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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA

____________ DE____________ - (Conforme art. 319, I, NCPC e organização


judiciária da UF)

NOME COMPLETO DA PARTE AUTORA, nacionalidade,


estado civil (ou a existência de união estável), profissão,portadora da cédula de
Identidade nº _______________, inscrita no CPF/MF sob o nº _______________,
endereço eletrônico, residente e domiciliada na _______________, por seus
advogados in fine assinados conforme procuração anexada, com endereço
profissional (completo), para fins do art. 106, I, do Novo Código de Processo
Civil,vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com arrimo nos artigos
5º, II e 37 da Carta Magna de 1988, Lei nº 12.016/2009 e artigo 319 e seguintes do
NCPC, e demais dispositivos legais inerentes à espécie, impetrar:

MANDADO DE SEGURANÇA COM URGENTE PEDIDO LIMINAR

contra ato ilegal da __________, INSTITUÍDO PELA PORTARIA CONJUNTA


____________, SRA. ____________, autoridade pública com endereço na
____________, endereço eletrônico, e como litisconsorte passivo necessário, nos
termos do art. 6° da Lei n° 12.016/2009, o ____________ – ____________, Autarquia
Estadual, criada pela Lei Estadual n° ____________, com sede na Rua ____________,
conforme motivos fáticos e jurídicos a seguir aduzidos:

I - PRELIMINARMENTE – DOS BENEFÍCIOS DA GRATUIDADE DA


JUSTIÇA

A assistência judiciária gratuita e integral ao hipossuficiente constitui


apanágio do Estado Democrático de Direito, porquanto tenha sido elencada como
garantia constitucional, conforme disciplina o art. 5º, inciso LXXIV da Constituição
Federal, segundo o qual “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos”.

 Com efeito, requer que lhe seja concedida a Gratuidade da Justiça


(Doc. __), uma vez que o impetrante está desempregado no presente momento,
conforme se observa na sua carteira de trabalho em anexo (Doc. __), razão pela qual
não tem condições financeiras e econômicas de arcar com o pagamento das custas
processuais e dos honorários advocatícios da presente demanda, sem prejuízo do
sustento próprio, amparado que faz, nos termos da Lei Federal de nº 1.060/50, e nos
dispositivos constitucionais que regem a matéria.

I.I - DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA E DA


LEGITIMIDADE DA PRESIDENTE DA COMISÃO DO CONCURSO PÚBLICO
COMO AUTORIDADE COATORA.

 A Constituição Federal estabelece, como direito fundamental do


cidadão, em seu art. 5º, LXIX, que “conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”.

A legislação infraconstitucional reproduz o preceito no art. 1º da Lei


12.016/2009: “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou
com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
forem as funções que exerça”.

Além do direito subjetivo – líquido e certo – como requisito


imprescindível para o cabimento, o mandado segurança é utilizado para combater ação
ou omissão, que caracterize ilegalidade ou abuso de poder, praticada por autoridade
pública ou agente no exercício de atribuição do Poder Público, como corolário do
princípio constitucional.

Alude-se a “ilegalidade” para indicar que a decisão atacada infringe a


disciplina legal, uma vez que a exclusão de candidato por suposta inaptidão em exame
psicotécnico, sem previsão no edital nem tampouco em Lei, aliada a ausência de
motivação do ato, subtrai do Impetrante um direito líquido e certo cujos pressupostos e
extensão constam de Lei.

Mas também cabe a impetração para proteger direito líquido e certo


nos casos de abuso de poder, que se verifica diante das hipóteses de disciplina
legislativa discricionária. A garantia constitucional impede que a denegação de uma
pretensão individual se faça mediante a mera invocação da titularidade de uma
competência discricionária. Assim, a previsão legislativa de que a autoridade pública
poderá deferir um pedido não legitima todo e qualquer indeferimento. Se a denegação
do direito do particular evidenciar abuso de poder, o mandado de segurança será
cabível.

A cláusula abuso de poder deve ser interpretada amplamente, sem


conotação necessária com alguma teoria de direito administrativo. O abuso de poder,
para fins de mandado de segurança, consiste no exercício despropositado ou
prepotente ou imotivado ou excessivo de uma competência discricionária”.
(JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 4. Ed. São Paulo: Saraiva,
2009, p. 1014/1015). (destaques nossos).

 
Nesse contexto, a exigência não contida no edital de exame
psicotécnico, aliada à desclassificação de candidato sem qualquer justificativa, ofende
de uma só vez, os princípios da legalidade e motivação dos atos administrativos, de
modo que diante da existência de manifesta ilegalidade ou da não observância do
princípio da motivação é autorizada a intervenção judicial para sanar os vícios, com
fundamento no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal.

