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RESPOSTA TÉCNICA

Título

Biofertilizante

Resumo

Esclarecimentos sobre a produção de biofertilizantes.

Palavras-chave

Adubo; adubo orgânico; biofertilizante; esterqueira; fertilizante; fertilizante orgânico

Assunto

Usinas de compostagem

Demanda

Estou construindo três esterqueiras para fabricação de biofertilizante em um sitio no Ceara. O


tamanho de cada esterqueira é de 2,20m por 20,0m por 1,3m de profundidade, com tampas
de concreto. Conto com esterco bovino (20 vacas), 500 plantas de bananeiras, 10000 plantas
de maracujá, capim variado, cana de açúcar, muita água, 5 árvores de manga, frutas
diversas e plantações de hortaliças para fabricar o biofertilizante. A idéia é encher de água as
esterqueiras e logo em seguida retirar o caldo para ter o biofertilizante, em seguida deixar
repousar por 30 dias e remover para outra esterqueira e voltar a encher de água e assim
sucessivamente até completar o ciclo de 90 dias, sendo assim o adubo estaria pronto para
distribuir na terra em camadas de 5 a 7 centímetros. Gostaria de saber, que tipo de mistura
tenho que empregar em cada esterqueira e o que estaria faltando para ter um bom
biofertilizante?

Solução apresentada

Introdução

Como o nome já diz, biofertilizante é um fertilizante vivo, cheio de microorganismos. Pode-


se fazer biofertilizantes somente com esterco e água ou ainda com qualquer tipo de material
verde fermentado na água. Podemos enriquecer com alguns minerais com calcário e/ou
cinzas (SÍTIO A BOA TERRA; 2009).

São líquidos e podem ser usados no solo ou em tratamentos foliares. O importante é que se
utilize material existente em abundância e a baixo custo na propriedade. Como base usa-se
esterco fresco de gado, soro de leite e/ou leite, garapa de cana, melaço ou açúcar, aguapés,
ervas daninhas do campo e roçada de pastos, resto de frutas e verduras (SÍTIO A BOA
TERRA; 2009).

Os biofertilizantes não causam problemas de salinização do solo, enquanto que os


fertilizantes químicos são grandes causadores da desestruturação e salinização do solo
(UNEMAT; [200?]).

Resposta obtida através do serviço de atendimento ao cidadão da Embrapa


Agroindústria Tropical

O pesquisador da área de biofertilizantes, Dr. Olmar Weber da Embrapa Agroindústria


Tropical esclarece:

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O biofertilizante é resultado da fermentação de resíduos como, por exemplo, esterco, folhas
e ramos de plantas, palha de gramíneas, em compartimento contendo água. A proporção
volumétrica de materiais vai depender de 1) disponibilidade dos resíduos, 2) relação C/N
dos materiais, 3) tamanho de partículas, etc. Para obter-se um produto de qualidade deve-
se colocar proporções equilibradas de esterco e outros resíduos no tanque (proporção 1:3) e
deixar a mistura destes resíduos fermentar no tanque.

Processos envolvidos na produção de biofertilizantes


Não existe uma fórmula padrão para a produção de biofertilizantes. Receitas variadas vêm
sendo testadas, utilizando-se componentes minerais para o enriquecimento do meio de
cultivo (MEDEIROS; LOPES; 2006).

O processo de fermentação é complexo e os microrganismos existentes passam por fases


distintas de crescimento celular. Cada microrganismo participante degrada alimento para
outro, numa relação de interdependência mútua e harmônica e, assim, o processo de
fermentação acaba sendo contínuo, desde que seja alimentado com meio nutritivo, o que
fundamentou o processo de compostagem líquida (MEDEIROS; LOPES; 2006).

Processo de compostagem líquida contínua (CLC)

Para volumes de até 1.000 litros utilizam-se caixas de fibrocimento ou plásticas, para
volumes maiores constrói-se diretamente no solo, piscinas com as dimensões do volume
pretendido, e com a profundidade máxima de 1m, as quais são revestidas com lona plástica
(MEDEIROS; LOPES; 2006).

A localização do tanque deve ser em área ensolarada mantendo-o descoberto. Para o


dimensionamento do volume do tanque, deverá ser considerado um consumo diário máximo
de 10% de biofertilizante, da sua capacidade (MEDEIROS; LOPES; 2006).

Para o processo CLC com usos de esterco e composto orgânico enriquecido adiciona-se no
tanque o esterco fresco de gado (inoculante), um composto orgânico enriquecido com
minerais (Ex.: Microgeo) e água (não clorada) (MEDEIROS; LOPES; 2006).

