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SEGURANÇA DO TRABALHO 120H

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MÓDULO 1- INTRODUÇÃO À SEGURANÇA DO TRABALHO 4

1.1.INTRODUÇÃO 4
1.2. O QUE É SEGURANÇA DO TRABALHO? 7
1.3. SESMT E CIPA
7
1.4. ACIDENTE DE TRABALHO
10
1.4.1- Conceito Prevencionista
10
1.4.2- Conceito Legal 10
1.5. CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO 12
1.5.1.Ato Inseguro 12
1.5.2.Fator Pessoal de Insegurança 12
1.5.3.Condições Inseguras 13
1.6. TIPOS DE ACIDENTES DE TRABALHO 14
1.6.1. Acidente Típico 13
1.6.2- Acidente Atípico (Doença Profissional e Doença do Trabalho) 13
1.6.3- Incidente / Quase Acidente 15
1.6.4-Acidente de Trajeto 15
1.7. 136
1.7.1- Acidente sem perda de Tempo ou Acidente Sem Afastamento 16
1.7.2-Acidente com perda de tempo ou com afastamento 16
1.7.3-Incapacidade Permanente Total 16
1.7.4-Incapacidade Permanente Parcial 16
1.7.5-Incapacidade Temporária Total 16
1.8. CONSEQUÊNCIA DOS ACIDENTES DE TRABALHO
17
1.9. INVESTIGAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO E INCIDENTES/QUASE ACIDENTES 18
1.10. CAT- COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO 19
1.11. BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
20
1.11.1- Auxílio Acidente
20
1.11.3- Aposentadoria por Invalidez 20
1.11.4- Aposentadoria por Invalidez 20

1.12- REFERÊNCIAS 21

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MÓDULO 1- INTRODUÇÃO À SEGURANÇA DO TRABALHO

1.1.INTRODUÇÃO

A relação entre o Trabalho e a saúde/ doença surgiu na antiguidade, mas tornou foco de atenção
a partir da revolução industrial. Afinal, no trabalho escravo ou no regime servil, inexistia a preocupação em
preservar a saúde dos que eram submetidos ao trabalho.
No período que precede a Revolução Industrial até o início do Século XX o trabalho foi modificado
e passou a ter o sentido de mercado, ou seja, virou mercadoria. A mão de obra, que deslocada da Agricultura
encontrou absorção no Setor Industrial, tornou-se modelo do trabalho assalariado e a ferramenta de
produção das indústrias, e a partir daí, o trabalhador passou a ser chamado de operário laborando em
jornadas definidas e numa época em que não existia qualquer segurança ou garantia. Com a Revolução
Industrial, o trabalhador passou a vender a sua força de trabalho tornando-se presa da máquina e da rápida
produção para acumulação de capital. As jornadas eram excessivas, em ambientes inadequados que
propiciam a acelerada proliferação de doenças infecto contagiosas, ao mesmo tempo em que o perigo das
máquinas eram responsáveis por mutilações e mortes.

Revolução Indutrial: Mecanização da


Lançadeira volante para o uso do tear:
Produção.
Acelerando o processo de tecelagem no século
XVII

No Brasil, a História da Segurança do Trabalho, inicia-se com a Constituição de 1824, seguida de


inúmeros fatos relevantes para os direitos e para a segurança/ saúde do trabalhador no Brasil. Segue breve
Histórico.
● 1824- 1ª Constituição do Brasil: Liberdade de Trabalho extinção das corporações de ofício.
● 1888- Abolição dos Escravos
● 1903- Criação da Lei que dava direito a organização sindical
● 1911- Criação do Departamento Nacional do Trabalho, por meio do Decreto nº 3.550.
● 1912-Constituição da Confederação Brasileira do Trabalho (CBT)
● 1919- Surgimento da Lei dos Acidentes de Trabalho

