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à O que é? Caso: senhor A tem um café e a certa altura decide vender esse café ao
senhor B. Ou senhor A decide trespassar a sua sapataria ao senhor b. Não é preciso
existir uma venda mas sim arrendamento.
Existe sempre que uma determinada atividade económica deixe de ser explorada
por um sujeito e passe a ser explorada por vias similares por outro sujeito. Existe um
sujeito que decide abandonar a exploração de uma dada atividade mas não a
encerra (quando encerra os contratos de trabalho vão caducar – 346º CT). Art 346º
nº1 e 2 – encerramento da empresa faz caducar os contratos salvo se se verificar
transmissão.
Efeitos:
Manutenção dos contratos:
Na transmissão os contratos de trabalho mantêm-se no entanto muda o empregador
(modificação contratual subjetiva – muda a pessoa do empregador, por força da lei).
Há uma Subrogação ao nível do empregador (deixa de ser A e passa a ser B) –
maioria da doutrina. Não há apenas manutenção dos contratos de trabalhos, mais
do que isso tem de se manter as condições contratuais, o novo empregador não tem
liberdade para fixar os horários, salários que quiser só apenas em relação aos
trabalhadores que contratar ex novo, quanto aos que “herdou” tem de manter –
285º CT.
Partilha de Responsabilidades:
285º nº1 parte final (antes o empregador tinha sido sancionado pela aplicação de
uma coima pela ACT, ainda não pagou e tem lugar a transmissão, o adquirente tem
responsabilidade de pagar a coima) e nº2 (já não estamos a falar de
contraordenações ou coimas mas sim de obrigações gerais (dividas relativo a
fornecedores, etc). Quanto às coimas é só o adquirente responsável no entanto
temos o direito de regresso. Desde a transmissão o adquirente assume todas as
responsabilidades e obrigações que a exploração da unidade económica acarreta.
Quanto às obrigações vencidas até à data da transmissão o transmitente (co-
responsável) pode ser chamado a responder na medida em que é solidariamente
responsável, sendo que existe o prazo de um ano subsequente à transmissão.
Convenções Coletivas:
Art 498º CT – diz respeito: suponhamos que era a entidade A que explorava
determinado estabelecimento e houve transmissão para a entidade B.
Apontamentos Francisca Ávila
Imaginem que existe uma convenção coletiva de trabalho que tinha sido celebrada
por A (empregador) e ela tinha sido celebrada entre A e sindicato X. Quem esta
convenção de trabalho vincula? Aplica-se à empresa A e aos trabalhadores dessa
empresa que fossem sindicados nesse sindicato X (pp da dupla filiação). Qual é o
problema? O que se relaciona com a transmissão? Secalhar o trabalhador C
(abrangido por esta convenção) tinha um salário de 800 euros que resultava da
convenção coletiva aplicável (era a convenção que previa este salário, se não fosse a
convenção podia receber menos por exemplo). O novo empregador B (eu vou pagar
800 euros a C a titulo de que, porque eu B não sou abrangido pela convenção
porque sou terceiro?). O objetivo do legislador é que a transmissão muda-se apenas
o empregador logo o art 498º diz que a convenção coletiva de trabalho que se
aplicava ao transmitente, aplica-se ao adquirente mas não eternamente, em que
termos? Até ao termo do prazo de vigência ou no mínimo aplica-se por 12 meses a
contar da transmissão (mesmo que o termo de vigência seja menor de 12 meses), no
entanto nada disto acontece se o sujeito B entretanto passar a ser abrangido por um
novo instrumento de regulamentação coletiva de trabalho negocial (ex: depois de 1
mês da transmissão, B celebra uma convenção coletiva de trabalho com sindicato X.
Isto vai significar que a tal convenção que se aplicava a A só se aplica durante 1 mês),
outra situação: (quando a transmissão se deu já B tinha celebrado uma convenção
coletiva de trabalho com o sindicato X (convenção celebrada antes da transmissão),
se assim é não faz sentido aplicar-se a convenção do sujeito A mas não é assim –
esta convenção não se vai aplicar aos trabalhadores visados pela transmissão, aplica-
se a convenção anteriormente ao aplicador transmitente).
Não precisa de aplicar a convenção coletiva a trabalhadores que sejam ex novo.
Autonomia:
287º CT – duas hipóteses:
(a lei não explica se se mantem ou não a autonomia, vamos buscar isto ao direito da
União Europeia) – diretiva 23/2001 do concelho (reformulação da diretiva 77/187). A
diretiva diz basicamente as mesmas coisas que o nosso código diz mas a questão é
que não nos interessa só a diretiva mas sim a jurisprudência que o tribunal de justiça
tem produzido em relação a esta diretiva. Já emitiu dezenas de acórdãos em que
clarificou o sentido de alguns conceitos e um deles é o da autonomia ou não que é
usado no artigo 287º.
Ac. 9 de Julho de 2012 num processo que é conhecido como C-151/2009. O tribunal
explicou o que é autonomia para estes efeitos.
Imaginemos que a empresa em causa era uma cantina/um bar/restaurante e era
explorado pelo sujeito A e foi transmitido ao sujeito B. E B não explorava só bares
mas era dono de ginásios. O sujeito B fez obras mas manteve o bar mas fez o bar
Apontamentos Francisca Ávila
Falamos deste método para que? Porque o tribunal judicial da união europeia
identificou elementos, indícios que relevam em conjunto (nenhum tem peso
decisivo) à resposta de se se mantem ou não a identidade económica (os indícios
permitem responder se há ou não identidade).
1º Existe semelhança entre a atividade prosseguida antes e depois (ex: era um
cabeleireiro e depois é na mesma um cabeleireiro) – mas isto não basta. Falar em
atividade por exemplo cabeleireiro, temos de ver se o modo como a atividade se
realiza também é equivalente
2º Saber se se transmitiram ou não elementos do ativo corpóreo/material (ex:
imóvel onde a atividade é realizada, mobiliário, elementos decorativos). Se os
elementos se mantiverem é um forte sinal que houve transmissão e que a
identidade se conserva mas se não se transmitiram não significa desde logo que não
haja identidade económica
3º Transmissão do ativo incorpóreo, ativos não palpáveis (ex: segredos de fabrico –
normalmente quem sabe estes segredos do “know how” são os trabalhadores). Este
aspeto está ligado à mão de obra, quem sabe como se faz? Os trabalhadores.
4º Reabsorção dos mesmos trabalhadores. O que se prende com os exemplos das
limpezas. Quando se trata de uma atividade que é essencial a pessoa que faz, o
essencial é saber se os trabalhadores se conservaram. Ex: restaurante passa a ser
explorado por outro sujeito, este novo adquirente não quis ficar com quase nenhum
dos trabalhadores que prestavam atividade mas contratou dois desses trabalhadores
que eram o cozinheiro chef (responsável pela concepção dos pratos e receitas) e
que governava os outros e o braço direito desse (equipa de ouro) mas os outros não
foram. Estes dois representa o “know how” logo pode concluir se que se mantem a
identidade económica. E os outros trabalhadores despedidos? Eles provando que
houve transmissão da unidade económica tem direito as mesmas condições, tem
direito a ser reabsorvidos pelo novo empregador em termos quais como se não
houvesse despedimento pois este é considerado ilícito.
5º Ver se os clientes (clientela) continuam a ser os mesmos
Esta apreciação é subjetiva, nenhum destes elementos é decisivo.
Num caso podemos chegar a uma conclusão e outra pessoa a outra. O tribunal tem
de decidir não pode optar por um meio termo, tem de dizer sim ou não. Nos alunos
temos de identificar os indícios e depois chegar a conclusão se há ou não
transmissão. Mesmo que concluíssemos que não temos de dizer depois “mas se
Apontamentos Francisca Ávila
- A nossa lei (ordenamento positivo) não responde, temos uma lacuna. Onde
vamos buscar respostas? À jurisprudência do tribunal de justiça da UE e é claro
que sim, que o trabalhador tem direito de oposição (ac. Ratsikas). Apesar de
resultar de forma clara da jurisprudência UE que esse dto tem de existir, a nossa
doutrina nem toda reconhece isso. Catarina carvalho, Júlio gomes, liberal
Fernandes, João reis dizem que o direito existe.
à Problema de saber o que acontece ao seu contrato caso exerça o seu direito de
oposição?
- 346º CT. Para Catarina Carvalho e Júlio Gomes entendem que em caso de
transmissão total da unidade económica o contrato de trabalho do trabalhador
caduca ao abrigo do artigo 346º CT cujo número 5 prevê que o trabalhador
receba uma compensação económica (teria esta proteção)
Apontamentos Francisca Ávila
- Prof. Júlio gomes 346º nº1 aplica este artigo analogicamente porque considera
que a norma não se aplica de forma direta, reconhece que não há morte do
trabalhador nem dissolução do trabalhador se for pessoa coletiva nem
encerramento da empresa, só que para aquele trabalhador que se opôs é como
se a empresa se tivesse encerrado
II.
a.
Artigo 287º - norma cuja compreensão não é muito fácil nesta fase porque não
estudamos os representantes dos trabalhadores. Os representantes dos
trabalhadores na empresa são de vários tipos mas tem em comum a
representação do trabalhador perante o empregador. A mais importante é a
comissão de trabalhadores. O que é uma comissão de trabalhadores? É um grupo
de trabalhadores dentro de uma empresa que tem a função de representar esse
coletivo de trabalhadores (dialogar com a entidade empregadora). Por cada
empresa só pode haver uma comissão de trabalhadores (não é necessário
filiação ou ato de inscrição, estão representados automaticamente desde que ela
exista) – princípio da representação unitária – característica da representação.
