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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS FÍSICAS APLICADAS

JORDI CRESPO GUZMAN

POTENCIAL DE ARMAZENAMENTO DA ENERGIA EXCEDENTE DA FONTE


EOLICA POR MEIO DA AMÔNNIA NO NORDESTE BRASILEIRO

FORTALEZA – CEARÁ
2019
JORDI CRESPO GUZMAN

POTENCIAL DE ARMAZENAMENTO DA ENERGIA EXCEDENTE DA FONTE


EOLICA POR MEIO DA AMÔNNIA NO NORDESTE BRASILEIRO

Dissertação apresentada ao curso de


Mestrado Acadêmico em Ciências
Físicas Aplicadas da Universidade
Estadual do Ceará, como requisito
parcial à obtenção do título de mestre
em Ciências Físicas Aplicadas.

Orientador: Prof. Dr. Lutero Carmo de


Lima

FORTALEZA – CEARÁ
2019
JORDI CRESPO GUZMAN

POTENCIAL DE ARMAZENAMENTO DA ENERGIA EXCEDENTE DA FONTE


EOLICA POR MEIO DA AMÔNNIA NO NORDESTE BRASILEIRO

Dissertação apresentada ao curso de


Mestrado Acadêmico em Ciências
Físicas Aplicadas da Universidade
Estadual do Ceará, como requisito
parcial à obtenção do título de mestre
em Ciências Físicas Aplicadas.

Aprovado em: __ / __ / _____.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________
Prof. Dr. Lutero Carmo de Lima (Orientador)
Universidade Estadual do Ceará – UECE

__________________________________________
Prof. Dr. João Bosco Verçosa Leal Júnior (Coorientador)
Universidade Estadual do Ceará – UECE

__________________________________________
Prof. Dr. João Batista Furlan Duarte
Universidade de Fortaleza – UNIFOR

__________________________________________
MSc. Natasha Esteves Batista
Universidade Federal do Ceará - UFC
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por toda a força que me deste ao longo da minha vida.
Agradeço Prof. Dr. Lutero Carmo de Lima pela oportunidade de estudar um
mestrado no Brasil e pela orientação em todos os momentos do curso.
À minha família, por sempre acreditar em mim e me apoiar.
A todos integrantes do CMACFA, docentes, discentes, funcionários da parte
administrativa, pela ajuda recebida.
“A tarefa não é tanto ver aquilo
que ninguém viu, mas pensar o
que ninguém ainda pensou
sobre aquilo que todo mundo
vê.”
(Arthur Schopenhauer)
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Formação dos ventos .................................................................. 13


Figura 2 – Rotores de eixo vertical ............................................................... 16
Figura 3 – Rotor de eixo Horizontal ................. ¡Error! Marcador no definido.
Figura 4 – Potência instalada e N° de Parques no Nordeste ....................... 19
Figura 5 – Usinas previstas no Nordeste Brasileiro ...................................... 19
Figura 6 – Participação das fontes de energia no Nordeste ......................... 20
Figura 7 – Alternativas de produção do hidrogênio ...................................... 21
Figura 8 – Eletrolisador alcalino ................................................................... 24
Figura 9 – Eletrolisador PEM........................................................................ 25
Figura 10 – Diferentes métodos para produzir amônia ................................ 29
Figura 11 – Usos da amônia ........................................................................ 30
Figura 12 – Mapa de Fortaleza e do Estado do Ceará ................................... 38
Figura 13 – Densidade de probabilidade do vento em Fortaleza ................... 48
Figura 14 – Rosa dos ventos do vento em Fortaleza ..................................... 49
Figura 15 – Consumo elétrico no nordeste brasileiro 2008-2018 ................... 50
Figura 16 – Energia produzida V.S Energia consumida por meses ............... 52
Figura 17 – Energia produzida V.S Energia consumida por horas ................. 53
Figura 18 – Energia excedente V.S falta de energia por meses .................... 54
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Aerogeradores escolhidos e suas caraterísticas..................45


TABELA 2 – Caraterísticas do vento na cidade de fortaleza por
ano........................................................................................47
TABELA 3 – Energia produzida por os aerogeradores escolhidos...........51
TABELA 4 – Produção total, Gasto total, excedente de energia e falta
calculada..............................................................................53
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEEÓLICA Associação Brasileira de Energia Eólica


ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
ASU Air Separation Unit
CDF Cumulative Distribution Function
CETO Conversão de energia térmica oceânica
CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica
CSIRO Common wealth Scientific and Industrial Research
Organisation
DP Desvio Padrão
EFMA European Fertilizer Manufacturer’s Association
ESRI Environmental Systems Research Institute
FUNCEME Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
GWEC Global Wind Energy Council
IAMR Institute for Advanced Maerials Research
IEA International Energy Agency

IRC Industrial Refrigeration Consortium


MASTER Meteorologia Aplicada a Sistemas de Tempo Regionais
NREL National Renewable Energy Laboratory
ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico
PEM Proton Exchange Membrane
PDF Probability Density Function
SANDIA Sandia National Laboratories
SIN Sistema Interligado Nacional
SMR Steam Methane Reformation
USP Universidade de São Paulo
LISTA DE SIMBOLOS

V Potencial elétrico
𝑃 Potência do vento
𝜌 Densidade do ar
𝐴 Área da secção transversal
𝑣3 Velocidade do vento ao cubo
𝑣1 Velocidade do vento em relação à altura de referência
𝑣2 Velocidade do vento em relação à altura de extrapolação
ℎ1 Altura de referência
ℎ2 Altura de extrapolação do vento
𝑧0 Comprimento da rugosidade
𝐻1 Altura de referência
𝐻2 Altura de extrapolação do vento
𝛼 Expoente de gradiente do vento
𝑓(𝑣) Distribuição de Weibull em função da velocidade
𝑘 Fator de forma
𝑐 Fator de escala
𝑣 Velocidade do vento em metros
𝑒 Exponencial
𝐸 Energia
𝑁0 Número de horas em um ano
𝑣𝑓 Valor da velocidade final do vento
𝑣𝑖 Valor da velocidade inicial do vento
𝑃(𝑢) Potência do aerogerador empregado
𝑓(𝑢) Densidade de probabilidade de Weibull
𝐴𝑡 Área ocupada pela turbina
𝑃𝐻2 Produção de hidrogênio
𝐸𝑒 Energia Eólica disponível para produção de hidrogênio
𝜂𝑒 Eficiência do eletrolisador
𝐹𝐴𝐸 Disponibilidade da planta eletrolítica
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 9
1.2 JUSTIFICATIVA................................................................................... 11
1.3 OBJETIVO GERAL .............................................................................. 12
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................... 12
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................... 13
2.1 ENERGIA EOLICA .............................................................................. 13
2.1.1 Tipos de turbinas eólicas ................................................................ 174
2.1.1.1 Turbina de eixo vertical ........................................................................ 15
2.1.1.2 Turbina de eixo horizontal ................................................................... 16
2.1.2 Armazenamento de energia eolica ................................................... 17
2.1.3 Potencial eólico do Nordeste do Brasil ........................................... 18
2.2 HIDROGÊNIO ..................................................................................... 21
2.2.1 Produçao do hidrogenio ................................................................... 21
2.2.1.1 Reforma a vapor .................................................................................. 21
2.1.1.2 Oxidação parcial .................................................................................. 22
2.1.1.3 Eletrólise da água ................................................................................ 22
2.2.2 Armazenamento de hidrogênio ........................................................ 26
2.2.2.1 Armazenamento por pressão .............................................................. 25
2.2.2.2 Armazenamento a baixa temperatura.................................................. 25
2.2.3 Transporte de hidrogênio ................................................................. 26
2.3 AMÔNIA .............................................................................................. 28
2.3.1 Síntese de amônia ............................................................................. 28
2.3.2 Utilização da amônia ......................................................................... 29
2.3.2.1 Agricultura ........................................................................................... 29
2.3.2.2 Industrial .............................................................................................. 30
2.3.2.3 Produtora de energia ........................................................................... 30
2.3.3 Armazenamento da amônia .............................................................. 32
2.3.3.1 Armazenamento por pressão .............................................................. 33
2.3.3.2 Armazenamento a baixa temperatura.................................................. 33
2.3.4 Transporte da amônia ....................................................................... 34
2.4 COMPARATIVA ENTRE O HIDROGÊNIO E AMÔNIA COMO VETOR
ENERGÉTICO ..................................................................................... 35
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................. 37
3.1 PYTHON .............................................................................................. 37
3.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA REGIÃO DE ESTUDO ................ 37
3.3 BASE DE DADOS PARA O POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE
HIDROGÊNIO EÓLICO ....................................................................... 38
3.4 BASE DE DADOS PARA O CONSUMO ENERGETICO NO
NORDESTE BRASILEIRO .................................................................. 38
3.5 AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ENERGIA PRODUZIDA POR UM
AEROGERADOR ................................................................................ 39
3.5.1 Distribuição de Weibull ........................................................................ 39
3.5.2 Densidade de potência do vento ......................................................... 40
3.5.3 Extrapolação da velocidade do vento .................................................. 41
3.5.4 Estimação do fator de capacidade ...................................................... 43
3.5.5 Aerogeradores escolhidos para o estudo e suas características ......... 44
3.6 AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO A PARTIR DE
ENERGIA EÓLICA .............................................................................. 45
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................... 46
4.1 CARATERÍSTICAS DO VENTO NA CIDADE DE FORTALEZA .. ¡Error!
Marcador no definido.46
4.2 CONSUMO ELETRICO NO NORDESTE BRASILEIRO .............. ¡Error!
Marcador no definido.49
4.3 POTENCIA GERADA PELOS AEROGERADORES ... ¡Error! Marcador
no definido.50
4.4 PRODUÇÃO V.S. CONSUMO............ ¡Error! Marcador no definido.51
4.5 CALCULO DA FALTA OU ENERGIA EXCEDENTE REAL .......... ¡Error!
Marcador no definido.53
5 CONCLUSÃO...................................................................................... 54
REFERÊNCIAS ................................................................................... 55
9