No caso do Microgeo, o preparo é feito nas seguintes proporções: 1,0 kg do composto/4,0


litros de esterco/20,0 litros de água (completando o volume). Agitar duas vezes ao dia
manualmente com um rodo , que também permitirá determinar a espessura da camada
orgânica (biomassa) depositada no fundo do tanque, com o objetivo de quantificar a
reposição do esterco de gado no processo CLC (MEDEIROS; LOPES; 2006).

Iniciar o uso do biofertilizante com aproximadamente 15 dias após a mistura inicial dos
insumos (MEDEIROS; LOPES; 2006).

Na manutenção da CLC, devem-se contabilizar diariamente os volumes de biofertilizante


consumidos, repondo os insumos no tanque nas seguintes proporções:

Reposição do composto orgânico - para cada 30,0 a 40,0 litros de biofertilizante


usado, repor 1,0 kg do composto/inoculante. O intervalo de reposição poderá ser
semanal até mensal.
Reposição do esterco de gado - adicionar um volume de esterco de gado (fresco)
suficiente para manter a mesma proporção biomassa/água do início do processo,
sempre quando se verificar com ajuda do rodo a diminuição da camada orgânica no
fundo do tanque.

Reposição da água - em função do volume de biofertilizante consumido, da


evaporação e das chuvas. O volume de água adicionado deverá ser o suficiente para
a manutenção do nível do tanque. Manter descobertos os tanques maiores de 1.000
l, retirando para uso posterior o volume do biofertilizante que eventualmente poderá
transbordar, armazenando-o em tambores.

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Recomendações de uso

Devido aos elevados efeitos hormonais e altos teores das substâncias sintetizadas, o uso de
biofertilizantes em pulverizações foliares normalmente são feitos com diluições em água
entre 0,1 e 5%. Concentrações maiores, entre 20 e 50%, foram utilizadas por Santos e
Akiba (1996), com o biofertilizante Vairo (MEDEIROS; LOPES; 2006).

Concentrações muito elevadas, o biofertilizante pode causar estresse fisiológico na planta


retardando seu crescimento, floração ou frutificação. Isso se deve provavelmente ao desvio
metabólico para produção de substâncias de defesa (MEDEIROS; LOPES; 2006).

Para hortaliças, recomendam-se pulverizações semanais, utilizando entre 0,1 e 3% de


concentração do biofertilizante. Em fruteiras, pulverizações entre 1 e 5% do biofertilizante
com Microgeo produziram resultados significativos na sanidade da cultura (MEDEIROS;
LOPES; 2006).

Este biofertilizante também vem sendo empregado sobre o solo em concentrações de até
20%. Este, quando aplicado sobre o mato roçado, como input microbiano é capaz de
aumentar a compostagem laminar (MEDEIROS; LOPES; 2006).

As aplicações de biofertilizantes deverão ser realizadas durante as fases e crescimento e/ou


produção, evitando-as no florescimento. Deve-se dar referência pelos dias de chuva ou
irrigação e os horários vespertinos ou noturnos, evitando-se os períodos secos e horas mais
quentes do dia (MEDEIROS; LOPES; 2006).

Altas concentrações do biofertilizante podem provocar na planta, demanda de água muito


maior para o seu equilíbrio. Mesmo assim, pulverizações com o biofertilizante, na diluição de
1%, nos períodos secos são possíveis. Apesar de estarem sob os efeitos do estresse
hídrico, as plantas estarão recebendo energia entrópica (não utilizável pelos insetos) e
outros fatores de proteção (MEDEIROS; LOPES; 2006).

Aspectos importantes na produção de biofertilizantes

Receitas variadas vêm sendo testadas e utilizadas por pesquisadores para fins diversos. A
China e a Índia são os maiores produtores e consumidores dessa tecnologia, com mais de
150 mil unidades instaladas, abrangendo a produção do biogás ou gás metano CH4. Vairo
dos Santos e Magro desenvolveram formulas de produção de biofertilizante enriquecido
(MEDEIROS, M.B. et al.; [200?]).

O Supermagro desenvolvido e patenteado por Magro (1994) no Centro de Agricultura


Ecológica Ipê, Rio Grande do Sul, é um biofertilizante foliar enriquecido com micronutrientes
e vem sendo utilizado com sucesso em culturas como maçã, pêssego, uva, tomate batata e
hortaliças em geral (MEDEIROS, M.B. et al.; [200?]).

A fermentação pode ser concluída em 30 dias no verão ou 45 dias no inverno. Para o


biofertilizante feito com esterco, a melhor temperatura é 38o C, que é a temperatura da pança
(rúmen) dos animais que pastam (MEDEIROS, M.B. et al.; [200?]).

