Você está na página 1de 14

ITL – Introdução a teoria da literatura

Professor: Gilson Sobral


Resumo em tópicos do conteúdo de: 11/08 -
Ariel Pheula do Couto e Silva

1. Obra Literária
1. Funções da literatura:
a. Aristóteles: Texto literário: Trata de possíveis acont., ficção, elem. Imaginários.
X
Texto histórico: Trata de fatos (texto lírico, sendo um sentimento verdadeiro, ñ é txt
literário.
b. Jakobson: É um texto em que sua linguagem é usada em função predominantemente
poética.(a carga emotiva é forte nestes textos)

---Conceito geral: Txt literário é um texto de ficção em que a função poética é predominante.
2. Função da obre literária:
a. Função estética: (Seria predominante em toda obra artística)
● Troca de sensibilidades: autor apresenta elemento emocional para o receptor
partilhar deste.
● Carga emotiva com vários gêneros(drama, terror etc).
b. Função gnosiológica:
● Arte carrega algum tipo de conhecimento, bom ou ruim.
● Registro e transmissão de um sist. de crenças ou de conhecimento
---Obs: uma visão antiga dizia que a f. Estética servia para disfarçar a transm. De
conhecimento.
2. Teorias literárias e críticas correspondentes:
Teoria expressiva(AUTOR)

Obra de Arte Literária (OAL)

Teoria Mimética Teoria Pragmática


(SOCIEDADE) (PÚBLICO)
Teoria Retórica
(OAL em si)

