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Conceitos
Um sistema o -grid é aquele desconectado da rede, ou seja, não tem contato com a rede de
distribuição de eletricidade das concessionárias. São conhecidos também como sistemas isolados.
Figura 1 – Sistema de bombeamento fotovoltaico
(1) O conteúdo sobre conceitos e características dos sistemas o -grid foi elaborado com base no
material Sistemas fotovoltaicos: sistemas fotovoltaicos isolados, de autoria da empresa BlueSol.
Painel fotovoltaico;
Controlador de carga/descarga das baterias;
Banco de baterias;
Inversor autônomo para cargas em CA;
Cargas CC ou CA.
Painel fotovoltaico
O painel fotovoltaico e sua inclinação e orientação já foram apresentados em capítulos anteriores.
Devemos observar o fato que em um sistema autônomo o painel fotovoltaico deve ser de baixa
potência, pois trabalha com menor valor de tensão de circuito aberto em horas de pico não trazendo,
assim, riscos para a controladora de carga.
Controle de carga
Controla a sobrecarga das baterias, evitando o superaquecimento (também conhecido como “ferver” a
bateria), a deterioração, e a destruição das baterias.
Controle de descarga
Controla o descarregamento profundo das baterias (quando há carga CC), que pode prejudicar e até
mesmo inutilizar as baterias.
Esse controlador, por não apresentar tanta tecnologia incorporada, tem o custo mais acessível.
Modelos de controladoras desse porte são programáveis, possuem sensores de temperatura para
evitar transtornos com o banco de baterias, e permitem ajustar os parâmetros de temperatura, tensões
de desconexão e reconexão (Low Voltage Disconnect – LVD, Revitalization through Vaporization of
Dendrites – RDV), máxima tensão de carga e range de utuação.
Banco de baterias
Um banco de baterias é constituído por uma quantidade calculada de elementos conectados em série
e/ou paralelo, que fornecerão a potência demandada pelas cargas no período de autonomia em que
devem funcionar, sem receber recarga do arranjo fotovoltaico nos dias sem insolação.
Ter autonomia: essa é a função mais importante, a de suprir a energia para o consumo quando o
painel não é capaz de gerar energia su ciente. Isso acontece todas as noites e também nos períodos
chuvosos ou nublados, que podem ocorrer durante o dia ou em vários dias.
Estabilizar a tensão: os módulos fotovoltaicos têm uma grande variação de tensão, de acordo a
irradiância recebida. A conexão de cargas de consumo diretamente nos módulos pode expô-los a
tensões muito altas ou muito baixas para o seu funcionamento. As baterias possuem faixas de tensões
mais estreitas que os módulos fotovoltaicos e garantirão uma operação mais uniforme para as cargas.
Fornecer correntes elevadas: a bateria opera como um bu er , fornecendo correntes de partida
elevadas. Alguns dispositivos (como motores) requerem altas correntes (de quatro até nove vezes a
corrente nominal) para iniciar o seu funcionamento até estabilizarem e demandar correntes mais
baixas, o que ocorre depois de alguns segundos. Outros dispositivos mais vorazes entrarão em
funcionamento por curto período de tempo, mas consumirão muita potência. As baterias fornecerão
essa alta potência momentânea e serão carregadas lentamente pelo painel fotovoltaico durante o dia.
Outros tipos de bateria, como as de íons de lítio, não são viáveis para sistemas fotovoltaicos, devido à
capacidade dos bancos de baterias para essa aplicação. É a relação custo-benefício que faz com que as
baterias de chumbo ácido sejam aquelas escolhidas para utilização na maioria dos sistemas PV
isolados.
Como são as mais utilizadas, as baterias de chumbo ácido serão o objeto do nosso estudo a partir de
agora.
Cada célula é constituída basicamente por duas placas de metais diferentes (uma positiva, outra
negativa), isoladas por separadores e imersas em uma solução aquosa de ácido sulfúrico (H2SO4). As
placas são eletrodos de chumbo em formato de grade com a função de segurar a matéria ativa e
conduzir a corrente elétrica.
É a matéria ativa porosa que armazena a energia, com sua estrutura esponjosa fornecendo área de
superfície para a reação eletroquímica. Na bateria carregada, a matéria ativa da placa negativa é o
chumbo (Pb) e a matéria ativa da placa positiva é o dióxido de chumbo (PbO2).