No Nordeste, há regiões que permitem ter o produto em 14 dias. Em lugares onde a


temperatura média do dia é de 18o C, pode levar até 90 dias (MEDEIROS, M.B. et al.;
[200?]).

A decomposição bacteriana da matéria orgânica sob condições anaeróbicas é feita em três


fases: 1) fase de hidrólise; 2)fase ácida; 3) fase metanogênica (MEDEIROS, M.B. et al.;
[200?]).

Na fase de hidrólise as bactérias liberam no meio as chamadas enzimas extracelulares, as


quais irão promover a hidrólise das partículas e transformar as moléculas maiores em
moléculas menores e solúveis ao meio (MEDEIROS, M.B. et al.; [200?]).

Na fase ácida as bactérias produtoras de ácidos transformam moléculas de proteínas


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gordurosas e carboidratos em ácidos orgânicos (ácido láctico, ácido butílico), etanol, amônia,
hidrogênio, dióxido de carbono e outros (MEDEIROS, M.B. et al.; [200?]).

Na 3a fase, as bactérias metanogênicas atuam sobre o hidrogênio e o dióxido de carbono


transformando-os em gás metano (CH4). Esta fase limita a velocidade da cadeia de reações
devido principalmente à formação de microbolhas de metano e dióxido de carbono em torno
da bactéria metanogênica, isolando-a do contato direto com a mistura em digestão. Razão
pela qual a agitação no digestor é prática sempre recomendável, através de movimentos
giratórios do recipiente ou do gasômetro (MEDEIROS, M.B. et al.; [200?]).

Depois da passagem pelo digestor, os resíduos apresentam alta qualidade para uso como
fertilizante agrícola, devido principalmente aos seguintes aspectos: diminuição do teor de
carbono do material, pois a matéria orgânica ao ser digerida perde exclusivamente carbono
na forma de CH4 e CO2, aumentando o teor de nitrogênio e demais nutrientes e diminuindo a
relação C/N, o que melhora as condições do material para fins agrícola; maiores facilidades
de imobilização do biofertilizante pelos microorganismos do solo, devido ao material já se
encontrar em grau avançado de decomposição o que vem aumentar a eficiência do
biofertilizante e solubilidade parcial de alguns nutrientes (MEDEIROS, M.B. et al.; [200?]).

Metodologia de produção desenvolvida no CFT

O processo consiste na mistura de 20 Kg de esterco fresco bovino, como fonte microbiana,


carbono e nitrogênio e 70 Litros de água em um tambor aberto com capacidade de 100 litros.
Em seguida, após o início da fermentação que é caracterizada pelo borbulhamento, são
adicionados os compostos enriquecedores: soro de leite (fonte de proteína), melaço de cana
(ativador da fermentação e fonte de carboidratos) e leveduras (MEDEIROS, M.B. et al.;
[200?]).

O controle do pH é feito com a adição cinzas, sendo este mantido entre 5,5 e 7,5. O
biofertilizante é agitado diariamente com o auxílio de hastes de madeiras, para favorecer a
sua oxigenação (MEDEIROS, M.B. et al.; [200?]).

Após 15 dias de compostagem líquida contínua, sob a luz solar, o biofertilizante é coletado e
utilizado em pulverização em concentrações que variam entre 1 e 5% sobre as plantas ou em
até 20% diretamente sobre o solo (MEDEIROS, M.B. et al.; [200?]).

O produto foi utilizado com no manejo ecológico de formigas cortadeiras e pragas de


hortaliças e plantas frutíferas (pulgões, cochonilhas, percevejos e ácaros fitófagos). Nos
formigueiros de Saúvas (Atta sp.) e Boca-de-Capim (Acromyrmex sp.) a prática consistiu na
aplicação do produto diluído diretamente nos olheiros, com o auxílio de mangueiras
(MEDEIROS, M.B. et al.; [200?]).

Biofertilizante líquido

Como preparar

Em um tambor de 200 litros de plástico colocar partes iguais de esterco fresco de


bovino e água não clorada, deixando um espaço vazio de 15 a 20 cm.
Adaptar uma mangueira à tampa do tambor, cuja extremidade externa deverá ser
imersa em uma vasilha com água, para que ocorra um processo de fermentação
anaeróbio (sem a presença de ar). Deve-se tomar o cuidado para a mangueira não
ficar imersa no líquido em fermentação ou entupir, pois os gases produzidos pelo
processo de fermentação poderão estourar o tambor.
Deixar o líquido fermentar por aproximadamente 30 dias, quando estará pronto para
ser usado. O armazenamento do produto final não deve exceder a 30 dias depois de
pronto, pois com o tempo ele diminui sua eficiência fitossanitária (ANVISA; [200?]).

