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CARTA DE ENSINO 27 A

O SENHOR VIRÁ
NO FIM DA COLHEITA;
VIGIAI!!!

A nossa proclamação agora é à luz do facto de que vamos estu-


dar os eventos que antecedem o fim desta era. É uma oração que
Paulo fez pelos tessalonicenses e então ele usa a palavra “vos”
quando se refere a eles na oração. Nós agora vamos orar para ti e
para mim pelo que usaremos “nos” em lugar de “vos”. 1 Tessalo-
nicenses 5:23 e 24:

“E o mesmo Deus de paz nos santifique em tudo; e todo o nosso espí-


rito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para
a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que nos chama, o qual
também o fará.”
Ámen.

Vamos começar em Mateus 24:36. Falando sobre o dia da Sua


vinda em glória e poder, Jesus diz:

“Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unica-
mente meu Pai.”

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Um outro texto na Nova Versão Internacional diz, “nem mes-
mo o Filho”, para confirmar, vamos para Marcos 13:32, que é a
Escritura paralela. Em Marcos 13:32, Jesus diz:

“Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu,
nem o Filho, senão o Pai.”

Este é um pensamento maravilhoso. Este é o segredo que é co-


nhecido apenas por uma pessoa no universo e que é Deus Pai. É
o segredo de Deus. Diz que ninguém sabe o dia nem a hora. Já
te mostro mais à frente que poderemos perceber em que período
e em que circunstâncias será, mas o dia e a hora é o segredo de
Deus. Eu tenho que dizer que acho que é extremamente presun-
çoso da parte dos professores, profetas ou pregadores, sejam eles
quem forem, a pretensão de saberem o que só Deus, o Pai, sabe.
Na minha opinião, isso é arrogância. E a arrogância é um dos pe-
cados que é mais odioso para Deus.
Também fico surpreendido com o número de cristãos, digo,
cristãos crentes na Bíblia, que realmente se deixam enganar por
esse tipo de declaração profética. A razão é que eles não conhecem
as Escrituras proféticas como deveriam.
Avancemos com os próximos versículos de Mateus 24,versícu-
los 37-39.

“E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do
homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam,
bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou
na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos,
assim será também a vinda do Filho do homem.”

Há uma passagem paralela em Lucas 17 que amplifica isso um


pouco e vale a pena ir lá.

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Lucas 17:26-30:

“E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho
do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao
dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos.”

Eu quero que repares na repetição da expressão “a todos” em


cada uma dessas passagens.

“Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam,


bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas no dia em
que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a
todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar.”

Aqui, Jesus amplifica um pouco o que é dito em Mateus 24; e


não só como foi nos dias de Noé, mas também como foi nos dias
de Ló. A chave para compreendermos isso, encontra-se em Géne-
sis 6:1-12 e Génesis 19: 4-5, onde se descreve a situação no mundo
no tempo de Noé e a situação na cidade de Sodoma, no tempo de
Ló. Vou descrever brevemente as principais características revela-
das pela Escritura relativas a esse período.
Primeiro de tudo, nos dias de Noé, a Escritura revela quatro
características principais.
Número um, houve infiltração satânica da raça humana por
anjos satânicos que vieram e coabitaram com mulheres humanas.
Infiltração satânica é a frase-chave.
Número dois, todo o seu pensamento foi corrompido. Toda a
intenção dos pensamentos, do seu coração, era continuamente má.
Número três, houve perversão sexual. Diz que toda a carne
havia corrompido o seu caminho. Essa é a maneira da Bíblia dizer
que as relações sexuais se tornaram anormais e perversas.
E em quarto lugar, a terra encheu-se de violência.

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Medita um pouco sobre essas características do tempo de Noé.
Nos nossos dias eu diria que um dos principais instrumentos que
satanás usou e continua a usar para corromper o nosso pensamen-
to, foi e é a televisão. Não estou pregando contra a televisão, só
estou dizendo que é o instrumento principal que satanás tem usado
para corromper o pensamento de, suponho, bilhões de pessoas. E, a
maior parte, iniciada nos Estados Unidos. Isso é um facto pelo qual
nós, os cidadãos americanos, temos de aceitar a responsabilidade.
A nossa nação tem vazado incontáveis horas de sujeira e corrupção
que têm realmente afetado a maior parte do mundo de hoje.
Em seguida, diz que há perversão sexual. Hoje isso é comum.
Há cerca de trinta anos atrás acabei por perceber que havia perver-
são sexual na igreja praticado por cristãos que eram membros da
igreja, especialmente o abuso de meninos e meninas. Mas ninguém
falou sobre isso nessa altura e foi um choque para mim quando eu
descobri que era isso que estava a acontecer. Mas hoje isso é ge-
ralmente discutido, e amplamente declarado. E todo mundo sabe
que isso está a acontecer não só entre os perdidos, mas também na
igreja. A perversão sexual está na moda. Há muitas, muitas pesso-
as, não convertidas que se vangloriam disso. Existem programas
na televisão que realmente têm prazer em expor todos os detalhes
desagradáveis. Tal como foi nos dias de Noé; perversão sexual pu-
blicamente exposta e praticada.
E, lemos que, a terra estava cheia de violência. Se há uma ca-
racterística dos dias de Noé e que se está repetindo nos nossos
dias, é a violência generalizada. Lembro-me, eu sou velho o sufi-
ciente para lembrar isso, quando as senhoras podiam andar com
segurança nas ruas das nossas principais cidades, mesmo à noite
e sem medo. Agora, existem algumas grandes cidades onde não é
seguro caminhar, mesmo durante o dia. Nós tivemos que aceitar
isso como um facto, mas é um facto que é relativamente recente.
Não era assim.

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Eu cresci na Grã-Bretanha, entre as duas guerras mundiais; não
havia praticamente nenhuma violência de forma alguma. Se um
ladrão arrancasse a bolsa de uma senhora, isso era notícia. Hoje
ninguém sequer se viraria para comentar sobre isso. Ficamos, por
assim dizer, acostumados a isso, mas temos que considerar como
um facto da vida. A terra está cheia de violência. Eu lembro-me,
quando podíamos andar num avião sem sermos revistados. Acre-
ditas que esses dias já existiram? Agora isso já não é possível.
Olhemos de novo para o tempo de Ló. Ló viveu numa cidade,
Sodoma, que deu o seu nome a uma particular perversão sexual,
que agora é chamada, erroneamente, de ser gay (homossexual).
Sinto muito, mas a palavra bonita, gay (alegre) foi pervertida para
esse feio uso. Eu não uso a palavra gay, uso a palavra homosse-
xualidade ou sodomia. A principal característica de Sodoma era
a homossexualidade flagrante e agressiva. Eles não apenas a pra-
ticavam, mas eram agressivos na prática da mesma. Quando Ló
convidou os dois anjos, está escrito que todos os homens de todos
os bairros da cidade, jovens e velhos, vieram à procura de sexo
com estes dois recém-chegados. Toda a cidade ficou totalmente
impregnada com isso.
Alguns dos julgamentos de Deus são o que chamamos exem-
plares, tal como os julgamentos de Sodoma e Gomorra. E como o
julgamento sobre Ananias e Safira, que eram hipócritas, que ale-
garam ter dado mais para a obra de Deus do que deram. Perece-
ram, morreram. O povo de Sodoma e Gomorra, foi destruído. Mas
essa não é a forma como Deus julga todo mundo que é culpado
de tais práticas, isso é um julgamento exemplar para mostrar uma
vez por todas o que Deus realmente pensa sobre essas coisas. Se
Deus julgasse todos os que eram hipócritas acerca do que dão ao
Senhor, as nossas igrejas teriam muito menos membros. Mas Deus
não faz isso. Ele declarou, de uma vez por todas que isso é o que
ele pensa sobre a hipocrisia.

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Em seguida, em ambos os casos, no caso de Noé e, no caso de
Ló, Jesus fala de outro aspeto. É melhor ler em Lucas 17. Ele diz,
sobre os dias de Noé, no versículo 27:

“Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento…”

E a seguir, no versículo 28:

“Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam,


bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam…”

Jesus menciona oito atividades específicas: comer, beber, ca-


sar e dar-se em casamento, comprar e vender, construir e plantar.
Existe algo intrinsecamente pecaminoso em qualquer uma dessas
atividades? A resposta é, não. Qual era o problema? O problema
era que eles estavam tão imersos nessas atividades que não reco-
nheciam os dias em que eles viviam. Eu resumiria esse problema
numa palavra, o materialismo. Eles estavam tão imersos na parte
material que já não tinham qualquer entendimento ou estado de
alerta para o espiritual e o eterno.
Então, vamos chamar à caraterística número cinco, materialis-
mo. Quanto materialismo há na nossa civilização ocidental, hoje?
Eu diria que está praticamente inundada com ele. E acredita em
mim, não está, de forma alguma, excluído da igreja. Eu acho que
existem muitos cristãos professos que são, em seus corações, tão
materialistas como todo o mundo. Talvez um pouco menos de-
monstrativos, eles não o mostram no seu estilo de vida, mas são
absorvidos pelo materialismo. Jesus advertiu-nos que, se formos
sugados para aquele poço do materialismo, nós não estaremos
prontos quando Ele vier. Nós vamos estar equiparados ao povo
dos dias de Noé e de Ló.

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Se formos sugados para aquele poço do materialismo, nós não
estaremos prontos quando Ele vier.

E, finalmente, há um lado bom no dia de Noé, não vamos es-


quecer isso. Diz, “mas Noé andou com Deus.” Havia um homem,
entre todas as pessoas, que tinha um relacionamento íntimo e pes-
soal com Deus. Deus podia falar com ele e dizer-lhe como Ele via
a situação e o julgamento que Ele ia trazer. Eu gostaria de ler a
partir de Hebreus 11, apenas o versículo sobre Noé. Eu acredito
que Noé seja um padrão para nós, como crentes, que vivemos no
mundo de hoje. Noé e a sua família foram os únicos sobreviven-
tes. Parece-me claro que apenas as pessoas que vivem como Noé
e a sua família, vão sobreviver hoje. Hebreus 11:7:

“Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, te-
meu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou
o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.”

Então, havia um homem em toda aquela situação má, que an-


dava com Deus. Ele tinha comunhão diária com Deus, Deus po-
dia falar com ele, revelar-lhe o que vinha sobre a terra e mostrar-
lhe o único caminho de salvação para ele e para a sua família.
Vou então fazer um brevíssimo resumo desses aspetos dos dias
de Noé e Ló.
Número um, infiltração satânica.
Número dois, corrupção do pensamento.
Número três, perversão sexual.
Número quatro, violência.
Número cinco, materialismo.
E número seis, a coisa boa, um homem que andava com Deus.

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Vamos voltar a Mateus 24 e continuar a partir do versículo 40:

“Então [nesta altura], estando dois no campo, será levado um, e deixado o
outro; estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra.”

E, algures, em Lucas diz que haverá dois numa cama; um será


levado, o outro será deixado. E aqui está uma separação súbita,
dramática, e eterna, separando as pessoas que estão mais próxi-
mas umas das outras, até mesmo os dois que dividem a cama,
as duas mulheres que trabalhavam no moinho, os dois homens a
trabalhar no campo. Quando o arrebatamento vier, será levado
um e deixado o outro. Qual dos dois serás tu? Arrebatado ou
deixado para trás? É importante que decidas essa questão.
Continuemos com os versículos 43 e 44:

“Mas entendam isto: se o dono da casa soubesse a que hora da noite [a


que vigília da noite] o ladrão viria, ele ficaria de guarda e não deixaria
que a sua casa fosse arrombada.” (NVI)

Se ele soubesse o que ia acontecer, ele teria ficado acordado, ele


teria estado vigilante. Jesus diz:

“Assim, também vocês precisam estar preparados, porque o Filho do


homem virá numa hora em que vocês menos esperam.” (NVI)

Isso é importante. Se achas que sabes, não o sabes. Se esperas


que Ele venha num determinado momento, não é essa a altura
certa em que Ele virá. Eu só preciso enfatizar isso porque tem-me
entristecido muito, pois suponho que milhões de cristãos caíram
nesta revelação de que Jesus estava chegando num determinado
dia ou num determinado tempo. É totalmente contrário às palavras
de Jesus. Se és um discípulo de Jesus, e acreditaste, não o devias

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ter feito. Se Deus te poupou e não te visitou em julgamento, nunca
mais acredites nisso. Tens de estar vigilante. Isso não significa que
tenhas de ficar bem acordado sem dormir, mas significa que tens
que estar alerta, tens que ser sensível ao que o Espírito Santo está
dizendo para que Ele possa acordar-te a qualquer hora do dia, ou
da noite. Vigilância, penso eu, é a palavra que eu usaria aqui.
Em Marcos 13, isso é tão fortemente enfatizado que vale a pena ler.
Marcos 13: 35, 36 e 37:

“Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à
meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que, vindo de improvi-
so, não vos ache dormindo. E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai.”

