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Rio de Janeiro,
março de 2009.
2
AGRADECIMENTOS
AGRADEÇO EM ESPECIAL
À MINHA FAMÍLIA,
AO GENARO :
A AMIGA GEANE,
DEDICATÓRIA
RESUMO
O riso é universal. Um dos atos mais comuns e simples que fazemos. O riso como
forma de comunicação acompanha o homem desde os tempos mais remoto. Com o
passar dos séculos o riso adquiriu vários nomes, mas sempre foi utilizado da mesma
forma: para proporcionar o bem estar físico mental e social de quem ri e ou de quem
compartilha dele. Rimos por vários motivos. Os neurobiologistas e gelotologistas já
reconhecem que o riso quase nada tem a ver com o nosso humor. Nós rimos
essencialmente em situações sociais de felicidade, prazer e brincadeiras. Mas ele é
muito mais do que apenas uma mera manifestação de alegria. O riso atenua a
hostilidade e agressão, desarma as pessoas, cria uma ponte entre elas, facilita a
comunicação, o comportamento amigável. Com a vida que levamos, cheia de cobranças,
estresse, violência de todo tipo, nos distanciamos uns dos outros, da natureza, o que
vem causando males a nossa saúde. Com isso estamos perdendo o poder da
comunicação através do riso, da alegria, do bom humor, dos atos simples da vida, dando
espaço para as doenças, ao estresse. Atualmente nossa comunicação é quase toda
virtual, estamos utilizando a tecnologia para quase tudo, incluindo a comunicação:
email, mensagens, internet, celular... Estamos substituindo momentos de tranqüilidade e
bem estar com nossos amigos e familiares; aquele “bate papo informal”, pela
comunicação virtual. Os padrões sociais e regras de conduta marginalizam e controlam
a maneira como utilizamos o riso. A boa notícia é que estudos estão sendo feitos, a
cerca do riso e seus benefícios, comprovando que esta forma de comunicação só faz
bem seja para o indivíduo; por mexer com o seu corpo, seja para o grupo que
compartilha a alegria daquele momento feliz. Estamos começando a ver e a utilizar o
poder do riso de forma menos preconceituosa nas escolas, empresas e hospitais como
uma arma contra os males modernos. Precisamos aprender a utilizar o riso terapêutico
como forma de cura interior para encararmos nossa vida com felicidade. Verdadeiro ou
falso, amigável ou assustador, o estilo não faz muita diferença. O fato é que o sorriso
sempre serviu como forma de comunicação, talvez seja a maneira não-verbal mais
rápida, eficiente e feliz de mantermos contato com os nossos amigos.
6
METODOLOGIA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I – O RISO 09
CAPÍTULO II – COMUNICAÇÃO, SOCIEDADE E O RISO 19
CAPÍTULO III – O RISO E A COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA 24
CAPÍTULO IV- O RISO E A COMUNICAÇÃO NAS INSTITUIÇÕES 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS 40
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 42
8
INTRODUÇÃO
A idéia de realizar o presente trabalho se deu pela importância que o riso possui
na comunicação de todos nós, seja campo social, seja no campo profissional ou pessoal.
Rir é a melhor maneira de aliviarmos tensões. Mesmo que por alguns momentos, os
nossos risos podem suavizar uma situação desagradável. O riso é entendido como uma
válvula de escape. Comunicamos-nos melhor e somos aceitos em diversos grupos da
nossa sociedade se estivermos acompanhados de um sorriso, uma aura de felicidade.
Para alcançar tal objetivo faremos um rápido histórico de como o riso foi visto
através dos tempos e como ele é utilizado hoje em nossa sociedade para melhorar nossa
comunicação. Sua importância e efeitos benéficos para quem ri e quem participa dele
seja de forma ativa ou passiva.
Trabalharemos com os conceitos atuais de saúde e doença; citando como o riso
terapêutico pode auxiliar na saúde dos indivíduos. As relações sociais moderna estão
cada fez mais informatizadas levando ao distanciamento entre as pessoas; abordaremos
a maneira como o riso é importante e necessário nas nossas relações e como nossa
sociedade com tantas regras e normas, vê uma boa gargalhada.
