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Nesse contexto, a exigência não contida no edital de exame
psicotécnico, aliada à desclassificação de candidato sem qualquer justificativa, ofende
de uma só vez, os princípios da legalidade e motivação dos atos administrativos, de
modo que diante da existência de manifesta ilegalidade ou da não observância do
princípio da motivação é autorizada a intervenção judicial para sanar os vícios, com
fundamento no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal.
ADMINISTRATIVO.MANDADO DE SEGURANÇA.
CONCURSO PÚBLICO. AUTORIDADE COATORA.
PRESIDENTE DA COMISSÃO ORGANIZADORA DO
CONCURSO. LEGITIMIDADE PASSIVA. I - Na
inteligência jurisprudencial do egrégio Superior Tribunal de
Justiça, "a autoridade coatora é quem executa o ato que se busca
afastar, e não o responsável pela norma na qual se ampara"
(Mandado de Segurança nº. 6736/DF, Relator Ministro
Franciulli Neto, Primeira Seção, DJ 25/02/2002, p. 192). Em
sendo assim, na espécie dos autos, afigura-se legitimado
como autoridade impetrada, o presidente da comissão
organizadora do concurso, que, nos termos do edital de
regência, é a autoridade administrativa responsável pela
prática do ato impugnado, assim como para retificação do
respectivo ato, na espécie. II - Apelação parcialmente provida.
Sentença anulada.
(TRF-1 - AMS: 200840000026777 PI 2008.40.00.002677-7,
Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA
PRUDENTE, Data de Julgamento: 04/09/2013, QUINTA
TURMA, Data de Publicação: e-DJF1 p.89 de 17/09/2013)
I.II - DA TEMPESTIVIDADE
O presente Mandamus é tempestivo, haja vista que o ato impugnado
foi comunicado ao impetrante no dia 08 de junho de 2015, através de e-mail, e após
questionamento por parte do Impetrante, foi lhe dada resposta formal, através do de
oficio CT/COMPESA GPP Nº 175/2015 datado de 09 de junho de 2015, (Doc. 04) ou
seja, dentro do prazo legal de 120 dias que alude a Lei, (art. 23 da lei 12.016/09).
II - DOS FATOS
Prezado,
O resultado do seu Exame Psicotécnico realizado no dia
29/05/2015 foi considerado “INAPTO”, ou seja, não foi
aprovado no referido exame.
Portanto conforme Edital do Concurso – Portaria Conjunta
SAD/Compesa 071 de 03 de julho de 2014, item 3.3, letra “j”
fica excluído do concurso.
A disposição.
Prezado Candidato,
Em resposta à seu requerimento, informamos que o resultado da
Avaliação Psicológica, para a especialidade de Agente de
Saneamento, realizada em 29 de maio de 2015, foi “INAPTO”.
A Avaliação Psicológica é parte integrante dos exames
admissionais definidos para a especialidade Agente de
Saneamento, no Programa de Controle de Saúde Ocupacional –
PCMSO da Compesa, documento requerido na NR 07 da
Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego.
Sem mais para o momento, reiteramos nossos votos de apreço e
consideração.
Atenciosamente,
WALCLÉCIA APARECIDA DOS SANTOS LUSTOSA.
Gerente de Gestão de Pessoa.
É o bastante.
III – DO DIREITO.
III.I - DA NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO POR OFENSA AO
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – ART. 37, CAPUT DA CF/1988.
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nosso país, vejamos:
Nesse sentido é o entendimento dos nossos Tribunais:
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"O princípio da motivação exige que a Administração
Pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas
decisões. Ele está consagrado pela doutrina e pela
jurisprudência, não havendo mais espaço para as velhas
doutrinas que discutiam se a sua obrigatoriedade alcançava só os
atos vinculados ou só os atos discricionários, ou se estava
presente em ambas categorias. A sua obrigatoriedade se
justifica em qualquer tipo de ato, porque trata de
formalidade necessária para permitir o controle de
legalidade dos atos administrativos.
(Destaques nossos).
A própria Constituição Federal, em seu art. 93, X, estabelece,
expressamente, que “as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em
sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus
membros”;
IV - DO PREQUESTIONAMENTO.
V - DO PEDIDO LIMINAR
Forte nas lições do ilustre mestre, não se faz forçoso concluir pela
imperiosidade da concessão da liminar requestada.
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impetrante encontra arrimo em plexo documental de idoneidade inquestionável,
indicando, de per si, “um altíssimo grau de probabilidade de que a versão dos fatos, tal
qual narrada e comprovada pelo impetrante, não será desmentida pelas informações
da autoridade coatora”4[6].
É o bastante!
VI - DOS PEDIDOS.
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g) Ao final, seja concedida a segurança, nos termos dos pedidos para o
fim de anular a exigência de exame psicotécnico por completa ausência de
PREVISÃO LEGAL (Principio da Legalidade), eis que não há previsão do
exame no Edital nem tampouco em Lei, bem como pela ausência de
MOTIVAÇÃO, dado à falta de qualquer critério objetivo que culminou na
inaptidão do Impetrante;
Nestes termos,
Pede deferimento.
ADVOGADO
OAB