1 INTRODUÇÃO

1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

A matriz energética mundial se fundamenta na utilização de combustíveis


fósseis, os quais liberam gases associados ao efeito estufa e ao aquecimento global.
De acordo com este panorama, se observa uma continua redução das reservas
petrolíferas e um aumento nas políticas de controle ambiental, e assim, tem-se
procurado uma forma alternativa e competitiva de produzir energia que possa vir a
substituir estes combustíveis.
Fontes renováveis de energia, como a energia solar e a eólica, têm um
grande potencial, mas sua utilização é difícil devido à sua natureza flutuante e
intermitente. Em grandes redes de eletricidade, as fontes renováveis de energia com
baixa produção podem ser equilibradas pela geração convencional de energia, mas
uma porcentagem maior exigiria um melhor sistema de armazenamento de energia
(GAHLEITNER, 2013).
Com uma transição contínua para fontes de energia renováveis e
intermitentes, como a energia solar e a eólica, são necessários novos métodos para
armazenar energia elétrica para equilibrar a oferta e a demanda (AUSFELDER et al.,
2017).
Além disso, várias indústrias importantes estão atualmente buscando
reduzir sua dependência de combustíveis fósseis. Na busca de encontrar soluções
em ambos casos, o hidrogênio e seus derivados, como parte disso, seu
armazenamento desempenha um papel crucial (ANDERSSON, 2019).
Os métodos de armazenamento de energia em grande escala podem ser
usados para atender às flutuações da demanda de energia e integrar a geração de
eletricidade de parques eólicos e energia solar renovável intermitente em redes
elétricas (OZARSLAN, 2012).
Atualmente, há uma variedade de tecnologias mecânicas, químicas,
térmicas e elétricas existentes para armazenar energia elétrica adaptável de
aplicações de pequeno a grande porte. De todas essas tecnologias, apenas o
armazenamento de energia de ar comprimido, Pump Hydro e os sistemas de
armazenamento de energia química têm maturidade comercial suficiente e a
capacidade de armazenar energia para aplicações de grande escala durante longos
10

períodos de tempo. Os dois primeiros sofrem a limitação da colocação do site devido


às suas necessidades geográficas e ou geológicas. Assim, o armazenamento químico
via hidrogênio e / ou derivados (como amônia) e hidrocarbonetos apresentam uma
opção viável para o armazenamento prático de energia. Tendo em mente o desejo de
reduzir as emissões de carbono, apenas o hidrogênio e a amônia permanecem como
candidatos para impulsionar o armazenamento de grandes quantidades de energia.
(VALERA et al., 2018).
O transporte e armazenamento de hidrogênio provou ser mais complexo
do que para amônia, para a qual uma infraestrutura totalmente desenvolvida existe há
mais de um século, posicionando a amônia como uma forte candidata para apoiar o
conceito de armazenamento de energia flexível em maior escala (BARTELS, 2008).
Considerando uma futura aplicação de NH3 como combustível, tais
conceitos permitem armazenar energia renovável em um vetor de energia com alta
densidade de energia e baixa emissão. O armazenamento distribuído reduz as perdas
de eletricidade da rede e permite usar a energia produzida no campo de transporte
com o desenvolvimento e a difusão de veículos (FRATTINI et al., 2016).
O Brasil possui uns dos melhores recursos eólicos do mundo, superando
as necessidades atuais de eletricidade do país por três vezes. A energia eólica foi a
tecnologia mais competitiva no pais, com um preço médio de R$ 98,62 / MWh (cerca
de US $ 30 / MWh) bem abaixo dos preços das grandes usinas hidrelétricas segundo
o informe de 2017 da global Wind energy council (GWEC, 2017).
Atualmente o Brasil tem um gasto energético de 159.986 MW, onde as
fontes que o fornecem são formadas principalmente de fontes renováveis (82%) onde
só um 8.1% é eólica, posicionando-se assim no 8° lugar em potência instalada em
energia eólica no mundo. O Brasil possui 518 parques eólicos e mais de 6600 mil
aerogeradores instalados em 12 estados e uma produção anual de energia de 13 GW
(ABEEÓLICA, 2018).
Segundo o Atlas do Potencial Eólico do Brasil (Amarante et al., 2001), o
potencial eólico do Brasil alcança 143 GW, dos quais cerca da metade no Nordeste.
De acordo com novas estimativas realizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), considerando as atuais tecnologias para produção de energia a
partir do vento e, principalmente, a utilização de aerogeradores posicionados a 100
metros de altura, o potencial eólico brasileiro pode chegar a 880,5 GW, sendo que 522
GW são considerados tecnicamente viáveis.
11

No Nordeste, a energia eólica forneceu mais de 60% da demanda de


eletricidade no 2017, superando todos os recordes de geração anteriores durante um
período em que os reservatórios de hidrelétricas na região eram muito baixos.
Considerando que o potencial hidrelétrico restante economicamente viável no
Nordeste está próximo do seu esgotamento, a expansão dessa fonte de geração
elétrica na Região está comprometida. Assim a energia eólica irá se incrementando
paulatinamente na matriz de geração de energia elétrica da Região nordestina, já que
atualmente é a alternativa mais competitiva. (ETENE, 2018).

1.2 JUSTIFICATIVA

No nordeste brasileiro, a geração de energia elétrica provinha até


recentemente da fonte hídrica, mas esse cenário tem mudado nos últimos anos por
causa da ocorrência de anos de baixa pluviometria e do aumento da capacidade
instalada de geração eólica na região, sendo assim, no ano 2010 a presencia da fonte
eólica era de 1,96% e em 2017 passou a ser 45,37% (ETENE, 2018).
A penetração em larga escala de energias renováveis intermitentes, como
a energia eólica e solar, representa um desafio para manter a confiabilidade e a
estabilidade das redes elétricas (WANG et al., 2017).
No sistema elétrico brasileiro o armazenamento de energia sempre foi
realizado com a utilização de reservatórios de acumulação, para garantir o contínuo
fornecimento de energia elétrica. A redução progressiva da construção de usinas
hidrelétricas com reservatórios de acumulação junto ao aumento da utilização de
energias renováveis intermitentes de geração de energia que substituem ao emprego
de combustíveis fósseis, existe uma necessidade de encontrar outras formas de
armazenamento de energia para compatibilizar a produção e a demanda de energia
elétrica (ANE, 2016).
Esse trabalho se justifica pela utilização da amônia como armazenador de
energia para longo prazo para a energia excedente proveniente da energia eólica para
assegurar um fornecimento continuo da energia elétrica.
12

1.3 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho é analisar o potencial da amônia como


armazenador de energia da energia excedente da fonte eólica por meio do analise do
potencial da energia eólica em Fortaleza comparado com o consumo de energia no
Nordeste Brasileiro.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Levantamento de dados da velocidade do vento da cidade de Fortaleza.


 Cálculo das características do vento da cidade de Fortaleza;
 Cálculo do potencial de energia para cada um dos aerogeradores
escolhidos;
 Levantamento de dados do consumo de energia no Nordeste;
 Calculo da energia não aproveitada da fonte eólica;
 Calculo do retorno de energia utilizando a amônia como armazenador de
enregia.
13

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ENERGIA EOLICA

A energia eólica tem sua origem no vento, isto é, no ar em movimento. O


vento pode ser entendido como deslocamentos de massas de ar causados pela
diferença de aquecimento da terra pela radiação solar. Constitui uma forma indireta
de energia solar e representa o resultado da transformação de energia térmica em
energia cinética. (REIS, 2011)
O ar é um conjunto de gases, e por isso, está sujeito à todas as
características físicas desses fluidos. Sendo assim, o ar quente se expande mais que
o frio, tornando-se menos denso e tendendo a subir e sendo substituído pelo ar frio
que é mais denso. Desta maneira, como o Sol transfere maior energia para aquelas
regiões em que seus raios solares são perpendiculares ou próximas a esse ângulo,
sabe-se que no Equador (local cujo ângulo de ataque solar é 90), a temperatura é
bem maior que nos polos. Portanto, o vento é principalmente gerado pelo maior
aquecimento da superfície da Terra perto do Equador do que perto dos polos. Isto faz
com que os ventos das superfícies frias circulem dos polos para o Equador para
substituir o ar quente que sobe nos trópicos e se move pela atmosfera superior até os
polos, fechando o ciclo conforme a Figura 1 (CRESESB, 2014).

Figura 1 – Formação dos ventos

Fonte: Infoescola (2013)


14

A região próxima da linha do equador para a qual os ventos alísios


convergem, é denominada Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). É o sistema
meteorológico mais importante na determinação de quão abundante ou deficiente
serão as chuvas no setor norte do Nordeste do Brasil. Normalmente a ZCIT migra
sazonalmente de sua posição mais ao norte, aproximadamente 12ºN, em agosto-
setembro para posições mais ao sul em março-abril.
A ZCIT é uma banda de nuvens que circunda a faixa equatorial do globo
terrestre, formada principalmente pela confluência dos ventos alísios do hemisfério
norte com os ventos alísios do hemisfério sul. De maneira simplista, pode-se dizer que
a convergência dos ventos faz com que o ar quente e úmido ascenda, carregando
umidade do oceano para os altos níveis da atmosfera ocorrendo a formação das
nuvens (FUNCEME, 2002).
Assim, o vento, considerando-o como um recurso energético e do ponto de
vista de sua disponibilidade como oferta, tem suas características específicas: é uma
fonte com variações temporais substanciais, escalas de tempo pequenas e grandes e
espaciais, tanto na superfície como em altura, também tendo um componente
aleatório que afeta grandemente sua variação total. Ao mesmo tempo, deve-se
considerar que a energia eólica disponível por unidade de área exposta ao vento é
proporcional ao cubo da velocidade, de modo que pequenas variações na velocidade
do vento acarretam variações sensíveis na energia fornecida (MUR, 2016).