Fica acordado. Fica em alerta. Não te iludas com um sono car-


nal causado pelo materialismo, pelo pecado ou pelos enganos
de satanás.
Chegamos agora, a um ponto decisivo neste discurso, porque
nós terminamos o esboço que Jesus deu e agora vamos lidar, neste
capítulo e no próximo (Mateus 24 e 25), com quatro categorias
diferentes de pessoas, as quais serão impactadas pela vinda do
Senhor. Nós vamos olhar para cada categoria, por ordem.
A primeira categoria está contida em Mateus 24: 45-51. Ela fala
sobre aqueles a quem Deus, ou o Senhor, colocou em Sua casa
para cuidar das necessidades do Seu povo. E, especificamente,
para dar-lhes o alimento adequado no momento certo. Que tipo
de pessoa é que isso indica? 1 Pedro 5: 1-4 dá-nos a resposta:

“Aos presbíteros, pois, que estão entre vós, rogo eu, que sou co-pres-
bítero e testemunha dos sofrimentos de Cristo e que sou participante da
glória que se há de manifestar: Pastoreai o rebanho de Deus, que está
entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de
Deus; nem por amor de lucro vergonhoso, mas de boa vontade; nem como

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querendo ter domínio sobre os que vos foram confiados, mas fazendo-vos
exemplares do rebanho. Quando se manifestar o sumo Pastor, recebereis
a imperecível coroa da glória.” (SBB)

Assim fala sobre aqueles que o Senhor colocou em seu rebanho


como presbíteros. Temos duas palavras usadas, “entre” e “sobre”.
Os presbíteros, os pastores, os anciãos, os diáconos, os apóstolos
- Pedro era um apóstolo -, eu diria que todos os ministérios, são
nomeados por Jesus “entre” o rebanho e “sobre” o rebanho. Não
vamos enfatizar uma preposição em detrimento da outra. Eles são
colocados tanto “entre” como “sobre” o rebanho.
No versículo 2 de 1 Pedro 5, Pedro diz “pastoreai o rebanho de
Deus que está entre vós”. Então, nós não estamos falando de uma
classe superior de pessoas que vivem num nível diferente do resto
do povo de Deus, estamos falando de pessoas que vivem entre o
povo de Deus, mas que têm ao mesmo tempo uma responsabili-
dade especial sobre ele. Pedro adverte os seus colegas presbíteros,
porque quando um apóstolo se torna residente na cidade, fica com
a posição de um presbítero. Tem cuidado com a forma como lidas
com a tua responsabilidade, porque vais ter que dar contas.
Voltemos agora ao fim de Mateus 24:

“Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor constituiu sobre
a sua casa…”

Na verdade, isso não é a melhor tradução. Melhor seria: “No-


meado dentro de sua casa.”

“… para dar o sustento a seu tempo?”

Observa que o primeiro requisito para tal servo não é ser bem
sucedido, mas, sim, ser fiel.

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Eu fui missionário em duas áreas, em momentos diferentes e
em cada lugar, reconheci que havia missionários que estavam lá
antes de mim que trabalharam com fidelidade e sacrificaram as
suas vidas, e que viram muito pouco fruto óbvio disso. Mas eu
digo para mim mesmo, Deus me livre de eu alguma vez pensar
que sou mais bem sucedido do que eles são, porque se eles não
tivessem estado lá em primeiro lugar, o caminho não teria sido
preparado para mim. Portanto, tem em mente que não é o suces-
so, como o mundo o entende, que Deus procura, mas sim a fideli-
dade. Quem é esse servo fiel, mas não bem sucedido? Não quero
dizer que um cristão não seja bem sucedido, mas o sucesso não é
medido pelos padrões mundiais. Sucesso, é cumprir fielmente a
tarefa atribuída pelo Senhor.

Sucesso, é cumprir fielmente a tarefa atribuída pelo Senhor.

E a tarefa aqui é dar ao povo de Deus o seu alimento, na de-


vida altura. Isso realmente é uma tarefa pastoral, a tarefa de um
pastor. Eu observei ao longo dos anos que um verdadeiro pastor
sabe exatamente o que o seu próprio rebanho, precisa. Pode ser
muito diferente do que outro rebanho necessita, na mesma altura.
Quando eu for, o que é bastante raro agora, ministrar a uma úni-
ca congregação, eu gostaria de consultar os pastores, ou a equipe
pastoral, para saber o que acham que o seu povo necessita particu-
larmente. Uma das responsabilidades de um pastor é saber onde o
seu povo está e o que realmente precisa. Isso requer sensibilidade.
E então Jesus fala-nos da recompensa desse tipo de serviço.

“Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens.” (Mateus 24:47)

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Fidelidade, nesta vida, leva à promoção na próxima vida. Este é
um pensamento solene. A maneira como nos conduzimos neste
mundo vai determinar o que seremos para a eternidade. Não há
nenhum substituto para a fidelidade.
Agora chegamos ao “mas”, o outro lado da imagem.

“Mas se aquele mau servo disser no seu coração: O meu senhor tarde
virá; E começar a espancar os seus conservos, e a comer e a beber com os
ébrios,” (Mateus 24:48,49)

Portanto, esta é a única alternativa. E se em algum momento


procurares uma imagem do tribunal de Cristo, que é descrita em
Romanos 14 e 2 Coríntios 5, descobrirás que há apenas duas ca-
tegorias, ou algo é bom ou algo é mau. Não há nada no meio. Na
igreja inventou-se uma terceira categoria: “Bem, eu não sou bom,
mas também não sou mau”. Na visão de Deus, essa categoria não
existe. Se não és bom, és mau.
Muitas pessoas nas nossas igrejas hoje, estão, por assim dizer,
“sentadas em cima da cerca”; não estão realmente comprometidos,
mas não querem ser classificados como não crentes. O meu peque-
no comentário sobre isto é, quando o Espírito Santo vem para a
igreja, uma das primeiras coisas que ele faz é eletrificar a cerca. É
por isso que algumas pessoas não acolhem o Espírito Santo, porque
querem ficar confortavelmente sentadas em cima da cerca.
Então, qual é a característica deste servo mau? Bem, ele diz: “O
meu senhor tarda em vir.” Por outras palavras, ele perdeu a visão
da realidade iminente do retorno do Senhor. Esse é o seu proble-
ma básico. Cheguei à conclusão, que, em igrejas onde não anun-
ciam a vinda do Senhor Jesus como uma realidade, os padrões
de santidade nunca serão os do Novo Testamento. Esta é uma
verdade essencial para produzir a santidade no povo de Deus.
Então ele diz: “O meu senhor tem estado fora muito tempo, eu

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não tenho ouvido nada sobre ele. Eu realmente não tenho esta-
do em contato com ele, eu posso fazer o que me apetece.” Então,
ele começa a espancar os seus servos, tornando-se dominante. É
muito, muito fácil para as pessoas que querem ocupar o cargo de
pastores, tornarem-se dominadores, quererem controlar as pesso-
as. É esse o mal. Segundo a minha avaliação pessoal, Deus nunca
vai colocar a Sua unção em algo que o homem procura controlar.

Deus nunca vai colocar a Sua unção em algo que o homem


procura controlar.

Assim, se o homem quer ter o controlo, Deus diz: “Bem, conti-


nua, mas não esperes a Minha unção. A menos que Eu esteja au-
torizado a estar no comando, podes seguir em frente, podes con-
tinuar com os teus procedimentos religiosos. Podes usar todas as
palavras e os títulos, mas os resultados não serão os mesmos que
vêm apenas pela unção do Espírito Santo.”
Então, ele é dominador. Ele bate nos seus companheiros servos.
Ele come e bebe com os bêbados. Ele começa a viver assim. Esta é
uma tentação real no mundo ocidental, especialmente nos Estados
Unidos. Alguém me disse há pouco tempo, se queres conhecer os
melhores lugares para comer em qualquer cidade, pergunta aos
pastores. Eu devo dizer que é um comentário muito legítimo.
Eu não me quero envolver nisto, mas eu fiquei gravemente do-
ente em 1990, 1991, com uma doença que, normalmente, mata as
pessoas. Se queres saber o nome dela, é endocardite bacteriana
subaguda. Se não és médico, isto não vai significar muito para ti.
Mas até eles inventarem antibióticos, esta doença foi fatal. E, isso
poderia ter-me matado. Enquanto eu estava na cama, na mesma
noite antes de ser internado no hospital, eu perguntava ao Senhor
- eu não tinha medo de morrer, mas tinha um problema intelec-
tual - “Deus, eu creio em cura. Eu tenho pregado cura, tenho vis-

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to pessoas curadas, eu tenho-me curado. Por que não sou curado
agora?” O Senhor deu-me uma visão do caminho que eu tinha
percorrido durante anos, como um ministro. Nunca me envolvera
em imoralidade sexual, em bebedeiras, em apropriação indevida
de fundos, mas fui sempre muito carnal. Vivera como se este mun-
do fosse tudo o que havia. A minha definição de carnalidade é
viver como se não houvesse mundo futuro. Deus mostrou-me
como Ele odiava a carnalidade. Ele deu-me esse texto, “Amei Jacó,
Esaú eu odiei.” Esaú é o padrão bíblico do homem carnal. Isso mu-
dou a minha vida. Graças a Deus eu sobrevivi. Acho que o Senhor
me poupou porque eu estava disposto a aprender a lição. A Ruth e
eu, citamos frequentemente a Escritura: “O Senhor me castigou mui-
to, mas não me entregou à morte.” (Salmo 118:18) Isso era verdade
no meu caso. Quero dizer que eu estava a viver uma vida de um
ministro respeitável. Eu poderia dizer-te quais os ministros a que
eu estava associado, os seus nomes, todos conhecidos. Estávamos
todos basicamente vivendo da mesma maneira. Não estou julgan-
do ninguém além de mim mesmo. Mas nós éramos, em muitos
aspetos, extremamente carnais.
Eu tive uma outra experiência, eu não tinha a intenção de di-
zer isso, mas acho que Deus quer que o faça. Eu não acredito que
os cristãos sejam proibidos de beber vinho. Isto pode chocar, mas
acredito que Jesus bebeu o vinho e, certamente, Paulo tinha re-
comendado a Timóteo para fazer o mesmo. Não fiques duvidoso
em relação a mim porque eu vou dizer isso de uma maneira que
irá descansar a tua mente. Por volta do mês de setembro do ano
passado, a Ruth e eu hospedámo-nos num hotel em Eilat onde eu
tinha ido simplesmente para fugir às pressões do ministério em
Jerusalém. Eu tinha bebido talvez dois ou três copos de vinho.
Estava perfeitamente sóbrio. Mas cerca das 02:00 da manhã, fui
acordado com uma sensação de pressão no meu cérebro. Veio-me
à cabeça a palavra, “derrame (AVC)”.

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Graças a Deus eu sabia algo sobre a guerra espiritual, pelo que
eu disse: “A ti, espírito de acidente vascular cerebral, eu te recuso.
Eu não estou submetido a ti, tu não tens nenhum poder sobre mim,
não tens direitos sobre mim.” Ele foi-se. Então eu saí da cama para
ir à casa de banho e tive de fazer três tentativas para sair da cama.
Quando comecei a caminhar, eu não podia andar com segurança,
tive que me segurar aos móveis para chegar lá. No dia seguinte,
enquanto eu meditava sobre o que acontecera, concluí que ter be-
bido tal quantidade de vinho tinha exposto o meu cérebro a este
espírito de acidente vascular cerebral. Resolvi dizer às pessoas que
tenho uma nova dieta. É uma dieta bíblica, a minha comida é fazer eu
a vontade daquele que me enviou e completar a Sua obra. (João 4:34, SBB)
E para mim, a ênfase agora, é acabar a Sua obra. Eu estive ao serviço
do Senhor durante cinquenta anos e acredito que estou na vontade
Dele, mas eu não terminei a Sua obra. Decidi nunca mais tocar em
vinho de novo, para isso jamais se entrepor entre mim e o finalizar
da Sua obra. E assim tenho feito.
Mas, por favor, entende que eu não estou a pregar contra beber
vinho, porque podes estar tão errado no outro lado com todo o teu le-
galismo. Quer dizer, eu fui um Pentecostal há tempo suficiente para
saber o que é legalismo! E, na realidade, eu acho que foi, em parte,
por me rebelar contra o legalismo que me desviei para o outro lado.
Vê, o caminho que conduz à vida é um caminho direto e estrei-
to e há valas de ambos os lados. Um lado é o legalismo. Podes cair
nessa vala. Então lutas para sair dela e se não tiveres cuidado, cais
na vala em frente que é a autoindulgência ou carnalidade. Temos
de caminhar entre as duas.
De qualquer forma, é muito real para mim que aquele mau ser-
vo (um pastor ou líder infiel) se envolveu com bebida. E não ape-
nas beber, mas o que é muito importante, beber com a companhia
errada, beber com os bêbados. E assim Jesus diz:

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“virá o senhor daquele servo no dia em que este o não espera e na hora
que não sabe, e cortá-lo-á pelo meio e pô-lo-á com os ímpios; ali haverá o
choro e o ranger de dentes.” (Mateus 24:50,51)

Então, quando ele vier, o servo não estará pronto para Ele. Leste?
O mestre virá, e cortá-lo-á em dois. Quem é o mestre? Jesus. Enten-
deste que Jesus é capaz de cortar alguém em dois? Tem em mente
que Ele não é apenas o Salvador, Ele também é o juiz. Ele é tão
completo e fiel no Seu julgamento, como é em salvar-nos. Se não
viveres para Ele como Salvador, vais encontrá-Lo como Juiz. Essas
são as duas únicas opções dadas a qualquer um de nós.

