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O ENFOQUE HISTÓRICO-CULTURAL

Prof. Ma. Jaciany Serafim


BIOGRAFIA

Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) Cidade de Orscha,


Bielorussia, filho de família judia.

Formação: Direito, Universidade de Moscovo em 1918.


Literatura e história, Universidade Popular de Shanyavskii

Críticas literárias e análises do significado histórico e


psicológico das obras de arte.

Tese de doutorado sobre psicologia da arte em 1925.


BIOGRAFIA

Trabalho com vítimas da guerra e da revolução russa


traumas somáticos e psicológicos.

Trabalho com defectologia: análise das diversas causas das


deficiências mentais e sensoriais.
INFLUÊNCIAS

Leitura critica das teorias da Psicanálise, Behaviorismo,


Gestalt e Jean Piaget.

Karl Marx (1818-1883 ) e Friedrich Engels (1820-1895 ), foi a


partir das proposições teóricas do materialismo histórico.
Morreu, de tuberculose, aos 38 anos,
INFLUÊNCIAS

O desenvolvimento do indivíduo como resultado de um


processo sócio-histórico, enfatizando o papel da
linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento,
sendo essa teoria considerada histórico-social.
cConcepção sociocultural do desenvolvimento psicológico
do indivíduo do que uma abordagem puramente
biológica
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

TEXTO BASE: Vygotsky e o Processo de Formação de


Conceitos. Marta Kohl de Oliveira. In:

OBJETIVO PRINCIPAL: discutir a concepção de Vygotsky a


respeito dos fatores biológicos e sociais no
desenvolvimento psicológico.
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

SUBSTRATO BIOLÓGIO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO


DESENVOLVIMENTO HUMANO

O ser humano constitui-se enquanto tal na sua relação com o


outro social.
A cultura torna-se parte da natureza humana num processo histórico
que, ao longo do desenvolvimento da espécie e do indivíduo, molda
o funcionamento psicológico do homem

As funções psicológicas superiores são construídas ao longo da


história social do homem – NÃO SÃO ESTÁTICAS
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

SUBSTRATO BIOLÓGIO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO


DESENVOLVIMENTO HUMANO

Noção do cérebro como um sistema aberto, de grande


plasticidade, cuja estrutura e modos de funcionamento são
moldados ao longo da história da espécie e do desenvolvimento
individual. Dada as imensas possibilidades de realização
humana, essa plasticidade é essencial: o cérebro pode servir a
novas funções, criadas na história do homem, sem que sejam
necessárias transformações morfológicas no órgão físico.
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

 Mediação
 O acesso do homem ao conhecimento é mediado pelos
instrumentos e símbolos sociais.
 O conceito de mediação inclui dois aspectos
complementares:
 1) Representação mental – se o homem é capaz de operar
mentalmente ele deve possuir algum conteúdo mental de
natureza simbólica que representa objetos e eventos que
substituem o mundo real.
 Essa capacidade de “ver”mentalmente o real permite ao
homem sofisticar sua capacidade de abstração e
generalização, fundamentais para o desenvolvimento das
funções superiores
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

 2) Origem social dos sistemas simbólicos – É a cultura que


fornece ao ser humano os os sistemas de símbolos
que lhes permitirá representar a realidade mentalmente. Ao
longo da ontogênese o indivíduo internaliza as formas de
comportamento socialmente construídas , gerando
atividades intrapsicológicas. Dessa forma, o
desenvolvimento das funções mentais se dá de fora para
dentro.
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

SUBSTRATO BIOLÓGIO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO


DESENVOLVIMENTO HUMANO : a formação dos conceitos

 o pensamento verbal não é inato. Os conceitos são construções culturais,


internalizadas pelo indivíduo ao longo do seu processo de desenvolvimento. Os
atributos necessários e suficientes para definir um conceito são estabelecidos por
características dos elementos encontrados no mundo real, selecionados como
relevantes pelos diversos grupos culturais

 Metodo funcional de dupla estimulação:


 A) desempenho do papel de objeto
 B) desempenho do papel de signo
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

SUBSTRATO BIOLÓGIO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO


DESENVOLVIMENTO HUMANO : a formação dos conceitos
 Vygotsky divide o percurso genético do desenvolvimento do pensamento
conceitual em três fases:
 1) Pensamento sincrético.
 2) Pensamento por complexos.
 3) Pensamento por conceitos.
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CULTURAIS