2.1.1 Tipos de turbinas eólicas

Uma turbina eólica é uma equipe responsável por captar a energia cinética
do vento e transformá-la em energia mecânica que, por sua vez, será posteriormente
transformada em energia elétrica por meio de um gerador (GESEL, 2010).
As turbinas eólicas podem ser classificadas de várias formas, uma delas é
segundo a potência subministrada. Equipamentos de baixa potência aqueles que
estão na faixa de produção entre 0 kW e 500 kW, equipamentos de potência media
são os que estão na faixa de 500 kW e 1000 kW e equipamentos de alta potência que
subministram uma potência superior a 1000 kW (ANEEL, 2005)
Outra forma de classificar as turbinas eólicas pode ser pelo tipo de eixo de
rotação, podendo ser classificadas em turbinas de eixo horizontal e turbinas de eixo
vertical (MUR, 2016).
15

2.1.1.1 Turbina de eixo vertical

As turbinas eólicas de eixo vertical são aerogeradores cujo movimento


rotativo é perpendicular à direção do vento. Por essa característica, este tipo de
turbinas também recebem a denominação de turbinas “cross-flow”. Em projetos
modernos, o eixo central é uma torre vertical. O torque transmitido por esse eixo move
o motor/gerador, responsável por converter a energia da rotação em potência elétrica
(SANDIA, 2012)
Suas principais vantagens são que não necessita de um sistema de
orientação omnidirecional e que o gerador, multiplicador, entre outros, sejam
instalados no nível do solo, o que facilita sua manutenção e reduz seus custos de
montagem (GESEL, 2010).
Suas desvantagens em comparação com outros tipos de turbinas eólicas
são sua menor eficiência, a necessidade de sistemas de partida externos em alguns
modelos, e que a desmontagem do rotor por tarefas de manutenção torna necessário
que todas as máquinas de turbinas eólicas sejam desmontadas (ACIOLI, 1994).
Os principais tipos de rotores de eixo vertical são os mostrados na figura 2,
(a) Savonius , (b)Darrieus. (CRESESB, 2008).
16

Figura 2 – Rotores de eixo vertical

Fonte: Opex energy (2015)

2.1.1.2 Turbina de eixo horizontal

Atualmente, a grande maioria das turbinas eólicas que são construídas


conectadas à rede são tripás com um eixo horizontal, como pode ser observado na
figura 3. As turbinas eólicas horizontais têm uma maior eficiência energética e
atingem velocidades de rotação mais elevadas, pelo que necessitam de uma caixa
de velocidades com uma menor relação de rotação e, devido à construção da torre,
aproveitam o aumento da velocidade do vento com a altura (GESEL, 2010).
17

Figura 3 – Rotor de eixo Horizontal

Fonte: Opex energy (2015)

O princípio físico associado a este tipo de turbina é o movimento gerado


através das forças aerodinâmicas de sustentação e arrasto. A força de sustentação
atua perpendicularmente ao escoamento e é predominante no movimento, enquanto
a força de arrasto atua na direção do mesmo. A direção do vento é um fator essencial
para a produção de energia de estas turbinas. Para atingir sua configuração de
projeto, o vento deve atingir a turbina frontalmente (SANDIA, 2012).

2.1.2 Armazenamento de energia eólica

Como o comportamento do vento muda ao longo do tempo, pode ser


necessária a utilização de um sistema de armazenamento de energia que garanta o
fornecimento adequado à demanda. Nos casos em que a energia eólica é utilizada
para complementar a produção de energia convencional, a energia gerada é injetada
diretamente na rede elétrica, não sendo necessário o armazenamento de energia,
bastando que o sistema elétrico convencional de base esteja dimensionado para
atender à demanda durante os períodos de calmaria.
18

Quando a energia eólica é utilizada como fonte primária de energia, uma


forma de armazenamento é necessária para adaptar e “racionalizar” o perfil aleatório
de produção energética ao perfil de consumo. Para isso, é necessário armazenar o
excesso de energia durante os períodos de ventos de alta velocidade, para usá-la
quando o consumo não puder ser atendido por insuficiência de vento.
Foi realizado uma análise econômica comparativa da produção de
armazenamento de hidrogênio e eletricidade por (MARCHENKO, 2015), obtendo
como resultado que para o armazenamento a curto prazo (50-110 h) é preferível usar
o sistema elétrico, enquanto para o armazenamento a longo prazo o sistema de
hidrogênio é mais eficiente.

2.1.3 Potencial eólico no Nordeste do Brasil

No nordeste, novas estimativas apontam um potencial onshore de 309 GW,


indicando que o potencial do Nordeste do Brasil poderia ser 4 vezes maior que no
publicado no Atlas Eólico de 2001 (PEREIRA, 2016).
Na figura 4 apresenta, em termos de potência por região, os projetos
eólicos cadastrados a cada leilão que contou com a participação da energia eólica.
Pode se perceber uma claro aumento da utilização de esta fonte como meio para gerar
energia ao longo dos anos.

Figura 4 – Potência instalada e N° de Parques no Nordeste

Fonte: Modificado da ABEEOLICA (2018)


19

Na figura 5 estão representadas as usinas em construição ou previstas para


ser construídas por estado no Nordeste brasileiro, com um total do 61,54 % de energia
eólica e só um 0,43 % da fonte hídrica.

Figura 5 – Usinas previstas no Nordeste Brasileiro

Fonte: EPE (2018)

Fonte: modificado de ETENE (2018)

A fonte eólica, é a que mais está contribuindo para a geração de energia


elétrica na região, tendo participado, em 2017, com 45,37% do total gerado no
subsistema como pode ser observado na figura 6.
20

Figura 6 – Participação das fontes de energia no Nordeste

Fonte: ETENE (2018)

Atualmente é a energia alternativa mais competitiva, tendo já vários


projetos contemplados nos últimos leilões, previstos para entrar em operação nos
próximos anos, pelo que a matriz energética no nordeste dependerá ainda mais desta
fonte de energia (ETENE, 2018).
21

2.2 HIDROGÊNIO

O hidrogênio é um gás incolor, inodoro, insípido e não tóxico sob condições


normais. É o elemento mais simples conhecido pelo homem. Um átomo de hidrogênio
tem apenas um próton e um elétron. Normalmente existe como uma molécula
diatômica, formada por átomos de hidrogênio, portanto o hidrogênio é normalmente
expressado como H2. É o elemento mais abundante no universo, e o terceiro mais
abundante na Terra (IEA, 2006).

2.2.1 Produção do hidrogênio

Um dos grandes benefícios do hidrogênio é que ele pode ser produzido por
uma ampla gama de fontes potenciais, incluindo água, combustíveis fósseis e matéria
orgânica. A figura 7 descreve as principais rotas, não todas, da produção de hidrogênio
atualmente. Cada uma das estradas tem suas próprias vantagens e desvantagens que
devem ser consideradas em termos de custo, emissões, viabilidade, escala e logística
(IEA, 2006).

Figura 7 – Alternativas de produção do hidrogênio

Fonte: Adaptada da dissertação de mestrado de Esteves (2017, p. 25).


22

Atualmente a maior produção de hidrogênio é a partir dos combustíveis


fósseis, dos quais podemos destacar o gás natural e o carvão. O hidrogênio pode ser
adquirido a partir de combustíveis de hidrocarbonetos por meio de três técnicas
básicas: reforma a vapor, a oxidação parcial e reforma autotérmica. Destas três as
que mais se destacam é a reforma a vapor do gás natural, seguida da oxidação parcial
(LIPMAN, 2011).

2.2.1.1 Reforma a vapor

Atualmente, a maior parte do hidrogênio produzido hoje está sendo


produzido através do processo intensivo de CO2 chamado reforma catalítica do
metano com vapor d’agua (DANTAS, 2011).
O vapor de alta temperatura (700° C 800° C) é usado para produzir
hidrogênio a partir de uma fonte de metano, como o gás natural. Na reforma a vapor do
metano, o metano reage com o vapor sob pressão de 3–25 bar (1 bar = 1000 hPa) na
presença de um catalisador para produzir hidrogênio, monóxido de carbono e uma
quantidade relativamente pequena de dióxido de carbono. A reforma a vapor é
endotérmica, isto significa que o calor deve ser fornecido ao processo para que a reação
prossiga como pode se ver na equação 1 (IEA, 2006).

𝐶𝐻4 + 𝐻2 𝑂 ⇄ 𝐶𝑂 + 3𝐻2 △ 𝐻298𝑘 = 206 𝐾𝐽/𝑚𝑜𝑙 (1)

Posteriormente, no que é chamado de "reação de troca de gás e água", o


monóxido de carbono e o vapor são reagidos usando um catalisador para produzir
dióxido de carbono e mais hidrogênio. Em uma etapa final do processo chamada
"adsorção por oscilação de pressão", o dióxido de carbono e outras impurezas são
removidos da corrente gasosa, deixando hidrogênio essencialmente puro. A reforma
a vapor também pode ser usada para produzir hidrogênio a partir de outros
combustíveis, como etanol, propano ou até mesmo gasolina (DANTAS, 2011)
Apesar da reforma a vapor do gás natural ter como vantagem o baixo custo
para produção de hidrogênio destinado ao comércio, esta tecnologia favorece a
23

emissão de dióxido de carbono, e se tomando, do ponto de vista ambiental, este é um


processo não sustentável, pois tais emissões contribuem para o aumento dos gases
de efeito estufa (GOMES NETO, 2005).

2.2.1.2 Oxidação parcial

A oxidação parcial consiste em uma oxidação incompleta de um


hidrocarboneto, por exemplo gás natural, onde somente o carbono é oxidado (e
somente até o monóxido de carbono), deixando o hidrogênio livre, a próxima reação.
A entalpia padrão de reação é de -38 kJ / mol, sendo, portanto, uma reação
exotérmica, sendo capaz de fazer sem queimadores externos para manter a reação
(EFMA, 2000).
A reação é verificada com oxigênio puro ou com ar na presença de
catalisadores e opera a temperaturas acima de 800ºC. A alta presença de monóxido
de carbono no gás obtido tem o risco de deposição de carbono, especialmente se a
reação ocorre a pressão elevada, o que é desejável para alcançar reformadores mais
compactos. Este carvão depositado nos catalisadores inibe a continuação do
processo (IEA, 2006).