Jesus é tão completo e fiel no Seu julgamento,


como é em salvar-nos.

E então ele diz que haverá choro e ranger de dentes. Fiquei


impressionado com essa frase ao longo dos anos. Ela ocorre cerca
de cinco vezes no Novo Testamento. Eu fiz alguma pesquisa que
vou compartilhar contigo, no contexto em que Jesus diz que have-
rá choro e ranger de dentes. A minha conclusão é que seja apenas
para uma determinada categoria de pessoas, aquelas que sabiam
tudo sobre Ele, que já ouviram toda a verdade, que estiveram per-
to Dele, talvez, toda a sua vida, mas nunca realmente se compro-
meteram. E haverá choro e ranger de dentes, porque elas vão de
repente perceber: eu estava tão perto durante toda a minha vida, e
poderia ter entrado (no reino de Deus) a qualquer momento, e eu
nunca o fiz e agora fui rejeitada para sempre. Consigo entender o
ranger de dentes e o choro.
Vou dar uma pequena lista dos casos em que isto é aplicado.
Em Mateus 8:12 é aplicado aos filhos do reino. Jesus está falan-
do com os seus companheiros judeus e diz: “Estais-me rejeitando,
mas os gentios virão e entrarão no Reino e vocês serão lançados

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nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.” As pessoas
que sabiam, de tudo e tiveram todas as oportunidades, mas nunca
aproveitaram
E, em seguida, em Mateus 13:42 é usado pelas pessoas que são
o joio no campo de trigo, parecendo exatamente como o trigo, mas
não produzindo fruto. Jesus diz que os anjos virão, colhê-los-ão
e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de den-
tes. Porque, durante toda a sua vida tinham estado perto dele, no
meio dele, mas eles nunca entraram nele (no reino de Deus).
Depois, em Mateus 22:13, temos a parábola do banquete de ca-
samento, o convidado que veio sem o traje nupcial. Vê, não era
preciso comprar a veste de casamento, o anfitrião tratava disso,
e por isso, foi audácia, presunção, entrar sem um. Quando o an-
fitrião viu, disse, “Como entraste aqui sem veste nupcial?” O ho-
mem estava sem palavras. O mestre disse: ‘Amarrem-lhe as mãos
e os pés, e lancem-no para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de
dentes’. Repara mais uma vez, alguém sabia de tudo, ele tinha re-
cebido um convite para a festa, mas não se preocupou em colocar
a roupa adequada, que é a justiça de Jesus Cristo.
Então, em Mateus 25:30, temos o servo de um talento. Vou tra-
tar disso um pouco mais adiante, nesta carta.
E, finalmente, em Lucas 13:28, as pessoas que disseram a Je-
sus: “Temos comido e bebido na tua presença, e tu tens ensinado
nas nossas ruas.” (versículo 26) Jesus disse: “Digo-vos que não vos
conheço nem sei de onde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que
praticais a iniquidade.” (27)

“Ali haverá choro e ranger de dentes…” (28)

Eu tenho uma versão moderna do que é a praticar a iniquida-


de, porque vejo tanta iniquidade na igreja, no ministério. A minha
versão é, praticares a iniquidade é fazeres as tuas próprias coi-

18
sas. Não teres de responder perante ninguém, não seres respon-
sável perante ninguém, apenas seguires o teu próprio caminho
e fazê-lo da maneira que quiseres, independentemente do que
as outras pessoas fazem.
Temos agora a parábola das dez virgens. Na Bíblia, dez é o núme-
ro representativo de uma congregação. No judaísmo, eles têm que ter
o que é chamado uma dezena, ou seja, pelo menos dez pessoas antes
que possam orar publicamente. Então, eu acho que o número dez
nos fala de pessoas em congregações. Isto é apenas o que eu penso,
que estas virgens, no fundo, representam membros da igreja.

“Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as
suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram pruden-
tes, e cinco loucas.”

Repara que não há nada entre prudentes e loucas.

“As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas
as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. E,
tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram. Mas à meia-
noite ouviu-se um clamor: “Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro.” Então
todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas.
E as loucas disseram às prudentes: “Dai-nos do vosso azeite, porque as
nossas lâmpadas se apagam.” Mas as prudentes responderam, dizendo:
“Não seja caso que nos falte a nós e a vós, ide antes aos que o vendem, e
comprai-o para vós.” E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as
que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a
porta. E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: “Senhor,
Senhor, abre-nos.” E ele, respondendo, disse: “Em verdade vos digo que
vos não conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que
o Filho do homem há-de vir.”

19
Não durmas tão profundamente que não consigas acordar.
Agora, deixa-me apontar algumas coisas sobre as dez virgens,
que eram comuns a todas elas:
Todas elas esperavam o noivo. Todas sabiam que o noivo esta-
va chegando. Elas não eram infiéis.
Todas elas tinham lâmpadas e azeite. E azeite é quase sempre um
tipo de Espírito Santo. Elas tinham o Espírito Santo nas suas vidas.
E todas elas cochilaram, tanto as prudentes como as loucas.
Havia apenas uma diferença: a quantidade de azeite que tinham. As
prudentes tinham azeite suficiente e de sobra; as loucas não ti-
nham uma reserva de azeite. E Paulo diz em Efésios 5:18:

“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos


do Espírito [Espírito Santo]”

Agora, a maioria de nós concordaria que o comando negativo


se aplica: “Não vos embriagueis com vinho” Isso é um pecado. Por
que é que tantas pessoas religiosas se concentram no negativo e
nunca atentam no positivo? O mesmo comando diz: “Enchei-vos
do Espírito Santo.” Se é um pecado embriagar-vos com vinho, tam-
bém é um pecado não estar cheio do Espírito Santo.
E a palavra “enchei-vos” — e acho que vais encontrar isso em
outras traduções — significa “ser continuamente enchido e rea-
bastecido.” Não é apenas um preenchimento único.
Vivi com pentecostais tanto tempo e eu sei o que eles dizem,
“Eu fui batizado no Espírito Santo em 1984. Falei em línguas.”
Isso é maravilhoso! Isso há dez anos atrás. O que aconteceu nesse
tempo intermédio? Algumas pessoas que tornam isso uma experi-
ência única, são as menos sensíveis de todas para a orientação do
Espírito Santo. Porque têm tudo embrulhado num pacote que re-
ceberam quando falaram em línguas. Isso não é o suficiente. Paulo
disse aos coríntios: “Eu falo em línguas mais do que todos vocês.”

20
E, obviamente, eles falaram muito, em línguas. Então, Paulo fez
isso ainda mais do que eles. Temos de ser continuamente enchidos
e reabastecidos com o Espírito Santo. As dez virgens tinham tido
o enchimento inicial, mas não tiveram o reenchimento contínuo,
pelo que, não estavam prontas.
Uma coisa interessante é, que as prudentes disseram para as
loucas, “Vão e comprem azeite.” Tinha que ser comprado. Não
era uma dádiva. Portanto, há algumas maneiras, de pagar o preço
para o Espírito Santo. Inicialmente, Ele é uma dádiva. Mas se qui-
seres permanecer cheio com o Espírito Santo, há um preço a pagar.
Sabes, eu penso no que Jesus disse para a igreja de Laodicéia, a
qual é, de muitas formas, uma imagem da igreja de hoje nos Esta-
dos Unidos, no ocidente. Isto é o que Jesus disse para a igreja de
Laodicéia em Apocalipse 3: 17-18:

“Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta…”

Já alguma vez ouviste este tipo de ensinamento? Será que Jesus


aprovaria isso? Nem um pouco.

“… e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.”

Admira-me como as pessoas podem ser desgraçadas, miserá-


veis, pobres, cegas e nuas e nunca o perceberem! Isso é surpreen-
dente. Mas eu conheço algumas pessoas assim.
A seguir, Jesus dá-nos alguns conselhos:

“Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te


enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha
da tua nudez.”

21
Jesus disse: “Eu não te vou dar, tens que comprá-lo de mim.”
Ouro provado no fogo. Sabes, o ouro no mundo antigo não tinha
valor, a menos que tivesse sido provado pelo fogo. Eu acredito que
o ouro, ali, é a fé e Jesus disse: “Eu quero fé que resista ao teste do
fogo. E vais ter que pagar por ela, através da perseverança. Vais ter
que aguentar o teste.” E então ele disse: “vestes brancas.” Nem tudo
na vida cristã é gratuito. Estas são coisas que tens que pagar.
Eu também gostaria de salientar a diferença entre a avaliação
de Jesus e muito do cristianismo contemporâneo. Havia uma igre-
ja, a igreja de Esmirna que era pobre e perseguida e não tinha
muito. Jesus disse: “Mas és rica.” Mas Ele disse para a igreja de
Laodicéia, que tinha tudo: “És pobre.” O que Ele diria para a igreja
na América / no Ocidente hoje? O que Ele diria? Ele iria dizer que
é rica ou pobre? Deixo a resposta por tua conta.
Eu só quero chamar-te a atenção pelo facto de que a avaliação
do homem é muitas vezes o oposto da de Deus. Jesus disse que as
coisas que são altamente estimadas entre os homens, são abomi-
nação aos olhos de Deus.
Então, elas tiveram que comprar azeite e deixaram isso para
tarde demais. Ao chegarem, depois de comprarem o azeite, estava
a porta fechada. E Jesus disse: “Nunca vos conheci.” Como inter-
pretas isso? Isto é o que eu acho, elas nunca tinham estado entre os
eleitos de Deus. Elas tinham vindo (tinham estado juntas com as
outras) mas Deus sabia que não passariam no teste. Esta pode não
ser a explicação correta, mas é a maneira como eu vejo.
Deixa que te pergunte, já compraste o teu azeite? Como com-
pras azeite? Pela oração, pela leitura da Bíblia, por esperar em
Deus. Leva tempo, é preciso esforço. Isso não acontece simples-
mente, tens que tomar uma decisão.
Deixamos as dez virgens e vamos agora ao próximo grupo, o
dos servos com os talentos.
Mateus 25, versículo 14 até ao 30:

22
“Porque é assim como um homem que, ausentando-se do país, chamou os
seus servos e lhes entregou os seus bens: a um deu cinco talentos, a outro
dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade; e seguiu via-
gem. O que recebera cinco talentos foi imediatamente negociar com eles,
e ganhou outros cinco; da mesma sorte, o que recebera dois ganhou outros
dois; mas o que recebera um foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro
do seu senhor. Ora, depois de muito tempo veio o senhor daqueles ser-
vos, e fez contas com eles. Então chegando o que recebera cinco talentos,
apresentou-lhe outros cinco talentos, dizendo: ‘Senhor, entregaste-me
cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei.’ Disse-lhe o seu senhor:
‘Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te co-
locarei; entra no gozo do teu senhor.’ Chegando também o que recebera
dois talentos, disse: ‘Senhor, entregaste-me dois talentos; eis aqui outros
dois que ganhei.’ Disse-lhe o seu senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel;
sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu se-
nhor.’ Chegando por fim o que recebera um talento, disse: ‘Senhor, eu te
conhecia, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste, e recolhes
onde não joeiraste; e, atemorizado, fui esconder na terra o teu talento; eis
aqui tens o que é teu.’ Ao que lhe respondeu o seu senhor: ‘Servo mau e
preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei, e recolho onde não joeirei?
Devias então entregar o meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, tê-lo-ia
recebido com juros. Tirai-lhe, pois, o talento e dai ao que tem os dez talen-
tos. Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao
que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado. E lançai o servo inútil
nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.” (SBB)