No entanto, esta regra tem desvios designadamente nos casos em que tem vários
estabelecimentos (plurilocalizadas) podem ser criadas com que ramificações da
comissão de trabalhadores, ou seja, sub comissões. Não faz sentido existir uma
sub comissão se não existe uma comissão “mãe”. Para além da comissão, as
outras representações são de carácter sindical (quando há trabalhadores filiados
em sindicatos, esses trabalhadores tem dentro da empresa poderes próprios por
serem membros de um certo sindicato que são como representantes daquele
sindicato naquela empresa – estes entes tem vários nomes, o que interessa para
agora são representantes dos trabalhadores). Os sindicatos existem fora da
empresa.
- caso não se mantenha a autonomia, aplica-se o nº2 e 3º al. a do 287º. Por força
do nº2 a subcomissão continua em funções por um período provisório curto. O
nº3 acrescenta que a subcomissão vai exercer os poderes próprios da comissão.
- Caso exista autonomia: aplica se o nº1 do 287º, em que a estrutura
representativa continua em funções por tempo indeterminado. A subcomissão
só faz sentido quando existe uma pluralidade de estabelecimentos. A solução é
aplicação analógica do nº3 al. a do 287º aos casos do nº1 CT.
IV.
Despedimento antes da transmissão da unidade económica. Na diretiva art 4º, a
transmissão em si mesma (o contexto justificativo da transmissão) não pode ser causa
Apontamentos Francisca Ávila
Requisitos:
- foram despedidos num período curto antes da transmissão (pode se dizer que
sim, despedimento em maio e em setembro reabriu)
- estes trabalhadores não foram voluntariamente recontratados pelo adquirente
(não se comprova este requisito)
logo os dados do enunciado apontam para que não haja despedimento ilícito.
Para que isto se comprovar tudo, temos de dizer se houve ou não transmissão da
unidade económica, existe identidade ou não?
- falar no método indiciário, salientar os elementos mais importantes:
dever, por exemplo o dever de lealdade). Quanto ao pagamento: existem alguns casos de
suspensão onde há lugar ao pagamento da retribuição (ex: estabelecimento fecha para
obras), seja parcialmente ou totalmente. Quando há lugar ao pagamento de salário, é
assim porque a lei o diz, quando a lei nada diz não existe pagamento.
Nº3 – ex: celebrado contrato a termo por 7 meses, o 7º mês acaba no final de maio mas a
partir de abril entrou em suspensão e previsivelmente a suspensão vai durar 3 meses. O
contrato cessa em Maio na mesma.
Nº4 – terminado o período são restabelecidos todos os deveres tal como existiam até o
contrato entrar em suspensão.
em tribunal.
CASO PRÁTICO 3:
Método indiciário (método utilizado pelo tribunal da união europeia para resolver
estes
casos) – identificar os elementos de forma complexa sem que esses elementos
tenham
peso decisivo e a observação destes elementos é perceber se se mantém ou não a
identidade económica (ver se a unidade económica é a mesma antes e depois da
transmissão):
são como representantes daquele sindicato naquela empresa – estes entes tem vários
nomes, o que interessa para agora são representantes dos trabalhadores). Os sindicatos
existem fora da empresa.
O nº1 e 2 do 287º abrangem hipóteses distintas. Nº1 – mantém autonomia; nº2 não
mantém a sua autonomia. O nº3 é como uma continuação do numero 2, também se
dirige à não conservação da autonomia. O que é autonomia para estes efeitos? Diz se
que se mantém quando a unidade económica transmitida, mantém intocado no
essencial o desenho hierárquico que tinha antes da transmissão, as relações de
poder, de supra e infra ordenação dos diversos trabalhadores integrantes nessa
unidade económica têm de se manter (Ac. 9 de Julho de 2012).
Caso se mantenha a autonomia aplica se o nº1 do 287º, em que a estrutura
Representativa continua em funções por tempo indeterminado. Caso não havendo
autonomia aplicava-se o nº2 e 3 do 287º CT.
CASO PRÁTICO 5
Método indiciário (método utilizado pelo tribunal da união europeia para resolver
estes
casos) – identificar os elementos de forma complexa sem que esses elementos
tenham
peso decisivo e a observação destes elementos é perceber se se mantem ou não a
identidade económica (ver se a unidade económica é a mesma antes e depois da
transmissão):
2. Mantém se a clientela? Não é dito nada, mas não tendo mudado o espaço, o
horário alargou, tem tendência a manter e a aumentar a clientela
4. Hiato temporal mas não é decisivo para se excluir a transmissão (Ac. P. Bork
International e Ac. Daddy´s).
Exemplo dos fringe benefits: companhia aérea premiava o com milhas, ou seja, quando
acumulassem x milhas podiam voar gratuitamente. Certa altura outra empresa começou
a prestar os voos e não estava em condições de dar milhas e os trabalhadores
reclamaram porque queriam os mesmos benefícios.
Transmitente é B, adquirente é C.
Existe transmissão da unidade económica.
Apontamentos Francisca Ávila
à aplica-se a entes públicos (entidades administrativas) a não ser que estejam em causa
funções de soberania
à não se aplica ao trabalho a bordo de navios
à a diretiva diz que este regime lá previsto não se aplica às transmissões de empresas
no contexto de processos de insolvência e afins
à Admite que segundo a regulação interna o regime se aplique mesmo nessas situações
mas para tal é preciso que os estados membros o digam nas suas leis (o estado
português nada diz logo nestas situações não se aplica)
Suspensão do contrato de trabalho
Hipóteses de suspensão:
Há quem diga que se suspende porque pode ter cometido um crime dolosamente mas
ele vai ter de cumprir pena logo ele não quis ser preso, isto não é imputável ao
trabalhador – o contrato suspende se até 25 anos.
Há quem diga o contrário por exemplo. E há ainda quem diga que sendo a pena muito
longa, então não existe suspensão e considera-se como tempo definitivo.
2. Lei serviço militar, cargos públicos, etc – diplomas específicos que o nº 5 do 296º
3. Licenças de maternidade e paternidade – situação chamada de “licença” que diz
respeito à suspensão.
4. 296º nº2 – trabalhadores vitimas de violência doméstica por exemplo.
5. 325º - requisitos da suspensão do CT – diz respeito ao pagamento pontual da
retribuição – tem direito a receber subsidio de desemprego
6. suspensão por acordo das partes – são irrelevantes as razões pelas quais as
partes querem suspender o acordo. Apesar da multiplicidade de razões que
possam levar a esta suspensão, a lei regula duas dessas hipóteses:
a. 317º CT- licença sem retribuição – não existe pagamento de retribuição (que
é o regime normal da suspensão).
Nº2 – direito que seja concebida a licença. Em síntese são casos em que o
trabalhador pretende a licença para fazer formação devidamente certificada.
Nº3 – exceções. O empregador não é obrigada a dar a licença em
determinados casos referidos neste artigo.
Nº4 – efeitos desta licença (remete para o 295º) – suspensão dos direitos de
pagamento e prestação de trabalho mas mantêm-se os outros.
O que acontece as férias? Não esta condiciona à efetividade de serviço. Isto
significa que em principio o dto a férias se vence ainda que o trabalhador não
esteja a trabalhar. Mas em alguns casos de suspensão, o legislador explica o
que acontece às férias. Motivo ligado ao próprio empregador (as férias
seguem o seu curso normal). Motivo de impedimento não imputável ao
trabalhador (as férias sofrem algum efeito, encurtamento). O legislador não
diz no caso de licenças sem retribuição (seria estranho seguir a “regra” geral
de não haver modificação nas férias uma vez que quando está doente por
Apontamentos Francisca Ávila
exemplo, afeta as férias. Logo aqui também deveria afetar). Alguns autores
dizem que o direito a férias neste caso de licença devia ser afetado.
à Porquê que as partes fazem isto? Nesta idade a pessoa ainda não está em condições
de se reformar (a não ser que seja por invalidez). Pedindo a reforma antecipada pode
ficar com reforma diminuta ou não conseguir a reforma antecipada.
Ex: Imaginemos que o trabalhador já tenha rendimentos suficientes, ele pode pedir esta
licença.
O empregador pode ficar numa situação delicada quando um trabalhador já não produz
tanto e não tenha causa para o despedir, assim, pode ser do interesse do empregador
esta pré-reforma.
à Existe sempre retribuição, mesmo que diminuída.
à Cessa com a reforma do trabalhador e com a cessação do contrato de trabalho, ou
caso as partes ponham fim ao acordo pré-reforma artigo 322º CT.
- O empregador pensa que usando esta figura pode tirar a empresa da crise e
relança-la. Em que medida é que a suspensão ajuda o empregador? Se existe
redução da atividade, diminui-se os salários. Se existe suspensão, diminuem
os encargos. A lei prevê que neste tipo de situação aquilo que o trabalhador
tem dto a receber que não é a totalidade da retribuição, é pago numa parte
significativa pela segurança social. O empregador invés dos 900€ que pagava
a A, só paga 600€ e esses 600 são divididos entre o empregador e a
segurança social. E se houver suspensão do contrato e o trabalhador for para
outra empresa e atingir o mínimo de retribuição, então o empregador
original e a segurança social nada tem de pagar.
