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AULA 3

TECNOLOGIAS INOVADORAS

Profª Joice Martins Diaz


INTRODUÇÃO

Nesta aula abordaremos assuntos sobre inovação e sua relação com a


educação, bem como toda a mudança no cenário educativo, tanto positivas como
negativas. As TICs – Tecnologia da Informação e Comunicação – fornecem
diversas opções para receber e processar informações, compreender ideias e
expressar aprendizado, fazendo com que os alunos aprendem melhor por meio
de modalidades visuais e táteis, proporcionando aos alunos experiências
diferentes, além de apenas ler e ouvir.
A cultura e a alfabetização digital mudaram a maneira como as pessoas
vivem, trabalham e aprendem, impactando a construção e a distribuição de
conhecimento e poder em todo o mundo. Na escola a TIC pode impactar a
aprendizagem do aluno quando os professores são alfabetizados digitalmente e
entendem como integrá-lo ao currículo.
Diante desse contexto de grandes mudanças considera-se esse momento
oportuno para refletir sobre a prática atual e considerar como as escolas podem
reter o que há de melhor, enquanto mudam para atender às necessidades e às
demandas do novo mundo.

TEMA 1 – EDUCAÇÃO E INOVAÇÃO

É notório a grande mudança no contexto educacional relacionado ao uso


de diferentes tecnologias e formas de ensinar. Da mesma forma, é sabido que as
tecnologias mudam e se aperfeiçoam dia após dia. Diante desse contexto é
importante saber quais as tecnologias que estão sendo utilizadas na atualidade,
porém, em um futuro breve, não serão capazes de atender as expectativas dos
alunos, bem como provocar satisfação e entusiasmo em sala de aula. Com base
em Kelly (2017) algumas tecnologias foram listadas no quadro abaixo como
importantes na próxima década, ou que já estão em grande uso, que vão substituir
as tecnologias utilizadas também no âmbito educacional nos dias de hoje.

Quadro 1 – Perspectivas das tecnologias na próxima década

Tecnologias que vão desaparecer Tecnologias que vão tornar-se importante na


na próxima década educação na próxima década
Computadores e laptops Realidade aumentada/virtual
Impressoras, escâneres e copiadoras Impressoras/escâneres/modelagem em 3D

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Retroprojetores Aprendizagem adaptativa e personalizada
CDS e DVDS e seus “tocadores” quadro Vídeo e transmissão
de giz/quadro branco
Livros e folhetos impressos Ferramentas de colaboração e mídia social;
internet das coisas e vestíveis
Projetores não interativos Ferramentas baseadas na nuvem; projetores e
quadros brancos interativos
Fonte: Adaptado de Kelly (2017).

Outra realidade no âmbito educacional é a educação a distância ou híbrida,


que contam com dispositivos móveis para viabilizar essa modalidade de estudo.
Segundo Moran “a tecnologia em rede e móvel e as competências digitais
são componentes fundamentais de uma educação plena” (Moran, 2018, p. 2).
Complementando essa ideia de Moran, Filatro e Cavalcante afirmam que:

[…] no campo educacional, esses dispositivos possibilitaram o


surgimento de uma nova modalidade de ensino aprendizagem
denominada aprendizagem móvel (ou aprendizagem com mobilidade),
uma tradução para mobile learning (ou m-learning), do idioma inglês. No
m-learning, o processo de ensino e aprendizagem é intermediado por
dispositivos sem fio, como telefone celular, o smartphone e o tablet, por
exemplo, e permite conectar a experiência formal de educação com o
aprendizado situado. (Filatro; Cavalcante, 2018, p. 107)

São também elementos que compõem a aprendizagem em contextos de


mobilidade – e-learning – redes de computadores. Já o u-learning são dispositivos
móveis, comunicação sem fio, tecnologias de sensores, tecnologias de
localização (Filatro, Cavalcanti, 2018, p. 110).
Para Garcia (2017, p. 83):

[…] os conceitos de e-learning, m-learning e u-learning pertencem a


mesma categoria das formas de aprendizagens mediadas por
tecnologias digitais, pois trazem em si o termo “learning”, o qual se
relaciona com ações e ambientes de aprendizagem/ aplicativos/
produtos digitais com foco educacional.