Vou fazer alguns comentários a isto. Dos servos que tiveram


proveito, o primeiro e o segundo, cada um ganhou cem por cento.
O que tinha cinco, ganhou cinco, o que tinha dois, ganhou dois. E
as palavras de elogio foram exatamente as mesmas. “Muito bem,
servo bom e fiel… Entra no gozo do teu Senhor.” O Senhor não elogiou
o servo dos cinco talentos mais do que o dos dois talentos, o que

23
me diz que o que Ele espera é lucro. Como o lucro é proporcional
nos dois, de cem por cento, Ele fez aos dois exatamente o mesmo
elogio. O que Ele está à espera, tal como eu já disse anteriormente,
é mais fidelidade do que sucesso. Cada um foi recompensado
com autoridade correspondente no reino de Cristo.
Tiremos agora a lição da atitude do terceiro servo. Primeiro de
tudo ele atuou por medo. Medo não é o motivo certo para servir
ao Senhor. Amor é o motivo certo. Jesus disse em João 14:23:

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha pa-


lavra…”

Não sejas motivado pelo medo. Deixa que o amor de Cristo


seja o teu motivo. Tal como Paulo diz, “o amor de Cristo compele-
nos”, essa é a única motivação frutífera para servir ao Senhor.
A segunda lição é uma que é muito importante para todos os
cristãos. Preguiça é maldade. “Servo mau e preguiçoso”. Como vês,
todos nós temos uma espécie de conjunto de regras religiosas que
nem sempre são realistas. A maior parte das igrejas não tolera a
embriaguez, de certeza. Mas muitas toleram a preguiça. Eu na
verdade acredito que a condenação de Deus, da preguiça é bem
mais severa do que a Sua condenação da embriaguez. Há pessoas
nas nossas igrejas que, na verdade, não fazem nada para Deus. São
demasiado preguiçosas para lerem a Bíblia, para se levantarem e
orarem, para saírem de casa e irem a uma reunião de rua; simples-
mente se sentam no banco da igreja e mostram-se simpáticas para
com todos, não fazem mal a ninguém, põem algum dinheiro na
coleta. Nós não pensamos nelas como malvadas, mas Jesus pensa.
Ele diz que preguiça é maldade.
Agora, então, Jesus disse: “Devias ter entregue o meu dinheiro
aos banqueiros e, terias recebido juros.” Isso convence-me de que
não é sempre pecaminoso, receber juros. Eu acho que as leis con-

24
tra a usura, no Antigo Testamento, eram para quando se tomasse
emprestado, desse ou emprestasse a um judeu. Então seria mau
exigir juros sobre esse empréstimo a alguém que tivesse necessi-
dades. Mas se emprestares a alguém que tem um negócio e vai fa-
zer lucros, tens direito a uma quota legítima do seu lucro, é assim
que eu entendo. Jesus certamente esperava que este servo, ele não
podia fazer mais nada, colocasse o dinheiro no banco, e abrisse
uma conta poupança.
O que isso significa para nós? Vou fazer uma sugestão. Para
colocares o dinheiro no banco, significa que tens que dizer para ti
mesmo: “Bem, eu não tenho realmente um forte ministério, mas
eu tenho este talento, eu vou investir no ministério de outro. A
alguém que tenha um ministério que esteja aprovado, que esteja
produzindo frutos no reino, vou dar a minha contribuição. Vou
investir neles, vou-me colocar à sua disposição. Eu vou servi-los.
Se for necessário, eu vou lamber envelopes.” Nós não lambemos
envelopes nos dias de hoje, mas faço seja o que for. “Eu vou estar
disponível para esse ministério.” E então, quando o Senhor vier,
Ele terá o que é Dele, com lucro.
Psicologicamente, é tão verdadeiro; é a pessoa com um só ta-
lento, que falha. O homem que tinha cinco talentos ficou entu-
siasmado com isso. Ele sabia que ia fazer alguma coisa. O homem
que tinha dois talentos estava animado. O homem que tinha um
talento disse: “Não há muito que eu possa fazer, então eu não vou
fazer nada.” Isso é uma atitude terrivelmente perigosa.
A próxima verdade é: não usar, é perder. Os dons espirituais,
Deus dá, incondicionalmente, nunca são exigidos de volta. Mas se
não os usares, vais perdê-los.

Os dons espirituais, Deus dá, incondicionalmente, nunca são


exigidos de volta. Mas se não os usares, vais perdê-los.

25
Deus deu-me um dom no início dos anos 70. É a fé para curar
as pessoas cujas pernas são desiguais. Eu vi, penso eu, milhares
de pernas desiguais tornadas iguais. Bem, alguns dos meus bons
amigos disseram-me, “caro amigo, escuta, tens uma boa reputa-
ção como professor de Bíblia. Não estragues tudo, andando por
aí ajoelhando-te na frente das pessoas e alongando-lhes as per-
nas.” Então eu pensei que talvez isso fosse um bom conselho. Vou
orar sobre isso. Bem, quando eu orava, senti que foi isto o que o
Senhor me disse: “Eu dei-te um dom. Há duas coisas que podes
fazer. Podes usá-lo e receber mais ou podes não o usar e perdê-lo.”
Eu disse: “Senhor, eu vou escolher a primeira.” Isso é apenas um
exemplo. Eu, muito raramente uso esse dom hoje. Ele ainda cá
está, mas foi sobreposto por outras coisas.
Querido irmão ou irmã, se tiveres um dom de algum tipo, se não
o usares, vais perdê-lo. Se o usares, vais ter mais. A escolha é tua.
Nota também que a rejeição deste servo infiel era definitiva. Ele
foi lançado nas trevas exteriores. Isso não é o céu nem a terra nem
o inferno, é um lugar diferente. Não nos envolvamos com isso
agora. Onde ele foi, havia choro e ranger de dentes. Já tocamos
neste assunto.
Vamos passar a uma parábola paralela que se encontra em Lucas
19, que é a parábola das minas. Existem algumas diferenças. Na
parábola das minas em Lucas 19, cada um dos dez servos recebeu
uma mina, enquanto, nesta parábola, que estivemos a ver, cada um
recebeu de acordo com a sua capacidade. Jesus sabia o quanto Ele
podia confiar a cada um. Agora, um servo no final ganhou dez mi-
nas, pelo que fez um aumento de dez vezes. O Senhor disse-lhe:
“Muito bem, servo bom, porque foste fiel no mínimo, terás autoridade so-
bre dez cidades.” (Lucas19:17, SBB). Outro ganhou cinco minas e o
Senhor disse-lhe: “encarregue-se de cinco cidades”. (Lucas 19:19,NVI).
Mas ele não disse, “muito bem, servo bom e fiel.” Ele não estava
ao mesmo nível que o homem que tinha ganho dez. E um, como

26
na outra parábola, não tinha ganho nada. Ele foi chamado de mau
e a sua única mina foi-lhe tirada. Então vamos ler o último versí-
culo, sobre isso, em Lucas 19. Eu quero que leias, porque não irias
acreditar o que está lá sem ler. Lucas 19:27. Vais lembrar-te que os
cidadãos deste senhor, tinham dito: “Nós não te queremos. Nós não
queremos que nos governes. Não voltes.” O Senhor não se esque-
ceu disso. Assim, no final desta parábola, Ele, Jesus, diz:

“E quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre
eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim.”

Por outras palavras, quero supervisionar a sua execução. Será


que é esta a imagem que tens de Jesus? Todos nós já ouvimos,
amável Jesus, manso e suave. Isto é verdade mas não é toda a ver-
dade. Ele é também o juiz designado por Deus.
Então, aquele que não ganhou nada, na segunda parábola, foi
chamado servo mau e a sua mina foi-lhe tirada, foi exilado para
sempre, da presença do Senhor.
Vamos agora para a 4ª categoria, em Mateus 25, que se refere às
nações de ovelhas e cabras. Começamos pelo versículo 31:

E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos


com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão
reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos
bodes as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.
Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: “Vinde, benditos de meu
Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação
do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me
de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me;
adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver.” Então, os jus-
tos lhe responderão, dizendo: “Senhor, quando te vimos com fome, e te
demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos

27
estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos
enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?” E, respondendo o Rei, lhes dirá:
“Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeni-
nos irmãos, a mim o fizestes.” Então dirá também aos que estiverem à sua
esquerda: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado
para o diabo e seus anjos…”

Algumas das palavras mais fortes que Jesus alguma vez pro-
nunciou.

“…Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes
de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me ves-
tistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes”. Então eles também lhe
responderão, dizendo: “Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede,
ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?”
Então lhes responderá, dizendo: “Em verdade vos digo que, quando a um
destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o
tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.”

A fim de entender isto, é muito importante reconhecer que é


uma continuação de Joel 3. Isso dá-nos o cenário. Joel 3: 1-2, o
Senhor diz:

“Porque, eis que naqueles dias, e naquele tempo, em que removerei o ca-
tiveiro [o exílio] de Judá e de Jerusalém…”

Então, repara que isto está apontando, para os dias em que es-
tamos vivendo, em que o Senhor está trazendo de volta os cativos
judeus de todo o mundo. De mais de cem nações, os judeus têm vol-
tado para a terra de Israel, nos últimos cinquenta ou sessenta anos.
Eu estava numa aula na Universidade Hebraica, uma aula de
línguas, e descobri que havia pessoas na minha turma que tinham

28
voltado de trinta nações diferentes. É estupendo; a mente humana
dificilmente consegue captar o que está envolvido.
Então, este é o ponto da situação. Refere-se ao reagrupamento dos
judeus na terra de Israel. Então, o Senhor diz isso, no versículo 2:

“Congregarei todas as nações [esta é a palavra para gentios], e as farei


descer ao vale de Jeosafá [e Jeosafá significa, “o Senhor julga”]; e ali com
elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a
quem elas espalharam entre as nações e repartiram a minha terra.”

Agora nós estamos a falar sobre o julgamento das nações no


fim da presente era. Deus diz: “Eu vou julgá-los com base na for-
ma como eles trataram os judeus e a terra de Israel.” Isso é im-
portante saber. Ele diz: “Eles dividiram a minha terra.” Lembra-te
que é, em primeiro lugar, a terra de Deus; em segundo lugar, ela
pertence ao povo judeu, porque Deus lhes deu, através de uma
aliança eterna, por possessão perpétua. Não importa o quem
lá está, a propriedade não é alterada. Ela pertence a Deus e aos
judeus. Deus não os restaura porque eles o merecem, deixa-me
acrescentar. Ele é muito claro acerca disso. “Não por sua causa, mas
por causa do meu santo nome.” Isso é o que Deus diz.
Mas nota que a segunda acusação contra as nações é que, eles
dividiram, repartiram a minha terra.
Em 1920 ou por aí, a Liga das Nações atribuiu à Grã-Bretanha
um mandato para a terra de Israel, de ambos os lados do Jordão.
Os termos do mandato foram para fornecer um lar nacional para o
povo judeu. Em 1922, com um traço da sua caneta, Winston Chur-
chill assinou a transferência de setenta e seis por cento daquela
terra para uma nação árabe então chamada Trans-Jordânia, ago-
ra chamado Jordão, e nesse território nenhum judeu tem permis-
são para viver. Então, eles repartiram a terra de setenta e seis por
cento para vinte e quatro por cento. Em 1947, a Organização das