2.2.1.3 Eletrólise da água

A eletrólise é um processo eletroquímico de decomposição de uma


substância por corrente contínua. É o resultado de reações eletroquímicas em que
uma substância oxida, perde elétrons e outra reduz, ganha elétrons (SILVA, 1991).
Sendo caracterizada pelo fato de que a transferência de elétrons deve ser
forçada externamente, ao contrário das células galvânicas ou voltaicas, onde as
reações são espontâneas e produzem tensão elétrica. É realizada em células
eletrolíticas chamadas eletrolisadores. Uma célula eletrolítica é formada por dois
eletrodos (anodo e cátodo), um eletrólito e uma fonte de tensão (SANTOS et al., 2013).
(SILVA, 1991).
Para que a reação ocorra através de um processo adiabático ideal, a
diferença de potencial mínima entre o cátodo, onde o hidrogênio é libertado (redução),
e o ânodo, onde o oxigênio é libertado (oxidação), deve ser 1,482 V, que é chamada
potencial térmico neutro (SILVA, 2008).
24

Em condições ideais, são necessários 39 KWh de eletricidade e 8,9 litros


de água para produzir 1 kg de hidrogênio a 25o C e 1 atm. Comercialmente, os
eletrolisadores apresentam uma eficiência de cerca de 56% a 73%, correspondendo
a 70,1 kWh/kg a 53,4 kWh/kg de hidrogênio produzido, sendo as duas tecnologias
mais utilizadas nesse processo descritas a seguir (DINCER, 2012)

2.2.1.4 Eletrólise de soluções alcalinas e eletrólise PEM

A eletrólise alcalina da água é uma das duas principais tecnologias,


juntamente com os eletrolisadores de membrana de troca de prótons (PEM). A
eletrólise alcalina é a tecnologia mais madura e, devido ao seu desenvolvimento, é a
mais econômica. Sua eficiência é em torno de 62 -82%, dependendo do tamanho do
eletrolisador (CHISHOLM; CRONIN, 2016).

Figura 8 – Eletrolisador alcalino

Fonte: adaptada de Chisholm e Cronin (2016, p.322).

O diagrama correspondente à Figura 8 mostra um eletrolisador alcalino


convencional, consistindo de anodo e cátodo (geralmente níquel) e um separador
entre as câmaras de ambos os eletrodos que é permeável a íons de hidróxido e
moléculas de água. Para operar em um meio alcalino, ou seja, básico, um eletrólito
25

como o hidróxido de potássio (KOH) é adicionado até que tenha uma solução com
valores próximos a 30% de KOH. A função é mover a reação do ânodo para a
formação de oxigênio. No cátodo, bolhas de hidrogênio são formadas e no ânodo de
oxigênio, que são coletadas separadamente em cada uma das câmaras (CHISHOLM;
CRONIN, 2016).
A eletrólise PEM (Proton Exchange Membran), baseia-se na condução dos
prótons através da membrana, feita com um polímero fluorado e sulfonado.
Os polímeros condutores de íons que formam a membrana têm um duplo
propósito, primeiro eles transportam cargas elétricas entre cátodo e ânodo, e em
segundo lugar eles separam os produtos formados em cada eletrodo. A água líquida
é consumida no ânodo que forma o oxigênio e é transferida para o cátodo, no qual as
moléculas de hidrogênio são formadas a partir de prótons, isto é considerado um
processo de eletroosmose Figura 9.

Figura 9 – Eletrolisador PEM

Fonte: adaptada de Grigoriev et al. (2017).

Prótons solvatados com moléculas de água que se formaram no anodo são


transportados através da membrana para o cátodo pelo efeito do campo elétrico
aplicado. Uma vez aqui, a solvatação cessa e é reduzida a hidrogênio molecular
(GRIGORIEV et al., 2017).
26

2.2.2 Armazenamento de hidrogênio

O principal problema tecnológico da economia de hidrogênio é seu


armazenamento e, até agora, encontrar um método econômico de armazenar
hidrogênio continua a ser um desafio (NIAZ, 2015).

2.2.2.1 Armazenamento por pressão

O hidrogênio é um gás que a 20° C tem uma baixa densidade de energia,


assim que altas pressões devem ser usadas para comprimir o gás para obter uma
maior densidade de energia para armazenamento. Os tanques de armazenamento de
alta pressão de hidrogênio operam em um máximo de 300 bar, o que corresponde a
uma densidade de energia de 2,96 MJ / L (NREL, 1998).

2.2.2.2 Armazenamento a baixa temperatura

O hidrogénio a uma temperatura de -253° C pode ser armazenado como


um líquido à pressão atmosférica com uma densidade de energia de 9,98 MJ / L. A
liquefação do hidrogênio requer o uso de nitrogênio líquido para pré-resfriamento do
gás hidrogênio comprimido a -195° C, seguido pela expansão do hidrogênio até a
pressão atmosférica para liquefazer e atingir a temperatura de hidrogênio líquido de -
253 ° C (NREL, 1998).
O hidroenio deve estar abaixo da temperatura de -71° C (temperatura de
inversão) para que resfrie com a expensão, por isto o processo de duas etapas é
necessário (BARTELS, 2008).

2.2.3 Transporte de hidrogênio

O hidrogênio como gás é difícil de armazenar e transportar devido à sua


baixa densidade de energia (ESMERALDA, 2008).
Reboques de tubos de hidrogênio pressurizados puxados atrás de um trator
rodoviário podem ser usados para transportar cerca de 340 kg a 179,1 bar [70]. Esta
quantidade de hidrogênio tem um conteúdo de energia de 48 GJ.
Um reboque de hidrogênio líquido poderia transportar cerca de 3.900 kg de
hidrogênio, Esse método de transporte exigiria primeiro a liquefação do hidrogênio,
27

que é um processo intensivo de energia que usa a energia equivalente a quase um


quarto da energia total contida no hidrogênio. O tanque de líquido isolado não usaria
um sistema de refrigeração devido ao tempo de transporte de curta duração e também
para diminuir o peso do reboque e, portanto, uma pequena quantidade de perda por
ebulição ocorreria durante o transporte. O transporte de hidrogênio líquido permitiria
o transporte de 553 GJ de energia por caminhão (DEHP, 2008).
Uma rede de dutos seria a melhor opção para o uso abrangente e em
grande escala do hidrogênio como fonte de energia. No entanto, os oleodutos exigem
altos níveis de investimento inicial, o que pode compensar, mas apenas com volumes
correspondentemente grandes de hidrogênio. No entanto, uma possibilidade para o
desenvolvimento de redes de oleodutos para distribuição de hidrogênio são as redes
locais ou regionais, conhecidas como micro-redes. Estes poderiam posteriormente ser
combinados em redes transregionais (Hydrogen europe, 2017).
28

2.3 AMÔNIA

A amônia é um gás incolor com um odor forte e penetrante. Seu ponto de


ebulição é de 239,8 K, e seu ponto de congelamento é de 195,5 K, com uma
densidade de 0,73 kg / m3 e uma temperatura de auto-ignição de 930 K sob condições
atmosféricas, com uma densidade de energia de 22,5 MJ / kg (Encyclopedia
Britannica, 2013).
A fórmula química da amônia é NH3 e consiste em 82,4% de nitrogênio e
17,6% de hidrogênio por peso. Assim, o nitrogênio e o hidrogênio devem ser
misturados nas proporções adequadas e reagidos juntos para formar amônia
(MORGAN, 2013).

2.3.1 Síntese de amônia

Mais de 90% da produção mundial de amônia usa o metodo que foi


desenvolvido por Fritz Haber e Carl Bosch em 1993, chamado processo da síntese da
Haber-Bosch (BARTELS,2008).
A mistura de nitrogênio e hidrogênio, que é chamada de gás sintético, é
primeiro comprimida para 120-220 bar, dependendo da planta em particular, antes de
entrar no ciclo de síntese de amônia (ROSSETTI et al., 2005)
A síntese da amônia a partir da composição hidrogênio com nitrogênio é
reversível e pode ser descrita integralmente pela reação na equação 2 (MODAK,
2002):

1 3 (2)
𝑁2 + 𝐻2 ⇌ 𝑁𝐻3 ; ΔH298k = - 45,7 kJ/mol
2 2

A conversão de hidrogênio em amônia requer uma entrada de energia


elétrica para operar o ciclo do gas sintetico e o ASU. O custo de energia incluindo
estes dois processos é 0,390 kWh / kg-NH3 (MORGAN, 2013)
O nitrogeno, que corresponde a um 82,4% da amônia é retirado do ar por
meio de unidades de separação do ar (ASU), o hidrogênio pode ser produzido a partir
29

de fontes fósseis ou utilizando fontes renováveis, como pode se observar na figura 10


(HOLBROOK; LEIGHTY, 2009).

Figura 10 – Diferentes métodos para produzir amônia

Fonte: modificada de BARTELS (2008).

2.3.2 Utilização da amônia

2.3.2.1 Agricultura

Os três nutrientes principais do fertilizante são nitrogênio, fôsforo e


potássio, onde as fontes de fosforo e potássio são obtidas por mineração mas não há
minéro rico em nitrogênio, então o nitrogênio deve ser sintetizado na forma de amônia.
O que converte ela em um ingrediente chave para fertilizantes (Bright Hub, 2016).
O principal uso da amônia no mundo é no setor da agricultura, que como
pode ser observado na Figura 11 corresponde a um 80 %.
30

Figura 11 – Usos da amônia

Fonte: Adaptada de Afif et al. (2016)

2.3.2.2 Industrial

A amônia tem muitas aplicações na área industrial, é utilizada na fabricação


de produtos de limpeza doméstica, ácido nítrico utilizado no fabrico de corantes, fibras
e plásticos, explosivos, nitrato de amônio, trinitrotolueno (TNT) e nitroglicerina.
Também é utilizada na fabricação de polímeros sintéticos, tais como nylon e acrílicos
(AFIF et al., 2016).
É utilizada com fins de refrigeração industrial, cientistas e técnicos de
refrigeração estão analisando seriamente os refrigerantes naturais como ar, água,
amônia dióxido de carbono e outros como uma alternativa de longo prazo para a
refrigeração industrial (NI et al., 2008).