- Artigos 298º a 308º CT.
2. Encerramento temporário ou redução da atividade da empresa que se devem a
caso furtuito ou força maior – artigos 309º CT
309º nº1 al. a – diz que neste tipo de situação o trabalhador tem dto a conservar
75% da retribuição e já não há intervenção da segurança social
recurso a este mecanismo tem de se mostrar apto a permitir a recuperabilidade
da empresa.
“LAY-OFF”
Art. 298º CT – situações que colocam a empresa numa situação mais débil – remissão
para o 307º CT.
à Acompanhado por serviços estaduais (307º nº2)
à Opção do empregador
à Situação contributiva regulada
Apontamentos Francisca Ávila
à o que acontece se o empregador lançar mão do lay-off sem ter a situação contributiva
regularizada? No momento em que a segurança social iria ajudar o empregador e vê que
o empregador não tem a situação regularizada manda o regularizar com o estado e
depois sim ajuda (segundo a interpretação da professora).
1. a informação (quer diretamente quer por via da sua representação tem de ser
informados que o empregador tenciona a curto prazo levar a cabe uma medida
destas – comunicação da intenção do lay-off e justificação) – a lei até prevê que
sejam publicados todos os documentos que de alguma forma visam atestar essa
justificação
Artigo 307º diz que todo este processo (desde o inicio até ao momento em que a medida
esta em vigor) é acompanhado não só pelas estruturas representativas dos
trabalhadores como também pela ACT (serviço com competência inspetiva).
Artigo 303º a 306º CT – normas principais que falam dos direitos e deveres que se
mantêm neste período. A regra é manter se só os efeitos contratuais que não estão
ligados à prestação do trabalho. Dois principais aspetos destes artigos: o empregador
fica inibido de “gastar o que não tem ou que diz que não tem”, está em situação de crise
(303º nº1 al. c, d, e). E, além disso, 303º nº1 al. a, 305º nº1, nº2, 3 e 4 – em situação de
suspensão o trabalhador tem dto a auferir um valor a que a lei chama de compensação
retributiva que seja o seguinte: tem direito a manter 2/3 da retribuição que auferia (ex:
dá 400€ - menos que o salário mínimo e quando assim for tem de ser o salário mínimo)
Apontamentos Francisca Ávila
ou o valor do salário mínimo nacional caso não o atinja. No caso de mera redução da
atividade (ex: está a trabalhar 30% do tempo, inferior ao mínimo que a lei estabelece,
ex2: o trabalhador está a trabalhar 80% de 40 horas passa para 30 horas logo vai
receber o correspondente a 30 horas – não é significativo). Quando o valor de horas que
trabalha diminuir aquilo que o trabalhador vai receber é 2/3 ou o salário mínimo. Desse
valor que o trabalhador tem direito a receber 30% é pago pelo empregador e 70% é
pago pela segurança social (nº4). Seja quem for o pagador o trabalhador tem de receber.
O artigo 305º nº1 al. c diz que o trabalhador pode exercer outra atividade e se nessa
atividade tiver uma remuneração mínima então ai a segurança social e o empregador
antigo não tem de lhe pagar nada. 305º nº3
I.
3. Durante a suspensão mantem-se os dtos e deveres (295º nº1) das partes logo o
que acontece é que o empregador mantem o seu poder disciplinar (295º nº3).
Existem outras férias que também podem ficar em “check”, as férias a formar em
2016 as quais se irão vencer em 2017 e o facto de Zélia estar doente então este
período é ou não descontado no processo formativo das férias, o seu vencimento
e quantificação? Pode haver alguma afetação mas não é sempre e neste caso não
haveria redução – 239º nº6, para este artigo se aplicar temos de ter em conta
que o impedimento do trabalhador só pode terminar no ano seguinte, isto é,
começa num ano e acaba noutro ano diferente (dois anos diferentes). Tudo se
passa como se o trabalhador fosse contratado novamente (ex novo)
Se tudo começar e acabar no mesmo ano não há repercussão das férias, não
acontece nada às férias e não se aplica o 239º nº6 à férias ainda a ser formadas
II.
301º nº2) não esperou 5 dias para o inicio da medida, no entanto a lei
admite que no caso de haver acordo se aplique imediatamente mas neste
caso não houve acordo. Para todos os efeitos jurídicos a medida só produz
efeitos 5 dias depois no caso de não ter esperado 5 dias e não ter acordo
(este caso)– consequência de ineficácia da medida – passa-se como se o
contrato não tivesse suspenso. O empregador diz que a medida vai durar um
ano (artigo 301º nº1) – não houve catástrofe só houve perda de procura logo
teoricamente não podia ser um ano no entanto se o empregador provar que
houve então aplica-se, artigo 301º nº3. A sociedade não pode aumentar as
retribuições (seria ilícito a não ser que no caso concreto por desnecessidade
a segurança social não tivesse qualquer efeito) – 303º nº1 al. d.
b) Em síntese a resposta encontra-se no artigo 303º nº1 al. a + 305º nº1 al. a e
nº2 – normas que tem de se conjugar com o 305º nº1 al. c, 305º nº3 e nº4 –
todos estes preceitos estabelecem o regime de: os trabalhadores com o
contrato suspenso não podem deixar de receber um montante equivalente a
pelo menos 2/3 da retribuição que auferiam sendo que se for inferior ao
salário mínimo, então teriam de receber o salário mínimo. No caso de
redução seria o valor das horas que prestar no entanto se for inferior ao
salário mínimo então seria o salário mínimo. 70% segurança social e 30%
empregador. Caso tenha outra atividade remunerada então seria descontado
no “emprego suspenso”.
c) 306º nº3 – pago 50% pelo empregador e 50% pela segurança social e nada
tem haver com outras atividades remuneradas que exerça. Este direito
mantem-se na integra.
d) Artigo 298º A – se o empregador lança mão de uma medida deste género tem
um período de espera para voltar aplica la. Em principio teria de esperar
meio ano (a medida dura 1 ano). O que se verifica é que quer reaplica-la
passado um mês e não pode acontecer teoricamente a não ser por acordo
com trabalhadores. Esta redução da reaplicação da medida é ilimitada? Em
principio sim. Trata se de um acordo entre os trabalhadores (os mesmos ou
diferentes) ou só vale se os trabalhadores visados sejam os mesmos num
caso e noutro? Este acordo é formal ou pode ser meramente verbal? Esta
Apontamentos Francisca Ávila
medida põe em “check” o dinheiro publico e isto pode significar por na mão
dos privados, interesses públicos.
António nunes de carvalho – LOL
III.
Considerações introdutórias:
1. Participação na elaboração da legislação do trabalho: arts. 54º bº5 al. d e 56º nº2 al.
a CRP à referem-se a estruturas de representação dos trabalhadores (e nestas
normas estão os dtos destas estruturas) – dto este que depois se encontra – quando
um diploma em matéria laboral está a ser elaborado e se chega a uma versão
próxima da final (versão que na AR ou Governo vai ser sujeita a votação) esse
projeto tem de ser publicado para que sobre ele se possam pronunciar certas
entidades e, depois dessa publicação determinadas entidades (segundo a CRP são
Apontamentos Francisca Ávila
2. Concertação social (arts. 56º nº2 al. d e 92º CRP e 471º CT)
16.03.2016
Fazer casos práticos das fontes nas férias – não resolver o ultimo caso
- existe uma norma mal colocada (artigo 471º CT) que diz respeito à laboralizaçao
das fontes comuns (tem momentos especiais por se tratarem de normas
laborais).
- Concertação social: artigo 56º nº2 al. d e artigo 92º CRP e 471º CT
– sector comercial; CIP – sector industrial; CTP – sector de turismo). Sujeitos que
tem como função dialogar sendo que não há momentos fixos, é quando acharem
que existem assuntos que assim justifique (ex: discutir sobre a elaboração de um
determinado diploma em matéria laboral); dialogar espontaneamente e
apresentam o documento ou diploma.
Traços da concertação social: Tripartismo (os representantes são de três
origens e este tripartismo dá mais valias para o consenso) e não vinculatividade
(esses acordos genéricos ou específicos a que se chega, servem de base para
elaboração de diplomas mas não vinculam o legislador) – artigo 471º CT
Fontes especificas
- IRCT:
ii. Acordo de adesão (art 504º CT) – quais são os sujeitos abrangidos por
uma convenção coletiva de trabalho? Ex: existe uma empresa A que tem
1000 trabalhadores, esta empresa A celebra uma convenção de trabalho
com sindicato X que tem 5000 filiados é feita uma convenção coletiva de
trabalho (artigo 476º CT). Estão abrangidos pela convenção: a empresa
outorgante (se fosse uma associação seria todas as empresas que fossem
associadas), os trabalhadores da empresa e que sejam filiados no
sindicato X. Assim na empresa A dos 1000 trabalhadores, apenas 130
Apontamentos Francisca Ávila
estão filiados. Ou seja dos 5000 filiados do sindicato, só 130 são daquela
empresa. Ficam de fora 870 trabalhadores. O acordo de adesão é uma
figura que serve para ampliar o âmbito ou o numero de sujeitos
abrangidos pela convenção. Pode se fazer por varias vias a ampliação
mas uma delas é o acordo de adesão. Imaginemos que a empresa A é de
metalurgia e o sindicato idem. A empresa B ou negocia ex novo uma
convenção com o sindicato ou se achar que é equilibrada a da empresa A,
então adere (dirige uma proposta de adesão ao sindicato, sujeito que
teria sido a sua contra parte negocial caso tivesse estado na negociação
desde inicio). O sindicato X vai concordar ou não, se aceitar a adesão
teremos uma convergência de vontades que é um acordo de adesão.
