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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS NATURAIS
CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO
PROJETO DE GRADUAÇÃO II

MATEUS HERZOG PANCIERI

DELIMITAÇÃO DE RESERVATÓRIOS E IDENTIFICAÇÃO DE


FLUIDOS ATRAVÉS DA PERFILAGEM GEOFÍSICA DE POÇOS

SÃO MATEUS
2021
MATEUS HERZOG PANCIERI

DELIMITAÇÃO DE RESERVATÓRIOS E IDENTIFICAÇÃO DE


FLUIDOS ATRAVÉS DA PERFILAGEM GEOFÍSICA DE POÇOS

Projeto de Graduação II apresentado ao


Departamento de Ciências Naturais da
Universidade do Espírito Santo como
requisito para o Trabalho de Conclusão de
Curso de Engenharia de Petróleo.

Orientador: Prof. Carlos André Maximiano da


Silva

SÃO MATEUS
2021
MATEUS HERZOG PANCIERI

DELIMITAÇÃO DE RESERVATÓRIOS E IDENTIFICAÇÃO DE


FLUIDOS ATRAVÉS DA PERFILAGEM GEOFÍSICA DE POÇOS

Projeto de Graduação II apresentado ao Departamento de Ciências Naturais da


Universidade Federal do Espírito Santo como requisito parra o Trabalho de
Conclusão de Curso de Engenharia de Petróleo.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________

Prof. Dr. Carlos André Maximiano da Silva


Universidade Federal do Espírito Santo
Orientador

______________________________________

Prof. Dr. Jefferson Lima Fernandes Andre


Universidade Federal do Espírito Santo
Convidado

______________________________________

Prof. Dra. Natália Valadares de Oliveira


Universidade Federal do Espírito Santo
Convidada
RESUMO

O crescente aumento da demanda energética no mercado global faz com que sejam
necessários contínuos estudos na área da perfilagem geofísica de poços. Através dessa
ferramenta, diversos dados sobre as propriedades da formação são coletados e
posteriormente interpretados afim de se construírem perfis, nesse caso, de densidade,
resistividade, neutrão e sônico para obter uma noção precisa sobre a característica e
volume dos fluidos presentes no reservatório. Aliado ao o aumento da produção offshore
e à exploração de hidrocarbonetos em laminas d’água cada vez mais profundas, surge
a necessidade de se obter melhores informações das regiões com potencial
reservatório. Pensando nisso, é realizada a construção de perfis geofísicos de três
poços no Campo de Namorado, localizado na Bacia de Campos, a partir dos dados
coletados da perfilagem. Juntamente com correlações presentes na literatura serão
realizados cálculos de volume de argila e porosidade para delimitação dos reservatórios
e posteriormente identificação dos fluidos ali presentes.

Palavras-chave: Perfilagem, Delimitação de Reservatórios, Identificação de Fluidos.


LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Principais campos petrolíferos da Bacia de Campos (ANP, 2010) .... 3
Figura 2 - Mapa de Localização do Campo de Namorado (GUARDADO et al,
2000). ................................................................................................................. 5
Figura 3 - Visão microscópica dos poros (ROSA, 2006) .................................... 7
Figura 4 - Relação entre porosidade, interconectividade e permeabilidade
(SOUZA, 2012)................................................................................................... 8
Figura 5 - Perfil de resistividade e algumas respostas típicas (RIDER, 2002 apud
STEVANATO, 2011). ....................................................................................... 14
Figura 6 - Dados de entrada e interface do software Logplot. .......................... 19
Figura 7 - Arquivo .LAS no Logplot .................................................................. 20
Figura 8 - Perfis geofísicos do poço 7NA 0013A RJS no Campo de Namorado -
Bacia de Campos, com destaque na região dos possíveis reservatórios. ....... 22
Figura 9 - Perfis geofísicos do poço 7NA 0014D RJS no Campo de Namorado -
Bacia de Campos, com destaque na região dos possíveis reservatórios. ....... 23
Figura 10 - Perfis geofísicos do poço 7NA 0015D RJS no Campo de Namorado
- Bacia de Campos, com destaque na região dos possíveis reservatórios. ..... 24
Figura 11 - Figura 11 - Perfis de Raios Gama dos poços 7NA0013ARJS,
7NA0014DRJS, 8NA0015DRJS do Campo de Namorado – Bacia de Campos
com destaque nos intervalos dos possíveis reservatórios. .............................. 26
Figura 12 - Perfis de Densidade dos poços 7NA0013ARJS, 7NA0014DRJS,
8NA0015DRJS do Campo de Namorado – Bacia de Campos, com destaque nos
intervalos dos possíveis reservatórios. ............................................................. 28
Figura 13 - Perfis geofísicos do poço 7NA0013ARJS no Campo de Namorado -
Bacia de Campos. ............................................................................................ 29
Figura 14 - Perfis geofísicos do poço 7NA0014DRJS no Campo de Namorado -
Bacia de Campos. ............................................................................................ 30
Figura 15 - Perfis geofísicos do poço 8NA0015DRJS no Campo de Namorado -
Bacia de Campos, com destaque nas regiões dos possíveis reservatórios. .... 32
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Intervalo de tempo de transito da matriz para algumas litologias e


minerais (SCHLUMBERGER, 1987) .......................Error! Bookmark not defined.
Tabela 2 - Intervalos dos possíveis reservatórios nos três poços .................... 25
Tabela 3 - Valores de API para os intervalos de cada poço observado ........... 26
Tabela 4 - Valores obtidos do volume de argila para os intervalos de cada poço
analisado. ......................................................................................................... 27
Tabela 5 - Valores obtidos da porosidade para os intervalos de cada poço
analisado. ......................................................................................................... 28
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1