São consideradas metodologias comuns do mobile-learning:

• Videoaulas;
• Aplicativos;
• Gamificação;
• Livros digitais;
• Cursos e-learning, dentre outros.

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O mobile-learning, que é o aprendizado apoiado por ferramentas e mídias
digitais, por meio de um dispositivo móvel (smartphones) ou tablet, apresenta
diversos benefícios como: mobilidade, rápido acesso a informação, autodidatismo,
entretenimento, entre outros.
Afirma Garcia que “o mobile-learning (m-learning) enfatiza a aprendizagem
em contextos de mobilidade, contrapondo-se a acessos fechados e presentes em
bases fixas de desktop conectadas à internet” (Garcia, 2017, p. 85).
Apresenta-se a seguir, com base em Oliveira (2014), algumas vantagens
referentes à aplicação em contexto educacional do mobile-learning, conforme
mostra o Quadro 2.

Quadro 2 – Vantagens do uso de mobile-learning

VANTAGENS DESCRIÇÃO
Autonomia Representa a liberdade para que o estudante organize seu próprio
estudo, utilizando, inclusive, a internet para buscar outras visões
sobre determinado assunto e não apenas as que são transmitidas
pelo professor.
Portabilidade/Mobilidade O estudante não precisa estar em espaços formais de educação,
como a sala de aula, por exemplo, para aprender. Desse modo,
professores e alunos podem enviar e receber informações em
qualquer local.
Facilidade de O aluno pode estudar em seu Ambiente Virtual de Aprendizagem
entendimento preferido, dessa forma, há maior comodidade para interação com
os demais alunos e com o professor.
Flexibilidade Possibilita que professores tenham maior aproximação dos
alunos, interagindo ou monitorando as atividades.
Fonte: baseada em Oliveira (2014, p. 3).

Devido a esta e outras facilidades, o mobile-learning se torna cada vez mais


atrativo, pois ajuda no processo de aprendizagem e oferece oportunidades para a
aquisição de conhecimento. Frente a toda essa mudança no cenário educacional
a atuação do professor em sala de aula passa a ter consideráveis mudanças, por
contar com práticas mediadas por tecnologias.
Nesse cenário, segundo Garcia:

No momento em que as plataformas tecnológicas se tornaram pessoais


e personalizadas com a emergência dos dispositivos móveis, pode-se
constatar mais um ponto de virada nas atividades docentes. Dessa vez
os alunos começaram a protagonizar e dar direcionamento às práticas
didáticas, tornando-se mais ativos, com mais senso crítico e sendo
participativos nas escolhas sobre o que, onde, quando e por que estudar,
ou mesmo fortalecendo suas próprias características de liderança, na
condução de projetos. Sem dúvida, isso institui a ressignificação de

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propósitos educacionais e os meios para atingi-los. (Garcia, 2017, p.
232)

É de extrema importância a reflexão sobre a formação inicial e continuada


dos professores que atuam tanto com ensino fundamental, quanto com médio e
superior no sentido de preparar ou aperfeiçoar suas práticas docentes mediadas
pelo uso das tecnologias, tanto em ambientes presenciais quanto híbridos. Assim,
Kenski afirma que:

A previsão para os próximos anos é que o acesso à internet será feito


de forma muito mais intensa por meio de celulares e tablets do que pelos
caminhos “naturais” e conhecidos dos PCs e da própria web. Ciclos cada
vez mais acelerados ocorrem nos processos de criação, industrialização,
consumo e superação das tecnologias digitais contemporâneas. E nos
acostumamos a esse movimento. Em muitos casos, nem mais o
percebemos porque a velocidade já se incorporou – como valor – ao
nosso ritmo de vida. (Kenski, 2015, p. 430)