29
Nações Unidas, a sucessora da Liga das Nações, arranjou um es-
quema pelo qual eles foram autorizados a repartir a terra e assim,
dos restantes vinte e quatro por cento, Israel obteria talvez dez
por cento e catorze por cento iria para os árabes. De que são eles
culpados? De repartirem a terra de Deus. E essas nações vão ter
que responder por isso.
Eu sou britânico por nascimento e estava a viver na terra de
Israel quando a repartição ocorreu e quando o Estado de Israel
nasceu. Eu sou uma testemunha ocular dessas coisas. Posso dizer
que com exceção da guerra aberta a administração britânica fez
tudo o que podia para evitar o nascimento do Estado de Israel.
Sabes o que aconteceu? Israel nasceu e o império britânico desfez-
se. Sem nunca perder uma grande guerra, a única que realmente
perderam foi com os colonos nos Estados Unidos, a única grande
guerra. O seu império desintegrou-se. Porquê? Porque pecaram
contra Israel e a sua terra.
Isto mostra-te que Deus leva isto muito a sério.
Agora, voltando a esta parábola, em Mateus 25, Jesus sentado
no seu trono de julgamento, seu trono como rei na terra. Ele tem
partilhado o trono de Seu Pai, até agora. Agora Ele tem o seu pró-
prio trono na terra, o trono da Sua glória, o trono do seu reino. E
nesse trono Ele julga todas as nações que estão reunidas diante
dele, os gentios. Ele não reúne os judeus, e vou explicar porquê,
mais à frente. Há apenas uma base, uma única base: como eles
trataram os irmãos de Jesus. À luz de Joel é absolutamente certo
que, isto quer dizer, o povo judeu. Lembra-te que em Apocalipse,
capítulos 4 e 5, João teve uma visão de um pergaminho que tinha
de ser aberto, e ninguém foi capaz de abri-lo. Ele estava chorando
e um dos anciãos disse-Lhe: “Não chores. O Leão da tribo de Judá
prevaleceu para abri-lo.” João olhou à volta à espera de ver um
leão e o que viu ele? Um cordeiro havendo sido morto. É aí que o
poder está, está na vida que é entregue a Deus. O título de Jesus,

30
na eternidade, é o Leão da tribo de Judá. Judá é o nome a partir
do qual nós temos a palavra, judeu. Em hebraico Judá é Yehuda e
judeu é Yehudi. Vê, é apenas diferente numa sílaba. Então, tem em
mente que Jesus não se tornou um judeu simplesmente por trinta
e três anos e meio. Ele identificou-se, eternamente, com o povo
judeu. Esse é o Seu título, o Leão da tribo de Judá.
Podes não gostar disso, mas não o poderás mudar. Porque Deus
não pediu a tua opinião. Ele não pediu a minha, também. Mas eu
aprendi que é mais seguro concordar com Deus. Eu digo-te, quan-
do vês o antissemitismo galopante por toda a terra, e não menos
na América, é melhor tomar cuidado com as nossas próprias ati-
tudes, porque nós vamos ser julgados. É claro para mim, a partir
desta imagem de judeus, sem roupa, sem comida, sem abrigo, na
prisão, doentes,(Mateus 25:35,36) que vai haver um aumento, em
todo o mundo, de antissemitismo, do qual já consegues sentir a
ondulação. Deus vai permitir isso.
David Pawson, que é um amigo meu, disse uma vez: “Sempre
quando os judeus pretendem estabelecer-se em qualquer nação
Gentia, Deus permite sempre que o antissemitismo surja, porque
não é a sua casa.” Deus disse em Ezequiel 37, “Em um certo mo-
mento, meu povo, vocês são como ossos secos espalhados nos va-
les. Mas eu vou abrir as vossas sepulturas e trazê-los para fora
delas e trazê-los à vossa própria terra.”
Digo a alguns crentes judeus aqui (na América), que é mara-
vilhoso terem acabado por crer em Jesus. Saíram do túmulo, mas
ainda não saíram do cemitério. Há apenas um lugar em que os
judeus são designados para viver, que é na terra de Israel.
Temos um amigo querido, eu não vou dizer o seu nome, ele
era como a maioria (os únicos crentes judeus adultos que algu-
ma vez conheci, todos vieram por meio do oculto, acho que sem
exceção). Lá estava ele, como judeu na terra de Israel, um hippy
com o cabelo até a cintura e tentou iniciar um kibbutz para a agri-

31
cultura biológica. Então, a agência judaica disse: “Tudo bem, se
conseguires arranjar mais outras dez pessoas, começa.” Mas ele
nunca conseguiu. Ele estava totalmente desiludido com Israel e
com a sua terra. Ele voltou para os Estados Unidos, onde nasceu,
casou-se com uma bela esposa e foi salvo, totalmente salvo pela
fé em Jesus. Deus disse-lhe um dia, “És um judeu, esta não é a tua
casa”. E a partir de então ele soube que tinha de voltar.
Essas são palavras verdadeiras. “Se és um judeu, esta não é a
tua casa.” Podes passar um bom tempo aqui e desfrutar de alguns
dos chamados confortos e luxos, mas não tenho certeza de que
vais ser capaz de apreciá-los por muito tempo. Eu acho que uma
mudança está a chegar.
Eu não digo a ninguém o que fazer, mas acho que deves dar
atenção ao significado desta parábola. Então, o que aconteceu? Lê
o que aconteceu com as nações cabra, que não mostraram miseri-
córdia. Não diz realmente que os perseguiram, eles simplesmente
não mostraram misericórdia. Versículo 41:

“Então dirá [o Rei] também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos
de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos…”

Eu nunca li, em parte alguma, palavras mais assustadoras, de


condenação, do que aquelas. “Apartai-vos de mim, malditos, para
o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” E observa
que o lago de fogo nunca esteve preparado para seres humanos.
Não temos de ir para lá; o diabo e os seus anjos não têm escolha.
Nós só vamos para lá, se fizermos a escolha errada.
Então Ele disse para os outros, no versículo 34:

“Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está
preparado desde a fundação do mundo…”

32
Assim, a questão decisiva foi, quem ia ser admitido no reino,
quem ia ser excluído. Este é o reino de Jesus na terra, o Seu reino
terreno. As nações que passarem o teste, mas não façam parte da
igreja, serão admitidas nesse reino na Terra.
Agora eu quero salientar só mais uma coisa. Voltemos a 1 Co-
ríntios 10:32. Diz aos crentes:

“Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos
gregos, nem à igreja de Deus…”

Portanto, há três categorias da raça humana: os judeus, os gre-


gos (que são os gentios), a igreja de Deus. E Paulo diz, não ofender
qualquer uma delas. Cada uma dessas será submetida a um julga-
mento separado de Deus. Eu só quero que tenhas isso em atenção.
Primeiro de tudo, eu vou compartilhar um princípio, contigo,
sobre a bênção de Deus e o julgamento de Deus. Deus abençoa os
judeus diretamente; Ele abençoa os gentios através dos judeus. To-
dos nós, que somos gentios, devemos todas as bênçãos espirituais
que temos, aos judeus. Mas quando se trata de julgamento, Deus
julga os gentios diretamente, e Ele julga os judeus por intermédio
dos gentios. Podes ver isso através do Antigo Testamento. Precisas
assimilar esse princípio do julgamento. Deus abençoa os judeus
diretamente, Ele abençoa os gentios através dos judeus. Deus jul-
ga os gentios diretamente, Ele julga os judeus através dos gentios.
Há um trono de julgamento separado para cada uma dessas
três categorias. A igreja será julgada perante o tribunal de Cristo.
2 Coríntios 5:10, Romanos 14:10.
Os judeus terão o seu julgamento durante a grande tribulação.
A grande tribulação será o tempo de julgamento do povo judeu.
Vou indicar-te uma Escritura, entre muitas, Ezequiel 20. Esta é es-
pecificamente dirigida a Israel, Ezequiel 20, começando no versí-
culo 32. Diz:

33
“E o que veio à vossa mente de modo algum sucederá, quando dizeis:
Seremos como os gentios, como as outras famílias da terra, servindo ao
madeiro e à pedra.”

Isso é exatamente o que eles estão dizendo no momento. Isso é


exatamente o propósito do atual governo [Yitzhak Rabin, primei-
ro-ministro] em Israel. É obliterar a distinção entre judeus e outras
nações. E isso nunca vai funcionar. Deus diz que nunca assim será.
Tu não podes fazê-lo.

“Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que com mão forte, e com braço estendido,
e com indignação derramada, hei de reinar sobre vós [judeus]. E vos tira-
rei dentre os povos, e vos congregarei das terras nas quais andais espalha-
dos, com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada.
E vos levarei ao deserto dos povos; e ali face a face entrarei em juízo con-
vosco; como entrei em juízo com vossos pais, no deserto da terra do Egito,
assim entrarei em juízo convosco, diz o Senhor DEUS. Também vos farei
passar debaixo da vara, e vos farei entrar no vínculo da aliança...”

“Passar debaixo da vara” descreve a forma como um pastor con-


tava as suas ovelhas de volta ao redil. Ele colocava a sua vara para
baixo antes de cada ovelha, verificava se era uma das suas, e em
seguida, aceitava. O Senhor diz: “Vou verificar cada um de vocês,
se estão qualificados.”
E depois diz:

“E separarei dentre vós os rebeldes, e os que transgrediram contra mim;


da terra das suas peregrinações os tirarei, mas à terra de Israel não volta-
rão; e sabereis que eu sou o Senhor.”

O Senhor diz: “Eu vos tirarei, mas nunca voltarão.” E Ele diz:
“vos farei passar debaixo da vara, e vos farei entrar no vínculo da alian-

34
ça...” Lembra-te que qualquer relacionamento permanente de
Deus com qualquer pessoa é sempre baseado numa aliança.
Então esse é o julgamento dos judeus.
Ruth acredita que Deus lhe deu uma palavra profética. E com a
experiência que eu tenho, acredito que está correto.
Ruth:
“Anda na Minha presença e sê perfeito. Não penses que Eu te
estou chamando para uma caminhada que é impossível. Todas
as coisas são possíveis para aqueles que creem. Ouve o que Eu
digo. Estou chamando um povo, indivíduos, homens e mulheres
e crianças, que Me levam a sério e estão dispostos a ser os Meus
representantes no presente século mau, e preparar uma arca para
a salvação das suas famílias. Pais, ouvi o que estou dizendo. Anda
na Minha presença em santidade e integridade e obediência. O
tempo é curto e a Minha chamada para ti é clara e inequívoca.
Anda na Minha presença e sê perfeito.”
Derek:
“Pai, agradecemos-Te por termos um Deus que nos fala, um
Deus que não está muito longe, um Deus que está muito perto de
cada um de nós. Sentimos, Senhor, que nos falas pela Tua palavra
e pelo Teu Espírito. Eu oro por nós, inclusive eu, para que nos dê
a graça de estarmos atentos para o que nos disseste, para sermos
obedientes, andarmos diante de Ti e sermos perfeitos.”
Ámen.

Esta carta é baseada na gravação No. I-4387:


PROPHETIC GUIDE TO THE END TIMES
Pressures, Tests and Challenges

35
E...
outra carta ligada
ao mesmo tema:

O QUE DEUS QUER


QUE FAÇAMOS
(Carta nº 23)

O objetivo principal do Derek Prince Portugal resume-se em:

Mateus 28:19-20 Mateus 24:14 Efésios 4:12-13

e...

Achamos que o ensino do Derek Prince é uma ferramenta preciosa para

usar neste sentido daí que procuramos continuar disponibilizar cada vez

mais do ensino dele (livros cartas, audio’s e dvd’s) na língua portuguesa para

ajudar os discípulos de Jesus o Cristo na sua caminhada da fé.

Derek Prince Portugal

Caminho Novo Lote X,

9700-360 Feteira AGH


Tel: 295 663738 / 927992157
Blog: www.derekprinceportugal.blogspot.pt
E-mail: derekprinceportugal@gmail.com

36
CARTA DE ENSINO 27 B

A COLHEITA É
O FIM DESTA ERA;
TRABALHAI!!!

Vou começar esta carta com uma proclamação, que é tirado de


Isaías, capítulo 55, versículos 10 e 11:

“Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tor-
nam, mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao
semeador, e pão ao que come, assim será a minha palavra, que sair da
minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e
prosperará naquilo para que a enviei.”
Ámen.

O tema desta carta é: a colheita. Eu nunca fui grande agricultor.


Passei seis meses no sul da Irlanda no início da Segunda Guerra
Mundial trabalhando numa fazenda, a cuidar de ovelhas, a re-
mendar buracos em cercas, a separar leite e coisas assim, mas, ba-
sicamente, o meu conhecimento da agricultura é muito limitado.
Mas sei o suficiente para dizer, que existe um ponto culminante
na agricultura em direção ao qual tudo se dirige, que é a colheita.
Quase tudo o que é feito, é feito em prol da colheita. E isso é ver-

38
dade também no reino espiritual. A colheita é o clímax. É a finali-
dade para a qual são dirigidas todas as outras atividades de Deus.

A colheita é a finalidade para a qual são dirigidas todas


as outras atividades de Deus.

Em Mateus 13 versículo 39, Jesus faz uma afirmação simples,


mas importante. É parte da interpretação da parábola do trigo e
do joio, e vou pegar só em algumas palavras desse versículo.