Ao se fechar um circuito, os elétrons uem do polo negativo para o polo positivo, provocando uma
reação química entre as placas e o ácido sulfúrico, que leva à formação de sulfato de chumbo (PbSO4)
nas duas placas – reação chamada dupla sulfatação. Essa reação consome o ácido, tornando o eletrólito
mais aquoso, processo que pode ser medido com um densímetro.
Tabela 1 – Estado de carga de uma bateria pela densidade do eletrólito
Quando o sistema PV recarrega a bateria, os elétrons uem em sentido contrário – do polo positivo
para o polo negativo – revertendo essa reação química. O processo não é totalmente reversível, pois
pequenas quantidades de sulfato de chumbo não se dissolvem, a sulfatação aumenta à medida que os
ciclos de carga e descarga acontecem, diminuindo a capacidade da bateria. Quanto maior for essa
profundidade de descarga (o nível de reação química que acontece duran
te a descarga, antes que a bateria volte a ser carregada), maior será a perda de capacidade. Com
profundidades de descarga menores, mais ciclos de carga e descarga a bateria suportará.
A resistência interna de uma bateria de chumbo ácido varia de acordo com a carga, sendo maior
quando a bateria está descarregada, devido à menor concentração de ácido no eletrólito e à presença
do sulfato de chumbo nas placas. À medida que a bateria vai sendo carregada, a sua resistência interna
diminui, fazendo com que a bateria aceite melhor a carga. Por isso, uma bateria com me-nor
profundidade de descarga durante o ciclo é recarregada mais rapidamente.
Quando atinge a tensão nal de carga nas células, a bateria deve ser desconectada do carregador, pois
tem início um processo de eletrólise da água presente no eletrólito que leva a dois inconvenientes:
Perda de água, o que faz o ácido se concentrar mais, tornando-se nocivo às placas, até a
secagem total, que determinaria o m da bateria.
Liberação de oxigênio e hidrogênio. Esse último, mesmo em pequenas proporções, torna o
ambiente potencialmente explosivo, o que exige com que os bancos de baterias sejam instalados
em locais ventilados. O hidrogênio é 14 vezes mais leve que o ar e pode se acumular em frestas.
Controladas eletronicamente.
Alta capacidade de carga e desempenho.
Bom desempenho com descargas profundas.
Vida útil de 10 a 15 anos (ou mais).
Sem manutenção.
Usadas em sistemas grid-tie para gestão da energia e backup.
Pouco utilizadas no Brasil.
Também conhecidas como “seladas”, as baterias VRLA emitem gases, porém, em quantidades
insigni cantes. Podem ser instaladas em qualquer posição.
Possuem vida útil de três a cinco anos.
Baterias gel
Utilizam mantas de bra de vidro para absorver o eletrólito, mantendo-o no interior da bateria.
Baterias especiais
OPzV (Ortsfeste Panzerplatte Verschlossen)
Cargas CC ou CA
As cargas são os consumidores da instalação. São elas que convertem a energia elétrica em outras,
como térmica, luminosa, sonora etc. A maioria delas, como os eletrodomésticos, funciona em CA,
porém há lâmpadas e outros equipamentos que trabalham em CC.
Planejamento do sistema
Planejamento do sistema solar autônomo
É necessário fazer uma análise inicial completa do local onde será montado o sistema desconectado,
devendo considerar os seguintes itens:
O sistema fotovoltaico desconectado necessita de maior captação da luz do Sol no solstício de inverno,
ocasião em que o Sol passa mais baixo. Nessas
circunstâncias, os módulos devem car mais verticais para melhor captação. O posicionamento dos
módulos deve ser feito com base no que foi visto anteriormente.
Em casos de arranjos montados em telhados que possuem a queda de água com um ângulo maior que
30° para os dois lados do norte geográ co, as perdas na geração referentes às horas do dia tornarão o
sistema economicamente inviável.
O módulo fotovoltaico tem baixa e ciência na conversão de energia luminosa em elétrica. Se juntarmos
a isso poeira, poluição, umidade, excrementos de pássaros e outros tipos de bloqueio dos fótons,
diminuiremos mais ainda a e ciência dos módulos e, por consequência, a e ciência do sistema.
Conexões de cabos apresentam proteções contra raios UV, porém exigem reaperto mecânico e boa
condutividade elétrica sempre. Limpezas e reaperto devem ser feitos periodicamente.
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