SUBSTRATO BIOLÓGIO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO


DESENVOLVIMENTO HUMANO : a formação dos conceitos
 Nesse estágio a criança forma amontoados de objetos sem nenhuma relação
factual ou concreta real. Os objetos se aproximam de um significado comum,
não por força de seu próprio traço, mas pela semelhança que entre eles se
estabelece nas impressões da criança. Blonski denominou essa fase de nexo
desconexo do pensamento infantil.
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

SUBSTRATO BIOLÓGIO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO


DESENVOLVIMENTO HUMANO : a formação dos conceitos
 Em um complexo, as ligações entre seus componentes são concretas e
factuais produzidas pela experiência direta da criança com o mundo social.
 A diferença básica entre um complexo e um conceito é que, enquanto o
conceito agrupa os objetos de acordo com um atributo, as ligações que unem
os elementos de um complexo ao todo, e entre si, podem ser tão diversas
quanto os contatos e as relações que de fato existem entre os elementos.
 A sua essência é um excesso de conexões e uma debilidade da abstração.
 Porém, torna-se importante ressaltar que, ao organizar os elementos da sua
experiência em grupos, a criança cria uma base para generalizações
posteriores.
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

SUBSTRATO BIOLÓGIO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO


DESENVOLVIMENTO HUMANO : a formação dos conceitos
 Em um complexo, as ligações entre seus componentes são concretas e
factuais produzidas pela experiência direta da criança com o mundo social.
 A diferença básica entre um complexo e um conceito é que, enquanto o
conceito agrupa os objetos de acordo com um atributo, as ligações que unem
os elementos de um complexo ao todo, e entre si, podem ser tão diversas
quanto os contatos e as relações que de fato existem entre os elementos.
 A sua essência é um excesso de conexões e uma debilidade da abstração.
 Porém, torna-se importante ressaltar que, ao organizar os elementos da sua
experiência em grupos, a criança cria uma base para generalizações
posteriores.
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

SUBSTRATO BIOLÓGIO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO


DESENVOLVIMENTO HUMANO : a formação dos conceitos
 Na formação de conceitos a palavra é um signo mediador que, em princípio
tem a função de meio na formação do conceito e, posteriormente, torna-se
o seu símbolo.
 No processo de formação dos conceitos a criança interage com os atributos
presentes nos elementos do mundo real, sendo essa interação direcionada
pelas palavras que designam categorias culturalmente organizadas.
 A linguagem internalizada, passa a representar essas categorias e a funcionar
como instrumento de organização do conhecimento.
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

SUBSTRATO BIOLÓGIO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO


DESENVOLVIMENTO HUMANO : a formação dos conceitos
 Conceitos espontâneos são aqueles dos quais falamos até aqui, desenvolvidos no
decorrer da vida diária e prática da criança, de suas interações imediatas.
 Conceitos científicos são aqueles organizados em sistemas consistentes de
interrelações. São adquiridos por meio do ensino formal com a ajuda de um
adulto, em geral.
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

SUBSTRATO BIOLÓGIO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO


DESENVOLVIMENTO HUMANO : a formação dos conceitos
 O desenvolvimento psicológico ocorre a partir de dois caminhos
complementares: o conhecimento do cérebro como substrato material da
atividade psicológica e a cultura como parte essencial da constituição humana.
Nesse processo o biológico transforma-se em sócio histórico.
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

SUBSTRATO BIOLÓGIO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO


DESENVOLVIMENTO HUMANO

"Uma idéia central para a compreensão das concepções de Vygotsky sobre o


desenvolvimento humano como processo sócio-histórico é a idéia de mediação.
Enquanto sujeito de conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos, mas
um acesso mediado, isto é, feito através dos recortes do real operados pelos sistemas
simbólicos de que dispõe. O conceito de mediação inclui dois aspectos
complementares. Por um lado refere-se ao processo de representação mental: a
própria idéia de que o homem é capaz de operar mentalmente sobre o mundo supõe,
necessariamente, a existência de algum tipo de conteúdo mental de natureza
simbólica, isto é, que representa os objetos, situações e eventos do mundo real no
universo psicológico do indivíduo.
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

SUBSTRATO BIOLÓGIO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO


DESENVOLVIMENTO HUMANO

A operação com sistemas simbólicos -- e o conseqüente desenvolvimento da


abstração e da generalização -- permite a realização de formas de pensamento que
não seriam passíveis sem esses processos de representação e define o salto para os
chamados processos psicológicos superiores, tipicamente humanos. O
desenvolvimento da linguagem -- sistema simbólico básico de todos os grupos
humanos -- representa, pois, um salto qualitativo na evolução da espécie e do
indivíduo."
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