1. Teoria mimética: (mimese = imitação) – Sociedade influencia o autor


a. Características: (reforçada pelo REALISMO)
● O autor é uma antena, e recebe de grupos sociais o que escrever.(o que o autor
diz é reflexo do pensamento de grupos sociais)
● Estuda a relação entre obra e mundo(sociedade).
● A obra é vista como reflexo(sutil)/cópia /imitação da realidade.
● A obra representa de alguma maneira a realidade. (com isso vem a censura, ao
fazer denuncias etc)
● A verdade do artista provém/ é igual a verdade do mundo retratado.
b. Crítica mimética:(aceita a Teoria mimética)
● Filosófica: idéias da obra e da sociedade.
● Histórica
● Sociológica: o que a obra produz em rel. às condições sociais.
● Marxista(subdiv. da sociológica): análise da obra a partir de um viés econômico
particular
2. Teoria expressiva:
a. Características: (reforçada pelo ROMANTISMO)
● A obra é a expressão do poeta.(em nível psíquico, crenças, emoções,
cosmovisão etc)
● O autor se desnuda na obra.
● A sensibilidade e a emoção são os elementos mais importantes da obra.
● A obra é produto de um gênio, e só outro gênio é capaz de compreender.
(tendência a fuga da realidade, função estética forte)
b. Crítica expressiva: (aceita a teoria expressiva)
● biográfica: vida e obra.(necessita de árduas pesquisas sobre vida do autor:
diários etc)
● Psicológica: como ele pensava
● Psicoanalítica do AUTOR: análise da psiquê do autor e de sua comparação c/ a
obra
3. Teoria Pragmática: (ou teoria da recepção, na Alemanha) – autor influencia a sociedade
a. Características:
● Obra não é nada sem a recepção, complicações:
● editor qr editar a obra; censura política, religiosa; etc;
● Estudo de como a obra foi recebida em vários séculos
● Relação obra e público.(ex: teatro, ...)
● Estuda a influência da obra sobre o público:
● Qnd o estado não qr esta ou aquela influência: Censura, ...
● Obra é vista de diversas perspectivas:
● Arma política. (B. Brecht-teatro engajado; Augusto Boal-teatro do
oprimido; censura no mundo muçulmano; etc)
● Crítica social. (aceita qnd é bem moderada, ex: A Relíquia, Os Maias, O
Crime do Padre Amaro, etc)
● Objeto de prazer: alguns dizer ser uma obra menor – subvalorizada - por
não conter reflexões.
● Estuda o papel/ função do arista na sociedade.(tbm estudam formas de controlar
este autor)
b. Crítica pragmática(ou crítica da recepção): (aceita a teoria pragmática)
● da recepção. (em determinadas épocas)
● das concretizações literárias. (filtros: editor, jornalista, ... - “o gosto do público
e de quem condiciona o gosto do público”)
4. Teoria retórica:
a. Características:
● A obra literária é produto de si mesma. (Demanda do Santo Graal, ...)
● A obra é autônoma e produto da linguagem. (Juri Tinyanor, Alain Rubbe-
Grillet)
● “Imaginação/Literatura é mais real que a realidade!”
● Estudo da obra em sua autonomia.
● Fortalecida pelos: Formalistas russos 1920 (posteriores ao
parnasianismo)
Estruturalistas franceses 1960
● O que importa é o TXT
● A obra é um sistema fechado. (para ser aberta precisa se ter det. Conhecimentos
de regras; não aceita o leitor como co-produtor)
● A obra é vista como arte pela arte
● A obra constrói sua própria realidade.(da linguagem)
● (P/ Wittgenstein: “a linguagem é meu mundo”)
b. Crítica Retórica: (aceita a teoria retórica)
● Análise lingüística
● filológica (significados das palavras)
● estruturalista, formalista (linguagem em si)
● fenomenológica
● funcionalista
● psicanalítica da PERSONAGEM
5. * Teoria/ Crítica genética:
a. Como a obra chegou a ser feita?
● Autor
● Sociedade da época
b. É um misto de:
● Autor(teoria expressiva)
● OAL(teoria
retórica)
● Sociedade(teoria mimética)
2. Gêneros literários:
1. Conceito(gêneros poéticos ou literários): categorias abrangentes que indicam um modo como
se manifesta um determinado conjunto de formas poéticas ou literárias(diferente de recursos
estilísticos-ex: verso, prosa,...).
2. Divisão tradicional dos gêneros:
a. Gêneros narrativos:
● epopéia; poema épico; poema herói cômico(paródico); romance; novela; conto;
fábula; etc
b. Gêneros dramáticos:
● tragédia; comédia; farsa; tragi-comédia; drama; moralidade; mistério; milagre;
auto; mimo; etc
c. Gêneros líricos:
● soneto; rondó; rondel; vilancete; cantiga de amor, amigo, escarnio ou maldizer;
elegia; epigrama; sextina; etc
3. Para se classificar os gêneros literários:
a. Métodos de classificação:
● Indução: (análise do que existe)
● constatação da existência de gêneros a partir da observação de
determinados períodos da literatura.
● Dedução: (elemento tese é usado)
● postulação da existência de gêneros literários a partis de uma teoria do
discurso literário.(até hoje, a que vigora é a de Aristóteles: “literatura é
ficção”)
OBS: Hoje em dia: (concepção moderna dos gêneros literários):
● gêneros não são fixos e podem se misturar.
● A teoria moderna é descritiva
● na obra não há como separar conteúdo/ ritmo da forma
b. Categorias de classificação:
● Plano do conteúdo:
● Tema e subtemas (à critério do autor)
● Ação (trama)
● Espaço (obs: são imaginários msm se for feita menção ao espaço físico,
o q seria feito para induzir o leitor d q a história “é” real, msm tbm q
simule a realidade, pois há pontos irreais colocados)
● Personagens (caracterização)
● Tempo da história (p/ obras narrativas)
● Plano da expressão(ou forma: plano formal)
● ordem narrativa: ordenamento temporal, ...
● modos discursivos(descrição): maneiras de veicular, apresentar o
conteúdo da obra.
● *fluxo de consciência: técnica narrativa que é usada como parte da
história(de preferência)
● focalização (narrador onisciente, ...)
● tempo do discurso: qnto tmp leva o discurso para falar da história.
● Recursos estilisticos:
● mórficos (neologismos, ...)
● sintáticos
● métricos ( na poesia, ...)
● cênicos (indicações cênicas no teatro, ...)
● figuras de linguagem (120 no livro “teoria da literatura, Hênio
Tavares”)
● Outros
4. Tipologia dos gêneros literários:
a. Platão (República, cap. III)
● Critério: quanto aos planos do conteúdo e da expressão
● logos(conteúdo):
● O poeta não deve representar defeitos (obra de arte ensina a
moral), sobretudo com relação a deuses e heróis (pois são
exemplos).
● Não se deve encorajar o mal representando a virtude como mal
sucedida e o vício como bem sucedido.
● léxis(forma):
● narrativo puro(ditirambo): antes era um hino que narrava a morte
de Dionísio(sua morte e ressurreição), mas Platão só conheceu o
ditirambo literário, que depois se modifica e dá origem à
tragédia.
● mimética(dramática): aquilo que é encenado, diálogos entre
personagens (teatro)
● modo misto: autor-narrador fala com o personagem
● OBS: Platão não admite a lírica (tradução de sentimentos reais não é ficção,
logo não é literatura- na verdade Platão não disse isso, mas pode-se inferir*-
argumento de Widisht Stridger)
b. Aristóteles (em (Arte)Poética)
Poesia: é a arte da imitação em versos. Nós imitamos as ações reais, pq a descrição das ações reais é
história.