Indo ao encontro dessa ideia, Silva e Batista destacam a importância da


educação a distância em ambientes on-line, digitais e interativos que “consiste em
romper com as distâncias espaços temporais e viabilizar recursos, interferências,
conexões e trajetórias que permitem a disseminação de informações e tarefas”
(Silva; Batista, 2014, p. 29).
Diante do exposto, acredita-se que se faz necessário um olhar diferenciado
e urgente com relação à formação dos professores atuantes nos dias de hoje, pois
são eles que, além de formar os novos professores que vão atuar em todos os
níveis de ensino, são também os responsáveis (em partes) por garantir uma
geração mais engajada e apta ao uso das tecnologias disponíveis.

TEMA 2 – TECNOLOGIA E INOVAÇÃO COMO ALIADOS AO PROCESSO DE


ENSINO-APRENDIZAGEM

Com a tecnologia tornando a sociedade cada vez mais interconectada,


algumas das melhores maneiras de contribuir na aprendizagem do aluno é
implementar a tecnologia em aulas ou atividades. Os laptops dos professores
conectados a um projetor de vídeo, o acesso à rede sem fio e os smartphones,
tablets ou laptops dos alunos podem ser utilizados para melhorar a interação entre
o professor e os alunos, além de estimular a motivação, o envolvimento e a
aprendizagem.
Devido ao interesse e ao crescimento considerável no uso de tecnologias,
surgiram e ainda surgem aparatos que dão suporte a essa prática. É comum

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associarmos a tecnologia somente ligada a um celular, tablet ou outra tecnologia
digital. Porém, é importante lembrar que essa tecnologia é parte da inovação que
se deseja em sala de aula. De que adianta ter uma tecnologia digital se não tem
um planejamento que conta com a presença de, por exemplo, aplicativos que de
forma lúdica e interessante, proporcionam maior engajamento e desejo de
aprender nos alunos?
Partindo desse princípio, a tecnologia digital aliada a uma técnica de ensino
são grandes aliados ao professor em sala de aula.
Atualmente contamos com diversos recursos que foram desenvolvidos
exclusivamente (ou não) para o ensino-aprendizagem. Esses mesmos recursos
podem ser usados, de repente, em uma área empresarial, proporcionando um
treinamento ou capacitação de forma diferenciada, tendo como resultados maior
interesse dos funcionários.
A seguir veremos algumas plataformas e aplicativos que têm como
propósito ajudar o professor ou outro profissional proporcionar um ensino
interessante e engajador:

• Geekie Lab: segundo Arxer et al. (2017, p. 120), “esta plataforma que tem
como referência a máxima de avaliar habilidades e não somente
conteúdos, pressuposto requerido para a avaliação na
contemporaneidade”;
• Kahoot: O Kahoot!1 foi lançado em março de 2013, pelos empresários
Johan Brand, Jamie Brooker e Morten Versvik por meio de um projeto
conjunto com a Universidade Norueguesa de Tecnologia e Ciência,
juntamente ao professor Alf Inge Wang, e mais tarde se juntaram ao
empresário norueguês Åsmund Furuseth. A equipe
do Kahoot! está localizada em alguns dos centros tecnológicos mais
interessantes do mundo – Oslo (Noruega), Londres (Reino Unido) e Austin
(EUA). Atualmente o Kahoot! vai além das salas de aula: é jogado em
sessões de treinamento de negócios, em eventos esportivos e culturais, ou
em qualquer contexto social e de aprendizagem. Segundo Bottentuit
Junior (2017, p. 1587), “O Kahoot! é um aplicativo projetado para
sondagens e avaliação da aprendizagem. Introduz na sala de aula a
aprendizagem baseada na gamificação”. O Kahoot é uma