SUBSTRATO BIOLÓGIO E CONSTRUÇÃO CULTURAL NO


DESENVOLVIMENTO HUMANO

"Se por um lado a idéia de mediação remete a processo de representação mental, por
outro lado refere-se ao fato de que os sistemas simbólicos que se interpõem entre
sujeito e objeto de conhecimento têm origem social. Isto é, é a cultura que fornece ao
indivíduo os sistemas simbólicos de representação da realidade e, por meio deles, o
universo de significações que permite construir uma ordenação, uma interpretação,
dos dados do mundo real. Ao longo de seu desenvolvimento o indivíduo internaliza
formas culturalmente dadas de comportamento, num processo em que atividades
externas, funções interpessoais, transformam-se em atividades internas,
intrapsicológicas. As funções psicológicas superiores, baseadas na operação com
sistemas simbólicos, são, pois, construídas de fora para dentro do indivíduo. O
processo de internalização é, assim, fundamental no desenvolvimento do
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE CONCEITOS

A linguagem humana, sistema simbólico fundamental na mediação entre sujeito e


objeto de conhecimento, tem, para Vygotsky, duas funções básicas: a de intercâmbio
social e a de pensamento generalizante. Isto é, além de servir ao propósito de
comunicação entre indivíduos, a linguagem simplifica e generaliza a experiência,
ordenando as instâncias do mundo real em categorias conceituais cujo significado é
compartilhado pelos usuários dessa linguagem.

Ao utilizar a linguagem para nomear determinado objeto estamos, na verdade,


classificando esse objeto numa categoria, numa classe de objetos que têm em comum
certos atributos. A utilização da linguagem favorece, assim, processos de abstração e
generalização.
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE CONCEITOS

As palavras, portanto, como signos mediadores na relação do homem com o mundo


são, em si, generalizações: cada palavra refere-se a uma classe de objetos,
consistindo num signo, numa forma de representação dessa categoria de objetos,
desse conceito. Entretanto, o "pensamento verbal não é uma forma de
comportamento natural e inata, mas é determinado por um processo histórico-cultural
e tem propriedades e leis específicas que não podem ser encontradas nas formas
naturais de pensamento e fala". (Vygotsky, 1989, p.44.) Isto é, os conceitos são
construções culturais, internalizadas pelos indivíduos ao longo de seu processo de
desenvolvimento. Os atributos necessários e suficientes para definir um conceito são
estabelecidos por características dos elementos encontrados no mundo real,
selecionados como relevantes pelos diversos grupos culturais. É o grupo cultural
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE CONCEITOS

Com base nessas concepções, e coerente com sua abordagem genética, Vygotsky focaliza
seu interesse pela questão dos conceitos no processo _deformação dos conceitos, isto é,
em como se transforma, ao longo do desenvolvimento, o sistema de relações e
generalizações contido numa palavra: "Como as tarefas de compreender e comunicar-se
são essencialmente as mesmas para o adulto e para a criança, esta desenvolve
equivalentes funcionais de conceitos numa idade extremamente precoce, mas as formas
de pensamento que ela utiliza ao lidar com essas tarefas diferem profundamente das do
adulto, em sua composição, estrutura e modo de operação". (Vygotsky, 1989, p.48.)
ASPECTOS SOCIO-
CULTURAIS

O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE CONCEITOS

Com base nessas concepções, e coerente com sua abordagem genética, Vygotsky focaliza
seu interesse pela questão dos conceitos no processo _deformação dos conceitos, isto é,
em como se transforma, ao longo do desenvolvimento, o sistema de relações e
generalizações contido numa palavra: "Como as tarefas de compreender e comunicar-se
são essencialmente as mesmas para o adulto e para a criança, esta desenvolve
equivalentes funcionais de conceitos numa idade extremamente precoce, mas as formas
de pensamento que ela utiliza ao lidar com essas tarefas diferem profundamente das do
adulto, em sua composição, estrutura e modo de operação". (Vygotsky, 1989, p.48.)
INFLUÊNCIAS

sua teoria tendo por base o desenvolvimento do


indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico,
enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem
nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada
histórico-social. Dessa forma, seu trabalho volta-se mais
para uma concepção sociocultural do desenvolvimento
psicológico do indivíduo do que uma abordagem
puramente biológica, como a de Piaget, por exemplo. Isso
permitiu a ele ir além na compreensão e natureza das
funções psicológicas superiores. Morreu, de tuberculose,
aos 38 anos, deixando uma vasta obra.
• Apesar da vida breve, foi autor de uma
muito
obra importante, junto com seus
colaboradores Alexander Luria e
Leontiev - eles foram responsáveis Alexei
disseminação dos textos de Vygotsky, muitos
pela
deles destruídos com a ascensão de Stalin ao
Kremlin. Devido à censura soviética, seus
trabalhos ganharam dimensão há pouco
tempo, inclusive dentro da Rússia. No
ocidente, a primeira tradução de um livro seu,
Pensamento e Linguagem, foi lançada em
1962 nos Estados Unidos.
Principais obras de Vygotsky publicadas no Brasil

• “A Formação Social da Mente”.