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● De 1919 a 1930:
⮚ Criação da OIT- Organização Internacional do Trabalho, após a 1ª Guerra Mundial, durante o
Tratado de Versalhes, na qual o Brasil Ingressou. Iniciou-se o aprimoramento das leis
existentes que tendiam a proteção dos trabalhadores que já começavam a se concentrar nas
cidades.
⮚ Leis do Seguro Social dos Trabalhadores em Empresas Privadas (Lei nº 3.274 de 1919); Caixa
de Aposentadoria e Pensões (Lei nº 4.682 de 1923); Conselho Nacional do Trabalho (Decreto
nº 16.027 de 1923).
⮚ Legislação de Assistência aos trabalhadores se fez por meio da Previdência Social.
⮚ Criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, Decreto 19.433, assinado pelo então
Presidente Getúlio Vargas.
● 1943-Consolidação das Leis do Trabalho-CLT, descrevendo no seu Capítulo V, Título II, a
Matéria de Segurança e Medicina do Trabalho.
● 1966- Aprovado Estatuto da Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do
Trabalho- FUNDACENTRO, órgão de apoio técnico para o controle e para supervisão das
atividades de Segurança e Medicina do Trabalho
● 1978:
⮚ Alterada a denominação da FUNDACENTRO para Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de
Segurança e Medicina do Trabalho.
⮚ Elaboração da Portaria nº 3.214, de 8 de Junho de 1978, do Ministério do Trabalho, que
instituía as NR- NORMAS REGULAMENTADORAS, que se tornam objeto de referência para
condução das atividades de Prevenção de Acidentes. Estas normas passaram por diversas
alterações e inclusões para adequação de diversas atividades econômicas e produtiva.
Assim, a atividade produtiva sem qualquer monitoramento ou controle pode causar acidentes e
doenças irreversíveis e até mesmo a morte. Desta forma a melhor maneira para evitar qualquer tipo de
ocorrência é a prevenção, sendo necessária a participação e envolvimento de todos: Empregadores,
Empregados, Empresas Contratantes e Governo .
Este conteúdo possibilitará a compreensão dos principais conceitos relativos à Prevenção dos
Acidentes e a necessidade de envolvimento de todos neste processo.

1.2. O QUE É SEGURANÇA DO TRABALHO?

Segurança do trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que são adotadas
visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a
saúde do trabalhador.
A Segurança do Trabalho é embasada por normas e leis. No Brasil a Legislação de Segurança
do Trabalho é determinada pelas Normas Regulamentadoras- NR da Portaria 3.214/78. Atualmente, são
previstas 37 Normas Regulamentadoras abrangendo diversas atividades e ramos de atividade econômica.

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1.3. SESMT E CIPA

Visando a melhoria contínua dos Ambientes de Trabalho, a Prevenção de Acidentes e o


enquadramento das empresas nas Normas Regulamentadoras- NR, a NR 04- SESMT- Serviço Especializado
em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho estabelece o dimensionamento de Equipe
Multidisciplinar composta pelos seguintes profissionais: Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar em Enfermagem do Trabalho.
Com o objetivo de auxiliar o SESMT em sua atividade e garantir a interação entre Empregados e Empregadores
com relação a Segurança do Trabalho, a NR 05 – CIPA- Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
institui o dimensionamento desta Comissão composta por representantes dos Empregados e dos
Empregadores. É fundamental que neste processo de Prevenção de Acidente, que o Empregador viabilize as
atividades de ambas equipes concedendo o suporte necessário para a execução de suas atividades e
consequentemente contribuindo para a Prevenção de Acidentes e Doenças.

Conforme a NR 04, as atividades relacionadas ao SESMT são:

● Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de


trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até
eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador;

● Determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir,
mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, de
acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do
agente assim o exija;

● Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e


tecnológicas da empresa, aplicando os conhecimentos de Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho.

● Responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR


aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos;

● Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além
de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5;

● Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores


para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas
quanto de programas de duração permanente;

● Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais,


estimulando- os em favor da prevenção;

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● Analisar e registrar em documento específico todos os acidentes e doenças ocupacionais ocorridos
na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, descrevendo a histórico, características, os
fatores ambientais, agente agressivo e as condições dos indivíduos portadores de doença
ocupacional ou acidente (Investigação dos Acidentes e Doenças Ocupacionais);

● Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e


agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas
constantes nos Quadros III, IV, V e VI da NR 04-SESMT, devendo o empregador manter a
documentação à disposição da inspeção do trabalho;

● Manter os registros de Acidentes e Doenças na sede dos Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir da mesma, por um período
não inferior a 5 (cinco) anos;

● As atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado
o atendimento de emergência, quando se tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de
controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e
ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente estão
incluídos em suas atividades.