2 OBJETIVOS .................................................................................................... 2

2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................... 2

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................... 2

3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 3

3.1 BACIA DE CAMPOS................................................................................. 3

3.2 CAMPO DE NAMORADO......................................................................... 4

3.3 PROPRIEDADES PETROFÍSICAS .......................................................... 6

3.3.1 POROSIDADE ................................................................................... 6

3.3.2 PERMEABILIDADE ............................................................................ 8

3.3.3 DENSIDADE .................................................................................... 10

3.3.4 RESISTIVIDADE .............................................................................. 11

3.3.5 SATURAÇÃO ................................................................................... 11

3.4 PERFILAGEM GEOFÍSICA DE POÇOS ................................................ 13

3.4.1 PERFIL DE RESISTIVIDADE .......................................................... 13

3.4.2 PERFIL DE DENSIDADE (RHOB) ................................................... 14

3.4.3 PERFIL NEUTRÔNICO (NPHI) ........................................................ 16

3.4.4 PERFIL DE RAIOS GAMA ............................................................... 16

4 METODOLOGIA............................................................................................ 19

4.1 DETERMINAÇÃO DOS INTERVALOS DO RESERVATÓRIO ............... 20

4.1.1 DETERMINAÇÃO DO VOLUME DE ARGILA .................................. 20

4.1.2 DETERMINAÇÃO DA POROSIDADE.............................................. 21

4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS FLUIDOS ........................................................... 21

5 RESULTADOS .............................................................................................. 22
5.1 IDENTIFICAÇÃO DOS INTERVALOS DOS POSSÍVEIS
RESERVATÓRIOS ....................................................................................... 22

5.1.1 DETERMINAÇÃO DO VOLUME DA AGILA ........................................ 25

5.1.2 DETERMINAÇÃO DA POROSIDADE ................................................. 27

5.2 IDENTIFICAÇÃO DOS FLUIDOS ........................................................... 29

6 CONCLUSÃO................................................................................................ 34

7 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 35
1

1 INTRODUÇÃO

A constante procura por novas descobertas de óleo e gás fazem com que seja
incessante a realização de investimentos na exploração. O estudo de
testemunhos coletados durante a fase de perfuração tem se mostrado, em
praticamente todos os poços perfurados, como sendo uma ferramenta
fundamental na caracterização da região.

De acordo com Pinheiro (2014), a partir de medidas das propriedades do


reservatório tais como: espessura, litologia da formação, porosidade,
permeabilidade, saturação da água e saturação de hidrocarbonetos, pode-se ter
uma noção relativamente próxima sobre a qualidade da formação quanto a
acumulação de hidrocarbonetos e a viabilidade da produção do campo.

A perfilagem de poço é uma prática audaciosa e que está diretamente


relacionada à tecnologia. Para realização dessa prática, utilizam-se
componentes complexos que devido às condições de trabalho adversas, como
choques mecânicos, temperatura e pressão, precisam se mostrar resistentes e
tecnologicamente aptos a mensurar grandezas físicas com precisão.

Segundo Lima (2004), a identificação do tipo de fluido presente nos reservatórios


permite inferir as zonas produtivas, ou seja, as zonas de interesse, colaborando
assim nas escolhas estratégicas efetuadas pelas empresas exploradoras de
petróleo, como por exemplo, as áreas a serem canhoneadas.

Os poços, 7NA 0013A RJS, 7NA 0014D RJS e 8NA 0015D RJS, ferramentas de
estudo deste projeto estão localizados no Campo Escola de Namorado na Bacia
de Campos RJ. A partir desses poços, foram coletados dados para a formação
de perfis, como resistividade, sônico, densidade e neutrão de acordo com a
profundidade em questão.
2

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

• Definir as formações geológicas a partir de dados da perfilagem geofísica


de poços.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Interpretar a literatura acerca das propriedades petrofísicas das rochas;


• Interpretar os dados oriundos da perfilagem a partir de um software
(LogPlot);
• Estimar os intervalos dos possíveis reservatórios, assim como os fluidos
presentes na formação.
3

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 BACIA DE CAMPOS

A bacia de Campos, principal província petrolífera do Brasil, está localizada na


margem leste do litoral brasileiro (Fig.1), entre os estados do Rio de Janeiro e
Espírito Santo. Ao todo, abrange uma área de aproximadamente 100 mil km²,
sendo que a parte submersa chega a uma lâmina d’água de 3.400 metros e uma
pequena porção estendendo-se para o continente (Guardado et al, 2000).

Segundo Cruz (2003), essa bacia está limitada ao sul com a Bacia de Santos
(região do Alto de Cabo Frio) e ao norte com a Bacia do Espírito Santo através
do Alto de Vitória, coincidindo com o prolongamento para leste da Cadeia Vitória-
Trindade.

Figura 1 - Principais campos petrolíferos da Bacia de Campos (ANP, 2010)

Assim como as outras bacias da margem continental sudeste brasileira, a bacia


de Campos foi formada durante os processos extensionais no Neocomiano que
levaram à ruptura do supercontinente Gondwana e posterior formação do
Oceano Atlântico Sul, que por sua vez resultou na separação das placas Sul-
Americana e Africana. (NASCIMENTO, 2013)
4

Um grande volume de hidrocarboneto se depositou nessa área por causa de


alguns fatores, como baixo grau de afinamento crustal, reativação das fontes de
sedimentos, intensa tectônica adiastrófica, além das variações globais do nível
do mar no Neo-Cretáceo e Neógeno (RANGEL, 1987).

Geologicamente, a base da bacia foi preenchida por uma seqüência


vulcanosedimentar que foi originada pela tectônica rifte, capeada por evaporitos.
Já acima, por um espesso pacote de rochas siliciclásticas e carbonáticas
marinhas depositadas durante a abertura gradual do Oceano Atlântico Sul. A
partir da intercomunicação entre o Oceano Atlântico Sul e o Atlântico Norte,
ocorreram mudanças climáticas que geraram variações entre calcilutitos e
margas e formaram uma transgressão marinha com um grande aporte
sedimentar e subsidência térmica. Ao final desse processo, observou-se uma
regressão marinha associada à baixa taxa de subsidência térmica e ao aumento
do aporte sedimentar (CRUZ, 2003).

Em 1974 foi descoberto o primeiro campo com volume comercial de petróleo da


bacia de Campos: campo de Garoupa. No ano seguinte foi descoberto o campo
de Namorado e, em 1976, o de Enchova. Essa bacia corresponde, atualmente,
a uma das mais importantes províncias de hidrocarbonetos do Brasil, pois é
responsável por aproximadamente 80% da produção nacional de petróleo, tendo
mais de 3 mil poços perfurados (BDEP, 2012).

3.2 CAMPO DE NAMORADO

O Campo de Namorado, alvo do estudo deste trabalho, localiza-se na região


centro-norte da Bacia de Campos, distante 80 km do litoral do estado do Rio de
Janeiro, entre as latitudes 22º-23ºS e as longitudes 40º-41ºW (Fig. 2). A área
total é de aproximadamente 200 km², sendo aproximadamente 10% de sua área
explorada e suas cotas batimétricas variam entre 110 e 250 m (VIANA JR, 2017).
5

Figura 2 - Mapa de Localização do Campo de Namorado (GUARDADO et al, 2000).