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Disponível em: <https://kahoot.com/b/>. Acesso em: 22 jan. 2020.
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plataforma gamificada, gratuita e voltada para alunos e também
professores. Ele não só serve para avaliação, mas também para: revisão
de conteúdo, pesquisa e debates, trabalho em equipe e estímulo à
interação, para criar disputas saudáveis e situações de aprendizagem, em
que os alunos são os autores dos conteúdos, além de proporcionar a
avaliação em tempo real, trazendo o feedback imediato. (Bottentuit Júnior,
2017, p. 1589);
• Google Forms2: Plataforma para criação de formulários personalizados e
editáveis em que as respostas aos inquéritos são recolhidas de forma
automática e eficiente, com informações e gráficos de resposta que podem
ser consultados em tempo real. Conforme Andrade, Brinatti e Silva, a
ferramenta Google Forms “está se tornando cada vez mais popular e vem
sendo usada para os mais variados fins, desde avaliações escolares,
questionários de pesquisa, fichas de inscrição, enquetes rápidas,
planejamento de atividades etc. (Andrade; Brinatti; Silva, 2018, p. 4);
• Socrative: aplicativo divertido e eficaz, para o engajamento em sala de aula.
Serve para obter informações instantâneas sobre o aprendizado dos alunos
com questionários, enquetes, e muitos outros, permitindo acompanhar a
produtividade do aluno. Segundo Oliveira e Amaral, “a utilização do
aplicativo Socrative auxilia o professor a diagnosticar imediatamente onde
está a dificuldade do aluno e isso facilita seu trabalho, uma vez que ele não
precisa corrigir os exercícios por aluno” (Oliveira; Amaral, 2018, p. 7);
• Prezi: ferramenta que possibilita a criação de apresentações mais
dinâmicas. A maioria dos tipos de software de apresentação usa uma
abordagem baseada em slides, em que você se movimenta entre slides
individuais, como páginas de um livro. Em vez de usar slides, o Prezi tem
uma tela na qual sua apresentação se move, aumentando e diminuindo o
zoom para exibir vários quadros;
• GoConqr: plataforma que pode ser utilizada para estudar por mapas
mentais, fluxogramas, slides, quizzes, notas e flashcards (conjunto de
cartas com temas). As ferramentas de estudo de GoConqr3 permitem que
você organize seus materiais e otimize seu aprendizado de acordo com seu
estilo de aprendizagem. Você também pode compartilhar seu conteúdo,

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Disponível em: <https://www.google.com/intl/pt_br/forms/about/>. Acesso em: 22 jan. 2020.
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Disponível em: <https://www.goconqr.com/pt-BR/info/>. Acesso em: 22 jan. 2020.
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explorar os milhões de recursos criados por outros usuários, criar e
participar de Grupos de Estudo para uma experiência completa de
aprendizagem digital. GoConqr oferece também uma série de soluções
digitais para facilitar o planejamento, a comunicação e a criação de
conteúdo para treinamentos, reuniões e apresentações. Além disso, é
possível criar grupos públicos ou privados para compartilhar informação e
conteúdo e motivar a colaboração criativa de funcionários e parceiros;
• Escola Digital: um banco de objetos de aprendizagem separados por
mídias, disciplinas e etapas. A Escola Digital4 conecta secretarias
municipais e estaduais de educação e constroem juntas o acervo de
objetos digitais de aprendizagem (ODAs).

Todos os dias conhecemos novas tecnologias que nos desafiam com suas
abordagens inovadoras e eficientes. Frente a esse contexto a sociedade está
mudando, cada vez mais, a maneira de aprender, se comunicar e estar inserida
em uma era com muita tecnologia e inovação.

TEMA 3 – TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) refere-se a toda a


tecnologia usada para lidar com telecomunicações, mídia de transmissão,
sistemas inteligentes de gerenciamento predial, sistemas de processamento e
transmissão audiovisual e funções de controle e monitoramento baseadas em
rede. Embora a TIC seja considerada um sinônimo extenso de tecnologia da
informação (TI), seu escopo é mais amplo.
Mais recentemente, as TICs têm sido usadas para descrever a
convergência de várias tecnologias e o uso de linhas de transmissão comuns que
transportam tipos e formatos de dados e comunicações muito diversos.
As tecnologias convergentes que exemplificam as TICs incluem a fusão de
redes audiovisuais, telefônicas e de computadores por meio de um sistema de
cabeamento comum. Provedores de Serviços de Internet (ISPs) geralmente
fornecem serviços de internet, telefone e televisão para residências e empresas
por meio de um único cabo óptico. A eliminação das redes de telefonia
proporcionou enormes incentivos econômicos para implementar essa
convergência, o que elimina muitos dos custos associados ao cabeamento,