● Critério (1°): quanto à imitação (mimese)
● objeto da imitação:
● homens superiores, iguais à nós ou inferiores.
● Critério (2°): quanto ao modo de imitar (mimética de Platão)
● narrar: épica (epopéia,...) - modo misto de Platão
● encenar: teatro (diálogo, ...) personagens em cena
● Critério (3°): quanto ao estatuto da personagem(posição social) e ao modo de
apresentar o conteúdo(narrar ou encenar)
● o poeta narra ações de personagens:
● classes inferiores: poema paródico
● classes inferiores: epopéia
● o poeta encena ações de personagens:
● classes inferiores: comédia
● classes superiores: tragédia
c. Diomedes (em “Ars Grammatica”)
Primeira vez que o poema lírico é incluído.
● Critério: modo de enunciação/ apresentar (d)o conteúdo
● Lírica: Só fala o autor (eu-lírico)
● Épica: fala o autor e as personagens ou narrador e personagens.(obs: não
se fazia distinção entre autor e narrador)
● Dramática: só falam as personagens
d. James Joyce
“Retrato do arista quando jovem”
● Critério: modo do artista apresentar sua imagem/ conteúdo
O artista apresenta sua imagem (o que ele pensou)
● Lírica: em rel. imediata consigo msm.
● Épica: em rel. intermediária entre si(poeta ou narrador) e os
outros(personagens) – modo misto de Platão
● Dramática: em rel. intermediária só como os outros (conflito)
obs: devido ao fato de o artista não estar presente, só sua imagem
aparece, e esta é projetada nas personagens.
e. Wellek e A. Warren
● Critério: modo de imitação
● Lírica:é a persona do poeta
● Épica: poeta fala em seu nome(discurso indireto) ou faz falar as
personagens(discurso direto) – modo misto de Platão e modo narrativo
de Aristóteles
● Dramática: o poeta desaparece através/ atrás da distribuição de papéis na
peça
f. Pierre Corneille
Dissocia personagens (classes sociais) e ação. Os nobres podem ser personagens de
comédia.
g. Anônimo(séc. XIX)
drama: tragédia(sem mtos conflitos) mitigada em ambiente burguês/ não nobre.
h. Abade Betteux(séc. XVII)
● Critério: conteúdo apresentado
● lírica: sentimentos fingidos pela arte (entra na mimese)
● épica: ação narrada
● dramática: ação encenada
i. Auguste Wilhelm Von Schlegel
Entende como Platão e Aristóteles
● lírica: fora dos princípios da mimese pq nela há sentimentos autênticos
j. Friedrich Von Schlegel(irmão)
● Critério: modo de enunciação
● lírica: é subjetiva (autor)
● épica: é subjetiva-objetiva (autor-personagem)
● dramática: é objetiva (personagem)
k. Friedrich Hölderlin
● Critério: tríplice
● Lírica: ideal segundo a aparência, ingênua pelo significado, e contínua
de um sentimento único
● Épica: ingênua segundo a aparência, heróica pelo significado, e de
grandes vontades
● Dramática(só tragédia é aceita): heróica segundo a aparência, ideal pela
significação e de uma intuição intelectual
l. Auguste Schlegel(já citado)
● Critério: tríplice
● Épica: tese dialética, ligeira densidade, e com objetividade pura
● Lírica: antítese dialética, singularidade energética em rel. à densidade, e
com subjetividade pura
● Dramática: síntese dialética, totalidade harmônica seg. a densidade, e é a
interpenetração das duas anteriores
m. Friedrich Hegel
● Critério: dialético
● Épica: tese dialética, a consciência ingênua de um povo
● Lírica: antítese dialética, o eu individual separado do todo substancial da
nação
● Dramática: síntese dialética, a nova totalidade que mostra um
desenvolvimento objetivo, com o surgimento de acontecimentos de
interioridade individual
n. Apanhado
● Critério: qnto ao tempo
Autores Lírico Épico