Outro exemplo: o sindicato Y pretende aderir à convenção mas neste
caso dirige a proposta à empresa A pois seria com quem negociaria caso
ocorresse tudo de inicio, que pode ou não aceite pela contraparte
(empresa A). O acordo só pode ser feito pelas mesmas entidades
competentes para realizar convenções coletivas (associações sindicais,
empresa, associações de empregadores, coletivo de empresas). Este
acordo é negocial.
Artigo 504º nº3 – quando se adere a uma convenção coletiva ou se adere
a tudo ou a nada.
iii. Decisão arbitral (art 505º a 511º CT) – tem uma escassíssima aplicação
pratica. Existem vários tipos de decisões arbitrais, umas são como
substitutos da convenção coletiva de trabalho, outras é por exemplo os
serviços mínimos e por vezes é necessário que um órgão independente
avalie esta situação e isto é uma decisão arbitral. No âmbito dos IRCT´s a
decisão arbitral surge quando os sujeitos que estão a negociar uma
convenção coletiva de trabalho não se entendem então submetem o seu
problema a uma equipa arbitral que vão substituir-se a esses mesmo
sujeitos no seu dialogo frustrado e vai redigir um documento que vai ter
o nome de decisão arbitral e produz o mesmo efeito da convenção caso
tenha sido feita – decisão voluntária. Outra hipótese é: a discussão estar
frustrada, os sujeitos não se entendem sequer quanto ao recurso à
arbitragem e o que acontece é que há uma obrigatoriedade (decisão
ministerial) para a decisão arbitral. Se for obrigatória é não negocial, se
for voluntária é negocial
Apontamentos Francisca Ávila
iv. Portaria de extensão (514º, 516º e Res. 90/2012 – alterada por Res.
43/2014) – ato ministerial, não negocial, emanada pelos ministérios.
Tem uma finalidade idêntica ao acordo de adesão que é ampliar um
conjunto de sujeitos abrangido pela convenção. Esta ampliação depende
do que os ministérios entenderem. Na portaria o ministério diz algo do
género “ a convenção celebrada entre A e B passa a aplicar-se a todas as
empresas e trabalhadores do sector das pescas na região X”. O impulso
parte dos sujeitos outorgantes da própria convenção que vai ser
ampliada (a associação de empregadores ou sindical vão dirigir um
pedido ao ministério do trabalho para que a convenção seja estendida,
sendo que pode ser aceite ou não). Se o ministério entender aceitar a
extensão vai publicar no Boletim do trabalho e do emprego essa intenção
de ampliar a convenção e existe um período em que qualquer dos
sujeitos visados por essa ampliação pode vir a opor se a que tal acontece
(aqui incluídos os trabalhadores e empregadores) – deduzir oposição
516º nº3 CT. À partida o ministro responsável pela elaboração da
portaria é o ministro do trabalho (516º º1) todavia se houver oposição
(em massa) então a portaria vai passar a ser emitida pelo ministro do
trabalho mais o ministro da atividade em causa (ex: turismo, agricultura,
etc). As resoluções acima referidas: o mais relevante é o facto da decisão
ser discricionária dos ministros existindo um limite que é: só pode ser
objeto de extensão uma convenção que tenha sido outorgada por uma
associação de trabalhadores que represente pelo menos 50 % das
empresas do sector económico em causa.
- Usos Laborais
Relação entre IRCTS e a Lei
Qual o sentido do problema? Em que medida a convenção coletiva de trabalho pode
afastar a disciplina legal? Se em relação a determinada matéria, a lei previr um regime e
a convenção aplicável disciplina distinta, qual dos dois regimes se aplica? O legal ou o
convencional?
à Podem regular aspetos laborais não regulados na lei (ex: direito de subsidio de
refeição).
Principio da hierarquia/ prevalência da lei – todas as fontes de dto estão hierarquizadas
(ex: CRP acima da legislação ordinária). Do ponto de vista hierárquico, a lei é superior
aos IRCTS. Afirmar que a lei prevalece que dizer então que os IRCTS não podem regular
nada distinto do que está na lei? A afirmação de prevalência da lei não tem este
significado ou seja, a lei é hierarquicamente superior mas existem normais legais
(absolutamente imperativas – legislador criou uma norma e essa norma é imutável por
fonte inferior; relativamente imperativas/semi imperativas/imperativas relativas –
normas que admitem ser derrogadas por fonte hierarquicamente inferior mas só em
sentido mais favorável ao trabalhador; dispositivas ou supletivas – o legislador
estabelece um regime mas diz que esse mesmo regime só se aplica se fonte
hierarquicamente inferior não previr coisa diferente).
apurar (isto é, ir ler o nº2 do artigo p.e). ex: art 249º nº2 (matéria de faltas) –
lista de faltas e o IRCT (diz além das faltas do artigo 249º também pode faltar no
dia de anos). A lista do 249º pode ser ampliada? Não sei. Vamos averiguar: artigo
250º - norma relativamente imperativa.
4. Outros fatores ex: nenhuma norma mesmo que dispositiva não pode ir contra a
CRP, nomeadamente o artigo 139º CT
Diferente de normas legais vs cláusulas contratuais (artigo 3º nº4): fazer tudo até ao
critério 2 inclusive mas depois aplicamos no caso do confronto ser o contrato de
trabalho e o IRCT o nº4 do artigo 3º. Vigora um principio do tratamento mais favorável
Ex: matéria não regulada na lei – subsidio de alimentação (5€ por cada dia de trabalho)
estabelecido em IRCT. Mas o contrato de certo empregador e trabalhador abrangido
pela convenção diz que o valor é de 4€. O que prevalece? Principio do tratamento mais
favorável. O IRCT só é afastado quando o contrato de trabalho preveja condições mais
favoráveis
feito por um preceito adjacente como dispositivas perante IRCT, ex: artigo 339º nº2 e 3;
artigo 268º nº3, 223º nº2. As normas sendo afastada por IRCT, então não pode ser
afastada pelo contrato individual de trabalho. A imperatividade em que alude o nº5 nos
casos em que as normas legais dispõem que são afastadas por IRCT, não é certo que seja
uma imperatividade absoluta.
1. Convenção coletiva (fonte especifica – fonte que não encontramos noutro ramo) -
IRCT
c. 422º - 25 horas mensais. Estamos perante uma norma que não se autoqualifica
nem tem um preceito anexo que cumpra essa função. Artigo 3º nº3 al. n – só
derrogável em sentido mais favorável, não é válida. É relativamente imperativa.
d. Lei e IRCT – artigo 249º nº1 al. a – norma absolutamente imperativa (artigo 250º
CT) – norma não é válida
e. Não regulada em lado nenhum logo não estando regulado não existe um
preceito. Pode uma convenção coletiva regular matérias que a lei não regula?
Desde que se trate de matéria laboral (âmbito reconhecido ao exercício deste
dto) não é necessário que se trate de um aspeto previamente regulado em lei.
Não vigora o principio da precedência de lei se vigorasse então um aspeto da
convenção coletiva tinha de ser previamente regulado em lei.
Apontamentos Francisca Ávila
2.
b. IRCT e lei. Artigo 112º nº2 al. a – 90 dias; artigo 112º nº5 – prevalece o IRCT
c. A lei não regula. Mas sendo que o IRCT paga 5€ então é mais favorável logo
aplica-se o IRCT – regra da semi imperatividade (476º)
Usos Laborais
Apontamentos Francisca Ávila
Artigo 1º - contrato de trabalho está sujeito aos usos. Sugere que os usos são fonte do
dto de trabalho, esta afirmação de que usos são fonte tem um alcance. Dizer que são
fonte é afirmar que quando as partes celebram um contrato e executam a relação laboral
devem obediência aos usos, ou seja, o contrato está subordinado aos usos. Coloca o
problema de saber qual o lugar na hierarquia das fontes. Para o professor Júlio gomes:
“os usos laborais não são uma fonte de dto de trabalho em sentido próprio”, os usos
embora estejam no artigo 1º tratados dessa forma, para o professor não é
rigorosamente assim. O valor dos usos não é o valor no sentido do contrato ter de lhes
obedecer, é pelo contrario, os usos como prática da empresa tem o mesmo valor, ao
mesmo nível que o contrato e nessa medida as partes tem de ser comportar em
consonância com os usos mas não estão acima do contrato no sentido do contrato ter de
lhes obedecer. O contrato pode alterar um uso.
A partir do momento em que existe um uso as partes devem comportar-se em
consonância com esse mesmo uso assim como com o contrato. Havendo um uso numa
empresa é como se o uso fosse uma cláusula dos contratos celebrados nessa empresa, os
usos incorporam-se.
Regularidade, reiteração – prática que se repete de forma continuada sendo que não
representa que tenha de ser uma repetição diária ou semanal.