Por fim, cumpre ressaltar que, em que pese a comunicação da


exclusão do Impetrante do certame tenha partido da Gerencia de Gestão de Pessoas, tal
ato, teve que necessariamente, ser chancelado pela Comissão Organizadora do
Concurso Público, uma vez que, conforme previsão do item 13.30 do edital, “Os
casos omissos serão resolvidos pela FGV em conjunto com a comissão do Concurso”,
razão pela qual a Presidente, da Comissão é a autoridade legitimada para responder pela
EXCLUSÃO DE CANDITADO DO CERTAME, conforme se observa na
jurisprudência abaixo:

ADMINISTRATIVO.MANDADO DE SEGURANÇA.
CONCURSO PÚBLICO. AUTORIDADE COATORA.
PRESIDENTE DA COMISSÃO ORGANIZADORA DO
CONCURSO. LEGITIMIDADE PASSIVA. I - Na
inteligência jurisprudencial do egrégio Superior Tribunal de
Justiça, "a autoridade coatora é quem executa o ato que se busca
afastar, e não o responsável pela norma na qual se ampara"
(Mandado de Segurança nº. 6736/DF, Relator Ministro
Franciulli Neto, Primeira Seção, DJ 25/02/2002, p. 192). Em
sendo assim, na espécie dos autos, afigura-se legitimado
como autoridade impetrada, o presidente da comissão
organizadora do concurso, que, nos termos do edital de
regência, é a autoridade administrativa responsável pela
prática do ato impugnado, assim como para retificação do
respectivo ato, na espécie. II - Apelação parcialmente provida.
Sentença anulada.
(TRF-1 - AMS: 200840000026777 PI 2008.40.00.002677-7,
Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA
PRUDENTE, Data de Julgamento: 04/09/2013, QUINTA
TURMA, Data de Publicação: e-DJF1 p.89 de 17/09/2013)

I.II - DA TEMPESTIVIDADE

 
O presente Mandamus é tempestivo, haja vista que o ato impugnado
foi comunicado ao impetrante no dia 08 de junho de 2015, através de e-mail, e após
questionamento por parte do Impetrante, foi lhe dada resposta formal, através do de
oficio CT/COMPESA GPP Nº 175/2015 datado de 09 de junho de 2015, (Doc. 04) ou
seja, dentro do prazo legal de 120 dias que alude a Lei, (art. 23 da lei 12.016/09).

II - DOS FATOS

O impetrante prestou Concurso Público com vistas ao provimento de


vaga de ____________, nos termos do Edital(Doc. __) constante no anexo único da
Portaria Conjunta ____________, de ____________, tendo sido aprovado em
_______º lugar, na microrregião do ____________, para o cargo de ____________,
cujo certame fora realizado em única etapa, qual seja de prova objetiva, tendo sido
devidamente homologado, conforme relação anexa (Doc. __).

Em função e seu excelente posição no certame e aliado à necessidade


da ____________, esta enviou telegrama (Doc. 07) convocando o impetrante para
realização de EXAMESADMISSIONAIS e apresentação dos documentos exigidos
no edital.

O impetrante compareceu no horário e local determinado no telegrama


portando a documentação exigida, ocasião em que foi comunicado que receberia
posteriormente, comunicado através de e-mail, informando a data do exame
psicotécnico.

O impetrante recebeu comunicado através de e-mail(Doc. 08)


convocando para realização de testes psicotécnicos, a serem realizados no SESI da
Mustardinha, no dia 29/05/2015.
 

No dia e hora designados, compareceu o Impetrante para realização do


teste psicotécnico e acabou por surpreender-se, na medida em que os testes foram
apenas questionários a serrem respondidos pelos candidatos, os quais ficaram
grande parte do tempo sozinhos na sala eis que as psicólogas se ausentaram da sala após
a entrega dos testes, retornando apenas para recolher os testes respondidos e aplicar
outros.

Cumpre ainda ressaltar que fatoestranho ocorreu na realização dos


exames, eis que alguns candidatos chegaram atrasados, adentrando na sala após o
inicio dos testes, fato este que é vedado pelas melhores práticas da psicologia, na
medida em que a entrada de novos candidatos após inicios dos testes pode gerar
desatenção dos candidatos presentes e alterações nos testes.

O Impetrante estava muito tranquilo com relação aos testes, na medida


em que testes semelhantes foram aplicados pelo Detran/PE por ocasião do processo para
emissão da Carteira Nacional de Habilitação.

Ocorre que, no ultimo dia 08 de junho de 2015, o Autor fora


surpreendido com e-mail(Doc. 09) enviado pelo servidor Albino Domingos da S. Neto,
respondendo supostamente pela Gerencia de Gestão de Pessoas, no qual foi comunicado
ao Impetrante a seguinte informação:

Prezado,
O resultado do seu Exame Psicotécnico realizado no dia
29/05/2015 foi considerado “INAPTO”, ou seja, não foi
aprovado no referido exame.
Portanto conforme Edital do Concurso – Portaria Conjunta
SAD/Compesa 071 de 03 de julho de 2014, item 3.3, letra “j”
fica excluído do concurso.
A disposição.
 

Inconformado com a comunicação, o Impetrante, requereu por escrito,


através de petição de próprio punho (Doc. 10), maiores esclarecimentos acerca da sua
desclassificação do certame, tendo o requerimento sido respondido pela Gerente de
Gestão de Pessoas, a Sra. Walclécia Aparecida dos Santos Lustosa, a qual limitou-se a
responder através de oficio CT/COMPESA GPP Nº 175/2015 (Doc. 04) nos seguintes
termos, conforme se pode observar na transcrição bem como em cópia do oficio em
anexo, vejamos:

Prezado Candidato,
Em resposta à seu requerimento, informamos que o resultado da
Avaliação Psicológica, para a especialidade de Agente de
Saneamento, realizada em 29 de maio de 2015, foi “INAPTO”.
A Avaliação Psicológica é parte integrante dos exames
admissionais definidos para a especialidade Agente de
Saneamento, no Programa de Controle de Saúde Ocupacional –
PCMSO da Compesa, documento requerido na NR 07 da
Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego.
Sem mais para o momento, reiteramos nossos votos de apreço e
consideração.
Atenciosamente,
WALCLÉCIA APARECIDA DOS SANTOS LUSTOSA.
Gerente de Gestão de Pessoa.