Lançando mão de algumas teorias que falam sobre o riso conheceremos como
cada uma vê esse ato tão simples do ser humano. Descreveremos como essas teorias
descrevem essa nossa ação tão cheia de prazer. Nós também podemos utilizar o riso,
seus benefícios em terapias como o risoterapia.
Finalizaremos conhecendo um pouco da contribuição da comunicação do riso
nos hospitais como forma de aliviar as crianças, adultos e idosos bem como seus
familiares e acompanhantes através de uma visão rápida do trabalho que iniciou com o
Doutores da Alegria e que atualmente há vários grupos utilizando o mesmo pensamento.
Entraremos no mundo das empresas e veremos como é utilizado o riso como forma de
amenizar as tensões no ambiente de trabalho. Dentro o trabalho pedagógico o riso
contribui para unir professores e alunos fazendo do riso à melhor maneira de se
comunicar com nossos semelhantes seja qual for o local e o momento que estamos
dentro da complexa sociedade atual.
9
CAPÍTULO I - O RISO
1. HISTÓRICO
1
In: (CLARET, 2002, p.64).
2
In: (SOARES,Carla. http://super.abril.com.br,2004).
10
No século XVII, com o barroco, o humor encontrou terreno fértil, nas obras de
Shakespeare e constituiu elemento essencial no D. Quixote de Cervantes. Na França,
Moliére fazia rir a corte com suas comédias que predominavam a crítica à afetação, à
hipocrisia social e religiosa e à arrogância. O humor adquiriu densidade literária
também com: Henry Fielding, Laurence Sterne e James Boswell.
No fim deste século houve uma depuração do conceito de humor que passou a
ser um recurso para pôr à mostra aspectos ridículos ou incoerentes do cotidiano da
época.
No século XVIII, foi marcado pelo humor satírico, destacando-se Jonathan Swft,
em Viagens de Gulliver. Na França cultivava-se o humor revestido de ironia que atinge
a perfeição com Montesquieu nas Lettres persanes (Cartas Persas). Sorrisos podiam ser
vistos no rosto de homens e mulheres considerados bruxos, feiticeiros, vampiros e
3
(Ibidem).
11
4
(Ibidem).
12
5
(Ibidem).
6
(FUNES, 1999, p.13-14)
13
circenses, que recebem treinamento médico específico para desempenhar, com todo
cuidado e eficiência, seu trabalho junto aos jovens pacientes hospitalizados.
O Japão é outra nação que tem visão diferente do sorriso. No país do sol
nascente a risada pode ser tanto sinônimo de força como de sedução. Os antigos
guerreiros samurais faziam os dentes parecerem podres pintando-os de preto. Assim eles
acreditavam espantar inimigos e proteger as famílias de raptos e estupros. Até pouco
tempo atrás, a moda do sorriso escuro atingia até gueixas, que escondiam dentes
cobertos de tintura negra por trás do riso emoldurado em camadas de batom vermelho.
Apesar de o Ocidente geralmente associar o riso a aspectos positivos, cada povo
possui sua interpretação. Os franceses não riem para estranhos porque acham essa
atitude estúpida e gratuita. Os ingleses consideram a gargalhada vulgar e cínica. Na
Grã-Bretanha, existe até a expressão "I should smile" ("eu deveria sorrir"), algo como
"você está de brincadeira comigo".
1.1. O RISO
7
(FUNES, 2000, p.40 ).
14
O riso é uma das nossas primeiras experiências de vida. Através do riso fazemos
as primeiras interações com o mundo ao nosso redor. Brincar é vital para aprendermos
inúmeras regras e formas de interagir com o mundo que nos cerca. Crianças de todas as
idades, de diferentes culturas, brincam. Pais e filhos também se engajam em
brincadeiras de rolar no chão, de dar socos, sempre acompanhados pelo riso.
Precisamos do riso e das brincadeiras para nos comunicarmos.
“Alguns cientistas acreditam que as brincadeiras são parte essencial da
formação do caráter. Quando brincamos, simulamos e desenvolvemos as
mesmas situações cotidianas que viveremos mais tarde durante a vida
adulta. Ou seja, essas brincadeiras físicas vitais e precoces ensinam-nos o
alto controle e o comportamento social de que precisaremos na idade adulta.