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Disponível em: <https://escoladigital.org.br/>. Acesso em: 22 jan. 2020.
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distribuição de sinais, instalação de usuários, manutenção e custos de
manutenção.
Segundo Martins:

A TIC tem facilitado o intercâmbio de informação e conhecimento


codificado dos designers para a manufatura. Isto, por sua vez, é
consequência do processo de codificação que se iniciou quando as
empresas começaram a instalar seus sistemas integrados de Tecnologia
de Informação (TI). Como resultado, as atividades de desenho e
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) permaneceriam em países
tecnologicamente avançados, principalmente TIC e suas aplicações, ou
seja, as atividades inovadoras em serviços, enquanto que países em
desenvolvimento estariam confinados às atividades de manufatura.
(Martins, 2017, p. 71)

As TICs sustentam a inovação e a competitividade em uma ampla gama de


mercados e setores privados e públicos. O potencial e as capacidades dos
modernos sistemas de TIC ainda estão crescendo exponencialmente,
impulsionados pelo progresso em eletrônica, microssistemas, redes, a capacidade
de dominar sistemas e robôs cibernéticos cada vez mais complexos, bem como
no processamento de dados e interfaces de máquinas humanas. Esses
desenvolvimentos proporcionam grandes oportunidades para desenvolver a
próxima geração de plataformas abertas, sobre as quais pode ser implementada
uma multiplicidade de dispositivos, sistemas e aplicações inovadores, permitindo
novos desenvolvimentos empresariais, que contribuirão para impulsionar a
competitividade, criar postos de trabalho e apoio ao crescimento.
Além disso a TIC é um conjunto diversificado de ferramentas tecnológicas
e recursos utilizados para transmitir, armazenar, criar, compartilhar ou trocar
informações. Essas ferramentas e recursos tecnológicos incluem computadores,
internet (sites, blogs e e-mails), tecnologias de transmissão ao vivo (rádio,
televisão e webcasting), tecnologias de transmissão gravadas (podcasting,
players de áudio e vídeo e dispositivos de armazenamento) e telefonia (fixa ou
móvel, satélite, visio/videoconferência etc.).

TEMA 4 – AS TICS NA EDUCAÇÃO

As TICs na educação vêm trazendo mudanças significativas e, com isso, o


surgimento de perspectiva transformadora que contribuem para melhorar a
educação. Porém é válido lembrar que ainda existem problemas e dificuldades
que estão associadas à incorporação de tecnologias nas escolas. Frente a isso
surge também um desafio para os docentes no sentido de mudar sua atuação em

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sala de aula, bem como a forma de conceber e pôr em prática o ensino, por meio
de novas ferramentas. Para Imbérnon (2010, p. 36):

[…] para que o uso das TIC signifique uma transformação educativa que
se transforme em melhora, muitas coisas terão que mudar. Muitas estão
nas mãos dos próprios professores, que terão que redesenhar seu papel
e sua responsabilidade na escola atual. Mas outras tantas escapam de
seu controle e se inscrevem na esfera da direção da escola, da
administração e da própria sociedade.