Perceba V. Exa., que em momento algum foi esclarecido o motivo


pelo qual o candidato fora sumariamente eliminado do certame, ferindo o
principio da MOTIVAÇÃO dos atos administrativos.

A Comissão Coordenadora do Concurso ao afastar sumariamente o


Impetrante do certame, pautou a sua decisão na alínea “j” do item 3.3 do Edital do
Concurso Publico, vejamos:
 

“3.2 As vagas e o salário dos profissionais classificados


que vierem a ser contratados respeitarão as informações
contidas nos quadros acima.
3.3 O candidato deverá atender, cumulativamente, para
ingresso no Emprego, aos seguintes requisitos:
[...]
j) ser considerado apto no exame admissional a ser
realizado pela COMPESA;
[...] (Grifos nossos)

Faz-se mister informar a Vossa Excelência que em momento algum


foi oportunizada a ampla defesa para o Impetrante, para que o mesmo pudesse
exercer o contraditório e se defender.

Na verdade, perceba V. Exa., que o Edital do Concurso, Portaria


Conjunta SAD/COMPESA nº 032, de 24 de março de 2014, SEQUER, prevê exame
psicotécnicos como fase eliminatória do certame, apenas exigindo que o candidato seja
considerado apto no exame admissional da Compesa, razão pela qual houve ofensa ao
PRINCIPIO DA LEGALIDADE, na medida em que não havia previsão expressa
de exame psicotécnico no Edital.

Ora, considerando que o Edital equivale a LEI que rege todo o


certame tendo inclusive força vinculante, não é dado ao Administrador Público
agir sem respaldo legal.

Cumpre ainda ressaltar que além do edital não prevê exames


psicotécnicos, a completa falta de fundamentação, ou seja, de motivação leva a
nulidade completa do ato administrativo, na medida em que o Impetrante foi
considerado “inapto” sem qualquer respaldo e justificativa, em que pese ter feito o
Impetrante pedido de esclarecimento à Gerencia de Gestão de Pessoas, esta limitou-se
em informar que o Impetrante fora considerando “inapto”, não justificando nem
tampouco motivando as razões que levaram a inaptidão.

Cumpre ainda ressaltar que o Impetrante, antes de ser aprovado em


10º lugar no concurso público, trabalhava na iniciativa privada, como programador para
a empresa SAC Tecnologia Ltda, como programador, recebendo um salário mínimo
mensal. Infelizmente, a empresa ao tomar conhecimento de sua aprovação no concurso,
achou por bem desliga-lo em 21 de maio de 2015 pois tinha outra pessoa disponível
para ocupar a vaga deste, conforme se observa na sua CTPS em anexo (Doc. 11).

Inconformado, procurou psicóloga de notória reputação na sua cidade,


a qual o entrevistou e realizou testes semelhantes ao que foram realizados pelo
Impetrante, tendo a profissional concluído pela perfeita aptidão do Impetrante para
assumir tal cargo, como qualquer outro, conforme Laudo em anexo (Doc. 12).

Indignado com o excesso e com a ilegalidade incrustada no malsinado


ato administrativo, restringindo situação jurídica do impetrante com exacerbada
intensidade, alternativa não lhe restou senão lançar mão do presente mandamus,
objetivando afastar ilegítima agressão a seu líquido e certo direito, ou seja, de continuar
como candidato aprovado em 10º lugar no cargo de Agente de Saneamento na
microrregião do Vale do Agreste, pugnando inclusive, para que haja a reserva de
vaga, evitando-se a preterição deste, haja vista que a COMPESA iniciou o chamamento
dos demais candidatos para realização de exames médicos, bem como, já comunicou
por telefone que iria iniciar o treinamento dos demais candidatos no dia 1º de julho de
2015.

É o bastante.

III – DO DIREITO.

 
III.I - DA NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO POR OFENSA AO
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – ART. 37, CAPUT DA CF/1988.

O Princípio da legalidade aparece simultaneamente como um limite e


como uma garantia, pois ao mesmo tempo em que é um limite a atuação do Poder
Público, visto que este só poderá atuar com base na lei, também é uma garantia aos
administrados, visto que só deveremos cumprir as exigências do Estado se estiverem
previstas na lei. Se as exigências não estiverem de acordo com a lei serão inválidas e,
portanto, estarão sujeitas a um controle do Poder Judiciário.
 
Segundo o princípio da legalidade, o administrador não pode fazer o
que bem entender na busca do interesse público, ou seja, tem que agir segundo a lei, só
podendo fazer aquilo que a lei expressamente autoriza e no silêncio da lei esta proibido
de agir. Já o administrado pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe e o que silencia a
respeito. Portanto, tem uma maior liberdade do que o administrador.
 
Hely Lopes Meirelles1[3] define: “A legalidade, como principio de
administração (CF, art. 37, caput), significa que o administrador público está, em toda
a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem
comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e
expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso”.
 