O reservatório de Namorado é composto de arenitos turbidíticos formado no


Albo-Cenomaniano (93,9 a 113 milhões de anos). Estratigraficamente,
pertencem ao Membro Outeiro da Formação Macaé e alcança profundidades
que alternam entre 2900 e 3400 metros (MENEZES & ADAMS, 1990).

De acordo com a ANP, o mecanismo primário de recuperação de óleo no


reservatório consiste no gás em solução. Quando uma zona de óleo é colocada
em produção, observa-se uma queda de pressão no reservatório. Após atingido
o ponto de saturação do óleo, os líquidos começam a ser deslocados e as
frações mais leves do óleo se vaporizam. O gás, pelo fato de ser mais expansível
que o líquido, facilita o deslocamento do óleo do meio poroso para o poço
produtor. Porém, esse mecanismo não é capaz de viabilizar a produção por
completo, desta forma, são necessários mecanismos secundários, que nesse
caso consistem na injeção de água e gás. Esses, por sua vez, agem como
simples agentes de deslocamento do óleo do reservatório para o poço produtor.

O Campo de Namorado sempre se mostrou um dos reservatórios da Bacia de


Campos mais bem estudados e já em 1986, contava com cerca de 121 km² de
dados sísmicos 3D processados. Além disto, apresenta uma excelente produção
6

de óleo, atingindo uma produção acumulada de cerca de 417 milhões de barris


em 2015 (CRUZ, 2003; ANP, 2015).

Segundo Souza Jr. (1997), este reservatório apresenta excelentes


características petrofísicas, caracterizando-se por uma excelente porosidade (da
ordem de 26%) e permeabilidade (cerca de 400 mD).

O Campo Namorado é considerado um “campo escola” pelo fato de possuir uma


grande quantidade de dados coletados ao longo dos anos, tendo sido perfurados
e perfilados cerca de 56 poços. Esses dados são disponibilizados pela Agência
Nacional do Petróleo (ANP) às instituições brasileiras de ensino e pesquisa para
fins didáticos (OLIVEIRA, 2005).

3.3 PROPRIEDADES PETROFÍSICAS

A acumulação e produção de óleo e água estão intimamente ligadas às


propriedades das rochas como reservatórios e aos seus processos de fluxo.
Diante dessa premissa, torna-se, de considerável importância científica e prática
o conhecimento dos parâmetros de porosidade, permeabilidade e saturação de
água das rochas sedimentares (MIMBELA, 2005).

3.3.1 POROSIDADE

A porosidade, representada geralmente pela letra do alfabeto grego ϕ, é a


porcentagem de espaços de uma rocha que não são preenchidos por materiais
sólidos, mas sim por óleo, gás, água, ou uma mistura destes fluidos. (VIANA JR.,
2017).

Matematicamente, a porosidade pode ser definida como sendo a relação entre


o volume de poros de uma rocha e o volume total da mesma, como mostra a
equação 1:

𝑉𝑡−𝑉𝑠 𝑉𝑝 (1)
∅(%) = =
𝑉𝑡 𝑉𝑡

Onde:

𝜙 = Porosidade

𝑉𝑝 = Volume de poros da rocha


7

𝑉s = Volume de rocha (sólido)

𝑉𝑡 = Volume total

A porosidade pode ser classificada em dois tipos:

• Porosidade total ou absoluta: é a relação entre o volume de vazios de uma


rocha (poros, canais, fissuras, vugs), sejam eles interconectados ou não, e o
volume total da mesma (RABELO, 2004).

• A porosidade efetiva: consiste no espaço ocupado por fluidos que podem ser
deslocados através do meio poroso, pois esse parâmetro relaciona os espaços
vazios interconectados de uma rocha com o seu volume total. Esse é o valor de
porosidade que interessa para a engenharia de reservatórios (CARVALHO,
2014). A Fig. 3 ilustra a situação dos grãos isolados e interconectados:

Figura 3 - Visão microscópica dos poros (ROSA, 2006)

De acordo com Serra (2004), no processo de formação de uma rocha


sedimentar, os espaços criados durante a sua deposição que em geral são
intergranulares ou intercristalinos constituem a porosidade primária. Já a
porosidade secundária é gerada após a litificação da rocha e é gerada por
processos geológicos pós deposicionais, dando origem a vugs (dissolução) e
fraturas.

A porosidade depende da forma, arrumação e variação de tamanho dos grãos,


além do grau de cimentação da rocha. Observa-se na prática que esse
8

parâmetro decresce com a idade geológica e com a profundidade (CORREA et


al, 2005).

A porosidade representa uma das mais importantes propriedades de rochas


dentro da indústria de petróleo, pois essa característica mede diretamente a
capacidade de armazenamento de fluido de uma rocha (RABELO, 2004).

Carvalho (2014) define a porosidade como sendo a principal propriedade para


caracterizar a qualidade do reservatório. Essa pode ser estimada a partir de
dados do perfil sônico (DT), neutrônico (NPHI) e de densidade (RHOB). O
aumento na porosidade implica na diminuição da velocidade de propagação das
ondas sísmicas.

3.3.2 PERMEABILIDADE

Representada por k, a permeabilidade é a propriedade de uma rocha em permitir


a passagem de um fluido através dela, ou seja, a capacidade do meio poroso de
se deixar atravessar por fluidos. Esse fluxo ocorre sem que haja deformação
estrutural ou algum tipo de deslocamento relativo de suas partes. O movimento
do fluido só é possível quando os poros estão interconectados, como a parte
mostrada na parte direita na Fig. 4 (Suguio, 1973).

Figura 4 - Relação entre porosidade, interconectividade e permeabilidade (SOUZA, 2012).

A lei que expressa o fluxo de um fluido em um meio poroso é a Lei de Darcy,


cuja equação é largamente empregada em Engenharia de Petróleo. Essa lei
define que a vazão de um fluido através de uma dada rocha varia direta e
proporcionalmente à pressão aplicada, e inversamente proporcional à
9

viscosidade do fluido. Desta forma, à medida que se é exercida uma maior


pressão ou à medida que se diminui a viscosidade, observa-se um aumento no
fluxo. A constante ou fator de proporcionalidade k é uma característica do meio
poroso e é a permeabilidade do mesmo (BONET, 1991).

