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INTRODUÇÃO

HIPERMÍDIA E CIBERCULTURA
INTRODUÇÃO

Circularidade entre Técnica e Sociedade

A cultura contemporânea é resultado de uma relação


simbiótica entre as tecnologias digitais e as novas formas sociais
que emergiram a partir da década de 1970 (pós-modernismo).
INTRODUÇÃO

O que é tecnologia?

Tecnologia é o uso de técnicas e do conhecimento adquirido


para aperfeiçoar e/ou facilitar o trabalho com a arte, a
resolução de um problema ou a execução de uma tarefa
específica.

“(...) uso de conhecimento científico para especificar as vias de


se fazerem coisas de uma maneira reproduzível” (Castells,
1999).
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Lemos (2003) alerta que o desenvolvimento tecnológico não dita de


forma irreversível os caminhos da vida social. Segundo Castells (1999),
falar de uma relação simbiótica entre tecnologia e sociedade é
diferente de falar em de determinismo tecnológico (tecnologia como
força que transforma a sociedade). Para ele:

“Na verdade, o dilema do determinismo tecnológico é,


provavelmente, um problema infundado dado que a tecnologia é
a sociedade, e a sociedade não pode ser entendida ou
representada sem suas ferramentas tecnológicas.” (pg. 25)
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Em uma entrevista recente1, o sociólogo Zigmund Bauman


usou o termo INTERREGNO para se referir a este período de
rupturas e mudanças. Segundo ele, interregno significaria
simplesmente que...

“...os velhos modos de se fazerem as coisas não mais


funcionam e os novos modos ainda não foram inventados”2

1 Entrevista concedida ao programa "Milênio", do canal Globonews. Exibida em 16 de janeiro de 2012. Disponível em: <<http://globotv.globo.com/globo-
news/milenio/v/nos-hipotecamos-o-futuro-critica-sociologo-polones/1771422/>>

2 “the old ways of doing things no longer work, but the new ways of doing things have not yet been invented”.
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Castells (1999) afirma que “... no final do século XX estamos


vivenciamos um desses raros intervalos na história.” E acrescenta:
“Um intervalo cuja característica é a transformação de nossa
‘cultura material’ pelos mecanismos de um novo paradigma
tecnológico que se organiza em torno da tecnologia da
informação.”(pg.49).
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Este novo paradigma tecnológico – o informacionalismo - cria uma


ruptura com o paradigma anterior – o industrial e desde então vem
moldando a sociedade ao mesmo tempo em que é moldado por ela
(como veremos através da própria historia das tecnologias digitais).

Castells completa argumentando que uma característica importante


desta revolução é que há uma aproximação entre os processos sociais
de criação e manipulação de símbolos (cultura) e a capacidade de
produzir e distribuir bens e serviços (forças produtivas).
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O que é o digital?

DICA: Série Bits e Bytes


Episódio 01 - Os números e a invenção do
computador
TV Escola/UFMG - 2010
http://www.youtube.com/watch?v=6rH0
0V0Bd6c
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Cibercultura: definições

Cibercultura é, para Lévy (2001), o neologismo que especifica


“o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de
atitudes, de modos de pensamento e de valores que se
desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço”.
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Dessa forma, a cibercultura representaria a cultura


contemporânea, de uma sociedade que vive entre os mundos
material e virtual.
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Princípios da Cibercultura.

“A sociedade da informação é marcada pela ubiqüidade e pela


instantaneidade, saídas da conectividade generalizada.”
(LEMOS, 2003)
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Leis da Cibercultura (Lemos, 2003):

 Lei da Reconfiguração: “a cibercultura trata de reconfigurar práticas, modalidades midiáticas,


espaços, sem a substituição de seus respectivos antecedentes.”. É a CONVERGÊNCIA
 Lei da Liberação do pólo da emissão: “A liberação do pólo da emissão está presente nas novas
formas de relacionamento social, de disponibilização da informação e na opinião e
movimentação social da rede.” Diz respeito à INTERATIVIDADE e PARTICIPAÇÃO maior do
receptor das mensagens.

 Lei da Conectividade generalizada: “As diversas redes socio-técnica contemporâneas mostram


que é possível estar só sem estar isolado. A conectividade generalizada põe em contato direto
homens e homens, homens e máquinas, mas também máquinas e máquinas que passam a
trocar informação de forma autônoma e independente. Nessa era da conexão o tempo reduz-se
ao tempo real e o espaço transforma-se em não espaço, mesmo que por isso a importância do
espaço real, como vimos, e do tempo cronológico, que passa, tenham suas importâncias
renovadas.” Fala-se aqui da formação de REDES/HIPERTEXTOS
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A cibercultura se articula em torna de alguns princípios de, de maneira


geral, norteiam a sociabilidade emergente. São eles:

 Virtualização: desmaterialização de interações, espaços e produtos


midiáticos
 Conectividade: favorece a formação de redes e a existência ubíqua
 Coletividade: promove a inteligência coletiva
 Mobilidade: estamos entrando uma era de portabilidade, integração,
mobilidade, onde haverá mídias em todos os lugares
 Convergência: o hardware diverge enquanto o conteúdo converge
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Sobre a convergência

Jenkins (2008) defende a convergência como a integração dos


fluxos midiáticos.

“Neste contexto, todo história importante é contata, toda


marca é vendida e todo consumidor é cortejado por múltiplos
suportes de mídias.”.
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LEITURAS RECOMENDADAS

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede, Vol.1. São Paulo: Paz e Terra, 1999

JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008.

LEMOS, André. Cibercultura: Alguns pontos para compreender a nossa época. IN: Lemos, André; Cunha, Paulo
(orgs). Olhares sobre a Cibercultura. Sulina, Porto Alegre, 2003; pp. 11-23. Disponível em: <
http://www.andrelemos.info/artigos/cibercultura.pdf> . Acesso em: 02.Ago, 2012

LÉVY, Pierre. Cibercultura. 2. ed. São Paulo: Ed. 34, 2000

NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

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