Justamente por se submeter à estrita legalidade, não pode o
Administrador exigir exame psicotécnico não previsto no Edital do Concurso Público,
sob pena de ofensa ao art. 37, caput, 37, II da CF/88, bem como à Lei nº 9.784/99 além
da sumula 686 do STF.
 
Excelência, não há QUALQUER PREVISÃO DE EXAMES
PSICOTÉCNICOS NO EDITAL DO CONCURSO PÚBLICO, nem tampouco a
obrigatoriedade de submissão nesse tipo de exame por parte de LEI, de modo que o
Edital exige apenas e tão somente aptidão em exames admissionais.
 

Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal editou duas Súmulas sobre


a matéria, sedimentando por completo o entendimento da mais alta Corte de Justiça do

1
nosso país, vejamos:

SÚMULA 686 – STF - Só por lei se pode sujeitar a exame


psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.

Súmula 684 – STF - É inconstitucional o veto não motivado à


participação de candidato a concurso público.

 
Nesse sentido é o entendimento dos nossos Tribunais:

PROCESSO CIVIL. CIVIL. ADMINISTRATIVO.


CONCURSO PÚBLICO MUNICIPAL. ILEGALIDADE.
EXAME PSICOTÉCNICO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO
LEGAL. MERA INSERÇÃO EM EDITAL NÃO TEM O
CONDÃO DE TORNAR LEGAL A EXIGÊNCIA DO
EXAME. I. A avaliação psicológica não pode ser admitida
quando apenas prevista no edital do certame, não encontrando
respaldo em lei em sentido formal. II. "A Suprema Corte já
fixou sua jurisprudência no sentido de que somente com
autorização de lei em sentido estrito pode-se se sujeitar a
exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo
público. Aplicação da Súmula 686 do Supremo Tribunal
Federal". (STF, 1ªT, AI-AgR 666554 / DF - DISTRITO
FEDERAL AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.
Relator Min. Ricardo Lewandowski. Julgamento:
27/11/2007.Publicação em 19-12-2007). III. Recurso não
provido.

(TJ-MA - AC: 271712008 MA , Relator: ANTONIO


GUERREIRO JÚNIOR, Data de Julgamento: 24/04/2009, SAO
LUIS)
 

AGRAVO DE INSTRUMENTO - CONSTITUCIONAL E


ADMINISTRATIVO - DECISÃO SINGULAR QUE
ANTECIPOU OS EFEITOS DA TUTELA, DETERMINANDO
QUE A CANDIDATA PARTICIPASSE DO CURSO DE
FORMAÇÃO DE AGENTE DA POLÍCIA CIVIL -
POSSIBILIDADE DE INTERFERÊNCIA DO
JUDICIÁRIO NO MÉRITO ADMINISTRATIVO - ART.
5º, XXXV DA CF - EXAME PSICOTESTE - AUSÊNCIA
DE ESPECIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
- EDITAL DE CONVOCAÇÃO QUE NÃO
ESTABELECEU, DE FORMA OBJETIVA, CLARA E
PRECISA, OS PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO QUE
IRIAM NORTEAR A REALIZAÇÃO DO EXAME -
LIMITAÇÃO AO DIREITO DE IMPUGNAÇÃO DO
EXAME PSICOLÓGICO - PRINCÍPIO DA AMPLA
DEFESA VIOLADO - CONHECIMENTO E PROVIMENTO
PARCIAL DO RECURSO, TÃO-SOMENTE PARA QUE A
CANDIDATA SEJA SUBMETIDA A NOVO PSICOTESTE.
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. CONCURSO PÚBLICO. DECISÃO QUE
INDEFERIU A TUTELA ANTECIPADA. EXAME
PSICOTÉCNICO PARA INGRESSO NA CARREIRA DE
SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO.
AUSÊNCIA DE DIVULGAÇÃO DOS MOTIVOS
ENSEJADORES DA INAPTIDÃO. EDITAL OMISSO
QUANTO AOS CRITÉRIOS A SEREM ADOTADOS NA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA. ILEGALIDADE.
IMPOSSIBILIDADE DO PLENO EXERCÍCIO DA
AMPLA DEFESA. CONHECIMENTO E PROVIMENTO DO
AGRAVO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONCURSO PÚBLICO.
DECISÃO QUE INDEFERIU A TUTELA ANTECIPADA.
EXAME PSICOTÉCNICO PARA INGRESSO NA
CARREIRA DE SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR DO
ESTADO. AUSÊNCIA DE DIVULGAÇÃO DOS MOTIVOS
ENSEJADORES DA INAPTIDÃO. EDITAL OMISSO
QUANTO AOS CRITÉRIOS A SEREM ADOTADOS NA
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA. ILEGALIDADE.
IMPOSSIBILIDADE DO PLENO EXERCÍCIO DA AMPLA
DEFESA. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS.
REFORMA DO DECISUM. CONHECIMENTO E
PROVIMENTO DO RECURSO (TJRN - AI nº - 3ª Câmara
Cível - Relatora: Juíza Maria Neíze de A. Fernandes
(Convocada) Julgamento: 19/11/2009).

