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RESUMO: Este artigo busca analisar os procedimentos adotados por órgãos competentes
em relação ao acidente ocorrido no trabalho e contribuir para a conscientização dos
trabalhadores sobre as instruções de prevenção e procedimentos necessários para garantir
seus direitos legais. O meio ambiente e saúde do trabalho são os focos principais desta
pesquisa. A elaboração foi de cunho exclusivamente bibliográfico. A problemática
existente é saber até que ponto os trabalhadores têm conhecimento dos seus direitos que
lhes são assegurados por lei. Ao relatar todas as abordagens foi constatado que a lei está
explícita, clara e que é de fácil acesso aos trabalhadores podendo ser cumprida de forma
correta por todos que fazem parte do processo.
INTRODUÇÃO
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Administrador
Mestrando em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente. SENAC – SP. E-mail:
oliviogomes@cdp.com.br
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provocar a morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho. A lesão pode ser
caracterizada apenas pela redução da função de determinado órgão ou segmento do
organismo, como os membros.
2. REVISÃO DE LITERATURA
que ainda estão em vigor nas relações de trabalho: o trabalho escravo, o trabalho infantil, as
diversas formas de parceria, o trabalho informal, etc. Estas maneiras ultrapassadas de
trabalho convivem também com novas tecnologias e empresas globalizadas cujas normas e
padrões são deliberadamente inferiores aos das matrizes.
Estas duas formas de produção são refletidas no perfil de morbi-mortalidade, que são
as antigas doenças profissionais: intoxicação por silicose, mercúrio e chumbo além de
tantas outras doenças pulmonares.
Os altos índices de acidentes do trabalho, ocorrem com uma alta incidência de Lesões
por Esforços Repetitivos (LER), também conhecidos como (DORT), câncer e sofrimento
mental, entre tantas outras doenças crônicas.
Diante desta premissa destaca-se o papel desempenhado pelos cipeiros (trabalhadores
responsáveis pela prevenção no local de trabalho e eleitos para a paritária Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes- CIPA).
A CIPA possibilita a ação dos trabalhadores em seu local de trabalho, pois é uma
representação legalmente obrigatória, que atua juntamente com a CUT, e vem melhorando
a legislação de forma a equipará-la às normas européias.
É necessário que se faça cumprir democraticamente o exercício do direito universal à
promoção, atenção e defesa daqueles que trabalham independentemente da sua forma de
inserção no processo produtivo.
A Lei de Acidente do Trabalho surgiu em 1919 no Brasil e tinha como base o conceito
de "risco profissional", que era considerado como sendo normal à atividade profissional.
Esta Lei assegura o pagamento de indenização ao trabalhador ou à sua família, mesmo não
sendo um seguro obrigatório, mas é calculada de acordo com a gravidade das seqüelas do
acidente, incluindo também a prestação do socorro médico-hospitalar e farmacêutico ao
empregador.
Entre 1934 a 1995 houve significativas mudanças na legislação brasileira A legislação
atualmente em vigor é a Lei Nº 8.213, de 24 de julho de 1991, posteriormente
regulamentada pelo Decreto Nº 611, de 21 de julho de 1992 (Plano de Benefícios da
Previdência Social). De acordo com essa legislação, a empresa deve contribuir com o
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organizações vêm tentando buscar a excelência e a redução dos casos de acidente e doenças
ocupacionais demonstrando assim, um esforço pela melhoria contínua com sua
administração e preocupação com seus empregados. Infelizmente pode-se perceber que
ainda falta uma consciência global de tantas outras empresas.
O anuário revela que os afastamentos por mais de 15 dias caíram 19,35%, os casos de
incapacidade permanente diminuíram 35,08% e os óbitos, 4,3%.
Apesar das quedas nestes índices, o documento indica que os casos que exigem apenas
assistência médica ao trabalhador aumentaram 22,47% entre 2004 e 2007.
O Secretário de Políticas de Previdência Social, Helmut Schwarzer (2007) explana
“que o aumento se deve ao fato da comunicação mais efetiva por parte das empresas com
relação a acidentes e doenças do trabalho”.