Humbolt Passado

Scheling Presente Passado

Jean Paul Presente Passado

Heget Presente Passado

Dallas Futuro Passado

Vischer Presente Passado

Erskime Presente Futuro

Jakobson Presente Passado

Staiger Passado Presente

o. Z. S. Dallas
● Critério: pessoa gramatical (assunto, emissor, receptor)
● Épica: 3ª pessoa do discurso (narrador)
● Lírica: 1ª pessoa
● Dramática: 2ª pessoa
p. Julius Petersen
● Critério: modos de apresentação do conteúdo e tipos de conteúdo
● épica: narração(modo) monologada de uma ação(tipo)
● dramática: representação dialogada de uma ação
● lírica: representação (mimese) monologada (só o poeta fala) de uma
situação(emocional)
q. Ernest Bovet
Gêneros são modos de conceber a vida e o universo(cosmovisão)
r. Hegel
● Critério: tipo de relação humana
● Épica: existe um mundo épico definido por um tipo determinado de
agregação social e relações humanas
● Lírica: existe um conteúdo lírico que é o próprio sujeito individual
● Dramática: existe um meio dramático feito de conflitos e colisões
s. Karl Viëtor
● Critério: formas de atuação humana
● lírica: expressa sentimentos
● épica: expressa conhecimentos
● dramática: expressa vontade e ação
t. Goethe, W
● Critério: modo de enunciação(forma de apresentação do conteúdo)
existem formas naturais e autênticas
● épica: narração pura
● lírica: transporte entusiástico (sentimentos)
● dramática: representação viva
u. Professor Gilson Sobral
● Critério: modo de apresentação(enunciação)
● gêneros narrativos: prosa(epopéia, ...) e verso(romance, conto, ...)
● gêneros dialogados: apresentação(teatro, ...) e não-apresentados(poemas
dramáticos dialogados, ...)
● gêneros monologados
● gêneros mistos
3. Sintaxe narrativa
1. Conceito: é a maneira de como as estruturas de contar a trama se organizam.
2. Narrema: é o menor elemento distintivo na sintaxe narrativa:
a. Proposição: Ação possível proposta pela personagem ou pelo destino
b. Atualização: Ação em processo (pode ser duplicada: A¹, A², A³ etc)
c. Resultado:Ação (in)conclusa
3. Seqüência narrativa: é um grupo de três narremas na ordem acima:
a. Seqüência elementar(SE): somente os três elementos
b. Seqüência complexa:
● Por emparelhamento(SCp) (em paralelo, duas ações simultâneas q podem
convergir para um ponto final)
● Por encaixe(SCc) (ação(ões) coligada(s) dentro de outra(s)
● Por emparelhamento e por encaixe(SCcp) (junção das duas citadas acima)
c. Exemplos: (retirados do conto de Machado de Assis “O caso da vara”)
● (SE) Perspectiva de Damião

P.: Fugir do seminário (verbo sempre no infinitivo presente ou utilização de


substantivo deverbal)
A.: Foge em condições não reveladas (verbo sempre no presente do indicativo
R.: Fuga realizada (verbo sempre no particípio perfeito)
● (SCp)Perspectiva de Sinhá Rita Perspectiva do destino

P.: Propõe-se a distrair Damião P.: Fazer Lucrécia esquecer o trab


A.: Conta anedotas e faz Damião conta-las tbm A.: Lucrécia esquece o trabalho
e escuta Damião
R.: Damião distraído R.: Trabalho esquecido
● (SCc)Perspectiva de Sinhá Rita(β) Perspectiva de João Carneiro(γ)

