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Resenha

Silvio Ferreira de Moura Junior

Bacharelado em Engenharia Civil – Noturno - 2015

Durante os dias da última semana comemorou-se no campus do IFMG Santa


Luzia a 2ª semana do meio ambiente. Neste período ocorreram palestras e
debates relacionados à sustentabilidade e impacto ambiental, e, além disso, a
apresentação de trabalhos acadêmicos voltados, ou não, para a área de
formação de cada curso ministrado no campus.

Tive a oportunidade de participar da maioria das atividades, mas não de todas


devido às questões de compatibilidade de horários. Dentre as mostras das
quais participei, pude contemplar trabalhos de conclusão de curso
desenvolvidos com altíssima qualidade e até mesmo certo grau de inovação.
As palestras foram ministradas em uma linguagem bastante clara que, embora
embutida com alguns termos técnicos, não apresentaram qualquer dificuldade
ou comprometimento significativos para seu completo entendimento. Mas a
atividade que mais chamou minha atenção, que causou mais impactou, me fez
refletir, e, até mesmo, repensar minha maneira cotidiana de agir foi a exibição
do documentário “Aterro” no dia 03/06 às 19h00min.

O filme “Aterro”, de acordo com a sinopse no site oficial do filme, é um


documentário sobre “sete mulheres [moradoras do Morro das Pedras - Belo
Horizonte] pioneiras da reciclagem da década de 60 [que] falam do aparente
inevitável destino do lixo.”.

“Aterro é um documentário que surgiu da percepção de


um paradoxo em relação ao lixo. Enquanto a maior parte
das pessoas quer se livrar dele, conheci algumas
senhoras, pioneiras da reciclagem, que sentem saudade
do lixo dos outros ao lado de casa. (...) Este é um filme
destas sete mulheres, que são verdadeiramente
especialistas no assunto.” (REIS, Marcelo. Site Oficial do
Filme Aterro – O filme, 2011).
O filme longa metragem, que foi dirigido por Marcelo Reis, estreou em
31/03/2011 em Belo Horizonte. Já recebeu prêmios como o Green Award do
Third World Independent Film Festival, em 2011; o prêmio Luis Espinal da
Mostra Cine Trabalho, Marília-SP, em 2012; e o Prêmio de Melhor Longa
Metragem do Juri Oficial do Festiver também em 2012.

Ele relata, através da narrativa destas 7 mulheres, como era feito o processo
de descarte do lixo urbano de Belo Horizonte, entre os anos de 1945 à 1971,
no antigo aterro localizado no Morro das Pedras. Aborda também a relação
desenvolvida entre os catadores de “lixo” moradores naquela região,
permeando pelas formas de como os mesmos conseguiam retirar do lixo da
capital o seu sustento, e, além disso, ainda discute os perigos e desafios da
profissão exercida pelos catadores daquela época e da atualidade.

O que mais surpreende no documentário “Aterro” é a maneira com que ele nos
leva refletir sobre algo que normalmente não damos tanta importância.
Pensamos, na maioria das vezes, que o lixo que produzimos diariamente se vai
quando é recolhido de nossas portas. Sendo que, raramente paramos
realmente para pensar sobre o destino final dele. E mais que isso, nem sequer
julgamos que o nosso lixo pode impactar negativa ou, como é mostrado no
filme, positivamente da vida de alguém quando o descartamos.

Como o “Aterro” nos mostra, “O Lixo é a [nossa] própria vida”, e também


merece, assim como os outros diversos fenômenos da vida, lugar de destaque
na tela do cinema. Para que, talvez desta forma, com o lixo estampado como
vilão (como eu o via), herói (como daquelas senhoras o viam), enfim, como
protagonista, poderemos descobrir o que realmente significa reciclagem e
passar a tratar melhor, social e ambientalmente, o nosso lixo cotidiano.

Referências:

ATERRO, Site Oficial – Disponível em <http://www.aterrodoc.com>. Acessado


em 04 de Junho de 2015.

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