SP, Martins Fontes, 1999.
• “Psicologia da Arte”. SP, Martins
Fontes, 2001
• “Pensamento e linguagem.” SP,
Martins Fontes, 1987
• ”Psicologia Pedagógica.” Porto
Alegre, ARTMED, 2003
• “Linguagem, desenvolvimento e
aprendizagem.” SP,
Ícone/EDUSP, 1988
Piaget e Vygotsky
• Vygotsky e Piaget avaliaram as forças individuais e
sociais em desenvolvimento. Ambos relacionam social-
individual, mas é Vygotsky que focaliza mais o social,
dando ao social um papel específico
no desenvolvimento.
• Para Piaget, as crianças individuais constroem
conhecimento através de suas próprias ações:
entender é inventar. Para Vigotsky é a compreensão
através do contraste social e origem. Entretanto Piaget
nunca negou o papel da igualdade social na construção
do conhecimento. É possível encontrar em Piaget
afirmações em que a individualidade e o social são
importantes.
Principais conceitos na obra vygotskyana

• Fenômenos psicológicos são sociais;


• A interação social desempenha um papel
fundamental no desenvolvimento da
cognição.
• O potencial para o desenvolvimento
cognitivo é limitado a um determinado
intervalo de tempo que Vygotsky chamou
de "zona de desenvolvimento proximal" e
que depende da interação social plena.
•A gama de habilidades que podem ser
desenvolvidas com a orientação de adultos
ou de colaboração por pares excede o que
pode ser alcançado sozinho.
• O ser humano constitui-se enquanto tal na sua relação com o outro.
• As funções psicológicas têm um suporte biológico, pois são produtos da
atividade humana.
• O funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações sociais entre os
indivíduos e o mundo exterior.
• Essas relações são mediadas por sistemas simbólicos.
• O cérebro não é um sistema de funções fixas e imutáveis, mas um sistema
aberto, de grande plasticidade, cuja estrutura e modos de funcionamento
são moldados ao longo da história da espécie e do desenvolvimento
individual; portanto, pode ser moldado pela ação de elementos externos.
Mediação
• Segundo a teoria vygotskiana, toda relação do indivíduo com
o mundo é feita por meio de instrumentos técnicos – como,
por exemplo, as ferramentas agrícolas, que transformam a
natureza – e da linguagem – que traz consigo conceitos
consolidados da cultura à qual pertence o sujeito. Em outras
palavras, para Vygotsky todo o aprendizado
é
necessariamente mediado;
• A mediação simbólica é um pressuposto essencial para
explicar o funcionamento das funções mentais
sendo uma característica presente em toda atividade
superiores
humana, pois dentro da teoria vygotskiana a relação do
homem com o mundo não é direta e sim mediada através
dos instrumentos e signos, sendo que o primeiro é externo e
o segundo interno.
Ainda sobre mediação...
• Dentro da teoria vygotskiana, através da interação social a criança entrará
em contato com elementos mediadores e também fará uso deles e com
isso surgem os processos mentais. A criança estrutura o seu conhecimento
utilizando-se de diferentes signos (mediadores internos, ferramentas
auxiliares no controle da atividade psicológica), e
instrumentos (mediadores externos, transformação e controle da
natureza), idealizando e problematizando situações para as quais cria
hipóteses que desvenda com criatividade e originalidade e segue
internalizando conhecimentos a cada dia através das relações
estabelecidas dentro de seu meio social.
• Aqueles mediadores simbólicos (sinais, símbolos, fórmulas, textos,
gráficos...) que permitem que o indivíduo organize, reestruture e controle
suas funções ‘naturais' de percepção, de atenção, de memória, de
comunicação, e de resolução de problemas. A apropriação, a
internalização e o uso de ferramentas psicológicas constituem a base da
diferença entre a aprendizagem humana e dos animais.
O papel da brincadeira no desenvolvimento infantil