P.: (dita anteriormente – Ver Caderno) P.: Convencer o pai de Damião


A.: Encarrega João Carneiro A.: Vai a casa do compadre
R.: R.:
● (SCcp)Perspectiva de Sinhá Rita Perspectiva de Damião

P.: Punir Lucrécia P.: Garantir a ajuda de Sinhá Rita


A.: Agarra Lucrécia e pede a vara a Damião A.: Entrega a vara à S.R.
R.: [Lucrécia punida] R.: Ajuda garantida

Perspectiva de Lucrécia Perspectiva de Damião


P.: Evitar punição P.:(cont.Ver Caderno – apadrinh.)
A.: Pede socorro A.: (Ver Caderno)
R.: [Punição não evitada] R.: Lucrécia não apadrinhada
● Observação: comentário entre ( ) são comentários próprios, enquanto
comentário entre [ ], são inferências por parte do leitor que o autor fornece.
5. Narrador
1. Conceito: é a persona que enuncia o discurso, não necessariamente é neutra, pode ser iônica,
imparcial, simpática etc. (“Crime e castigo”, Dostoievski; “Idiota”; entre outros)
2. Tipos de narrador:
a. Quanto ao modo narrativo:
● Ausente da narrativa(narrativa=diegese, em grego):
● Narra a história em que não participou como personagem.
Heterodiegético.
● Normalmente fala em 3ª pessoa
● Geralmente torna-se (ou é) onisciente(mas pode ser limitada, dep. do
autor)
● Presente à narrativa: (são limitados, normalmente)
● Produz a própria obra. Autodiegético
● personagem principal que conta a sua história
● ex: Bento em “Dom Casmurro”
● É limitado (mas pode ocorrer o inverso, ex: Memórias Póstumas
de Brás Cubas)
● Relata história que participou, mas como personagem secundário. Homo
diegético
● É personagem, mas não principal. Pode ser pouco ou mto
secundário
● É (tbm) ilimitado
● ex: “O morro dos ventos uivantes”
b. Quanto ao estatuto ontológico(qm são esses seres?)
● Um ser animado
● Pessoa viva ou morta
● Animal vivo ou morto
● Um ser inanimado
● Orgânico (ex: planta, ...)
● Inorgânico (ex: pedra, astro, rio, ...)
● ex: “Relógios Falantes”.Dom Francisco de Melo
“Memórias de um cabo de vassoura”. Lessa, O
● Um ser indeterminado
● É um narrador puro
● Imparcial
● 3ª pessoa
● pura voz narrativa
● ex: contos infantis; (Sterner, L, em seu “Tristam Shanly” que faz crítica
aos narradores que não são a pura voz narrativa, ao cometer
exageradamente uma série de intromissões do narrador na história, e
mostrar o qnto isso seria “irritante” para o leitor)
6. Focalização e Foco narrativo
1. Conceitos:
a. Focalização: modo de apresentação dos dados, conforme eles estão ao alcance do
campo de consciência do narrador.(ex: narrador onisciente, ...)
● Limitação X Infinitude
b. Foco narrativo: Tempo ou atenção dedicada pelo narrador a cada personagem e ao
espaço onde se desenvolve a ação.
● Delimitação X Ilimitação
2. Observação:
a. Limitada (ou interna): é Homo ou Autodiegético
b. Ilimitada (ou externa) : é narrador Heterodiegético
Pode haver exceções
7. Persona e Personagem
1. Conceitos:
a. Persona: é qualquer imagem do ego, seja dele próprio, seja de outros, ou dele sobre o q
os outros pensam, ... .(entidade fictícia concebida pelo autor, não é pessoa, nem
personagem em si)
b. Personagem: é o conjunto de imagens da persona ficcional.
2. Imagens da persona:
a. Persona real (quem eu sou)
● correntes de explicações:
● Id + ego + superego (Freud)
● Alma + corpo (+ espírito)
● Alma + mente + corpo
● 4 corpos (congensiologia: soma + psicossoma + mentalsoma +
energossoma)
● 7 corpos (hinduísmo)
● (...)
b. Persona autocrítica (qm eu penso que sou)
● persona é a auto-imagem
c. Persona desejada (qm eu qro ser)
● persona é um projeto, d qm? Id?Ego?Mente/ Alma? De alguma deus?
d. Persona fingida (qm eu qro que os outros pensem que sou)
● persona é uma máscara social