O maior número de acidentes e doenças do trabalho foi apontado nas Regiões Sudeste
e Sul, onde se reúne a maior quantidade de trabalhadores formais no Brasil, conforme o
boletim eletrônico nº 17042006 divulgado em dezembro de 2007.
Os setores que lideram com maior registro de acidentes e doenças ocupacionais, são os
de logística e construção civil no Brasil, seguido do comércio e serviço, que possui 1/3
desses acidentes de trabalho foram danos nas mãos e nos punhos, provocados por
esmagamento, queimaduras ou cortes.
Percebe-se que há máquinas obsoletas e inseguras para o manejo nestas áreas, além da
falta de capacitação para os processos de trabalho. Os trabalhadores na faixa etária entre 25
e 29 anos respondem pelo maior número de acidentes de trabalho, especialmente os do sexo
masculino.
Apesar da redução dos casos de acidente e doenças ocupacionais no Brasil ainda
acontecem aproximadamente 410 mil acidentes de trabalho por ano, que matam 3 mil
brasileiros, em média oito trabalhadores por dia e custam cerca de R$ 32 bilhões ao país,
conforme registros no Ministério do Trabalho.
As pesquisas estatísticas do Ministério só consideram “os trabalhadores da economia
formal que têm carteira assinada e pagam o INSS”. Esta conta, entretanto, é muito maior do
que apontam os registros do Ministério da Previdência Social, pois deixam de fora
aproximadamente 40 milhões de pessoas que não contribuem para a previdência, são os
chamados trabalhadores da economia informal.
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Além de diligenciar para que se realize de forma democrática toda o sistema de análise
para revisão ou criação de normas relacionadas a saúde do trabalhador, a CTPP também
gerencia a meta "trabalho é vida" do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade.
Destacam-se abaixo alguns projetos em discussão:
Analisa-se o que está ocorrendo na máquina do Estado, não há sinais de que existe
prioridade por parte do governo federal no que se refere ao MS, pois, com as questões que
envolvem a saúde dos trabalhadores, se observa o principal objetivo setorial desse
Ministério e as áreas de financiamento de pesquisas por ele mais contempladas. No caso do
MTE, recente polêmica colocou frente a frente duas instâncias a ele vinculadas, o DSST e a
Fundacentro, que atuam na saúde e segurança do trabalho e estavam “disputando” poucos
recursos do Plano Plurianual 2004-2007. Quanto ao MPS, também se preocupa com a
estratégia de “apostar todas as fichas” no chamado “Perfil Profissiográfico
Previdenciário” (PPP), cuja lógica operacional pode incorporar o “espírito” das Ordens de
Serviço emanado do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e que contribuem de
maneira visível para a descaracterização de nexos entre agravos no trabalho, possibilitando
a negação de benefícios acidentários por parte da Perícia do INSS e a maquiagem, para
menos, das estatísticas de doenças profissionais, nas quais as Lesões por Esforços
Repetitivos (Ler) eram cada vez mais prevalentes. Daí a necessidade de revogação da
Ordem de Serviço (INSS número 606), reivindicada pelos militantes.
Assim, entende-se que os males aqui apontados na atuação dos órgãos de governo que
atuam na saúde dos trabalhadores devem ser enfrentados tendo como referência as
diretrizes e princípios do SUS, os quais deverão nortear uma verdadeira Política de Estado
voltada para a intervenção no campo das relações de Trabalho/Saúde, ou seja, permitir o
acesso a toda a cidadania, possibilitando a integralidade das ações tanto de caráter curativo,
como preventivo, individual ou coletivo. Buscar a eqüidade nas ações e, desenvolver ao
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Constata-se que existe uma abordagem limitada quando se trata das questões relativas
ao meio ambiente do trabalho, pois sofrem conseqüências semelhantes às situações de risco
e os impactos ambientais decorrentes dos processos produtivos, pois comprometem o
conjunto dos trabalhadores e as coletividades vizinhas, tendo seus custos transferidos para a
sociedade. Nesse processo, o trabalhador é a principal vítima das conseqüências negativas
da deterioração do meio ambiente interno e externo, sofrendo uma tripla agressão:
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2) Como cidadão, pela contaminação do solo, água e ar, especialmente se residir, nas
proximidades da indústria ou das rotas de transporte dos materiais produzidos ou
utilizados na produção.