(TJ-RN - AI: 35729 RN 2010.003572-9, Relator: Des. Aderson


Silvino, Data de Julgamento: 14/10/2010, 2ª Câmara Cível)
 
1. COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. PROCEDIMENTO DE ADMISSÃO DE
CANDIDATOS APROVADOS. FASE PRÉ-CONTRATUAL.
Tratando-se de debate acerca de regularidade dos procedimentos
de contratação de candidatos aprovados em concurso público,
cujos contratos de trabalho serão regidos pela CLT, e ainda que
se trate de matéria afeta à fase pré-contratual, à luz do inc. IX do
art. 114 da CRFB, compete à Justiça do Trabalho processar e
julgar a presente ação. 2. MINISTÉRIO PÚBLICO.
LEGITIMIDADE ATIVA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
Inafastável é o reconhecimento da legitimidade do Ministério
Público do Trabalho para a proposição de ação civil pública,
quando se cogita da proteção de interesses difusos tutelados
juridicamente, que, uma vez desrespeitados, podem ensejar a
violação aos direitos do ser coletivo. 3. CONCURSO
PÚBLICO. EXAMES PSICOTÉCNICOS E
PSICOLÓGICOS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO EM LEI
EM SENTIDO ESTRITO.INEXISTÊNCIA DE
CRITÉRIOS AVALIATIVOS OBJETIVOS E SEM
POSSIBILIDADE DE INSURGÊNCIA QUANTO AO
RESULTADO POR PARTE DO CANDIDATO.
ILICITUDE. É ilícita a exigência de submissão de candidato
a exame psicotécnico e/ou psicológico, sem que tenha
previsão em lei e cujos critérios avaliativos são eivados de
subjetividade e não permite ao aspirante ao emprego
conhecer os resultados alcançados. A conduta da
empregadora, assim, atenta contra a Constituição Federal.
Precedentes. 4. DANO MORAL COLETIVO. INDENIZAÇÃO.
QUANTUM. MAJORAÇÃO. REVERSÃO DO MONTANTE
A OUTRO FUNDO A SER INDICADO PELO MINISTÉRIO
PÚBLICO DO TRABALHO. POSSIBILIDADE. Justifica-se a
reparação genérica não só pela transgressão ao ordenamento
pátrio vigente, com o que não pode compactuar a sociedade,
mas também pela feição pedagógica da sanção imposta, que, ao
menos indiretamente, restabelece a legalidade pela certeza de
punição do ato ilícito. Acerca do valor da indenização, é fato
que o sistema aberto possibilita o arbitramento da indenização
de maneira mais justa e proporcional à lesão sofrida pelo
ofendido, não se olvidando, ainda, que uma indenização
escorchante representaria uma desproporcional punição ao
ofensor. Dessarte e tendo por base a diretriz consagrada pelo art.
944 do Código Civil, a repercussão social das irregularidades
noticiadas nestes autos, a culpabilidade e capacidade econômica
da ofensora e, sobretudo, em observância aos princípios da
proporcionalidade e razoabilidade, o valor da indenização fixada
na r. sentença deve ser majorado. Por outro lado, é salutar que
essa quantia seja revertida a outro fundo que o autor venha a
indicar, ressaltando-se que o fundo deverá ter a gestão do
Ministério Público do Trabalho local, havendo efetiva
participação de organizações que lidam diuturnamente com os
direitos debatidos neste processo. 5. Recursos ordinários
conhecidos e desprovido o apelo da reclamada e parcialmente
provido o do autor.
(TRT-10 02044-2011-014-10-00-3 RO, Relator:
Desembargador Brasilino Santos Ramos , Data de Julgamento:
12/06/2013, 2ª Turma)
 
Em que pese a afirmação da Gerente de Gestão de Pessoas, que o
suposto exame psicotécnico está supostamente previsto no PCMSO da Compesa, não há
Lei que exija avaliação psicológica, nem tampouco houve previsão de critérios objetivos
em edital.
 
Ademais, ainda que houvesse Lei nesse sentido, deveria haver
previsão expressa no Edital acerca da forma de condução dos exames, deveria o Edital
ter previsto tal exame juntamente com critérios objetivos para avaliação, não deixando à
subjetividade do julgador tal avaliação.
Assim, resta NULO DE PLENO DIREITO, o ato administrativo
que culminou na eliminação do Impetrante no certame com base em suposta
inaptidão em exame psicotécnico.
 

III.II - DA AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO ACERCA DA SUPOSTA INAPTDÃO


DO CANDIDATO/IMPETRANTE.

Não bastasse o malferimento ao principio da LEGALIDADE bem


como às regras do edital, NA MEDIDA EM QUE NÃO HÁ PREVISÃO DE
EXAME PSICOTÉCNICO, temos ainda que a imediata eliminação do Impetrante do
concurso por suposta inaptidão no exame psicotécnico, revela-se ilegal por não ter
motivação válida, ou melhor, pela completa ausência de motivação.

Em face da ampliação do acesso ao Judiciário (CF/88, art. 5º,


XXXV), conjugado com o da moralidade administrativa (CF/88, art. 37, caput), a
motivação é, em regra, obrigatória. A motivação é, por conseguinte, uma exigência
constitucional e um pressuposto para a efetivação do direito à inafastabilidade da
jurisdição.

Nesse sentido, sedimentou o STF:

Súmula 684 – STF - É inconstitucional o veto não motivado à


participação de candidato a concurso público.