e. Persona julgada (como me julgam)
● persona é uma imagem social
f. Persona reflexo (como julgo que os outro me vêem)
● persona é uma auto-projeção social
3. Tipologia psicossomática
a. Hipócrates
● sanguíneo: predomina o sangue na constituição do indivíduo
● melancólico: predomina a bílis negra
● colérico: predomina a bílis amarela
● fleumático: possui muito muco no corpo
b. Astrologia
● Terra: virgem, capricórnio, touro
● Água: câncer, escorpião, peixes
● Ar: aquário, libra, gêmeos
● Fogo: áries, leão, sagitário
c. Ernst Kreschtner
● Pícnico: ou ciclotímico, é baixo e entroncado e com tendências maníaco-
depressivas.
● Leptossômico: ou esquizotímico, é alto e magro esguio e com tendências à
esquizofrenia.
● Atlético: é viscoso e com tendência à epilepsia.
d. Carl Gustav Jing
● extroversão X introversão
● inatividade X atividade
● primariedade(indivíduo impulsivo) X secundariedade(indivíduo que espera para
reagir, mas reage)
OU
● sensação X intuição
● pensamento X sentimento
e. Isabel Briggs Myers
● introversão X extroversão
● sensação X intuição
● pensamento X sentimento
● julgamento X percepção
f. Karen Horney
Possuem tanto pntos positivos qnto negativos, para se protegerem
● O submisso (ou amoroso): volta-se para outras pessoas
● Amor ou Submissão
● O hostil: agressivo com os outro
● Poder
● O retraído: isolado em relação aos outros
● Distanciamento
g. Fritz Riemann
Nenhum é puro, mas há predominâncias
● medos das pessoas geram tipos psicológicos (recorrentes)
● de proximidade --- esquizóide
● de distância --- depressivo
● de mudança --- obsessivo
● de estabilidade --- histeria
h. Eneagrama
Feito por um Padre e um Pastor evangélico
● Coração ou viscerotônico: números relacionados: 2, 3, 4; ligado à emoção
● Cabeça ou cerebrotônico: números relacionados: 5, 6, 7; ligado à mente
● Ventre ou somato tônico: números relacionados: 8, 9, 1; ligado ao sexo
4. Caracterização das personagens
a. Conceito: é o processo de atribuição de traços identificadores aos elementos integrantes
de uma história e à ação em que ocorre.
b. Pode ser:
● Direta: narrador onisciente. Ex: “O Cortiço”, de Aluízio de Azevedo.
● Indireta: narrador limitado(Ver).diálogos e fragmentos tirados da ação.
5. Roteiro para analise das personagens
a. Traços físicos (obs: hoje não se tem mto essa preocupação)
● objetivos:
● ridicularizar(ex: ciganos, anões, ...)
● reconhecimento(de Aristóteles)
● (...)
● sexo (problemas sexuais, desvios)
● Altura; dados raciais(cor da pele); peso; condições de saúde; defeitos físicos;
traços particulares(bigode, barba, cicatrizes, ...)
● casos especiais: seres abstratos, fantasmas etc
b. Traços psicossociais (que fazem com q a sociedade aprove ou desaprove)
● modo de vestir-se; etiqueta; maneiras de falar; tiques nervosos etc
● educação; profissão; interesses culturais(toca instrumentos,
pinta, ...);ideologias, crenças; etc
● espaço físico(qm são as pessoas que moram aí); época local; costume;
alimentação; desenvolvimento técnico; sistema de transportes etc
c. Relações das personagens
● delas em relação à obra:
● Título: É um personagem principal? Uma família? Grupo social? Local?
Época? Circunstância?
● Personagem: É individual? Família? (ex: “os buddenbrooks”; “os
maias”); universal? (é um símbolo, alegoria, motivo humano eterno, ...;
ex: “Vidas Secas”)
● delas entre si:
● ódio, concorrentes, conflito, drama
● amor, amizade, auxílio
● medo, pavor
● indiferença (pode até ser uma forma de educação)
● da personagem em relação a si msm
● evolui (ex: “Dom Casmurro”; “Brás Cubas”)
● não evolui (ex: “O Guarani”, Peri e Ceci)