Generalidade – tendencialmente são abrangidos pelo uso todos os trabalhadores (não é
um tratamento individualizado mas sim genérico). Todos os trabalhadores não é
necessariamente rigoroso, o fundamental é que a prática não seja individualizada mas a
um conjunto aberto de trabalhadores.
Ex: prática de permitir o uso para fins pessoais do automóvel da empresa. Acontece que
nem todos os trabalhadores tem automóvel, depende das funções. Nem todos os
trabalhadores beneficiem desta pratica mas um grupo de trabalhadores de uma dada
categoria utiliza.
Supondo que o empregador adota a prática de tomar notas sobre o trabalhador – isto
não é um uso.
esta pratica pela primeira vez faz por generosidade e simpatia e não pensa que um dia
isto o possa vincular. O que faz de uma pratica espontânea um uso que o empregador
não pode violar, ou seja, assuma o valor de uma regra vinculativa?
Várias doutrinas:
- Pode ou não o uso ser excluído por IRCT? Pode mas existem limitações. Só estão
abrangidos os trabalhadores filiados no sindicato outorgante. Se a convenção
coletiva acabar com o uso essa convenção só vai abranger os que estariam
filiados e levantaria o problema de desigualdade.
- Sim pode eliminar o uso mas tem de o fazer de forma inequívoca – segundo o
professor Júlio gomes.
Apontamentos Francisca Ávila
Quando o empregador diz que não se quer vincular a uma prática - não se cria
expectativa e portanto não se verifica o fundamento de essa pratica se tornar
vinculativa. Mas continua a comportar se no mesmo padrão? O critério é sempre o da
expectativa, ou seja, apesar de o empregador ter dito que não ser quer comprometer
será que isto é legitimo dado que ele adota um comportamento contrário à sua
afirmação?
Empregador adota a medida de dar um premio aos trabalhadores mas depois volvidos 5
anos depois deste comportamento, o empregador está em crise económica logo quer
acabar com isso e cortar custos: pode com este fundamento acabar com o uso
unilateralmente? Há quem reconheça essa possibilidade através de uma norma do
código civil (artigo 437º CC) que fala de uma situação chamada “alteração superveniente
das circunstâncias”.
Apontamentos Francisca Ávila
Por ultimo, imaginemos que há um uso e a partir de certo dia o empregador está farto
daquilo e decide deixar de o respeitar. Os trabalhadores acatam. Mas um trabalhador
vem dizer que esta não pratica do uso é ilícito e o empregador diz que agora existe um
contra uso (prática oposto que é reiterada). Há quem aceita que um uso pode ser
eliminada por um contra uso. O professor Júlio não aceita porque diz que um uso não
nasce de um ato ilícito logo não pode gerar um contra uso porque também seria ilícito.
Liberdade Sindical
13.04.2016
Principio da liberdade sindical está presente na constituição (artigo 55º CRP) – é
reconhecida aos trabalhadores a liberdade sindical, condição e garantia da construção
da sua unidade para defesa dos seus direitos e interesses. Assume quatro vertentes:
1. Dimensão individual – quando são liberdades que podem ser exercidas pela
pessoa individual
a. liberdade de constituição (de sindicatos – pessoas singulares que se reúnem
para formar um sindicato)
b. liberdade de inscrição (querer ou não inscrever-se no sindicato)
Apontamentos Francisca Ávila
- artigo 55º nº2 al. a CRP: no exercício da liberdade sindical é garantido aos
trabalhadores, sem qualquer discriminação, a liberdade de constituição de
associações sindicais a todos os níveis
- liberdade de exercício coletivo
- sem dependência de autorização prévia (46º CRP) – em que medida isto é
relevante? Pode o MT recusar o registo da futura associação sindical, invocando
uma ilegalidade? O MT não pode fiscalizar o mérito ou a legalidade do processo
sob pena de violação do principio da liberdade sindical. Papel do MT após o
registo:
i. publica os estatutos no BTE nos 30 dias posteriores à sua recepção
ii. elabora uma apreciação fundamentada sobre a legalidade da
constituição da associação e dos estatutos
iii. envia os documentos, dentro do prazo de 8 dias a contar da publicação,
ao Ministério Público
- caso os estatutos contenham disposições contrárias à lei, no prazo de 8 dias
posteriores à publicação, notifica a associação para que esta altere as mesmas,
no prazo de 180 dias. Caso não haja alteração no prazo de 180 dias, o serviço
competente remete o processo ao Ministério Público.
Controlo da legalidade:
Para uma mesma categoria profissional no mesmo âmbito geográfico deverá existir um
único sindicato ou podem coexistir vários? Problema do monopólio legal (unicidade
sindical) ou pluralismo sindical. Monopólio legal quer dizer que só pode existir um
sindicato para cada categoria profissional, aqui os sindicatos tem muito mais poder
porque havendo um só sindicato existem mais pessoas filiadas. O pluralismo diz que
podem existir vários sindicatos, aqui tem menos força “dividir para reinar” o que
acontece é que cada sindicato tem menos filiados logo tem menos força.
Consagra-se na alínea e do 55º CRP o direito de tendência para evitar o risco do
pluralismo sindical. Artigo 450º - conteúdo dos estatutos (os estatutos dos sindicatos
devem conter e regular o exercício do dto de tendência). O direito de tendência no fundo
é assegurar que o sindicato proteja visões diferentes no seu seio para evitar que saiam
dos sindicatos e criem novos sindicatos.
O que é uma unidade sindical? Não diz respeito a uma exigência legal mas a uma situação
de facto. quando existe um sistema de unidade sindical, a lei permite a constituição de
vários sindicatos, a lei permite o pluralismo sindical. Então se permite porque dizemos
que o regime é de unidade sindical? Porque apesar da lei permitir, não se criaram.
Conclusão: eles tem um sindicato por categoria mas podiam ter mais ex: Alemanha
Caso: um homem estava filiado a um sindicato e distribuía papéis nazis e foi expulso do
sindicato. Propôs uma ação e ganhou a ação contra o sindicato uma vez que não o pode
expulsar devido às suas convicções. O sindicato recorreu ao tribunal europeu dos
homens segundo o artigo 11º do CEDH (convenção europeia dos direitos do homem). O
tribunal europeu interpretando o artigo 11º, diz que existe alguma discricionariedade
do sindicato uma vez as ideologias do sindicato ser diferente da do senhor.
Sistema de cobrança e entrega de quotas sindicais – artigo 458º
- o empregador tem a obrigação de proceder à dedução do valor da quota sindical
na retribuição do trabalhador + de a entregar ao sindicato respeito (até ao dia 15
do mês seguinte) nos seguintes casos:
1. IRCT + autorização do trabalhador
2. Pedido expresso do trabalhador dirigido ao empregador
Apontamentos Francisca Ávila
Crime de retenção de quota sindical – artigo 459º
O empregador que retiver e não entregar à associação sindical a quota sindical cobrada
é punido com a pena prevista para o crime de abuso de confiança.
Revogação do sistema de cobrança e entrega de quotas sindicais – art 458º
1. o trabalhador pode revogar a sua declaração por escrito
2. o trabalhador deve enviar copia ao sindicato
3. a declaração produz efeitos a partir do mês seguinte ao da sua entrega ao
empregador
C. Liberdade de organização e regulamentação interna
1. pode definir o seu âmbito subjetivo (horizontal, vertical) e geográfico
2. definir a sua estrutura e funcionamento
3. definir o financiamento e administração
4. definir os dtos e deveres dos associados
Limitações:
1. Principio democrático (55º nº3 CRP e 451º)
a. eleição periódica dos órgãos dirigentes (55º nº3 CRP) – mandato de duração
máxima de 4 anos (451º al. c)
b. eleição por escrutínio secreto (55º nº3)
c. direito de participação na vida sindical de todos os membros em posição de
igualdade (55º nº3 e 451º al. a)
d. igualdade de oportunidades de todas as listas concorrentes aos órgãos de
direção (451º al b)
e. principio do contraditório em procedimentos disciplinares (452º)
f. direito de tendência (55º nº2 al. e CRP e 450º nº2)
Lei aplicável:
1. Código do Trabalho
2. Regime subsidiário (441º): artigos 167º e ss CC desde que:
- não contrarie o CT
- não contrarie a natureza especifica da autonomia sindical
Intuito de garantir às associações sindicais uma liberdade efetiva, com esse intuito
existe um conjunto de normas no nosso ordenamento jurídico que leva a ideia de
independência e autonomia das associações sindicais (405º e 446º CT e 55º nº4 CRP).
Segundo o artigo 55º nº4 – as associações sindicais são independentes do patronato do
Estado, das confissões religiosas, dos partidos e outras associações politicas devendo a
lei estabelecer as garantias adequadas dessa independência (405º e 446º).
à artigo 405º: O apoio tem de ser igual para todos, não pode haver tratamento
privilegiado por parte do Estado.
à Secção sindical – trabalhadores de uma empresa filiados num mesmo sindicato – al. e
Apontamentos Francisca Ávila
III.
b. Há quem aceita que um uso pode ser eliminada por um contra uso. O professor
Júlio não aceita porque diz que um uso não nasce de um ato ilícito logo não pode gerar
um contra uso porque também seria ilícito (artigo 1º CT).
c. Pode ou não o uso ser excluído por IRCT? Pode mas existem limitações. Só estão
abrangidos os trabalhadores filiados no sindicato outorgante. Se a convenção coletiva
acabar com o uso essa convenção só vai abranger os que estariam filiados e levantaria o
problema de desigualdade. Sim pode eliminar o uso mas tem de o fazer de forma
inequívoca – segundo o professor Júlio gomes.
d. O silêncio não tem valor declarativo apenas em casos excecionais (219º CC).