Isto ocorre quando nós aprendemos a usar o riso para indicar que a
brincadeira agressiva é só O riso, como qualquer outro comportamento
emocional, tem uma função e o riso não é exceção. A função do riso é a de
comunicação”. 9
8
(CARDOSO, Silvia Helena. www.cerebromente.org.br.)
9
(Ibidem)
15
10
(REVISTA SUPERINTERESSANTE, 2002, p.5).
16
Precisamos nos comunicar mais com o nosso corpo, ouvir suas necessidades,
desenvolver uma linguagem para explorar a vida abaixo do nosso pescoço. O riso faz
essa conexão, nos beneficiamos fisiologicamente dele e todo nosso corpo sentem.
Somos corpo e mente. O riso nos ajuda a fazer essa conexão, a “desligar”, não levar a
vida de forma tão rígida, sendo exigentes demais com nós mesmos e com os nossos
semelhantes, quando fazemos isso deixamos o nosso mau humor contagiar o ambiente.
Podemos ainda relacionar outros benefícios que o riso faz ao corpo.
“*Coração- o ritmo cardíaco acelera. Em alguns casos, os batimentos
podem atingir 120 pulsações por minuto- em repouso, o coração tende a
bater, em média, 70 vezes por minuto.
*Os músculos mais trabalhados durante uma gargalhada são os abdominais.
Os movimentos funcionam como uma espécie de massagem para o sistema
gastrintestinal, melhorando a digestão. ”12
Segundo os cientistas por ser o riso uma expressão positiva, mascara a tristeza,
aumenta a aparente dose de satisfação ao rever alguém, esconde rancores. Mas também
utilizamos o falso riso para que todos pensem que estamos alegres, contentes, felizes.
Um riso nasce e dura 10 segundos.
O falso riso surge do nada e desaparece de repente. Ao longo da nossa história
conseguimos “inventar” vários tipos de riso que utilizamos em diversas situações
sociais, algumas desagradáveis para nós outras vezes para não desagradarmos alguém.
Seja como for estes tipos de riso fazem parte da nossa comunicação social, apesar de
não ser o riso espontâneo:
11
(FUNES, 2001, p.37-38).
12
(http://www.terapeutasdoriso.com.br/2005/)
17
• Riso Amarelo: usado como máscara para não exibir emoções negativas
e demonstrar vulnerabilidade; pode expressar reserva, e nesse caso é
muito utilizado pelos orientais.
• De boca fechada: próprio das pessoas que controlam o que dizem.
• Cordial: vem acompanhado de um levantar de sobrancelhas.
• De cumprimento: acompanhado de um aceno de cabeça e um levantar
de sobrancelhas.
• De desaprovação: acompanhado de um gesto com a cabeça, exprimindo
um “não”.
• Falso: em geral é rápido, tipo “acende e apaga” e não provoca rugas
de expressão ao redor dos olhos; é assimétrico, pois o rosto fica imóvel.
• De flerte: é o sorriso que vem acompanhado de um rápido levantar de
sobrancelhas.
• Forçado: o exemplo clássico é o sorriso de fotografia, quando se fala
“X”.
• Tipo he, he, he : próprio de pessoas melancólicas.
• Tipo hu, hu, hu: em geral, é o sorriso dos misantropos, das pessoas anti-
sociais.
• De lado: é do tipo falso. A pessoa disfarça o sorriso para que o outro
não o perceba.
• Solto: a pessoa quase morre de tanto rir, sente dores na barriga e relaxa
a ponto de urinar nas calças...
• Político: sorriso de que cerra e mostra os dentes para todas, olha para
todos com o ar de promessa, abraça todo mundo, dá tapinha nas costas,
pega criança no colo, etc.
• Rápido: próprio de pessoas egoístas, pessimistas ou introvertidas.
• Ruidoso: demonstra falta de educação e de boas maneiras.
• Solitário: é o sorriso de quem ri sozinho, quando ninguém ri da piada. 13
Nosso corpo tem meios de se libertar tensões, dor em estados que podem ser
físicos ou mentais através das lágrimas, do riso, do bocejo, do tremor e nos acessos de
cólera. Todos esses processos são rotulados de meios catárticos de libertar a dor.