2.3.2.3 Produtora de energia

A viabilidade da amônia como portador de energia depende da eficiência


geral de conversão do processo, incluindo a capacidade de convertê-lo nos níveis de
potência necessários no ponto de consumo com impacto ambiental mínimo (VALERA
et al., 2018).
31

O poder calorífico da amônia é 22,5 MJ / kg (9690 BTU / lb), que é cerca


de metade do diesel. Em um motor normal, no qual o vapor de água não é
condensado, o valor calórico da amônia será cerca de 21% menor que este valor. Não
pode ser facilmente usada em motores Otto ciclo existentes sem uma penalidade de
alta produção de NOx devido à sua faixa de inflamabilidade muito estreita e baixa
temperatura de chama. Como a amônia não contém carbono, sua combustão não
pode produzir monóxido de carbono, hidrocarbonetos ou fuligem (RESNIK, 2004).
As células combustível oferecem uma oportunidade para desenvolver
sistemas termodinâmicos que geram eletricidade com base em reações
eletroquímicas pelo consumo de reagentes de fontes externas (ORDOÑEZ et al.,
2016).
Além disso, as células de combustível são recomendadas por causa de sua
alta eficiência, baixo impacto ambiental e tecnologia atraente para a conversão direta
de combustível em eletricidade. As células de combustível são categorizadas de
acordo com sua temperatura de operação, eficiência, aplicações, custos e materiais
eletrolíticos. As classificações de célula de combustível por eletrólito são consideradas
para seis sistemas principais como seguidos (LEFEBVRE; TEZEL, 2017):

• Células a combustível alcalinas.


• Células a combustível de ácido fosfórico.
• Células a combustível de óxido sólido (SOFCs).
• Células a combustível de carbonato fundido.
• Células de combustível de membrana de troca de prótons.
• Células a combustível de metanol direto.

Entre esses diferentes tipos de células de combustível, as SOFCs têm uma


grande vantagem na combinação de geração de energia ecologicamente correta com
flexibilidade de combustível. Como as SOFC são viáveis a altas temperaturas entre
1073 K e 1273 K, vários combustíveis alternativos, como o hidrogênio ou derivados
(amônia), biogás e bioetanol, podem ser utilizados diretamente em uma SOFC (JRADI
et al., 2017).
Nos últimos anos, a amônia (NH3) tornou-se um combustível promissor
para a geração de eletricidade no SOFC porque é relativamente barato, carbono-livre,
fácil de armazenar e transportar, combustível bem estabelecido com décadas de
32

experiência em síntese, manuseio e utilização em todo o mundo, menos inflamável do


que outros combustíveis e relativamente seguro, pois qualquer vazamento o cheiro é
facilmente detectável (AFIF et al., 2016).
No estudo realizado pela CSIRO (Ammonia Energy, 2017), foi avaliada a
eficiência da utilização da amônia como como combustível sustentável e transportador
de hidrogênio. No estudo foram escolhidos três cenários: 1. Transportador de
hidrogênio de alta pureza para veículos de célula de combustível (PEMFC), (2) um
transportador de hidrogênio para combustível estacionário células (SOFC), e (3) um
combustível direto para motores de combustão interna e turbinas a gás. Os resultados
foram mostrados segundo o pior e o melhor cenários, obtendo 11%-19% para o primer
cenário, 25%-39% para o segundo e 15% - 21% para o terceiro.
No mesmo estudo comparam os resultados obtidos com a amônia com
outros estudos que investigam a eficiência de ida e volta do metanol e o hidrogênio
líquido que foram de 9,3% para metanol e 8,7% para o hidrogênio líquido.
Avaliações do ciclo de vida mostram como a amônia produzida por
eletrôlise da agua baseada em energia eólica utilizando para o transporte e produção
de energia pode ser vantagens consideráveis para a mitigação de impactos
ambientais, como o potencial de aquecimento global, depleção abiótica entre outras
(BICER; DINCE, 2018).

2.3.3 Armazenamento da amônia

A amônia já é produzida e transportada em volumes consideráveis (∼180


Mtonnes / ano), portanto, é um combustível prático e escalável. Com a capacidade de
fornecer armazenamento de energia em escala de grade, a amônia facilita a crescente
exploração de fontes de energia renováveis (IEA, 2017).
A amônia recebe um tratamento especial ao ser armazenada devido à sua
toxicidade inerente, sua inflamabilidade, sua capacidade de conduzir elétrons e sua
capacidade de causar corrosão sob tensão nos aços-carbono (ASSUMPÇÃO et al.,
2014).
Esses problemas foram superados, mas deve ser dada uma atenção
especial ao projetar tanques de armazenamento de amônia. Embora a amônia seja
tóxica em altas concentrações, ela pode ser detectada por humanos em níveis de
cerca de 5 ppm, bem abaixo dos níveis considerados perigosos. (MORGAN, 2013).
33

Os custos de capital do armazenamento de energia de amônia são


comparáveis ou melhores do que aqueles para ar comprimido e bombeado
hidrelétrico, mas sem as restrições geológicas concomitantes, e substancialmente
menores do que outras tecnologias, como baterias elétricas (GIL et al., 2017).
Já existe uma infraestrutura considerável para o transporte e
armazenamento de amônia, juntamente com procedimentos de manuseio seguro bem
estabelecidos, e isso reduz a necessidade de investimento em infraestrutura adicional
e treinamento. Embora a inércia econômica do uso de combustíveis fósseis esteja
arraigada globalmente, cenários competitivos podem ser criados usando essa fonte
de combustível que pode ser comercializada e movida usando a infraestrutura
existente, construída em torno de combustíveis líquidos (VALERA et al., 2018).

2.3.3.1 Armazenamento por pressão

A amônia pode ser armazenada como um líquido a uma temperatura


ambiente de 20° C mantendo uma pressão de 8,58 bar. Nestas condições a densidade
de energia da amônia é de 13,77 MJ / L (BARTELS, 2008).
Este tipo de armazenamento é especialmente adequado para armazenar
pequenas quantidades de amônia, carregar e descarregar caminhões, carros-tanque
e embarcações marítimas carregando amônia pressurizada e para a entrada ou saída
dos sistemas de tubulação (APPL,1999).
Os reservatórios de armazenamento de pressão de amônia geralmente
operam a uma pressão de 17 bar para manter a amônia como um líquido, mesmo se
a temperatura ambiente aumentar. O aço carbono pode ser usado para a construção
do tanque sendo que o tamanho do vaso de pressão de amônia é praticamente
limitado a cerca de 270 t onde aproximadamente 2,8 t de amônia podem ser
armazenadas por tonelada de aço (APPL,1999).

2.3.3.2 Armazenamento a baixa temperatura

A amônia pode ser armazenada como um líquido à pressão atmosférica se


uma temperatura de fluido de -33° C for mantida (EFMA, 2002).
34

A densidade de energia da amônia refrigerada é de 15,37 MJ / L, que é


ligeiramente mais densa que a amônia contida no armazenamento pressurizado a
13,77 MJ / L (BARTELS,2008).
As instalações típicas armazenam entre 15.000 t e 60.000 t, mas os
tanques de armazenamento são construídos em uma faixa de tamanhos de 4.500 t e
45.000 t (IRC, 2008).
O sistema de baixa temperatura pode armazenar de 41 a 45 toneladas de
amonia por tonelada de aço, o que é quase 15 vezes mais eficiente que o
armazenamento sob pressão (APPL, 1999).

2.3.4 Transporte da amônia

A amônia é distribuída hoje por meio de uma rede internacional de dutos,


ferrovias, barcaças, navios, reboques rodoviários e depósitos de armazenamento.
Embora projetados para atender às necessidades das indústrias de fertilizantes e
produtos químicos, essas instalações mostram a viabilidade de transportar com
segurança e eficiência enormes quantidades desse combustível de locais remotos de
produção para os mercados locais (ELUCIDARE, 2008).
A amônia é facilmente transportada por caminhão e trilho como um líquido
pressurizado. Reboques rodoviários estão atualmente em uso com 43,530 L de
capacidade e uma pressão operacional de 20,7 bar. O transporte ferroviário utiliza um
tanque pressurizado semelhante com 126.810 L de capacidade a 15,5 bar, que seria
capaz de transportar 77,5 t de amônia (BARTELS,2008).
O transporte de amônia pelo navio ou barcaça poderia ser feito usando
vasos de armazenamento pressurizados ou de baixa temperatura. Navios oceânicos
existentes são capazes de transportar 50.000 t de amônia usando baixa temperatura
de armazenamento (APPL, 1999).
O transporte de longa distância de amônia é feito tipicamente usando
oleodutos, pois é o método de transporte mais econômico, onde existem instalações
de armazenamento e terminais localizados ao longo do oleoduto para apoiar as
operações (MORGAN, 2013).
35