20.04.16
Os representantes dos trabalhadores têm direitos especiais que os outros não tem, cuja
razão de ser é possibilitar as funções de representação, permitir o exercício das suas
funções. Além disso, também é devido ao facto dos representantes dos trabalhadores
aos olhos do empregador representarem trabalhadores que também não gostam muito
e em razão deste facto eles estão expostos a uma conduta de perseguição pela parte do
empregador.
- Artigo 408º - crédito de horas – certo numero de horas que vai representar uma
parte do período normal de trabalho que os representantes dos trabalhadores
têm em vista da execução das suas funções de representação dos outros
trabalhadores; traduz-se no empregador não poder exigir determinado numero
de horas de trabalho (não trabalho mas há retribuição – nº2). O trabalhador tem
de informar quando quiser utilizar o crédito de horas (nº3). Ele não pode
cumular horas caso seja da comissão por exemplo (nº4).
Artigo 467º (crédito de horas do delegado sindical) – crédito de 5 horas por mês
ou 8 horas se fizer parte da comissão intersindical
468º (crédito de horas para o membro de direção da associação sindical) – 4
dias por cada mês
- Artigo 443º - lista exemplificativa – artigo 56º nº2 e 3 CRP - (protocolo com
hospital garantir preços mais baratos aos seus associados por exemplo – al. b);
artigo 4º e 5º do CPT (al. d); 530º nº1 (al. e)
456º - extinção das associações sindicais: voluntária (resulta de uma decisão dos órgãos
do sindicato) ou judicial (tem lugar no procedimento do artigo 456º nº2). É sempre
judicial, não um ato administrativo.
4. Ato proibido pelo artigo 406º - tratamento privilegio para os trabalhadores que
estejam filiados num determinado sindicato – ato de segurança sindical
(promove a filiação e promovendo a filiação este ato tem duas consequências:
por um lado trata-se de um ato de ingerência na própria autonomia sindical (não
está a mover-se só por si está a beneficiar de influencia externa) e também tal
ato teria o efeito de ao promover a filiação está a limitar ou a restringir a
liberdade de filiação sindical na sua dimensão negativa porque o trabalhador
que não se queira filiar fica prejudicado. É proibido e punido segundo o artigo
407º CT. Dentro dos atos de segurança sindical costumam distinguir-se vários
tipos: closed shop (só emprega quem for filiado); union shop (dá um prazo para
o sujeito em causa se filiar, ou seja, a condição de filiado não é necessário para a
contratação mas sim para a permanência no emprego), maintenance of
membership (o empregador contrata pessoas que não estejam filiadas
(normalmente depois de se contratar filiam-se), mas compromete-se a despedir
ou prejudicar quem se desfilie – isto é podem não estar filiadas quando contratar
e nem se filiarem mas quem se desfiliar é despedido ou prejudicado).
Apontamentos Francisca Ávila
5. Artº 465º CT – o delegado tem dto de o fazer a não ser que tivesse perturbado a
vida empresarial , não havia qualquer conduta a punir . Se o empregador pune
com o despedimento esta a cometer um despedimento ilícito (381º) e a incorrer
numa proibição (406 nº1 b)).
Caso 10
Cláusula closed shop – ato proibido pelo artigo 406º e punido pelo artigo 407º
Caso II
1. Regras que o código contem – limites à liberdade estatutária. Principio
democrático tem relevo o artigo 451º mas antes deste 450º nº1 al. b, pois obriga
a que sejam criados pelo menos os órgãos aqui referidos. 451º nº3.
2. Delegado sindical é o sujeito que representa um sindicato numa empresa, esse
delegado representa os trabalhadores dessa empresa filiados no sindicato, mas
esse delegado não é escolhido por esse trabalhador
Artº 462º CT – ele é escolhido de acordo com as regras dos estatutos do
sindicato que podem não permitir que o delegado seja votado apenas pelos
trabalhadores da empresa que ele representa , pode ser escolhido de outras
maneiras
Caso III
Artigo 441º CT + 162º CC
Caso IV
a. 444º CT – está vedado pelo principio da dupla filiação que aqui está consagrado
no número 5.
Apontamentos Francisca Ávila
b. Neste caso está a sindicalizar se em dois sindicatos mas tem dois contratos, dois
empregos mas de carácter diferente.
Caso V
Art 463º - esta norma não responde quantos delegados sindicais podem existir em cada
empresa, não tem resposta na lei o que o sindicato decidir
A questão que esta norma responde é quantos delegados sindicais filiados nessa
empresa são titulares desse direito.
Depende de dois fatores:
1º dimensão da empresa
2º numero de trabalhadores sindicalizados
6.
b) Artigo 460º + 466º - dever de informação
Direito de reunir com o empregador - os delegados sindicais não têm este direito.
b. artigo 412º e 413º (dever de confidencialidade) - 410º (presume-se sem justa causa o
despedimento)
7.
Apontamentos Francisca Ávila
9.
a. Artigo 465º (liberdade de distribuição) - a distribuição foi feita pela hora de almoço
a pessoas que não estavam trabalhar logo não perturbou a empresa. 406 + 407º
nº2. Artigo 410º - proteção em caso de despedimento
b. Procedimento simplificado - não pode ser segundo o artigo 358º nº1
c. 386º (alude a uma providencia cautelar que os trabalhadores tem ao seu dispor para
reagir rapidamente a um despedimento; intuito que o juiz aprecie de uma forma
sumária se o despedimento parece lícito ou ilícito de forma a recoloca-los no seu
posto de trabalho no caso de terem razão)+ 410º nº4 + 410º nº1 e 2 (estando um
trabalhador afastado da empresa, ele tem direito a aceder à empresa para exercer as
suas funções de representação)
d. Artigo 353º nº2 + 357º nº6 + 381º al. c + 382º nº1 in fine e nº2
e. 392º nº3 + 410º nº6 9 anos de antiguidade (porque os 6 meses vai corresponder a
um ano)
2000 € x 9 antiguidade
Não precisam de se filiar nem pagar quotas, estão automaticamente representados por
estas.
A lógica é a representação ser unitária (1 comissão de trabalhadores para 1 empresa)
Nota: fora da empresa as associações sindicais tem mais poder (agente mais
emblemático); na vida dentro da empresa as comissões de trabalhadores (participação
na gestão da empresa, dialogo com o empregador) é o organismo de representação
privilegiado (órgão que introduz alguma democracia na gestão da empresa)
Artigo 415º
jurisdicional não é feito pelo Ministério de Trabalho mas sim pelo Ministério
Público). É evidente através da CRP que podem coexistir diversas formas de
representação.
b) Artigo 417º nº1 al. a - poderia ter 2 elementos
c) Não existe nenhuma norma sobre a cumulação de funções logo presumimos que
isso pode acontecer. O artigo 415º nº3 que diz que qualquer trabalhador da
empresa tem o dto de participar na comissão de trabalhadores e pode ser eleito
para a mesma. O mesmo trabalhador não pode cumular os créditos de horas mas
pode exercer várias funções de representação. 25 horas mensais 422º nº1 al. b;
delegado sindical tem 5 horas mensais 467º à logo teria 25 horas (maior
crédito de horas)
II.
a) Agravamento das condições de trabalho e mudanças (al. c 425º); orçamento
para 2016 – artigo 425º. Não foi solicitado parecer. 423º al. G – direito de
reunião – tem direito a reunir. O trabalhador tem razão.
Solicitou uma reunião – artigo 419º (limite máximo de 15 horas por ano) o que o
enunciado diz é que a reunião foi 3 horas mas não diz que ultrapassou as 15
horas semanais caso ultrapassasse contaria-se como tempo de falta, conta como
tempo de serviço efetivo no caso de não ultrapassar as 15 horas. Artigo 420º - a
comissão deve comunicar ao trabalhador com a antecedência de 48 horas. Atos
ilícitos por parte do empregador. Contraordenação muito grave – 419º nº2 pois
retirou a convocatória da reunião. O empregador deve ter o comportamento do
artigo 420º nº3 (por a disposição dos trabalhadores as condições para a reunião
se realizar) cometendo uma contraordenação artigo 420 nº4º. 406º nº1 al. b
proibição de despedir um trabalhador.
b) A lei não responde no entanto existe um elemento que nos aponta para uma
resposta negativa. Por um lado controlar a presença dos trabalhadores quer
dizer que o empregador quer saber quem são os mais ativistas (atos
discriminatórios). Artigo 419º al. b diz que o tempo de reunião conta como
serviço efetivo – o empregador não pode tirar uma consequência negativa da
reunião logo não devia querer saber da reunião. O empregador não deve poder
controlar a presença dos trabalhadores na reunião a não ser que acha que está a
existir alguma fraude (ex: dizerem que vão para a reunião e vão para outro lado).