Por seu turno, já decidiu o Superior Tribunal de Justiça:

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA.


CONCURSO PÚBLICO. ACUIDADE VISUAL.
CANDIDATO CONSIDERADO INAPTO. AUSÊNCIA DE
MOTIVAÇÃO. NULIDADE. EDITAL QUE PREVIA A
CORREÇÃO COM O USO DE ÓCULOS OU LENTES.
OFENSA À RAZOABILIDADE.
1. Discute-se a legalidade da eliminação do candidato por ter
sido considerado inapto no exame de aptidão visual, no
Concurso Público para Ingresso ao Curso de Formação de
Oficiais da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina.
2. Liminar deferida na Medida Cautelar 18.229/SC para
assegurar a participação do ora recorrente nas demais fases do
certame.
3. Não houve motivação, no momento adequado, do ato
administrativo que reprovou o candidato no exame de saúde,
já que os fundamentos dessa eliminação foram enunciados
apenas nas informações prestadas pela autoridade coatora.
4. Refoge à razoabilidade a eliminação do candidato que não
obteve acesso aos fundamentos de sua reprovação,
impedindo-o de efetuar o controle da decisão administrativa,
máxime quando o próprio edital autoriza a correção visual pelo
simples uso de óculos ou lentes corretivas.
[...]
(STJ. RMS 35.265/SC, Rel. Ministro CASTRO MEIRA,
SEGUNDA TURMA, julgado em 27/11/2012, DJe 06/12/2012)
(Destaques e supressões não constantes no original)

Os Tribunais pátrios também possuem idêntico entendimento:

MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO


ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO.
PRELIMINAR. DECADÊNCIA DO PRAZO PARA
IMPUGNAÇAO DO EDITAL. REJEITADA. MÉRITO.
AVALIAÇAO PSICOLÓGICA. ILEGALIDADE. AUSÊNCIA
DE MOTIVAÇAO DO ATO ADMINISTRATIVO QUE
EXCLUIU OS IMPETRANTES. CRITÉRIOS
SUBJETIVOS E CARÁTER SIGILOSO DO EXAME
PSICOTÉCNICO. ILEGALIDADE. PRECEDENTES.
PERDA SUPERVENIENTE DO OBJETO EM RELAÇAO AS
AUTORAS CÍNTIA VIEIRA DA SILVA E MOEMA PINTO
FRANCO PEDREIRA . DESCLASSIFICAÇAO NO
CERTAME . EXTINÇAO DO PROCESSO, SEM
JULGAMENTO DO MÉRITO. INTELIGÊNCIA DO INCISO
VI DO ART. 267 DO CPC. 1 APELAÇAO IMPROVIDA.
SENTENÇA CONFIRMADA EM REMESSA NECESSÁRIA.
(TJ-BA - APL: 1861842008 BA 18618-4/2008, Relator:
RUBEM DARIO PEREGRINO CUNHA, Data de Julgamento:
09/06/2009, QUINTA CÂMARA CÍVEL)

"(...). 3. De acordo com a Lei n. 9.784/99, art. 50, "deverão


ser motivados todos os atos administrativos que: neguem,
limitem ou afetem direitos ou interesses; imponham ou
agravem deveres, encargos ou sanções; decidam processos
administrativo de concurso ou seleção pública; dispensem ou
declarem a inexigibilidade de processo licitatório; decidam
recursos administrativos; decorrem de reexame de ofício;
deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios
oficiais; importem anulação, revogação, suspensão ou
convalidação de outro ato". 4. A motivação dos atos
administrativos é um princípio constitucional implícito,
resultando do disposto no art. 93, X, da Constituição (pois não é
razoável a obrigatoriedade de motivação apenas das decisões
administrativas dos Tribunais), do princípio democrático,
uma vez que indispensável ao convencimento do cidadão e
ao consenso em torno da atividade administrativa (Celso
Antônio Bandeira de Mello), e da regra do devido processo
legal. É, por isso, uma exigência inderrogável, de modo que não
prevalece para o fim de dispensar motivação da revogação -
como no caso aconteceu - a nota de "caráter precário". (...)."
(grifado) (TRF 1ª Região - AMS processo 2001.38.00.025743-3
- 5ª Turma - unânime - 01/03/2007).

Di Pietro2[4] também menciona que:

2
"O princípio da motivação exige que a Administração
Pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas
decisões. Ele está consagrado pela doutrina e pela
jurisprudência, não havendo mais espaço para as velhas
doutrinas que discutiam se a sua obrigatoriedade alcançava só os
atos vinculados ou só os atos discricionários, ou se estava
presente em ambas categorias. A sua obrigatoriedade se
justifica em qualquer tipo de ato, porque trata de
formalidade necessária para permitir o controle de
legalidade dos atos administrativos.
(Destaques nossos).

Perceba V. Exa., em que pese o pedido de explicações feito de próprio


punho pelo Impetrante, a Gerente de Gestão de Pessoas, limitou-se a informar que ele
fora considerado “inapto”, sem tecer qualquer justificativa nem tampouco estabelecer os
critérios objetivos utilizados para a desclassificação.