2.4 COMPARATIVO ENTRE O HIDROGÊNIO E AMÔNIA COMO VETOR


ENERGÉTICO

O uso de amônia como portador de energia tem várias vantagens. Uma


delas é que a maioria das tecnologias de produção e transporte é bem desenvolvida
e já é amplamente utilizada em escala industrial. A síntese de amônia no processo
Haber-Bosch está entre os maiores e mais bem estudados processos químicos do
mundo (VALERA et al., 2018).
A amônia é atraente como forma de armazenar energia de fontes
renováveis, em parte devido à sua flexibilidade. Ele pode ser usado como um
transportador de hidrogênio, um combustível direto para combustão e células de
combustível ou vendido em seu uso atual como matéria-prima de fertilizantes. Além
disso tem uma alta octanagem e pode ser misturada com combustível diesel com
pouca modificação no motor (MAKEPEACE et al., 201).
Tem menor custo por unidade de energia armazenada, ou seja, mais de
182 dias o armazenamento de amônia custaria 0,54 $ / kg-H 2 comparado a 14,95 $ /
kg-H 2 de armazenamento de hidrogênio puro, maior densidade de energia
volumétrica (7,1-2,9 MJ / L), produção mais fácil e mais difundida, capacidade de
manuseio e distribuição e melhor capacidade comercial (IAMR, 2013).
O custo da produção de amônia é maior do que o do hidrogênio, como é
esperado devido ao processamento adicional necessário para produzir amônia. Se o
combustível for transportado, um custo adicional de 1,87 $ / kg-H2 e 0,19 $ / kg-H2 é
adicionado para hidrogênio e amônia, respectivamente. Embora a amônia tenha um
custo de produção mais alto, os custos combinados de produção e transporte tornam
a amônia 0.88 $ / kg-H2 mais barata que o hidrogênio (BARTELS,2008).
Em quanto ao armazenamento foi provado que a eficiência da amônia é de
um 93,6 % em quanto para o hidrogênio foi de 76,9 %, definindo a eficiência como a
energia química armazenada dividida pela soma da entrada de energia
(BARTELS,2008).
No armazenamento por pressão o hidrogênio exigiria não apenas um
volume 4,65 vezes maior do que o da amônia para a mesma quantidade de energia
armazenada, mas também exigiria uma pressão muito mais alta, exigindo construção
de tanques mais forte e mais pesados, além de uma despesa adicional para comprimir
o gás. Esta diferença na densidade de energia é especialmente importante se estes
36

combustíveis forem considerados como um combustível para veículos, onde o espaço


de armazenamento a bordo é limitado (IRC, 2008).
Em quanto ao transporte o sistema de amônia também apresentou maior
eficiência que o sistema de hidrogênio, com eficiência calculada de 93,4% e 86,9%,
respectivamente (BARTELS,2008).
37

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 PYTHON

Para a limpeza, modelagem, analise dos dados e criação de gráficos de este


trabalho foi utilizado o linguagem de programação Python.
Python é uma linguagem de programação de alto nível, interpretada, de
script, orientada a objetos e funcional. Foi lançada por Guido van Rossum em 1991.
Atualmente possui um modelo de desenvolvimento comunitário, aberto e gerenciado
pela organização sem fins lucrativos Python Software Foundation (MCKINNEY, 2018).

3.2 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA REGIÃO DE ESTUDO

Fortaleza é um município brasileiro, capital do estado do Ceará, situado na


região Nordeste do país. Está localizada no litoral Atlântico, a uma altitude média de
dezesseis metros, com 34 km de praias. Fortaleza possui 313,140 km² de área e 2
643 247 habitantes estimados em 2018, além da maior densidade demográfica entre
as capitais do país, com 8 390,76 hab/km².

Figura 12 – Mapa de Fortaleza e do Estado do Ceará

Fonte: CA (2019)
38

É a maior cidade do Ceará em população e a quinta do Brasil. A Região


Metropolitana de Fortaleza é a sexta mais populosa do Brasil e a primeira do Norte e
Nordeste, com 4 051 744 habitantes em 2017. É a cidade nordestina com a maior área
de influência regional e possui a terceira maior rede urbana do Brasil em população.

3.3 BASE DE DADOS PARA O POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO


EÓLICO

Os dados da velocidade do vento da cidade de Fortaleza foram cedidos


pelo grupo MASTER da Universidade de São Paulo (USP). Os dados de velocidade
do vento e direção são referentes ao período de Janeiro de 2008 até Outubro de 2018.
A plataforma dos dados METAR utilizados para o estudo está localizada no Aeroporto
Pinto Martins na latitude 3,78° S, na longitude 38,53° W e a velocidade do vento foi
medida a 10m.

3.4 BASE DE DADOS PARA O CONSUMO ENERGÉTICO NO NORDESTE


BRASILEIRO

Os dados do consumo de energia do Nordeste brasileiro foram obtidos pelo


ONS. Os dados consumo de energia são referentes ao período de Janeiro de 2008
até dezembro de 2018.
ONS é o órgão responsável pela coordenação e controle da operação das
instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado
Nacional e pelo planejamento da operação dos sistemas isolados do país, sob a
fiscalização e regulação da ANEEL.
39

3.5 AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ENERGIA A PARTIR DE UM


AEROGERADOR

3.5.1 Distribuição de Weibull

Um dos parâmetros adotados para a análise dos dados de velocidade do


vento direcionado para a região de Fortaleza será a aplicação desses dados na função
de densidade de distribuição de Weibull. Segundo os estudos de (CUNHA et al., 2012;
SHOAIB et al., 2017; ROCHA et al., 2012) os dados de velocidade do vento servem
de base para a distribuição de Weibull que é descrita como uma função de densidade
de probabilidade (PDF) representada na equação 3 por 𝑓(𝑣) e uma função de
distribuição cumulativa (CDF) representada na equação 4 por 𝐹(𝑣):

𝑘 𝑣 𝑘−1 𝑣 𝑘 (3)
𝑓(𝑣)𝑑𝑣 = ( ) 𝑒𝑥𝑝 [(− ) ]
𝑐 𝑐 𝑐

Segundo (CUNHA et al., 2012; ROCHA et al., 2012) em CDF temos os


fatores de forma e escala representando pelas constantes 𝑘 e 𝑐 e essa função é
representada por:

𝑣 𝑘 (4)
𝐹(𝑣) = 𝑣0𝑓(𝑣 ′ )𝑑𝑣 ′ = 1 − 𝑒𝑥𝑝 [(− ) ]
𝑐

Para determinar a distribuição de Weibull é necessário saber o parâmetro


de forma 𝑘 (sem dimensão) e o parâmetro de escala 𝑐 (m/s). Para o cálculo destes
parâmetros neste trabalho serão calculados com as seguintes equações
(MOSTAFAEIPOUR et al., 2016; ALI et al.2017; MOHAMMADI, 2015):

𝜎 −1.086
𝑘=( ) (5)
𝑣𝑚

𝑣𝑚
𝑐= (6)
3
Γ (1 + )
𝑘
40

Onde:

 𝑣𝑚 é a velocidade media do vento;


 𝜎 é o desvio padrão;
 Γ é chamada da função gamma, podem ser calculadas com as equações
(7),(8),(9) respetivamente:

𝑛
1 (7)
𝑣𝑚 = ∑ 𝑣𝑖 (𝑚/𝑠)
𝑛
𝑖=1

𝑛 0.5 (8)
1
𝜎 = [( ∑(𝑣𝑖 − 𝑣𝑚 )2 )]
𝑛−1
𝑖=1


(9)
Γ(x) = ∫ exp(−𝑢)𝑢 𝑥−1
0

3.5.2 Densidade de potência do vento

A densidade de potência do vento é proporcional ao cubo da velocidade do


vento, para uma distribuição de probabilidade teórica 𝑓(𝑣), que pode ser calculada
pela equação (10) e pode ser calculada também com a equação (11) baseada na
função de probabilidade do Weibull (MOHAMMADI, 2015):

1 3 (10)
𝑃= 𝜌𝑣
2
41

1 3 3 (11)
𝑃= 𝜌𝑐 г (1 + )
2 𝑘

Onde 𝜌 é a densidade do ar. A densidade do dar depende do lugar onde


está se realizando o estudo, Segundo (NAJAFIAN et al., 2018) a densidade pode ser
calculada como:

𝑔𝑜 𝑀 (12)
(1+ )
𝑇𝑏 𝑅𝐿𝑏
𝜌 = 𝜌𝑏 [ ]
𝑇𝑏 + 𝐿𝑏 (ℎ − ℎ𝑏

Onde:

 𝜌𝑏 é a densidade do ar ao nível do mar com uma


temperatura meia de 15 ºC e pressão atmosférica de 1
atm., que é igual a 1.225 Kg/m3;
 𝑇𝑏 é 288,15 K;
 𝐿𝑏 é 0,0065;
 ℎ𝑏 é 10 m;
 𝑔𝑜 é 9,81 m/s2;
 𝑅 é 8,3144598 N.m/mol.K;
 𝑀 é 0.0289644 kg/mol.

3.5.3 Extrapolação da velocidade do vento

A lei de potência é bastante aplicada em estudos de aerogeradores de


grande porte como visto no estudo (KATINAS et al., 2017). É um método de
extrapolação das características da velocidade do vento com base na altura. Como os
dados foram obtidos de uma plataforma de dados METAR que apresenta 10m de
altura, podemos utilizar a equação (13) como descrito no estudo (KATINAS et al.,
2017).
42

ℎ2 (13)
𝑙𝑛 ( )
ℎ0
𝑣2 = 𝑣1

𝑙𝑛 ( 1 )
ℎ0

Onde:

 ℎ0 é o elemento de rugosidade da superfície do solo;


 𝑣1 é a velocidade do vento na altura ℎ1 ;
 𝑣2 é a velocidade do vento na altura ℎ2 ;

Entretanto os dados como descrito na série temporal mostrada apresenta


certas variações de velocidade do vento, podendo ser descrita como na equação
abaixo:

ℎ2 𝑚 (14)
𝑣2 = 𝑣1 ( )
ℎ1

Onde segundo o estudo (KATINAS et al., 2017) o valor 𝑚 = 1/7 que é


considerado o valor mais frequentemente usado. É importante ressaltar que de acordo
com as características da distribuição espacial dos dados de velocidade do vento
existe a presença de outliers numa curva de potência de uma turbina eólica e segundo
o estudo de (YESILBUDAK, 2018) esses outliers podem está na forma de empilhada
na curva inferior, outliers empilhados a meio da curva, outliers empilhados na curva
superior e outliers dispersos em torno da curva. Dessa forma são descritos nesse
estudo quatro tipos desses outliers.
Pode se estimar os parâmetros de Weibull a uma determinada altura
ℎ2 conhecendo os parâmetros de Weibull (𝑐1, 𝑘1 ) a uma altura ℎ1 . O melhor método
para a extrapolação dos parâmetros de Weibull é o proposto por Justus and Mikhail
(NAJAFIAN et al., 2018) como pode se observar nas seguintes equações:
43

ℎ2 𝑛 (15)
𝑐2 = 𝑐1 ( )
ℎ1

ℎ (16)
𝛼0 ln ( 1 )
ℎ𝑟
1−
ln(𝑣ℎ )
𝑘2 = 𝑘1

𝛼0 ln ( 2 )
ℎ𝑟
1−
ln(𝑣ℎ )

𝑐
ln ( 1 )
ℎ𝑟
1−
ln(𝑣ℎ ) (17)
𝑛 = 𝛼0

𝛼0 ln ( 1 )
ℎ𝑟
1−
ln(𝑣ℎ )

𝑧0
𝛼0 = ( ) (18)
ℎ𝑟

Onde:

 𝑛 é o exponente da lei de potência;


 𝑣ℎ é 67 m/s;
 ℎ𝑟 é 10 m/s;
 𝛼0 é o coeficiente de rugosidade que pode ser calculado com a equação (15),
onde 𝑧0 é o comprimento da rugosidade da superfície.