Emoção move, para fora a dor que nos incomoda. O riso ajuda na liberação do medo e
da raiva. As lágrimas liberam o medo e a tristeza. O tremor libera o medo.
Nosso consciente representa a ponta de um iceberg, ou seja, apenas de 5 a
10% das nossas potencialidades. Então, vamos procurar entrar em contato
com nosso inconsciente, cujo o imo é positivo, construtivo e criativo, e que
constitui mais de 90% das potencialidades adormecidas - potencialidades de
pensar, sentir, ser, estar, agir, realizar e viver. Vamos utilizar mais os nossos
dois hemisférios cerebrais e despertar nossa energia vital, nossas forças
interiores, pois o momento atual exige que exteriorizemos nossa fé, nossa
criatividade, coragem, para que sejamos mais alegres, felizes e sorridentes.
Desta forma, a grande parte submersa do iceberg, que é o nosso
inconsciente, vai poder emergir e tornar-se consciente, fazendo com que nos
conheçamos mais profundamente e possamos seguir sorrindo o caminho da
felicidade.14
13
( LAMBERT, 1999, p. 44 – 45 ).
14
(LAMBERT, 1999, p.30).
18
15
(LAMBERT, 1999, p.35).
19
2. COMUNICAÇÃO SOCIAL
16
In: (CLARET, 2002, p.95).
17
(TRIGUEIRO Osvaldo. www2.metodista.br/).
18
Ibidem
19
(BELTRAN, Luiz Ramiro, 1981, p.35).
20
20
(MELO, José Marques. 1998 p.30).
21
(LAMBERT, 2000, p. 71-77).
21
Em nossa sociedade temos uma gama de normas de conduta. Para o riso também
temos normas para o seu uso apropriado em nossas vidas. Criamos a forma correta de
usar o riso e uma errada. Esta última relaciona-se com os tipos de patrões sociais e
culturais que o indivíduo está inserido.
Os comediantes são constantemente alvos e forçados a usar o humor somente a
serviço dos objetivos do estado. “Hitler também tinha conhecimento da capacidade do
riso de prejudicar o Terceiro Reich, mantinha Cortes de Julgamento de Piadas, um dos
objetivos era, punir aqueles que ousasse de dar o nome Adolf a seus cães!”
(MORREAL, Jonh)24.
Os governos que usam esses procedimentos têm a esperança de controlar seus
cidadãos para servir aos objetivos do totalitarismo. “Não se deve conceder a própria
confiança a alguém que não sorri nunca.” (MONTHERLANT , Henry de -). 25
Nossa sanidade também pode ser observada pela maneira como rimos, pois
nossa habilidade em associar universos de discurso independentes só funciona quando
estamos mentalmente sãos.
Um indivíduo que está clinicamente deprimido que consegue dar risadas é um
momento mágico! Indica uma ruptura em direção a cura, até aquele ponto havia visto o
mundo como um lugar amedrontador, hostil.
A crença de que devemos ser sérios na vida faz com que muitos de nós vejamos
o seu dia pesado, sempre com a expressão facial fechada. Estas pessoas são incapazes
de dar uma boa gargalhada. Confundimos seriedade com perfeição, esta confusão nos
leva a perder o contato com o nosso riso interior.
“A função social do riso pode aprofundar-se ainda mais. Estudos mostraram
que indivíduos socialmente dominantes como chefes executivos ou tribais
usam o riso para controlar seus subordinados. Quando o chefe ri, os
subordinados em geral também riem. O riso é então uma forma de expressar
o poder? O filósofo John Moreall especula que desta forma, os chefes estão
"controlando o clima emocional do grupo". Dr. Provine e sua equipe
observaram que as mulheres em uma audiência riem mais quando o
palestrante é um homem”.26
24
(MORREAL, Jonh, 1983, p.107 ).
25
In: (CLARET, 2002, p.83).