No âmbito das repartições públicas federais, estaduais e municipais o papel é zelar pela
proteção e fazer da saúde no ambiente de trabalho a melhor qualidade possível do meio
ambiente. Vários órgãos apresentam uma defasagem estrutural, ou na ausência de materiais
ou de pessoal capacitado. Em outros casos, o problema é de ordem política, quando há
pressões empresariais ou das opções políticas dos governos estaduais e municipais. Outras
vezes, o problema é no campo normativo, quando a própria lei restringe o alcance da
intervenção dos órgãos ou prevê multas irrisórias para os infratores da lei. Segundo
ARAÚJO (2003), “A burocratização excessiva constitui outro obstáculo, pois tira a
agilidade da maioria das instituições públicas, tornando sua ação muito morosa”. Fazer com
que estas instituições resolvam seus problemas relacionados a condições de trabalho e meio
ambiente, constitui um direito de cidadania. Fiscalizar a veracidade e competência com que
esses órgãos cumprem seu papel, mais do que um direito, constitui obrigação da sociedade
civil organizada.
Também constam no Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
atribuições, nos termos da lei: (…) E no inciso. VIII - colaborar na proteção do meio
ambiente, nele compreendido o do trabalho.
O objetivo principal da atuação do MPT é prevenir para dar reais condições de saúde e
segurança no trabalho. O Ministério Público age a partir do recebimento de denúncia ou ao
ter notícia de que as normas de saúde e segurança não estão sendo respeitadas.
A garantia de um meio ambiente de trabalho seguro e saudável está entre as prioridades
de atuação do Ministério Público do Trabalho. Em sua atuação nessa área, baseia-se no
conceito de saúde e segurança elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), nas
normas da Organização Internacional do Trabalho, na Constituição Federal, na CLT, bem
como nas portarias e normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego.
Sua ação visa prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho ou doenças profissionais.
O MPT adota todas as providências necessárias para afastar ou minimizar os riscos à saúde
e à integridade física dos trabalhadores, obrigando o cumprimento das normas referentes ao
meio ambiente de trabalho.
A função institucional do Ministério Público do Trabalho é Promover a ação civil
pública, o inquérito civil e outros procedimentos administrativos para a proteção do
patrimônio público e social; do meio ambiente do trabalho; dos interesses difusos, coletivos
e individuais homogêneos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente
garantidos.
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Conforme a Constituição Federal de 1988 “... também se põe ao auxílio quando dispõe
que é direito de todos terem um meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo este um
bem de uso comum do povo”. Percebe-se a preocupação com a qualidade de vida e com o
dever do Poder Público da coletividade de proteger as gerações presentes e futuras.
Entre os ramos do direito, afirma-se que o direito tributário possui um instrumento
eficaz para o Estado intervir na política ambiental. Isso pode e devem ocorrer com
incentivos fiscais a tecnologias, atividades e produtos desenvolvidos de maneira
ecologicamente corretos, como assegura ANDRADE (2004):
CONCLUSÃO
A lei é clara e espera-se que com estas reflexões despertem interesse para os
assegurados e empresários com o objetivo de sensibilizar a todos quanto à necessidade de
se prevenir os acidentes do trabalho, melhorar a segurança dos trabalhadores, assegurar
saúde e conservação do meio ambiente de trabalho, pois acontece que muitos irmãos
brasileiros, labutando pelo sustento diário, continuarão perdendo suas vidas ou tornando-se
inválidos da Previdência Social.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Laura Martins Maia de. Meio ambiente do trabalho e a ação civil publica
trabalhista. São Paulo: Ed. Juarez de Oliveira, 2003, pgs. 143-44.
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Ed. Lumen Juris, 7.°ed.
ver. ampl. Atual, 2004.
ARAÚJO, Claúdia Campos de; FERREIRA, Maria Isabel Reis; SANTOS, Simone
Marques dos. Meio ambiente e sistema tributário: novas perspectivas. São Paulo: Editora
SENAC São Paulo, 2003.
BALEEIRO, Aliomar. Direito tributário brasileiro. 11 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro, 4ª ed. São
Paulo: Ed. Saraiva, 2003.
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