3.5.4 Estimação do fator de capacidade

O fator de capacidade é definido como a razão entre a potência média e a


potência nominal de saída do gerador (DOUAK; SETTOU, 2015):
44

𝑘 𝑘
𝑉 𝑉 (19)
𝑒𝑥𝑝 [− ( 𝑐𝑖𝑛⁄𝑐) ] − 𝑒𝑥𝑝 [− ( 𝑟⁄𝑐) ] 𝑉𝑐𝑜𝑢𝑡 𝑘
𝐶𝐹 = − 𝑒𝑥𝑝 [− ( ) ]
𝑉 𝑉 𝑐
( 𝑟⁄𝑐)𝑘 − ( 𝑐𝑖𝑛⁄𝑐 )𝑘

Onde:

 𝑉𝑐𝑖𝑛 é a cut-in speed;


 𝑉𝑐𝑜𝑢𝑡 é a cut-off speed;
 𝑉𝑟 é é a rate output wind speed.

A potência gerada por um aerogerador pode ser determinada pela equação


(20), sendo 𝑃𝑟 a potência nominal do aerogerador e ℎ o número de horas que ser se
determinar, no caso de um ano 8760 horas.

𝑊 = 𝐶𝐹 𝑃𝑟 ℎ (20)

3.5.5 Aerogeradores escolhidos para o estudo e suas características

Na tabela 1 se mostram as características mecânicas dos 6 aerogeradores


escolhidos, sendo eles os mais instalados no nordeste no ano 2018 (EPOWERBAY,
2018)

Tabela 1 – Aerogeradores escolhidos e suas carateristicas

Potencia Altura Cut-in Speed Rated speed Cut-out Speed Rotor diameter
Aerogerador
nominal *(m) (m/s) (m/s) (m/s) (m)

Modelo 1: AW-125/3000 3000 120 3.5 12 25 125


Modelo 2: E92/2350 2350 110 2 13 25 92
Modelo 3: G114-2.0 2000 120 2.5 10 25 114
Modelo 4: GE 2.0-116 2000 94 3 10 25 116
Modelo 5: ECO 122 2700 89 3 10 34 122
Modelo 6: V136/3450 3450 112 2.5 11 22 136

Fonte: Elaborado pelo autor


45

3.6 AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO A PARTIR DE ENERGIA


EÓLICA

Será calculado o potencial de produção em massa de hidrogênio (HMP)


por meio da equação (21) (CHRISTOPHER et al., 2018), relacionado à turbina eólica
utilizada.
As vantagens de utilizar PEM são: 1- Alta eficiência, 2- Baixas emissões
de GEE e 3- Capacidade de trabalhar com energia eólica. (CHRISTOPHER et al.,
2018).

ɳ1 ɳ2 𝑊 (21)
𝐻𝑀𝑃 =
𝐿𝐻𝑉

Onde:

 ɳ1 é a eficiência da eletrólise (0,75);


 ɳ2 é o coeficiente de perda do sistema (0,90);
 LHV é o menor valor de aquecimento (0,0333 MWh / kg).

3.7 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE AMÔNIA VIA PROCESSO


HABER-BOSCH

Para estre trabalho se considera a utilização do processo Haber-Bosch


para a produção de amônia, o qual utiliza o nitrogênio e hidrogênio. É assumido que
o nitrogênio será extraído do ar por meio de uma unidade de separação do ar (ASU)
e hidrogênio será produzido por meio da eletrolise a partir da fonte eólica.
A água necessária para os eletrolisadores deve ser destilada quase sem
dissolução sólidos, pelo que o sistema de dessalinização de água deve fornecer agua
destilada com alto grau de pureza (MORGAN, 2013).
É assumido para este trabalho que o parque eólico estará operando perto
ao mar, pelo que pode ser usado o processo de osmose reversa, já que é uma
tecnologia conhecida e de alta eficiência, esse método de dessalinização é o mais
adequado, conseguindo separar a agua dos sais minerais, removendo
consideravelmente parte dos compostos orgânicos, chegando a remover 99% dos
sais dissolvidos (ESTEVES, 2017).
46

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CARATERISTICAS DO VENTO NA CIDADE DE FORTALEZA

As caraterísticas do vento para cada ano, incluindo a velocidade meia,


desvio padrão, o parâmetro de forma k e o parâmetro de escala c, seguido da
densidade da potência do vento são representadas na tabela 2 abaixo:

Tabela 2 – Caraterísticas do vento na cidade de fortaleza por ano

Ano Meia SD k (-) C (m/s) WPD (W/m2)

2008 4.26 2.10 2.16 4.81 84.03


2009 4.00 2.02 2.10 4.52 71.47
2010 4.23 1.93 2.34 4.77 76.63
2011 4.75 2.17 2.35 5.36 108.63
2012 5.69 2.26 2.73 6.40 167.57
2013 5.68 2.34 2.62 6.39 170.85
2014 5.59 2.40 2.50 6.30 168.55
2015 5.59 2.39 2.52 6.29 167.32
2016 5.56 2.31 2.60 6.26 161.63
2017 5.27 2.26 2.50 5.94 140.91
2018 4.89 2.26 2.31 5.52 119.73
Meia total 5.05 2.22 2.43 5.69 130.67

Fonte: Elaborado pelo autor

A meia da velocidade do vento por ano, e consequentemente a densidade


de potência do vento, já que está diretamente relacionada, nos anos 2008 até 2011
é relativamente mais baixa se comparada com o resto de anos, onde pode se
observar que dos anos 2001 até 2017 se mantem mais ou menos constante, menos
para o último ano.
Como pode se observar na tabela 2, os parâmetros de forma se mantem
constantes para todos os anos, representando assim uma distribuição dos ventos
constante para todos os anos, podendo assim ter uma confiabilidade maior na hora
de saber quanto esperar de quanta potência será gerada pelo aerogerador.
47

Na figura 13 está representada a gráfica da densidade de probabilidade


para a meia dos 10 anos de dados dos parâmetro de forma e escala. Sabendo que
para todos os anos os dois parâmetros se mantem constantes, pode se saber que a
frequência do vento e consequentemente potência vão se manter para os próximos
anos da mesma forma, podendo ter assim uma confiabilidade da intermitência na
energia gerada pela fonte eólica na cidade de fortaleza.

Figura 13 – Densidade de probabilidade do vento em Fortaleza

Fonte: Elaborado pelo autor

Um analise importante que tem que ser feito para o analise do recurso
eólico é a direção do vento. Não é possível instalar um parque eólico em um local
sem ter um conhecimento preciso das variações da direção do vento. Os dados da
direção do vento são medidos na altura de 10 m e têm um intervalo de 0 a 360.
48

Uma maneira adequada para mostrar a direção do vento é a rosa dos


ventos, que representa a porcentagem de direções do vento com base no setor da
bussola. Todos os dados de direção do vento de Fortaleza para os 10 anos foram
analisados e são representados na figura 14, mostrando que o vento dominante de
Fortaleza é na direção este, com uma frequência de 42,58%

Figura 14 – Rosa dos ventos do vento em Fortaleza

Fonte: Elaborado pelo autor


49

4.2 CONSUMO ELETRICO NO NORDESTE BRASILEIRO

Como descrito no capítulo 3.4 os dados do consumo de energia do


Nordeste brasileiro foram obtidos pelo ONS. Os dados consumo de energia são
referentes ao período de Janeiro de 2008 até dezembro de 2018.
Na figura 15 se mostra a evolução da demanda de energia no nordeste
brasileiro por ano.

Figura 15 – Consumo elétrico no nordeste brasileiro 2008-2018

Fonte: Elaborado pelo autor

Pode se ver claramente como o gasto energético vai aumentando por ano,
este fato é devido ao aumento constante da população, em 1900 era de um bilião, no
ano 2000 de 6 bilhões e se espera que no 2050 seja de 9 bilhões[ NATASHA], assim
o gasto energético aumentara diretamente proporcional com o aumento da população,
já que não só o consumo por pessoa será maior, se não que todas as empresas terão
que aumentar sua produtividade para poder atingir a esse incremento da população.
Este aumento de população e de gasto energético exigira uma produção
de maior de energia e como comentado no capitulo na revisão de literatura, os preço
para produzir um Kwh de energia por meio de energia solar e energia eólica será cada
vez mais barato, pelo que a necessidade de encontrar uma forma de armazenar essa
energia deveria se tornar uma prioridade.
50

4.3 POTENCIA GERADA PELOS AEROGERADORES

Os aerogeradores escolhidos para este trabalho foram mostrados na tabela


1. A meia da velocidade a uma altura de 10 metros coletada no aeroporto de Fortaleza
para os anos 2008 e 2018 será utilizada como para metro para o cálculo de quanta
energia poderiam gerar os aerogeradores mencionados, o comprimento de
rugosidade será 0,2 já que o lugar de estudo é um aeroporto (NAJAFIAN et al., 2018).
Na tabela 3 são mostrados os dados da energia que produziriam em meia
os aerogeradores.