De acordo com Rosa (2006), matematicamente a lei de Darcy é dada da seguinte


maneira:

𝑘𝐴∆𝑝 (2)
𝑄=
𝜇𝐿

Onde:

Q - vazão de fluido;

k – permeabilidade do meio poroso

A – área da seção transversal

∆𝑝 – diferencial de pressão

𝜇 – viscosidade do fluido

L – comprimento do meio poroso

A permeabilidade primária é definida por Souza (2012) como sendo uma


propriedade relacionada à permeabilidade da matriz porosa, desta forma, foi
criada nos processos de deposição dos fragmentos rochosos. Já a
permeabilidade secundária é oriunda de processos secundários à formação das
rochas, gerados a partir da compactação, cimentação, fratura e dissolução do
meio poroso. Alguns desses processos, como por exemplo a compactação e a
cimentação, possuem a característica de diminuir a permeabilidade da formação,
enquanto outros, tais como fratura e dissolução, tendem a aumentar sua
permeabilidade.

Medidas de permeabilidade feitas no poço em produção, diretamente no local da


investigação geram dados confiáveis para estudo do meio. Isso se deve ao fato
da característica da permeabilidade de uma rocha sedimentar possuir um valor
bem definido em um ponto, mas, em decorrência da grande variação vertical e
10

horizontal, seria necessária uma amostragem muito grande para a


caracterização de um grande pacote de sedimentos. (CARVALHO, 2014).

3.3.3 DENSIDADE

Schön (2011) afirma que devido à heterogeneidade de rochas, a densidade pode


ser definida de quatro formas:

• ρ - densidade total da formação: que é definida pela densidade média de um


volume de rocha, incluindo os poros;

• ρi – densidade individual de um componente da rocha, como por exemplo, a


densidade do quartzo;

• ρma – densidade da matriz sólida, ou seja, a densidade de toda a rocha


excluindo-se os poros;

• ρfl - densidade do fluido que preenche os poros, como a densidade da água.

Além disso, a densidade total de um material rochoso que consiste de n


componentes é dada pela equação 3:

𝜌 = ∑𝑛1 𝜌𝑖 . 𝑉𝑖 (3)

Onde:

𝜌 = Densidade total

𝜌𝑖 = Densidade do componente i

𝑉𝑖 = Fração volumétrica do componente i

De acordo com Rocha (2009), são fatores que influenciam na densidade das
rochas:

i) Estado de alteração:
·reações químicas dos minerais densos em minerais menos densos;
·aumento de volumes desses minerais.
ii) Porosidade e compacidade:
·rocha porosa com vazios isolados diminui a densidade real, enquanto que,
se interligados, a densidade real será maior;
·rochas muito porosas são de baixa densidade;
11

·resistência à compressão cresce com a densidade;


·resistência ao desgaste cresce com a densidade;
·dificuldade de corte cresce com a densidade.

3.3.4 RESISTIVIDADE

A resistividade de uma substância é a medida da sua resistência à passagem de


corrente elétrica. Desta forma, consiste em ser o oposto da condutividade, que
é a habilidade de um material em conduzir eletricidade. A resistência (r) é uma
propriedade inerente a todos os materiais independente de sua forma e tamanho.
Diferentes materiais têm diferentes capacidades de resistir ao fluxo de
eletricidade (Asquith & Gibson, 1982).

Segundo Lima (2004), a resistividade de um condutor é inversamente


proporcional ao comprimento a ser percorrido pela corrente elétrica, e
diretamente proporcional a área atravessada, sendo dada por:

𝐴 (4)
𝑅 = 𝑟 (𝐿 )

Onde: 𝑟 = Resistência 𝑅 = Resistividade 𝐿 = Comprimento 𝐴 = Área

A resistividade de uma rocha depende da porosidade, quantidade de água


presente nos seus poros (saturação) e da resistividade dessa água, que varia de
acordo com a concentração de eletrólitos presentes na mesma. Além disso,
depende da litologia da rocha, considerando a presença de argila ou minerais
condutivos, conexão entre os poros e temperatura (SERRA, 2004).

De acordo com Serra (2004), o fato da a condutividade não ser a mesma em


todas as direções faz com que a resistividade seja anisotrópica. Isso ocorre
porque as estratificações na rocha abrem canais preferenciais de fluxo de
corrente e de movimento de fluido.

3.3.5 SATURAÇÃO

A saturação de água Sw de um volume poroso é a fração dos seus poros que é


ocupada pela água de formação. CARVALHO (2014). A saturação de fluido
consiste, então, na fração do volume de poro ocupado por um fluido em particular
(óleo/gás/água ou a mistura desses).
12

É importante saber a saturação de água de uma formação, pois, a partir dela,


podemos saber também a saturação de hidrocarbonetos (óleo e gás) presentes.
O cálculo é realizado através da equação 5:

Sw = 1 – S h (5)

Onde Sh corresponde a saturação de hidrocarbonetos e pode ser considerado


como sendo a soma da saturação de oléo (So) com a saturação de gás (Sg)
presente na formação:

Sh = So + Sg, (6)

Para o caso no qual o volume poroso é totalmente preenchido por um único fluido
saturante, tempos que:

𝑉𝑓 = 𝑉𝑝 (7)

Onde 𝑉𝑓 = Volume de Fluido; 𝑉𝑝 = Volume Poroso. Porém, quando existe mais


de um tipo de fluido saturante,

𝑉𝑓 = 𝑉𝑜 + 𝑉𝑔 + 𝑉w (8)

Onde 𝑉𝑜 é o volume de óleo, 𝑉𝑔 é o volume de gás e 𝑉w é o volume de água. A


saturação, portanto, será dada pela soma das frações do meio poroso que se
encontram ocupadas por cada um dos fluidos, ou seja:

𝑆𝑜 + 𝑆𝑎 + 𝑆𝑔 = 1 (9)

sendo 𝑆𝑜 a saturação de óleo; 𝑆𝑎 a saturação de água; e 𝑆𝑔 a saturação de gás.