Apontamentos Francisca Ávila
Ele pode controlar as horas (não pode interromper a reunião mas pode dizer por
exemplo “a reunião tem a duração de 3 horas tudo que seja para além disso será
contado como falta”)
Art 476º ss
Principio do tratamento mais favorável (IRCT – Acordo individual)
Art 477º - forma – todos tem de revestir a forma escrita sob pena de nulidade (portaria
de extensão por exemplo). Os que provem de sujeitos laborais (acordo de adesão e
convenção coletiva) eles até são publicados – remeter para o 519º (nº2 diz que esta
publicação no BTE não obsta aplicação também no Diário da República)
Artigo 480º - publicidade dos instrumentos de regulamentação coletiva (norma muito
violada)
Artigo 478º - fala nos de alguns limites que existem quanto ao conteúdo dos IRCT´s
Artigo 479º - princípio da igualdade e não discriminação
Em abstrato pode acontecer que determinadas relações laterais sejam abrangidas por
mais de um IRCT e podem ser diferentes logo é necessário escolher qual o que de facto
se vai aplicar, só um é que é efetivamente aplicado.
Exemplo: imaginemos que a empresa A (sector têxtil) celebrou uma convenção coletiva
com o sindicato X (sector têxtil), todavia esta mesma empresa A está inscrita numa
associação de empresas (que é mais ao menos o equivalente a uma associação sindical,
tem uma estrutura representativa de empresas). Esta associação de empresa também
celebra com o sindicato X uma convenção. Os trabalhadores desta empresa (filiados no
sindicato X) são abrangidos pelas duas convenções. Qual se escolhe? É necessário
existirem critérios, escolhe-se uma segundo os critérios.
Exemplo 1: O sindicato dos camionistas da zona centro celebrou uma cct com a empresa
X, de Coimbra mas a federação nacional dos transportes (sindicato tipo superior), a que
aquele sindicato pertence, também celebrou uma cct com a associação de empresas de
transportes, em que a empresa X está inscrita. A é camionista trabalha na empresa X e é
filiado no sindicato dos camionista da zona centro. Que cct o abrange?
Teoricamente as duas.
Encontram-se nos artigos 481º a 484º mas a ordem pela qual são utilizados não é essa.
483º - concorrência entre portarias de extensão (aplica-se o 482º do nº2 a 4º) – se não
houver escolha aplica-se o nº3
Havendo conflito seria sobre uma portaria de extensão e uma convenção. Uma portaria
de extensão é um ato administrativo que serve para estender a convenção coletiva.
Imaginando que existe uma convenção coletiva de trabalho com uma portaria de
extensão o que se pergunta é a convenção originariamente abrangia os trabalhadores do
filiados no sindicato X e além destes existem trabalhadores doutros sindicatos e
trabalhadores não filiados. A portaria vai alargar a todos os trabalhadores em causa ou
apenas aos trabalhadores do sector em causa sem estarem filiados num sindicato.
Norma constitucional – artigo 56º nº3 – quem tem competência para celebrar
convenções coletivas de trabalho – são as associações sindicais (capacidade em abstrato
de celebrar convenções coletivas de trabalho). Uma coisa é competência outra é
legitimidade. A legitimidade dá resposta quais as associações sindicais é que podem
celebrar determinada convenção coletiva – parte legitima representativa da área ou
sector de atividade ou termos geográficos que vai abranger (ex: que vai abranger
Apontamentos Francisca Ávila
ATENÇÃO: 481º nº3 CT – considerada uma norma com debilidade pois permite que as
associações sindicais (com legitimidade) deleguem esse seu poder noutras estruturas
representativas dos trabalhadores.
Nota: 479º - uma convenção coletiva de trabalho as partes incluem o conteúdo que
quiserem (com alguns limites). Se houver alguma cláusula que vá contra a lei vai ser
ultrapassada pela norma legal correspondente. Existe uma matéria que o legislador
se preocupou mais: controlo da observância do principio da igualdade e não
discriminação, prazo de 30 dias a contar da publicação. Quem emite o parecer é o
ministério do trabalho mas não é ele que precisa de fazer o controlo (pode ser
jurisdicional).
Conteúdo obrigatório – artigo 492º nº1 – dizer a quem se vai aplicar por exemplo.
Comissão paritária
493º - equipa constituída por sujeitos que celebram a convenção, tem um numero de
membros iguais tanto de um lado como do outro. Serve para redimir litígios referentes à
interpretação de uma convenção coletiva. Definir o alcance das lacunas. Pode ou não ser
constituída. Deliberações (nº3)
Trata-se da delimitação dos sujeitos que a convenção traz. Artigo 496º - principio da
filiação. A convenção aplica-se aos empregadores que sejam outorgantes dela mesma ou
que estejam inscritos (os empregadores) em associações de empresa celebrantes – isto
do lado dos empregadores. Do lado dos trabalhadores aplica-se aos trabalhadores das
empresas celebrantes e que estejam filiados no sindicato.
A norma tem como epigrafe principio da filiação e a doutrina alude a esta solução um
principio da dupla filiação (eles na empresa não estão filiados, estão no sindicato mas
trabalham na empresa) então a doutrina alude a isso mas não existe dupla filiação.
Exemplo 2: O senhor A está filiado no sindicato X mas pouco depois da celebração da cct,
ele desfilia-se do sindicato
Esta norma define o âmbito subjetivo originário da cct, ou seja, isto significa que o
âmbito de sujeitos que a cct abrange pode ser alargado. Duas figuras que alargam são o
acordo de adesão (504º) e a portaria de extensão (514º sendo que a portaria de
extensão está regulado do 514-516 tem também aspetos regulados na Resolução de
2014 indicada no campus – regime que deve ter sido em paralelo com o código de
Apontamentos Francisca Ávila
trabalho), mais importante que a resolução contem é a ideia que nem todas as cct
podem ser objeto de portaria de extensão para que possam ser é necessário os
requisitos da resolução: que as empresas ou a empresa que a celebrem absorvam pelo
menos 50% dos trabalhadores do sector económico em causa, isto significa que se exige
que a convenção para ser objeto de portaria de extensão a empresa tenha muitos
trabalhadores (minuto 40).
Temos um problema: desde que o momento em que se filia, continua a aplicar a cct que
escolheu? A lei dá resposta díspar. Por um lado nos termos do 497º nº2 encontramos
uma norma que diz que o trabalhador escolhendo uma cct, essa cct vai se aplicar até ao
final da sua vigência. De acordo com o artigo anterior a solução é oposta passa a ser
aplicada a cct nova.
A lei não resolve este problema, quem resolve é o prof. Júlio Gomes: em caso de escolha
de uma convenção, essa convenção vai aplicar-se ao trabalhador até ao final do prazo de
vigência mesmo que entretanto o trabalhador se filie num certo sindicato que tivesse
anteriormente celebrado uma cct distinta.
Outro problema: articulação de 497º e 498º - o artigo 498º diz que havendo uma
transmissão da unidade económica, a cct da unidade económica transmitida vai
continuar aplicar-se, vai aplicar-se à entidade adquirente. Agora, existe uma unidade
económica que foi transferida (A é quem transmite) e B (adquirente), vai passar a ter na
sua empresa uma cct que só se aplica por força do artigo 498º (ele não celebrou mas
migrou para a sua esfera por força do fenómeno de transmissão). Os trabalhadores do
sujeito B que não foram visados pela transmissão podem usar a faculdade do 497º
(escolha de uma convenção) ? é vigente nessa empresa mas pode essa cct ser uma
hipótese de escolha?
A lei não responde mas o prof. Júlio acha que a tal convenção que só se aplica ao
adquirente pelo 498º, logo não se pode aplicar aos restantes trabalhadores que querem
escolher.
2. A convenção pode ser omissa relativamente a este ponto, mas o 499º nº2 diz que
vigora durante 1 ano. Parece resultar desta norma que uma cct não pode
determinar que ela própria se aplique por tempo indeterminado.
3. Problema da renovação – a cct deve regular o prazo e sim a sua renovação. Se
não disser quando se renova, a lei diz que se renova durante mais um ano (499º)
4. Pode deixar de vigorar através de duas vias:
a. Acordo – 502º nº1 al. a – pode ser: simplesmente um acordo ou pode ser um
acordo que se traduz na substituição de uma cct por outra (caso em que se
coloca o problema de sucessão de convenções coletivas – 503º)
b. Caducidade – 502º nº1 al. b – diz nos termos dos artigos anteriores.
16.05.2016
Artigo 499º - eficácia temporal da convenção coletiva – não pode prever validamente
que vai durar por tempo indeterminado. Se assim for existe um regime geral.
2. Artigo 502º nº1 al. b que diz respeito à caducidade: a caducidade não é
automática (ou seja, suponhamos que a convenção de acordo com os seus
Apontamentos Francisca Ávila
termos tem duração de 1 ano e ao fim desse ano caduca, mesmo que isso seja
dito a convenção não vai caducar ao fim desse ano) – para a caducidade
acontecer tem de ser praticado um ato por uma das partes (denuncia de uma
convenção coletiva de trabalho – 500º comunicação de uma parte da convenção
à outra que manifesta a vontade que a convenção caduque), esta denuncia não
produz qualquer efeito se se esgotar nisso mesmo (ex: se a parte interessada se
limitar a dizer à outra que quer que cesse, não tem efeito) ela precisa de ser
acompanhada de uma proposta negocial (pretende renegociar, revê la). Se uma
parte dirigir a outra uma denuncia, a denuncia só produz efeito no fim do prazo
(de ano a ano). A caducidade pressupõe o ato de denuncia.