1. Estilo e caracterização das personagens
a. Modos discursivos:
● narrativas
● descrições
● monólogos(solilóquio, solipsismo, ...)
● discurso direto: condição do teatro – aqui e agora
● discurso indireto: transmissão por outra figura de algo que alguém falou. Ex:
narrador, ... .
● discurso indireto livre (ou monólogo interior indireto): não se sabe se é o
narrador ou a personagem que fala. (comum em prosa moderna: Garcia, O)
● Fluxo de Consciência (ou monólogo interior, ou ainda monólogo interior
direto): transmissão do que está no pensamento.(é automático, não segue regras
de sintaxe etc)
● Dissertação: tentativa de provar algo ao leitor. (ex: “O Ateneu”, Raul Pompéia;
“O Bom Crioulo”, Adolfo Caminha; “A Carne”, Júlio Ribeiro)
b. Figuras de linguagem (Ver “Teoria Literária”, Hênio Tavares)
c. Outros recursos estilísticos: (são típicos da época, do autor, de uma det. Cultura etc)
● vocabulário: adjetivos, neologismos, ...
● expressões particulares, trejeitos lingüísticos
● ordem sintáticas determinadas
2. Tempo
(Ver folha dada “estrutura temporal da narrativa”)
1. Narrativa e Tempo
Narrativa precisa de tempo para se desenrolar
O ato de narrar implica contar uma seqüência de ações(A-B-C...Z); e essa narração ocorre
inevitavelmente num tempo.
a. Implicações lingüísticas:
● repartição de modos: existem línguas em que não há passado ou
futuro(decorrentes do idioma); características que diferem de acordo com os
diomas.
● Sistema de flexão: se é adotado ou não. (ex: mandarim-chinês- não tm flexão,
mas é tonal)
● Modulações de aspecto: se é definido ou não. Ligação com o tempo do verbo.
b. Não há superposição de fatos narrados
Fatos tem de ser em seqüência.
● Obriga à divisão de tempo:
● da História: cronológico ou natural; é fixo A-B-C...Z.
● do Discurso: não há cronologia; é variável ex: A-B-GH-F-... .
Tempos da história
Duração dos fatos narrados apresentados em sucessão de forma mais ou menos rigorosa ou
como vivenciada pela personagem.
c. Tempo cronológico: (externo)
● datas precisas: ano, mês, dia, hora, ...
● datas aproximadas: 18**(equivale a XVIII), século, época, ano aproximado,
estação (da chuva, ...)
● elementos de época ou de contexto, que permitem situar o txt.
● O tempo da história é o mesmo da produção do txt.
● Ficção Contemporânea(ou de costumes)
● obs: necessita de elementos identificadores ténicos
● O tempo da história é anterior ao tempo da produção do texto.
● Ficção histórica
● O tempo da história está tecnologicamente(em termos de avanços
tecnológicos) defasado(geralmente posterior) em relação ao tempo de
produção do texto.
● Ficção científica
● Com dados diferentes da “minha” história; com tecnologia
avançada ou atrasada em rel. à minha; ex: pré-história,
futurismos, ...
● O tempo da história é outro(anormal, alterado, ...) em rel. ao tempo
normal.
● Literatura magico-religiosa (ligada ao mundo antigo e idade
média) – nós a provocamos
● Literatura sobrenatural e de terror (ex: zumbis, vampiros, ...) -
nós não a provocamos
● Questão: De que modo o tempo serve para classificar as obras em
gêneros temáticos?
d. Tempo psicológico:
● conceito: é um dado interno da personagem q surge através da memória ou
imaginação/ fantasia.(pode ser fruto de alucinações, experiências religiosas, ...)
● O que pode acontecer:
● Alargamento (do tempo)
● passou-se mais tempo que o habitual; acontece em atividades da
qual não se gosta ou está nervoso, ...
● ex: indivíduo esperando o parto da esposa(pode ter passado
somente 0:30min e para ele passou no mínimo 2:00hs)
● Redução (do tempo)
● passou menos tempo que o habitual; acontece quando se distrai