Segundo Serra (2004), num reservatório que contenha óleo ou gás, a


resistividade não é função somente da porosidade e da resistividade da água da
formação, mas também da saturação desta. Isto significa que se considerarmos
um reservatório com mesma porosidade e água de formação, quanto maior o
conteúdo hidrocarbonetos maior resistividade será observada.
13

3.4 PERFILAGEM GEOFÍSICA DE POÇOS

A perfilagem geofísica de poços realiza um registro contínuo das propriedades


físicas das formações geológicas, observados ao longo da parede de um poço.
Para isso, são utilizadas ferramentas a cabo ou ferramentas acopladas nas
colunas de perfuração. Os valores medidos são relacionados com a
profundidade das informações obtidas dos poços RIDER (2002).

Essa é uma das ferramentas mais importantes que se encontra disponível no


setor petrolífero, sendo utilizada quase todos os poços perfurados. Seus custos
não superam 5% do custo total de um poço. A partir dessa ferramenta podem
ser obtidas medidas contínuas, ao longo de um poço, de diferentes propriedades
das formações. Após a interpretação destas medidas, podem-se identificar
zonas produtivas, diferenciar as zonas de óleo, gás ou água em um reservatório
e estimar o volume de hidrocarbonetos. Além de suas utilizações mais
tradicionais na exploração, como correlação entre níveis estratigráficos, auxilio
na confecção de mapas e calibração sísmica (LIMA, 2004).

A perfilagem é utilizada para estimar importantes propriedades físicas das


rochas como as propriedades elétricas, radioativas e acústicas. Após a aquisição
dos dados, um especialista precisa interpretar, caracterizar e identificar as
rochas de maior interesse para exploração. Dentre as principais propriedades
analisadas estão a porosidade, permeabilidade e saturação de fluidos, sendo
estas fundamentais no processo de caracterização dos reservatórios (VIANA JR,
2017).

3.4.1 PERFIL DE RESISTIVIDADE

O perfil de resistividade é um perfil elétrico que mede a resistividade da


formação, ou seja, sua resistência à passagem do fluxo de uma corrente elétrica.
O resultado desse tipo de perfil é fundamental na identificação do fluido no
reservatório, além do cálculo de saturação de água (STEVANATO, 2011).

A resistividade de uma formação é medida através de uma ferramenta que conta


com um arranjo de transmissores e receptores. O seu princípio de funcionamento
parte de um transmissor-oscilador responsável por um campo magnético, o qual
induz corrente nas formações que gera um campo magnético. Esse campo é
medido através da bobina receptora que fica acoplada a um amplificador, sendo
14

o sinal detectado pela bobina proporcional a condutividade da formação (NERY,


1990; SOUZA, 1985).

A medida de resistividade juntamente com a leitura dos demais perfis fornecem


uma percepção de qual fluido está contido no reservatório (óleo, gás ou água)
de acordo com a sua profundidade. A resistividade da formação é função da
quantidade de água contida no reservatório, assim como de sua condutividade
e geometria dos poros. (ALBERTON, 2014).

Os hidrocarbonetos são maus condutores e causam o aumento na resistividade


medida da rocha. Em contrapartida, se os poros são preenchidos por água, a
resistividade é menor. Os valores de resistividade também dependem da litologia
e da granulometria (Figura 5).

Figura 5 - Perfil de resistividade e algumas respostas típicas (RIDER, 2002 apud


STEVANATO, 2011).

3.4.2 PERFIL DE DENSIDADE (RHOB)

Esse perfil consiste num registro contínuo da variação da densidade no decorrer


da formação. Geologicamente, essa propriedade é uma função da densidade
15

dos minerais formadores da rocha, ou seja, a matriz, e o fluido alojado nos poros.
(MATIELO, 2013)

O perfil de densidade é responsável pelo registro que mostra as variações da


densidade da rocha, incluindo matriz sólida e o fluido contido, através da emissão
de raios gama. Desta forma, para que seja feita a medição, é necessário que se
emita um feixe de raio gama sobre a parede do poço que, por sua vez, se choca
com os elétrons da rocha. A ferramenta mede a atenuação que a rocha provoca
no feixe. Essa densidade é convertida posteriormente para porosidade (VIANA
JR, 2017).

A ferramenta que realiza a medição no perfil de densidade possui um emissor e


dois receptores localizados a distâncias fixas da fonte. Os raios gama
espalhados que chegam aos detectores são contados como um indicador da
densidade da formação. (RABELO, 2011)

De acordo com Rider (2002), a porosidade (∅) pode ser estimada somente com
o conhecimento da litologia da formação e o fluido envolvido, assim como
mostrado na equação 10:

𝜌𝑚𝑎 − 𝜌𝑏 (10)
∅=
𝜌𝑚𝑎 − 𝜌𝑓

Onde:

𝜌𝑚𝑎 - densidade da matriz

𝜌𝑏 - densidade de toda a formação

𝜌𝑓 - densidade de fluidos nos poros

Segundo Ellis et al. (2005), além de estimar a porosidade, o perfil de densidade


é aplicado para a determinação da litologia, sendo útil na identificação de certos
minerais. Juntamente com o perfil sônico, pode medir a impedância acústica, e
em conjunto com o perfil porosidade neutrão permite a identificação de zonas
com gás. Outra utilidade do perfil consiste no cálculo do volume de argila.
16

3.4.3 PERFIL NEUTRÔNICO (NPHI)

O perfil neutrônico ou neutrão (neutron log, NPHI) utiliza uma fonte de nêutrons
que possui pequena quantidade de substância radioativa e um cintilômetro
fixado a uma certa distância. Elementos não radioativos são inseridos com
nêutrons e em decorrência da captura de nêutrons pelos núcleos, eles são
estimulados, emitindo raios gama que colidem com o cintilômetro. A intensidade
da radiação é controlada pela distância que ela percorreu desde o ponto de
captura do nêutron. Essa distância depende principalmente da concentração de
íons de hidrogênio, pois quanto maior, mais próxima do poço é a captura de
nêutrons e maior o nível de radiação (Keary et al, 2009).

Esse perfil é normalmente utilizado na aferição da porosidade e na identificação


qualitativa entre reservatórios preenchidos por óleo e gás. Além disso, é útil na
identificação de litologias que possuam minerais argilosos. Em conjunto com o
perfil de densidade, pode se tornar uma boa ferramenta de indicação litológica
(RIDER, 2002).

