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Que tipo de vinho funciona bem fresco? E gelado? Com dois termômetros de precisão e
um cronômetro, testamos cinco estilos de vinho, todos refrescados até o limite com balde
de gelo, depois retirados da água e examinados regularmente, com intervalos de alguns
minutos, até chegarem aos 26°C da sala de testes. Se você costuma tomar vinho
estalando de frio, cuidado. Se prefere a temperatura ambiente e ponto final, atenção.
Verde
Vinho verde português típico. Acidez notável, agulha (aquelas borubulhinhas que picam
na língua) e ligeiro. 10% de álcool. R$28,50.
3º: Perde totalmente os aromas, na boca fica apenas a acidez, o charme da agulha
desaparece, amortece a língua e perde a graça.
6º: É sua temperatura ideal, surge um ponto de mineralidade, mata a sede, a acidez
aparece equilibrada com a fruta, pede uma comida leve, mas pode ser tomado assim
como aperitivo pouco
alcoólico.
10º: Aparece um ponto de doçura na boca que é incomodo, mas ainda se mantém
refrescante.
22º: Horrível, tem aroma de resto de champanhe esquecido na taça, aquele clima de fim-
de-festa.
Branco
10º: Nariz delicioso e típico da Sauvignon, com toque vegetal e de figos frescos,
refrescante e com um sedutor pontinho de amargo final.
22º: Álcool volátil domina o nariz, acidez agressiva e amargo, temperatura totalmente
inadequada.
Branco
Um Riesling simples, com muita fruta, bem feito e gostoso, sem maiores virtudes. Perfeito
para consumo imediato. 12,5% de álcool. R$ 40.
3º: Morto, sem expressão, como se fosse uma água gelada e nada mais.
5º: Continua frio em demasia, perde muito dos aromas atraentes e na boca tende à acidez
excessiva.
10º: Nariz complexo e atraente, frutas cítricas, maçã verde, favo de mel, uma delícia na
boca, ótima acidez, leve toque de pétalas de flores brancas, muito bom nesta
temperatura.
14º: Agüenta esta temperatura bem, tem corpo para isso, a acidez se acentua um pouco,
apesar de seco mostra um caráter de mel interessante, leve picante de pimenta-do-reino,
não desagradável, podia ser servido nesta temperatura, embora mais frio seja melhor.
22º: Como sempre a volatilização do álcool interfere e desagrada. Na boca fica pouco
elegante, apesar de continuar com um bom caráter de fruta, um dos mais versáteis
quanto à variação de temperatura.
Rosado
Oriundo do Côtes de Provence, é feito a partir de uvas Cinsault (65 %) e Grenache (35
%). 13% de álcool. R$ 49.
8º: Ainda está muito frio nesta temperatura, aparece o amargor em demasia. Perde o
encanto.
11º: Fruta no aroma, mas tem uma certa complexidade, na boca tem corpo, não é ligeiro
demais, pede acompanhamento de comida, boa acidez, gostoso e guloso.
18º: Nariz vinhoso, toque de madeira ligeiro, não é sua temperatura ideal, mas está
agradável e bebível, merece ser servido mais fresco. Tem boa acidez e é medianamente
longo no gosto.
22º: Álcool totalmente despregado do todo, pouco atraente. Um tostado muito presente.
Na boca é amargo e alcoólico, tende ao enjoativo.
Tinto
Villard, 2006
Um Pinot Noir potente e com muita furta, um estilo interessante, porém não tão elegante.
Muito bem feito e cheio de tipicidade chilena, com toques amadeirados. 14% de álcool. R
$55,50.
12º: No nariz mostra a tipicidade da Pinot, aquele caráter carnudo, na boca esta gostoso,
quase mastigável, amplo, sedutor. Muito bom.
18º: Bem típico de Pinot do Novo Mundo, toque de lácteo da malolática, elegante na boca,
corpo médio e longo, os taninos estão equilibrados, mas a temperatura é um pouco alta
para ele.
27º: No nariz agüenta o calor, aparece um toque de doçura, talvez do álcool, e casca de
laranja seca, da madeira. Quentinho, não perde as qualidades, mas os taninos amargos
empalidecem o equilíbrio.
http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,de-grau-em-grau,120887,0.htm