Quando os professores são alfabetizados digitalmente e treinados para


usar as TICs, essas abordagens podem levar a habilidades de pensamento,
fornecer opções criativas e individualizadas para seus alunos, assim como
preparar para lidar com a mudança tecnológica em curso na sociedade e no local
de trabalho.
Já existem escolas que usam um conjunto diversificado de TICs para
comunicar, criar, disseminar, armazenar e gerenciar informações. Em alguns
contextos, as TICs também se tornaram parte integrante da interação de ensino-
aprendizagem, por meio de abordagens como a substituição de quadros com
quadros brancos interativos, usando smartphones ou outros dispositivos dos
alunos para aprender durante o horário de aula, e o modelo de “sala de aula
invertida”, em que os alunos assistem a palestras em casa no computador e usam
o tempo de aula para exercícios mais interativos.
A cultura e a alfabetização digital mudaram a maneira como as pessoas
vivem, trabalham, jogam e aprendem, impactando a construção e distribuição de
conhecimento e poder em todo o mundo. Pessoas menos familiarizadas com a
cultura digital estão cada vez mais em desvantagem na economia nacional e
global. A alfabetização – as habilidades de pesquisar, discernir e produzir
informações, bem como o uso crítico de novas mídias para a participação plena
na sociedade – tornou-se uma importante consideração para os quadros
curriculares. Em muitos países, a alfabetização digital está sendo construída por
meio da incorporação de TICs nas escolas, pois consideram o momento mais
propício de aprender sobre o assunto.

TEMA 5 – MUDANÇAS NO CENÁRIO DA EDUCAÇÃO FRENTE ÀS TICS

Atualmente é necessário ver os estudantes e profissionais como


protagonistas no seu processo de ensino-aprendizagem, deixando para trás o
conceito de atuação passiva, de alunos que somente recebem informações. As

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gerações mais novas, conhecidas como geração Y, millennials, dotcom, net ou
nativos digitais, têm a habilidade de realizar diversas atividades ao mesmo tempo,
com muito mais velocidade, comparados com seus antecessores. Essa
característica se manifesta de diversas maneiras, mas, em especial, devido à
grande demanda de diferentes tecnologias (Filatro; Cavalcanti, 2018).
Os avanços tecnológicos e científicos apresentam grandes avanços, dia
após dia. Mesmo diante desse contexto a sala de aula e o modelo proposto de
ensino-aprendizagem ainda acontecem de forma oral e escrita, mantendo intacto,
na maioria das vezes, o uso do giz, do caderno e da caneta. O mesmo acontece
com os recursos tecnológicos, que também apresentam avanços significativos,
enquanto o uso em sala de aula ainda caminha a passos lentos (Camargo; Daros,
2018). Carbonel complementa:

[...] não se pode olhar para trás em direção à escola ancorada no


passado em que se limita ler, escrever, contar e receber passivamente
um banho de cultura geral. A nova cidadania que é preciso formar exige,
desde os primeiros anos de escolarização, outro tipo de conhecimento e
uma participação mais ativa. (Carbonel, 2002, p. 16)

A educação passa por uma transição notória, porém ainda pautada em


métodos e parâmetros que, de modo geral, são considerados um pouco
ultrapassados e que não condizem mais com o contexto contemporâneo de
educação, ou seja, não se adequa de forma satisfatória nas instituições
educacionais, bem como no dia a dia do aluno. A modernização por meio do
avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) ou Tecnologias
Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), trouxe novos modos de pensar e
aprender.
A adoção das TDICs e as metodologias inovadoras devem ser pensadas,
pois os professores, em sua maioria, ainda utilizam metodologias
correspondentes ao século XX, da qual não correspondem as expectativas dos
alunos século XXI.
Os professores precisam de oportunidades de desenvolvimento
profissional específicas para aumentar a sua capacidade de utilizar TIC para
avaliações de aprendizagem formativa, instrução individualizada, acesso a
recursos on-line e para fomentar a interação e colaboração entre estudantes, bem
como influenciar as atitudes gerais dos professores em relação às TICs na sala
de aula, e também fornecer orientações específicas sobre o ensino-
aprendizagem de TIC dentro de cada disciplina.

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A implementação, para ser bem-sucedida, exige a integração das TICs no
currículo, planejando o conteúdo digital desenvolvido nos idiomas locais e refletir
a cultura local. Apoios técnicos, humanos e organizacionais contínuos em todas
essas questões são necessários para garantir o acesso e o uso efetivo das TICs.

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REFERÊNCIAS

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