Algumas implicações da abordagem


Vygotskiana para a Educação
A
• Valorização do papel da escola
O
• bom ensino é aquele que se adianta
ao desenvolvimento
• O papel do outro na construção do conhecimento
• O papel da imitação no aprendizado
• O papel mediador do professor na dinâmica das
interações interpessoais e na interação das crianças
com os objetos de conhecimento
Piaget x Vygotsky
• Piaget afirmou que a mente é
governada através de mecanismos
biológicos. Ele também afirmou que
processos cognitivos são
originalmente egoístas e
antissocial. Eles só são dirigidos a
realidade e aorelacionamento
social de 7 a 8 anos de
depois
idade.
Piaget x Vygotsky: pontos de
ruptura e de intersecção teóricos
Vygotsky colocou uma concepção bastante
diferente da criança. Ele afirmou que mecanismos
naturais governam o comportamento da crianças.
Porém, antes de 2 anos de idade, a criança participa
das relações sociais. Mecanismos biológicos operam
durante curto espaço de tempo. Porém, eles são
substituídos rapidamente através de influências
sociais. Assim que infância termine, o indivíduo
começa a participar de relações sociais. Relações
sociais formam o contexto desenvolvente de
crianças e constituem a natureza da criança.
Vygotsky considerou a criança como um indivíduo
social, Piaget considerou como anti-social. Para
Vygotsky, relações sociais constituem a psicologia
da criança desde o começo. Para Piaget, relações
sociais são secundárias à natureza biológica da
criança.
DIFERENÇAS PIAGET VYGOTSKY

Papel dos fatores Maturação Ambiente


internos e externos no Biológica
desenvolvimento
Processo de Do individual para o Do social para o
Construção do real social – é individual
espontâneo 1o. Interpessoal
2o.
Internalizaç.
Papel da 1o. Desenv. 1o. Aprendizag.
Aprendizagem 2o. 2o. Desenv.
Aprend.
Papel da linguagem Pensamento Pensamento e
no desenvolv.; aparece antes da linguagem são
relação entre linguagem simultâneos
linguagem e
pensamento
O desenvolvimento para Vygotsky
• Ele acreditava que o desenvolvimento
era um processo evolutivo e que as
funções psicológicas superiores –
como a atenção, a memória, o
pensamento, por exemplo -, se dava a
partir de um plano interpsicológico de
desenvolvimento (ou seja, através da
interação da criança, no caso, com o
outro). A partir dessa idéia, nasce a
concepção de Zona
de Desenvolvimento Proximal.
O conceito de Zona de desenvolvimento proximal

A Zona de Desenvolvimento
Proximal é tudo o que a criança
pode adquirir em termos
intelectuais quando lhe é dado o
suporte educacional devido
(através de um adulto,
mais velha ou com maior criança
facilidade de aprendizado, etc.),
ou seja, é a diferença entre o que
a criança é capaz de aprender e
fazer sozinha e aquilo que,
embora não consiga realizar
sozinha, e é capaz de aprender e
fazer com a ajuda de uma pessoa
mais experiente.
desenvolviment o
proximal

Nível de Nível
desenvolvimento atual potencial de
desenvolvi
mento

Capacidade de
Capacidade de
solução de
solução de
problemas sem
problemas com
ajuda
ajuda

Conhecer este processo da criança é


fundamental para diagnosticar os ciclos
completados e os que estão em vias de
formação
Importante lembrar...
Uma frase vygotskyana:
“Na ausência do outro, o homem não se constrói
homem.”
Palavra-chave:
Mediação.
Onde está o foco:
Na interação. É na relação aluno-professor e
aluno-aluno que se produz conhecimento.
Qual é o papel do professor:
Ele atua como mediador entre o aluno, os
conhecimentos que este possui e o mundo.
Como se aprende:
Observando o meio, entrando em contato com o
que já foi descoberto e organizando o
conhecimento junto com os outros (professor e
turma).
Considerações finais
• O
ensino, para Vygotsky, deve se

• oantecipar
aprendizado não se subordina
ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de aprender sozinho,
totalmente
porque, ao aprendizado
na relação entre desenvolvimento das
e desenvolvimento, o primeiro vem antes.
estruturas intelectuais da criança, mas
um se alimenta do outro, provocando
saltos de nível de conhecimento.
• Osociointeracionismo
socioconstrutivismo ou
vygtskyano
surge ênfase no uma
oposição
da teórica socialrelação
em ao
biólogo suíço Jean Piaget
(1896-1980), que também se
dedicou ao tema da evolução da
capacidade de aquisição de
conhecimento pelo ser humano e
chegou a conclusões que atribuem
bem mais importância aos
processos internos do que aos
interpessoais como fez Vygotsky.

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