“A colheita é o fim desta era“ (NVI)

É muito importante ter isso em mente: “A colheita é o fim desta


era.” Esta era, não vai chegar a um anticlímax. Deus não é o Deus
do anticlímax. Esta era está avançando até atingir um clímax, e o
clímax é a colheita. E, basicamente, todos os processos que têm
acontecido na igreja, desde há quase dois mil anos, foram, em úl-
tima instância, voltados para esse clímax: a colheita.
Há muitas coisas que têm de acontecer antes de poder ceifar
a colheita. Eu não vou falar de todas elas, mas quero mencionar
uma em particular. Tiago 5: 7 e 8:

“Sede pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador
espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que re-
ceba a chuva temporã e serôdia. Sede vós também pacientes, fortalecei os
vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima.”

Aqui, verás que a colheita está sincronizada com a vinda do Se-


nhor. Os dois estão inseparavelmente unidos. O Senhor virá no final
da colheita, e Tiago adverte-nos que temos que ser pacientes. Uma
das coisas mais difíceis para mim, é ser paciente. Ao longo dos anos
o Senhor lidou comigo, nesta questão da impaciência. E uma coisa

39
que Ele me mostrou foi que a impaciência é uma forma de orgulho.
Espera-se que as coisas sejam do nosso jeito, em vez de serem do jeito
de Deus. E eu não sou um modelo de paciência, mas estou certamen-
te muito mais paciente do que era, digo eu, há dez anos.
Tiago salienta que a colheita não pode ser feita até termos tido a
chuva temporã e a chuva serôdia. Eu acho que isso é muito impor-
tante. Na economia de Israel são exigidas ambas as chuvas para
tornar a colheita possível. Se qualquer chuva falhar, a colheita irá
falhar. A primeira chuva amacia o solo de modo que podes come-
çar os processos de agricultura. A segunda chuva faz com que a
semente germine. E assim, Tiago diz que é verdade também no
espiritual. Antes da colheita poder ser feita, temos de ter a primei-
ra, ou chuva temporã e a chuva serôdia. A chuva temporã nor-
malmente cai em setembro ou outubro, a chuva serôdia, talvez
em março ou, por vezes, em abril. Depois disso, é seguir em frente
para a colheita. E sabemos, de muitas Escrituras, que a chuva tem-
porã e a chuva serôdia são imagens bíblicas do derramamento do
Espírito Santo. A era começou com um grande derramamento do
Espírito Santo, e vai/está a terminar com um grande derrama-
mento do Espírito Santo. E até que o derramamento tenha ocorri-
do, a colheita não pode ser efetuada.
E isso traz à tona um princípio muito importante que percorre
toda a Escritura, a partir do livro de Deuteronómio em diante, e é
este: “A chuva é dada por causa da colheita.”

A chuva é dada por causa da colheita.

E isso tem uma aplicação para aqueles de nós que são pente-
costais ou carismáticos ou qualquer que seja o rótulo, que queiram
dar, se não nos dermos conta, de que o derramamento do Espíri-
to Santo é dado por causa da colheita, vamos perder os propósi-

40
tos de Deus. Existem dois tipos de pentecostais ou carismáticos.
Aqueles que receberam o derramamento do Espírito Santo, e não
sabem para quê, e apenas o usam para formar pequenos clubes es-
pirituais que só pensam em si, e aqueles que já entenderam que a
chuva é dada por causa da colheita. E são estes que estão virando
o mundo de cabeça para baixo. Acho que são uma minoria. Penso
que, a maioria dos carismáticos, não percebe por que o Espírito
Santo foi derramado e está sendo derramado. E, consequentemen-
te, perde o verdadeiro propósito de Deus.
Sabes, infelizmente, o cristianismo no Ocidente, e acho que es-
pecialmente na América, é essencialmente egocêntrico. É centrado
no homem. O que Deus fará por mim? O que posso obter de Deus?
Isso é uma distorção completa do evangelho. A verdadeira ques-
tão é, “O que eu posso ser para Deus? O que Deus quer de mim?”
Encorajamos as pessoas, ensinando-lhes que Deus irá atender as
suas necessidades, e muitas vezes usamos isso para atrair as pes-
soas para o Senhor. É verdade. Graças a Deus, Deus vai atender às
nossas necessidades. Mas esse não é o propósito supremo do evan-
gelho. O propósito supremo do evangelho é fazer-nos instrumen-
tos do reino de Deus. Não é o que Deus fará para mim. É o que eu
vou fazer para Deus? Muitas vezes ponderei sobre a carreira do
apóstolo Paulo, e acredito que o enorme sucesso que ele alcançou
foi devido ao facto de que quando conheceu o Senhor, ele fez duas
perguntas: a primeira foi “Quem és Tu Senhor?”, a segunda foi “o
que queres que eu faça?” E as pessoas que podem responder a es-
sas duas perguntas corretamente, são as pessoas que irão virar o
mundo de cabeça para baixo. Já alguma vez perguntaste ao Senhor,
“quem és Tu?” E depois, “Senhor, que queres que eu faça?”
Agora, de um modo geral na nossa cultura contemporânea,
quando as pessoas vêm até ao Senhor, dizemos-lhes o quão mara-
vilhoso vai ser, todas as coisas que Deus vai fazer para elas. Essa
não foi a maneira de Deus lidar com Paulo. Ele enviou, a Paulo,

41
um homem chamado Ananias para orar para ele quando estava
cego, e Ele disse: “Vai e diz-lhe que grandes coisas ele irá sofrer
por causa do Meu nome.” Quantas pessoas tratam os novos con-
vertidos dessa maneira hoje? Mas sabes, temos uma igreja que
está flácida. Falta-lhe o músculo, porque nós não demos a Deus o
Seu devido lugar.
Na história havia um homem que ensinou que o sol girava em
torno da Terra. Em seguida, houve um outro homem, Copérnico,
que disse: “Não, entendeste errado. A Terra gira em torno do sol.”
E há dois tipos de cristãos. Há os cristãos que pensam que Jesus
gira à nossa volta e das nossas necessidades, e aqueles que perce-
bem que giram em torno de Jesus. Não é o que eu quero. É o que
Ele quer. Não é o que Ele fará para mim, mas o que vou fazer para
Ele. E, na verdade, a igreja no Ocidente, na minha opinião, precisa
de uma grande revolução.
Quer dizer, precisamos o que eles costumavam chamar, em sé-
culos anteriores, um grande despertar, porque temos o nosso foco
errado. Nós temos uma visão enevoada e incorreta de Deus, do
evangelho e do reino de Deus; e nós temos que mudar isso. Te-
mos de perceber, em particular, que a chuva é dada por causa da
colheita. Há dois versículos em Jeremias capítulo 5, que sempre
me impressionaram, os versículos 23 e 24. Eles estão no meio de
uma das muitas passagens em que Jeremias estava condenando as
pessoas dessa altura, pela sua dureza de coração e incredulidade,
mas em seguida vem uma revelação maravilhosa. Jeremias 5:23:

“Mas este povo [este povo de Judá nos dias de Jeremias]…”

A propósito, se estudares a vida e o ministério de Jeremias,


irás ver que ele ministrou numa altura em que a sua nação estava
num período de declínio espiritual conduzindo ao desastre final,
total. E eu pergunto-me quantos americanos poderiam imaginar

42
que isso fosse possível, talvez verdade, para a América. Pode-
ria entrar na tua cabeça, conceberes por um momento, que esta
nação possa estar num período de declínio espiritual que vai le-
var ao desastre final, total? Sabes, havia muitos falsos profetas no
tempo de Jeremias, que disseram: “Tudo vai ficar bem. Nós temos
o templo.” Eles disseram: “O templo, o templo, o templo.” Eles
continuavam repetindo essa frase, “o templo”. “Enquanto nós te-
mos o templo, está tudo bem.” E eu digo, há uma série de crentes
professos de hoje que dizem: “nasci de novo, nasci de novo, nasci
de novo. Está tudo bem. Eu nasci de novo.” Neste caso estavam
e estão enganando-se a si próprios. (“Mas vejam! Vocês confiam em
palavras enganosas e inúteis.” Jeremias 7:8)
Houve apenas um profeta, tanto quanto eu sei, no tempo de
Jeremias, neste tempo de declínio espiritual, que disse a verdade.
E a maioria das pessoas não davam ouvidos, porque os falsos pro-
fetas, que eram numerosos, estavam a dizer o contrário. E devo
dizer que eu poderia acreditar que isto é a verdade neste país,
neste momento. As pessoas que contam as coisas como realmen-
te são, são relativamente poucas. As pessoas, que dizem que está
tudo bem, Deus te abençoe, Ele vai curar-te, vai cuidar de ti, Ele
vai fazer-te prosperar etc. são numerosas. Caro leitor, eu conheço
todas as Escrituras sobre a prosperidade, melhor do que ninguém
e prego-as. Mas deixa-me dizer-te que a prosperidade não é o que
os americanos entendem que seja. Não é um grande carro e um
frigorífico e uma piscina.
Vou dar-te dois exemplos. Deus disse a Josué, “se fizeres o
que eu digo, vais ser bem sucedido e vais tornar o teu caminho
próspero.” E como entrou Josué na Terra da Prometida? Não num
Cadillac. Onde morou? Não num hotel de primeira classe. Ele es-
tava em guerra. O veículo correspondente hoje seria um tanque.
Ele passava as noites em campo aberto. Ele estava continuamente
envolvido em marchas forçadas. Foi um tempo de conflito. Pros-

43
peridade não é ter tudo da forma que queres. Prosperidade é rea-
lizares a vontade de Deus com sucesso.

Prosperidade é realizares a vontade de Deus com sucesso.

Eu acho que o segundo exemplo é ainda mais notável. Em Ro-


manos, capítulo 1 Paulo orou para que pudesse ter uma viagem
próspera, pela vontade de Deus, para Roma. Exatamente a mes-
ma palavra grega é usada em terceiro João versículo 2, onde ele
diz: “Amado, peço a Deus que prosperes em tudo e tenhas saúde, assim
como tua alma prospera.” (SBB). É a mesma palavra. Será que Paulo
teve uma viagem próspera para Roma? Ele não viajou como pas-
sageiro de primeira classe. Ele foi como prisioneiro acorrentado.
Estava numa tempestade sem precedentes, que durante catorze
dias e noites, nunca viu o sol. Depois disso, naufragou numa ilha,
e finalmente quando ele estava a juntar madeira para alimentar o
fogo, uma víbora mordeu-o. Chamas a isso uma viagem próspe-
ra? Mas isso foi. Por quê? Porque a vontade de Deus foi realizada.
[Durante esta viagem, todos na companhia do Paulo, o povo da
ilha de Malta e muitas pessoas em Roma tiveram a oportunida-
de de ouvir acerca do Reino de Deus e de ver e provar o poder
de Deus a operar em vários sentidos, encontrarás os pormenores
em Atos 27 e 28] Temos que ajustar o nosso pensamento ao que
a prosperidade é. Não é ter uma vida fácil com muito dinheiro e
sem problemas. É, com sucesso, realizar os propósitos de Deus
em face de oposição intensa.
Digo-te, eu tenho estado tão ocupado com Jeremias ultima-
mente. É como se Deus me dissesse: “Este é o livro que precisas
conhecer, para entenderes o que está a acontecer na igreja, hoje.”
Agora vamos voltar para Jeremias 5, versículo 23:

44
“Mas este povo [podíamos dizer, os carismáticos] tem coração obs-
tinado e rebelde; eles se afastaram e foram embora. Não dizem no seu
íntimo: ‘Temamos o Senhor, o nosso Deus‘

Uma coisa que é notável, pela sua ausência na igreja contem-


porânea, é o temor do Senhor. As pessoas não podiam dizer e fa-
zer as coisas que vemos, se elas realmente fossem motivadas pelo
temor ao Senhor. Valeria a pena estudares alguma vez o temor do
Senhor. É um dos principais temas da Escritura, e, tanto quanto,
eu tenho sido capaz de descobrir, as maiores bênçãos que Deus
promete, de todas as Suas bênçãos, são prometidas ao temor do
Senhor. Ruth e eu memorizamos provavelmente vinte Escrituras
sobre o temor do Senhor. Mas isso é apenas uma pequena par-
te. “O temor do Senhor encaminha para a vida; aquele que o tem ficará
satisfeito, e não o visitará mal nenhum.” (Provérbios 19:23) Alguma
vez, já pensaste nisso? Se não estás em satisfação, de alguma for-
ma está-te faltando o temor do Senhor.”O galardão da humildade
e o temor do Senhor são riquezas, honra e vida.”(Provérbios 22:4). É
estúpido recusar isso, não achas? Muitos precisam orar: “Senhor,
ajuda-me a cultivar o temor do Senhor.”
De qualquer forma, o problema com Judá no tempo de Jere-
mias, foi eles não entenderem, nem reconhecerem o Senhor como
o doador da chuva.

