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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 1ª

VARA CÍVEL DA COMARCA DE FORTALEZA/CE.

JÚNIA SANTOS, já qualificada nos autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DE CUMPRIMENTO DE
OBRIGAÇÃO NÃO FAZER, que lhe move contra ÁPICE ENGENHARIA LTDA.,
inconformada com a r. sentença de fl s., que julgou parcialmente procedentes o
pagamento dos aluguéis em atraso e o indeferimento do pedido de
responsabilização da construtora pela venda de uma vaga do prédio a terceiro não
condômino, vem, respeitosamente, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO
com fundamento nos art. 1.009 do Código de Processo Civil, requerendo a sua
remessa à instância superior após as formalidades de estilo bem como o provimento
do recurso para reformar a r. sentença

I. BREVE SÍNTESE DO PROCESSO:

Na data de 20/12/2013 as partes assinaram uma Escritura Pública de


Promessa de Compra e Venda, conforme anexo de um apartamento nº 201 e uma
vaga de garagem no Edifício Belo Lar, situado na capital Cearense.

Aduz que nessa ocasião Júnia Santos sustenta que o acabamento interno do
apartamento instalado não é o mesmo acabamento interno do panfleto, sendo a
Ápice Engenharia LTDA., responsável pela a indenização no valor de R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais) á título de acabamento interno do panfleto, diferente do que
está instalado no apartamento e o desfazimento do negócio, visto que a vaga de
garagem vizinha foi vendida para uma terceira pessoa, que não é condômino.

Em contrapartida Ápice Engenharia LTDA.; alega que conforme a cópia do


contrato celebrado entre as partes contém a previsão no item 7.1 de que o
acabamento do apartamento 201 seria exatamente o que foi instalado e entregue
junto com o apartamento.

Visto que, a Convenção de Condomínio foi alterada pelos condôminos e após


essa alteração, consta que é permitido à venda e locação de vagas a terceiros,
estranhos ao condomínio. O que poderia ser comprovado pelo sindico do prédio,
Ademar Silveira, tendo vista que também vendeu uma de suas vagas a terceiro não
condômino.

Registra-se que ambos protocolaram seus argumentos e provas, a sentença


merece reforma pelos motivos e razões a seguir.
II. RAZÕES DA REFORMA:

Com relação a r. sentença sobre a determinação do pagamento dos aluguéis


em atraso, a apelante confirma que pagou o aluguel nos últimos 4 anos. Deste
modo, examinem-se as regras para que estas cobranças sejam efetuadas, visto que
algumas delas apontam para os institutos da prescrição.

Observe-se o que diz a respeito, sobre os prazos da prescrição art. 205 e


206, § 3º, inc. I da CC.

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja
fixado prazo menor.

Art. 206. Prescreve:

§ 3o Em três anos:

I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;

Diante disso, requer seja considerado o prazo previsto para prescrição da


pretensão relativa à cobrança dos aluguéis, conforme nos exposto art. 205 e 206,
§3º I do CC.

No que tange, a r. sentença a segunda decisão é a manutenção da venda das


vagas de garagem a terceiros estranhos ao condomínio. Ocorre excelência, de
acordo com o art. 1.331,§1º do CC é possível a venda de vagas de garagem a
terceiros estranhos ao condomínio, desde que a Convenção autorize esta pratica.

Assim, considere que a Convenção de Condomínio do Edifício Belo Lar não


previa esta autorização, porém o apelado alegou que esta foi alterada, o que restou
comprovado pela juntada aos autos da documentação correspondente, por parte do
sindico do prédio que atua no processo como terceiro interessado.

Contudo a r. sentença proferida pelo juiz o indeferimento do pedido de Júnia


no que se refere a responsabilização da construtora pela venda de uma vaga do
prédio a terceiro não condômino.

Considere o que diz no art. 1.333 e 1.351 do CC.

Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser


subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-
se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou
para quantos sobre elas tenham posse ou detenção.

Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do


condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis.

[...]
Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos
condôminos a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício,
ou da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos
condôminos.

Diante disso, requer seja considerado os art. 1.333 e 1.351 do CC e


observado a responsabilização da construtora pela venda de uma vaga do prédio a
terceiro não condômino.

III. DOS PEDIDOS:

ISTO POSTA requer a intimação da Apelada para apresentar suas


contrarrazões;

Requer, por fim, provimento do recurso para, preliminarmente julgar


procedente a impugnação ao valor da causa; no mérito recursal, julgar
improcedentes os pedidos iniciais e totalmente procedentes os pedidos da
reconvenção. Caso não se entenda dessa forma, deve o recurso ser provido
parcialmente, para alterar o percentual da responsabilidade pelo acidente, bem
como alteração dos ônus sucumbências e despesas processuais, retirando-se a
compensação de honorários;

Termos em que pede espera deferimento.

Fortaleza, ...... de .......... de ...............

............................. OAB/CE

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