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Bacteriologia

As bactérias Mycoplasmas e Ureaplasma são microorganismos procariotas


rodeados por uma membrana mas sem parede celular (uma vez que não
possuem codificação genética para a síntese do ácido N-acetil-murâmico e
do ácido di-amino-pimélico, explicando este facto o seu polimorfismo e a
sua resistência, por exemplo aos beta-lactâmicos) que geralmente
colonizam as mucosas respiratória e genitourinário, principalmente devido
às diversas estruturas de adesão, ou seja ao seu pleomorfismo, que
apresentam facilitando a sua adesão às mucosas de modo a causar
inflamação; estas bactérias são ainda imóveis, podendo contudo apresentar
mobilidade sobre superfícies cobertas por líquidos, e apresentam um
crescimento fastidioso. Assim, in vitro, exibem crescimento em meios de
cultura complexos contendo esteróides e ácidos gordos enriquecidos com
soro animal. Ainda relativamente à patogenicidade destas, têm ainda
capacidade de produzir substâncias como o peróxido de hidrogénio, o
amoníaco produzindo lesões celulares; em pacientes imunodeprimidos
podem penetrar as mucosas e através da circulação atingir determinados
órgãos.

Mycoplasma pneumoniae, Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum e


Mycoplasma genitatium são as bactérias mais patogénicas para o homem.
O diagnóstico destas infecções baseia-se principalmente na sorologia, como
elementos desses germes está crescendo muito mas também muito
dificultoso; Provavelmente num futuro mais próximo, as técnicas
moleculares de detecção de antigénios do DNA permitirá um diagnóstico
mais rápido e mais fiável. Ureoplasma urealyticum tem sido apontada como
agente etiológico de uretrites não gonocócicas no homem, formação de
cálculos no aparelho urinário e de infecções do útero em crianças e doenças
pulmonares em crianças prematuras. Mycoplasma hominis é considerando
responsável por sindromas febris post-partum e pós aborto, bem como por
pielonefrites e infecções genitais que podem originar doença pélvica
inflamatória; é ainda responsável por salpingite na mulher. Mycoplasma
pneumoniae também conhecido por agente de Eeaton, tem sido
responsável por pneumonias, traqueobronquites e faringites; M. genitatium
é responsável por uretrites, e também está relacionado com o
M.pneumoniae.

Dado que a aderência dos micoplasmas às células humanas é


extremamente forte, eles não são eliminados nem por secreções mucosas,
nem pelo fluxo da urina, tornando-se bastante difícil a sua eliminação. A
ausência de parede celular (facilita o contacto entre as membranas do
parasita e hospedeiro, embora seja um aspecto discutível) ou de quaisquer
apêndices associados à aderência, admite-se que adesinas micoplasmáticas
façam parte da membrana citoplasmática. A associação entre as
membranas do parasita e do hospedeiro cria um ambiente em que as
concentrações locais de subprodutos tóxicos, tais como o peróxido de
hidrogénio (tal como já foi referido), podem causar lesões celulares. Um
exemplo desta ocorrência é M. pneumoniae onde há uma produção e
acumulação de radicais superóxido; tal facto, leva a uma inibição gradual e
irreversível da catalase das células hospedeiras, havendo um aumento de
peróxido de hidrogénio.

Estas bactérias apresentam ainda resistência a alguns antibióticos devido à


falta de “alvo celular”, sendo no caso dos beta-lactâmicos a parede celular.
Esta resistência pode ocorrer por mutação cromossómica (no caso da
estreptomicina) ou através da aquisição de tranposões ou por plasmídeos
de resistência. O M. hominis apresenta resistência inata à eritromicina e às
tetraciclinas (resistência adquirida através de transposões); U. urealyticum
apresenta também resistência às tetraciclinas.

Bibliografia

• Roca, B., Infecciones por micoplasmas. Rev Clin Esp, 2006.

• Sousa, João Carlos F. de & Canas, Wanda F., Microbiologia volume 2,


LIDEL, Maio 2000

• Rev. Saúde Pública vol.23 no.1 São Paulo Feb. 1989 – consultado on-
line

• http://www.medterms.com/script/main/art.asp?articlekey=4474 –
consultado on-line 07/05/10

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