“E não dizem no seu coração: “Temamos agora ao Senhor nosso Deus,


que dá chuva, a temporã e a tardia, ao seu tempo; e nos conserva as sema-
nas determinadas da sega [colheita].”

Numa só palavra, para que foi dada a chuva? A Colheita. E


eu adoro essa frase: “……e nos conserva as semanas determinadas da
colheita.” Alguma vez já foste a um restaurante e viste uma mesa,
onde achaste que gostarias de te sentar por ser ali mesmo à janela

45
e ter uma vista especial? E então, quando te aproximas da mesa,
há apenas um pequeno sinal onde está uma palavra que é, re-
servado. Não te podes sentar lá. E Deus reservou as semanas da
colheita, não meses, mas semanas, e diz a satanás: “Não podes
usá-las. Eu não te vou deixar solto até que a colheita seja feita”.
Entendes o que estou dizendo? O batismo no Espírito Santo,
os dons do Espírito Santo, todos eles, são dados por causa da
colheita, para nos equiparmos para a colheita.

O batismo no Espírito Santo, os dons do Espírito Santo, são


dados para nos equiparmos para a colheita.

Eu já disse aos crentes judeus e amigos meus em Israel, “nós,


os não-judeus, precisamos pedir-vos desculpas, a vós, judeus por
alguma vez ter pedido que acreditassem num evangelho que não
foi sobrenaturalmente confirmado, porque é contrário a tudo o
que as vossas próprias Escrituras ensinam”. Deus providenciou
o batismo no Espírito Santo e os dons do Espírito Santo para
serem uma confirmação sobrenatural do evangelho.
É por isso que são dados. Não são dados para o nosso gozo,
para ser o nosso objetivo de nos reunirmos e assim sermos super
espirituais, e profetizarmos uns sobre os outros, para então dizer:
“Adeus, Irmão, Deus te abençoe. Vejo-te no próximo domingo.”
Isso não é o propósito. São dados para a colheita. E se não enten-
deres isso, está-te faltando o plano de Deus na tua vida.
Agora, quero dizer que haverá duas colheitas. Outra palavra
que raramente é usada hoje na igreja, tal como a conheço — e devo
dizer que não conheço toda a igreja mas tenho visto uma grande
parte dela — é a palavra juízo. Jesus disse que quando o Espírito
Santo vier, Ele convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.
(João 16:8). Mas esta última palavra tem sido deixada de fora. Se
nós não falamos sobre o juízo, como pode o Espírito Santo conven-

46
cer dele. Estamos perdendo uma parte substancial da mensagem.
Jesus não é apenas o Salvador. Graças a Deus ele é, mas Ele tam-
bém é o Juiz. Tens que perceber isso.

Jesus não é apenas o Salvador, Ele também é o Juiz.

A mesma pessoa que é o Salvador, é também o juiz. Pelo que


entendi, ao ler o primeiro capítulo de Apocalipse, João lá, encon-
trou Jesus como juiz. E o mesmo apóstolo que tinha descansado a
cabeça no peito de Jesus na última ceia e falou com Ele em verda-
deira intimidade, caiu a Seus pés como morto quando encontrou o
Juiz. Nós precisamos ter uma visão de Jesus, como Juiz.
Em Apocalipse 14 versículo 14 e seguintes até ao fim, temos
então as duas colheitas. A primeira colheita é a colheita do trigo. A
segunda safra é a colheita da uva, e isso é verdade para o padrão
agrícola de Israel, o trigo vem em primeiro lugar e depois vêm as
uvas. A safra do trigo, creio, é a colheita da salvação. A colheita
da uva é as uvas da ira, a colheita do juízo. Elas seguem-se uma
à outra, muito rapidamente. Vamos ler sobre a safra do trigo em
primeiro lugar, em Apocalipse 14 começando no versículo 14.

“E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um seme-


lhante ao Filho do homem, que tinha sobre a sua cabeça uma coroa [não
uma coroa real, mas como a medalha de ouro nos jogos olímpicos,
a coroa que é posta na cabeça do vitorioso] de ouro, e na sua mão
uma foice aguda. E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz
ao que estava assentado sobre a nuvem: “Lança a tua foice, e sega; a hora
de segar te é vinda, porque já a seara da terra está madura.”

Na verdade, o grego diz, “a seara da terra está seca.” Se ela é


deixada por mais tempo, irá perecer. Agora, eu acredito que isso

47
é o que Deus já está fazendo, lançar a foice e colher a safra toda
em torno da Terra, em nações que, trinta anos atrás, não estariam
abertas para o evangelho, não teriam escutado o evangelho, mas
que agora estão clamando por ele. Nações mais inesperadas, tais
como União Soviética, Sudeste Asiático, China, são algumas das
que ouvimos falar. E sabes por que isso acontece? É a hora da co-
lheita, a safra está sendo colhida agora. Uma coisa que aprendi na
quinta, foi que na altura da colheita todos metem a mão à obra.
Ninguém fica sentado em casa. Toda a gente está no campo fa-
zendo alguma coisa para juntar a colheita antes de estar perdida.
Eu acredito que é assim que deve ser com a igreja. Eu não acredito
que deve haver uma pessoa ociosa na igreja porque é a hora da co-
lheita. Logo a seguir desta colheita de misericórdia, temos a pró-
xima colheita, a colheita de juízo. “E saiu do templo, que está no céu,
outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda. E saiu do altar outro
anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha
a foice aguda, dizendo: “Lança a tua foice aguda, e vindima os cachos da
vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras.”E o anjo lançou
a sua foice à terra e vindimou as uvas da vinha da terra, e atirou-as no
grande lagar da ira de Deus.”
Tenha em mente que Deus não só é um Deus de misericórdia,
Ele também é um Deus de ira.

Deus não só é um Deus de misericórdia,


Ele também é um Deus de ira.

Paulo disse em Romanos: “Considera, pois, a bondade e a severi-


dade de Deus” Se desfigurares um lado de uma moeda, ela perde o
seu valor. E a verdade sobre Deus é uma moeda de duas faces: de
um lado, bondade e do outro, severidade. Se apagares a severida-
de, ficarás com uma moeda sem valor. Terás uma mensagem que
não tem qualquer relevância.

48
“E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios
dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios.” [na margem da
minha Bíblia diz que isto são cento e oitenta e quatro milhas.]

Muita gente interpreta o livro do Apocalipse alegoricamente, e


eu gostaria de perguntar-lhes: “Este é sangue alegórico ou é san-
gue real?” O que é o sangue alegórico? Não entendo. Não tem
qualquer significado para mim. Eu acredito que isso signifique
exatamente o que diz em linguagem simples.
Estares realmente envolvido na colheita depende, em grande
medida, da tua visão pessoal. Existem pessoas que me fazem ficar
com lágrimas nos olhos, porque foram apanhadas por uma visão.
Elas veem o que muitas pessoas não veem. Elas veem a colheita.
Elas sabem qual a condição da colheita. E Jesus disse aos seus dis-
cípulos, depois de ter tido esta entrevista com a mulher samarita-
na no poço, nos versículos 35 e 36 de João capítulo 4:

“Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis
que eu vos digo: ‘Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já es-
tão brancas para a ceifa’ [Jesus viu coisas de forma diferente, desses
apóstolos. E Ele então continua e fala]. “E o que ceifa recebe galardão,
e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o que
ceifa, ambos se regozijem.”

Como vês o mundo de hoje? Quando olhas à tua volta, dizes:


“Mais quatro meses e depois vamos fazer alguma coisa.” Ou vês o
mundo como Jesus o vê. Os campos estão brancos ou prontos para
a colheita. Preguei e viajei por quase cinquenta anos. Eu nunca
vivi numa época em que houvesse mais fome pelo evangelho do
que há agora, nos lugares mais improváveis.
Temos contactos com a Indonésia, onde o meu material está
sendo fornecido.

49
Há cinquenta anos atrás, não havia praticamente nenhuma res-
posta o que quer que seja, para o evangelho, na Indonésia. É a
maior nação muçulmana do mundo. Tem cerca de cento e oiten-
ta e cinco milhões de pessoas [era 1993 quando Derek transmitiu
isso, em 2013 a estimativa era de 251 160 124] e tem uma extensão
muito maior de que os Estados Unidos. Poderia ser uma nação
muito crucial nos desenvolvimentos dos próximos anos.
Eu sou tão abençoado, acho que dezasseis dos meus livros fo-
ram traduzidos e impressos e distribuídos na Indonésia. Estou
atordoado, porque eu não tive nada a ver com isso. A maior parte
disso foi feito por uma pequena mulher. Sabes que não é fácil para
as mulheres numa sociedade muçulmana. Sabes o que ela é, em
linguagem vulgar, ela é tesa. Apenas uma mulher. Ela é extraor-
dinariamente ousada. Estivemos a falar com ela uma vez, dois ou
três anos atrás, e ela disse-nos como Deus a leva continuamente,
a testemunhar aos muçulmanos indonésios. E ela disse que um
muçulmano perguntou-lhe, qual é a diferença entre muçulmanos
e cristãos? E ela disse: “Bem, os cristãos vão para o céu e os muçul-
manos vão para o inferno.” É preciso alguma ousadia para dizer
isso. Mas há uma coisa que eu admiro nas mulheres, é ousadia,
e eu conheço um monte de mulheres ousadas. A minha primeira
mulher era uma leoa. A minha segunda esposa não é exatamente
uma leoa, mas ela também tem garra.
Então eu quero transmitir algumas palavras de Jesus, um pou-
co mais adiante, no Evangelho de João, em João capítulo 9, ver-
sículo 4. E acho que a versão mais precisa, usa “nós” e não “eu”,
devido aos diferentes textos.

“Enquanto é dia, precisamos realizar a obra daquele que me enviou. A


noite se aproxima, quando ninguém pode trabalhar.” (NVI)

50
Eu acredito nisso. Eu acredito que ainda é dia, mas o dia está em
rápido declínio. E eu acredito que há uma noite que vem, quando
ninguém vai ser capaz de trabalhar. E eu tenho um sentido de ur-
gência para ter o trabalho feito, enquanto ainda há luz. Eu não sei
se já notaste que as últimas pessoas a pregar o evangelho, no livro
de Apocalipse, são anjos, voando no céu. Porque eu acredito que
não será mais possível pregar o evangelho, por seres humanos na
terra. Eu acredito que o tempo está chegando, que vai ser noite, e
está muito próximo.
Eu falo com as pessoas sobre o que vai acontecer dentro de
dez anos. Nenhum de nós sabe o que vai acontecer dentro de dez
anos. O mundo está mudando a cada ano. As situações econó-
micas podem ter mudado totalmente antes do final deste século
em particular, deste milénio. [o Derek está a falar aqui do fim do
século 19] E o dinheiro que tens agora, até o final deste século,
pode ser absolutamente inútil, e tens duas opções: podes investir
agora no reino de Deus e ter uma conta bancária eterna. Ou podes
simplesmente acabar com dinheiro inútil. Eu não sou economista,
longe disso, mas, pessoalmente, duvido que qualquer nação que
tem a dívida nacional dos Estados Unidos, possa recuperar econo-
micamente. Eu não acredito que haja qualquer exemplo disso na
história. Esta é apenas uma opinião, mas é uma opinião que fazes
bem em considerar. Voltando ao nosso tema, a colheita, há um
versículo em Provérbios que é muito intrigante.
Provérbios 10 versículo 5:

“O que ajunta no verão é filho ajuizado, mas o que dorme na sega é filho
que envergonha.”

Assim, como filho de Deus, qual deles és? Juntas na colheita ou


dormes? Porque se dormes és uma fonte de vergonha para o teu
Pai no céu. “……mas o que dorme na sega é filho que envergonha.”

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Quero agora terminar referindo uma cena de julgamento onde,
eu acredito, cada um de nós irá aparecer. Não haverá exceções.
Podes perder todos os compromissos que fazes na terra, mas este
encontro, vais manter. Estou-me referindo a 2 Coríntios 5. Eu es-
tou a falar sobre o julgamento que ocorre perante aquele que é
chamado O Tribunal de Cristo.
Há um outro julgamento posterior que é chamado de “O Julga-
mento do Grande Trono Branco”, mas este é um julgamento só para
os cristãos. E Paulo diz, falando como um cristão (e ele também usa
as mesmas palavras em Romanos capítulo 14 versículo 10):

“Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.”

Eu acredito que a palavra comparecer, realmente, significa ser


manifestado. Por outras palavras, não haverá segredos. Toda a nos-
sa vida será totalmente exposta diante do tribunal de Cristo.