Segundo Asquith (1999) cálculo da porosidade média (PHIM) é obtido através


do registro de densidade (RHOB) e porosidade neutrão (NPHI) de acordo com a
equação 11:

𝑅𝐻𝑂𝐵 2 + 𝑁𝑃𝐻𝐼² (11)


𝑃𝐻𝐼𝑀 = √
2

As curvas do perfil são medidas em termos percentuais de porosidade e seus


valores variam entre -0,15 e 0,45, crescendo da direita para a esquerda. A maior
vantagem de se usar esse tipo de perfil está no registro direto das porosidades
das rochas, sendo utilizada em poço aberto e poço revestido. Sua utilidade
compreende, além da determinação da porosidade, a interpretação litológica e a
detecção de zonas contendo hidrocarbonetos leves ou gás (STEVANATO,
2011).

3.4.4 PERFIL DE RAIOS GAMA

O perfil de Raios Gama (GR) mede a radioatividade natural das rochas e é


medida em graus API. Por convenção a curva deste perfil é sempre apresentada
17

com a radioatividade crescendo da esquerda para a direita e com escala padrão


de 0 a 150 API (NERY, 2004).

Segundo Borges (2012), essa radiação é gerada por isótopos radioativos dos
elementos: potássio (K40), tório (Th232) e urânio (U238) e seus produtos de seus
respectivos decaimentos.

Figura 6 - Ferramenta de medição de raios gama (BORGES, 2012)

Em formações sedimentares, o perfil de Raios Gama responde muito bem ao


conteúdo de argila das formações, ou seja, apresenta valores altos de radiação
gama (na faixa de 75 a 150 API), devido ao acúmulo de elementos radioativos
nas argilas que são os principais minerais dos folhelhos. Portanto, o conteúdo
de argila é proporcional à radiação emitida pela formação.

Já em arenitos “limpos” (como os carbonatos e os quartzo arenitos), isto é,


arenitos que contém baixo conteúdo de argila, a radiação gama geralmente é
baixa. Nos arenitos argilosos, o nível de radiação gama registrado na perfilagem
geralmente situa-se entre o folhelho e o arenito “limpo” (AUGUSTO, 2009).

Desta forma, este perfil tem a capacidade de distinguir folhelhos de rochas


reservatório em potencial (arenitos). E segundo Rosa et al. (2006), os arenitos
18

são a mais frequente rocha reservatório encontrada em todo o mundo e no perfil


Raios Gama se encontram na faixa de 0 a 75 API.

De acordo com Nery (2004), através da leitura deste perfil pode-se calcular o
índice de raios gama (IGR) através da seguinte fórmula:

𝐺𝑅𝑙𝑜𝑔 − 𝐺𝑅𝑚𝑖𝑛 (12)


IGR =
𝐺𝑅𝑚á𝑥 − 𝐺𝑅𝑚𝑖𝑛

Onde:

𝐺𝑅𝑙𝑜𝑔: valor lido para a formação estudada;

𝐺𝑅𝑚𝑖𝑛: valor mínimo de raios gama lido;

𝐺𝑅ma𝑥: valor máximo de raios gama lido (folhelho).

A partir do valor encontrado para o índice de raios gama é possível calcular o


volume de argila (Vsh) de acordo com a expressão de Larionov:

V𝑠ℎ = 0,33(22,1𝐼𝐺𝑅 − 1) (13)

Multiplicando a equação acima por 100, obtém-se os resultados do volume de


argila em percentual.
19

4 METODOLOGIA

Para que seja possível a realização desse projeto, serão utilizados dados
fornecidos pela ANP dos poços 7NA 0013A RJS, 7NA 0015D RJS e 8NA 0014D
RJS, contendo informações de propriedades físicas como o tempo de trânsito
(∆𝑡), resistividade (R) e porosidade (∅) que serão úteis para a construção dos
perfis geofísicos de resistividade, neutrão, sônico e de densidade.

Os perfis geofísicos serão montados a partir do auxilio de um software, o LogPlot.


Esse programa é amplamente utilizado por diversas áreas das geociências e
será responsável por receber os dados e plotar as curvas de interesse do projeto.
Será usada a literatura para auxílio na interpretação dos valores, bem como
colocação correta das escalas.

Para a realização desse trabalho são abordados cinco perfis geofísicos, porém
em alguns casos não há a diponibilidade de todos os dados. Desta forma, a
interpretação dos perfis em um determinado poço dependerá do tipo e da
quantidade de dados apresentados.

Figura 7 - Dados de entrada e interface do software Logplot.


20

Os dados dos arquivos encontram-se no formato Log ASCII Standard (LAS), que
é formado por um cabeçalho e colunas numéricas, contendo informações sobre
o poço, profundidade, perfis medidos e seus respectivos valores medidos.

Figura 8 - Arquivo .LAS no Logplot

4.1 DETERMINAÇÃO DOS INTERVALOS DO RESERVATÓRIO

Os intervalos dos possíveis reservatórios presentes nos três poços em estudo


foram estimados a partir da análise das curvas dos perfis de Raios Gama, Perfis
de Resistividade, Neutrônico e Densidade.

A partir dos valores encontrados, foram realizados cálculos do volume de argila


e da porosidade para validar que estes intervalos são realmente zonas de
potenciais reservatórios. Após isso, determinou-se os fluidos presentes no meio
poroso nos intervalos estudados.

4.1.1 DETERMINAÇÃO DO VOLUME DE ARGILA

Para a realização do cálculo do Vsh, com base nos dados do perfil de Raios
Gama, foram realizadas dois estágios. No primeiro deles, foi calculado o IGR
para cada intervalo delimitado, com a equação:

GRlog − GRmin (14)


IGR =
GRmáx − GRmin
21

Em seguida, tendo em conhecimento o valor de IGR, foi calculado o Vsh. Para


isso, sabendo que o principal reservatório encontrado no Campo de Namorado
tem origem no período Cenomaniano, utilizou-se a equação de Larionov para
rochas antigas multiplicando-se por 100 para obter o valor em percentual.

Vsh = [0,33(22,1 IGR − 1)]x100 (15)

4.1.2 DETERMINAÇÃO DA POROSIDADE

A porosidade foi estimada utilizado-se o perfil de densidade multiplicado por 100


para valores percentuais, assim a equação adotada foi:

ρm − ρb (16)
∅ = ( ) x 100
ρm – ρf

Utilizou-se valores padrões para a densidade da matriz e do filtrado. A densidade


da matriz rochosa utilizada foi de 2.65 g/cm³, valor comum para arenitos, como
consta na literatura. Já a densidade do filtrado utilizada foi de 1.0 g/cm³,
considerando que o fluido de perfuração utilizado era base água.

