ressalta que é função da escola garantir a
transmissão, sistematização e assimilação de conhecimentos/habilidades. Nesse
sentido, esta Unidade procurou intervir de forma assertiva na construção de plano
de atividades físicas que conduzam os educandos a um estilo de vida ativo e
duradouro.
Na Unidade 4 - Comportamentos Preventivos -, o objetivo foi fornecer um
conjunto de atividades capaz de alertar e orientar para a prevenção da saúde.
Foram desenvolvidos conteúdos que abordaram temas como: alcoolismo,
tabagismo, drogas, uso do preservativo, proteção solar e a importância do uso do
cinto de segurança.
De acordo com Hamburg e Russel (1983) os padrões de comportamento
em longo prazo estão ligados ao nível de desenvolvimento do meio social em que
o indivíduo vive. Assim, nos países tecnicamente avançados, os padrões
comportamentais, tais como beber, fumar, comer em demasia, sedentarismo, têm
grande peso sobre os padrões de doença ali encontrados. Ainda segundo a OMS
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(2005), fatores de risco como obesidade, sedentarismo, tabagismo e alcoolismo
estão na base das principais doenças crônicas e explicam a grande maioria dos
óbitos causados por doenças crônicas em todas as idades, em ambos os sexos,
em todas as partes do mundo.
Ao término da Unidade, verificou-se que dentre os educandos participantes
deste projeto, não há consumo de fumo e drogas. Quanto ao consumo de bebidas
alcoólicas, não houve observações relevantes. Os cuidados com o uso de
preservativo, cinto de segurança e proteção solar, também não gerou nenhuma
observação significativa de nota. Mas, pode-se constatar que a informação é uma
importante ferramenta para orientar e incentivar a adoção de ações preventivas
na vida cotidiana.
No desenvolvimento da Unidade 5 – Relacionamento Social -, observou-se
que este tema provocou muitas reflexões e debates. Os educandos entenderam a
importância de se relacionar consigo e com os outros, embora, argumentaram
que na atualidade está cada vez mais difícil manter essa relação pela
disseminação das redes sociais, onde os relacionamentos virtuais estão
ocupando cada vez mais a vida das pessoas e causando o isolamento social.
Durante as aulas dessa Unidade, foi perguntado aos educandos quantos
acessam a Internet, e, 100% deles estão inseridos no mundo virtual para
pesquisas, jogos, informações e relacionamentos. Comentaram que às vezes
esquecem ou afastam-se do contato interpessoal. Esse dado confirma a influência
das redes sociais nos relacionamentos e vem de encontro com as pesquisas de
Santos, Cabestré e Moraes (2011), que diz que a efetivação de compromissos por
intermédio da comunicação face a face, fez da Internet um canal bastante
utilizado, otimizando os relacionamentos profissionais e pessoais.
Nesse sentido, segundo Castells (1999), para milhões de usuários de
Internet as comunidades online se tornaram uma dimensão fundamental na vida
cotidiana que continua a crescer, e conforme Mizruchi (2006), as redes sociais
influenciam o comportamento tanto de indivíduos, quanto de grupos e a ação
humana é afetada pelas relações sociais em que os agentes estão imersos.
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Ao final da Unidade os educandos chegaram à conclusão que a forma de
ser e agir influencia diretamente nos relacionamentos, e para que sejam
harmônicos é preciso criar um ambiente de confiança que possibilite a troca
constante de feedbacks. Pode-se concluir que o objetivo foi alcançado.
Relativamente ao desenvolvimento das atividades da Unidade 6 –
Estresse, os educandos se surpreenderam com as informações, pois disseram
sempre utilizar a palavra, mas sem compreender seu real significado. Nesse
sentido, de acordo com Lipp et al. (2007), no Brasil as pessoas estão cada vez
mais estressadas, pois a grande maioria não possui conhecimento de como lidar
com suas fontes de tensão.
Pelas conversas com os educandos, observou-se que os agentes
estressores estão presentes e estão relacionados com a falta de emprego.
Segundo Grazziano (2008), as exigências da vida moderna e do mercado de
trabalho consomem energia física e mental das pessoas, e trazem consequências
negativas como, a instabilidade de emprego e a redução de ganhos e de
benefícios.
A maioria dos educandos disse ter voltado a estudar para ampliar as
chances de conseguir um emprego. Neste aspecto para Oliveira (1994), a escola
representa a possibilidade de melhorar de vida. Alguns educandos vislumbram a
continuidade dos estudos após o término do ensino médio e os demais procuram
no diploma a possibilidade de melhorar a sua situação no emprego.
Ao finalizar esta Unidade, percebeu-se a importância de trazer informações
aos educandos com o objetivo de promover as condições necessárias para que
os mesmos consigam identificar os sintomas e motivos estressores, e possam
intervir com ações preventivas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2. Professor Doutor da Universidade Federal do Paraná. E-mail:sergioabrahao@ufpr.br
BETTI, M. Educação física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.
KUNZ, E. Educação Física: ensino e mudanças. 3. ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2004.
WHO. A glossary of terms for community health care and services for older
persons. 2004. Disponível em:
<http://www.who.int/kobe_centre/ageing/ahp_vol5_glossary.pdf>. Acesso em: 28
abr. 2016.
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