26
(CARDOSO, Silva Helena. www.cerebromente.org.br)
23
Vivemos em constante estresse, somos cobrados a todo o momento isso faz com
que o nosso riso fique adormecido, muitos perdem a maneira mais light de se comunicar
com os amigos, não sabem falar sem ser dando ordem. Quando pedimos para alguém
executar alguma tarefa e nos dirigirmos a ela com um sorriso, o pedido é visto com
outros olhos e com certeza a tarefa será feita.
“O riso, como qualquer outro comportamento emocional, tem uma função .
A função do riso é a de comunicação. É uma mensagem que nós enviamos às
outras pessoas comunicando disposição para brincar, ligar-se a elas,
ficarmos felizes e fazê-las felizes, mostrarmos que somos pacíficos.
Nós somos criaturas que necessitamos criar estruturas sociais e viver bem.
Então nós precisamos ter relações pacíficas com as pessoas ao nosso redor.
O riso promove efeitos positivos em nossos contatos sociais.”27
27
(Ibidem).
28
In: (CLARET, 2002, p.73).
29
In : (CLARET, 2002, p.68).
24
3. COMUNICAÇÃO INTERNA
30
In: (CLARET. 2002. p.35)
31
In: (REVISTA BONS FLUÍDOS, 2003, p.66) .
32
(Ibidem, p.66).
33
(Ibidem, p.70).
25
3.1. SAÚDE
Muito se fala sobre saúde, vida saudável, atualmente existem vários conceitos de
saúde, é um campo amplo que cada autor tem sua visão vejamos dois conceitos apenas
para ilustrar nosso trabalho e ajudarmos a entender algumas terapias e teorias
relacionadas ao riso e a comunicação.
Embora a saúde seja em grande parte determinada por sua herança biológica, a
redescoberta de uma vida mais simples e com qualidade está fazendo com que as
pessoas de todo o mundo mudem suas trajetórias buscando a simplicidade e procurando
entender as leis da natureza para manter a saúde do corpo e do espírito. Procurando
viver com propósito e equilíbrio, é um bom caminho para o indivíduo se manter
saudável.
34
(FERREIRA, Buarque de Holanda.1975, p. 1277).
35
(LAROUSSE, 2001, p.896).
26
3.2. DOENÇA
3.3. TERAPÊUTICA
3.4. RISOTERAPIA
37
(Ibidem, p. 28-29).
28
Nesta visão a incoerência é tida como força motriz de toda situação cômica,
sendo a mesma identificada como uma “experiência frustrada”. “O riso surge da súbita
transformação em nada de uma expectativa forçada”, KANT, Immanuel 39. O humor é
tido como a dissolução violenta de uma atitude emocional, que é produzida pela
associação de duas idéias inicialmente distantes. Segundo estes preceitos a piada de boa
qualidade deverá necessariamente mesclar dois elementos altamente contrastantes de
forma que se estabeleça forte relação entre ambos. Para que a piada tenha boa aceitação
pelo público é essencial que este esteja inteirado das idéias opostas que se apresentam
na piada. Assim, o comediante deve se inteirar sobre os aspectos sócio-culturais do
público para que consiga estabelecer relações inusitadas para sua platéia.
Provém da remoção de uma tensão, Sigmund Freud teorizou que esta tensão é
resultado da ação da “censura”, nome que deu às proibições internas que impedem o
indivíduo de dar forma aos seus impulsos naturais. Segundo Freud, o humor, seria uma
forma de enganar a censura e portanto provocar alívio e assim o riso. A censura é
enganada se a quebra da proibição for disfarçada por uma idéia que não denote algo
proibido. Como um insulto dito como um elogio.
Usamos o riso para que as pessoas saibam quem somos testar regras e normas
sociais. Quando estamos em uma situação que está prestes a virar de cabeça para baixo
anexamos um rótulo de não séria, isso porque em nossa sociedade tudo o que não é
sério é irrelevante e não tem muita importância. Em nosso dia-a-dia para nos
38
( Ibidem, p.55).
39
(FUNES, 2000,p.60).
29
conectarmos com as pessoas e ou atraí-las usamos o riso. Esta máscara social é uma
arma de defesa para que os outros parem de nos magoar. Quando as pessoas estão rindo
de uma situação não focalizam uma pessoa para rirem e nos livramos de sermos
magoados.