Conforme a NR 05, as atividades relacionadas a CIPA são:

● Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior
número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;

● Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança
e saúde no trabalho;

● Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem


como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

● Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação


de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores (Inspeções de
Segurança);

● Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e
discutir as situações de risco que foram identificadas;

● Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

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● Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os
impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos
trabalhadores;

● Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde


considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;

● Colaborar no desenvolvimento e implementação do NR 07-PCMSO-Programa de Controle Médico


e Saúde Ocupacional e NR 09-PPRA- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e de outros
programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

● Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras-NR, bem como cláusulas de


acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;

● Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas
das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados
(Participar das Investigações de Acidentes);

● Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na


segurança e saúde dos trabalhadores;

● Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

● Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção
de Acidentes do Trabalho – SIPAT;

● Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.

1.4. ACIDENTE DE TRABALHO

No que se refere aos Acidentes de Trabalho há 02 conceitos básicos: O Conceito Prevencionista e o Conceito
Legal.

1.4.1- Conceito Prevencionista

É qualquer ocorrência não programada, inesperada que interfere e/ou interrompe o processo normal de uma
atividade, trazendo como consequência isolada ou simultânea, danos materiais e/ou lesões ao homem.

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1.4.2- Conceito Legal

Acidente de trabalho é aquele que acontece no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional podendo causar morte, perda ou redução permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.

Segundo a Lei 8.213/91 equiparam-se aos acidentes de trabalho:

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades
mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
Social;

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em


que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:

a) A doença degenerativa;

b) A inerente a grupo etário;

c) A que não produza incapacidade laborativa;

d) A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste
artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a
Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:

I - O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para
a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija
atenção médica para a sua recuperação;

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II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
c) Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) Ato de pessoa privada do uso da razão;
e) Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

III – A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;

IV - O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

c) Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos
para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo
de propriedade do segurado;

d) No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades
fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de


acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior.

1.5-CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO

1.5.1. Ato Inseguro


Conhecido também como Atos Inadequados ou Atos Abaixo do Padrão é representado por atitudes,
comportamentos e ações em desacordo com os procedimentos e normas de segurança que possam acarretar
em acidentes de trabalho.

Exemplos:

● Ficar próximo ou sob cargas suspensas;


● Usar máquinas sem habilitação ou permissão.
● Improvisar ferramentas.
● Não usar o EPI-Equipamentos de Proteção Individual;
● Deixar materiais espalhados pela área de circulação
● Dirigir sem habilitação;
● Realizar brincadeiras durante o trabalho;
● Carregar peso superior ao recomendado ou de modo a dificultar visão

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1.5.2. Fator Pessoal de Insegurança

Causa relativa ao comportamento humano, que pode levar à ocorrência do acidente ou à prática do ato inseguro.
Estas atitudes podem acarretar em Atos Inseguros.

Exemplos:

● Distração

● Excesso de confiança

● Incapacidade Física para o Trabalho

● Nervosismo, entre outros.

1.5.3. Condições Inseguras

Conhecido como Ambiente fora do Padrão ou Ambiente Inadequado são as falhas, defeitos, irregularidades
técnicas, carência de dispositivos ou falhas de organização que põe em risco a integridade física e/ou a saúde
das pessoas e a própria segurança das instalações e equipamentos.

Exemplos:

● Instalações elétricas inadequadas;


● Falta de corrimão em escadas;
● Andaimes irregulares;
● Escadas danificadas e impróprias para o uso;
● Falta de Sinalização de Segurança em Situações de Risco;
● Ferramentas defeituosas;
● Instalações Elétricas Inadequadas.

1.6. TIPOS DE ACIDENTES DE TRABALHO

1.6.1. Acidente Típico

São os acidentes decorrentes da característica da atividade profissional desempenhada pelo acidentado.