Tabela 3 – Energia produzida por os aerogeradores escolhidos

Fator de Produção de energia


Aerogerador c2 k2
Capacidade anual (MWh)
Modelo 1: AW-125/3000 8.83 2.85 0.36 9475.45
Modelo 2: E92/2350 8.70 2.83 0.30 6230.87
Modelo 3: G114-2.0 8.83 2.85 0.52 9170.57
Modelo 4: GE 2.0-116 8.47 2.80 0.48 8469.40
Modelo 5: ECO 122 8.39 2.78 0.48 11255.79
Modelo 6: V136/3450 8.72 2.84 0.43 13133.36
Fonte: Elaborado pelo autor

O aerogerador que melhor se adapta ao vento de Fortaleza é o modelo 6


V136/3450 da multinacional Vestas. Pode ser observado como ainda ter um fator de
capacidade menor que outros mostrados na tabela consegue gerar mais energia, isto
é devido a que este aerogerador tem uma potência nominal maior que os de maior
fator de capacidade, é um dos que maior altura tem e como último atributo é que este
aerogerador começa a gerar energia com uma velocidade de 2,5 m/s, ajustando-se
mais a velocidade do vento de Fortaleza que como mostrado na figura 13 do
histograma de velocidades existe um porcentagem maior em velocidades mais baixas.
51

4.4 PRODUÇÃO V.S. CONSUMO

Para poder demostrar o objetivo deste projeto será assumido que quer se
instalar uma usina eólica na cidade de Fortaleza que conseguira produzir 1% do
consumo energético do nordeste do Brasil.
Esta quantidade de energia corresponde a 1313 Gwh, pelo que o número
de aerogeradores necessários para atingir esta quantidade de energia será de 127.
Na figura 16 se mostra a energia produzida em meia para cada mês num
ano e a energia consumida em meia, pode ser observado como do mês de Janeiro
até o mês de junho os aerogeradores não conseguem atingir a energia necessária e
do mês de junho até dezembro existe um excesso de energia.

Figura 16 – Energia produzida V.S Energia consumida por meses

Fonte: Elaborado pelo autor

Como mencionado no capítulo da revisão de literatura a energia eólica é


uma energia intermitente que depende do vento, o resultado mostrado na figura 16 já
era esperado, mas isto não significa que em janeiro exista sempre uma perda de
energia, isto significa que em meia existe uma perda o um excedente, mas
dependendo da hora do dia pode existir um excedente de energia nos meses que em
meia existe uma perda de energia e ao contrario para os meses com excedente.
52

Isto é demostrado na figura 17, onde se mostra a energia consumida v.s a


produzida em meia para cada hora dum dia.

Figura 17 – Energia produzida V.S Energia consumida por horas

Fonte: Elaborado pelo autor

Pode se observar como existe uma quantidade de energia gerada pelos


aerogeradores e consequentemente uma maior velocidade do vento das 11:00 as
21:00 horas, querendo dizer que para ter uma noção de quanta energia está sendo
utilizada ou não deverá ser calculada a energia gerada para cada hora do ano.
53

4.5 CALCULO DA FALTA OU ENERGIA EXCEDENTE REAL

Tendo a velocidade do vento para cada hora de cada dia do ano dos dez
anos, foi calculada a meia para cada hora nesses dez anos e calculado quanta energia
o aerogerador escolhido conseguiria produzir. O consumo para cada hora do ano dos
dez anos também é conhecido pelo que pode ser feita uma comparação, podendo
assim saber quanta energia está sendo excedida ou quanta energia não está
conseguindo atingir o necessário.
Isto é mostrado na tabela quatro que foi feita uma suma da produção total
de todas essas horas do ano e agrupadas em messes para ser mais fácil de entender
visualmente. Nesta tabela aparece os meses do ano, o número de dias que tem cada
mês, a produção total de esses aerogeradores, o gasto total de eletricidade no
nordeste brasileiro, o excedente de energia e falta de energia total que existiu em
esses meses.

Tabela 4 – Produção total, Gasto total, excedente de energia e falta calculada

Excedente Falta de
Produção Gasto total
Mês Dias de energia energia
total (Mwh) (Mwh)
(Mwh) (Mwh)
Janeiro 31 92869.24 110953.38 18316.30 -36400.5
Fevereiro 28 87287.22 103925.59 16137.30 -32775.7
Março 31 65898.74 113300.34 4854.27 -52255.9
Abril 30 62425.53 108345.59 5163.78 -51083.8
Maio 31 75000.66 111413.96 9599.28 -46012.6
Junho 30 85638.70 105478.34 16348.00 -36187.7
Julho 31 113745.52 108489.77 30894.00 -25638.2
Agosto 31 150687.99 109697.71 56836.10 -15845.8
Setembro 30 164876.32 108543.23 67276.00 -10942.9
Outubro 31 168394.04 113943.81 64495.40 -10045.2
Novembro 30 133341.20 110623.99 47937.30 -25220.1
Dezembro 31 116263.77 111713.21 35868.10 -31317.6
Fonte: Elaborado pelo autor

A figura 18 é a representação gráfica da tabela 4 para ter uma ideia mais


clara dessa perda e falta de energia, mostrada graficamente.
54

Pode se observar que a energia excedente e a falta de energia são


complementarias, isto é devido porque no final do ano o aerogerador vai conseguir
atingir essa quantidade energia total, mas não quando é preciso, por causa da
intermitência do vento.

Figura 18 – Energia excedente V.S falta de energia por meses

Fonte: Elaborado pelo autor

Como visto na figura 16, existe uma perda maior dos meses de janeiro ate
junho e um excedente de energia de junho até dezembro, por causa de ter de menos
a mais vento nesses meses, mas que como comentado existe essa falta de energia e
excedencia em todos os meses.
55

4.6 CALCULO DO RETORNO DE ENERGIA POR MEIO DA AMONIA

Já tendo os dados de quanta energia excedente existe durante todo o ano


agora pode ser calculado quanta energia podemos recuperar por meio de todo o
processo. Este processo é totalmente elétrico onde é gerada eletricidade por meio dos
aerogeradores, fabricado hidrogênio por meio da eletrolise PEM e fabricada a amônia
por meio do processo de Haber-Bosch e uma vez obtida a amônia pode ser
armazenada por longos períodos de tempo, transportada e finalmente transformada
de novo em eletricidade por meio de uma célula a combustível SOFT, que pode
produzir eletricidade diretamente com amônia
Uma quilograma de amônia precisa de 1,67 kg de agua para a eletrolise,
onde o gasto de energia para a osmose reversa é de 0,01 kWh/kg (MORGAN, 2013).
Para fabricar 1 kg de amônia é necessário 0,176 kg de hidrogênio, pelo que
conforme ao apartado anterior para 1 kg de amônia será necessária a energia 8,68
kWh/kg, que tem que ser somado com o gasto da dessalinização da agua de 0,016
kWh/kg. Também a esta suma deverá se somar o gasto do ciclo de síntese de Haber-
Bosch e o processo da unidade de separação do ar que tem um gasto total de 0,72
kWh/kg (MORGAN, 2013).
Os requisitos de energia para a produção de amônia totalmente elétrica
correspondem a cerca de 9,416 kWh/kg, contando com uma densidade de energia de
22,5 MJ / kg e assumindo a utilização para este trabalho de uma célula combustível
SOFT com uma eficiência de 50 % (VALERA et al., 2018), o processo total terá uma
eficiência de 33,18%.
Tem se calculado no apartado anterior uma energia excedente total de
373,72 GWH, pelo que poderia ser recuperado por meio de este processo 124 GWh,
o que representa exatamente um 33,18% da energia que os aerogeradores não
poderiam produzir por falta de vento.
56

5 CONCLUSÃO

O continuo crescimento das energias renováveis é necessário para diminuir


a emissão de gases carbono na atmosfera, mas esse crescimento tem que ser bem
estudado, tendo em conta, como falado neste trabalho, que si essas energias
renováveis são intermitentes, um estudo da fonte de essa energia tem que ser
realizado para poder ter o conhecimento de se essa energia poderá fornecer a energia
necessária sempre que for preciso.
O Brasil possui um potencial enorme para gerar energia por meio do vento,
pelo que a energia eólica é uma das energias mais baratas de gerar neste pais, pelo
que sua utilização é necessária para tornar a matriz energética brasileira totalmente
de energias renováveis, mas como demostrado neste trabalho tem o problema da
energia excedente que se gera. Com o sistema atual de armazenamento de energia
por meio de reservatórios de acumulação, método efetivo mas com uma limitação
geológica muito grande, o sistema de armazenamento químico por meio da amônia
apresentado aqui é um sistema totalmente viável de ser instaurado no Brasil, sendo
assim que a efetividade mostrado nos resultados de 33,16% ira aumentando em um
período relativamente curto, já que a tecnologia para fabricar hidrogênio por meio da
eletrolise cada vez terá um gasto menor e existem e há muitos estudos que estudam
as células combustíveis alimentadas diretamente com amônia, pelo que sua eficiência
aumentara e os custos de fabricação baixaram, tornando esta tecnologia
economicamente viável, convertendo assim a amônia como um vetor energético
economicamente viável para o armazenamento para longos períodos de tempo,
transporte e produção de energia.
A amônia não deve ser vista como uma competidora do hidrogênio, se não
como um impulsador de sua economia, podendo assim viabilizar o uso do hidrogênio
para a geração de energia e como combustível, podendo substituir finalmente o
petróleo de uma maneira efetiva.
57

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