Assim fazemos conexão com todas as teorias; sentimo-nos superiores a alguém
ou a algo, percebemos uma incongruência, liberamos a tensão e a emoção reprimida.
Todas as razões mencionadas possuem uma coisa em comum; elas exigem que
percebamos algo cognitiva ou emocionalmente, ou ambos de uma forma inédita. Ás
vezes encontramos uma maneira de rir de nós mesmos e aqueles que riem de si são mais
felizes.
Atualmente milhares de pessoas dividem seu tempo com outras, visitando
hospitais, asilos, creches, orfanatos, com o objetivo de levar alegria, apoio, atenção,
bom humor, afeto, fé e esperança. Muitos dos que se encontram nestes lugares foram
esquecidos pelas suas famílias, pela sociedade, ou perderam a vontade de viver,
precisam de ânimo, de uma palavra amiga, de um gesto de conforto, de carinho, um
abraço, precisam ser ouvidos.
30
Em 1986, o ator Michel Christensen, diretor dos clowns do Big Apple Circus de
Nova Iorque, foi convidado para fazer uma apresentação para celebrar o Dia do
Coração, uma confraternização entre médicos e antigos pacientes de cardiologia
pediátrica. Michel optou em fazer uma sátira das rotinas médicas e hospitalares, nesta
apresentação voluntária, ele realizou um transplante de nariz vermelho e uma transfusão
de milk shake.
A reação do público foi tão positiva que Michel pediu para visitar as crianças
internadas e não puderam participar do evento, apresentou-se como o “novo médico” do
hospital.
O resultado foi surpreendente. Crianças que estavam deprimidas e apáticas
participaram ativamente de jogos propostos pelo “doutor de mentirinha”.
Foram abertos novos canais de comunicação, possibilitando aos jovens pacientes
uma maneira nova de encarar a rotina hospitalar e as imagens traumáticas foram
substituídas por alegria e risos.
40
In: (CLARET,2002,P.9)
31
O resultado ganhou fama e após outra visita do artista, o hospital conseguiu uma
doação da Fundação Altman no valor de 10. 000,00 dólares, que garantia a continuidade
temporária das visitas do “clown doctor”, como Michel ficou conhecido.
O trabalho foi ganhando a simpatia e o respeito de pais, profissionais da classe
médica e se estendendo às áreas de acesso restrito (U.T.I ‘s, isolamento máximo e
outras dependências).
Com o apoio do Big Apple Circus, uma organização cultural sem fins lucrativos
de Nova Iorque, nasceu o Clown Care Unit.
Hoje conta com cinqüenta artistas, treinados para levar alegria às crianças
internadas em 10 dos mais importantes Hospitais de Nova Iorque, Washington, Boston
e Seattle. Contagiados por essa alegria, 3 artistas do grupo fundaram programas - irmãos
no Brasil, França e Alemanha.
41
(http:// www.doutoresdaalegria.org.br. , 2002).
32
42
(Ibidem).
43
(Ibidem).
44
In: (Nossa história .http://www.terapeutasdoriso.com.br/2005/).
33
Após este episódio iniciaram uma pesquisa sobre os efeitos do riso, descobriram
que rir é o melhor remédio. Vestidos de jalecos de médico, o grupo de atores deu início,
a uma das maiores instituições filantrópica do Brasil, um trabalho pioneiro em
humanização hospitalar utilizando a técnica do palhaço.
Os artistas profissionais levam a arte para o hospital, unindo teatro, música
e técnicas circenses num trabalho que, a um só tempo, promove cura, cultura
e inclusão social. É a Terapia do Riso, uma experiência realizada de forma
pioneira no norte/ nordeste que vem aumentando a auto-estima dos internos,
melhorando o ambiente hospitalar e otimizando os procedimentos médicos.45
Um projeto criado em 2005 por Cristiane Lemos deu origem aos Enfermeiros da
Esperança. Após seus estágios em diversas instituições hospitalares onde concluía o
curso de técnica de enfermagem, Cristiane observou a carência de afeto e atenção de
diversos pacientes, principalmente idosos e crianças.