Exemplos:

● Fratura devido à queda de Escada


● Queimadura durante atividades de Soldagem e Corte

1.6.2- Acidente Atípico (Doença Profissional e Doença do Trabalho)

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Estas lesões não são provenientes de uma ocorrência inesperada durante o trabalho e sim
ocasionadas em razão dos agentes existente no ambiente de trabalho ou condições em que a atividade é
realizada. A exposição conforme o tempo de exposição, periodicidade, intensidade ou sensibilidade individual
podem acarretar em acidente atípico:

● Doença Profissional

É a doença produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada


atividade/profissão e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
Social.

Exemplo: Trabalhador exerce a atividade de digitação e desenvolve problemas e dores no


antebraço devido ao movimento repetitivo exigido pela ocupação e esta se enquadra na doença profissional.
Isso porque não há uma forma alternativa de realizar a função de digitador ou usar um equipamento de
proteção. A doença acontece devido ao tipo de trabalho desenvolvido.

● Doenças do Trabalho

É a doença adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é


realizado e com ele se relacione diretamente.

Exemplo: Trabalhador que exerce sua atividade exposto ao alto índice de ruído, como um
orientador de aeronaves. Esse profissional deve usar protetores auriculares, para evitar perda da audição. O
não uso de protetor pelo Trabalhador pode comprometer ou mesmo perder a audição. Se isso acontecer, estará
enquadrado em doença do trabalho.

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1.6.3- Incidente / Quase Acidente

É um evento imprevisto que não resultou em lesão, doença ou dano para pessoas, equipamentos
ou ambiente, mas que tinha o potencial para acontecer.

1.6.4-Acidente de Trajeto

É o acidente sofrido pelo empregado no percurso da residência para o local de trabalho ou vice-
versa, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado, em horários e
trajetos compatíveis.

1.7. CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO

Os Acidentes também são classificados da seguinte forma:

1.7.1- Acidente sem perda de Tempo ou Acidente Sem Afastamento

Lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que
não haja incapacidade permanente.
Exemplo: Um pequeno corte do dedo.

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1.7.2-Acidente com perda de tempo ou com afastamento

Lesão pessoal que impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente.
Exemplo: Corte no Braço ao qual foi emitido atestado com 10 dias de afastamento.
Conforme a lesão podem ser divididos em:

1.7.3-Incapacidade Permanente Total

Perda total da capacidade de trabalho, em caráter permanente, sem morte.


Causam essa incapacidade as lesões que, não provocando a morte, impossibilita o acidentado,
permanentemente de trabalhar ou da qual decorre a perda total do uso ou a perda propriamente:
Exemplo: Perda da visão em ambos os olhos.

1.7.4-Incapacidade Permanente Parcial

Redução parcial da capacidade de trabalho, em caráter permanente que, não provocando morte ou
incapacidade permanente total. É causa de perda de qualquer membro ou parte do corpo, perda total do uso
desse membro ou parte do corpo, ou qualquer redução permanente de função orgânica.
Exemplo: Perda de mão ou dedos durante o acidente.

1.7.5-Incapacidade Temporária Total

É a perda total da capacidade de trabalho por um período limitado de tempo, nunca superior a um ano. É aquele
em que o acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço, devido ao acidente, volta executando suas
funções normalmente.
Exemplo: Fratura na Perna.

1.8. CONSEQUÊNCIA DOS ACIDENTES DE TRABALHO

O Acidente de Trabalho acarreta em consequências para todos os envolvidos no processo: Trabalhador


Acidentado e seus familiares, para o Empresa e para o Governo. Vejamos a seguir as consequências para cada
envolvido.

1.8.1- Para o Trabalhador Acidentado e familiares

● Lesão e limitações do empregado acidentado em função da lesão.


● Tempo despendido pela família para apoio ao colaborador acidentado.
● Medo do colaborador de retornar ao trabalho, dependendo da situação
geradora do acidente.

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● Desgaste emocional do colaborador acidentado e família.
● Redução da renda da familiar.
● Outros.

