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Advogada. Vice-Presidenta Nacional do IBDFAM. Presidenta da Comissão da Diversidade Sexual da OAB. Ex-
Desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Bacharel em Direito pela Universidade Federal
do Rio Grande do Sul. Mestre em Processo Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
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Advogado. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especialista em Direito de
Família e Sucessões pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
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Art. 4º Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo
se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
Parágrafo único. Se se tratar de alimentos provisórios pedidos pelo cônjuge, casado pelo regime da comunhão
universal de bens, o juiz determinará igualmente que seja entregue ao credor, mensalmente, parte da renda
líquida dos bens comuns, administrados pelo devedor.
ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS
frutos do patrimônio comum do casal a que a autora faz jus, enquanto aquele se encontra na posse exclusiva do
ex-marido, tem, na verdade, o condão de ressarci-la ou de compensá-la pelo prejuízo presumido consistente na
não imissão imediata nos bens afetos ao quinhão a que faz jus. Não há, assim, quando de seu reconhecimento,
qualquer exame sobre o binômio "necessidade-possibilidade", na medida em que esta verba não se destina, ao
menos imediatamente, à subsistência da autora, consistindo, na prática, numa antecipação da futura partilha;
IV - Levando-se em conta o caráter compensatório e/ou ressarcitório da verba correspondente à parte dos frutos
dos bens comuns, não se afigura possível que a respectiva execução se processe pelo meio coercitivo da prisão,
restrita, é certo, à hipótese de inadimplemento de verba alimentar, destinada, efetivamente, à subsistência do
alimentando; V - Recurso ordinário provido, concedendo-se, em definitivo, a ordem em favor do paciente. (STJ,
RHC 28.853-RS, 3ª T., Rel. Min. Massami Uyeda, p. 12/03/2012).
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DANTAS, Ana Florinda. Alimentos com efeitos reparatórios. In: ALBUQUERQUE, Fabíola Santos; EHRHARDT
JR., Marcos; OLIVEIRA, Catarina Almeida de (Coords.). Famílias no direito contemporâneo: estudos em
homenagem a Paulo Luiz Netto Lôbo. Salvador: JusPodivm, 2010, p. 448.
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FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil. 4. ed. Salvador: Juspodivm, 2012, v.
6, p. 791.
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MADALENO, Rolf. Direito de família em pauta. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004,p. 211.
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MADALENO, Rolf. Responsabilidade civil na conjugalidade e alimentos compensatórios. Revista Brasileira de
Direito das Famílias e Sucessões. Porto Alegre: Magister; Belo Horizonte: IBDFAM, 2007, v. 13, dez./jan. 2010,
p. 19.
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Ação de dissolução de união estável. Alimentos compensatórios. Parágrafo único do art. 4.º da Lei 5.478/68 c/c
art. 7.º da Lei 9.278/96. Verossimilhança das alegações. Lesão grave e de difícil reparação. 1. Se os documentos
juntados com a petição inicial parecem, efetivamente, indicar que as partes conviveram em regime de união
estável e que pode haver efetivo desequilíbrio na partilha do patrimônio, isso é suficiente para dar suporte ao
pedido de fixação de alimentos que a doutrina vem chamando de “compensatórios”, que visam à correção do
desequilíbrio existente no momento da separação, quando o juiz compara o status econômico de ambos os
cônjuges e o empobrecimento de um deles em razão da dissolução da sociedade conjugal. A própria tese acerca
da possibilidade de fixação de alimentos compensatórios – bem como a da prevalência do princípio da dignidade
da pessoa humana sobre o da irrepetibilidade dos alimentos – insere-se no contexto da verossimilhança,
emprestando relevância aos fundamentos jurídicos expendidos na peça de recurso. 2. A alegação de ocorrência
de desequilíbrio na equação econômico-financeira sugere, de forma enfática, a potencialidade de causação de
lesão grave e de difícil reparação, a demandar atuação jurisdicional positiva e imediata por meio do recurso de
agravo. 3. Demonstrada a verossimilhança dos fatos alegados na petição do agravo, bem como o fundado receito
de dano irreparável ou de difícil reparação, deve ser mantida a liminar deferida. 4. Recurso provido. (TJDF, AI
20110020035193, 4.ª T. Cív., Rel. Des. Arnoldo Camanho de Assis, j. 25/05/2011).
