Você está na página 1de 5

Subconsciente

Coincidências não existem. Os bebês são os primeiros a descobrir


que nada acontece por acaso. A sua passagem por ambientes
diferentes, sem que lhes dado nenhum porque antemão, termina
por condicionar-lhes o cérebro em formação, impressionado pelas
mudanças e a partir de situações repetidas acontecendo durante o
período de gestação. 

Conforme o estímulo se mostre reproduzido no seu


desenvolvimento, é possível que armazenem aquela informação,
como um sinal relacionado a um momento passado, em situação
de registro contínuo e construção de prioridades e correlações. 

Esse ciclo de gravação, abstração e prioridades, uma vez


despertado continua ativo depois do nascimento e nos leva ao
possível surreal dos sonhos, a uma parte da criatividade e da
imaginação.

Uma hora dentro dum corpo e de súbito no peito. Sem


explicações, outrora no berço e depois na varanda. Da brisa na
praia e ao perfume das flores. Gostos ao som da floresta e nas
ondas do mar. Tudo isso são processos que culminam em
impressões cerebrais. Mudanças.
Quem que nunca sonhou como se presente em dois lugares ao
mesmo tempo? Ou então, como se estivéssemos na casa dos pais
e só bastasse uma porta para que surgisse um jardim
verdadeiramente distante dali? Fomos para cama e acordamos em
outro ambiente qualquer.

É como se o impossível fosse possível. E isso (a falta de


explicações diante do senso) nos determina, estimulando a nossa
capacidade de projetar e criar perspectivas também.

O que dizer de bebês que passaram de lugar em lugar, senão


viajando e ouvindo as músicas distintas? Como não lembrar que
adormecíamos e acordávamos em outros lugares comuns ou
estranhos durante a infância?

Como não "aprender" a sonhar com o impossível? 

Qual a lógica de registros de passar de um lugar para outro?

Corpos, animais e lugares; minotauros e espíritos também!

E assim, dia e noite, sol e chuva, as mudanças nos condicionam, e


sem dizer muito. 

Precisamente essa multiplicidade de registros tem tudo a ver com


o processo criativo nosso; como também com Alice no País das
Maravilhas muito antes de outros achados.

Agora então viaje num mundo hipotético. Suponha que você


tivesse um circuito impresso que podemos ilustrar como o seu
DNA e sendo ele inicialmente tal como uma memória ROM de
um computador, que você contivesse uma memória permanente
de sensores, programada para captar as coisas do ambiente
externo e processá-las segundo a sua configuração anterior
percebesse e armazenasse a mensagem recebida, digo:
primeiramente o dado é impresso em você pela sua forma de
reconhecer o significado, não necessariamente pelo que as coisas
são ou acabam compreendidas.
A abstração é mais ou menos isso, a captura articulada do signo
lançando uma representação. Assim, é como se você só pudesse
guardar a informação se ela puder entrar em seu complexo de
formas. Melhor, dizem que a memória justamente é essa
capacidade de formular ligações, porque o que guardamos são
infinitos arranjos, frequências e combinações.

Ela, a memória, justamente está nas chaves que conseguimos


formar de posições processadas e por causa da identidade de
sequenciamentos reproduzidos no todo ou em parte, somos um
pouco mais, sempre.

Ao conseguir um código capaz de ser percebido, o sistema de


organização do conteúdo alojará o objeto, digo as combinações,
em dimensões e prioridades, segundo uma ordem de princípios
determinados numa organização preliminar de um sistema,
gerando uma representação de significado geral ou particular,
movida por uma plasticidade condicionando a guarda, captura e
processamento da informação.

Hoje há experimentos no sentido de que a abstração compreende


um conjunto de funções tecnológicas que são inatas ao ser
humano, reduzidas em princípios nomeados conforme o potencial
individual ou coletivo de ordenar a informação no ambiente
mental ou artificial. 

São experiências sensoriais formadas da percepção do indivíduo,


diante de características como a continuidade, segregação,
semelhança, unidade, proximidade, pregnância e fechamento.

Numa perspectiva maior, a capacidade de abstrair tem clara


relação com o conhecimento manipulado e o processo criativo, e,
como simples entusiastas, defendemos que as coisas por esse lado
tendem a se completar nos processos mentais mais finos e
superiores. 

À semelhança dos sonhos, de quando somos levados a acreditar


que estão acontecendo, as coisas tendem à síntese, ao deslinde
num plano para bem além do foco e nada próximo de uma tabela
verdade.

Ora, os sonhos são tão verdadeiros, não? E essa sensação não vem
necessariamente do que percebemos, mas acontece exatamente
porque estamos “ligados” emitindo sinais sensoriais
ininterruptamente, motivo este pelo qual a seletividade mental
sofre um “engano”, assim: devido a um condicionamento interno,
convencionado pelo nosso sistema, no modo de funcionamento
primário.

Numa analogia a respeito, o piscar de um farol na estrada durante


a luz do dia e em tempo bom era um sinal capaz de atrair a
atenção do outro motorista na direção oposta. Porém, a partir do
momento que em todos os veículos transitem de farol ligado em
plena luz do dia, certamente acontecerá o efeito contrário.

Com a situação deixando de se mostrar interessante para despertar


a atenção seletiva, tampouco acionar o nosso sistema de resposta
emissor, o sinal tenderá a perder relevância sensorial, revelando-
se inservível para estimular, dada a sua condicionante de imutável
e natural ao cenário.

Neste sentido, o cérebro vai se adaptar e interpretará que


permanecer ligado é estar desligado. Pois então o mesmo que
pode ocorrer nos levando a sonhos incríveis, pode acontecer
diante de uma capacidade que se pode dizer inata e comum ao ser
o humano, o potencial telepático.

Nada obstante os mecanismos de bloqueio de que dispomos,


acontece que, por estarmos “ligados” o tempo inteiro como
vocacionados, apenas não nos apercebemos disso, enquanto
condicionados por sensações no modo de funcionamento stand.

Tal como outras faculdades mentais, possível que tão-somente


não nos conectamos sem nenhum aparato como a linguagem ou
sinais porque todos os demais estão emitindo ondas telepáticas,
confundindo nossa percepção.
Onde fica a seletividade no tudo?

Por outro lado, reverter esse condicionamento-polar importaria


em um processo novo, de reversão da distrofia e desenvolvimento
da habilidade segundo os estágios de evolução. Por que não?

Alterando seu ritmo e condicionamento psíquico, o que até certo


ponto (mas não necessariamente no que concerne a interferência
de onda) pode ser influenciado pela variação de luz, temperatura e
marés, em tese, seria possível reconhecer a presença de ondas
telepáticas e talvez com origem de grupos de ondas similares,
como também controlar os sinais emitidos involuntariamente por
você. 

E em que pese o sinal captado, pode ser que a representação da


mensagem supostamente recebida também não tenha propósitos,
nem se mostre dirigida a uma pessoa específica.

O que nem sabemos é se os sinais são susceptíveis de alcançar


várias pessoas ao mesmo tempo, ou em havendo, se são passíveis
de decifrar “de maneira” convencional, mas não é de se descartar
que é possível enviar ritmos ou mesmo figuras, onde não nos
parece que haja transcrição fonética.

Talvez ainda a representação que fazemos espelhe o nosso interior


com propriedade, do que propriamente importe no significado
emitido numa mensagem de fora, mas alguém me diz que as
sintonias não se dão por acaso: Glória, Deus está em tudo.

Você também pode gostar