1.8.2- Para empresa

● Paralisação das atividades para atendimento ao acidentado.


● Abalo psicológico dos demais colaboradores após presenciar o acidente.
● Possibilidade de novos acidentes devido ao abalo psicológico dos demais
empregados.

● A empresa deixa de produzir ou reduz a produção causando prejuízos.


● Possíveis danos materiais em virtude da ocorrência causando prejuízos.
● Multas, Processos trabalhistas e Indenizações em virtude do fato ocorrido.
● Pagamento de altas alíquotas referente ao SAT- Seguro de Acidente de Trabalho.
● Custos de Pagamento do Salário normal do empregado nos primeiros 15 dias de afastamento.
● Custos com contratação de colaborador substituto.
● Medo do colaborador de retornar ao trabalho podendo acarretar em novo acidente.

1.8.3- Para o Governo

● Pagamento pelo governo dos benefícios previdenciários.


● Custos com os profissionais que realização as perícias médicas para atender a demanda.
● Custos com pagamento de Aposentadoria por Invalidez (incapacidade permanente total).
● Redução de investimentos na Saúde, Educação, Segurança e Etc.

Dessa forma, são muitas e são graves as consequências do acidente de trabalho para todos os
envolvidos, razão pela qual o ideal é buscar medidas preventivas para evitar a ocorrência garantindo assim
um ambiente saudável.

1.9. INVESTIGAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO E INCIDENTES/QUASE ACIDENTES

A Investigação de Acidentes e Incidentes e Quase Acidentes é uma ferramenta de grande valor


para todas as organizações, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte e de quaisquer áreas produtivas e
serviços. Aprender a partir da experiência de eventos indesejados (acidentes/ incidentes) que ocorreram na
empresa permite o conhecimento dos pontos frágeis da estrutura da organização e, portanto, a possibilidade
de correção.
Todo acidente ou doença ocupacional deve ser investigada de forma detalhada com o objetivo
de criar um Plano de Ação para que melhorias na atividade, ambiente de trabalho e comportamentos sejam
analisadas e devidamente implantadas na empresa.

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Para que a investigação da ocorrência seja realizada adequadamente uma equipe de
profissionais envolvidos na área de ocorrência do evento (operação, manutenção, qualidade, saúde, segurança
e meio e ambiente, cargos de gestão e outros) devem participar de reuniões para análise de todos os fatores
que possam ter contribuído para o Acidente.
Alguns itens são fundamentais serem analisado no processo de investigação de Acidentes:

● Indivíduo: Qualificação, treinamento recebido, função ou posto de trabalho habitual e por ocasião do
acidente, etc.;
● Tarefa: Trabalhadores que executam atividades em condições habituais ou eventuais no momento
em que ocorreu o acidente;
● Material: Máquinas e equipamentos, matérias-primas utilizados na execução da tarefa no momento
que o Acidente aconteceu,
● Ambiente: Entendido como o meio social da empresa (relações sociais, pessoais, hierárquicas), forma
de organização do trabalho, estrutura, etc.
● Outras situações que podem ter contribuído para o Acidente ou doença Ocupacional.

Através dessa análise se objetiva encontrar a Causa Raiz relacionada à ocorrência do


acidente/incidente. Posteriormente um relatório da investigação é realizado ao qual contém o detalhamento dos
fatos, a sequência do acidente e recomendações proveniente da análise que podem estar relacionadas à
melhoria na tecnologia, nos procedimentos de operação, na manutenção, práticas, inserção de barreiras
preventivas ou corretivas e os Responsáveis para adequação.
Assim, a investigação de Acidentes e Incidentes tem como objetivo prevenir acidentes futuros
aos quais podem ter proporções e gravidade ainda maiores. É importante salientar que a Investigação de
Acidentes não possui o objetivo de culpar qualquer profissional pela ocorrência do acidente e jamais deverá
possuir um caráter punitivo, e sim, estritamente preventivo.

