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INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL

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Histórico
1500/1530 – Indústria praticamente inexistente – artesanal.

Durante esse período histórico, Portugal objetivava manter o Brasil como


receptador de seus manufaturados. Tal prática resultava em grandes
lucros para a metrópole e garantia seu domínio econômico e político da
colônia.

1560/1808 - Pouca atividade industrial: agroindústria canavieira,


embarcações, tecidos, olaria, curtumes, forjas, ourivesaria e fumo.

O período colonial foi caracterizado pela monocultura de produtos


agrícolas para exportação. Essa produção agrícola ocorria em grandes
propriedades e empregava mão de obra escrava.

1844/1930 - Ocorre um efetivo surto industrial no Brasil: não uma


industrialização moderna, mas manufatureira ou tradicional.

Em 1914, graças à Primeira Guerra Mundial, o Brasil foi obrigado a


aumentar sua produção industrial para suprir a demanda interna. O
Brasil, impedido de comerciar normalmente com os países em guerra,
viu-se forçado a criar condições para diversificar seus produtos industriais
e atender às necessidades dos países em conflito, embora
preponderassem nas exportações as indústrias alimentícias. Pela primeira
vez, os produtos industriais tornaram-se uma fração importante no
volume das exportações brasileiras.

Ao mesmo tempo, foram instaladas no Brasil empresas subsidiárias de


grandes firmas internacionais. Chamadas de multinacionais ou
transnacionais, essas empresas são verdadeiros prolongamentos de
suas matrizes estrangeiras e têm como base o capital estrangeiro.

1930/1945 - A economia brasileira passa a se estruturar em escala


nacional a partir da segunda metade da década de 1930.

Com a crise de 1929, a economia mundial entrou em depressão, que


levou ao fim o ciclo do café e prejudicou em geral as exportações
brasileiras (cana-de-açúcar, cacau, algodão, etc.). Devido à crise, os
recursos, que antes eram direcionados para o café, passam a ser
investidos na indústria.

Aproveitando-se da infraestrutura herdada do ciclo do café (ferrovias,


mão de obra, sistema financeiro), o processo de industrialização ocorreu
notadamente na cidade de São Paulo. Os estados do Rio de Janeiro, Minas
Gerias e Rio Grande do Sul também se industrializaram.

Nesse período, a industrialização no Brasil se caracterizou pela


intervenção estatal. O Estado assumiu os investimentos em indústrias de
base como: siderurgia (CSN - 1942), petroquímica (Petrobras - 1953),
extração mineral (CVRD), indústria de cimento, etc.

No governo Vargas (1930-1946), inicia-se uma política de substituição


de importações no país. Tal política alivia as importações e passa a ter
um papel indispensável na industrialização brasileira.

Durante a presidência de Getúlio Vargas foram instituídas as leis em prol


do trabalhador como o salário mínimo e férias.

1945/1970 – Ocorre a solidificação do Brasil Industrial.

A partir de 1956, JK implantou seu novo programa de metas, apoiado


pelo slogan "Cinquenta anos em cinco". O Plano Nacional de
Desenvolvimento, conhecido como "Plano de Metas", abrangia vários
setores, tais como energia, transporte, alimentação, educação,
implantação de indústria automobilística, além de outros incentivos à
industrialização. O Plano estimulou o crescimento e a diversificação da
economia.

O governo passou a investir na indústria de base, na agricultura, nos


transportes e no fornecimento de energia. Com seu lema "50 anos em 5",
instalou-se, através do planejamento dirigido estatal, empresas nas áreas
automobilísticas, eletrodomésticas e siderúrgicas. No campo da
infraestrutura, JK concretizou as hidrelétricas de Furnas e Três Marias.
Como resultado, a produção industrial aumentou em 80% e no final do
seu mandato como Presidente, o Brasil apresentava pela primeira vez um
PIB industrial maior do que o PIB agrícola. Em seu período presidencial, o
País todo conheceu um grande desenvolvimento econômico marcado pela
estabilidade política.

Com o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek, passou-se a instalar no


País indústrias intermediárias (máquinas e equipamentos) e de bens de
consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos, etc.).

Durante o regime militar (1964-1985), o Estado assumiu o controle do


crescimento econômico por meio da internacionalização plena da
economia. O período de 1968 a 1973 ficou conhecido como o "milagre
econômico"; o crescimento foi intenso causado pela entrada maciça de
capital estrangeiro.

Até a década de 1970, a industrialização brasileira contava, em sua


maioria, com a instalação de indústrias de bens de consumo não duráveis
(alimentos, roupas, etc.) e de estatais que constituem as indústrias de
base e de infraestrutura, como energia e transportes.

Durante o regime militar foram construídas várias grandes obras como a


ponte Rio- Niterói, a usina de Itaipu e a rodovia Transamazônica. A
atuação e os investimentos do governo foram fundamentais no processo
de industrialização do Brasil.

A industrialização do Brasil era marcada pela dependência, tecnológica e


financeira, e pela concentração territorial. Tais fenômenos eram
responsáveis pela reprodução do subdesenvolvimento do país.

Política de substituição de importações


A política de substituição de importações gerou vários benefícios para
o Brasil. O processo de industrialização se iniciou com a indústria de bens
de consumo não duráveis, com fábricas de têxteis, calçados, alimentos e
bebidas.
Conglomerados americanos, europeus e japoneses, instalavam fábricas de
bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos, eletrônicos) no
Brasil. Já que esses países não podiam exportar livremente para o Brasil,
os altos lucros justificavam a instalação de fábricas em nosso país. Isso
gerou empregos e ajudou no desenvolvimento de cidades. Isso também
aumentou o grau de dependência em capital e tecnologia externa.

Grandes estatais também se desenvolveram no Brasil (exemplos:


Petrobras e a Companhia Siderúrgica nacional). O Estado se tornou um
participante ativo na indústria, construindo grandes empresas.

O Brasil se tornou uma economia extremamente fechada. Investimentos


estrangeiros tinham que passar por níveis altíssimos de burocracia para
conseguir a permissão do governo e do Banco Central para entrar no país.
Uma vez que investimento entrava no Brasil, não era fácil enviar os lucros
decorrentes dele para o país de origem.

A indústria brasileira se desenvolveu e passou a depender do mercado


interno, em vez de visar a exportação. Deve-se lembrar, porém, que de
uma certa forma, ter uma economia "fechada" protege um pouco a
indústria nacional de crises econômicas internacionais.

A política de substituição de importações trouxe multinacionais para o


Brasil e desenvolveu várias indústrias nacionais. Porém, essa política teve
resultados desfavoráveis para o país: por exemplo, ela não resultou num
aumento significativo no nível de renda per capita do Brasil.

Com a proteção governamental, a indústria brasileira não tinha que


enfrentar qualquer competição real. Produtores aumentavam seus preços
sem restrições. A falta de competição permitia que a indústria brasileira
produzisse produtos de qualidade inferior aos do mercado internacional.
Consumidores brasileiros não tinham muita escolha de produto: eram
obrigados a comprar o que era vendido no mercado, mesmo se os
produtos fossem caros e de baixa qualidade. A população brasileira se
prejudicava com isso e as fábricas pouco faziam para se modernizar e
para melhorar atender seus consumidores; afinal, com a falta de
competição, seus lucros estavam garantidos.

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