com facilidade, qlqr atividade que o indivíduo gosta
● ex: jogando baralho com os amigos
● Dissolução (do tempo)
● não há sinal externo que indique a passagem do tempo; não se
percebe como o tempo passou.
● Ex: fluxo de consciência(sem org. Sintática)
Tempos do discurso
e. OBS: o tempo da narrativa se org. como quadros temporais, pela impossibilidade de
serem mostrados simultaneamente.
● Ex: Folha de “estrutura funcional da narrativa”:
● Pode ser mostrado:
● primeiro os tempos de Pafúncio e depois os de Medoro: de forma linear
ou de forma não-linear(ao não partir do começo, ...)
● primeiro os tempos de Medoro e depois os de Pafúncio: de forma linear
ou não-linear.
● Os tempos dos dois imbricados entre si(falando ora de um ora de outro):
de forma linear(A-B-C-...Z) ou não-linear(C...A-B...J...)
b. O tempo do discurso pode se organizar de formas diversas:
● Ordem narrativa:
● Conceito: É a sucessão dos segmentos temporais no discurso; o tempo
da história é sempre igual, mas a história é contada no tempo do
discurso e o narrador se intromete na história como quer.
● Exemplos:
● tempo da história:A-B-C-D...Z
● tempo do discurso:
● A-B-C-D.....Z
● D-E-A-B-α-C-G-M-β-N-H....
● Observação:
● Prolepse: antecipação de algo. Ex: “D-E” e
“G-M”.
● Analepse: retrospecto, volta ao passado.
Ex: “A-B” e “H”.
● Metalepse: intromissão do narrador;
transposição de planos ou da narrativa. Ex:
“α” e “β”.
● Freqüência narrativa
● Conceito: é a relação quantitativa entre o nº de acontecimentos da
história e o nº de menções no discurso, quantas vezes são mencionadas
no discurso.(modo de apresentar os fatos, tem relação com o tempo e
modos verbais de uma língua).
● Tipos:
● discurso iterativo: resume fatos diversos
● fato (hist.): ocorre várias vezes
● discurso: menciona 1 vez
● ex: todo dia/ habitualmente/ muitas vezes fulano fazia tal
coisa
● obs: tempo imperfeito indica progresso ou repetição da
ação
● discurso repetitivo: é o inverso do de cima
● fato (hist.): 1 vez
● discurso: várias vezes.(indica personagem obcecada,...)
● ex: narrativa epistolar(etimologia=através de cartas): um
fato é analisado por várias personagens(ex: “As Ligações
Perigosas” de Chauderlos de Laclos)
● discurso singulativo: vem da palavra singular
● fato (hist): 1 vez
● discurso: 1 vez
● ex: eu fiz isso, ele agiu assim,...
● obs: tempo perfeito(pretérito, ...) é usado para dar aspecto
pontual, momentâneo, ao invés de durativo(como no caso
do tmp imperfeito)
● Velocidade da narrativa
● Conceito: é a relação entre a velocidade da história com o texto; relação
entre a duração da história e a extensão do txt;
duração: medida pelo tempo cronológico;
extensão do txt: linhas, páginas,...(tmp de leitura)
● Tipos:
● Isocronia: a narração em velocidade sincronizada com os fatos;
duração da história equivale ao tempo do discurso narrativo.(ex:
diálogo-cena de teatro ou txt teatral; discurso direto-fala da
personagem)
● Anisocronia: é qualquer alteração no discurso da duração da
história.(a história pode ser estendida ou diminuída, reduzida)
● Atraso da narrativa (Td > Th)
● O tempo do discurso é maior que o tempo da
história.(narrativa preenchida com elementos
diversos-digressões, descrições,...)
● Tipos:
● Extensão: prolongamento da narrativa.(ex:
narração de pensamentos, ...)
● Pausa: narrativa é interrompida para se
introduzir elementos.
● Descrição
● Digressão: qnd o narrados fala.
(simplesmente falando com o leitor,
argumentando etc)
● Dissertação: (tipo de digressão)
● Aceleração da narrativa (Td<Th)
● O tempo do discurso é menor de que o tempo da
hist.

Você também pode gostar