Então montou o projeto com o objetivo de oferecer carinho, atenção, ser ouvinte,
contar histórias, unindo o conhecimento científico de enfermagem com o sorriso,
levando alegria e calor humano aos necessitados.
O grupo é formado de acadêmicos de enfermagem que são voluntários que se
vestem de palhaços levando alegria e sorrisos aos leitos combatendo assim a solidão e a
tristeza dos internados. Desta forma os futuros enfermeiros amadurecem
profissionalmente com o contato com a realidade social do nosso país além de
humanizar os futuros profissionais. Com muito sacrifício em 2006 o grupo se tornou
Instituto Enfermeiros da Esperança.
“Participamos de 11° CBCEnf em Belém do Pará. Onde foi um sucesso o
Curso “Oficina do Riso” com a participação de Alessandra “Palhaça
Leka”, Cristiliane “Palhaça Peteca”, Felipe “Palhaço Fumaça”, sob a
orientação da Psicóloga Marietta Burman “Palhaça Paçoca”. Nosso stand
também foi o maior sucesso!Co ma venda de camisas, garrotes,...Sempre
com muita alegria!”46
45
(Ibidem)
46
(http://www.enfermeirosdaesperança.com/).
34
Se você é daqueles que raramente dão um sorriso, mas quer ter um futuro
promissor no campo profissional precisa se atualizar principalmente se quer entrar para
uma das empresas que dão valor ao riso como modo de comunicação interna. Mas não
pense de mudar seu modo de ser de um dia para noite. Não precisa decorar um monte de
piadas. Não é desse tipo de humor que as empresas querem. Não precisa ser engraçado,
se vestir de palhaço. Ter senso de humor é uma questão de atitude. Requer exercícios e
encontrar a sua maneira de pôr em prática sua criança interior sem com isso ferir os
outros nem se agredir. Algumas empresas estão seguindo ao pé da letra as palavras de
Kushner.
A Kodak criou uma “Sala de Humor” no escritório central em Stanford, nos
Estados Unidos. O que ele contém? Livros sobre humor e criatividade,
objetos jocosos e um espaço para assistir a divertidos vídeos. Também é aí
que grupos de funcionários se reúnem quando estão atrás de umas boas
idéias. Em 1996, a Elma Chips reuniu seus 300 vendedores da capital
paulista num circo para a apresentação de um novo produto. Os cinco
gerentes das divisões estavam fantasiados de palhaço. Na americana Sun
Microsystems, o tempo que o candidato a um emprego demora em
demonstrar o seu senso de humor numa entrevista é um dos itens
considerados na hora da contratação. A Credicard instituiu no Brasil o dia
D, na última Sexta-feira de cada mês. Nesse dia, todos os funcionários das
áreas de atendimento, cobrança e telemarketing podem ir trabalhar
fantasiados.50
49
In: (CLARET,2002 p.14).
50
(Ibidem, p.15).
36
Em 1984, Max estava na Elma Chips, uma empresa de porte médio que estava
tentando encontrar brechas no mercado. A empresa deu sua virada entre 1985 e 1997
51
(Ibidem, p.65).
52
( Ibidem, p. 67).
53
(GEHRINGER, Max. http://www.rio.rj.gov.br/sms, 2002).
37
Max nos mostra que as pessoas querem ser tratadas como pessoas, não há
desculpas para o mal-humor. Podemos dar uma notícia ruim de duas maneiras: criando
um clima de ansiedade, ou amenizando e humanizando-a. A opção escolhida define o
ambiente refletindo nos resultados.
54
(Ibidem).
38
O educando que tem uma boa relação com seus professores, trocando com eles
impressões através de brincadeiras e considerações sobre os mais diversos assuntos,
parece ser mais apto aos estudos. Assim, seu estado emocional e psicológico torna-o
mais sensível e receptivo e participa com mais interesse das atividades, pois a
comunicação flui de forma positiva.
O aluno que ao contrário, por um motivo ou outro, deixa de interagir
positivamente com todos da sala, tratando-os com agressividade e ou indiferença, perde
uma boa parcela da oportunidade de aprendizagem, no sentido de se construir
significados a partir de múltiplas e complexas interações, onde o riso pode ser um
excelente mediador.