Cumpre ainda ressaltar que diante da ausência de regramento


legislativo estadual, a Lei 9.784/1999, em seu art. 50, exige que os atos administrativos
sejam motivados, vejamos:

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com


indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
[...]
III - decidam processos administrativos de concurso ou
seleção pública;
[...]
V - decidam recursos administrativos;
[...].
§ 1o. A motivação deve ser explícita, clara e congruente,
podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões
ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.

 
A própria Constituição Federal, em seu art. 93, X, estabelece,
expressamente, que “as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em
sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus
membros”;

A motivação, como requisito de validade do ato administrativo, é


imprescindível para todo e qualquer ato (discricionário ou vinculado) emanado da
Administração Pública, seja exercendo função típica ou atípica.

ISSO PORQUE, É ATRAVÉS DA MOTIVAÇÃO, QUE O PODER


JUDICIÁRIO PODERÁ EXERCER O CONTROLE DE LEGALIDADE SOBRE O
ATO ADMINISTRATIVO.

Eventual entendimento em sentido contrário, por certo, violaria o


princípio da isonomia tão consagrado pela Constituição Federal de 1988. Neste
contexto, verifica-se que não há como, sob qualquer fundamento, considerar válida a
decisão que afastou o candidato do certame, chancelada pela Comissão Organizadora do
Concurso, visto que sequer foi motivada, razão pela qual é NULA de pleno direito.

Essa decisão imotivada, injurídica, não é somente inválida, por


contraste aos seus critérios de validade. Ela é pior. É um não-ato, um ato juridicamente
inexistente, por lhe faltar os elementos mínimos que possam configurar-lhe no plano da
existência jurídica.

Nesse contexto, impõe-se consignar que, nada obstante a


Administração Pública detenha discricionariedade para regulamentar as normas que
regem o concurso público, não é menos certo que o edital de regência de concurso
público e toda a atividade administrativa durante o desenvolvimento do certame devem
obediência aos princípios consagrados na Lei Maior, dentre os quais, o da publicidade
(art. 37, caput) e os da ampla defesa e do contraditório (art. 5º, inciso, LV) e o da
motivação (art. 93, X), e art. 50 e incisos da Lei 9.784/94.
 

Excelência, esses são os atos ilegais e abusivos, que no mundo do


Direito e dos fatos, ensejam a impetração do presente mandado de segurança, bem como
exigem a intervenção pronta e célere do Poder Judiciário para coarctar ilegalidades e
abusos da Autoridade Impetrada, não restando alternativa ao Impetrante que não fosse
buscar a heroica tutela deste r. Juízo, o que faz através do presente mandamus.

IV - DO PREQUESTIONAMENTO.

Para fins de prequestionamento, e eventual necessidade de


interposição de recursos para as cortes superiores, requer-se que Vossa Excelência
manifeste-se expressamente sobre as afrontas aos artigos 37 caput, legalidade, e 93,
inciso X, motivação do ato, todos da Constituição Federal, e ainda sobre o artigo 50
caput e inciso III, e seu parágrafo 1° da lei 9.784/1999, motivação dos atos
administrativos.

V - DO PEDIDO LIMINAR

Conforme magistério de Hely Lopes Meirelles, “para a concessão da


liminar devem concorrer os dois requisitos legais, ou seja, a relevância dos motivos em
que se assenta o pedido na inicial e a possibilidade de ocorrência de lesão irreparável
ao direito do impetrante se vier a ser reconhecido na decisão de mérito – ‘fumus boni
juris’ e ‘periculum in mora’ ”3[5].

Forte nas lições do ilustre mestre, não se faz forçoso concluir pela
imperiosidade da concessão da liminar requestada.

Por primeiro, tem-se que todo o conjunto fático relatado pelo

3
impetrante encontra arrimo em plexo documental de idoneidade inquestionável,
indicando, de per si, “um altíssimo grau de probabilidade de que a versão dos fatos, tal
qual narrada e comprovada pelo impetrante, não será desmentida pelas informações
da autoridade coatora”4[6].

Patenteada a alta plausividade de ganho do vertente write pelo


impetrante, supera-se o requisito do fumus boni juris.

No tocante ao periculum in mora, basta considerar, que o impetrante


foi afastado ilegalmente, através de ato administrativo NULO de pleno direito, bem
como que é notório que a Compesa ao convocar o Impetrante e demais candidatos para
submissão à exames admissionais, externou a necessidade de preparar os candidatos
para nomeação imediata, razão pela qual o prejuízo para o Impetrante será tamanho,
acaso tenha que aguardar por outras turmas, aliado ao fato de que este encontra-se
desempregado, conforme se observa em sua CTPS, de modo que o Seguro Desemprego
é atualmente, sua única fonte de renda, razão pela qual, conclui-se pela necessidade da
pronta prestação jurisdicional, ou seja, antes da concessão final da ordem, sob pena
frustrar-se o resultado útil do processo.

Amoldam-se aqui, como uma luva, as observações de Casio


Scarpinella Bueno, para quem “se o decurso de prazo necessário para o proferimento
da sentença no mandado de segurança for maior do que a perspectiva de consumação
da lesão ou da ameaça que deram ensejo à impetração, a hipótese é de periculum in
mora para os fins do art. 7º, II, da Lei n. 1.533/51”5[7].

É o bastante!