503º nº3 – É necessário que ela diga expressamente numa cláusula que
globalmente ela é mais favorável que a anterior (garante a validade de outras
cláusulas que se traduzam em reduções das vantagens previstas na convenção
anterior).
Há quem pergunte o seguinte: o que a lei exige é que as partes digam o que é
mais favorável (o que o legislador quer é desonerar/escusar o juiz à tarefa de
ver qual a convenção mais favorável, no entanto admitem alguns autores que a
titulo excecional (se for evidente) seja desconsiderada que a cláusula que diz que
a convenção mais recente é mais favorável, logo as outras cláusulas tornam-se
inválidas).
Paulo Mota Pinto e Júlio Gomes não concordam pois acham que veem mais
autonomia privada do que propriamente algo parecido à lei.
18.05.16
Caso 24
Tinha de entregar ao Ministério de Trabalho para o depósito que pode não ser aceite
uma vez que a convenção foi celebrada entre a sociedade XPTO e a Comissão de
trabalhadores (491º nº3).
423º, artigo 56º nº3 CRP, artigo 443º al. a + 2º nº3, 491º nº3, 494º nº4 al. a
Caso 26
1- CCT XPTO+ Z – ACORDO DE EMPRESA
2- CCT XPTO+W – ACORDO DE EMPRESA
3- CCT KZT+W+Z – CONTRATO COLETIVO
a. principio da filiação 496º
484º - concorrência de negociais e não negociais, prevalece os negociais
482º nº1 al. a – acordo de empresa
c. 496º nº4
o momento do 496º nº3 + 496º nº4 – momento da apresentação da proposta
(inicio do processo negocial). Pode aderir sendo um trabalhador não filiado
concorrendo pelo artigo 497º
Caso 27
b. Adesão individual . 497º. De acordo com a ratio do 498º não podemos aplicar da
convenção pois estão em causa trabalhadores que não foram trabalhadores do
transmitente. É uma exceção ao principio da filiação. Não se pode aplicar uma
convenção que a sociedade Y não realizou.
Caso 28
a. 499º nº1. Em principio será renovada sendo discutível que se possa aplicar o
nº2 salvo se houver denuncia ou a própria convenção o disser. Ocorre
sobrevigência (501º nº2)
Nota: Ao abrigo da autonomia coletiva pode ter uma cláusula que diga que revoga no
entanto mesmo assim a convenção não cessa automaticamente.
c. Neste caso seria um uso que se incorpora no contrato de trabalho logo tem de
continuar a pagar
d. Não pode porque a matéria disciplinar não está prevista no nº8 do 501º (da pós
eficácia)
g. Se nunca foi aplicada, não há efeitos já produzidos sendo assim não se aplica o
nº8 do 501º. Não se aplica a convenção coletiva, logo havendo contrato
individual que não vá contra a lei pode fazer.
Caso 29
496º + 502º
Norma extensiva 502º - havendo incumprimento dos requisitos não há suspensão.
Condição de eficácia – depósito e publicação BTE. Logo é ineficaz porque não foi
depositada. Ele pode invocar porque não houve suspensão da convenção coletiva.
25.05.2016
Greve
Direito fundamental artigo 57º CRP – (DLG) – não é apenas fazer uma afirmação vazia. O
dto à greve é compatível com restrições mínimas. Tem fundamentalmente três
conteúdos: afirmar que os trabalhadores tem dto à greve, proibição do lock-out (isto
seria o mesmo que greve mas para os empregadores, ex: fechar as portas da empresa) e
conceito amplo de greve. Ninguém define greve, nem o código nem a crp. A doutrina
entende que a crp tem alguns sinais que apontam que se entenda o conceito de greve de
uma forma ampla (fronteiras indefinidas). Compete aos trabalhadores o âmbito de
interesses a defender na greve, a lei não pode limitar esse âmbito.
- Dto dos trabalhadores: associar a greve aos trabalhadores significa que sempre
que usamos a palavra greve associadas a outros sujeitos (estudantes por
exemplo) isto é impróprio (o que os outros grupos sociais fazem são
manifestações)
objetivo é que eles sabem que formalmente não estão parados as horas todas no
dia, mas na prática causam prejuízo como se não fossem trabalhar pois existe
uma quebra de rendimento), (ex: greve rotativa – empresa que tem vários
departamentos e cada equipa para durante um tempo), (ex: greve estratégica ou
greve trombose – acontece quando há um vaso sanguíneo fundamental que
“entope” – que paralisa é o sector chave, ex: camiões – uma equipa está
responsável por encher o deposito nos camiões, se este paralisar as outras vão
parar). Greves parciais – abstenção de apenas uma parte do trabalho (a mais
conhecida é a greve de mala – feita pela 1ª vez por trabalhadores que eram
condutores de autocarros e estavam incumbidos de conduzir o autocarro e nas
paragens fazer controlo dos bilhetes dai levarem uma mala) – a greve traduziu-
se em absterem-se de verem os bilhetes e apenas conduzirem o autocarro, temos
também greve suplementar (não exercem trabalho suplementar). – isto todo são
greves atípicas.
- Isto não é greve porque não há abstenção - para a maior parte da doutrina.
Escolha de aderir ou não à greve (escolha individual): Quais são os trabalhadores que
podem fazer essa escolha? Todos os trabalhadores desse sector podem aderir mesmo
que não estejam filiados no sindicato que a decide. Se a greve for declarada por uma
assembleia de trabalhadores, todos os trabalhadores dessa área podem aderir.
Depois de decidirem uma greve tem de se fazer o chamado aviso prévio de greve, tem de
ser comunicada a duas entidades: ao empregador visado ou associação de
empregadores e também ao Ministério do trabalho – 534º. Com que antecedência? 5
dias úteis (prazo normal), 10 dias úteis (prazo excecional). O aviso prévio significa que
desde que a greve é decidida até que comece efetivamente existe um tempo, isto para se
precaver possíveis consequências negativas, prejuízos. Serve também para precaver
interesses públicos (as pessoas saberem da greve). Também serve para o conflito que
originou a situação de greve seja sanado – objetivo de pacificação do conflito no sentido
da greve já não vir acontecer. Aviso prévio feito por meios idóneos (por escrito ou por
comunicação social).
Informações que tem de constar do aviso prévio:
Pode o empregador recorrer a outras hipóteses que não estão previstas na lei para
contornar a lei? Discute-se na doutrina.
539º termina por acordo entre as partes, deliberação por quem a tenha declarado ou no
final do período para o qual foi declarada.
Não é forçoso que a greve seja levada até ao fim, até porque pode haver acordo.
A entidade que a declarou pode extinguir a greve.
Ex: um trabalhador aderiu a uma greve de 3 dias mas ao fim do 1º dia quer desistir.
Pode? Sim pode.
Outro exemplo: greve decidida para durar 3 dias. Entretanto a associação sindical decide
prolongar a greve. Isto é possível? Parecer da procuradoria da república que diz que sim
com o argumento: não sendo obrigatório no aviso prévio indicar a duração da greve está
sempre na mão de quem a declarou prolongá-la. Entende-se por outro lado que não é
obrigatório dizer o termo da greve e normalmente diz que o termo da greve, logo nos
casos em que a duração da greve é dada a conhecer segundo determinada posição não é
legitimo prolongar se a greve até porque seria contra o principio da boa fé.
Se o sujeito comunicou a sua duração, vincula essa mesma entidade que não pode
prolongar a greve – Maria do Rosário Ramalho.
Apontamentos Francisca Ávila
540º - não pode haver um ato que prejudique um trabalhador por ter aderido à greve
541º - quando é que a greve é ilícita (ex: não há aviso prévio) – quando não é respeitado
algum preceito legal
à Mesmo estando em greve, podem estar a trabalhar por serem obrigados a tal: artigo
537º - obrigação de prestação de serviços durante a greve
Prazo excecional de 10 dias para aviso prévio: quando afetam necessidades sociais
impreteríveis
O legislador exige que o aviso prévio de greve contenha uma proposta de definição dos
serviços mínimos - 534º nº3
492º nº2 – programação dos serviços mínimos al. g
538º nº1 - definição de serviços a assegurar durante a greve (definidos em IRCT ou por
acordo)
538º nº2 – intervenção do ministério do trabalho para promover um acordo
na falta de acordo aplica-se o nº4 que contempla duas situações distintas: empresa
privada (al. a )e empresa publica (al. b)
Existem outros serviços que os trabalhadores podem ser chamados a fazer durante a
greve – 537º nº3 (necessidades do empregador)
Cláusulas de paz social – 542º remete para 492º nº2 al. f - surgindo um conflito
relacionado com o conteúdo da convenção em causa, podem as partes decidirem: na
Apontamentos Francisca Ávila
4. A lei faz um convite no artigo 492º nº2 al. g. Quando a entidade que declara a
greve apresenta o aviso prévio deve apresentar a proposta para os serviços
mínimos. Caso não preveja – 538º nº2. Não havendo acordo ou a empresa é
publica (538º nº4 al. b), caso seja privada (538º nº4 al. a). Deve haver lugar à
prestação de serviços mínimos? Isto só tem resposta quando a greve está a ser
efetivada. Se a greve tem uma adesão grande ou não, se ocorre num sector que
tem sectores alternativos ou não. Devem limitar-se ao necessário (conhecendo
as situações concretas em que a greve se desenrola)
5. Se não fizerem: infração disciplinar (537º nº4), pode haver lugar requisição civil