Como usar

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O produto fermentado pode ser utilizado de várias maneiras, porém o método mais
eficiente é em pulverizações foliares, que promovem um efeito mais rápido. Neste
caso ele deve ser coado antes do uso e diluído em água na proporção de 1 x 20, e
pulverizado nas plantas, chegando ao ponto de escorrimento, para que cubra
totalmente suas folhas e ramos.
Pode ser usado também no tratamento de sementes, as quais são mergulhadas na
solução do biofertilizante puro por um período de 1 a 10 minutos, secas à sombra por
duas horas e plantadas em seguida. As sementes tratadas não devem ser
armazenadas, pois perdem muito rapidamente sua capacidade germinativa.
No caso de estacas, toletes, bulbos e tubérculos pode-se utilizar o mesmo
tratamento acima e se fazer o plantio imediato, o que aumenta o enraizamento das
plantas.
Na produção de mudas pode ser utilizado na rega de canteiros ou de sacos de
plantio, e quando aplicado puro tem um excelente efeito bacteriostático.
A parte sólida resultante da coagem pode ser usada nas covas de plantio, na
compostagem, ou ainda na alimentação de peixes e suínos, e no caso dos
suínos deve ser devidamente desidratado e adicionado à ração, na proporção
máxima de 20 % (ANVISA; [200?]).

Quando aplicado em pulverizações foliares, em diluições de 10 a 30 % tem um efeito


fertilizante, aportando às plantas de forma equilibrada macro, meso e micro elementos,
contribuindo para o aumento da produtividade e dando mais resistência/tolerância às plantas
ao ataque de vários agentes fitopatogênicos (ANVISA; [200?]).

Em plantas frutíferas deve ser aplicado mensalmente nos períodos pós colheita, quando
apresentarem deficiência ou desequilíbrio nutricional (ANVISA; [200?]).

Conclusões e recomendações

Existem inúmeras misturas para se fazer biofertilizantes, portanto não existe uma fórmula
padrão para sua produção. Receitas variadas vêm sendo testadas para diversos fins. É
importante a avaliação do uso do produto pelos agricultores em cada cultura e tipo de solo,
isto porque cada espécie vegetal tem determinadas exigências de nutrientes, que pode ou
não estar sendo suprida pelo solo.

Sugere-se ao interessado entrar em contato com a Embrapa Agroindústria Tropical, e-mail:


(http://www.cnpat.embrapa.br/), fone: (85) 3391-7180/ 7100, Fax: (85) 3391-7109, para
verificar a possibilidade do desenvolvimento de uma pesquisa específica visando atender as
necessidades.

Recomenda-se a leitura da Resposta Técnica: 13104 . Biofertilizantes. RETEC, 2008.


Disponível no portal do SBRT <http://www.respostatecnica.org.br/>.

Fontes consultadas

AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA - ANVISA. Disponível em:


<http://www7.anvisa.gov.br/toxicologia/agro/formula/bio.htm>. Acesso em: 21 maio 2009.

EMBRAPA AGROINDÚSTRIA TROPICAL. Disponível em:


<http://www.cnpat.embrapa.br/>. Acesso em: 01 jun. 2009.

MEDEIROS, M.B; LOPES, J. S. Biofertilizantes líquidos e sustentabilidade agrícola.


Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária - SEAGRI. Disponível em:
<http://www.seagri.ba.gov.br/pdf/comunicacao05_v7n3.pdf>. Acesso em: 22 maio 2009.

MEDEIROS, M.B. et al. Uso de biofertilizantes líquidos no manejo ecológico de pragas


agrícolas. Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PRAC) da Universidade
Federal da Paraíba. Disponível em:
<http://www.prac.ufpb.br/anais/meae/Anais_II_Encontro_Tematico/trabalhos/BIOFERTILIZA
NTES.doc>. Acesso em: 22 maio 2009.

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SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TECNICAS. SBRT. Disponível em:
<http://www.respostatecnica.org.br/>. Acesso em: 21 maio 2009.

SITIO A BOA TERRA. Disponível em:


<http://www.aboaterra.com.br/dicas/ver.asp?id=8&Secao=1>. Acesso em: 28 maio 2009.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO MATO GROSSO - UNEMAT- Disponível em:


<http://www.unemat.br/proec/compostagem/docs/folder_biofertilizante.pdf>. Acesso em: 28
maio 2009.

Elaborado por

Noely Forlin Robert

Nome da Instituição respondente

REDETEC Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro

Data de finalização

03 jun. 2009

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