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Cautelar de alimentos. Fixação de alimentos provisionais e compensatórios. Deferimento dessa verba
condicionado à demonstração de que a ex-cônjuge deixou de usufruir de patrimônio comum do qual adviesse
frutos ou renda ao casal. Propósito indenizatório rechaçado, porquanto inexistente lei que o imponha ou
estabeleça o direito do cônjuge separado de permanecer com o mesmo padrão de vida que possuía na constância
do casamento. Caso em que a alimentanda não comprovou que, à exceção do imóvel que serve de moradia
ao alimentante e seus filhos, foi privada da administração dos demais bens, tampouco que esses gerassem
rendimentos ao casal. Revogação da verba. Por outro lado, irretocável o quantum fixado a título de alimentos
provisionais. Obediência ao binômio necessidade/possibilidade (art. 1.694, § único, CC/2002). Recurso
parcialmente provido para excluir os alimentos compensatórios do pensionamento. (TJSC, AI 2010.000379-1,
3ª C. Dir. C., Rel. Des. Maria do Rocio Luz Santa Ritta, j. 06/07/2010).
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Direito civil. Família. Recurso especial. Ação de cobrança de indenização entre ex-cônjuges, em decorrência
do uso exclusivo de imóvel ainda não partilhado. Estado de condomínio. Indenização correspondente a metade
do valor da renda de estimado aluguel, diante da fruição exclusiva do bem comum por um dos condôminos.
Concorrência de ambos os condôminos nas despesas de conservação da coisa e nos ônus a que estiver sujeita.
Possível dedução. Arts. 1.319 e 1.315 do CC/02 . - Com a separação do casal cessa a comunhão de bens, de
modo que, embora ainda não operada a partilha do patrimônio comum do casal, é facultado a um dos ex-
cônjuges exigir do outro, que estiver na posse e uso exclusivos de determinado imóvel, a título de indenização,
parcela correspondente à metade da renda de um presumido aluguel, devida a partir da citação. - Enquanto
não dividido o imóvel, a propriedade do casal sobre o bem remanesce, sob as regras que regem o instituto do
condomínio, notadamente aquela que estabelece que cada condômino responde aos outros pelos frutos que
percebeu da coisa, nos termos do art. 1.319 do CC/02 . Assim, se apenas um dos condôminos reside no imóvel,
abre-se a via da indenização àquele que se encontra privado da fruição da coisa. - Subsiste, em igual medida,
a obrigação de ambos os condôminos, na proporção de cada parte, de concorrer para as despesas inerentes
à manutenção da coisa, o que engloba os gastos resultantes da necessária regularização do imóvel junto aos
órgãos competentes, dos impostos, taxas e encargos que porventura onerem o bem, além, é claro, da obrigação
de promover a sua venda, para que se ultime a partilha, nos termos em que formulado o acordo entre as partes.
Inteligência do art. 1.315 do CC/02 . Recurso especial parcialmente provido. (STJ, REsp 983.450/RS, 3ª T., Rel.
Min. Nancy Andrighi, j. 02/02/2010, DJe 10/02/2010).
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Embargos infringentes. Partilha de bens. Uso exclusivo de bem comum. Arbitramento de alugueres. Cabimento.
Cabível a fixação de alugueres a serem pagos pelo ex-cônjuge que, após a separação, ficou na posse exclusiva
de um imóvel que é comum. Precedentes do STJ. A ocupação exclusiva de um imóvel comum por parte de um
dos ex-cônjuges, após a separação, faz presumir a existência de um comodato gratuito por tempo indeterminado,
extinto com a intimação para se manifestar sobre a petição onde o arbitramento de alugueres é postulado. Esse
momento - a extinção do comodato pela intimação - é o termo inicial para a indenização. Precedentes do STJ.
(TJRS, AI 70049208960, 4º G. C., Rel. Des. Rui Portanova, j. 10/08/2012).
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Apelação cível. Ação de indenização na forma de aluguel. Bens pertencentes à sociedade conjugal. Dissolução
judicial da união estável. Partilha ainda não efetivada. Mancomunhão. Uso exclusivo pela ex-companheira.
Cobrança de aluguel. Não cabimento. Sentença mantida. Recurso conhecido e não provido. (TJSC, AC
2008.065275-5, 4ª C. Dir. C., Rel. Des. Victor Ferreira, j. 16/06/2011).
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça, REsp 983.450/RS, Relatora: Min. Nancy Andrighi,
2010.
______. Superior Tribunal de Justiça, RHC 28.853-RS, Relator: Min. Massami Uyeda, 2012.
DANTAS, Ana Florinda. Alimentos com efeitos reparatórios. In: ALBUQUERQUE, Fabíola
Santos; EHRHARDT JR., Marcos; OLIVEIRA, Catarina Almeida de (Coords.). Famílias
no direito contemporâneo: estudos em homenagem a Paulo Luiz Netto Lôbo. Salvador:
JusPodivm, 2010.
MADALENO, Rolf. Curso de direito de família. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013.
______. Tribunal de Justiça, AI 70046238671, Relator: Des. Ricardo Moreira Lins Pastl,
2012.