1.10. CAT- COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO

É um formulário que deve ser preenchido quando ocorrer qualquer tipo de acidente de trabalho
(mesmo nos casos de doença profissional e acidentes de trajeto).
A empresa é obrigada a informar à Previdência Social todos os acidentes de trabalho ocorridos com
seus empregados, mesmo que não haja afastamento das atividades, até o primeiro dia útil seguinte ao da
ocorrência. A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) deve ser emitida pela empresa do acidentado em
até 24 (vinte e quatro) horas após o acidente. Em caso de morte, a comunicação deverá ser imediata.

● A CAT inicial irá se referir a acidente de trabalho típico, trajeto, doença profissional, do trabalho ou
óbito imediato;
● A CAT de reabertura será utilizada para casos de afastamento por agravamento de lesão de acidente
do trabalho ou de doença profissional ou do trabalho;
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● A CAT de comunicação de óbito deverá ser emitida exclusivamente para casos de falecimento
decorrente de acidente ou doença profissional ou do trabalho, após o registro da CAT inicial;
● Na CAT de reabertura deverá constar as mesmas informações da época do acidente, exceto quanto
ao afastamento, último dia trabalhado, atestado médico e data da emissão, que serão relativos à data
da reabertura. Não será considerada CAT de reabertura a situação de simples assistência médica ou
de afastamento com menos de 15 dias consecutivos.

1.11.BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

1.11.1- Auxílio Acidente


Previsto no artigo 86 da Lei 8.213/91, o auxílio-acidente é benefício previdenciário de cunho indenizatório,
sendo devido ao segurado acidentado, quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de
qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para a atividade laborativa
habitual.

1.11.2- Auxílio Doença


O Auxílio-Doença é um benefício previdenciário pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS
às pessoas que ficarem incapacitadas para o trabalho ou atividade habitual por mais de 15 (quinze).

1.11.3- Aposentadoria por Invalidez


A Aposentadoria por Invalidez é um benefício previdenciário por incapacidade concedido ao segurado
que, em razão de alguma moléstia ou incapacidade, não pode mais exercer atividades laborativas.

1.11.4- Aposentadoria por Invalidez

A Aposentadoria Especial é o benefício previdenciário concedido ao trabalhador que exerce suas


atividades laborais exposto a agentes nocivos, que podem causar algum prejuízo à sua saúde e integridade
física ao longo do tempo.

1.11.5- Pensão por Morte

A pensão por morte é benefício previdenciário concedido aos dependentes do segurado que falecer.

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1.12-REFERÊNCIAS

● LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991 DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm

● TAVARES, José da Cunha. Noções e Controles de Perdas em Segurança do Trabalho. 5 ed. São
Paulo: Ed. SENAC, 2007.

● TAVARES, José da Cunha. Tópicos de Administração aplicadas a Segurança do Trabalho. São


Paulo: Ed Senac. 1995.

● GONÇALVES, Edward Abreu. Segurança do Trabalho em 1200 Perguntas e Respostas. 2 ed. São
Paulo: Ed LTR, 1998.

● NETO, João Batista M. Ribeiro; TAVARES, José da Cunha, HOFFMANN, Silvana Carvalho. Sistema
de Gestão Integrados (Qualidade, Meio ambiente, Responsabilidade Social e Segurança e
Saúde no Trabalho). São Paulo: Ed Senac, 2008

● CAMPOS, Armando; TAVARES, José da Cunha; LIMA, Valter. Prevenção e Controle de Riscos em
Máquinas, Equipamentos e Instalações. 5 ed. São Paulo. Ed. Senac, 2011.

● ATLAS- Manuais de Legislação Atlas. Segurança e Medicina do Trabalho. 63 ed. São Paulo. Atlas.
2019.

● BARBOSA, Adriano Ribeiro Barbosa. Segurança do Trabalho. Curitiba. Livro Técnico. 2013

● CLT-Consolidação das Leis do Trabalho. 52 ed. São Paulo. Saraiva. 2019

● JUNIOR, José Ronaldo Veronesi - Fisioterapia do Trabalho: Cuidando da Saúde


Funcional do Trabalhador. 2 ed. Andreoli. 2014.

● IIDA, Itiro. Ergonomia Projeto e Produção- São Paulo. Edgard Blucher- 2016

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