VI - DOS PEDIDOS.
4

5
 

Desta forma, em razão da flagrante ilegalidade da desclassificação do


Impetrante na correção da prova e na análise do recurso administrativo, pela sua
generalidade e pela ausência de fundamentação/motivação, bem como, pelos demais
fatos expostos e comprovados acima, requer-se:

a) A anulação do ato administrativo que excluiu o impetrante do


concurso publico por considera-lo inapto no teste psicotécnico, face à
ausência de Lei e de previsão no Edital, bem como pela completa
ausência de motivação do ato, através de critérios objetivos que
possam justificar a inaptidão do Impetrante;

b) Como consequência lógica, requer o imediato retorno do


Impetrante ao certame, para que este possa concluir os exames
admissionais, e após, que seja este chamado para frequentar o curso de
formação e na hipótese de ter-se iniciado o curso de formação, requer
que a COMISSÃO ORGANIZADORA, seja intimada para
providenciar treinamento adequado, ainda que individualmente,
evitando a preterição do Impetrante;

c) sucessivamente, na remotíssima e improvável hipótese de Vossa


Excelência não assegurar ao Impetrante o direito líquido e certo
requerido nas alíneas anteriores, e com fundamento no art

. 93, X, da Constituição Federal, c/c art. 50, III, da Lei 9.784/1999, o


Impetrante não vê alternativa que não a suspensão do certame, em
consequência, a anulação do exame psicotécnico, por ausência de
previsão legal;

d) Requer ainda a reserva de uma vaga no certame.

Destaca-se, por oportuno, que, em casos como os da espécie, em que


os candidatos têm uma mera expectativa de direito, não é necessária a formação de
litisconsórcio passivo necessário, nos termos do art. 47 do CPC, com os demais
candidatos, conforme precedentes do STJ (RMS 30246/SC, 6ª Turma, Rel. Min. Celso
Limongi, j. em 18.11.2010, v.u.; AgRg no REsp 1118918/SE, 5ª Turma, Rel. Min.
Marco Aurélio Belizze, j. em 04.04.2013, v.u.).

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL.


PROCESSUAL CIVIL EADMINISTRATIVO. CONCURSO
PÚBLICO. LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO
ENTRE OS CANDIDATOS APROVADOS.
DESNECESSIDADE. MERA EXPECTATIVA DEDIREITO À
NOMEAÇÃO. CONEXÃO E CONTINÊNCIA. REUNIÃO DE
PROCESSOS. FACULDADE DO MAGISTRADO.
PROLAÇÃO DE DECISÕES INDEPENDENTES, MAS
HARMÔNICAS ENTRE SI. AUSÊNCIA DE NULIDADE
PROCESSUAL. NÃO OCORRÊNCIADE PREJUÍZO.
1. É desnecessária a citação de todos os demais candidatos a
concurso público como litisconsortes passivos necessários,
porquanto não há entre eles comunhão de interesses. Ademais,
os eventuais aprovados no certame possuem mera expectativa de
direito à nomeação, não incidindo sobre eles os efeitos jurídicos
da decisão proferida. Precedentes.

VII - DOS REQUERIMENTOS

DIANTE DO EXPOSTO, demonstrada a ilegalidade do ato


administrativo guerreado, requer o impetrante a Vossa Excelência o seguinte:

a)                 Digne-se Vossa Excelência, conforme autoriza o artigo 7º, inciso


III, da Lei nº 12.016/2009, conceder medida liminar inaudita altera pars, ante a
presença de seus requisitos autorizadores, quais sejam, fumus boni júris e
periculum in mora, com o fim específico de suspender o ato administrativo
guerreado, que culminou na exclusão do Impetrante do Concurso Público,
(Doc. 04),determinando ainda às autoridades coatoras que reintegrem o
Impetrante ao Certame, providenciado que este faça os exames
admissionais, no prazo 48 horas, sob pena de multa a ser arbitrada por este
Juízo, condicionando esta liminar ao julgamento meritório deste mandamus;

b)                 Requer ainda a Reserva de Vaga para o Impetrante, na medida em


que, em que pese a previsão de apenas uma vaga no edital, a Administração
Pública (Compesa) chamou os 16 (dezesseis) primeiros colocados para exames
admissionais, demonstrando a necessidade de contratação;

c)                  Recebimento desta inicial e o seu processamento na forma da Lei


12.016/2009;

d)                Que seja deferida a gratuidade da justiça ao impetrante, nos termos


da Lei;

e)                 Após, a notificação das autoridades coatoras, na forma do artigo 7º,


I, da Lei n.º 12.016/2009, para, querendo, prestarem informações no prazo legal;

f)                   A intimação do Ilustre Representante do Ministério Público;

g)                 Ao final, seja concedida a segurança, nos termos dos pedidos para o
fim de anular a exigência de exame psicotécnico por completa ausência de
PREVISÃO LEGAL (Principio da Legalidade), eis que não há previsão do
exame no Edital nem tampouco em Lei, bem como pela ausência de
MOTIVAÇÃO, dado à falta de qualquer critério objetivo que culminou na
inaptidão do Impetrante;

Protesta provar o quanto alegado através da juntada da documentação


anexa, satisfazendo a exigência legal para viabilidade do presente mandamus, qual seja,
a pré-constituição das provas.

Dá à causa o valor de XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Nestes termos,

Pede deferimento.

De Caruaru/PE para o Recife, 22 de junho de 2015.

ADVOGADO
OAB

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