4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS FLUIDOS

Após feita a delimitação dos intervalos possíveis de reservatórios dos três poços,
realizou-se a identificação dos fluidos presentes em cada zona de potencial
reservatório. Para isso, fez-se necessária uma análise conjunta dos perfis de
Resistividade (ILD), Densidade (RHOB) e Neurônico (NPHI).
22

5 RESULTADOS

5.1 IDENTIFICAÇÃO DOS INTERVALOS DOS POSSÍVEIS RESERVATÓRIOS

O processo de identificação das zonas de potenciais reservatórios foi realizado


com base nos perfis de Raios Gama em conjunto com os perfis de Resistividade,
Neutrônico e Densidade dos poços 7NA 0013A RJS, 7NA 0014D RJS e 8NA
0015D RJS. As Figuras 11, 12 e 13 ilustram os quatros perfis gerados no
software LogPlot juntamente com o intervalo correspondente ao possível
reservatório para cada um dos poços.

Figura 9 - Perfis geofísicos do poço 7NA 0013A RJS no Campo de Namorado - Bacia de
Campos, com destaque na região dos possíveis reservatórios.
23

Figura 10 - Perfis geofísicos do poço 7NA 0014D RJS no Campo de Namorado - Bacia de
Campos, com destaque na região dos possíveis reservatórios.
24

Figura 11 - Perfis geofísicos do poço 7NA 0015D RJS no Campo de Namorado - Bacia de
Campos, com destaque na região dos possíveis reservatórios.

Nos dois primeiros poços estudados não foi possível identificar regiões possíveis
reservatório pela inconsistência de dados convergentes. Em algumas faixas,
pôde-se obervar baixos valores de Raios Gama, porém nas mesmas
profundidades eram encontrados valores de resistividade muito baixa, além de
medidas de densidade e neutrônico que não indicavam a presença de
hidrocarboneto nas regiões.

Já no terceiro poço analisado, foi possível identificar as regiões delimitadas


devido a variação dos perfis de Resistividade, Densidade e Neutrônico indicando
a presença de fluidos na região. O perfil de Raios Gama apresentou uma baixa
leitura nos intervalos destacados, resultando numa baixa concentração de
elementos radioativos na formação e menor conteúdo de argila. Portanto, os
intervalos demarcados foram classificados como arenitos, reservatórios comuns
25

com essas características. A tabela abaixo apresenta os intervalos dos possíveis


reservatórios.

Tabela 2 - Intervalos dos possíveis reservatórios nos três poços

Intervalo do Reservatório
Poço
7NA 0013 RJS -

7NA 0014 RJS -

3455 - 3510

3528 - 3538
8NA 0015 RJS
3548 - 3556

3605 - 3622

5.1.1 DETERMINAÇÃO DO VOLUME DA AGILA

Para realizar a confirmação de que os intervalos determinados são possíveis


reservatórios, foram calculados o índice de raios gama (IGR) e poteriormente o
volume de argila (Vsh). Em primeiro lugar, com o intuito de determinar o IGR, foi
estimada a média dos valores de raios gama lidos em cada intervalo,
encontrando assim o GRlog.

Já o GRmax e o GRmin foram lidos diretamente nos dados de entrada utilizados


para se traçar o perfil de Raios Gama. A Figura 10 mostra o perfil de Raios Gama
juntamente com o intervalo correspondente ao possível reservatório para cada
um dos poços.
26

Figura 12 - Figura 11 - Perfis de Raios Gama dos poços 7NA0013ARJS, 7NA0014DRJS,


8NA0015DRJS do Campo de Namorado – Bacia de Campos com destaque nos intervalos
dos possíveis reservatórios.

O resultado do cálculo do IGR para cada intervalo dos poços é realizado a partir
da equação (15) e segue de acordo com a tabela abaixo:

Tabela 3 - Valores de API para os intervalos de cada poço observado

Poço IGR (API)


7NA 0013 RJS -
7NA 0014 RJS -
0,51
0,41
8NA 0015 RJS
0,29
0,48
27

O volume de argila de cada possível reservatório é calculado de acordo com os


valores de API, conforme a equação (16). A tabela abaixo apresenta os valores
de volume de argila.

Tabela 4 - Valores obtidos do volume de argila para os intervalos de cada poço


analisado.

Poço Vsh (%)


7NA 0013 RJS -
7NA 0014 RJS -
36,13
27,09
8NA 0015 RJS
17,02
33,51

Os valores percentuais de argila encontrados são considerados de baixo valor,


desta forma, as zonas possivelmente se tratam de reservatórios.

5.1.2 DETERMINAÇÃO DA POROSIDADE

Para realizar a estimativa da porosidade nos respectivos intervalos, foi utilizado


o perfil de Densidade. Na Figura 11 estão os perfis de Densidade dos poços 7NA
0013A RJS, 7NA 0014D RJS e 8NA 0015D RJS
28

Figura 13 - Perfis de Densidade dos poços 7NA0013ARJS, 7NA0014DRJS, 8NA0015DRJS


do Campo de Namorado – Bacia de Campos, com destaque nos intervalos dos possíveis
reservatórios.

A densidade total da formação foi obtida através da média dos valores de


densidade obtidos do perfil de Densidade em cada intervalo analisado. A partir
da densidade total da formação, da matriz e do filtrado, foi calculada a
porosidade média para os intervalos analisados. Na Tabela 9 são apresentados
os resultados encontrados para a porosidade.

Tabela 5 - Valores obtidos da porosidade para os intervalos de cada poço analisado.

Poço Porosidade (%)


7NA 0013A RJS -
7NA 0014D RJS -
26,67
27,42
8NA 0015D RJS
28,18
22,42
29

Desta forma, os valores obtidos indicam que essas zonas são prováveis zonas
de reservatório, uma vez que os valores se apresentam dentro da faixa de
porosidade encontrada em estudos anteriores para reservatórios no Campo de
Namorado.

5.2 IDENTIFICAÇÃO DOS FLUIDOS

Depois da fase de delimitação das zonas de potencial reservatório de cada poço,


realizou-se a identificação dos fluidos presentes nessas regiões. Para isso foi
necessária uma interpretação conjunta dos perfis geofísicos de Resistividade,
Netrônico e Densidade.