O professor deve estar atento e ser sensível para perceber o estado emocional
negativo do seu aluno, procurar resgatar nele valores sociais utilizando situações
humorísticas positivas onde o riso não o ofenda, mas sirva de ponte, meio de
comunicação para chegar a este aluno. Se o riso suscitar a aprendizagem e for, para o
aluno, uma experiência de sucesso, este construirá uma representação positiva de si
mesmo como alguém que é capaz de aprender e sentir prazer nisso.
A emoção é a grande indicadora dos primeiros sinais de vida psíquica
observáveis na conduta infantil. Através das emoções que se estabelecem as primeiras
trocas da criança com o mundo exterior, não com o mundo dos objetos físicos mas com
as pessoas de quem a criança depende para a satisfação das suas necessidades vitais.
Assim, as influências afetivas do meio humano têm ação decisiva sobre a vida psíquica
da criança, que se organiza através do contato com outrem.
Emoção pode ser definida como uma seqüência complexa de reações a um
estímulo. Incluem avaliações cognitivas, alterações subjetivas, ativação
autônoma e neural, impulsos para a ação e comportamento destinado a ter
um efeito sobre o estímulo que iniciou a seqüência comportamental. 55
55
(OTTA, 1994, p.10).
56
(NÉRICI, 1973, p.14).
39
57
In: (CLARET,2002, p.88).
40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
até adultos internados e seus parentes aliviando a carga negativa que o ambiente
hospitalar trás. Os médicos também se beneficiam dessa comunicação através do riso,
direta, participando das sessões dos Doutores da alegria, do riso, ou seja, lá o nome do
grupo e indiretamente vendo seus pacientes respondendo aos tratamentos.
Então só falta você, incluir a comunicação através do riso na sua vida tente, pois
rir é o melhor remédio.
42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
7. ESPERANÇA, Enfermeiros.
http://www.enfermeirosdaesperança.com/77.html?*session*id*key=*session
*id*val. Acesso em: 03/10/2008.
12. MACHADO, Antônio. Saúde – Sua maior riqueza. São Paulo: Martin
Claret.
17. OTTA, Emma. O sorriso e seus significados. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 08
CAPÍTULO I 09
1. HISTÓRICO........................................................................................................... 09
1.1. O RISO................................................................................................................. 13
1.2. A IMPORTÂNCIA DO RISO ............................................................................ 14
1.3. COMUNICAÇÃO DO CORPO........................................................................... 15
1.4. O HORMÔNIO DO RISO .................................................................................. 16
CAPÍTULO II 19
2. COMUNICAÇÃO SOCIAL.................................................................................. 19
2.1. SOCIEDADE GLOBALIZADA.......................................................................... 20
2.2. SOCIEDADE E O RISO...................................................................................... 22
CAPÍTULO III 24
3. COMUNICAÇÃO INTERNA................................................................................ 24
3.1. SAÚDE................................................................................................................. 25
3.2. DOENÇA............................................................................................................ 26
3.3. TERAPÊUTICA................................................................................................... 26
3.4. RISOTERAPIA................................................................................................... 26
3.5. TEORIA DA SUPERIORIDADE........................................................................ 27
3.6. TEORIA DA INCOERÊNCIA............................................................................ 28
3.7. TEORIA DO ALÍVIO......................................................................................... 28
3.8. BOAS RELAÇÕES.............................................................................................. 28
CAPÍTULO IV 30
4. PALHAÇOS E O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO......................................... 30
4.1. DOUTORES DA ALEGRIA............................................................................... 31
4.2. ANJOS BRASILEIROS....................................................................................... 31
4.3. PALHAÇOS TERAPÊUTAS............................................................................. 32
4.4. ENFERMEIROS DA ESPERANÇA................................................................... 33
4.5. TERAPÊUTAS DO RISO.................................................................................... 34
4.6. RISO,COMUNICAÇÃO, NEGÓCIOS............................................................... 35
4.6.1. EXPERIÊNCIA DIVERTIDA........................................................................ 36
4.7. COMUNICAÇÃO NAS ESCOLAS.................................................................... 37
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 40
REFERÊNC IAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 42
45
FOLHA DE AVALIAÇÃO