Toda a nossa vida será totalmente exposta


diante do tribunal de Cristo.

“… para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo,
ou bem, ou mal.” (2 Coríntios 5:10)

E repara que há só duas categorias. Não há nada que seja neu-


tro. Tudo é, ou bom, ou mau. Tudo deve ser feito de acordo com
a palavra e o desejo de Deus, tudo deve ser feito pela glória de
Jesus, disse Paulo em Colossenses, “E, quanto fizerdes por palavras
ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a
Deus Pai.” (Colossenses 3:17)
As pessoas costumavam vir até mim quando eu era diretor de
uma faculdade para a formação de professores em África, e per-
guntavam: “Está tudo bem se eu fizer isso ou aquilo? Está tudo

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bem se eu for a bailes?” Eu respondia: “Eu não posso dar ne-
nhuma resposta sobre isso, mas eu vou transmitir um princípio.
—”……Quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do
Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” - Se podeis fazê-lo em
nome do Senhor Jesus dando graças a Deus, tudo bem. Se não for
possível, não importa o que seja, é errado.” E Paulo diz aqui que
algo é bom ou mau. Tudo o que não é bom, o que não é positivo,
é mau, é negativo. E nós vamos ter as nossas vidas postas a nu na
presença de Jesus Cristo, um por um, individualmente, e vamos
olhar para trás e vai-nos ser dada uma visão geral da nossa vida
passada. E vamos ver as coisas que eram boas e as coisas que eram
más. E por favor, tem em mente, não há outras categorias. Nada é
neutro. Tudo é, ou positivo, ou negativo.
Depois Paulo continua e diz:

“Uma vez que conhecemos o temor ao Senhor, procuramos persuadir os


homens. O que somos está manifesto diante de Deus, e esperamos que
esteja manifesto também diante da consciência de vocês.” (2 Coríntios
5:11 ) (NVI)

Paulo teve uma visão do temor do Senhor. Ele teve uma vi-
são de como seria ficar um único indivíduo, diante de Jesus como
Juiz, com os olhos como uma chama de fogo, uma voz semelhante
a muitas águas, os pés como bronze queimando num forno, uma
espada afiada, de dois gumes, saindo da sua boca, e dando conta
das nossas vidas. Se isso não inspira temor, eu não sei o que o fará.
Paulo diz: “Uma vez que conhecemos o temor ao Senhor, procuramos
persuadir os homens”. Eu não acredito que possamos realmente
convencer as pessoas a menos que tenhamos uma visão do te-
mor do Senhor, porque vem de um fundo totalmente diferente.
Lembra-te que somos seres eternos, temos um destino eterno.

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O nosso tempo aqui na terra é muito, muito curto. E acredita em
mim, quanto mais envelheces mais rápido se vai (o tempo).

Para que possamos realmente convencer as pessoas teremos de


ter uma visão do temor do Senhor.

Então, como seria quando estivesses diante do tribunal de Cris-


to? Eu não sei, eu não tenho uma revelação, mas acho que uma
das coisas que Ele vai perguntar, é: “O que fizeste durante a tua
vida para tornar o Evangelho do Reino conhecido por todas as
nações? Diz-me com o que contribuíste. Deste o dízimo, deste di-
nheiro, deste a tua vida, ou, simplesmente, te sentaste na igreja e
cantaste hinos e usaste linguagem religiosa?”
Quero que reflitas sobre o que aprendemos com a parábola dos
talentos (Mateus 25), na carta anterior.
— Deus não te pede mais do que és capaz de produzir, mas
pede-te o que és capaz.
— A preguiça é maldade.
— Aqueles que usarem o que têm, vão receber mais, e os que
não usarem o que têm, vão perder mesmo o(pouco) que têm.

“E lancem fora o servo inútil, nas trevas, onde haverá choro e ranger de
dentes” (Mateus 25:30)

Como vimos antes, a frase choro e ranger de dentes, é usada


várias vezes por Jesus, sempre em ligação com alguém que estava
mesmo ali, que teve todas as oportunidades mas as perdeu. Isso
não acontece com um pecador que nunca foi confrontado com o
evangelho. Só acontece com pessoas que conheceram toda a ver-
dade, a qual lhes foi oferecida, mas a rejeitaram.
Agora eu sei que isso é controverso, mas eu não acredito que
Jesus alguma vez usa servos que não estão salvos. Portanto, é pos-

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sível ser salvo e ser lançado nas trevas exteriores. Podes não con-
cordar com essa lógica. Tens direito à tua opinião. Mas para mim
é um facto muito significativo.
Eu acho que o maior perigo é para as pessoas com um só talen-
to. És uma pessoa dessas?
Se assim for, o que vais fazer acerca disso? Leste algumas su-
gestões na carta anterior, não te sentes lá sem fazer nada com o teu
único talento.
Caro leitor, isso pode custar-te a alma. Podes ser lançado nas
trevas exteriores simplesmente por essa razão.
Este capítulo 25 de Mateus é interessante porque contém exem-
plos de três tipos de pessoas que foram totalmente rejeitadas pelo
Senhor. O primeiro foi, as cinco virgens loucas que não adquiri-
ram azeite suficiente. O segundo é o servo que só tinha um ta-
lento. O terceiro grupo, são as nações cabra que não ajudaram os
judeus quando eles precisaram. E eu perguntei a mim mesmo, há
alguns anos, o que têm esses grupos de pessoas em comum que
os fez serem rejeitados? O que fizeram eles? E eu respondi numa
palavra, “nada”. É tudo o que tem que fazer para ser rejeitado, é
não fazer nada.

Tudo o que tem que fazer para ser rejeitado, é não fazer nada.

Esta carta está chegando ao fim, mas eu quero apelar-te, se tens


estado sentado, sem fazer nada para o reino de Deus, talvez fazen-
do muito para ti mesmo, és uma pessoa de um só talento, e se a Pa-
lavra de Deus é a verdade, e se Jesus neste momento, fosse fazer um
balanço da tua vida, Ele iria chamar-te um mau e preguiçoso servo.
Agora eu usei linguagem forte e vai ser preciso humildade
para que possas reconhecer a verdade, mas lembra-te, antes da
honra, está a humildade. Então, se a minha descrição de uma pes-

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soa de um só talento se aplica na tua vida e tudo o que tens feito é
enterrá-lo na terra, estou-te desafiando a fazer a tua mente mudar
enquanto tens oportunidade.
Querido leitor, deixa-me dizer-te uma coisa: eu amo-te. Estou
preocupado contigo. Eu não estou a tentar condenar-te ou a fazer
com que te sintas culpado. Quero salvar-te do desastre. Agora,
então, eu acho que seria bom se realmente queres mudar, dizeres:
“Senhor, aqui estou. Eu tenho o meu talento, mas estou disposto
a investir.”
Sabes, a coisa mais difícil de encontrar hoje é, pessoas que quei-
ram servir. A Ruth e eu somos dependentes daqueles que nos ser-
vem. Nós não podemos fazer a nossa tarefa, sem alguém para nos
servir. E agradeço a Deus para as pessoas que nos têm servido.
Temos uma jovem que tem sido uma bênção para nós, que é o
que eu chamaria de uma serva.
O seu pai é um empreiteiro, disse ela: “Eu estou acostumada
a atender o meu pai. Quando ele precisa de uma ferramenta, eu
trago-a para ele. Eu, simplesmente, fico aqui e espero até que ele
me diga para fazer alguma coisa.”
Sabes que é praticamente impossível encontrar pessoas assim,
hoje. Todo mundo quer ser alguma coisa. Estás disposto a servir?
Então, se estás disposto a ser um servo... Isto poderá implicar
que talvez ninguém vá saber o teu nome.
E, oh, como eu gostaria que pudesses compreender as pessoas
numa posição como a nossa, nós não podemos fazer aquilo para
que Deus nos chamou, usar as capacidades que temos, usar os
dons, a visão para o fazer, não podemos fazer nada disto a não ser
que outras pessoas nos sirvam.
Portanto, agora se estiveres disposto a ser humilde, a servir, a
fazer o que te é indicado, a esperar esta indicação, e gostares de te
dar a Deus e a Jesus e a algum ministério ou pessoa para esse fim,
então gostaria de convidar-te a assumir um compromisso.

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Agora, eu quero orar por ti que assumiste um compromisso,
e quero que ores a tua própria oração na tua própria língua, da
única forma que te possas aproximar de Deus, naturalmente. “Se-
nhor Jesus, Tu és o Senhor da colheita. Vês cada um que se tenha
decidido, que se tenha humilhado, que tenha reconhecido, que não
esteja realmente a trabalhar na colheita. Os dias estão passando, a
escuridão está chegando e eles não estão fazendo nada com qual-
quer significado real, no reino de Deus. Senhor, peço-Te que tenhas
misericórdia deles. Peço-Te para que os visites com o Teu Espírito
Santo. Eu oro, para aquelas cujas circunstâncias ou condições físicas
estejam a dificultar as coisas, que intervenhas, que cures, que liber-
tes, que vás fazer milagres por essas pessoas que estão diante de Ti,
neste momento. No nome poderoso de Jesus.
“Se existem os que têm feridas espirituais, Senhor Jesus, des-
peja o azeite e o vinho, o Teu Espírito Santo e o Teu sangue. Se há
aqueles que sentem que não tem valor, Senhor, que eles saibam o
quanto Tu os valorizas. Valorizaste-os o suficiente para morreres
por cada um deles. Deste a Tua vida. Pagaste o preço mais alto.
Eles são mais valiosos do que jamais poderiam compreender. Se-
nhor, concede uma revelação do Teu amor, de quanto os valorizas,
o quanto dependes deles”. Ámen.
Eu penso sempre na Virgem Maria. Todo o plano de salvação
dependia de uma humilde, Nazarena solteira. Se ela não tivesse
dito sim, não teria havido nenhuma salvação para o mundo. Deus
conta com pessoas. Ele depende de pessoas. Ele pode depender
de ti? Essa é a questão. Ouve, cada um pode ser valioso em algum
lugar, em alguma situação. Não há ninguém que seja inútil. Não
te subestimes. És tão importante que Jesus teria morrido por ti
se nunca tivesse havido qualquer outra pessoa. Não subestimes
o Seu amor, a Sua apreciação. Ele quer-te. Ele fez-te ler esta carta
para te confrontar com esta oportunidade.

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Vou deixar agora por tua conta, tirares tempo para fazeres a tua
própria oração, com as tuas próprias palavras. Podes orar em voz
alta ou em silêncio, mas eu sugiro que não deixes de estar de joe-
lhos até que saibas que Jesus tem a tua vida. Servi-O por mais de
cinquenta e dois anos. Deixa que repita o que eu já disse antes, Ele
é fiel. Eu desisti de uma carreira que poderia ter sido muito distin-
ta, uma carreira Universitária na Grã-Bretanha. Eu poderia ter-me
tornado um professor, etc., etc. Mas eu teria de me aposentar com
a idade de sessenta e cinco anos. Mas aqui estou eu, com setenta
e oito, viajando pelo mundo e passando um tempo maravilhoso.
Estou contente por não ter escolhido a parte fácil. Eu tornei-me
pai adotivo de seis meninas judias, e quando Jesus olha para mim
Ele lembra-se do que eu fiz a alguns de Seus irmãos e irmãs mais
necessitados. Ele é fiel. Nunca ficas a perder quando deres a Deus.
Dá-lhe toda a tua vida. É o melhor investimento que podes fazer.
Não há inflação no reino de Deus.

Esta carta é baseada na gravação nº 4380:


INTO THE HARVEST

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No fundo a grande questão é:
entrar ou não, no Reino de Deus:
O que é a Boa Nova do Reino de Deus?
Como entrar no Reino de Deus?
As seguintes cartas e livrinho
darão clareza acerca disso.

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E...
outra carta ligada
ao mesmo tema:

O JULGAMENTO COMEÇA
NA CASA DE DEUS
(Carta nº 10)

O objetivo principal do Derek Prince Portugal resume-se em:

Mateus 28:19-20 Mateus 24:14 Efésios 4:12-13

e...

Achamos que o ensino do Derek Prince é uma ferramenta preciosa para

usar neste sentido daí que procuramos continuar disponibilizar cada vez

mais do ensino dele (livros cartas, audio’s e dvd’s) na língua portuguesa para

ajudar os discípulos de Jesus o Cristo na sua caminhada da fé.

Derek Prince Portugal

Caminho Novo Lote X,

9700-360 Feteira AGH


Tel: 295 663738 / 927992157
Blog: www.derekprinceportugal.blogspot.pt
E-mail: derekprinceportugal@gmail.com

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