O primeiro poço a ser analisado foi o 7NA 0013A RJS, que apresenta dados de
perfilagem na faixa de profundidade de 2950 a 3120 metros. A Figura 16 mostra
o conjunto de perfis geofísicos do poço, composto pelos perfis de Raios Gama,
Resistividade, Neutrônico e Densidade.

Figura 14 - Perfis geofísicos do poço 7NA0013ARJS no Campo de Namorado - Bacia de


Campos.

De acordo com os dados, não há evidências suficientes para a caracterização


dos fluidos presentes nessa faixa estudada. A ausencia de dados do perfil
neutrônico (NPHI) dificulta a análise da litologia, bem como a delimitação das
30

regiôes com potencial de conter hidrocarbonetos quando aliado ao perfil de


densidade.

Apesar do perfil de Raios Gama indicar valores menores do que 75 API na região
abaixo de 2980, o que poderia indicar uma faixa de arenito, os valores de
Resistividade e Densidade não sofrem grandes alterações, somente em pontos
onde não há a convergência de dados capazes de cartacterizar o fluido presente
na faixa.

O segundo poço interpretado foi o 7NA 0014D RJS, que apresenta dados de
perfilagem na faixa de profundidade de 3480 a 3700 metros. A Figura 17
apresenta o conjunto de perfis geofísicos desse poço.

Figura 15 - Perfis geofísicos do poço 7NA0014DRJS no Campo de Namorado - Bacia de


Campos.
31

Diferentemente do primeiro caso, nesse já podemos contar com a presença do


perfil neutrônico. Apesar disso, não há nenhuma região de destaque no poço
onde pode-se indicar a presença de hidrocarbonetos.

O primeiro fator que inviabiliza a presença de óleo ou gas nessa região é o valor
de resistividade. Esse, por sua vez, apresenta valores muito baixos durante todo
o perfil. É esperado um aumento nos valores apresentados no perfil de
densidade quando há a presença de hidrocarbonetos, porém isso não ocorre na
faixa em análise. Por outro lado, isso indica que em alguns pontos pode haver a
concentração de água salgada no interior dos poros das rochas.

Além disso, os valores de Densidade e Neutrônico não sofrem grandes


alterações. Há somente um cruzamento desses perfis, o que poderia caracterizar
uma zona de hidrocarbonetos, porém nessa mesma faixa o valor de
Resistividade se aproxima de zero, o que impossibilita a presença de óleo ou
gás.

Por fim, o último poço analisado foi o 8NA 0015D RJS, que apresenta dados de
perfilagem na faixa de profundidade de 3410 a 3650 metros. Na Figura 18 é
possível visualizar o conjunto de perfis geofísicos desse poço (perfil de Raios
Gama, Resistividade, Neutrônico e Densidade), com destaque nas zonas de
potencial reservatório.
32

Figura 16 - Perfis geofísicos do poço 8NA0015DRJS no Campo de Namorado - Bacia de


Campos, com destaque nas regiões dos possíveis reservatórios.

A partir da leitura do perfil de Resistividade, inferiu-se a presença zonas de óleo


ou gás em quatro regiões do reservatório. Isso pôde ser analisado devido aos
altos valores de resistividade registrado pela ferramenta nas faixas em questão,
desta forma, indicando a presença de um elemento pouco condutivo na
formação.

Com o auxílio do perfil Neutrônico, foi possível observar que a ferramenta


registrou uma quantidade de hidrogênio presente na formação considerável, já
que os valores não estão próximos a zero, caracterizando assim, uma possível
zona de óleo ou água. Entretanto, não poderia ser uma zona de água devido aos
altos valores medidos de resistividade. Dessa forma, a partir do perfil Neutrônico,
foi possível reforçar a presença de uma zona de óleo nesses intervalos
analisados.
33

Além disso, a partir da análise em conjunto do perfil Neutrônico e de Densidade


é possível notar que as curvas dos perfis se cruzam nas três primeiras faixas
com um espaçamento considerável, o que poderia indicar a presença de uma
provável zona de gás. Destaca-se a faixa entre 3460 e 3490 onde o valor de
resistividade é muito alto, reforçando a possibilidade dessa ser uma zona de gás.

Entretanto, foi possível notar que a última curva se cruza com um menor
espaçamento nesse intervalo, indicando assim, a possível presença de uma
zona de óleo e não de gás.
34

6 CONCLUSÃO

A partir de dados provenientes da perfilagem geofísica de poços, como os perfis


de Raios Gama, Resistividade, Netrônico e Densidade, foram realizados estudos
acerca dos intervalos de possíveis reservatórios nos poços 7NA 0013A RJS,
7NA 0014D RJS e 8NA 0015D RJS.

Posteriormente, foi auferido o cálculo do volume de argila e da porosidade.


Através desses, pôde-se confirmar que os intervalos delimitados em questão
apresentaram resultados que se encontram na faixa dos valores para
reservatórios.

Após isso iniciou-se o processo de identificação dos fluidos presentes nessas


regiões. O primeiro poço analisado (7NA 0013A RJS) não contava com os dados
do perfil Neutrônico (NPHI) e isso dificultou a interpretação, mostrando a
importância desse perfil na caracterização dos fluidos presentes. Além disso, os
outros parâmetros auferidos não indicavam a presença de hidrocarbonetos.

Da mesma forma, no segundo poço (7NA 0014D RJS) não houve a identificação
de uma zona de hidrocarbonetos. Os valores do perfil Neutrônico estavam
disponíveis nesse caso, mas não foram suficientes para encontrar uma potencial
região com hidrocarbonetos, ja que o perfil de resistividade apontou baixos
valores para toda a faixa estudada. Esses valores indicam a presença de água
salgada na formação.

Já no poço 8NA 0015D RJS, através da interpretação do perfil de Resistividade


em conjunto com o perfil Neutrônico e de Densidade, observou-se a possível
presença de óleo e gás em quatro intervalos. Diferentemente dos primeiros
casos, nesse houve uma variação no perfil de Resistividade indicando uma
região não condutora que possivelmente fosse composta por hidrocarbonetos.
Além disso, o espaçamento das curvas de Densidade e Neutrônico possibilitou
o discernimento entre a presença de óleo e gás na formação.

Desta forma, a perfilagem geofísica de poços mostrou-se uma ferramente muito


importante na caracterização dos poços estudados, além da identificação dos
possíveis reservatórios e dos fluidos presentes nesses poços, o que é de suma
importância para as escolhas estratégicas das empresas petrolíferas.
35

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