embarcações, tecidos, olaria, curtumes, forjas, ourivesaria e fumo.
O período colonial foi caracterizado pela monocultura de produtos
agrícolas para exportação. Essa produção agrícola ocorria em grandes propriedades e empregava mão de obra escrava.
1844/1930 - Ocorre um efetivo surto industrial no Brasil: não uma
industrialização moderna, mas manufatureira ou tradicional.
Em 1914, graças à Primeira Guerra Mundial, o Brasil foi obrigado a
aumentar sua produção industrial para suprir a demanda interna. O Brasil, impedido de comerciar normalmente com os países em guerra, viu-se forçado a criar condições para diversificar seus produtos industriais e atender às necessidades dos países em conflito, embora preponderassem nas exportações as indústrias alimentícias. Pela primeira vez, os produtos industriais tornaram-se uma fração importante no volume das exportações brasileiras.
Ao mesmo tempo, foram instaladas no Brasil empresas subsidiárias de
grandes firmas internacionais. Chamadas de multinacionais ou transnacionais, essas empresas são verdadeiros prolongamentos de suas matrizes estrangeiras e têm como base o capital estrangeiro.
1930/1945 - A economia brasileira passa a se estruturar em escala
nacional a partir da segunda metade da década de 1930.
Com a crise de 1929, a economia mundial entrou em depressão, que
levou ao fim o ciclo do café e prejudicou em geral as exportações brasileiras (cana-de-açúcar, cacau, algodão, etc.). Devido à crise, os recursos, que antes eram direcionados para o café, passam a ser investidos na indústria.
Aproveitando-se da infraestrutura herdada do ciclo do café (ferrovias,
mão de obra, sistema financeiro), o processo de industrialização ocorreu notadamente na cidade de São Paulo. Os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerias e Rio Grande do Sul também se industrializaram.
Nesse período, a industrialização no Brasil se caracterizou pela
intervenção estatal. O Estado assumiu os investimentos em indústrias de base como: siderurgia (CSN - 1942), petroquímica (Petrobras - 1953), extração mineral (CVRD), indústria de cimento, etc.
No governo Vargas (1930-1946), inicia-se uma política de substituição
de importações no país. Tal política alivia as importações e passa a ter um papel indispensável na industrialização brasileira.
Durante a presidência de Getúlio Vargas foram instituídas as leis em prol
do trabalhador como o salário mínimo e férias.
1945/1970 – Ocorre a solidificação do Brasil Industrial.
A partir de 1956, JK implantou seu novo programa de metas, apoiado
pelo slogan "Cinquenta anos em cinco". O Plano Nacional de Desenvolvimento, conhecido como "Plano de Metas", abrangia vários setores, tais como energia, transporte, alimentação, educação, implantação de indústria automobilística, além de outros incentivos à industrialização. O Plano estimulou o crescimento e a diversificação da economia.
O governo passou a investir na indústria de base, na agricultura, nos
transportes e no fornecimento de energia. Com seu lema "50 anos em 5", instalou-se, através do planejamento dirigido estatal, empresas nas áreas automobilísticas, eletrodomésticas e siderúrgicas. No campo da infraestrutura, JK concretizou as hidrelétricas de Furnas e Três Marias. Como resultado, a produção industrial aumentou em 80% e no final do seu mandato como Presidente, o Brasil apresentava pela primeira vez um PIB industrial maior do que o PIB agrícola. Em seu período presidencial, o País todo conheceu um grande desenvolvimento econômico marcado pela estabilidade política.
Com o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek, passou-se a instalar no
País indústrias intermediárias (máquinas e equipamentos) e de bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos, etc.).
Durante o regime militar (1964-1985), o Estado assumiu o controle do
crescimento econômico por meio da internacionalização plena da economia. O período de 1968 a 1973 ficou conhecido como o "milagre econômico"; o crescimento foi intenso causado pela entrada maciça de capital estrangeiro.
Até a década de 1970, a industrialização brasileira contava, em sua
maioria, com a instalação de indústrias de bens de consumo não duráveis (alimentos, roupas, etc.) e de estatais que constituem as indústrias de base e de infraestrutura, como energia e transportes.
Durante o regime militar foram construídas várias grandes obras como a
ponte Rio- Niterói, a usina de Itaipu e a rodovia Transamazônica. A atuação e os investimentos do governo foram fundamentais no processo de industrialização do Brasil.
A industrialização do Brasil era marcada pela dependência, tecnológica e
financeira, e pela concentração territorial. Tais fenômenos eram responsáveis pela reprodução do subdesenvolvimento do país.
Política de substituição de importações
A política de substituição de importações gerou vários benefícios para o Brasil. O processo de industrialização se iniciou com a indústria de bens de consumo não duráveis, com fábricas de têxteis, calçados, alimentos e bebidas. Conglomerados americanos, europeus e japoneses, instalavam fábricas de bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos, eletrônicos) no Brasil. Já que esses países não podiam exportar livremente para o Brasil, os altos lucros justificavam a instalação de fábricas em nosso país. Isso gerou empregos e ajudou no desenvolvimento de cidades. Isso também aumentou o grau de dependência em capital e tecnologia externa.
Grandes estatais também se desenvolveram no Brasil (exemplos:
Petrobras e a Companhia Siderúrgica nacional). O Estado se tornou um participante ativo na indústria, construindo grandes empresas.
O Brasil se tornou uma economia extremamente fechada. Investimentos
estrangeiros tinham que passar por níveis altíssimos de burocracia para conseguir a permissão do governo e do Banco Central para entrar no país. Uma vez que investimento entrava no Brasil, não era fácil enviar os lucros decorrentes dele para o país de origem.
A indústria brasileira se desenvolveu e passou a depender do mercado
interno, em vez de visar a exportação. Deve-se lembrar, porém, que de uma certa forma, ter uma economia "fechada" protege um pouco a indústria nacional de crises econômicas internacionais.
A política de substituição de importações trouxe multinacionais para o
Brasil e desenvolveu várias indústrias nacionais. Porém, essa política teve resultados desfavoráveis para o país: por exemplo, ela não resultou num aumento significativo no nível de renda per capita do Brasil.
Com a proteção governamental, a indústria brasileira não tinha que
enfrentar qualquer competição real. Produtores aumentavam seus preços sem restrições. A falta de competição permitia que a indústria brasileira produzisse produtos de qualidade inferior aos do mercado internacional. Consumidores brasileiros não tinham muita escolha de produto: eram obrigados a comprar o que era vendido no mercado, mesmo se os produtos fossem caros e de baixa qualidade. A população brasileira se prejudicava com isso e as fábricas pouco faziam para se modernizar e para melhorar atender seus consumidores; afinal, com a falta de competição, seus lucros estavam garantidos.